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Seminário-Fitorremediação-de-solos_2S2015

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FITORREMEDIAÇÃO DE 
SOLOS CONTAMINADOS 
Andressa B. Esteves dos Reis 
Bruno L. Fernandes 
Natália Alves 
Professor: Dr. Rafael Arromba de Sousa 
INTRODUÇÃO 
 A preocupação com o meio ambiente tornou-se mundial, de tal 
forma que a busca por alternativas de descontaminação de áreas tem 
sido frequente. A contaminação do solo com poluentes diversos 
(compostos orgânicos, inorgânicos e metais pesados), provenientes das 
atividades antrópicas, tem chamado atenção em virtude da degradação 
do solo e da água. 
 
ANSELMO, A. L. F.; JONES, C. M. – Fitorremediação de solos contaminados- o estado da arte. XXV Encontro Nac. de Eng. De 
Produção – Porto Alegre, RS, nov. de 2005. 
 
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INTRODUÇÃO 
 
• Acumulação; 
• Armazenamento; 
• Enterrados ou infiltrados: 
Planejado; 
Acidental 
Natural. 
Uma área contaminada é 
definida como um local onde há 
comprovadamente poluição devido a 
introdução de quaisquer substâncias. 
Pode ocorrer devido: 
N. DIAS, R. FONSECA, L. MARTINS, A. ARAÚJO, A. C. PINHO. Avaliação da contaminação e proposta de remediação de solos em clima 
tropical, na envolvente de uma unidade de processamento de metais pesados, Minas Gerais, Brasil. LNEG; Comunicações Geológicas 
(2014) 101, Especial II, 981-985. 3 
INTRODUÇÃO 
 Fábricas, veículos motorizados e 
detritos municipais são as principais 
fontes de fontes de contaminação. O 
eventual destino final dos metais 
pesados é a sua deposição e 
soterramento em solos e sedimentos. 
Eles acumulam-se frequentemente na 
camada superior do solo, sendo então 
acessíveis as raízes das plantas. 
ANSELMO, A. L. F.; JONES, C. M. – Fitorremediação de solos contaminados- o estado da arte. XXV Encontro Nac. de Eng. De 
Produção – Porto Alegre, RS, nov. de 2005. 
 
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INTRODUÇÃO 
A remediação de uma área 
contaminada consiste em 
aplicar medidas de 
tratamento e contenção do 
local contaminado. 
Essas medidas podem ser: 
- química, 
- física, 
- biológica. 
PROCÓPIO, S. de O., et al. - Fitorremediação de solos com resíduos de herbicidas – Aracaju : Embrapa Tabuleiros 
Costeiros, 2009. 5 
TÉCNICAS DE REMEDIAÇÃO 
I. Pump and Treat; 
II. Extração de Vapor do solo; 
III. Dessorção Térmica; 
IV. Aeração in situ (Air Sparging); 
V. Barreiras Reativas Permeáveis; 
VI. Incineração; 
VII. Solidificação/Estabilização; 
VIII. Lavagem do solo; 
IX. Biorremediação; 
X. Fitorremediação; 
 
