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usucapião/tutela de urgência

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EXMO.(A) SR.(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DA ___VARA DE REGISTROS PÚBLICOS DA COMARCA DO RIO DE JANEIRO/RJ
QUINZINHO MACHADO DE ASSIS, nacionalidade, casado, profissão, inscrito no CPF sob. Nº X, e portador do RG nº xxxxx, endereço eletrônico, e sua esposa CAROLINA, nacionalidade, casada, profissão, inscrita no CPF sob. Nº X, e portadora da RG nº xxxxx, endereço eletrônico, residentes e domiciliados no bairro Quincas Borba, sem número, na zona rural da cidade do Rio de Janeiro/RJ, vêm perante V. Exa, por meio de seu procurador que esta subscreve, propor a presente 
AÇÃO DE USUCAPIÃO ESPECIAL RURAL COM PEDIDO LIMINAR DE TUTELA DE URGÊNCIA
	com fulcro no art. 191 da CF/88 e art. 1.239 CC, em face de CAPITU, nacionalidade, estado civil, profissão, inscrita no CPF sob. Nº X, e portadora da RG nº xxxxx, endereço eletrônico, residente e domiciliada no endereço, pelos seguintes fatos e fundamentos:
1. DA JUSTIÇA GRATUITA E DA PRIORIDADE PROCESSUAL 
Declara as partes para os devidos fins que a atual condição econômica não permite demandar em juízo sem prejuízo do seu sustento próprio e da sua família. A CF/88 dispõe que: 
Art. 5º (…) LXXIV O Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos; 
Desta forma, nos termos do artigo 5º, inciso LXXIV da Constituição Federal de 1988, consorciado com os artigos 98 a 102 do Código de Processo Civil, os autores requerem que sejam a ele concedidos os benefícios da Justiça Gratuita, e para tanto, requer a juntada da anexa declaração de pobreza.
O autor, além de fazer jus à gratuidade à justiça, tem direito na prioridade da tramitação do processo por ser pessoa idosa, conforme art. 1.048, I do CPC que diz: 
Art. 1.048. Terão prioridade de tramitação, em qualquer juízo ou tribunal, os procedimentos judiciais:
I - em que figure como parte ou interessado pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos ou portadora de doença grave, assim compreendida qualquer das enumeradas
Nascido em X, o autor atualmente tem X anos de idade, conforme demostra a cópia de sua carteira de identidade anexa, fazendo jus a tramitação prioritária, conforme previsão expressa no Estatuto do Idoso – Lei 10.741/2003 que dispõe o seguinte: 
Art. 71. É assegurada prioridade na tramitação dos processos e procedimentos e na execução dos atos e diligências judiciais em que figure como parte ou interveniente pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos, em qualquer instância 
Sendo assim, requer de imediato o benefício da prioridade na tramitação da presente demanda.
2. DOS FATOS
O Requerente, desde 10 de fevereiro de 2006, ininterruptamente, ocupa como seu, um imóvel de dois ha (hectares) devidamente registrado em nome de Capitu, situado no bairro Quincas Borba, sem número, na zona rural da cidade do Rio de Janeiro/RJ. A posse se deu sem violência ou oposição da legítima titular de domínio, onde edificou uma pequena casa de três cômodos no local.
Cumpre dizer, que o requerente apenas possui um instrumento particular de cessão de direitos possessórios com Brás Cubas (antigo possuidor que ocupou o terreno por dois anos) que deu origem à sua estada e permanência com ânimo definitivo, ali mantendo sua residência e domicílio.
Logo após a tomada de posse do imóvel, constituiu família casando-se com Carolina, com quem teve 4 filhos e ali construíram a casa e residem nela até hoje, pois não possui outro imóvel em seu nome.
Desde então criou seus 4 filhos no referido imóvel, possuindo boas relações de convivência com a vizinhança, sendo respeitado como se dono fosse pelos confrontantes Esaú e Jacó.
É importante frisar que, neste longo período, o Requerente cuidou do imóvel usucapiendo, já que durante todo esse tempo a real proprietária nunca tentou reaver o imóvel de qualquer maneiro. Inclusive tornou a terra produtiva para garantir sua subsistência e de sua família, estando até habilitado no programa da agricultura familiar criado pela Lei nº 11.326/06.
