Buscar

Poleco-List

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

17/08/2010 F. List – Sistema Nacional de Economia Política
 
Capítulo XI – Economia Política e Economia Cosmopolítica
 
Crítico da escola liberal, muito citado até hoje por isso. Ele escreve esse livro em 1841 e 
nesse período a desigualdade em termos de desenvolvimento industrial era bastante clara. Tinha a 
Inglaterra, a grande economia industrial e nenhuma outra se equiparava a ela – isso só ia começar a 
acontecer mais para o final do séc XIX, umas 3 ou 4 décadas depois desse livro (com EUA e 
Alemanha). Mas nesse momento em que List escreve, não havia potencia que se equiparasse em 
nenhum aspecto à projeção que a Inglaterra tinha internacionalmente, tanto comercial quanto naval 
(muito mais estratégico naquela época, com coloniais, etc) e militar. A Inglaterra era a potencia 
hegemonica da época (nao há esse termo na obra de List). Ele é alemão e recente muito a situação. 
Dentro da tradicão liberal, essa situação (Inglaterra hegemonica) poderia ser altamente 
justificável. Portanto, uma situação de excepcionalidade da Inglaterra com relação a sua 
industrialização poderia se justificar com argumentos economicos – uma condição política era 
justificada com argumentos economicos. Então, na verdade, naquela época o argumento do livre-
comércio favorecia o status quo das relaçoes internacionais, a inglaterra como potencia industrial 
inegualável, podendo projetar seu poder polticio e militar pro mundo todo. List percebe essa ligação 
entre economico e político, a poder economico da inglaterra e seu status político. Percebe também 
como a economia liberal favorecia a manuntenção desse status quo. Então faz crítica da economia 
liberal pois se outros países seguissem esse pensamento, iriam continuar na mesma posição 
economica de fornecedores de matérias primas para a inglaterra e compradores de seus produtos. 
Então a orientação das economias nesse sentido levaria a manuntençao do status quo político. 
Então, ele tem que bomberdear o pensamento que diz as potencias continentais que elas tem 
que continuar fornecendo materias primas e comprando produtos ingleses, para que paises que tem 
condiçoes de se desenvolver tenham argumentos para tanto – esse é o intuito de List com sua obra. 
O que ele empreende ao longo de seu livro é crítica à economia cosmopolítica (ve a economia do 
ponto de vista mundial e nao da nação), a escola popular. O corolário da economia liberal é em 
ultima instancia o bem-estar de todos sem pensar o que acontece com as nações quando elas se 
especializam – ela ve o todo e não as consequencias do liberalismo para a nação e essa vai ser a 
escola mais popular. 
O que falta na economia popular? A política e a nação. Toda a humanidade que a tradição 
liberal propugna acaba sacrificando o bem-estar da nação nas relaçoes internacionais. Então a 
política, na concepção de List, é o Estado (na época, Nação). 
 
• A Economia cosmopolítica (escola popular) e a política
• Resultado do livre-comércio: sujeição das nações menos adiantadas à supremacia da potência 
industrial comercial e naval dominante.
• Sistema protecionista, igualdade e verdadeiro livre comércio
• Definição: a economia nacional é a ciencia que ensina como cada nação individual pode chegar 
àquele estágio de desenvolvimento no qual a liberdade de comércio pode se tornar possível e útil 
para ela.
 
Ele diz que o livre comercio tem o resultado exposto acima, claramente se referindo à 
inglaterra, colocação dentro do ponto de vista crítico. Agora, é importante aqui já vermos algo: 
nações menos adiantadas. A idéia de desenvolvimento é importante aqui. Ele emprega claramente o 
termo, que constrasta com a idéia liberal de ajuste, dos liberais, onde as economias se ajustam 
naturalmente. Em List, elas se desenvolvem – é diferente, o desenvolvimento é ativo e o ajuste é 
passivo. A preocupação de List nao é com vantagens inatas de um país, mas se desenvolver e chegar 
a um patamar que toda naçào tem direito, para ele, é idéia portanto dinâmica. É a diferença entre 
Dinamismo x Ajuste Passivo. Se obtem esse estágio para ele através do protecionismo: as tarifas 
que vao incidir sobre os importados, permitindo que as industrias nacionais floresçam, se 
fortaleçam e cheguem a um ponto que ficariam tao fortes quanto as da potencia lider. List nao é 
terminantemente contra o livre-comércio, ele apenas acha que cada nação tem o direito de ter como 
competir com a potencia industrial dominante.
Não que ele seja um radical anti-livre comércio, ele só acha que é injusto, que vai acabar 
redundando na sujeição das naçoes mais atrasadas com relação às naçoes industriais. Na tradição 
liberal, esse discurso não existe – a questão é o consumo do indivíduo, se ele vai estar bem ou pior 
consumindo produtos internacionais. Se voce pensa a nação, pensa diferente do que se pensarmos 
do ponto de vista do indivíduo. Entao quando se amplia o seu campo de visao do individuo para a 
Nação, a lógica começa a mudar, as conclusoes mudam. Aquilo que faz bem para o individuo pode 
fazer mal para a nação. Portanto, mudando o foco analitico, mudam as consequencias de nossa 
análise e o foco de List muda com a introdução da política. A discussão fica muito mais complexa, 
mas ele não é contra o livre-comércio.
Ele acha que o mundo vai ser melhor se houver mais competição com a Inglaterra.
Ele critica a definição de economia política de outros autores pois lhe falta o carater político 
– pensam a humanidade e nao o estado. Faz a sua própria definição. Ele foca na Nação Individual – 
se seu foco é esse e estados tem caracteristicas diferentes, suas recomendaçoes tem que se adequar a 
cada caso, diferente da recomendação geral dos liberais. Outro importante aspecto é o dinamico, do 
desenvolvimento – o progresso em direçao a atividade industrial, mas também a questao do livre-
comercio, que ele nao é terminantemente contra. Dizer que nao é contra o livre-comércio, a 
economia cosmopolita, será que é verdade mesmo ou o que ele fala é frontalmente contrário, em 
todas as circunstancias nao é compatível com a escola liberal? 
Bom, isso é complicado. Não é só a questao do livre-comércio por ele mesmo – ele tem a 
justificativa de transacionar bens diferentes, idéia de mercado onde individuos trocam. Mas como se 
faz isso ao nível das naçoes? Teoricamente poderia produzir quase tudo, mas Smith pensa na idéia 
da vantagem natural, com especialização, sendo o mercado nacional parecido com o mercado 
doméstico – é uma atividade economica social. Só faz sentido comerciar se vai se comprar coisas 
diferentes dos outros. Mas com a teoria de List, todos teriam tudo. Voce tem espaço ainda para 
competição dentro dos mesmos setores comerciais, mas o que List nos diz é que há praticamente o 
fim da especialização – pode haver comércio na prática, mas estamos questionando se seu 
pensamento se adequa à escola liberal. Seu comentário na verdade é teórico.
 