6 
Tavares, Sílvio Roberto de Lucena Fitorremediação em solo e água de áreas contaminadas por metais pesados provenientes da 
disposição de resíduos perigosos/ Sílvio Roberto de Lucena Tavares. – Rio de Janeiro: UFRJ/COPPE, 2009. p. 12-21 
INTRODUÇÃO 
7 
- A biorremediação é a 
aplicação de processos 
biológicos in situ ou ex situ para 
remover compostos químicos 
perigosos do meio ambiente. É 
a utilização de organismos vivos 
ou seus derivativos (ex: 
enzimas) para degradar 
compostos poluentes. 
MARQUES, M.; AGUIAR, C. R. C.; SILVA, J. L. S. – Desafios técnicos e barreiras sociais, econômicas e regulatórias na 
fitorremediação de solos contaminados – Revista Brasileira Ci. Solo - 2011 
FITORREMEDIAÇÃO 
 A fitorremediação (fito = planta e 
remediação = corrigir), conhecida desde 
1991, é a tecnologia que utiliza plantas e 
comunidades microbianas na rizosfera 
para degradar, extrair, conter ou imobilizar 
contaminantes do solo e da água. 
 Algumas espécies de gêneros como 
Phragmites, Tamarix, Nicotiana, 
Helianthus, Salix, Typha, Arabis são citadas 
para serem utilizadas na fitorremediação. 
Phragmites Tamarix 
VASCONCELOS, M. C.; PAGLIUSO, D., SOTOMAIOR, V. S.- Fitorremediação: Uma proposta de descontaminação do solo - 
Estud. Biol., Ambiente Divers. 2012 jul./dez. 8 
FITORREMEDIAÇÃO 
I. Compostos orgânicos: 
I.I Hidrocarbonetos derivados de Petróleo (BTEX) 
I.II Solventes clorados (TCE e PCE) 
I.III Pesticidas e herbicidas ( Atrazine, Bentazona) 
II. Compostos Inorgânicos: 
II.I NO3
-, SO4
2-, PO4
3-, CN-,elementos radioativos (U, Cs, Sr) 
III. Explosivos: 
III.I TNT, DNT 
 
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ANSELMO, A. L. F.; JONES, C. M. – Fitorremediação de solos contaminados- o estado da arte. XXV Encontro Nac. de Eng. De 
Produção – Porto Alegre, RS, nov. de 2005. 
Contaminantes alvos: 
FITORREMEDIAÇÃO 
IV. Metais: 
IV.I Pb, Zn, Cu, Ni, Hg e Se; 
V. Resíduos orgânicos industriais: 
V.I PCP, PAHs; 
VI. Radionuclídeos lixiviados de aterros sanitários que se encontram até 20 
m de profundidade; 
Dentre outros. 
 
 
10 
ANSELMO, A. L. F.; JONES, C. M. – Fitorremediação de solos contaminados- o estado da arte. XXV Encontro Nac. de Eng. De 
Produção – Porto Alegre, RS, nov. de 2005. 
VASCONCELOS, M. C.; PAGLIUSO, D., SOTOMAIOR, V. S.- Fitorremediação: Uma proposta de descontaminação do solo - Estud. Biol., 
Ambiente Divers. 2012 jul./dez. 
MICRO-CONTAMINANTES 
O chumbo pode causar vários efeitos indesejáveis, tais como: 
 
• Perturbação da biossíntese da hemoglobina; 
• Aumento da pressão sanguínea; 
• Danos aos rins; 
• Abortos e alterações no sistema nervoso; 
• Danos ao cérebro; 
• Modificações no comportamento das crianças, como agressão, 
impulsividade e hipersensibilidade. 
• Pode atingir o feto através da placenta da mãe, podendo causar sérios 
danos ao sistema nervoso e ao cérebro da criança 
 BONIOLO, M. R.; YAMAURA, M.; MONTEIRO, R. A. Biomassa residual para a remoção de íons uranilo. Química Nova, v. 33, n. 3, p. 547 – 551, 2010. 11 
DETALHES ECONÔMICOS 
 A estimativa mundial para os 
gastos anuais com a despoluição 
ambiental é de aproximadamente 
25- 30 bilhões de dólares. 
 No Brasil os investimentos 
crescem com o aumento das 
exigências da sociedade e das leis 
mais rígidas que são aplicadas. 
 
 A fitorremediação é a tecnologia mais 
barata, com capacidade de atender uma 
maior demanda, e que apresenta o maior 
potencial de desenvolvimento futuro. 
 No Brasil, sabe-se que algumas 
empresas estatais e privadas, bem como 
instituições acadêmicas (Unicamp, por 
exemplo) pesquisam e exploram 
métodos de biorremediação através da 
fitorremediação. 
 
ANSELMO, A. L. F.; JONES, C. M. – Fitorremediação de solos contaminados- o estado da arte. XXV Encontro Nac. de Eng. De 
Produção – Porto Alegre, RS, nov. de 2005. 
 
