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Globalização e comportamento alimentar5

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DESCRIÇÃO
As dimensões individuais e coletivas da globalização e seus impactos no comportamento
alimentar.
PROPÓSITO
Compreender as dimensões individuais e coletivas da globalização enquanto um importante
fenômeno contemporâneo da alimentação para sua formação, pois lhe permitirá entender os
impactos provocados no comportamento alimentar.
PREPARAÇÃO
Antes de iniciar o conteúdo deste tema, tenha em mãos um dicionário de Língua Portuguesa
para entender termos específicos.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Analisar as dimensões individuais e coletivas da globalização no processo alimentar
MÓDULO 2
Relacionar a globalização com o comportamento alimentar dos indivíduos
INTRODUÇÃO
Nesta aula, serão abordados os aspectos da alimentação na contemporaneidade a fim de
entender os desafios da Alimentação e Nutrição. Para isso, elaboramos uma análise das
principais transformações que a modernidade alimentar e a globalização trouxeram para a
alimentação humana. Partindo dos avanços tecnológicos da Revolução Industrial, vamos
apresentar como as vicissitudes humanas impulsionaram as evoluções da tecnologia dos
alimentos e os impactos disso nos hábitos alimentares. Por fim, analisaremos as adversidades
e os progressos que os desenvolvimentos tecnológicos, políticos e econômicos trouxeram para
o campo da alimentação, quais novos desafios temos e quais os melhores caminhos de lidar
com eles. Ainda, de que forma isso impacta individual e coletivamente as sociedades ao redor
do mundo.
MÓDULO 1
 Analisar as dimensões individuais e coletivas da globalização no processo alimentar
Para caminharmos neste módulo e compreendermos as transformações contemporâneas da
alimentação, precisamos situar alguns conceitos e elaborar uma contextualização sobre a
contemporaneidade.
CONTEXTUALIZANDO A
CONTEMPORANEIDADE
As grandes navegações podem ser apontadas como um dos primeiros movimentos da história
que impulsionaram a globalização, na medida em que permitiram um fluxo de comunicação e
troca alimentar em escala global. A partir dela, tivemos importantes desdobramentos que nos
ajudam a entender fenômenos da atualidade. Por isso, é interessante apontarmos alguns
processos e transformações da história da alimentação nos últimos anos que nos dão
ferramentas de compreensão do hoje.
Com o fim das Guerras Mundiais, a tecnologia nas áreas da química, mecânica e biológica
precisaram ser canalizadas para um novo setor. Com isso, as pesquisas no campo da
agropecuária e da alimentação cresceram vertiginosamente. A ideia era desenvolver
tecnologias no campo que pudessem ser utilizadas em quaisquer condições climáticas e de
solo. Dessa forma, grandes fundações, principalmente norte-americanas, utilizaram países
periféricos como laboratórios para o desenvolvimento de tecnologia no campo. A partir desse
movimento, houve uma transformação do fluxo produtivo do campo, com a entrada cada vez
mais massiva de maquinário, fertilizantes e agrotóxicos, que tinham o objetivo de
melhoramento na produção. Esse movimento é chamado de Revolução Verde.
Como justificativa, havia a difusão da ideologia de que a fome estava associada à falta de
alimentos, com isso, o aumento da eficiência na produção agrícola seria o melhor caminho de
resolver a fome. Todavia, estudos posteriores mostraram que o problema da fome está menos
associado à falta de alimentos e, de fato, está relacionado à má distribuição e ao consumo
predatório das culturas capitalistas ocidentais. Além disso, o aumento progressivo do uso de
agrotóxicos e fertilizantes acabaram por gerar uma transferência progressiva destes venenos
para nossas mesas, sem a transparência e o conhecimento preciso dos impactos na saúde
humana.
OUTRO DESDOBRAMENTO DESSE MOVIMENTO
FORAM AS SUBSTITUIÇÕES DAS SEMENTES NATIVAS
POR SEMENTES HÍBRIDAS. OU SEJA, AS SEMENTES
TRADICIONAIS QUE SE REPRODUZIRAM NO CICLO
DA NATUREZA FORAM SENDO SUBSTITUÍDAS, COM
FINANCIAMENTO DE MULTINACIONAIS COMO A
MONSANTO, POR SEMENTES PRODUZIDAS EM
LABORATÓRIO, QUE SÃO MAIS RESISTENTES A
ALGUMAS PRAGAS E POSSUEM UMA CAPACIDADE
PRODUTIVA MAIOR.
 
Fonte: Shutterstock.
Com diversas leis e incentivos governamentais, em diversas partes do mundo, agricultores
foram substituindo sementes, maquinários e toda cultura produtiva no campo por um modelo
de produção em larga escala que se apresentava como mais rentável, mas que não tinha ainda
garantias em relação aos impactos na saúde humana e na segurança alimentar e nutricional.
Hoje, cada vez mais, vemos o desaparecimento das sementes crioulas, ou nativas, em função
do uso das sementes híbridas que precisam ser adquiridas a cada novo ciclo de plantio destas
grandes empresas.
Outro processo contemporâneo relativo à produção agrícola diz respeito aos alimentos
transgênicos.
SÃO ALIMENTOS GENETICAMENTE MODIFICADOS
POR MEIO DE TÉCNICAS DE ENGENHARIA GENÉTICA.
ATRAVÉS DESSAS TÉCNICAS, É POSSÍVEL INSERIR
GENES DE ORGANISMOS DIFERENTES EM UMA
ESPÉCIE, FORNECENDO CARACTERÍSTICAS NOVAS
AO PRODUTO.
Isso pode tanto modificar as características organolépticas do alimento (características gerais
de um alimento percebidas pelos sentidos: visão, olfato, paladar, audição e tato) quanto torná-
lo mais resistente, mais visualmente atraente, enfim, a transgenia em um alimento permite
modificações por meio da genética. Há uma grande disputa em relação à legislação de
alimentos transgênicos. Tanto em relação às permissões, quanto no tocante às informações
nos rótulos que permitem ao consumidor a identificação da presença de elementos
transgênicos nos produtos. Isso porque não há, ainda, consenso entre os cientistas em relação
aos benefícios e malefícios destes alimentos geneticamente modificados para a saúde
humana.
 
Fonte: Wikimedia.
 Símbolo dos alimentos transgênicos.
Vale destacar que nossa legislação atual desautorizou a obrigatoriedade de notificação dos
rótulos da presença de alimentos transgênicos nos produtos. Enquanto nutricionistas acreditam
que a compreensão sistêmica sobre a alimentação é pauta fundamental deste campo científico.
Não devemos olhar para alimentação apenas na dimensão do consumo, mas ter a
compreensão de todos os processos que envolvem o comer, da terra ao descarte,
passando pela distribuição e consumo.
 