Acontece que depois de todo esse período de posse, a proprietária entendeu ter sido violada no seu direito e comunicou o requerente verbalmente para imediata desocupação do imóvel.
Nesse sentido, fica demonstrado que o interesse de agir está demonstrado na pretensão para que seja os autores declarados como dono da área e na utilidade da ação usucapião como um meio de aquisição da propriedade, pois mesmo o requerente notificando a Requerida para comunicar a prescrição aquisitiva, ela se manteve silente, razão pela qual, não resta outra opção senão recorrer às postas do Poder Judiciário. 
3. DO DIREITO E DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS
Inicialmente, há de ser ressaltado que o ordenamento jurídico brasileiro prevê a possibilidade de ação de Usucapião como forma de regularizar o registro imobiliário de imóvel urbano e rural, cuja a aquisição se deu pela ocorrência de prescrição aquisitiva, fruto de pose mansa, pacífica e ininterrupta. 
Dentre as diversas modalidades de aquisição de propriedade originária, através da usucapião, está a espécie especial, expressamente entalhada na redação do caput do art. 1.239 do Código Civil que diz:
Art. 1.239. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como sua, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra em zona rural não superior a cinqüenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade.
É o que também prevê nossa Constituição Federal de 1988:
Art. 191. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como seu, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra, em zona rural, não superior a cinqüenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade.
Tal norma assegura o direito à propriedade do imóvel, mediante usucapião especial rural, a situação fática que apresentar a junção de alguns elementos, quais sejam: 
· Imóvel rural com extensão até 50 hectares; 
· Exercício da posse sobre esse imóvel sem oposição e ininterruptamente pelo Lapso temporal de 05 anos;
· O imóvel utilizado para fins de moradia e o possuídos, mediante trabalho seu ou com auxílio da família, devem ter tornado a terra produtiva.
· Possuidor não ser proprietário de nenhum outro imóvel, seja ele rural ou urbano.
Diante dos fatos acima narrados, o autor da ação cumpri com todos os elementos exigidos ´para o direito à propriedade através de usucapião rural, sendo a situação apresentada.
O imóvel usucapiendo não é superior a 50 hectares, pois possui apenas 2 hectares, cumprindo o requisito quanto a extensão territorial.
O requerente possui a posse do imóvel desde 10 de fevereiro de 2006 de forma ininterrupta e sem oposição, totalizando 3 vezes a mais o lapso temporal exigido em lei. Além do mais, adquiriu a posse de Brás Cubas, antigo possuidor que ocupou o terreno por dois anos anterior conforme demostra o instrumento particular de cessão de direitos possessórios. Embora não seja justo título, e que essa espécie de usucapião não exija, o documento de cessão poderá ser utilizado para o cômputo de posse do antecessor. É o que prevê o art. 1.243 do CC:
Art. 1.243. O possuidor pode, para o fim de contar o tempo exigido pelos artigos antecedentes, acrescentar à sua posse a dos seus antecessores (art. 1.207), contanto que todas sejam contínuas, pacíficas e, nos casos do art. 1.242, com justo título e de boa-fé.
Sendo assim, pode se dizer que o requerente tem a posse durante 15 anos e 2 meses de forma ininterrupta. Lembrando de que devido a pandemia e com a vigência da Lei nº 14.010/20 o período de 10 de junho a 30 de outubro não pode ser computado, pois a lei propôs uma série de alterações temporárias nas relações jurídicas de direito privado, dentre as quais se encontram a suspensão do prazo de usucapião.
É o que prevê o art. 10 da Lei nº 14.010/20:
Art. 10. Suspendem-se os prazos de aquisição para a propriedade imobiliária ou mobiliária, nas diversas espécies de usucapião, a partir da entradaem vigor desta Lei até 30 de outubro de 2020.
O imóvel é usado para fins de moradia tendo como sua única residência e da família não possuindo nenhum outro imóvel, conforme demostra em pesquisas realizadas nos cartórios de imóveis da cidade.
 É também de onde vem o provento e sustento de sua família, razão pelo qual tornou a terra produtiva, cumprindo com a função social da propriedade, princípios previstos em nossa CF/88 inciso XXIII do art. 5º e do inciso III do art. 170. Como prova disso apresenta documentação referente a sua habilitação no programa da agricultura criado pela Lei nº 11.326/06.
