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Direito Ambiental

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DIREITO AMBIENTAL 
Áreas de preservação permanente e Reserva 
Legal 
 
Estudaremos neste breve curso à exploração, sistematização de informações e análise de como 
o Código Florestal define e limitação tanto das Áreas de Preservação Permanente quanto a 
Reserva Legal, como nos casos de utilidade pública para fins de utilização. 
1 
 
 
 
Olá queridos Alunos! 
É como grande prazer que lhes apresento o curso de Direito Ambiental com ênfase 
na inovação nas áreas de preservação de permanente, e reserva legal inserida ao novo Código 
Florestal (LEI Nº 12.651, DE 25 DE MAIO DE 2012.) 
No decurso da evolução histórica e legislativa, é notável observar na Constituição de 
1988 a incumbência do Poder Público e a coletividade o dever de defender e preservar o meio 
ambiente ecologicamente equilibrado para as presentes gerações, as Áreas ambientalmente 
protegidas são caracterizadas, pela intocabilidade e vedação de uso econômico direto, como 
bem informa o grande professor Romeu Thomé: 
 
A referida inovação do Novo Código Florestal é, do ponto de vista da proteção do 
meio ambiente, no mínimo questionável. A intervenção em Áreas de Preservação 
Permanente é situação excepcional que, como tal, submete-se ao preenchimento de 
requisitos impostos pelo legislador. (THOMÉ, 2012, p. 318). 
 
 
Assim, estudaremos neste breve curso à exploração, sistematização de informações e 
análise de como o Código Florestal define e limitação tanto das Áreas de Preservação 
Permanente quanto a Reserva Legal, como nos casos de utilidade pública para fins de 
utilização, Neste curso você irá aprender: 
 
 Conceito de propriedade, e sua relação com o interesse público 
 Princípios básicos do direito ambiental 
 Conceito e modalidades das áreas de preservação permanente, medidas de 
prevenção e recuperação. 
 Conceito e modalidades de reserva legal 
 Sistema Nacional do meio ambiente 
 Pagamento dos serviços ambientais 
 Responsabilidade Civil e Ambiental. 
 Questões de concurso referente ao tema 
2 
 
SUMÁRIO 
 
 
 
1 CONCEITO DE PROPRIEDADE E A SUA RELAÇÃO COM INTERESSE 
PÚBLICO.............................................................................................................. .......... 
2 PRINCÍPIOS BÁSICOS DO DIREITO AMBIENTAL..................................................... 
 
2.1 Introdução........................................................................................................................... 
 
2.2 Princípios básicos do direito ambiental............................................................................ 
 
 
3 CONCEITO E MODALIDADES DAS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE 
E RESERVA LEGAL............................................................................................................. 
3.1Áreas de Preservação Permanente..................................................................................... 
 
3.2 Reserva Legal..................................................................................................................... 
 
4 SISTEMA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE.............................................................. 
 
4.1 Origem............................................................................................................................. .... 
 
4.2 Estrutura............................................................................................................................. 
 
4.2.1Órgão Superior................................................................................................................... 
 
4.2.2Órgão Consultivo e Deliberativo........................................................................................ 
 
4.2.3Órgão Central.................................................................................................................... 
 
4.2.4Órgãos Setoriais................................................................................................................. 
 
4.2.5Órgãos Seccionais.............................................................................................................. 
 
4.2.6Órgãos locais...................................................................................................................... 
 
 
5 PAGAMENTO PELOS SERVIÇOS AMBIENTAIS....................................................... 
 
7.1 Introdução .......................................................................................................................... 
 
7.2 Modalidades......................................................................................................................... 
3 
 
6 RESPONSABILIDADE EM CASO DE DANO AMBIENTAL .................................. 
 
6.1 - CONCEITO DE RESPONSABILIDADE.................................... 
 
6.2 - PRESSUPOSTOS DA RESPONSABILIDADE CIVIL AMBIENTAL.................. 
 
7 QUESTÕES .................................................................................................................. 
 
8 CÓDIGO FLORESTAL.............................................................................................. 
4 
 
 
 
1 CONCEITO DE PROPRIEDADE E A SUA RELAÇÃO COM INTERESSE 
PÚBLICO. 
 
A propriedade constitui umas das categorias mais complexas do pensamento jurídico, 
pois sua compreensão pode ocorrer por diversas perspectivas, permeadas por aspectos 
históricos, filosóficos, econômicos e normativos. A preocupação com a função social da 
propriedade foi introduzida na ordem jurídica brasileira pela constituição de 1946, que, 
embora, sem menção expressa ao principio, condicionava o uso da propriedade ao bem estar 
social. A emenda constitucional nº 69 tratou da matéria econômica e social tem por fim 
realizar o desenvolvimento nacional e a justiça social, baseada na função social da 
propriedade, além, é claro de outros princípios. 
A partir da Constituição de 1988, a função social modificou a natureza da 
propriedade, que não pôde mais ser concebida como um direito meramente individual. Assim, 
é o maior grau de proteção oferecido á propriedade que cumpre a sua função social. 
O conjunto de normas constitucionais sobre a propriedade mostra que não se pode 
mais considerá-la um direito meramente individual. Assim, é o maior grau de proteção 
oferecido á propriedade que cumpre a sua função social. A constituição vigente trouxe 
relevantes modificações na velha concepção de propriedade, na forma de um direito absoluto, 
natural, privatista e imprescritível. O direito de propriedade, de uma relação 
O direito de propriedade assegurado pela Constituição Federal em seu artigo 5º 
XXII, considerado princípio da ordem econômica e tratado no artigo 1225 cc como um direito 
real, aquele que recai inteiramente sobre a coisa, sujeitando-a ao poder do seu titular, que a 
pode usar, gozar e dispor. 
A função social da propriedade é um poder dever, ou seja, configura uma obrigação 
imposta ao proprietário, que deve exercer o seu direito em harmonia com os fins da sociedade. 
Por isso, a propriedade como direito fundamental não poderia deixar de se compatibilizar com 
a sua destinação social; por conseguinte, tem necessidade de harmonizar-se com os fins 
legítimos da sociedade 
É de grande valia observar que o interesse público requisito para que ocorra a 
desapropriação não pode ser confundido com o interesse do Estado, 
O ordenamento jurídico reconhece ao proprietário do direito de usar, gozar de sua 
propriedade, mas não confere o direito de beneficiar-se totalmente dos usos inimagináveis e 
5 
 
possíveis, existe então uma limitação de algumas propriedades como ocorre por exemplo em 
Áreas de preservação permanente e Reserva Legal. 
Outrossim, a função social não se configura como simples limitação ao exercício do 
direito de propriedade, e sim apresenta-se como quinto atributo ao do lado do uso, gozo 
disposição e reivindicação. 
6 
 
 
 
 
 
2 PRINCÍPIOS BÁSICOS DO DIREITOAMBIENTAL 
 
 
2.1 Introdução 
 
 
A palavra princípio significa alicerce, base ou fundamento de alguma coisa, 
abarcando de início ou de ponto de partida. Trata-se de um vocábulo de origem latina que 
possui o sentido de “aquilo que ser torna primeiro.” 
 
