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Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA Metabolismo do Cálcio Relaciona-se com o metabolismo do fosfato, bem como a formação de ossos e dentes, regulação da vitamina D, paratormônio e calcitonina. Cálcio ● Fundamental em processos fisiológicos, incluindo a contração dos músculos esqueléticos, cardíacos e lisos, a coagulação sanguínea e a transmissão de impulsos nervosos. ● A maior parte do cálcio, cerca de 98,9%, encontra-se nos ossos. Absorção e excreção Cátions divalentes, como o cálcio, são mal absorvidos pelo intestino. ● Vitamina D promove absorção. ● Maior parte excretada nas fezes. Ossos Composição = matriz orgânica resistente, fortalecida por depósitos de sais de cálcio. ● Hidroxiapatita = Ca10(PO4)6(OH)2 ● Presença de magnésio, sódio, potássio e carbonato. As concentrações de íons cálcio e fosfato no líquido extracelular são, consideravelmente, maiores que as necessárias para causar a precipitação da hidroxiapatita. Contudo, existem inibidores presentes em quase todos os tecidos do corpo, bem como no plasma, para evitar tal precipitação, um desses inibidores é o pirofosfato. Calcificação óssea ● Estágio inicial → secreção de moléculas de colágeno e produção da substância fundamental por osteoblastos. ● Os monômeros de colágeno passam por rápida polimerização, formando fibras colágenas. → Tecido resultante transforma-se em osteóide. ● No momento em que o osteóide é formado, certa quantidade de osteoblastos vem a ser encarcerada no osteóide e fica quiescente. Nesse estágio, essas células recebem o nome de osteócitos. ● Dentro de alguns dias após a formação do osteóide, os sais de cálcio começam a se precipitar nas superfícies das fibras colágenas. Os precipitados aparecem primeiro espaçados ao longo de cada fibra colágena, constituindo ninhos, que se multiplicam e se desenvolvem rapidamente no período de alguns dias a semanas, até formar o produto final, os cristais de hidroxiapatita. ● Os sais iniciais de cálcio a serem depositados não são cristais de hidroxiapatita, mas compostos amorfos. Por meio de um processo de substituição e adição de átomos, ou reabsorção e nova precipitação, esses sais são convertidos em cristais de hidroxiapatita, em semanas ou meses. Certa porcentagem pode permanecer para sempre na forma amorfa, podendo ser absorvidos com rapidez, quando houver necessidade de cálcio extra no líquido extracelular. 🦴 PTH estimula a atividade dos osteoclastos e a ressorção óssea por meio de mecanismo indireto → células osteoclásticas de reabsorção óssea não apresentam receptores para esse hormônio. ● Os osteoblastos indicam aos precursores osteoclastos que formam osteoblastos maduros. → Duas proteínas de osteoblastos responsáveis por essa sinalização são 1 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA o ativador de receptor para o ligante B do fator nuclear k (RANKL) e o fator estimulador de colônias de macrófagos. ● O PTH se liga a receptores nos osteoblastos adjacentes, que estimulam a síntese de RANKL, também chamado ligante de osteoprotegerina (OPGL). ● O RANKL se liga aos seus receptores RANK nas células pré-osteoclastos, fazendo com que eles se diferenciem em osteoclastos multinucleados maduros. ● Os osteoclastos maduros, então, desenvolvem uma borda pregueada e liberam enzimas e ácidos que promovem a ressorção óssea. ● Os osteoblastos também produzem osteoprotegerina (OPG), por vezes denominado fator de inibição da osteoclastogênese, citocina que inibe a reabsorção óssea. Com exceção dos ossos em crescimento, a deposição e a absorção ósseas costumam ser equivalentes entre si, de modo que a massa total de tecido ósseo permanece constante!!! ● A deposição óssea pode sofrer influencias, como do estresse, alterando o formato do osso e tornando-o quebradiço e frágil. Vitamina D ● Aumenta a absorção de cálcio intestinal, além de apresentar efeitos na deposição e absorção óssea. ● Passa por reações, no fígado e nos rins, até se converter no seu produto ativo: 1,25-di-hidroxicolecalciferol ● D3 → colecalciferol → formada na pele → irradiação do 7-desidrocolesterol, substância presente normalmente na pele pelos raios ultravioleta provenientes do sol. ● O primeiro passo na