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COMPARAÇÃO ECONÔMICA DAS 
TÉCNICAS 
Tipo de Tratamento Custo variável/ton (US$) 
Fitorremediação 10-35 
Biorremediação in situ 50-150 
Aeração no solo 20-200 
Lavagem do solo 80-200 
Solidificação 240-340 
Incineração 200-1500 
13 
Tabela1: Custo da fitorremediação comparada a outras tecnologias 
Tavares, Sílvio Roberto de Lucena Fitorremediação em solo e água de áreas contaminadas por metais pesados provenientes da 
disposição de resíduos perigosos/ Sílvio Roberto de Lucena Tavares. – Rio de Janeiro: UFRJ/COPPE, 2009. p. 23 
FITORREMEDIAÇÃO 
Algumas características devem ser levadas em 
consideração para a implantação de programas de 
fitorremediação: 
 
Características físico-químicas do solo; 
Características físico- químicas do contaminante; 
Distribuíção do contaminante na área contaminada; 
Plantas com potêncial para fitorremediação. 
 
 
ANSELMO, A. L. F.; JONES, C. M. – Fitorremediação de solos contaminados- o estado da arte. XXV Encontro Nac. de Eng. De 
Produção – Porto Alegre, RS, nov. de 2005. 
 
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FITORREMEDIAÇÃO 
• Primeiro passo: 
 - Identificar as espécies tolerantes 
aos contaminantes presentes; 
 - Identificar se são apropriadas as 
condições locais. 
• Segundo passo: 
 -Avaliar a capacidade da espécie 
em promover a descontaminação. 
15 
FITORREMEDIAÇÃO 
16 
Pré- colheita : 
- Selecionar e testar espécies para 
diferentes contaminantes; 
- Uso de fertilizantes 
(bioestimulação); 
- Controlar pragas; 
- Otimizar os processos da rizosfera; 
- Desvendar a rota dos contaminantes 
no corpo vegetal; 
- Fazer uso do metabolismo vegetal. 
Pós –colheita: 
- Disposição dos resíduos vegetais 
em aterros ; 
- Compostagem; 
- Inceneração da biomassa; 
- Uso energético; 
- Produção de fibra, papel, 
madeira, entre outros; 
-Recuperação econômica de 
metais. 
MARQUES, M.; AGUIAR, C. R. C.; SILVA, J. L. S. – Desafios técnicos e barreiras sociais, econômicas e regulatórias na 
fitorremediação de solos contaminados – Revista Brasileira Ci. Solo - 2011 
FITORREMEDIAÇÃO 
 A maioria das plantas são capazes de absorver, sequestrar e/ou degradar contaminantes. 
 Alguns metais de transição (Cu, Zn, Cd, Fe, Mn, Mo, Ni) são necessários para o crescimento 
normal da planta, desempenhando funções específicas no metabolismo celular. 
 A elevação da concentração de metais pesados pode levar a ocorrência de mutações. 
 As plantas reparam os locais contaminados de tal forma : 
 Modificando as propriedades físicas e químicas dos contaminantes no solo 
 Liberando exsudatos pelas raízes. 
 Um fator que beneficia a fitorremediação é a atuação microbiana, que transforma as 
substâncias químicas persistentes no solo, favorecendo a captura pelas plantas, ou 
atuando sobre os produtos já metabolizados pelas plantas. 
 
 
17 
VASCONCELOS, M. C.; PAGLIUSO, D., SOTOMAIOR, V. S.- Fitorremediação: Uma proposta de descontaminação do solo - 
Estud. Biol., Ambiente Divers. 2012 jul./dez. 
REMEDIAÇÃO 
As plantas podem remediar o solo 
contaminado através dos principais 
mecanismos: 
• Fito-extração; 
• Fito-estabilização; 
• Rizofiltração; 
• Fitodegradação; 
• Fito-estimulação; 
• Fitovolatização; 
• Cepas vegetativas; 
• Barreiras hidráulicas. 
 
ANSELMO, A. L. F.; JONES, C. M. – Fitorremediação de solos 
contaminados- o estado da arte. XXV Encontro Nac. de Eng. De Produção 
– Porto Alegre, RS, nov. de 2005. 
 