Os princípios exercem uma função especialmente importante frente ás outras fontes 
do Direito, porque, além de incidir como regra de aplicação no caso prático, eles também 
influenciam na produção das demais fontes do direito. É com base nos princípios jurídicos 
que são feitas as leis, a jurisprudência, a doutrina e os tratados, já que eles traduzem os 
valores essenciais da Ciência Jurídica. 
 
De acordo com Talden Farias citado por Noberto Bobbio, os princípios constituem o 
mandamento nuclear do sistema normativo, já que, além de servirem de critério para 
interpretação de toas as normas jurídicas, eles têm a função de integrar e harmonizar todo o 
ordenamento jurídico, transformando-o efetivamente em um sistema, sendo assim o autor faz 
uma clara análise dos princípios gerais do direito, inserindo-os na amplo conceito de normas: 
 
Os princípios gerais são apenas, a meu ver, normas fundamentais ou generalíssimas 
dos sistemas as normas mais gerais. A palavra princípios leva ao engano, tanto que é 
velha questão entre jurista se os princípios gerais são normas. Para mim não há 
dúvidas: os princípios gerais são normas, os argumentos são dois; e ambos válidos; 
antes de mais nada, se são normas aquelas das quais os princípios gerais são 
extraídos, através de um procedimento de generalização sucessiva, não se vê por que 
não devam ser normas também eles; se abstraio da espécie animal obtenho sempre 
animais, e não flores ou estrelas. Em segundo lugar, a função para qual são extraídos 
e empregados é a mesma cumprida por todas as normas, isto é, a função de regular 
um caso. E com que finalidade são extraídos em caso de lacuna? Para regular um 
comportamento não regulamentado: mas então servem ao mesmo tempo escopo que 
servem as normas. E por que não deveriam ser normas? (BOBBIO, 1995, p. 159) 
 
 
 
2.2 Princípios básicos do direito ambiental 
 
 
No âmbito do direito ambiental, os princípios também desempenham essas mesmas 
funções de interpretação das normas legais, de integração e harmonização do sistema jurídico 
7 
 
e de aplicação ao caso concreto, além de não existir um consenso sobre os princípios do 
direito ambiental, são enormes as divergências doutrinárias sobre o conteúdo e a terminologia 
de cada um deles. Assim passarão a ser analisados os princípios mais importantes do Direito 
Ambiental, segundo a maior parte da doutrina. 
 
2.1 Princípio da Prevenção. 
 
 
Este princípio é implicitamente consagrado na Constituição Federal, e presente em 
resoluções do CONAMA1, já se tem base cientifica para prever os danos ambientais 
decorrentes de determinada atividade lesiva ao meio ambiente. 
A prevenção é o principio que fundamenta e que mais está presente em toda a 
legislação ambiental e em todas as políticas públicas de meio ambiente. A dificuldade, 
improbabilidade ou mesmo impossibilidade de recuperação é a regra em se tratando de um 
dano ao meio ambiente, muito onerosa e demorada, de tal forma que na maior parte das vezes 
somente a atuação preventiva pode ter efetividade. Tratando –se de direito ambiental, deve-se 
sempre que possível buscar a prevenção pois remediar normalmente não é possível. 
 
2.1.1 Princípio da Precaução 
 
 
Por conta do dano ambiental, a Constituição Federal reconheceu que deve ser dada 
prioridade áquelas medidas que impeçam o surgimento de lesões ao meio ambiente, o 
problema é que o principio da prevenção é aplicado em relação aos impactos ambientais 
conhecidos e dos quais se possa estabelecer as medidas necessárias para prever e evitar os 
danos ambientais, não levando em conta incerteza cientifica. 
Assim, a incerteza científica milita em favor do meio ambiente e da saúde. A 
precaução caracteriza-se pela ação antecipada diante do risco desconhecido. Enquanto a 
prevenção trabalha com o risco certo, a precaução vai além e se preocupa como o risco 
incerto. Prevenção se dá em relação ao perigo concreto, ao passo que a precaução envolve 
perigo abstrato ou potencial. Nesse sentido, Paulo Affonso Leme Machado afirma o seguinte: 
 
A precaução age no presente para não se ter que chorar e lastimar o futuro. A 
precaução não só deve estar presente para impedir o prejuízo ambiental, mesmo 
incerto que possa resultar das ações ou omissões humanas, como deve atuar para a 
 
1 O Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA é o órgão consultivo e deliberativo do Sistema Nacional do Meio 
Ambiente-SISNAMA, que foi instituído pela Lei 6.938/81. 
http://www.mma.gov.br/port/conama/legipesq.cfm?tipo=1&numero=6938&ano=1981&texto
8 
 
prevenção oportuna desse prejuízo. Evita-se o dano ambiental através da prevenção 
no tempo certo. (MACHADO, 2006, p.57) 
 
Quanto a medida adotada com base na precaução, ela deverá ser proporcional, 
coerente (a medida deve ser de âmbito e natureza comparáveis ás medidas já tomadas em 
domínio equivalentes) e precária (as medidas precaucionais devem ser revistas 
periodicamente á luza do progresso cientifico e, sempre que necessário, alteradas). 
 
.2.1.2 Princípio do Poluidor- Pagador 
 
 
Por este princípio, deve o poluidor responder pelos custos sociais da degradação 
causada por sua atividade impactante, devendo-se agregar esse valor no custo produtivo da 
atividade, para evitar que se privatizem os lucros e se socializem os prejuízos. Ele se volta aos 
grandes poluidores. 
Como exemplo de aplicação deste Princípio, pode-se citar a reposição florestal que 
deve ser feita nos relevantes desmatamentos, bem como a indenização prevista no artigo 36,§ 
1º., da Lei 9.985/2005, que prevê que o empreendedor que causar significativo impacto 
ambiental licenciado em unidade de conservação deverá aplicar da unidade o equivalente a, 
pelo menos, 0,5 % dos custos totais do empreendimento. 
O princípio do poluidor pagador tem sido confundido por grande parte da doutrina 
como o princípio da responsabilidade. Contudo, o seu objetivo não é recuperar um bem 
lesado, nem criminalizar uma conduta lesiva ao meio ambiente, e sim afastar o ônus 
econômico da coletividade e voltá-lo para atividade econômica utilizadora de recursos 
ambientais. O princípio do poluidor- pagador leva em conta que os recursos ambientais são 
escassos, portanto sua produção e consumo geram reflexos, resultando assim sua degradação 
e suas escassez. Além do mais, ao utilizar gratuitamente um recurso ambiental, está se 
gerando um enriquecimento ilícito, pois, como o meio ambiente é um bem que pertence a 
todos, boa parte da comunidade nem utiliza um determinado recurso ou, se utiliza, o faz em 
menor escala. 
 
2.1.3 Princípio da Responsabilidade 
 
 
O princípio da responsabilidade faz com que os responsáveis pela degradação ao 
meio ambiente seja obrigados a arcar com a responsabilidade e com os custos da reparação ou 
da compensação pelo dano causado. Por este princípio o poluidor pessoa física ou jurídica, 
9 
 
responde pelas ações ou omissões de sua responsabilidade que resultarem em prejuízo ao 
meio ambiente, ficando sujeito a sanções cíveis, penais ou administrativas, já que a 
responsabilidade ambiental se dá de forma independente e simultânea nas esferas cível, 
criminal e administrativa. Além de ter previsão na Constituição Federal , é também previsto 
na primeira parte do inciso VII do art. 4º da Lei n. 6.938/91 ao determinar que a Política 
Nacional do Meio Ambiente visará á imposição ao poluidor e ao predador da obrigação de 
recuperar e / ou indenizar os danos causados ao meio ambiente. 
 