Fonte: Shutterstock.
 Círculo do Alimento.
O Brasil acompanhou toda essa movimentação de transformações no campo. Essas ideologias
ganharam força a partir dos anos 1960 e cresceram durante o período do Regime militar, sendo
responsáveis por um novo movimento de interiorização do país durante esse período. Com
isso, as regiões Centro Oeste e Norte foram sendo progressivamente ocupadas pela
monocultura latifundiária da agropecuária, predominantemente voltada para exportação. O
problema disso foi que, no Brasil, assim como na maioria dos países periféricos, a opção pela
adoção da modernização no campo no modelo norte-americano da Revolução Verde teve
como principal característica, além da manutenção dos latifúndios, uma associação entre o
setor agrícola e a indústria de alimentos. Dessa forma, a maior parte da produção agrícola
brasileira não era destinada ao abastecimento alimentício interno, mas voltada para a
exportação e para a indústria alimentícia. Assim, durante o período militar, a agricultura
brasileira se modernizou de maneira conservadora e formou a chamada cadeia carne-grãos,
que consiste na produção massiva de soja e milho para atender à produção de carnes (ração
animal) e à indústria de alimentos ultraprocessados. Essa organização perdura até hoje e traz
inúmeros problemas para nosso país na contemporaneidade. O principal deles é a fome, que
nunca foi resolvida com esse modelo de modernização, embora o discurso da “Revolução
verde” fosse esse.
 
Fonte: Shutterstock.
 Cadeia carne-grãos: produção massiva de soja e milho para atender a produção de ração
animal.
O grande pesquisador Josué de Castro foi um dos primeiros pensadores brasileiros a se
debruçar sobre a problemática da fomee da segurança alimentar no Brasil. Ele é considerado
um dos pais da Nutrição. Em seu famoso livro Geografia da Fome (1946), Josué de Castro
analisou a problemática da fome no Brasil identificando áreas onde a fome se apresentava de
diferentes formas, como apresentamos na figura abaixo:
 
Fonte: Shutterstock.
 Mapa da fome proposto por Josué de Castro.
Josué de Castro, em 1946, já apontava caminhos para o entendimento e enfrentamento da
fome, bem como para a promoção da segurança alimentar e nutricional de forma a considerar
as especificidades de cada região do Brasil. Nas regiões 1 e 2, que compreendem a região
amazônica e o litoral nordestino, o problema da fome é identificado por ele como endêmico, ou
seja, a desnutrição e suas doenças associadas foram identificadas por Josué de Castro como
permanentes na região. Já no sertão nordestino, identificado no mapa pelo número 3, o
problema é epidêmico, isto é, questões pontuais provocam episódios de epidemias de fome,
como os períodos de seca. Por outro lado, as regiões do eixo Centro-Sul do país, identificadas
pelos números 4 e 5, a subnutrição é um problema para a população menos favorecida,
gerando certas carências de vitaminas, sais minerais ou proteínas. O estudo de Josué de
Castro destacou ainda os principais insumos consumidos das regiões analisadas por ele, e foi
dos guias para a formulação das primeiras políticas de segurança alimentar e Nutricional no
Brasil.
 
Fonte: Wikimedia.
 Josué de Castro à direita, o então presidente da FAO e Harry Truman na Casa Branca.
Nos debruçamos sobre a questão agrária no Brasil e correlacionamos isso com o problema da
fome, porque a concentração fundiária restringe o acesso à terra, prejudica a diversificação da
produção. Além disso, ainda amplia os conflitos, tanto com comunidades indígenas e
quilombolas, quanto com pequenos proprietários de terra. Também vivemos um momento de
extinção de nossas sementes nativas e apagamento dos saberes tradicionais ligados ao cultivo
da terra. Por fim, temos ainda conflitos legislativos em torno da permissão do uso de
determinados agrotóxicos, como o Clorpirifós e o Clorotalonil, proibidos em outras partes do
mundo por danos neurológicos aos humanos, que variam de acordo com as ocupações
partidárias do poder legislativo e executivo federal. Percebemos assim que as disputas que
acontecem em todo o mundo não são diferentes no Brasil, pelo mesmo motivo anteriormente
destacado, o setor agrícola é uma área econômica que movimenta bilhões.
ALIMENTAÇÃO CONTEMPORÂNEA:
GÊNERO E TRABALHO
Não foi só a tecnologia e a pesquisa científica que cresceram e se transformaram a partir das
Guerra Mundiais, trazendo mudanças para o cenário alimentar mundial. As relações de gênero
e trabalho também foram drasticamente modificadas a partir das Guerras. Cada vez mais as
mulheres passaram a ocupar postos de trabalho e as relações familiares ganharam novos
ritmos. Isso gerou um impacto na produção industrial de alimentos que procurou se adaptar às
novas demandas de alimentação, buscando desenvolver produtos que atendessem às novas
demandas de tempo mais reduzido no preparo das refeições. Com isso, os produtos ofertados
nas gôndolas dos mercados foram ficando cada vez mais instantâneos. Até as refeições fora
de casa passaram a ganhar versões “para viagem”, tudo isso movido pelas novas
configurações da vida contemporânea. Consequentemente, os hábitos alimentares foram se
adaptando a esses novos produtos.
Comidas enlatadas tornaram-se “o novo normal”, e as propagandas se esforçavam em criar
slogans e comerciais atrativos para incrementar esse consumo. Um exemplo disso é o leite
condensado. Originalmente criado para atender às demandas de leite dos soldados na guerra,
a proposta do produto era desenvolver um leite concentrado que pudesse ser facilmente diluído
em água, e assim fornecer uma fonte de cálcio aos soldados. Todavia, com o fim da guerra, o
produto ganha o paladar da população geral, não mais diluído, mas incorporando produções
açucaradas em todo o mundo.
O aumento da ocupação das mulheres do mercado de trabalho no pós-guerra trouxe
transformações nas relações de gênero e trabalho doméstico. Paralelo a isso, a indústria
alimentícia incrementou a promoção de produtos alimentícios industrializados sob o discurso
da praticidade e até mesmo do valor nutricional, com foco em vitaminas e minerais.
Esse discurso ganhou força ao longo da contemporaneidade e até hoje os produtos
alimentícios industriais, repletos de açúcar, gorduras e sódio têm bastante aceitação, por
estarem incorporados na cultura alimentar de muitos países, sendo conhecidos como junk
food. É uma expressão em inglês que significa comida plástica, e é usada para designar
alimentos industriais como: biscoitos, achocolatados e salgadinhos.
Paralelo ao crescente consumo de alimentos industrializados, na década de 1960, surgiu um
movimento de contracultura, que pregava o consumo consciente e o retorno a uma
alimentação mais natural, um contato maior com a natureza e os saberes tradicionais. Esse
movimento que nasceu nos EUA, mas ganhou o mundo, ficou conhecido como Movimento
Hippie. Os hippies não eram só homens cabeludos e mulheres que não se depilavam e
pediam a paz e o amor. A ideologia do movimento também estava preocupada com o
crescente consumo de agrotóxicos e industrializados e com o resgate do contato com um
campo, anterior ao movimento de Revolução Verde.
Recentemente, novos movimentos, semelhantes a este, vêm ganhando força em nossa
sociedade, associados à prática vegetariana e/ou vegana, não apenas por conta da
preocupação em relação ao sofrimento animal, mas também como estratégia de boicote à
associação predatória entre agricultura e indústria de alimentos.
 Símbolo do veganismo
 
