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Imunizações Mariana Tiemi Okamoto Kamei tiemikamei@gmail.com TXVI Prof. Debora Camargo Programa nacional de imunização (PNI) 18/09/1973 Primeiras vacinações em 1804 Febre amarela urbana: 1942 Varíola: 1973 Poliomielite: 1989 “Uma saúde sem excluídos) Se imunizava antes, mas precisava de um programa que igualasse as imunizações por todo o Brasil. Independente do local de moradia ou condições econômicas da população. Quem faz as imunizações no Brasil? ● Programa Nacional de Imunizações ● Sociedade Brasileira de Pediatria ● Sociedade Brasileira de Imunizações Cada um desses possui um calendário diferente de vacinação. Mas eles não são melhores ou piores entre si. A Sociedade Brasileira de Imunizações vai mudando pois a prevalência vai mudando também. Por que vacinar é importante? Controlam e eliminam doenças infecciosas que ameaçam a vida. Ajudam a limitar resistência bacteriana e variantes virais Em alguns casos, podem eliminar portadores sãos. O objetivo principal da vacinação é a imunização! Sabemos que enquanto há grande circulação viral, ocorrem mutações, então precisamos diminuir essa circulação. Portadores são - carregados com a doença, que não está doente consegue passar para outra pessoa. Ex: coronavírus e coqueluche. A vacinação pode eliminar esses portadores. Impacto da vacinação Não podemos deixar de vacinar pois quando as pessoas não vacinam a doença volta. Poliomielite → Campanha do Zé Gotinha Conceitos básicos de imunização Vacinação é o ato de vacinar Imunização é o ato de adquirir imunidade contra uma doença geralmente infecciosa. A imunização pode ser ativa ou passiva. Na passiva, pode ser natural (anticorpos transplacentários e IgA materno) ou artificial. mailto:tiemikamei@gmail.com Linfócitos T efetoras = CD4 Podemos adquirir anticorpos e células T mediadas. A ativa também pode ser natural (quando a pessoa se infecta) ou artificial (como na vacinação). Após a apresentação do antígeno, acontece a resposta imune com produção de anticorpos (resposta humoral) e linfócitos T (resposta celular, timo dependente). Comparação entre vacinas e imunoglobulinas Muitas vezes a indicação de imunização passiva decorre da falha no cumprimento do calendário vacinal de rotina. Ex: tétano As diferenças entre vacina e imunoglobulina. Imunoglobulina é transitória, sendo depurada depois de um tempo. Já a vacina é bem mais prolongada. Entretanto, a vacina demora alguns dias para começar a funcionar e a imunoglobulina é rápida. Não conseguimos erradicar a doença com imunoglobulina, mas conseguimos com a vacinação. A primeira imunoglobulina a ser produzida é a IgM, sucedida pela IgG de longa duração. Precisamos da resposta imune completa, que leva cerca de 30 dias. Sabemos que as vacinas de vírus vivo (vacina viva atenuada), muito provavelmente a resposta imune vai ser melhor do que a inativada, precisamos de menos dose. Tende a ser melhor imunologicamente. Já as vacinas polissacarídeos, não são conjugadas a nada, não tem células T efetoras, não passa pelo timo, só passam pelas imunoglobulinas. Pedimos o intervalo mínimo de 3 semanas, mas o ideal e mais frequente é de 4 semanas. Quanto menor a criança, menos madura e prolongada é a resposta. Ex: até 9 anos precisa-se fazer 2 doses de influenza. Nível crítico de imunizados → Imunidade de rebanho Vacinas vivas: Microorganismos vivos e atenuados que perdem a capacidade de provocar doença. Ex: BCG, tríplice viral, VOP Inativado: Podem ser úteis de diversos modos. Antígenos inativados são menos imunogênicos que os atenuados. Para melhorar a resposta imunogênica a estes antígenos são necessários números maiores de doses, conjugação ou adjuvantação. Muitas das vacinas inativadas são imunógenos potentes e conferem proteção de longa duração. Os imunossuprimidos, na maioria das vezes, não podem tomar vacinas de vírus atenuado. Vacinas conjugadas são aquelas nas quais antígenos polissacarídicos sofrem mudança química pela associação com proteínas, levando a mudança no tipo de resposta imune ao antígeno, originalmente timo-independente, passando a resposta a