2.1.4 Princípio da Função Socioambiental da Propriedade 
 
 
Já se fala atualmente em função socioambiental da propriedade, uma vez que um dos 
requisitos para que a propriedade rural alcancea sua função social é o respeito á legislação 
ambiental, bem como a propriedade urbana, pois o plano diretor deverá necessariamente 
considerar a preservação ambiental, a exemplo da instituição de áreas verdes. A função social 
se manifesta na própria configuração estrutural do direito de propriedade, o direito de 
propriedade deve ser exercitado em consonância com as suas finalidades econômicas e sócias 
e de modo que sejam preservados, de conformidade com o estabelecido em lei especial, a 
flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico. 
 
2.1.5 Princípio da Participação 
 
 
Este princípio assegura ao cidadão o direito a informação e á efetiva participação na 
elaboração das políticas ambientais, de modo que a ele deve ser assegurado os mecanismos 
judiciais, legislativos e administrativos que efetivam o principio. Exemplo da aplicação desta 
norma é a necessidade de realização de audiências públicas em licenciamentos ambientais 
mais complexos. Essa participação popular no processo de formação da decisão política 
ambiental poderá também se dar por meio de associações ambientais pois vozes isoladas 
normalmente não têm o mesmo eco que um conjunto de pessoas que criam uma pessoa 
jurídica para realizar em conjunto o que seria mais árduo promover individualmente. 
Na verdade, a democracia participativa também é consagrada por diversos 
dispositivos da Constituição Federal, como o parágrafo único do art. 1º que dispõe que o 
poder é exercido por meio de representantes eleitos ou diretamente pelo povo. 
No que diz respeito ao Poder Legislativo, esse princípio se manifesta, por exemplo, 
por meio de iniciativas populares, plebiscitos e referendos de caráter ambiental e da realização 
10 
 
de audiências públicas que tenham o intuito de discutir projetos de lei relacionados ao meio 
ambiente. No que diz respeito ao Poder Judiciário, esse princípio se manifesta, por exemplo, 
por meio dos cidadãos individualmente, por meio de ação popular, do Ministério Público, das 
organizações não governamentais, de sindicatos e de movimentos sócias de forma geral, por 
meio de ação civil pública ou de mandado de segurança coletivo questionarem judicialmente 
as ações ou omissões do Poder Público ou de particulares que possam repercutir 
negativamente sobre o meio ambiente. 
 
2.1.6 Princípio de Limite 
 
 
De acordo com este princípio somente são permitidas as práticas e condutas cujos 
impactos ao meio ambiente estejam compreendidos dentro de padrões previamente fixados 
pela legislação ambiental e pela Administração Pública. Cuida-se do dever estatal de editar e 
efetivar normas jurídicas que instituam padrões máximos de poluição, a fim de mate-lo dentro 
de bons níveis para não afetar o equilíbrio ambiental e a saúde pública. 
Esse controle ambiental se dá pela averiguação e acompanhamento do potencial de 
geração de poluentes líquidos, de resíduos sólidos, de emissões atmosféricas, de ruídos e do 
potencial de riscos de explosões e incêndios. A Constituição de 1988 determina no artigo 225 
para assegurar o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, incumbe ao Poder 
Público controlar a produção e a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e 
substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente. 
11 
 
 
 
 
 
3 CONCEITO E MODALIDADES DAS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE 
Área de Preservação Permanente segundo o artigo 3º do novo Código Florestal é a 
“área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os 
recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo 
genético de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem- estar das populações humana”, 
pela definição legal, percebe-se que a área de preservação permanente poderá ou não ser 
coberta por vegetação nativa, devendo esta ser mantida por questões ambientais e também 
para preservar a segurança das pessoas. Esse dispositivo é auto explicativo 
 
3.1 Características 
Exploração excepcional, apenas nas hipóteses de utilidade pública, interesse social ou 
intervenção eventual de baixo impacto ambiental sua incidência por meio do Chefe do Poder 
executivo, não há percentual de área da propriedade definido na lei, pois a delimitação 
ocorrerá em cada caso concreto segundo a metragem previstas no Código Florestal. 
 
 
ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE 
 
Consideram-se Áreas de Preservação Permanente, em zonas rurais ou urbanas: 
I - as faixas marginais de qualquer curso d'água natural perene e intermitente, excluídos 
os cursos d'água efêmeros, desde a borda da calha do leito regular, em largura mínima de: 
Largura do curso d´água (m) Faixa da APP (m) Até 10 30 Entre 10 e 50 50 Entre 50 e 
200100Entre 200 e 600200Superior a 600 500 
https://www.embrapa.br/codigo-florestal/entenda-o-codigo-florestal/glossario
https://www.embrapa.br/codigo-florestal/entenda-o-codigo-florestal/glossario
12 
 
 
 
 
 
Foto: José Felipe Ribeiro 
 
II - as áreas no entorno dos lagos e lagoas naturais, em faixa com largura mínima de: 
 
Localização 
Área da superfície do espelho 
d´água (ha) 
Faixa marginal de APP 
(m) 
Zonas Rurais 
Até 20 50 
Acima de 20 100 
Zonas 
Urbanas 
Independente 30 
 
III - as áreas no entorno dos reservatórios d'água artificiais, decorrentes de barramento ou 
represamento de cursos d'água naturais, conforme abaixo: 
 
Para abastecimento público e 
geração de energia elétrica 
Não destinado a abastecimento público 
ou geração de energia elétrica 
Faixa marginal de APP 
Definido pelo licenciamento: 
- Área rural: mínimo 30 e máximo 
de 100 metros; 
- Área urbana: mínimo15 e máximo 
de 30 metros. 
 
 
 
Definido pelo licenciamento 
13 
 
IV - as áreas no entorno das nascentes e dos olhos d’água perenes, qualquer que seja sua 
situação topográfica, no raio mínimo de 50 (cinquenta) metros; 
V - as encostas ou partes destas com declividade superior a 45°, equivalente a 100% na linha 
de maior declive; 
 
Foto: Felipe Ribeiro 
 
 
 
 
VI - as restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues; 
Foz do rio Itaguaré, Bertioga (SP). Jornal Costa Norte. 
14 
 
 
 
 
 
VII - os manguezais, em toda a sua extensão; 
Foto: Itamar Soares de Melo 
15 
 
 
VIII - as bordas dos tabuleiros ou chapadas, até a linha de ruptura do relevo, em faixa 
nunca inferior a 100 metros em projeções horizontais; 
Foto: Thiago Medonça 
 
 
 