Fonte: Shutterstock.
Entretanto, apesar da existência de movimentos de contestação e resistência, o fato é que a
associação entre a produção agrícola e a indústria de alimentos cresceu cada vez mais ao
longo da história, tornando-a uma das maiores indústrias mundiais. Um dos grandes motes
desse crescimento foi o desenvolvimento cada vez maior da tecnologia de alimentos, que
culmina na produção de produtos alimentícios cada vez mais sintéticos. Esses produtos
contêm cada vez menos ingredientes in natura e cada vez mais aditivos químicos,
conservantes artificiais e alta concentração de substâncias, como: sal, açúcar e gorduras. São
produtos com maior durabilidade, sabor, textura e aromas artificialmente atrativos, mas com
menor valor nutricional. A partir da classificação dos alimentos proposta pelo mais recente Guia
Alimentar para a População Brasileira (2014), esses tipos de produtos são os chamados
alimentos ultraprocessados.
GUIA ALIMENTAR E ALIMENTAÇÃO
CONTEMPORÂNEA
O Guia Alimentar para a População Brasileira surgiu em 2014, elaborado por um grupo de
profissionais de diferentes áreas da medicina, nutrição e ciências sociais, com o objetivo de
apresentar uma normativa de orientações para alimentação saudável à população brasileira.
Além da nova proposta de categorização dos alimentos in natura ou minimamente processados
e ultraprocessados, o Guia traz também propostas de valorização da prática culinária, da
comensalidade e respeito à diversidade cultural alimentar do Brasil em suas propostas de
cardápio.
Como nutricionista, você aprenderá a ler e a elaborar rótulos de alimentos. Segundo o Guia,
uma dica muito boa para se reconhecer um alimento ultraprocessado é verificar a quantidade
de ingredientes com nomes impronunciáveis, além de concentrações relevantes de açúcares,
sal e gorduras que o alimento apresenta na descrição de composição de seus rótulos.
Contudo, a legislação de rotulagem no Brasil, em associação com os lobbys da indústria
alimentícia, procura dificultar cada vez mais o entendimento do que contém nos alimentos.
Para isso, investem em embalagens atrativas, que trazem mensagens de que o produto é
caseiro, ou natural,ou ainda nutritivo. A questão da rotulagem, inclusive, tem sido um dos
desafios contemporâneos atuais em relação ao combate ao consumo de ultraprocessados.
A MUDANÇA DE CATEGORIZAÇÃO DOS ALIMENTOS
PROPOSTA PELO GUIA É UMA ESTRATÉGIA PARA
ALERTAR E EDUCAR A POPULAÇÃO SOBRE O QUE
SÃO, QUAIS SÃO E QUE MALES PODEM TRAZER
ESSES ALIMENTOS PARA A SAÚDE HUMANA. POR
ISSO, O GUIA É UMA IMPORTANTE FERRAMENTA NA
PROMOÇÃO DE UMA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL, UMA
VEZ QUE, ESCRITO EM UMA LINGUAGEM ACESSÍVEL,
PROCURA DIALOGAR COM PROFISSIONAIS LIGADOS
À ÁREA DE ALIMENTAÇÃO, DE DIFERENTES CAMPOS
DE SABER, COM A POPULAÇÃO EM GERAL. O GUIA
TAMBÉM PROPÕE UM CANAL DE DIÁLOGO COM A
PRÓPRIA INDÚSTRIA DE ALIMENTOS.
Entretanto, paralelo a isso, essa indústria alimentícia vem desenvolvendo estratégias de
distribuição destes produtos ultraprocessados, que consistem na entrega e venda direta a todo
tipo de estabelecimento de comércio de gêneros alimentícios, nos rincões mais distantes do
mundo. Sobre essa estratégia de distribuição, precisamos refletir: se os estudos mostram que o
problema da fome e desnutrição está associado ao acesso aos alimentos e essa indústria leva
esses produtos atrativos e a preços baixos para onde os alimentos in natura nem sempre
chegam, que resultados poderemos ter?
A resposta para essa pergunta é o diagnóstico atual dos problemas nutricionais de nosso país,
no qual convivemos com problemas extremos de fome/desnutrição, ao mesmo tempo que
sobrepeso/obesidade. Isso não é exclusividade do Brasil, mas uma realidade crescente nos
países periféricos, pois, além do crescimento progressivo do consumo de alimentos
ultraprocessados, a contemporaneidade trouxe a exportação de hábitos de consumo alimentar
fora do lar. Esses hábitos foram inspirados no modelo norte-americano: os chamados fast-
foods.
Nascidos como variantes das comidas para viagem, os fast-foods consistem em refeições
rápidas, altamente gordurosas e de baixa qualidade nutricional, mas com diversos aditivos que
conferem textura, aroma e sabor atraentes. Isso, associados à cultura em torno desse hábito
alimentar, que passou a ser exportado como algo moderno e cool (legal, descolado), o que
garante o sucesso de vendas destes gêneros alimentícios em quase todo mundo influenciado
pela cultura ocidental, principalmente norte-americana.
A CULTURA ALIMENTAR FAST-FOOD PRECISA SER
ENTENDIDA AINDA EM UMA PERSPECTIVA
HISTÓRICA. A PARTIR DA DÉCADA DE 1950, OS EUA
PASSARAM A EXPORTAR NÃO SÓ ALIMENTOS, MAS
TAMBÉM UM ESTILO DE VIDA. ISSO FOI
CONSTANTEMENTE REFORÇADO PELA INDÚSTRIA
CINEMATOGRÁFICA PELA MODA E, ATUALMENTE,
PELO MUNDO DIGITAL, IMPACTANDO EM NOSSA
CULTURA ALIMENTAR. CADA VEZ MAIS,
CONSUMIMOS MENOS ALIMENTOS TRADICIONAIS DA
NOSSA CULTURA. PROGRESSIVAMENTE, NOSSOS
HÁBITOS ALIMENTARES VÊM SENDO MODIFICADOS,
DE FORMA QUE OS HÁBITOS ALIMENTARES LIGADOS
AOS POVOS TRADICIONAIS DO BRASIL VÊM
PERDENDO ESPAÇO.
Podemos dizer com isso que o sistemático avanço desse movimento vem promovendo o que
chamados de pasteurização da alimentação, ou seja, cada vez mais a alimentação em
diferentes lugares do mundo vai se tornando semelhante, homogênea. A propaganda é um dos
grandes combustíveis fundamentais pra esse processo, criando o desejo e introduzindo novas
estratégias de marketing, que inclui acomodações situacionais de receitas de acordo com
algumas características da cultura local, como no caso do que modifica alguns dos ingredientes
dos sanduiches de acordo com a cultura alimentar onde se instala, no sentido de criar pontes
de identificação local.
 
