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Processo internacional Professora Msc. Marcela Pacífico Michiles Slides: Prof. Mayra Mendonça Quais são as peculiaridades das causas com conexão internacional? Competência Aplicação do Direito estrangeiro Prova litispendência Competências das autoridades judiciais brasileiras Competência concorrente Competência exclusiva Competência internacional concorrente Art. 21. Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em que: I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil; II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação; III - o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil. Parágrafo único. Para o fim do disposto no inciso I, considera-se domiciliada no Brasil a pessoa jurídica estrangeira que nele tiver agência, filial ou sucursal. Competência internacional concorrente Compete ainda, à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações: I - de alimentos, quando: O credor tiver domicilio ou residência no Brasil O réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posses ou propriedade de bens, recebimento de renda ou obtenção de benefícios econômicos II – decorrentes de relações de consumo, quando o consumidor tiver domicílio ou residência no Brasil III - em que as partes, expressa ou tacitamente, se submeterem à jurisdição nacional Competência internacional exclusiva Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra: I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil; II - em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento particular e ao inventário e à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional; III - em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional. Jurisprudência O fato de o imóvel estar no Brasil, não impede a homologação de sentença estrangeira de partilha de bens no divórcio quando houver acordo entre as partes quanto ao referido imóvel. (STJ, SEC 878.PT) Cláusula de eleição de foro Art. 25. Não compete à autoridade judiciária brasileira o processamento e o julgamento da ação quando houver cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro em contrato internacional, arguida pelo réu na contestação. Paragrafo 1º - não se aplica o disposto no caput às hipóteses de competência internacional exclusiva prevista neste capítulo Paragrafo 2º - Aplica-se à hipótese do caput o art. 63, §§ 1º a 4º . Aplicação do direito estrangeiro É obrigatória Deve ser feita de ofício Aplicação do direito estrangeiro De quem é o ônus da prova? LINDB art.14Não conhecendo a lei estrangeira, poderá o juiz exigir de quem a invoca prova do texto e da vigência. CPC art.376 - A parte que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário provar-lhe-á o teor e a vigência, se assim o juiz determinar Convenção Interamericana, art. 2º Os juízes e as autoridades dos Estados Partes ficarão obrigados a aplicar o direito estrangeiro tal como o fariam os juízes do Estado cujo direito seja aplicável, sem prejuízo de que as partes possam alegar e provar a existência e o conteúdo da lei estrangeira invocada. Regime das provas Art.13 LINDB – A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se pela lei que nele vigorar, quanto ao ônus e aos meios de produzir-se, não admitindo os tribunais brasileiros provas que a lei brasileira desconheça Caução Art. 83. O autor, brasileiro ou estrangeiro, que residir fora do Brasil ou deixar de residir no país ao longo da tramitação de processo prestará caução suficiente ao pagamento das custas e dos honorários de advogado da parte contrária nas ações que propuser, se não tiver no Brasil bens imóveis que lhes assegurem o pagamento Caução Art. 83. CPC (...) § 1º Não se exigirá a caução de que trata o caput: I – quando houver dispensa prevista em acordo ou tratado internacional de que o Brasil faz parte; II – na execução fundada em título extrajudicial e no cumprimento de sentença; III – na reconvenção. § 2º Verificando-se no trâmite do processo que se desfalcou a garantia, poderá o interessado exigir reforço da caução, justificando seu pedido com a indicação da depreciação do bem dado em garantia e a importância do reforço que pretende obter. Litispendência internacional Art. 24 CPC: A ação proposta perante tribunal estrangeiro não induz litispendência e não obsta a que a autoridade judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são conexas, ressalvadas as disposições em contrário de tratados internacionais e acordos bilaterais em vigor no Brasil Parágrafo único: A pendência de causa perante a jurisdição brasileira não impede a homologação de sentença judicial estrangeira quando exigida para produzir efeitos no Brasil. Jurisprudência (STJ - SEC 10612-FI - INFO 586) HOMOLOGAÇÃO DE SENTENÇA ESTRANGEIRA. CONFISCO DE BENS IMÓVEIS, PRODUTOS DE ATIVIDADE CRIMINOSA, SITUADOS NO BRASIL. COOPERAÇÃO INTERNACIONAL. CONVENÇÃO DE PALERMO. CRIME TIPIFICADO NAS LEGISLAÇÕES ESTRANGEIRA E NACIONAL. EFEITO DA CONDENAÇÃO PREVISTO TAMBÉM NA LEI BRASILEIRA. AUSÊNCIA DE OFENSA À SOBERANIA NACIONAL. REQUISITOS PREENCHIDOS. HOMOLOGAÇÃO DEFERIDA. 1. A sentença homologanda determinou a perda de bens imóveis da Requerida, situados no Brasil, pois foram objeto do crime de lavagem de dinheiro a que ela foi condenada. 2. Nos termos do art. 9.º, inciso I, do Código Penal, "A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie as mesmas consequências, pode ser homologada no Brasil para" "obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos civis". É o que ocorre no caso, pois também a lei brasileira prevê a possibilidade de perda, em favor da União, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé, do produto do crime, como um dos efeitos da condenação (art. 91, inciso II, alínea b, do Código Penal). 3. Não há ofensa à soberania nacional, pois a sentença não tratou especificamente sobre a situação dos bens imóveis, sobre a sua titularidade, mas sim sobre os efeitos civis de uma condenação penal, determinando o perdimento de bens que foram objeto de crime de lavagem de capitais. O confisco dos bens, além de ser previsto na legislação interna, tem suporte na Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional (Convenção de Palermo), promulgada pelo Decreto n.º 5.015/2004, de que também é signatária a Finlândia. 4. Os bens imóveis confiscados não serão transferidos para a titularidade do país interessado, mas serão levados a hasta pública, nos termos do art. 133 do Código de Processo Penal. 5. Pedido de homologação deferido. (SEC 10.612/EX, Rel. Ministra LAURITA VAZ, CORTE ESPECIAL, julgado em 18/05/2016, DJe 28/06/2016) Questões Em matéria de competência, Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra, exceto: A) em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento particular e ao inventário e à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional; B) conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil C) decorrentes de relações de consumo, quando o consumidor tiver domicílio ou residência no Brasil; D) em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional. Questões Em matéria de competência, Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra, exceto: A) em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento particular e ao inventário e à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio forado território nacional; B) conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil C) decorrentes de relações de consumo, quando o consumidor tiver domicílio ou residência no Brasil; D) em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional. Questões Segundo entendimento do Superior Tribunal de Justiça (STJ), apesar da previsão legal de competência exclusiva das autoridades judiciárias brasileiras para fazer a partilha de bens situados no Brasil - em ações de divórcio, dissolução de união estável e separação, o fato de o imóvel estar situado no território brasileiro não impede a homologação da sentença estrangeira de partilha, quando houver acordo entre as partes. A) Certo B) Errado Questões Segundo entendimento do Superior Tribunal de Justiça (STJ), apesar da previsão legal de competência exclusiva das autoridades judiciárias brasileiras para fazer a partilha de bens situados no Brasil - em ações de divórcio, dissolução de união estável e separação, o fato de o imóvel estar situado no território brasileiro não impede a homologação da sentença estrangeira de partilha, quando houver acordo entre as partes. A) Certo B) Errado
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