IX - no topo de morros, montes, montanhas e serras, com altura mínima de 100 metros e 
inclinação média maior que 25°, as áreas delimitadas a partir da curva de nível 
correspondente a 2/3 da altura mínima da elevação sempre em relação à base, sendo esta 
definida pelo plano horizontal determinado por planície ou espelho d'água adjacente ou, nos 
relevos ondulados, pela cota do ponto de sela mais próximo da elevação; 
X - as áreas em altitude superior a 1.800 metros, qualquer que seja a vegetação; 
XI - em veredas, a faixa marginal, em projeção horizontal, com largura mínima de 50 metros, 
a partir do espaço permanentemente brejoso e encharcado. 
16 
 
 
 
 
Foto Elizabeth Arnnadt 
17 
 
 
 
 
Fonte https://www.embrapa.br/
18 
 
 
 
 
 
 
Fonte https://www.embrapa.br/
19 
 
 
 
 
 
 
3.2 Reserva legal 
 
 
O conceito legal da reserva legal vem estampado no artigo 3º. Inciso III, do novo 
CFlo (Lei 12.651/2012), que o define como a “área localizada no interior de uma propriedade 
ou posse rural, auxiliar a conservação e reabilitação dos processos ecológicos e promover a 
conservação da biodiversidade, bem como o abrigo e a proteção de fauna silvestre e da flora 
nativa. Por ser genérica e decorrer diretamente de lei, entende-se que a reserva legal tem a 
natureza jurídica de limitação ao uso da propriedade, conforme já reconhecido pelo STJ, não 
sendo, portanto, indenizável devendo ser suportadapor todos os proprietários rurais para a 
manutenção de parte das florestas e da biodiversidade nacional regime jurídico mantido com o 
novo Código Florestal. 
 
Áreas Rurais consolidadas em Áreas de Preservação Permanente 
 
A Lei 12.651/2012 (Art. 61-A) estabelece que nas Áreas de Preservação Permanente 
é autorizado a continuidade das atividades agrossilvipastoris, de ecoturismo e de turismo 
rural em áreas rurais consolidadas até 22 de julho de 2008. 
https://www.embrapa.br/codigo-florestal/entenda-o-codigo-florestal/glossario
20 
 
Contudo, a continuidade das atividades acima em uma Área de Preservação 
Permanente, como de uso consolidado, é dependente da adoção de boas práticas de 
conservação de solo e água, uma vez que se trata de áreas com diversas fragilidades 
ambientais, demandando manejos diferenciados aos reservados às áreas produtivas fora das 
APPs. 
Para efeito de recomposição de algumas categorias de APP em áreas consideradas 
consolidadas, a Lei 12.651/2012 estabelece regras transitórias, indicando as dimensões 
mínimas a serem recompostas com vistas a garantir a oferta de serviços ecossistêmicos a elas 
associados. A aplicação de tais regras leva em consideração o tamanho da propriedade em 
módulos fiscais e às características associadas às APPs (ex: largura do curso d'água; área da 
superfície do espelho d'água). 
(Fonte Embrapa.br) 
https://www.embrapa.br/codigo-florestal/entenda-o-codigo-florestal/glossario
21 
 
 
 
 
 
Fonte https://www.embrapa.br/
22 
 
23 
 
4 SISTEMA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE- SISNAMA 
 
 
4.1 A origem 
 
 
Costuma-se apontar como antecedente imediato do sistema Nacional do Meio 
Ambiente a criação, em 1973, da Secretaria Especial do Meio Ambiente- Sema, logo após a 
Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, Estocolmo, 1972. Sabe-se 
que, naquele evento, os países do Terceiro Mundo, liderados pelo Brasil, passaram a 
questionar a postura dos países ricos, eles queriam encarecer a industrialização dos países 
subdesenvolvidos, impondo-lhes complexas exigências de controle ambiental. 
Ante as críticas da comunidade internacional, a instituição da SEMA2, como o 
declarado objetivo de orientar uma política de conservação do meio ambiente e o uso racional 
dos recursos naturais, foi a resposta brasileira neutralizadora das pressões do momento. Outro 
acontecimento importante foi a aprovação, em 1974, do II Plano Nacional de 
Desenvolvimento – PND, para ser executado no período de 1975 a 1979, o qual, incorporando 
em seu contexto a o estabelecimento de uma política a ambiental a ser seguida. 
A Política Nacional se deu apenas no III Plano Nacional de Desenvolvimento, em 
1979. Para vigora no período de 1980 a 1985. Instituída pela Lei 6.929, de 31.08.1981, a 
Política Nacional do Meio Ambiente trouxe, no seu bojo, a arquitetura do SISNAMA tal qual 
o temos hoje. 
 
4.2 Estrutura 
 
 
O SISNAMA3 é, de direito e de fato, uma estrutura político- administrativa oficial, 
governamental, ainda que aberta á participação de instituições não governamentais e da 
sociedade, através dos canais competentes. 
Constituído pelos órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos 
Municípios e pelas Fundações instituídas pelo Poder Público responsáveis pela proteção e 
melhoria da qualidade ambiental, tem a seguinte estrutura: 
 
 
 
 
 
 
2 SEMA- Secretária Especial do Meio Ambiente 
3 SISNAMA- Sistema Nacional do Meio Ambiente 
24 
 
4.2.1 Órgão Superior: Conselho de Governo 
 
 
Embora previsto como órgão de assessoramento imediato ao Presidente da República não teve 
até o momento qualquer atuação concreta na formulação das diretrizes de ação governamental 
com relação ao meio ambiente. O lugar tem sido ocupado pelo Conselho Nacional do Meio 
Ambiente- CONAMA4. 
 
4.2.2 Órgão Consultivo e Deliberativo 
 
 
O Conselho Nacional do Meio Ambiente- CONAMA, com funções consultivas e 
deliberativas. 
Órgão é presidido pelo Ministro do Meio Ambiente, sua composição obedece critérios 
representação dos Estados da Federação, do Distrito Federal e de Municípios e critérios 
institucionais com representação de Ministérios e outros, também tem representação da 
sociedade civil organizada, integram também um representante do Ministério Público Federal, 
um representante dos Ministérios Públicos estaduais e um representante da Comissão de 
Defesa do Consumidor, Meio ambiente e Minorias das Câmara dos deputados todos esses sem 
direito a voto. 
 
4.2.3 Órgão Central : o Ministério do Meio Ambiente. 
 
 
Ao Ministério do Meio Ambiente, como órgão central do Sistema, incumbe planejar, 
coordenar, supervisionar e controlar a Política Nacional e as diretrizes governamentais fixadas 
para o meio ambiente. 
IV Órgãos Executores: o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais 
renováveis - IBAMA5 e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – 
Instituto Chico Mendes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 CONAMA- Conselho Nacional do Meio Ambiente 
5 IBAMA-Instituto Brasileiro do Meio Ambiente 
25 
 
4.2.4 Órgãos Setoriais 
 
 
Esta denominação compreende os entes integrantes da Administração Federal direta e 
indireta, bem como as fundações instituídas pelo Poder Público cujas atividades estão 
associados á proteção da qualidade ambiental. 
 
4.2.5 Órgãos Seccionais 
 
 
São órgãos ou entidade estaduais, constituídos por lei e incumbidos de preservar o meio 
ambiente, melhorar a qualidade ambiental, os órgãos seccionais passam a constituir o 
verdadeiro esteio do SISNAMA. 
 