Fonte: Wikimedia.
 MCAloo Tikki Burguer feito de batata, ervilha e especiarias no Mcdonalds da India.
A Gastronomia, por meio do processo de mundialização de um estilo europeu de comer ligado
à construção de um conceito de “alta comida”, vende uma ideia de refinamento e acabou
levando diversos lugares do mundo a reproduzirem esse referencial de “sofisticação alimentar”.
Países como França e Itália promoveram seus referenciais alimentares, muitas vezes, por meio
da apropriação de insumos de outros lugares do mundo, deslocando-os dos saberes e
significados simbólicos de seus coletivos culturais tradicionais. Esse movimento, assim como o
fast-food, também contribuiu para o processo de pasteurização alimentar, na medida em que
homogeneizou sabores e saberes de diferentes técnicas culinárias. Em resumo, podemos dizer
que as referências francesa e italiana provocaram uma civilização de sabores do mundo, uma
colonização dos gostos.
EM OPOSIÇÃO A TODO ESSE PROCESSO DE
PASTEURIZAÇÃO ANTERIORMENTE DESCRITO,
SURGIU NA ITÁLIA, EM 1989, O MOVIMENTO SLOW
FOOD. ENCABEÇADO E IDEALIZADO PELO
PESQUISADOR CARLOS PETRINI, ESSE MOVIMENTO
SURGE COMO REAÇÃO AO FAST-FOOD, COM A
PROPOSTA DE DESACELERAÇÃO DO COMER E UM
RETORNO A FORMAS TRADICIONAIS DE PRODUÇÃO,
DISTRIBUIÇÃO E RELACIONAMENTO DA
ALIMENTAÇÃO.
O slow food é um projeto comprometido com a preservação da biodiversidade e a defesa do
trabalho de pequenos produtores, pensando e defendendo o olhar para alimentação em uma
perspectiva sistêmica, em uma dimensão política, cultural e socioambiental. Além disso, eles
defendem a desaceleração do ritmo da vida, principalmente em relação à alimentação. Não
mais comer andando, no deslocamento de um lugar para o outro, mas comer pausado, com
atenção ao consumo e com dedicação de tempo ao preparo.
 Símbolo do Slow Food.
 
Fonte: Shutterstock.
OS DESAFIOS DO NUTRICIONISTA:
ALIMENTOS TRANSGÊNICOS.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. COM O FIM DAS GUERRAS MUNDIAIS, A TECNOLOGIA DOS CAMPOS
DE BATALHA FOI AOS POUCOS SENDO DIRECIONADA PARA OS
CAMPOS DE AGRICULTURA, COM ISSO, O CAMPO FOI SE
MECANIZANDO, SOB O DISCURSO DE CRIAR ALTERNATIVAS DE
COMBATE À FOME. ESSE MOVIMENTO É CONHECIDO COMO:
A) Revolução Mecânica
B) Revolução Verde
C) Mecanização da Fome
D) Fome Zero
2. A GLOBALIZAÇÃO TROUXE PROFUNDAS TRANSFORMAÇÕES NO
MODO DE COMER DE DIFERENTES SOCIEDADES, A PARTIR DA
PROMOÇÃO DE UM INTERCÂMBIO CULTURAL CADA VEZ MAIS
INTENSO. SOBRE A RELAÇÃO ENTRE GLOBALIZAÇÃO E ALIMENTAÇÃO
CONTEMPORÂNEA, ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA.
A) A internet é um fator determinante nas escolhas em todo o mundo. Hoje, só comemos o que
vemos nas redes sociais.
B) A contemporaneidade trouxe uma maior igualdade de acesso aos alimentos, certamente,
estamos próximos da inexistência de fome no mundo.
C) Com a globalização, cada vez mais comemos a mesma coisa, mesmo estando em lugares
diferentes, é o que chamamos de pasteurização da alimentação.
D) Os alimentos industrializados foram um grande ganho social, pois facilitaram a vida das
mulheres, que, finalmente, puderam entrar no mercado de trabalho mais tranquilas.
GABARITO
1. Com o fim das Guerras Mundiais, a tecnologia dos campos de batalha foi aos poucos
sendo direcionada para os campos de agricultura, com isso, o campo foi se
mecanizando, sob o discurso de criar alternativas de combate à fome. Esse movimento é
conhecido como:
A alternativa "B " está correta.
 
A Revolução Verde é um grande marco para o entendimento da agricultura e relações
alimentares modernas, uma vez que ela capitaneou todo o processo de mecanização do
campo.
2. A globalização trouxe profundas transformações no modo de comer de diferentes
sociedades, a partir da promoção de um intercâmbio cultural cada vez mais intenso.
Sobre a relação entre globalização e alimentação contemporânea, assinale a alternativa
correta.
A alternativa "C " está correta.
 
A globalização vem provocando a pasteurização da alimentação no ocidente, na medida em
que os traços de cultura alimentar regional estão dando lugar a hábitos cada vez mais
parecidos em lugares diferentes. Ou seja, cada vez mais estamos comendo a mesma coisa,
tendo como o referencial estilos estrangeiros e deixando de comer alimentos tradicionais e
regionais do nosso país.
MÓDULO 2
 Relacionar a globalização com o comportamento alimentar dos indivíduos
CONCEITOS
Neste módulo, partimos do conceito de globalização e seus desdobramentosno
comportamento alimentar. Podemos dizer que a globalização é um dos processos de
aprofundamento da integração econômica, social, cultural e política, que vêm impulsionando o
mundo, principalmente considerando as facilidades de transporte e difusão de informações,
produtos e interação entre as pessoas.
A PASTEURIZAÇÃO DA ALIMENTAÇÃO FOI UM DOS
DESDOBRAMENTOS DA GLOBALIZAÇÃO, MAS, ALÉM
DISSO, FEZ COM QUE A ALIMENTAÇÃO ATUAL
VENHA PASSANDO POR UM PROCESSO DE
DISTANCIAMENTO HUMANO EM RELAÇÃO AOS
ALIMENTOS. NA PRÁTICA, ISSO SIGNIFICA DIZER
QUE CADA VEZ MENOS AS PESSOAS TÊM O
ENTENDIMENTO DA ORIGEM, DESTINO E DOS
PROCESSOS QUE ENVOLVEM A ALIMENTAÇÃO DE
FORMA SISTÊMICA.
 