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 REMEDIAÇÃO 
 Os vegetais podem atuar direta ou indiretamente na redução e/ou 
remoção dos contaminantes. 
 Remediação direta: Ocorre a absorção e acumulação (ou metabolização) 
nos tecidos, através da mineralização dos contaminantes. 
 Remediação indireta: Os vegetais extraem os contaminantes reduzindo a 
fonte de contaminação, ou quando a presença das plantas propicia o 
aumento da atividade microbiana, degradando o contaminante. 
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Tavares, Sílvio Roberto de Lucena Fitorremediação em solo e água de áreas contaminadas por metais pesados provenientes da 
disposição de resíduos perigosos – Rio de Janeiro: UFRJ/COPPE, 2009. p. 23/24 
MECANISMOS DA 
FITORREMEDIAÇÃO 
I. Fitoextração 
Consiste na captação dos contaminantes pelas raízes e são translocados dentro da planta. 
Aplicação: Contaminantes metálicos ( Cd, Ni, Cu, Zn, Pb), compostos orgânicos (BTEX), dentre 
outros. 
II. Rizofiltração 
Técnica na qual a adsorção ou precipitação ocorre nas raízes ou absorção de contaminantes que 
estão em solução aquosa, ao redor da zona de raízes. A translocação na planta depende do 
contaminante. 
Aplicação: Metais pesados, radionuclídeos (U, Cs, Sr). 
 
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VASCONCELOS, M. C.; PAGLIUSO, D., SOTOMAIOR, V. S.- Fitorremediação: Uma proposta de descontaminação do solo - Estud. 
Biol., Ambiente Divers. 2012 jul./dez. 
MECANISMOS DA 
FITORREMEDIAÇÃO 
III. Fitoestabilização 
Implica na imobilização do contaminante no solo, basicamente metais, através da 
absorção e acumulação pelas raízes, e no uso de plantas e suas raízes para prevenir 
a migração do contaminante. 
As raízes das plantas, por reduzirem a quantidade de água no solo, impedem o 
movimento dos metais, estabilizando-os e evitando a erosão. 
Aplicação: Metais pesados em minas, fenóis e solventes clorados. 
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VASCONCELOS, M. C.; PAGLIUSO, D., SOTOMAIOR, V. S.- Fitorremediação: Uma proposta de descontaminação do solo - Estud. Biol., 
Ambiente Divers. 2012 jul./dez. 
MECANISMOS DA 
FITORREMEDIAÇÃO 
IV. Rizodegradação 
Consiste na quebra do contaminante orgânico no solo pela atividade microbiana, que é 
aumentada pela presença da zona radical. Conhecida também como degradação da 
planta assistida, biorremediação da planta assistida, planta adicionada ao local da 
biodegradação e aumento da biodegradação da rizosfera. 
Aplicação: Utilizada para degradação de compostos orgânicos provenientes do 
petróleo, 
hidrocarbonetos policíclicos aromáticos, benzeno, tolueno, etilbenzenos e xilenos, 
dentre outros compostos orgânicos. 
 
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VASCONCELOS, M. C.; PAGLIUSO, D., SOTOMAIOR, V. S.- Fitorremediação: Uma proposta de descontaminação do solo - Estud. Biol., 
Ambiente Divers. 2012 jul./dez. 
MECANISMOS DA 
FITORREMEDIAÇÃO 
V. Fitovolatilização 
Consiste na captação e transpiração de um contaminante pela planta, com liberação do 
contaminante ou a uma forma modificada do contaminante para a atmosfera. 
Vantagens: O Hg poderia ser transformados em formas menos tóxicas e os contaminantes 
lançados poderiam ser sujeitos a uma degradação natural mais rápida e efetiva. 
Aplicação: Técnica mais aplicada a compostos orgânicos e inorgânicos. 
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VASCONCELOS, M. C.; PAGLIUSO, D., SOTOMAIOR, V. S.- Fitorremediação: Uma proposta de descontaminação do solo - Estud. Biol., 
Ambiente Divers. 2012 jul./dez. 
MECANISMOS DA 
FITORREMEDIAÇÃO 
VI. Fitoestimulação 
Ocorre a liberação de aminoácidos e polissacarídeos pela raiz, que caracteriza um estímulo para a 
atividade microbiana. Os compostos produzidos têm a capacidade de degradar outros componentes 
do solo, conferindo à planta, muitas vezes a aptidão rizosférica para a biorremediação, por apresentar 
grande concentração de microorganismos. 
Aplicação: A área é considerada excelente para a degradação de compostos orgânicos como PHAs, 
BTEX e derivados dos fenóis. 
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VASCONCELOS, M. C.; PAGLIUSO, D., SOTOMAIOR, V. S.- Fitorremediação: Uma proposta de descontaminação do solo - Estud. Biol., 
Ambiente Divers. 2012 jul./dez. 
MECANISMOS DA 
FITORREMEDIAÇÃO 
VII. Fitotransformação ou Fitodegradação 
Técnica que emprega o uso de raízes bem desenvolvidas, porém utiliza a absorção com 
subsequente volatilização, ou então à degradação de forma parcial ou completa, 
transformando o composto em menos tóxico. 
Aplicação: Compostos orgânicos como hidrocarbonetos. 
 