4.2.6 Órgãos locais 
 
 
São os órgãos ou entidades municipais incumbidos de exercer a gestão ambiental no 
respectivo território e no âmbito de sua competência, na forma da lei. 
Diante da exposição da estrutura institucional do SISNAMA, é importante pontuar 
algumas considerações acerca da gestão do meio ambiente.O SISNAMA representa a 
articulação da rede de órgãos ambientais existentes e atuantes em todas as esferas da 
Administração Pública. 
 
O SISNAMA não funciona como uma entidade situada no tempo e no espaço. Mais 
do que uma instituição, ele é um instituto jurídico ou legal. Não tem personalidade 
jurídica nem qualquer outra identificação. Ele não existe em si, sua existência 
efetiva reside nos órgãos que, em rede nacional, o compõem. Todavia, 
implicitamente tem atribuições, não próprias, porém conferidas aos órgãos, 
entidades e instituições que o integram. (MILARÉ ,2011 p. 371). 
26 
 
5 O PAGAMENTO PELOS SERVIÇOS AMBIENTAIS – PSA COMO 
INSTRUMENTO DE GESTÃO 
 
5.1 Introdução 
 
 
O homem como um todo e qualquer ser vivo, enquanto agente ecológico, apropria- 
se dos recursos necessários á manutenção da própria vida. Este comportamento é puramente 
biológico independe da cultura, sendo a apropriação dos bens naturais limitada a apenas pela 
sua disponibilidade, pela capacidade de consumo do grupamento social. 
Á medida, porém, que tais bens se vão quando escassos, quer pelo aumetno da 
procura, quer pelo maior demanda de trabalho para obtê-los, passam a ser encarados como 
integrantes de um patrimônio, como propriedade de alguém: a tribo, a nação, o rei, um 
particular qualquer. 
A concepção romano primitiva dizia que o proprietário é senhor absoluto da coisa, 
podendo dela usar, gozar e livremente dispor, ou até mesmo dela abusar e destruí-la, claro que 
essa é uma antiga concepção. Na Revolução Industrial o empreendedor munido de uma 
permissão do estado apropriava-se de um recurso natural qualquer- minério, água, madeira, ou 
o que fosse. 
Todo esse processo gerou grandes riquezas, tanto públicas quanto privadas, e 
propiciou um surto de progresso material nunca visto, tirando milhões de pessoas da miséria e 
favorecendo a explosão planetária da população humana. A natureza então continuava a ser 
percebida como uma mera fornecedora de produtos, de objetos concretos, com valor de uso 
mais ou menosimediato. 
 
A princípio, mesmo o mais primitivo predador poderia dar-se conta de que, 
saqueado, até a exaustão, um determinado recurso natural- espécie cinegética, 
estoque pesqueiro ou reserva madeireira- cessaria de dar seus frutos periódicos: é 
bem antiga a lenda da “ Gansa dos Ovos de Ouro”. Mas persistia a ilusão de que a 
terra era infinita, e bastaria mover a exploração para uma nova fronteira ainda 
intacta.(MILARÉ, 2011- p. 380). 
 
 
As conseqüências socio ambientais são conhecidas em áreas tropicais e familiares 
aos brasileiros: erosão do solo, desertificação, perda de biodiversidade e produtividade 
agrícola, redução da disponibilidade hídrica, pobreza e êxodo rural. Foi então que o governo 
criou uma taxa incidente sobre o consumo de água e gasolina, destinando o produto da 
27 
 
arrecadação a compensar aqueles que, na condição de prestadores de serviços ambientais, 
restaurassem ou preservassem as florestas de suas propriedades. 
A remuneração, embora relativamente baixa, foi suficiente para reverter a situação 
voltando ao país, atualmente, a contar com mais de 50% de seu território novamente 
recoberto de florestas. 
 
 
 
 
5.2 Modalidades 
 
 
Os pagamentos por serviços ambientais vêm ser firmando no Brasil, ademais, em 
quatro vertentes, água, carbono, biodiversidade e beleza cênica, tendo como pressuposto o 
reconhecimento de que ser trata de aspectos do meio ambiente fundamentais para o bem estar 
da sociedade atual e futura. 
Para sua efetividade é imprescindível a adoção de políticas públicas de vasto 
descortino político e teórico, mas que deixem ampla margem de ação para criativade e a 
iniciativa individuais. 
Não basta apenas modelos fechados de simples adesão. Para uma proteção ambiental 
eficaz, a legislação deverá impor a obrigatoriedade da remuneração dos serviços ecológicos 
em certos casos; mas noutros permitir e incentivar um plasticidade de negociação e 
entendimento, que entre agentes privados, quer entre este e os órgãos públicos, facultando 
inclusive contrapartidas substitutivas, para que as melhores soluções sejam encontradas e 
implementadas. 
28 
 
6 RESPONSABILIDADE EM CASO DE DANO AMBIENTAL 
 
6.1 - CONCEITO DE RESPONSABILIDADE 
 
Segundo Pontes de MIRANDA apud DIAS (1997, p. 7-10) os julgamentos de 
responsabilidade são reflexos individuais, psicológicos, do fato exterior social, objetivo, que é 
a relação de responsabilidade. Já sob o ponto de vista jurídico, a idéia de responsabilidade 
adota um sentido obrigacional: é a obrigação que tem o autor de um ato ilícito de indenizar a 
vítima pelos prejuízos a ela causados. 
Segundo Álvaro Villaça Azevedo, responsabilidade civil: 
 
É a situação de indenizar o dano moral ou patrimonial, decorrente de 
inadimplemento culposo, de obrigação legal ou contratual, ou imposta por 
lei. 
 
 
6.2 - PRESSUPOSTOS DA RESPONSABILIDADE CIVIL AMBIENTAL 
 
O legislador pátrio, com a edição da Lei da Política Nacional do Meio Ambiente - 
Lei n. 6.938/81 – criou, em seu artigo 14, § 1o, o regime da responsabilidade civil objetiva 
pelos danos causados ao meio ambiente. Dessa forma, é suficiente a existência da ação lesiva, 
do dano e do nexo com a fonte poluidora ou degradadora para atribuição do dever de 
reparação. 
 
Comprovada a lesão ambiental, torna-se indispensável que se estabeleça uma relação 
de causa e efeito entre o comportamento do agente e o dano dele advindo. Para tanto, não é 
imprescindível que seja evidenciada a prática de um ato ilícito, basta que se demonstre a 
existência do dano para o qual exercício de uma atividade perigosa exerceu uma influência 
causal. 
 
Vale ressaltar que, mesmo sendo lícita a conduta do agente, tal fator torna-se 
irrelevante se dessa atividade resultar algum dano ao meio ambiente. Essa nada mais é do que 
uma consequência advinda da teoria do risco da atividade ou da empresa, segundo a qual cabe 
o dever de indenizar àquele que exerce atividade perigosa, consubstanciando ônus de sua 
atividade o dever de reparar os danos por ela causados. Tal teoria decorre da responsabilidade 
objetiva, adotada pela Lei de Política Nacional do Meio Ambiente. 
29 
 
A responsabilidade civil objetiva aos danos ambientais pode assumir duas acepções 
diferentes. Por um lado, a responsabilidade objetiva tenta adequar certos danos ligados aos 
interesses coletivos ou difusos ao anseio da sociedade, tendo em vista que o modelo clássico 
de responsabilidade não conseguia a proteção ambiental efetiva, pois não inibia o degradador 
ambiental com a ameaça da ação ressarcitória. Por outro lado, a responsabilidade objetiva visa 
a socialização do lucro e do dano, considerando que aquele que, mesmo desenvolvendo uma 
atividade lícita, pode gerar perigo, deve responder pelo risco, sem a necessidade da vítima 
provar a culpa do agente. Desse modo, a responsabilidade estimula a proteção a meio- 
ambiente, já que faz o possível poluidor investir na prevenção do risco ambiental de sua 
atividade. 
 