Capítulo XIV – Economia privada e economia nacional
• Smith: indivíduo, nação e humanidade
• A crítica de List
• Vantagens do monopólio para a nação
• Bem estar do indivíduo e da nação
 
Responde a uma das principais críticas que poderiam vir ao seu ponto do protecionismo. As 
críticas são as distorçoes das vantagens comparativas, de que quem protege elege privilegiados à 
proteção. Ele diz que quando se protege um setor, se está dando uma chance aos agentes 
economicos do país de produzirem nesse setor, não protegendo um ou outro indivíduo/empresa. 
Teoricamente se privilegia não um, mas todos os cidadãos, os individuos domésticos de ali atuarem, 
em detrimento dos estrangeiros.
Mas será que protegendo um setor, realmente nao se beneficia um empresa específica? É 
realmente democrático isso? Ao se proteger um setor, voce está automaticamente prejudicando 
outras, mas de qualquer forma, para investirno setor, voce tem que ser um agente economico 
consolidade. Mas é muito dificil voce entrar num mercado – não são todos que podem investir, é 
uma minoria. Nesse ponto o argumento de List não é tão forte.
De novo, lógica do individuo e da nação não operam da mesma forma. 
List quer introduzir o político no pensamento e então, ao se prover o livre-comércio do jeito 
que estava naquela época, a dependencia seria uma consequencia indesejada, já que vulnerabiliza a 
segurança do estado ao faze-lo depender de outro. O exemplo é a nação agrícola, que tem que 
comprar produto manufaturado de outro. Se houver uma guerra ou o outro não quiser vender, ela 
ficará em maus lençóis. 
 
Capítulo XV – A Nacionalidade e a Economia da Nação
• Entre o indivíduo e a humanidade existe a nação.
• 2ª definição: “Constitui tarefa da economia política realizar o desenvolvimento econômico da 
nação.”
• Estágio máximo do desenvolvimento agromanufatureiro comercial.
• Vulnerabilidade das nações agrícolas -> dependencia
• A guerra e a economia -> o poder político não somente assegura à nação o aumento de sua 
prosperidade mas garantindo sua própria existência (*)
 
A melhor posição é a da nação agromanufatureira comercial. Aqui ele analisa todas as 
consequencias do politico e uma delas é dependencia – se dependeria de outros. Um ponto muito 
interessante é a questõa da guerra: para ele a guerra beneficia a economia ao estimular a indústria 
doméstica, muitos países se industrializam durante a guerra, quando laços comercias são 
interrompidos durante a guerra e precisam suprir o esforço de guerra. Há um incentivo e 
consolidação da industria nacional. Períodos de crise internacional também são um pouco assim. Na 
crise de 30, foi uma chance para o brasil desenvolver uma certa industria nacional, por exemplo. 
Isso é importante, é visao nao-negativa da guerra. 
Outra forma que o poder militar pode beneficiar o poder economico é a conquista de 
colonias e sua manuntençao. O poder naval naquela época era absolutamente fundamental. Norman 
Angell na verdade criticava esse pensamento de List, de que colonias sustentavam riquezas da 
inglaterra. Há uma clara oposição entre os dois, como entre o Nacionalismo e o Liberalismo. O 
poder político ainda por cima garante a própria existencia (*) isso nos lembra o realismo, pois ele 
tem a enfase na sobrevivencia, na anarquia. Podemos ver quando ele move o foco analítico do 
indivíduo pro estado, vai parar coerentemente na sobrevivencia do estado, na anarquia. Sua 
discussão talvez seja um século antes, mas é bastante compatível com o pensamento realista. A 
unica diferença é que ele vai ter argumentos mais economicos para tentar desmentir o liberalismo, 
especialmente para os países citados abaixo, com teoria que não pode ser aplicado a todos, pois só 
os países que tem condição naquele momento de se desenvolver poderiam chegar lá.
Eles teriam depois missão civilizatória, mas ainda assim. Todo país teria direito de se 
desenvolver economicamente, nao se especializar, mas para isso precisa alcançar o patamar 
agromanufatureiro comercial. Isso, do ponto de vista dele, é o ponto de chegada que todo estado 
poderia aspirar – alguns agora não tem condiçoes, mas outros tem. 
 
V) Países adequados ao protecionismo: Alemanha, França e Estados Unidos.
Resumo feito por Ana Paula Pellegrino
IRiscool/11

Continue navegando