ativação do colecalciferol é convertê-lo em 25-hidroxicolecalciferol, o que ocorre no fígado. Posteriormente, é convertido em 1,25-di-hidroxicolecalciferol nos túbulos proximais dos rins, com ação do PTH. ● A concentração plasmática do 1,25-di-hidroxicolecalciferol é inversamente influenciada pela concentração do cálcio no plasma. Assim, o cálcio iônico apresenta ligeiro efeito de impedir a conversão de 25-hidroxicolecalciferol em 1,25-di-hidroxicolecalciferol e a secreção do PTH é muito suprimida quando a concentração plasmática do cálcio iônico se eleva acima de 9 a 10 mg/100 mL. Ações ● Receptores da vitamina D estão presentes na maioria das células do corpo, estando localizados no núcleo das células-alvo. ● Promove a absorção intestinal de cálcio → aumento da formação de calbindina, uma proteína ligante do cálcio, nas células epiteliais intestinais. Essa proteína atua na borda em escova dessas células para transportar o cálcio para o citoplasma celular. o O cálcio desloca-se através da membrana basolateral da célula por difusão facilitada. o Outros efeitos que podem ter participação no estímulo da absorção de cálcio incluem a formação de adenosina trifosfatase estimulada pelo cálcio na borda em escova das células epiteliais e fosfatase alcalina nas células epiteliais. ● Promove a absorção de fosfato pelos intestinos. Embora o fosfato geralmente seja absorvido com facilidade, o fluxo desse elemento através do epitélio gastrointestinal é intensificado pela vitamina D. ● Diminui a excreção renal de cálcio e fosfato 2 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ● Desempenha papéis relevantes na absorção e na deposição ósseas. A administração de quantidades extremas dessa vitamina provoca a absorção do osso. Na ausência da vitamina mencionada, o efeito do PTH na indução da absorção óssea é bastante reduzido ou até mesmo impedido. A vitamina D em quantidades menores promove a calcificação óssea. Paratormônio Representa um mecanismo potente no controle das concentrações extracelulares de cálcio e fosfato, a partir da reabsorção intestinal, da excreção renal e do intercâmbio desses íons entre o líquido extracelular e o osso. Síntese ● Sintetizado primeiro nos ribossomas na forma de pré-pró-hormônio → passa pela primeira clivagem, transformando-se em pró-hormônio no próprio hormônio pelo retículo endoplasmático e pelo complexo de Golgi → armazenado em grânulos secretores no citoplasma das células. O aumento da concentração do cálcio é ocasionado pelo aumento na absorção de cálcio e de fosfato a partir do osso e pela diminuição da excreção de cálcio pelos rins. A redução da concentração de fosfato é provocada pelo intenso efeito do PTH em elevar a excreção renal desse elemento — efeito amplo o suficiente, a ponto de superar o aumento da absorção óssea do fosfato. Fase rápida da mobilização de cálcio e fosfato do osso ● Remoção dos sais ósseos da matriz nas proximidades dos osteócitos e nas adjacências dos osteoblastos presentes ao longo da superfície óssea. ● Osteoblastos e osteócitos formam um sistema de células interligadas e disseminadas pelo osso e por todas as superfícies ósseas, exceto nas pequenas áreas superficiais adjacentes aos osteoclastos. ● Sistema de membrana osteocítica ○ Longos e delgados processos se estendem de osteócito para osteócito por toda a estrutura óssea → se unem aos osteócitos e osteoblastos da superfície. ○ Produz uma membrana de isolamento entre o osso e o líquido extracelular. ○ Líquido ósseo → entre a membrana osteocítica e o osso. ○ A membrana osteocítica promove o bombeamento dos íons cálcio do líquido ósseo para o extracelular→ quando excessivamente ativada, a concentração de cálcio no líquido ósseo declina ainda mais, e então os sais de fosfato decálcio são liberados do osso → osteólise → ocorre sem absorção da matriz fibrosa e gelatinosa do osso. ○ Quando a bomba é inativada, a concentração de cálcio no líquido ósseo sobe ainda mais, ocorrendo nova deposição dos sais de fosfato de cálcio na matriz. As membranas celulares, tanto dos osteoblastos como dos osteócitos, têm receptores protéicos para a ligação do PTH. Esse hormônio, por sua vez, pode ativar intensamente a bomba de cálcio, causando a rápida remoção dos sais de