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VASCONCELOS, M. C.; PAGLIUSO, D., SOTOMAIOR, V. S.- Fitorremediação: Uma proposta de descontaminação do solo - Estud. Biol., 
Ambiente Divers. 2012 jul./dez. 
MECANISMOS DA 
FITORREMEDIAÇÃO 
VIII.Controle hidráulico ou Fitohidráulico 
Utiliza plantas para a absorção de água do subsolo para a captação e consumo, de 
tal forma que os contaminantes permanecem retidos em uma área, podendo-se 
dizer que o controle hidráulico controla a migração dos contaminantes. 
Vantagens: Não é necessário a instalação de sistema de bombeamento e o custo é 
relativamente baixo. Além disso, as raízes apresentam maior capacidade de 
penetração e contato com maior volume de solo se comparado com um sistema de 
bombeamento. 
 
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VASCONCELOS, M. C.; PAGLIUSO, D., SOTOMAIOR, V. S.- Fitorremediação: Uma proposta de descontaminação do solo - Estud. Biol., 
Ambiente Divers. 2012 jul./dez. 
MECANISMOS DA 
FITORREMEDIAÇÃO 
IX. Cobertura Vegetativa 
Consiste num sistema de plantas em crescimento e/ou sobre materiais que 
apresentam risco ambiental. Tal cobertura reduz os riscos desses materiais para 
um nível aceitável, e requer manutenções mínimas. Existem dois tipos de 
coberturas: As de evapotranspiração e as de fitorremediação. 
 