Fonte: Shutterstock.
 Pasteurização da alimentação.
Em decorrência de novas demandas geradas pelo modo de vida urbano, é imposta ao
comensal a necessidade de reequacionar sua vida conforme as condições das quais dispõe:
tempo, recursos financeiros, locais disponíveis para se alimentar, local e periodicidade das
compras etc. As soluções foram capitalizadas pela indústria e pelo comércio, apresentando
alternativas adaptadas às condições urbanas e delineando novas modalidades na forma de
comer, o que, certamente, contribui para mudanças no consumo alimentar.
Outro ponto importante para pensar a relação entre globalização e alimentação versa sobre a
crescente preocupação com o desaparecimento de saberes, hábitos e práticas culturais dos
povos tradicionais. Buscando frear esse processo e preservar as diversas especificidades
regionais do mundo a partir dos anos 1990, a UNESCO passou a salvaguardar esses saberes
como patrimônios imateriais.
PATRIMONIALIZAÇÃO É O CONCEITO QUE NASCE A
PARTIR DA FORMAÇÃO DOS ESTADOS NACIONAIS
DA EUROPA, QUE SÃO OS PAÍSES EUROPEUS DA
FORMA QUE CONHECEMOS HOJE, MAS QUE SE
CONSOLIDARAM EM TORNO DESSA IDEIA NO INÍCIO
DO SÉCULO XX. NO MOMENTO EM QUE HÁ A
FORMAÇÃO DA IDEIA DE NAÇÃO, SURGE TAMBÉM A
PREOCUPAÇÃO EM PRESERVAR OS SÍMBOLOS
NACIONAIS E A NOÇÃO DE PATRIMÔNIO. NESSE
MOMENTO INICIAL E DURANTE UM LONGO PERÍODO,
A IDEIA DE PATRIMÔNIO ESTEVE LIGADA À
MONUMENTALIZAÇÃO, A CONJUNTOS
ARQUITETÔNICOS E ARTEFATOS HISTÓRICOS.
ELEMENTOS LIGADOS À ALIMENTAÇÃO ATÉ ENTÃO
NÃO ERAM ABARCADOS NESSE CONTEXTO.
Quando a UNESCO cria a possibilidade de salvaguardar patrimônios imateriais, povos e
saberes tradicionais passam a ter a possibilidade de serem vistos como novos sujeitos de
direito. Ao mesmo tempo em que a comida é vista como patrimônio, também se configura
como um espaço de disputa ideológica.
ALIMENTAÇÃO, IDENTIDADE CULTURAL E
PATRIMÔNIO
Povos tradicionais são designações coletivas de povos que se autodefinem a partir de seus
valores, elementos e tradições culturais em comum. São grupos culturalmente diferenciados
que se reconhecem como tais, que possuem formas próprias de organização social, que
ocupam e usam territórios e recursos naturais como condição para sua reprodução cultural,
social, religiosa, ancestral e econômica. Esses povos são constituídos em função de
conhecimentos, saberes e práticas gerados e transmitidos pela tradição coletiva. A
manutenção de seus valores fundamentais é, por si só, uma ruptura com a atitude colonialista
homogeneizante, fortalecida pela globalização. Exemplos de povos tradicionais: comunidades
quilombolas e tribos indígenas.
Cultura é o conjunto de signos, costumes e hábitos transmitidos e compartilhados por
determinados grupos sociais, elementos que os conferem identidade. Quando se trata de
alimentação, estamos falando sobre a cultura alimentar de um povo que não é algo estático,
mas está em constante diálogo entre transformações e permanências. Diante da crescente
homogeneização dos hábitos alimentares, como preservar culturas alimentares tradicionais?
Como garantir a autenticidade desses saberes?
As culturas alimentares tradicionais de determinadas regiões e povos tradicionais constituem
patrimônios imateriais. Em diferentes lugares do mundo, estão crescendo movimentos em prol
do tombamento dos hábitos tradicionais de alimentação. Isso significa dizer que há uma
escolha de elementos emblemáticos ou mais característicos dessa cultura alimentar. Assim, o
conjunto desses elementos dão corpo à cultura alimentar e por meio de sua representatividade
tradicional e fidelidade histórico-cultural, passam a compor um referencial identitário. Isto
significa dizer que a cultura alimentar é também um elemento de identidade de um povo.
 Tacacá, prato tradicional do Pará.
 
Fonte: Shutterstock.
A importância dessa vinculação entre o que se come e quem preserva os saberes em torno
desse comer é fundamental para que não haja um processo de folclorização dessa comida,
com o progressivo deslocamento dos ingredientes ou preparos em relação aos povos que os
constituem.
 EXEMPLO
A Baunilha do Cerrado, tradicionalmente, produzida pela comunidade quilombola Kalunga, foi
registrada com uma patente dissociada de seus tradicionais produtores por um famoso chef de
cozinha paulista. Nesse sentido, o risco do foco no patrimônio e não na coletividade que o
produz pode descolar o sentido simbólico original do alimento. No caso dos Kalungas, a
baunilha é um elemento medicinal, já para o chef paulista, a mesma baunilha vai ser
patenteada como um produto gastronômico com potencial de alta rentabilidade de mercado.
Podemos dizer que a tradição é um resquício do passado, capaz de conservar ao longo do
tempo elementos identitários de grupos culturais. O caráter dinâmico da cultura permite
ressignificações ao longo do tempo a partir das diferentes influências socioculturais externas
que sofrem. A cultura imaterial é um objeto vivo, em que práticas e manifestações culturais são
combinadas, apropriadas e ressignificadas ao longo da história. No entanto, é possível a
preservação de seus signos culturais fundamentais por meio da salvaguarda enquanto
patrimônio imaterial, desde que associada aos povos tradicionais que as compõe.
CONTEMPORANEIDADE E TENDÊNCIAS
Contemporâneo é uma expressão que faz referência ao que é do mesmo tempo que vivemos.
Designa quem ou o que partilha o mesmo tempo, o mesmo período. Faz referência à época
presente, o tempo atual e ao indivíduo do nosso tempo. Em relação à alimentação, podemos
dizer então que contemporâneo se refere à alimentação do nosso tempo presente. Relaciona-
se o que é mais recente ao que está mais próximo de nós, ou ainda o que tem tendência a
inovações ainda não consagradas pelo uso.
A palavra tendência também é amplamente utilizada quando o assunto é alimentação
contemporânea, em que podemos entender como uma inclinação ou preferência por
determinadas coisas. O termo também permite fazer referência à força que imprime
determinado movimento ou orientação. Além disso, tendência alimentar também é usado como
sinônimo de moda, no sentido de se tratar de uma espécie de mecanismo social que regula as
escolhas das pessoas. Uma tendência é um estilo ou um costume que marca ou uma época
determinada ou uma localidade.
Podemos definir tendência gastronômica como um movimento criativo e inovador que começa
a refletir os anseios da sociedade e seus desejos de mudança relacionada ao futuro da
gastronomia.
Determinam-se novos padrões de condutas e comportamentos que serão seguidos. Cria-se
estilo e direcionamento aos profissionais da área que se apresentam como experimentadores e
reguladores dos ideais gerados, a fim de estabelecer padrões que beneficiem o mercado
vigente.
Assim, cozinha contemporânea, cozinha atual ou cozinha criativa é o movimento que denota
que comida, moda e tendências se alternam entre diferentes experimentos de se realizar
pratos. Tipos de culinária são absorvidos e criados, visando atender às demandas sociais da
atualidade.
Podemos dizer que dois grandes elementos caracterizadores das tendências gastronômicas
contemporâneas são a globalização e a regionalização. Ao mesmo tempo em que se busca
referenciar a cozinha do próprio país e suas raízes, cada vez mais acombinação destes, com
elementos da culinária de povos diferentes, faz-se presente. Observa-se o destaque recente da
comida japonesa, tailandesa, mexicana, peruana e turca, em muitos lugares, além dos
restaurantes ditos típicos, simplesmente misturando-se às comidas locais. Um restaurante
brasileiro do tipo buffet pode ser um bom exemplo: ele oferece sushi, prato típico da culinária
japonesa, ao mesmo tempo que oferece pratos de culinárias típicas do Brasil, como um feijão
tropeiro, um bobó de camarão e até mesmo um churrasco à gaúcha.
 