fosfato de cálcio dos cristais ósseos amorfos, situados junto às células. Ele estimula essa bomba através do aumento da permeabilidade do cálcio da fração do líquido ósseo da membrana osteocítica, o que permite a difusão até as membranas celulares do líquido ósseo. Então, a bomba de cálcio, presente do outro lado da membrana celular, transfere os íons cálcio para o líquido extracelular no restante do percurso. Fase lenta da reabsorção óssea e liberação do fosfato de cálcio ● Osteoblastos e os osteócitos ativados emitam sinais secundários para os osteoclastos → ativação de receptores nas células pré-osteoclastas → osteoclastos maduros. ● A ativação do sistema osteoclástico ocorre em dois estágios → ativação imediata dos osteoclastos já formados e formação de novos osteoclastos. ● Alguns dias de excesso de PTH costumam levar ao desenvolvimento satisfatório do sistema osteoclástico, mas esse crescimento pode continuar durante meses sob a influência de intensa estimulação por tal hormônio. ● Após alguns meses de níveis excessivos de PTH, a ressorção osteoclástica pode levar ao enfraquecimento ósseo e à estimulação secundária dos osteoblastos, na tentativa de corrigir a condição enfraquecida do osso. → efeito tardio consiste na intensificação das atividades osteoblástica e osteoclástica → mesmo nos estágios tardios, ocorre mais absorção óssea, em comparação à deposição, na presença de um excesso contínuo de PTH. 3 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA A administração de PTH causa a rápida perda de fosfato na urina, devido ao efeito do hormônio em reduzir a reabsorção tubular proximal dos íons fosfato. Ele também aumenta a reabsorção tubular renal do cálcio. Além disso, esse hormônio eleva a reabsorção dos íons magnésio e hidrogênio, enquanto reduz a reabsorção de íons sódio, potássio e aminoácidos, do mesmo modo como influencia o fosfato. A absorção elevada de cálcio ocorre, em grande parte, nos túbulos distais finais, nos túbulos coletores, nos ductos coletores iniciais e possivelmente, em menor escala, na alça ascendente de Henle. Grande parte do efeito do PTH em seus órgãos-alvo é mediada pelo mecanismo do AMPc → concentração do AMPc aumenta nos osteócitos, osteoclastos e em outras células-alvo. → AMPc responsável pela secreção osteoclástica de enzimas e ácidos que causa a reabsorção óssea e pela formação do 1,25-di-hidroxicolecalciferol nos rins. Qualquer redução do cálcio iônico no líquido extracelular faz com que as glândulas paratireoides aumentem sua secreção. → Em caso de persistência do declínio da concentração de cálcio, as glândulas passarão por hipertrofia. ● Alterações na concentração de íons de cálcio no líquido extracelular são detectadas por um receptor sensível → acoplado à proteína G → quando estimulado por íons de cálcio, ativa a fosfolipase C e aumenta o inositol 1,4,5-trifosfato intracelular e a formação de diacilglicerol → estimula a liberação de cálcio dos estoques desse íon→ diminuem a secreção de PTH. Calcitonina ● Hormônio peptídico secretado pela glândula tireoide e que tende a diminuir a concentração plasmática do cálcio. ● Síntese e a secreção ocorrem nas células parafoliculares, ou células C, situadas no líquido intersticial entre os folículos da glândula tireoide. O aumento da concentração plasmática do cálcio estimula a secreção de calcitonina. ● O principal estímulo para a secreção de calcitonina é a elevação da concentração de cálcio iônico no líquido extracelular. ● Mecanismo mais fraco do que com o PTH. A calcitonina diminui a concentração sanguínea do cálcio iônico com rapidez ● Efeito imediato → redução das atividades absortivas dos osteoclastos e possivelmente do efeito osteolítico da membrana osteocítica por todo o osso, desviando o equilíbrio em favor da deposição de cálcio nos sais cálcicos ósseos intercambiáveis. ● Diminuição da formação de novos osteoclastos. ● Ressorção osteoclástica do osso leva, secundariamente, à atividade osteoblástica → declínio da quantidade de osteoclastos é seguido pela queda do número de osteoblastos. → Resultado efetivo é a redução nas atividades osteoclástica e osteoblástica, por longo período, e, portanto, efeito pouco prolongado na concentração plasmática do cálcio iônico. 4