timo-dependente. Adjuvantes imuno potencializador colocado nas vacinas para aumentar sua resposta imunológica. O principal é o alumínio. Vacinas combinadas são associações de antígenos em uma mesma composição farmacológica. ● Maior aceitação pelos familiares ● Menor possibilidade de erro humano ● Redução de custos operacionais Vacinas combinadas são vários antígenos na mesma vacina. Ex: pólio. Há maior aceitação pois há uma injeção. Menor possibilidade de erro humano e reduz custo operacional. Vacinas de vírus vivo - ou se faz duas vacinas juntas ou se espera 30 dias entre uma e outra. Inativadas, pode ser junto ou sem se preocupar com intervalos. BCG O que previne? Tuberculose,principalmente as formas graves Do que é feita? Bacilo de Calmette- Guérin, obtido pela atenuação bacilo bovis Em quem devemos aplicar? Rotina a partir do nascimento até os 5 anos de idade. Pessoas de qualquer idade que convivem com portadores de hanseníase Onde é aplicada? Intradérmica Contra indicações: Imunodeficiência congênita ou adquirida. ***Paciente exposta ao HIV deve receber a BCG TREK KREK Peso inferior a 2000g. Indicação de revacinação: Contato domiciliar MH A BCG quase sempre deixa uma cicatriz característica, com até 1 cm de diâmetro, no local em que foi aplicada - como rotina, no braço direito. A resposta à vacina demora cerca de 12 semanas, podendo se prolongar até 24 semanas. Inicia-se com uma mancha vermelha elevada no local da aplicação, evolui para pequena úlcera, que produz secreção até cicatrizar. Nódulo → pústula → crosta → úlcera → cicatriz (6 a 10 semanas) Nódulo → pústula → crosta → úlcera → cicatriz Hepatite B O que previne? Hepatite causada pelo vírus da hepatite B Do que é feita? Vacina inativada Composta por proteína de superfície do vírus da hepatite B purificado Em quem devemos aplicar? PNI: 4 doses Aplicada nas primeiras 12-24 horas após o nascimento, para prevenir epatite crônica - (90% dos bebês infectados ao nascer adquirem hepatite crônica) Doses seguintes com a Pentavalente aos 2, 4 e 6 meses) SBIM: 3 doses Doses com a Hexavalente aos 2 e 6 meses Onde é aplicada? Via intramuscular DTPw O que previne? Difteria, tétano e coqueluche Do que é feita? Vacina inativada Contém o toxóide diftérico e tetânico Bordetella pertussis inativada em suspensão Em quem devemos aplicar? Idade: 2m aos 7 anos PNI: 2,4 e 6 meses (pentavalente) Onde é aplicada? Via intramuscular profunda Efeitos adversos DTP Mais comuns: ● Dor, vermelhidão e edema local ● Febra, mal-estar e irritabilidade nas primeiras 24-48hrs ● Sonolência, choro prolongado e choro inconsolável. Casos especiais: ● Síndrome hipotônica hiporresponsiva - 48 horas ● Convulsões - 72 horas Contraindicações: ● Anafilaxia ● Encefalopatia - 7 dias HIB O que previne? Doença invasiva pelo Haemophilus influenzae tipo B Do que é feita? Componente da cápsula do Haemophilus influenzae tipo b (Hib), conjugado com uma proteína. Em quem devemos aplicar? Crianças a partir de 2 meses, até 5 anos de idade. Crianças com mais de 5 anos, adolescentes e adultos com condições médicas que aumentam o risco para doenças por Hib como: asplenia, antes e/ou após transplante de órgãos ou medula óssea, etc. PNIS: 2, 4 6 meses SBIM: 4° dose com 18 meses Onde é aplicada? Via intramuscular Poliomielite O que previne? Poliomielite Do que é feita? VOP: Atenuada bivalente composta pelos vírus 1 e 3 VIP: Inativada trivalente composta pelos vírus 1, 2 e 3 Em quem devemos aplicar? PNI: ● VIP: vírus inativado (tipo 1, 2, 3) 1°, 2° e 3° dose aos 2, 4 e 6 m. ● VOP: Vírus atenuado bivalente (tipo 1, 3) 1° e 2° reforços (15 meses e 4 anos). Campanhas entre 1 e 5 anos Onde é aplicada? VIP: Via intramuscular VOP: Via oral Contra indicações: VOP: imunodeprimidos/contat o domiciliares com imunodeficientes/ Transplantados de medula óssea. SBIM: Todas as doses e reforços oferecidos são com a VIP. Vacinas pneumocócicas conjugadasO que previne? Pneumo 10 valente - 70% das doenças como: meningites, bacteremias, omas, sinusites Pneumo 13 valente - 90% das doenças Do que é feita? A VPC10 é composta de dez sorotipos de Streptococcus pneumoniae (pneumococo), oito deles conjugados com a proteína D do Haemophilus influenzae tipo b, um com toxoide tetânico e outro com toxoide diftérico. A VPC13 é composta de 13 sorotipos de Streptococcus pneumoniae (pneumococo) conjugado com proteína. Em quem devemos aplicar? PNI(VPC10) - 2 doses aos 2 e 4 meses reforço 12 meses SBIM- 2, 4 e 6 meses. Reforço entre 12 e 15 meses Onde é aplicada? Via intramuscular Pneumocócica 23 O que previne? Doença pneumocócica por 23 sorotipos Do que é feita? Vacina inativada. É composta de partículas purificadas (polissacarídeos) das cápsulas de 23 tipos de Streptococcus pneumoniae Em quem devemos aplicar? Indicada na rotina de vacinação dos povos indígenas Uma dose em todos os indígenas a partir de 5 anos de idade sem comprovação vacinal com as vacinas pneumocócicas conjugadas. Contra-indicada em menores de 2 anos. Onde é aplicada? Via intramuscular Dá uma resposta imune um pouco pior do que as conjugadas. Indígena que possui grande risco de morrer por pneumococos. Contraindicada para menores de 2 anos. Meningocócica Conjugadas O que previne? Doenças causada pelo meningococo C como meningite e meningococcemia Do que é feita? Vacina inativada Contém antígeno formado por componente da cápsula da bactéria do sorogrupo C conjugado a uma proteína Em quem devemos aplicar? PNI: duas doses 3 e 5 meses, reforço aos 12 meses ACWY: 1 dose aos 11 anos SBIM: ACWY 2 doses aos 2 e 6 meses. Reforço aos 12 meses e aos 6 anos. Onde é aplicada? Via intramuscular Rotavírus O que previne? Doença diarreica causada pelo rotavírus Do que é feita? Monovalente, um tipo de rotavírus atenuado Pentavalente, cinco tipos de rotavírus atenuados Em quem devemos aplicar? Monovalente - Para crianças a partir de 6 semanas de idade: em duas doses, com intervalo mínimo de quatro semanas Pentavalente: Para crianças a partir de 6 semanas de idade: três doses, com intervalo mínimo de quatro semanas. Esquema padrão: 2, 4 e 6 meses de idade Onde é aplicada? Via oral Contra indicações: Malformação do TGI não corrigida Imunodeficiência combinada grave (SCID) História pregressa de invaginação intestinal A idade máxima para começar a vacinação é de 3 meses e 15 dias. Se houver atraso além dessa idade, a imunização não poderá ser iniciada. Da mesma forma, a idade máxima para a última dose é 7 meses e 29 dias. Eventos adversos: Reação alérgica sistêmica grave (até 2hrs da administração da vacina) Presença de sangue nas fezes até 42 dias após a vacinação Internação por abdome agudo obstrutivo até 42 dias após a vacinação → Notificar Dúvidas frequentes: Filhos de mães que vivem com HIV, desde que assintomáticos e sem sinais de imunossupressão, poderão receber a vacina. Comunicantes de pacientes portadores de imunodeficiência também poderão receber a vacina. A alergia ou intolerância à proteína do leite de vaca não contraindicado a administração da vacina rotavírus. Não é preciso dar outra dose se o bebê golfar ou regurgitar após tomar a vacina. A vacina deve ser adiada nas crianças com vômitos intensos e/ou diarréia grave. Não há recomendação para cuidados especiais com as fraldas após a vacinação além da habitual lavagem adequada das mãos. Influenza O que previne? Infecção pelo Influenza-Gripe Do que é feita? Vacina inativada, constituída de proteínas de diferentes cepas de vírus influenza definida ano a ano conforme orientação da OMS PNI - Trivalente usualmente duas cepas do grupo A e uma do grupo B SBIM - Quadrivalente, dias cepas do grupo A e duas do grupo B Em quem devemos aplicar? Crianças entre seis meses de vida até 6 anos incompletos Idosos acima de 60 anos Para crianças até 9 anos incompletos, deve-se realizar duas doses, com intervalos de 1 mês na primovacinação Onde é aplicada? Via intramuscular Eventos adversos: Dor local, vermelhidão - 15 a 20% dos vacinados Febre e mal estar - 1 a 2% dos vacinados Síndrome de Guillain Barret - Resultado contraditório dos estudos, se ocorrer, entre um dia e seis semanas após a vacinação. Não causa gripe! Febre amarela O que previne? Febre amarela Do que é feita? Vírus vivo atenuado proveniente de ovo de galinha Em quem devemos