autor/shutterstock
GLOBALIZAÇÃO
Presença da comida japonesa nos buffets de restaurante brasileiro

 
autor/shutterstock
REGIONALIZAÇÃO
Exemplo de comida regional, Churrasco à moda gaúcha
Apesar de muito termos falado sobre hábitos alimentares urbanos, é importante ressaltar que a
influência de um novo padrão de alimentação, trazido pela globalização, também alcançou as
populações que vivem nas áreas rurais. É fundamental que os futuros profissionais de saúde
saibam disso, pois a zona rural também precisa ser compreendida como uma das áreas de
abrangência de seu trabalho. Infelizmente, quando olhamos para os hábitos alimentares do
campo, percebemos que, embora conectados à terra, muitos agricultores tendem a não
consumir mais os alimentos da sua produção. Isso tem uma conexão direta com as estratégias
de distribuição adotadas pela indústria de ultraprocessados que apontamos no módulo anterior.
Assim, diversas famílias de agricultores vêm mudando seus hábitos e, ao invés de consumir os
produtos in natura, passaram a apenas comercializá-los em troca de produtos alimentícios
industrializados. Com isso, os hábitos alimentares dessas regiões agrícolas vêm apresentando
um padrão de consumo que mescla alimentos da terra e alimentos ultraprocessados.
OU SEJA, TANTO NAS CAPITAIS QUANTO NAS ÁREAS
RURAIS, ESTAMOS ASSISTINDO A UMA MUDANÇA DE
HÁBITOS COM O CRESCIMENTO DE UM REPERTÓRIO
COM BAIXO CONSUMO DE FRUTAS, LEGUMES,
VERDURAS E LATICÍNIOS E ALTO CONSUMO DE
ALIMENTOS RICOS EM GORDURAS SATURADAS,
SAIS E AÇÚCARES.
Durante o último século, com o avanço da pasteurização da alimentação, podemos dizer que a
diversificação de produtos, as cozinhas tradicionais, os hábitos regionais e seus pratos típicos,
vêm perdendo espaço para uma cozinha mais industrial, automatizada, embalada. Isso se
constitui um conceito chamado de desenraizamento da alimentação. Um exemplo disso é
que hoje é possível encontrar pratos típicos de qualquer parte do mundo fora de seus locais e
povos originários. Além disso, os alimentos, que antes eram sazonais nos países
desenvolvidos, são agora oferecidos durante todo o ano.
A DESTERRITORIALIZAÇÃO DO ALIMENTO DIFUNDE-
O EM ESCALA MUNDIAL. NA PRÁTICA, PODEMOS
VER ISSO COM A MUNDIALIZAÇÃO DA CAIPIRINHA
BRASILEIRA, OU COM A POSSIBILIDADE DE SE
ENCONTRAR UM BLUE BERRY, FRUTO TRADICIONAL
DO HEMISFÉRIO NORTE, NO BRASIL, A QUALQUER
MOMENTO DO ANO.
 
Fonte: Shutterstock.
MODERNIDADE ALIMENTAR
O conceito de modernidade alimentar sintetiza e representa os impactos que a alimentação
tem sofrido em função das transformações sociais, econômicas e culturais ocorridas na
sociedade contemporânea. É claro que os alimentos não se deslocam sozinhos pelos canais.
Esse fluxo é controlado por indivíduos e grupos sociais que agem de acordo com suas próprias
lógicas, sejam elas familiares, religiosas, econômicas ou profissionais. A compreensão do que
representa a modernidade alimentar é um exemplo da contribuição que a sociologia e a
antropologia podem oferecer para os estudos de Nutrição.
Sem dúvida, o crescimento mundial da Gastronomia e sua espetacularização por meio da
difusão cada vez maior de programas de TV, séries e reality shows é um grande combustível
para isso. Esse movimento, em conjunto com a publicidade, acaba por gerar novos referenciais
e elementos de desejo e consumo em torno da alimentação, além de alavancar determinadas
tendências. Vivemos a era das “gourmetizações”, que não se restringem ao universo televisivo,
mas incorporam e promovem novos hábitos e signos culturais. Hoje, há um aumento
expressivo do uso da expressão gourmet como distintivo de qualidade em produtos,
preparações e estabelecimentos. No entanto, é claro que um olhar mais atento para estes
“selos de qualidade” nos mostra que, em sua grande maioria, são mais uma moda
contemporânea, e não uma transformação de qualidade alimentar de fato.
Outra tendência de grande relevância no campo da Nutrição é a demanda cada vez mais
crescente por produtos associados a valores simbólicos de saudabilidade, os chamados
produtos fit. Essa moda alimentar pode ser percebida por meio da incrementação de
suplementos em alimentos tradicionais, como no caso de brigadeiros de whey protein, ou ainda
no boom das chamadas “marmitas funcionais”.
 