Quando se fala sobre a responsabilidade civil ambiental, que se sabe é OBJETIVA, 
faz-se imperioso refletir a respeito do princípio de Direito Ambiental do Poluidor-Pagador. 
 
 
Segundo este princípio, quem polui deve arcar com as despesas que seu ato produzir, 
e não, como querem alguns ,que quem paga pode poluir. Tal princípio pretende internalizar no 
preço as externalidades produzidas, o que se denomina custo ambiental. Tal expressão se 
traduz na imposição do sujeito causador do problema ambiental em sustentar financeiramente 
a diminuição ou afastamento do dano. Visa, ainda, impedir a socialização dos prejuízos 
decorrentes dos produtos inimigos ao 
 
 
Para Maria Helena Diniz na responsabilidade subjetiva o ilícito é o fato gerador, 
sendo que o imputado deverá ressarcir o prejuízo, se ficar provado que houve dolo ou culpa 
na ação. Já na responsabilidade objetiva a atividade que gerou o dano é lícita, mas causou 
perigo a outrem, de modo que aquele que a exerce, por ter a obrigação de velar para que dela 
não resulte prejuízo, terá o dever ressarcitório, pelo simples implemento do nexo causal. 
Neste caso, a vítima deverá demonstrar pura e simplesmente o nexo de causalidade entre o 
dano e a ação que o produziu. 
 
 
Como explica Maria Helena Diniz: A responsabilidade objetiva funda-se num 
princípio de equidade, existente desde o direito romano: aquele que lucra com uma situação 
deve responder pelo risco ou pelas desvantagens dela resultantes [...] Essa responsabilidade 
30 
 
tem como fundamento a atividade exercida pelo agente, pelo perigo que pode causar dano à 
vida, à saúde ou a outros bens, criando risco de dano para terceiro. 
31 
 
QUESTÕES 
 
1) Área de Preservação Permanente pode contar como Reserva Legal? 
SIM. Será admitido o cômputo das Áreas de Preservação Permanente no cálculo do 
percentual da Reserva Legal do imóvel, desde que: 
 
1. O benefício previsto não implique a conversão de novas áreas para o uso alternativo do 
solo. Exceção é feita em área de floresta na Amazônia Legal, quando as Áreas de 
Preservação Permanente conservadas ou em processo de recuperação, somadas às demais 
florestas e outras formas de vegetação nativa existentes ultrapassarem 80% da área do 
imóvel. 
2. A área a ser computada esteja conservada ou em processo de recuperação, conforme 
comprovação do proprietário ao órgão estadual integrante do SISNAMA; 
3. O proprietário ou possuidor tenha requerido inclusão do imóvel no Cadastro Ambiental 
Rural – CAR. 
 
2) É permitida a exploração econômica na Reserva Legal? 
SIM. A Lei 12.651/2012 prevê a possibilidade de seu manejo sustentável nas seguintes 
situações e oportunidades: 
I - É livre a coleta de produtos florestais não madeireiros, tais como frutos, cipós, folhas e 
sementes, devendo-se observar: 1. os períodos de coleta e volumes fixados em regulamentos 
específicos, quando houver; 2. a época de maturação dos frutos e sementes;3. técnicas que 
não coloquem em risco a sobrevivência de indivíduos e da espécie coletada no caso de coleta 
de flores, folhas, cascas, óleos, resinas, cipós, bulbos, bambus e raízes (Art. 21). 
II – O manejo sustentável para exploração florestal eventual sem propósito comercial, para 
consumo no próprio imóvel, independe de autorização dos órgãos competentes, devendo 
apenas ser declarados previamente ao órgão ambiental a motivação da exploração e o volume 
a ser explorado, a exploração anual ficando limitada a 20 metros cúbicos (Art. 23). 
III- O manejo florestal sustentável da vegetação da Reserva Legal com propósito comercial 
depende de autorização do órgão competente e deverá atender as seguintes diretrizes e 
orientações (Art. 22): 
 
1. não descaracterizar a cobertura vegetal e não prejudicar a conservação da vegetação 
nativa da área; 
2. assegurar a manutenção da diversidade das espécies; 
3. conduzir o manejo de espécies exóticas com a adoção de medidas que favoreçam a 
regeneração de espécies nativas. 
 
Sua exploração depende de licenciamento pelo órgão competente do SISNAMA, mediante 
aprovação prévia de Plano de Manejo Florestal Sustentável - PMFS que contemple técnicas 
de condução, exploração, reposição florestal e manejo compatíveis com os variados 
ecossistemas a serem formados pela cobertura arbórea (Art. 31). 
http://www.ibama.gov.br/areas-tematicas/manejo-florestal-sustentavel
32 
 
Concurso: DPE-SP - 2013 - Defensor Público - Conc. VI | Prova: FCC - 2013 - DPE-SP - 
Defensor Público 
Disciplina: Direito Ambiental | Assunto: Áreas de preservação permanente – APP Código 
Florestal – Lei nº 12.651 de 2012 
O Novo Código Florestal Brasileiro foi objeto de inúmeras críticas ao longo do seu trâmite 
legislativo, inclusive em razão de estabelecer um padrão normativo menos rígido em compa- 
ração ao Código Florestal de 1965, notadamente em relação aos institutos da área de 
preservação permanente e da reserva legal, violando, por esse prisma, o princípio da proibição 
de retrocesso ambiental. Tomando por base o novo diploma florestal brasileiro: 
 
 a) Todo imóvel rural deve manter área com cobertura de vegetação nativa, a título de 
Reserva Legal, sem prejuízo da aplicação das normas sobre as Áreas de Preservação 
Permanente, observado percentual mínimo de 30% (trinta por cento) em relação à área 
do imóvel, quando localizado nas regiões do País fora Amazônia Legal. 
 
 b) A Área de Preservação Permanente é a área localizada no interior de uma 
propriedade ou posse rural, com a função de assegurar o uso econômico de modo 
sustentável dos recursos naturais do imóvel rural, auxiliar a conservação e a 
reabilitação dos processos ecológicos e promover a conservação da biodiversidade, 
bem como o abrigo e a proteção de fauna silvestre e da flora nativa. 
 
 c) A Reserva Legal é área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a 
função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade 
geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e 
assegurar o bem-estar das populações humanas 
 
 d) Considera-se Área de Preservação Permanente, em zonas rurais ou urbanas, as 
faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene e intermitente, excluídos os 
efêmeros, desde a borda da calha do leito regular, em largura mínima de cinquenta 
metros, para os cursos d’água de menos de dez metros de largura. 
 
 e) A obrigação do proprietário, possuidor ou ocupante a qualquer título de promover a 
recomposição da vegetação suprimida em Área de Preservação Permanente tem 
natureza real e é transmitida ao sucessor no caso de transferência de domínio ou posse 
do imóvel rural. 
 
