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Primeira Semana do Desenvolvimento Humano • A primeira semana do desenvolvimento humano tem início com a fecundação, originado o óvulo e posteriormente zigoto até o início de sua implantação, processo denominado nidação. • Após as 24 horas inicias de fertilização, o zigoto inicia o processo de clivagem. CLIVAGEM: • A clivagem consiste em divisões mitóticas repetidas do zigoto, resultando em um rápido aumento do número de células. • As células embrionárias formadas com a clivagem - os blastômeros - tornam-se menores a cada divisão. • A clivagem ocorre normalmente quando o zigoto passa pela tuba uterina em direção ao útero. • Vale lembrar que neste estágio o zigoto ainda possui uma espessa zona pelúcida, que tem o papel de filtrar as secreções das glândulas uterinas que nutrem o zigoto enquanto não há placenta. • Vale ressaltar também que nos mamíferos o tipo de clivagem realizada é a holoblástica igual e que os ovos são classificados como alécitos (pouco vitelo). • A zona pelúcida tem importância não apenas na nutrição do zigoto, mas também permite que este sofra as clivagens sem aumentar de tamanho, mantendo os blastômeros unidos. • Até 8 blastômeros o arranjo celular é dito frouxo. • Após o número de 8 blastômeros, o zigoto sofre o processo de compactação, formando adesões entre as células. • Duas glicoproteínas estão envolvidas no processo de compactação: • Uvomorulina (E - caderina): atua no início da compactação. • Conexina 43: atua na manutenção do processo de compactação. • A compactação permite uma maior interação célula com célula e é um pré-requisito para a segregação das células internas em uma massa celular interna ou embrioblasto. • Quando já existem de 12 a 32 blastômeros, o ser humano em desenvolvimento é chamado de mórula. • A mórula alcança o útero cerca de 3 dias após a fecundação. Não disjunção dos cromossomos: erros nas clivagens, como a não disjunção dos cromossomos, pode gerar um embrião com dupla linhagem celular. Dentre esses erros: • Mosaicismo: é dito um mosaico quando uma célula possui mais cromossomos do que outra. Isso pode afetar células germinativas, nesse caso o indivíduo não apresenta manifestação clínicas mas pode passar essa característica para as próximas gerações, é o caso da Síndrome de Klinefelter, Síndrome de Turner e Osteogênese imperfeita. Além das células germinativas, o mosaicismo pode afetar as células somáticas, neste caso há manifestação clínica, como é o caso da Síndrome de Down e de alguns cânceres. • Quimerismo: ocorre quando dois zigotos fundem suas células, originando um único indivíduo com dupla linhagem familiar. É o caso de gêmeos dizigóticos que se uniram em um único indivíduo. FORMAÇÃO DO BLASTOCISTO: • Logo após a mórula ter alcançado o útero, no 4 dia, surge no interior da mórula um espaço preenchido por fluído produzidos pelos blastomeros em compactação, a cavidade blastocística (blastocele). • O fluído dessa cavidade separa os blastômeros em duas partes: • Trofoblasto: uma delgada camada celular externa que formará a parte embrionária da placenta (cório). As células que compõe o trofoblasto possuem receptores importantes para a implantação. • Embrioblasto (massa celular interna): uma grupo de blastômeros localizados centralmente que darão origem ao embrião e contribuirão para a formação do âmnio e do saco vitelino. • A partir da formação destas duas porções celulares, a mórula ja é chamada de blastocisto. • O embrioblasto agora se projeta para a cavidade blastocística e o trofoblasto forma a parede do blastocisto. • A zona pelúcida gradualmente se degenera e desaparece, graças a uma enzima secretada pelo trofoblasto, a estripsina. • Com o desaparecimento da zona pelúcida, o blastocisto aumenta rapidamente em tamanho. • Cerca de 6 dias após a fecundação, o blastocisto adere ao epitélio endometrial, normalmente adjacente ao polo embrionário. • Para que a implantação ocorra de forma ideal é necessário uma “conversa molecular” entre trofoblasto e endométrio. Quem participa deste processo são enzimas e proteínas como fibronectina, heparan sulfato e fator de crescimento epidérmico. • Logo que ele adere ao epitélio endometrial, o trofoblasto começa a proliferar rapidamente e gradualmente se diferencia em duas camadas: • Citotrofoblasto: camada interna e única que possui células individualizadas que reveste o ovo. Possui uma alta capacidade proliferativa, dando origem ao sinciciotrofoblasto. É o citotrofoblasto que origina a porção embrionária da placenta. • Sinciciotrofoblasto: massa celular externa, sem células individualizadas, que forma uma sincício. É uma estrutura invasiva com capacidade de corroer o endométrio, graças à produção de enzimas proteolíticas. É o sinciciotrofoblasto que produz o beta-HCG, utilizado em testes de gravidez (nessa etapa, os níveis de beta-HCG ainda estão muito baixos, sendo possível mensurá-los para testes somente depois da segunda semana) • Em torno de 6 dias, os prolongamentos digitiformes do sinciciotrofoblasto se estendem para o epitélio endometrial e invadem tecido conjuntivo. • No fim da primeira semana, o blastocisto está superficialmente implantado no endométrio e obtém sua nutrição dos tecido maternos erodidos. • É também no fim da primeira semana que surge uma camada de células na superfície do embrioblasto voltada para a cavidade blastocística, o hipoblasto (endoderma primitivo).
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