O autor também demostra o interesse de ser dono, através de quitação dos encargos referentes ao imóvel. Não restando dúvida do direito adquirido aos autores com a clara prescrição aquisitiva, devendo ser a eles declarado como legítimos proprietários do imóvel.
4. DAS PROVAS
Com o intuito de demonstrar o direito aqui pleiteado requer produção de tais provas como depoimento pessoal dos requerentes para confirmação de boa fé e do animus domini existente.
A oitiva das testemunhas, cujo rol segue em anexo, para confirmação dos fatos aqui narrados. 
A juntada dos documentos, em especial os comprovantes de pagamento dos encargos do imóvel.
5. DA TUTELA DE URGÊNCIA CAUTELAR
O Código de Processo Civil traz a possibilidade do pedido de tutela de urgência como espécie de “antecipação dos efeitos da tutela” ligado ao pedido que envolve a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
§ 2º A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia.
Quando a Requerida se apresenta como titular do domínio, surge um grande risco iminente ao autor de perda do imóvel, e pelo fato de que ele é pessoa idosa e o imóvel é o único meio de sustento de sua família utilizando a terra para a agricultura familiar e por ser também a única residência dele e de sua família, necessitando a urgência em que seja declarado como proprietário, já que o direito à moradia é um direito assegurado constitucionalmente. 
Nas tutelas os requisitos são apenas dois: O fumus boni juris, que segundo o Código consiste na probabilidade da existência do direito e para tal faz-se o juízo da probabilidade, não a certeza, motivo pelo qual é sumária a cognição da autoridade judicial; e o Periculum in mora que consiste nos riscos de dano ou nos riscos de um resultado inútil do processo.
Sendo assim, não resta dúvida que tanto o periculum in mora quanto a fumus bonis iuris que são requisitos para a concessão de tutela de urgência de fazem presente no presente caso, devendo ser determinada a manutenção da posse ao autor garantindo o local como residência de sua família, concedendo a tutela de urgência cautelar inaudita altera parte como autoriza o CPC no seu art. parágrafo único inciso I do art. 9º:
Art. 9º Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida.
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica:
I - à tutela provisória de urgência;
Em regra, o NCPC exige que o juiz previamente ouça as partes, entretanto como observa-se, há uma exceção quando se trata de matéria de urgência.
6. PEDIDOS:
Diante de todo exposto, pedem que seja julgada procedente a presente ação declaratória, concedendo aos autores o domínio útil do imóvel em questão, sendo a sentença transcrita no Registro de Imóveis por mandado.
a. Que seja deferido a gratuidade da justiça nos termos do art. 98 do CPC e art. 5º, inciso LXXIV da CF/88;
b. Que seja concedido a tramitação prioritária no feito, por se tratar de pessoa idosa; nos termos do art. 71 da Lei nº 10.741/03.
c. O deferimento do pedido de tutela de urgência para determinar a manutenção da posse;
d. A citação da Requerida proprietária do imóvel litigioso, para responder a presente ação;
e. Requer a citação pessoal dos confinantes Jacó e Esaú por endereço certo, nos termos do §3º do art. 246 do CPC e da Súmula 391 do STF, bem como seja citada a fazenda pública, a fim de verificar eventual interesse na presente pretensão, conforme as especificações já citadas, além da intimação do Ministério Público, cuja manifestação se faz obrigatória no presente feito.
f. A publicação a publicação de edital para citação de eventuais interessados incertos e desconhecidos, consoante art. 259 do CPC, além de protestar por diligências no caso da não localização da ré, confinantes e interessados, na forma do §1º do art. 319 do CPC.
g. A ciência dos órgão estatais municipais, estaduais e da união e buscando diligências para encontrar eventuais interesses no processo como prevê o art. 319, §1º do CPC;
Pretende o autor provar os fatos apresentando por todos os meios de prova em direito admitidos, em especial, a testemunhal, documental e pericial, protestando, ainda, pela produção das demais provas que eventualmente se fizerem necessárias no curso da lide.
Dá-se à causa o valor de R$ xx. 
Nesses termos, pede deferimento.
Local, data ____ de ____de _____.				
ASSINATURA ADVOGADO
OAB Nº

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