 
 
 
 
Questão Q115073 
 
Concurso: PGE-PI - 2014 - Procurador do Estado | Prova: CESPE - 2014 - PGE-PI - 
Procurador do Estado Substituto 
Disciplina: Direito Ambiental | Assunto: Código Florestal – Lei nº 12.651 de 2012 Áreas de 
preservação permanente – APP 
Acerca das áreas de proteção permanente (APPs), assinale a opção correta. 
33 
 
 a) Nos casos de regularização fundiária de interesse social em APP cujo licenciamento 
ambiental seja de competência do Estado, este também é competente para promover o 
licenciamento urbanístico do empreendimento. 
 b) A incidência de limitações administrativas sobre áreas localizadas em APPs 
ensejam, via de regra, indenização por desapropriação indireta. 
 c) Nas APPs, são proibidos a realização de qualquer atividade humana e o acesso de 
animais. 
 d) As matas ciliares existentes em APAs estão excluídas das APPs. 
 e) De acordo com o novo Código Florestal, são consideradas APPs as áreas 
protegidas, previstas na lei, cobertas ou não por vegetação nativa. 
 
 
 
 
 
Questão Q114541 
 
Concurso: PGE-GO - 2013 - Procurador do Estado | Prova: PGE-GO - 2013 - PGE-GO - 
Procurador do Estado 
Disciplina: Direito Ambiental | Assunto: Código Florestal – Lei nº 12.651 de 2012 Áreas de 
preservação permanente – APP 
Observado o disposto na Lei n.12.651, de 25 de maio de 2012, é INCORRETO afirmar que 
 
 a) a obrigação de recompor a área de preservação permanente (APP) tem natureza real 
e vincula o sucessor no caso de transferência de domínio ou posse do imóvel. 
 
 b) é permitido o acesso de pessoas e animais às áreas de preservação permanente para 
obtenção de água e para realização de atividades de baixo impacto. 
 
 c) nas áreas passíveis de uso alternativo do solo, a supressão de vegetação que abrigue 
espécie da flora ou da fauna ameaçada de extinção, segundo lista oficial publicada 
pelos órgãos federal ou estadual ou municipal do SISNAMA, ou espécies migratórias 
dependerá da adoção de medidas compensatórias e mitigadoras que assegurem a 
conservação da espécie. 
 
 d) a área da reserva legal deverá ser registrada no órgão ambiental competente por 
meio de inscrição no Cadastro Ambiental Rural-CAR, ficando nessa hipótese o 
proprietário ou possuidor rural desobrigado de realizar a averbação no Cartório de 
Registro de Imóveis. 
 
 e) é vedada a exploração econômica da reserva legal, sendo permitida apenas a coleta 
de produtos não madeireiros, tais como frutos, cipós, folhas e sementes. 
 
 
 
 
 
Questão Q114129 
 
Concurso: PGE-BA - 2013 - Diversos Cargos | Prova: FCC - 2013 - PGE-BA - Analista de 
34 
 
Procuradoria - Área de Apoio Jurídico 
Disciplina: Direito Ambiental | Assunto: Código Florestal – Lei nº 12.651 de 2012 Áreas de 
preservação permanente – APP 
Considere: 
 
I. Os manguezais, em toda a sua extensão. 
 
II. As áreas em altitude superior a 1.800 metros, qualquer que seja a vegetação. 
 
III. As áreas no entorno dos lagos e lagoas naturais, em faixa com largura mínima de 20 
metros, em zonas urbanas. 
 
IV. As áreas no entorno das nascentes e dos olhos d’água perenes, qualquer que seja sua 
situação topográfica, no raio mínimo de 50 metros. 
 
São áreas de preservação permanente as indicadas APENAS em 
 
 a) I e IV. 
 
 b) I e II. 
 
 c) II, III e IV. 
 
 d) I, II e IV. 
 
 e) I, III e IV. 
 
 
 
 
 
 
Questão Q112685 
 
Concurso: MPE-SE - 2010 - Promotor de Justiça | Prova: CESPE - 2010 - MPE-SE - 
Promotor de Justiça 
Disciplina: Direito Ambiental | Assunto: Código Florestal – Lei nº 12.651 de 2012 Áreas de 
preservação permanente – APP Reserva legal 
A respeito do Código Florestal, das novas regulamentações sobre reserva legal, das áreas de 
preservação permanente e de outros instrumentos legais, assinale a opção correta. 
 
 a) A reserva legal corresponde a área localizada no interior de uma propriedade, 
incluída naquela de preservação permanente. 
 b) As florestas que integram o patrimônio indígena ficam sujeitas ao regime de 
preservação permanente. 
 c) A área de vegetação situada em olhos d'água não é passível de proteção ambiental. 
 d) A retirada de vegetação nativa em encostas com sessenta graus, para a plantaçãode 
uvas, é permitida. 
35 
 
 e) Não são classificadas como áreas de preservação permanente as formas de 
vegetação natural, independentemente da sua largura, que estejam situadas ao longo de 
cursos d'água com largura inferior a dez metros. 
 
 
 
 
Gabarito: Q360766: E Q115073: E Q114541: E Q114129: D Q112685: B 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANEXO CÓDIGO FLORESTAL 
Presidência da República 
Casa Civil 
Subchefia para Assuntos Jurídicos 
LEI Nº 12.651, DE 25 DE MAIO DE 2012. 
 
 
Texto compilado 
Mensagem de veto 
Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa; 
altera as Leis nos 6.938, de 31 de agosto de 1981, 
9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de 
22 de dezembro de 2006; revoga as Leis 
nos 4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, 
de 14 de abril de 1989, e a Medida Provisória 
no 2.166-67, de 24 de agosto de 2001; e dá 
outras providências. 
 
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e 
eu sanciono a seguinte Lei: 
 
CAPÍTULO I 
DISPOSIÇÕES GERAIS 
Art. 1o (VETADO). 
 