Fonte: Shutterstock.
O fato é que a alimentação funcional é uma tendência crescente em todo o mundo e não seria
diferente no Brasil. Assim como a “moda gourmetizadora”, a “moda funcional” nem sempre está
atrelada à qualidade do produto. O grande problema disso e que, de certa forma, envolve o
campo da Nutrição, é que algumas dessas tendências alimentares podem colocar em risco a
saúde. Isso porque cada vez mais cresce o número de grupos de mensagem, perfis em mídias
sociais e associações comerciais que exploram estas tendências sem haver de fato uma
orientação certificada de um profissional de nutrição gabaritado e, principalmente,
comprometido com os princípios éticos apregoados pelo Conselho Federal que regulamenta a
profissão do Nutricionista (CFN). Por isso, é tão importante, ao longo da formação e exercício
profissional, estar atento a estes movimentos e se posicionar de forma a fornecer ferramentas
eficazes na promoção da saúde e alimentação nutricionalmente adequada.
PRAZERES À MESA
Um dos movimentos contemporâneos em relação ao comer está ligado ao crescimento das
preocupações hedônicas de consumo. Podemos definir hedonismo como uma corrente
filosófica que percebe no prazer um bem supremo, um objeto da vida a ser alcançado. Essa
corrente está conectada à ideia difundida desde a Antiguidade de que devemos aproveitar a
vida, do latim, carpe diem. Nesta máxima, os indivíduos procuram cada vez mais conectar o
consumo a uma busca por prazeres, construção de memória, viver uma experiência. Essa
tendência é refletida em diversos aspectos da vida e, em relação à alimentação, não é
diferente. Isso acaba levando muitas pessoas a olharem para a comida buscando a construção
ou experimentação ligada ao prazer de comer. A onda de glamourizações e “gourmetizações”
do comer, nesse sentido, a dimensão simbólica dos alimentos ganha mais força e sentido em
relação a aspectos concretos do alimentar-se.
Destaca-se o fato de que não só a construção de comidas mais sofisticadas compõe esse
cenário, mas também todo um conjunto de tendências simbólicas do comer, associadas à
busca pelo prazer. A vinculação de comidas a marcas e empresas específicas, a super
valorização de restaurantes e de chefs de cozinha. A contemporaneidade incorpora ao comer a
ideia de estilo, marca, distinção.
 COMENTÁRIO
O conceito de distinção social faz parte das Ciências Sociais como um marcador de
diferenças entre grupos dentro de uma mesma sociedade. A aplicação desse conceito no
campo da alimentação nos ajuda a entender os valores hierárquicos atribuídos a determinados
alimentos, preparações, pessoas e estabelecimentos alimentícios.
CONSUMO, ESTÉTICA E PERCEPÇÕES
CONTEMPORÂNEAS DO CORPO
Além das transformações e particularidades que a contemporaneidade imprime na dimensão
social ou coletiva, é importante conhecermos, também, os impactos e influências no âmbito
individual. As novas relações de consumo trouxeram consigo novos olhares para o corpo, que,
mesmo operando em escala individual, precisam ser entendidas em diálogo com a sociedade.
São os fenômenos e as tendências contemporâneas que trazem novas estéticasde consumo.
É preciso destacar o protagonismo do corpo e a construção e reforço de padrões estéticos
contemporâneos e como isso impacta na alimentação. A contemporaneidade trouxe consigo o
nascimento e o crescimento da moda como uma indústria. Junto a isso, tivemos o desenho de
padrões estéticos de como seriam “corpos ideais”. A problemática disso é que os seres
humanos compõem uma massa heterogênea de formas, cores e características corporais. O
estabelecimento de padrões referenciais de estéticas não consegue contemplar essa
multiplicidade. Nesse sentido, a existência desses padrões cria mecanismos hierárquicos que
coloca alguns corpos como “mais aceitos e valorizados” que outros. Tudo isso impacta
diretamente na forma como as pessoas se enxergam e projetam os desejos sobre os seus
corpos e os corpos dos outros. A partir disto, o culto ao “corpo ideal” e a busca por atingir um
padrão estético, muitas vezes, desloca olhar para alimentação da promoção da saúde para a
expectativa estética.
O perigo desse deslocamento pode ser percebido na construção social coletiva do papel da
Nutrição como um campo científico de promoção de uma alimentação que possibilite alcançar
o padrão estético. Esse tipo de percepção distorcida afeta ainda o olhar para a imagem
corporal do próprio profissional de Nutrição, no sentido de que, enquanto campo que se ocupa
da alimentação, deveria estar enquadrado dentro destes padrões estéticos contemporâneos. É
importante destacar que a estética corporal não deve ser a prerrogativa defendida e praticada
pelo profissional de Nutrição, que, na verdade, é formado no compromisso com a promoção da
saúde.
Além disso, esse tipo de abordagem pode contribuir para o surgimento de distúrbios
alimentares. No desejo de atingir o “corpo ideal”, a alimentação balanceada, pautada nos
princípios da educação alimentar e nutricional e com foco na saúde, é “substituída”, dando
lugar a um modismo que pode afetar seriamente a saúde dos indivíduos. Dos distúrbios
modernos relacionados à contemporaneidade, podemos destacar a ortorexia e a vigorexia.
Podemos entender por ortorexia a obsessão excessiva por uma alimentação saudável e um
estágio que é considerado patológico.
À primeira vista, pode parecer estranho que uma alimentação saudável possa causar
problemas de saúde, contudo, em nível patológico e sem acompanhamento nutricional, a
preocupação excessiva por alimentos considerados saudáveis pode levar a importantes
restrições dietéticas.
Dentre as restrições mais comuns adotadas por pacientes que manifestam esse tipo de
distúrbio, podemos destacar a restrição obsessiva por alimentos que contenham corantes,
aromatizantes, ingredientes geneticamente modificados, e ainda todos os tipos gorduras, muito
sal ou muito açúcar. Também há o registro de distúrbios de comportamento e convívio social,
tudo isso devido à preocupação excessiva com a alimentação.
 Ortorexia é a obsessão excessiva por uma alimentação saudável
 
Fonte: Shutterstock.
Já a vigorexia é o distúrbio ligado à preocupação e à adoção excessiva de exercícios físicos
no intuito de adquirir e manter um corpo musculoso e definido. Mais uma vez, essa patologia
também pode parecer confusa, uma vez que exercícios físicos fazem bem à saúde. Todavia,
tudo aquilo que é feito em excesso ou que tem um foco exacerbado de atenção e investimento
pessoal, pode se aproximar e vir a ter características patológicas.
 
Fonte: Shutterstock.
Geralmente, a vigorexia acomete mais indivíduos do sexo masculino. Em relação à
alimentação, cabe destacar que, para atingir os objetivos do corpo musculoso desejado, a dieta
destes indivíduos normalmente é modificada, com foco na hipertrofia muscular, muitas vezes,
tendo a incrementação de suplementos e até mesmo anabolizantes.
A constante insatisfação com o próprio corpo, a exaustiva busca pela ideia de perfeição
corporal, também leva sérios problemas de convívio social, além do sofrimento pessoal. Assim
como no caso da ortorexia, muitas vezes, as pessoas acometidas pela vigorexia, não têm um
acompanhamento médico e nutricional, o que pode levar a danos à saúde.
Ambos os distúrbios são recentes e ainda não são reconhecidos pelos manuais da DSM-IV
(Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders), devido à falta de estudos clínicos sobre
o assunto. Esses manuais listam distúrbios de saúde e são usados como referências a
profissionais da área em todo o mundo.
Em virtude da novidade do reconhecimento, e por se tratarem de distúrbios ligados a
elementos associados à saúde, como as práticas alimentares saudáveis e os exercícios físicos,
o diagnóstico ainda é muito difícil de ser realizado. Na outra ponta, há também os estigmas
sobre corpos que estão fora do padrão. Paralelo ao aumento vertiginoso das estatísticas de
obesidade no mundo, o aumento dos estigmas sobre os corpos gordos cresce no mesmo ritmo.
O preconceito em relação a pessoas gordas é conhecido como gordofobia. É importante
ressaltar que se trata de um preconceito que estrutura muitas sociedades, limitando acesso,
mobilidade e empatia no olhar em relação a essas pessoas. Há um movimento crescente de
resistência que defende que o peso de uma pessoa não pode embasar nenhuma ideia pré-
concebida sobre ela.
 