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VASCONCELOS, M. C.; PAGLIUSO, D., SOTOMAIOR, V. S.- Fitorremediação: Uma proposta de descontaminação do solo - Estud. Biol., 
Ambiente Divers. 2012 jul./dez. 
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 PLANTAS FITORREMEDIADORAS 
Uma boa planta remediadora deve ser capaz de: 
 Crescer na presença do contaminante; 
 Sobreviver sem a diminuição da sua taxa de crescimento, apesar da captura 
do contaminante e seu acúmulo; 
 Apresentar capacidade de acumulação diversificada (vários contaminantes); 
Se destacam as Plantas Hiperacumuladoras, pois: 
 Absorvem quantidades elevadas de metais pesados; 
 Mais acumuladoras e tolerantes frente às não hiperacumuladoras; 
Absorção de contaminantes distintos simultaneamente com um único tipo 
de vegetal; 
29 
VASCONCELOS, M. C.; PAGLIUSO, D.,SOTOMAIOR, V. S.- Fitorremediação: Uma proposta de descontaminação do solo - 
Estud. Biol., Ambiente Divers. 2012 jul./dez. 
Crotalaria spectabilis 
• Planta de ciclo anual, da família Leguminosae, 
originária da Índia; 
• Apresenta adaptação às regiões tropicais e 
subtropicais; 
• Suas plantas são arbustivas, de crescimento 
ereto e determinado; 
• Apresenta 1,0 – 1,5 m de altura quando maduras; 
• Apresenta desenvolvimento lento; 
COUTINHO, H.D.; BARBOSA, A.R. Fitorremediação: Considerações Gerais e Características de Utilização. Silva Lusitana, v.15, n. 1, p. 103-117, 2007. 
GARBISU, C.; ALKORTA, I. Phytoextraction: a cost effective plant-based technology for the removal of metals from the environment. Bioresource Technology, v. 77, p. 229-
236, 2000. 30 
MATERIAIS E MÉTODOS 
• O experimento foi realizado em cultivo protegido; 
• O solo utilizado para o teste foi coletado em Toledo, Paraná. 
P MO pH CaCl2 H+Al Al
3+ K+ Ca2+ Mg2+ SB CTC V Al 
mg dm-3 g dm-3 0,01 mol L-1 cmolc dm
-3 % 
6,4 26,7 4,9 5,4 0,1 0,6 5,7 2,8 9,1 14,5 62,6 1,1 
Tabela 1- Caracterização química da amostra de solo. 
COUTINHO, H.D.; BARBOSA, A.R. Fitorremediação: Considerações Gerais e Características de Utilização. Silva Lusitana, v.15, n. 1, p. 103-117, 2007. 
GARBISU, C.; ALKORTA, I. Phytoextraction: a cost effective plant-based technology for the removal of metals from the environment. Bioresource Technology, v. 77, p. 229-
236, 2000. 31 
MATERIAIS E MÉTODOS 
Cd Pb 
4,00 59,5 
Tabela 2- Concentração prévia de Cd e Pb no solo estudado (mg kg-1 ) 
- A semeadura foi realizada em vasos de PVC com 10 sementes por vaso; 
- O solo não recebeu qualquer tratamento corretivo. 
- Após 30 dias, procedeu-se o debaste e a contaminação do solo utilizando 
Pb e Cd. 
32 
MATERIAIS E METODOS 
- Utilizou-se delineamento experimental inteiramente casualizado (DIC); 
- 20 unidades experimentais, contando com controle e tratamento; 
- O solo foi contaminado de acordo com as doses sugeridas pela Companhia de 
Tecnologia e Saneamento Ambiental do Estado de São Paulo –CETESB; 
- Os tratamentos utilizados foram: 
- Controle; 
- Nível de prevenção de Cd 1,3 mg kg-1; 
- Nivel de intervenção de Cd 3,0 mg kg-1; 
- Nível de prevenção de Pb 72 mg kg-1; 
- Nivel de intervenção do Pb 180 mg kg-1. 
- A irrigação foi realizada com água deionizada. 
33 
MATERIAIS E MÉTODOS 
- As plantas foram mantidas em 
solo por 90 dias; 
- Na parte aérea foi realizada 
digestão nitroperclórica; 
- A quantificação dos metais foi 
realizada através de 
espectrometria de absorção 
atômica em chama. 
FONTE:< http://datateca.unad.edu.co/contenidos/401539/exe-
2%20de%20agosto/leccin_13_instrumentacin_en_espectroscopia_de_absorcin_
atmica_aa.html> 
34 
http://datateca.unad.edu.co/contenidos/401539/exe-2 de agosto/leccin_13_instrumentacin_en_espectroscopia_de_absorcin_atmica_aa.html
http://datateca.unad.edu.co/contenidos/401539/exe-2 de agosto/leccin_13_instrumentacin_en_espectroscopia_de_absorcin_atmica_aa.html
http://datateca.unad.edu.co/contenidos/401539/exe-2 de agosto/leccin_13_instrumentacin_en_espectroscopia_de_absorcin_atmica_aa.html
http://datateca.unad.edu.co/contenidos/401539/exe-2 de agosto/leccin_13_instrumentacin_en_espectroscopia_de_absorcin_atmica_aa.html
http://datateca.unad.edu.co/contenidos/401539/exe-2 de agosto/leccin_13_instrumentacin_en_espectroscopia_de_absorcin_atmica_aa.html
http://datateca.unad.edu.co/contenidos/401539/exe-2 de agosto/leccin_13_instrumentacin_en_espectroscopia_de_absorcin_atmica_aa.html
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
Metais 
Tratamentos (mg kg-1 ) 
Controle Prevenção Pb Intervenção Pb Prevenção Cd Intervenção Cd 
Cd Nd Nd Nd Nd nd 
Pb 14,00 12,25 25,00 14,00 9,67 
- O controle apresentou teores de Pb devido ao teor prévio; 
- Maior média no nível de intervenção de Pb; 
- Os teores de Pb encontrados na biomassa apresentam valores 
considerados normais e de contaminação; 
- Não foram detectados concentrações de Cd na biomassa da planta; 
 