aplicar? A partir dos 9 meses de idade, em todo o território nacional 1 Dose aos 9 meses, reforço 4 anos Acima de 5 anos, dose única. Onde é aplicada? Subcutânea Contra indicações: Mulheres que amamentaram até seis meses Anafilaxia ao ovo Pacientes com história pregressa de doenças do timo (miastenia gravis, timo, casos de ausência de timo ou remoção cirúrgica) Nota - Viajantes: vacinar com 10 dias de antecedência Tríplice viral - SCR- Sarampo, Caxumba, Rubéola, Varicela monovalente O que previne? Sarampo, Caxumba e Rubéola Do que é feita? Vírus vivo atenuado de Sarampo, caxumba e Rubéola. Contém traços da proteína do ovo de galinha usada no processo de fabricação da vacina. Em quem devemos aplicar? Aos 12 meses de idade e reforço aos 15 meses com a tetra viral (SCR+ varicela) Em situação de bloqueio de sarampo deve ser dada uma dose aos 6 m mas não deve ser considerada válida. Varicela monovalente - uma dose aos 4 anos de idade (corresponde a segunda dose) Onde é aplicada? Via subcutânea Contra indicações: Anafilaxia a dose anterior da vacina Grávidas não devem ser vacinadas pelo risco teórico de causar dano ao feto. Pessoas com imunodeficiência congênitas ou adquiridas Infecção pelo HIV em indivíduos em vigência de imunossupressão grave: crianças e adolescentes (CD4<15%) e adultos (CD4<200 céls/mm3). Pessoas em uso de corticosteróides em doses imunossupressoras devem ser vacinadas com intervalo de pelo menos um mês após a suspensão da droga. Pessoas em uso de quimioterapia antineoplásica só devem ser vacinadas três meses após a suspensão do tratamento. Transplantados de medula óssea: recomenda-se vacinar com intervalo de 12 a 24 meses após o transplante para a primeira dose. Consultar o Manual dos CRIEs. Efeitos adversos: Febre Tax> 39.5° → Entre o 5° e o 12° dia após a vacinação, em geral durando de um a dois dias, às vezes até cinco dias. Pode ocorrer: 5%a 15% dos primovacinados. Algumas crianças podem apresentar convulsão febril. Está associado a qualquer componente da vacina. Exantema: de extensão variável, ocorre do 7° ao 14° dia após a vacinação, durando em torno de dois dias. Aparece em 5¢ dos primovacinados. Está associado ao componente do sarampo e da rubéola. Cefaleia ocasional, irritabilidade, discreta elevação da temperatura, conjuntivite e/ou manifestações catarrais: ocorrem entre o 5° e o 12° dia após a vacinação, em 0,5% a 4% dos primovacinados. A conjuntivite e as manifestações catarrais estão associadas aos componentes do sarampo e da rubéola. Linfadenopatia: pode aparecer do 7° ao 21° dia, em menos de 1% dos primovacinados. Associada ao componente da rubéola. Neurológicas: Meningite - 11° e o 32° dia após a vacinação, sendo mais frequente entre o 15° e o 21° dia, tendo geralmente evolução benigna. Encefalites: 11° e o 32° dia após a vacinação, sendo mais frequente entre o 15° e o 21° dia, tendo geralmente evolução benigna. Hematológica: Púrpura trombocitopênica idiopática. Não existe relação da SCR com autismo! Dúvidas frequentes Reação anafilática a ovo NÃO contraindica a vacinação, mas é recomendada que seja feita em ambiente hospitalar. Aguardar 30 dias após a vacinação para engravidar Não deve ser aplicada simultaneamente com a vacina FA (em <_2 anos) Hepatite A O que previne? Hepatite A Do que é feita? Vacina inativada composta pelo antígeno da Hepatite A Em quem devemos aplicar? PNI - 15 meses de idade SBIM - Duas doses 12 e aos 18 meses Onde é aplicada? Intramuscular HPV O que previne? Infecções persistentes e lesões pré-cancerosas causadas pelos tipos de HPV 6, 11, 16, 18. Também previne o câncer de colo do útero, da vulva, da vagina,do ânus e verrugas genitais (condiloma) Do que é feita? Vacina quadrivalente, inativada, contendo proteínas L1 do papilomavírus humano (HPV) dos tipos 6, 11, 16 e 18 Em quem devemos aplicar? PNI: Meninas - a partir dos 9 até os 14 anos, 11 meses e 29 dias. Meninos: A partir de 11 anos até 14 anos, 11 meses e 29 dias SBO e Febrasgo: Meninas e mulheres 9 a 45 anos de idade Meninos e jovens de 9 a 26 anos Onde é aplicada? Intramuscular
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