Fonte: Shutterstock.
MUITOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE ATRIBUEM A
OBESIDADE COMO DIAGNÓSTICO FIM PARA MUITOS
ACOMETIMENTOS DE PESSOAS GORDAS, ANTES
MESMO DE ELABORAR UMA INVESTIGAÇÃO CLÍNICA
DO PACIENTE. ESSE QUADRO TAMBÉM TEM TRAZIDO
MUITOS PREJUÍZOS À SAÚDE DESSAS PESSOAS,
PORTANTO, CABE AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
TEREM UM OLHAR INTEGRAL SOBRE ESSES
PACIENTES, PARA ALÉM DO PESO.
Por fim, é fundamental nos atentarmos para a contemporaneidade como o tempo de conviver
em paz com nossos corpos, do jeito que eles forem. Essa é a prerrogativa defendida pela ideia
de body positive. O fundamental é que todos os indivíduos possam ter garantias de segurança
alimentar e nutricional, acompanhamento médico e nutricional, bem como garantias
socioeconômicas mínimas para uma vida digna.
A PASTEURIZAÇÃO DA ALIMENTAÇÃO
VERSUS A IMPORTÂNCIA DO GUIA
ALIMENTAR DA POPULAÇÃO BRASILEIRA.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. É INEGÁVEL QUE A GLOBALIZAÇÃO TROUXE MUITAS
TRANSFORMAÇÕES NAS CULTURAS ALIMENTARES LOCAIS. PODEMOS
DIZER QUE VIVEMOS UM MOMENTO DE DISTANCIAMENTO EM
RELAÇÃO AO ALIMENTO. SOBRE ISSO, PODEMOS AFIRMAR QUE:
A) As pessoas estão perdendo o conhecimento sobre a origem, o destino e os processos que
fazem parte da alimentação, para muitos a comida vem da prateleira do mercado.
B) A globalização conectou as pessoas de todo o mundo e as mantêm cada vez mais
conectadas com o campo, a agricultura e as transformações sociais.
C) A internet foi fundamental para o acesso dos menos favorecidos a gêneros alimentícios de
qualidade, contribuindo para a diminuição da fome mundial.
D) A agricultura familiar é a prática mais valorizada do sistema de alimentação e só foi possível
graças à globalização.
2. A CONTEMPORANEIDADE TROUXE IMPACTOS DE DIMENSÕES
COLETIVAS E INDIVIDUAIS, TRANSFORMANDO PROFUNDAMENTE A
ALIMENTAÇÃO E AS RELAÇÕES COM O CORPO. SOBRE OS IMPACTOS
INDIVIDUAIS DA ALIMENTAÇÃO CONTEMPORÂNEA, ASSINALE A
ALTERNATIVA ABAIXO.
A) Cada vez mais os corpos são aceitos do jeito que são, o que tem levado ao
desaparecimento de distúrbios alimentares.
B) As crianças hoje já nascem conectadas, isso faz com que elas tenham desde cedo o
entendimento da alimentação como sistema e uma forte conexão com a terra.
C) A gordofobia é mais uma invenção contemporânea de lamentação e vitimização das
minorias.
D) A modernidade trouxe a emergência de novos distúrbios alimentares como a ortorexia e a
vigorexia.
GABARITO
1. É inegável que a globalização trouxe muitas transformações nas culturas alimentares
locais. Podemos dizer que vivemos um momento de distanciamento em relação ao
alimento. Sobre isso, podemos afirmar que:
A alternativa "A " está correta.
 
A população está se distanciando do alimentoe perdendo a conexão com o campo e com todo
o sistema alimentar, focando apenas no consumo. Por conta do distanciamento do campo
gerado pela globalização, as pessoas têm cada vez mais dificuldade de se conectar com a
origem dos alimentos.
2. A contemporaneidade trouxe impactos de dimensões coletivas e individuais,
transformando profundamente a alimentação e as relações com o corpo. Sobre os
impactos individuais da alimentação contemporânea, assinale a alternativa abaixo.
A alternativa "D " está correta.
 
Sobre a dimensão individual dos impactos da globalização é importante perceber a existência
de novos distúrbios alimentares, como a vigorexia e a ortorexia.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A contemporaneidade trouxe transformações profundas na organização social, desdobrando
impactos na alimentação humana. O aumento da presença das mulheres no mercado de
trabalho, a mecanização do campo, o crescimento da indústria alimentícia são alguns dos
exemplos destes impactos. A alimentação também foi incorporando o ritmo acelerado dos
novos tempos, com isso, temos cada vez menos tempo para preparar nossa própria comida e
mesmo para comermos juntos. O Guia Alimentar para a população Brasileira surgiu em 2014,
trazendo propostas de reflexão e mudança desses hábitos contemporâneos.
A globalização alimentar cada vez mais crescente, capitaneada por hábitos norte-americanos
de alimentação industrial, estão levando a uma pasteurização da cultura alimentar. Isso
significa dizer que a cada ano que passa estamos perdendo a nossa identidade alimentar, no
caso do Brasil, nossa diversidade cultural alimentar, em função da imposição cultural e
ideológica de hábitos contemporâneos. Todas essas transformações têm impactos coletivos e
individuas, que geram distúrbios no olhar e tratamento com os corpos. O que precisamos nos
perguntar é o quão isso nos faz bem e o quão nos faz mal para que possamos encontrar um
equilíbrio nas relações alimentares no Brasil e no mundo, com objetivo de promoção da saúde,
física, mental e cultural.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Diagnostic and Statistical Manual of Mental
Disorders, Fifth Edition (DSM-V). Arlington, VA: American Psychiatric Association, 2013.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção
Básica. Guia alimentar para a população brasileira. 2. ed. Brasília: Ministério da Saúde,
2014.
CASTRO, J. Geografia da Fome. Rio de Janeiro: O Cruzeiro, 1946.
DIEZ GARCIA, R. W. Reflexos da globalização na cultura alimentar: considerações obre as
mudanças na alimentação urbana. Revista de Nutrição, v. 16, n. 4, p. 483-492, 2003.
KAUFMANN, M. P.; KUBO, R. R. As Guerras Alimentares no Mundo Globalizado.
Desenvolvimento em Questão, v. 18, n. 50, p. 343-349, 2020.
SOBRAL, J. M. Globalização alimentar, identidades e culinária. Estudos sobre a
globalização. p. 371-395, 2016.
EXPLORE+
Para conhecer mais sobre o tema dos alimentos transgênicos e globalização, vale a pena
conferir o artigo da professora Anna Beatriz Nunes Avelino, Os alimentos geneticamente
modificados no contexto da globalização e da sociedade de risco.
Para conhecer mais sobre alimentação, globalização e desigualdades, vale a pena ouvir
o podcast Prato Cheio, do grupo o Joio e o Trigo, especialmente o episódio Pobre como
qualquer coisa.
Para saber mais sobre distúrbios alimentares, vale a pena ler o artigo da professora
Jordana Vilanova Arozi, Ortorexia e vigorexia: avaliação de comportamento de risco em
estudantes de educação física e nutrição.
CONTEUDISTA
Lourence Cristine Alves
 CURRÍCULO LATTES

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