35 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
• Taxa de sobrevivência 100%; 
• Não houve diferença na altura (1,0m - 1,5m); 
• Ambos os tratamentos apresentaram clorose, 
manchas foliares, folhas pequenas e retorcidas 
e inflorescência diminuída. 
• Diminuição da biomassa; 
• Tolerância aos metais pesados estudados; 
• Espécie pode ser utilizada em programas de 
fitorremediação devido ao acumulo de Pb no 
seu tecido vegetal. 
Clorose 
36 
VANTAGENS DA 
FITORREMEDIAÇÃO 
Elevado potencial de utilização 
Investimento em capital e custo baixos 
Aplicável in situ 
Aplica-se em grande variedades de poluentes simultaneamente 
As plantas ajudam no controle do processo erosivo, eólico e hídrico 
Técnica esteticamente bem aceita e menos agressiva ao ambiente 
Limita as perturbações ao meio ambiente 
As plantas são mais facilmente monitoradas do que os microorganismos 
Aplica-se em áreas extensas 
Melhoram as características físicas e químicas do solo 
37 
DESVANTAGENS DA 
FITORREMEDIAÇÃO 
38 
Resultados mais lentos do que outras tecnologias 
Crescimento e desenvolvimento das plantas são dependentes: da estação, 
do clima, do solo 
Os contaminantes quando em concentrações muito tóxicas não permitem o 
desenvolvimento das plantas 
Seu resultado é mais satisfatório quando aplicado na superfície do solo ou 
em águas mais rasas. 
Não reduz 100% da concentração do poluente 
Podem ser produzidos metabólitos mais tóxicos 
Pode haver propagação da contaminação na cadeia alimentar 
CONCLUSÃO 
• A fitorremediação mostra-se como um avanço da biotecnologia. 
• É um método que se vale dos próprios mecanismos da natureza para 
defender-se. 
• É uma técnica de descontaminação in situ, que perturba menos o meio 
ambiente, e apresenta facilidade de aplicação. 
• É uma medida econômica. 
• Pode ser aplicada em áreas extensas. 
• Pode tratar diversos poluentes orgânicos e inorgânicos. 
• Requer ação conjunta de vários profissionais de diversas áreas no intuito de 
detectar espécies eficazes na descontaminação de solos. 
39 
REFERÊNCIAS 
• ANSELMO, A. L. F.; JONES, C. M. – Fitorremediação de solos contaminados- o estado da arte. XXV Encontro 
Nac. de Eng. De Produção – Porto Alegre, RS, nov. de 2005. 
• PROCÓPIO, S. de O., et al. - Fitorremediação de solos com resíduos de herbicidas – Aracaju : Embrapa 
Tabuleiros Costeiros, 2009. 
• VASCONCELOS, M. C.; PAGLIUSO, D., SOTOMAIOR, V. S.- Fitorremediação: Uma proposta de 
descontaminação do solo - Estud. Biol., Ambiente Divers. 2012 jul./dez. 
• N. DIAS, R. FONSECA, L. MARTINS, A. ARAÚJO, A. C. PINHO. Avaliação da contaminação e proposta de 
remediação de solos em clima tropical, na envolvente de uma unidade de processamento de metais pesados, 
Minas Gerais, Brasil. LNEG; Comunicações Geológicas (2014) 101, Especial II, 981-985. 
• SENGUPTA, M. (1993) - Environmental impacts of mining: monitoring, restoration, and control. Boca Raton:Lewis, 
p.1993. 494 
• CAMPOS M, J, A. Metais Pesados: Um Perigo Eminente. Universidade de São Paulo. Disponível em: 
<http://www.icb.usp.br/bmm/mariojac/index.php?option=com_content&view=article&catid=13%3Atemas-de-
interesse&id=33%3Ametais-pesados-um-perigo-eminente&lang=br> 
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