Art. 1º-A. Esta Lei estabelece normas gerais com o fundamento central da proteção e uso 
sustentável das florestas e demais formas de vegetação nativa em harmonia com a promoção do 
desenvolvimento econômico, atendidos os seguintes princípios: (Incluído pela Medida 
Provisória nº 571, de 2012). 
I - reconhecimento das florestas existentes no território nacional e demais formas de vegetação 
nativa como bens de interesse comum a todos os habitantes do País; (Incluído pela 
Medida Provisória nº 571, de 2012). 
II - afirmação do compromisso soberano do Brasil com a preservação das suas florestas e 
demais formas de vegetação nativa, da biodiversidade, do solo e dos recursos hídricos, e com a 
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2012.651-2012?OpenDocument
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12651compilado.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Msg/VEP-212.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Mpv/571.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Mpv/571.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Mpv/571.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Mpv/571.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Mpv/571.htm#art1
36 
 
integridade do sistema climático, para o bem-estar das gerações presentes e 
futuras; (Incluído pela Medida Provisória nº 571, de 2012). 
III - reconhecimento da função estratégica da produção rural na recuperação e manutenção 
das florestas e demais formas de vegetação nativa, e do papel destas na sustentabilidade da 
produção agropecuária; (Incluído pela Medida Provisória nº 571, de 2012). 
IV - consagração do compromisso do País com o modelo de desenvolvimento ecologicamente 
sustentável, que concilie o uso produtivo da terra e a contribuição de serviços coletivos das florestas 
e demais formas de vegetação nativa privadas; (Incluído pela Medida Provisória nº 
571, de 2012). 
V - ação governamental de proteção e uso sustentável de florestas, coordenada com a Política 
Nacional do Meio Ambiente, a Política Nacional de Recursos Hídricos, a Política Agrícola, o Sistema 
Nacional de Unidades de Conservação da Natureza, a Política de Gestão de Florestas Públicas, a 
Política Nacional sobre Mudança do Clima e a Política Nacional da 
Biodiversidade; (Incluído pela Medida Provisória nº 571, de 2012). 
VI - responsabilidade comum de União, Estados, Distrito Federal e Municípios, em colaboração 
com a sociedade civil, na criação de políticas para a preservação e restauração da vegetação nativa 
e de suas funções ecológicas e sociais nas áreas urbanas e rurais; (Incluído pela 
Medida Provisória nº 571, de 2012). 
VII - fomento à inovação para o uso sustentável, a recuperação e a preservação das florestas e 
demais formas de vegetação nativa; e (Incluído pela Medida Provisória nº 571, de 
2012). 
VIII - criação e mobilização de incentivos jurídicos e econômicos para fomentar a preservação 
e a recuperação da vegetação nativa, e para promover o desenvolvimento de atividades produtivas 
sustentáveis. (Incluído pela Medida Provisória nº 571, de 2012). 
 
Art. 1o-A. Esta Lei estabelece normas gerais sobre a proteção da vegetação, áreas de 
Preservação Permanente e as áreas de Reserva Legal; a exploração florestal, o suprimento de 
matéria-prima florestal, o controle da origem dos produtos florestais e o controle e prevenção dos 
incêndios florestais, e prevê instrumentos econômicos e financeiros para o alcance de seus 
objetivos. (Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012). 
 
Parágrafo único. Tendo como objetivo o desenvolvimento sustentável, esta Lei atenderá aos 
seguintes princípios: (Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012). 
 
I - afirmação do compromisso soberano do Brasil com a preservação das suas florestas e 
demais formas de vegetação nativa, bem como da biodiversidade, do solo, dos recursos hídricos e da 
integridade do sistema climático, para o bem estar das gerações presentes e futuras; 
(Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012). 
 
II - reafirmação da importância da função estratégica da atividade agropecuária e do papel das 
florestas e demais formas de vegetação nativa na sustentabilidade, no crescimento econômico, na 
melhoria da qualidade de vida da população brasileira e na presença do País nos mercados nacional 
e internacional de alimentos e bioenergia; (Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012). 
 
III - ação governamental de proteção e uso sustentável de florestas, consagrando o 
compromisso do País com a compatibilização e harmonização entre o uso produtivo da terra e a 
preservação da água, do solo e da vegetação; (Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012). 
 
IV - responsabilidade comum da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, em colaboração 
com a sociedade civil, na criação de políticas para a preservação e restauração da vegetação nativa 
e de suas funções ecológicas e sociais nas áreas urbanas e rurais; (Incluído pela Lei nº 
12.727, de 2012). 
 
V - fomento à pesquisa científica e tecnológica na busca da inovação para o uso sustentável do 
solo e da água, a recuperação e a preservação das florestas e demais formas de vegetação 
nativa; (Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012). 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Mpv/571.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Mpv/571.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Mpv/571.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Mpv/571.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Mpv/571.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Mpv/571.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Mpv/571.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Mpv/571.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Mpv/571.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Mpv/571.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Mpv/571.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Mpv/571.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Mpv/571.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12727.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12727.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12727.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12727.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12727.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12727.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12727.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12727.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12727.htm
37 
 
VI - criação e mobilização de incentivos econômicospara fomentar a preservação e a 
recuperação da vegetação nativa e para promover o desenvolvimento de atividades produtivas 
sustentáveis. (Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012). 
 
Art. 2o As florestas existentes no território nacional e as demais formas de vegetação nativa, 
reconhecidas de utilidade às terras que revestem, são bens de interesse comum a todos os 
habitantes do País, exercendo-se os direitos de propriedade com as limitações que a legislação em 
geral e especialmente esta Lei estabelecem. 
 
§ 1o Na utilização e exploração da vegetação, as ações ou omissões contrárias às disposições 
desta Lei são consideradas uso irregular da propriedade, aplicando-se o procedimento sumário 
previsto no inciso II do art. 275 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil, 
sem prejuízo da responsabilidade civil, nos termos do § 1o do art. 14 da Lei no 6.938, de 31 de agosto 
de 1981, e das sanções administrativas, civis e penais. 
 
§ 2o As obrigações previstas nesta Lei têm natureza real e são transmitidas ao sucessor, de 
qualquer natureza, no caso de transferência de domínio ou posse do imóvel rural. 
 
Art. 3o Para os efeitos desta Lei, entende-se por: 
 
I - Amazônia Legal: os Estados do Acre, Pará, Amazonas, Roraima, Rondônia, Amapá e Mato 
Grosso e as regiões situadas ao norte do paralelo 13° S, dos Estados de Tocantins e Goiás, e ao 
oeste do meridiano de 44° W, do Estado do Maranhão; 
 
II - Área de Preservação Permanente - APP: área protegida, coberta ou não por vegetação 
nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade 
geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o 
bem-estar das populações humanas; 
 
III - Reserva Legal: área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, delimitada 
nos termos do art. 12, com a função de assegurar o uso econômico de modo sustentável dos 
recursos naturais do imóvel rural, auxiliar a conservação e a reabilitação dos processos ecológicos e 
promover a conservação da biodiversidade, bem como o abrigo e a proteção de fauna silvestre e da 
flora nativa; 
 
IV - área rural consolidada: área de imóvel rural com ocupação antrópica preexistente a 22 de 
julho de 2008, com edificações, benfeitorias ou atividades agrossilvipastoris, admitida, neste último 
caso, a adoção do regime de pousio; 
 
V - pequena propriedade ou posse rural familiar: aquela explorada mediante o trabalho pessoal 
do agricultor familiar e empreendedor familiar rural, incluindo os assentamentos e projetos de reforma 
agrária, e que atenda ao disposto no art. 3o da Lei no 11.326, de 24 de julho de 2006; 
 
VI - uso alternativo do solo: substituição de vegetação nativa e formações sucessoras por 
outras coberturas do solo, como atividades agropecuárias, industriais, de geração e transmissão de 
energia, de mineração e de transporte, assentamentos urbanos ou outras formas de ocupação 
humana; 
 
VII - manejo sustentável: administração da vegetação natural para a obtenção de benefícios 
econômicos, sociais e ambientais, respeitando-se os mecanismos de sustentação do ecossistema 
objeto do manejo e considerando-se, cumulativa ou alternativamente, a utilização de múltiplas 
espécies madeireiras ou não, de múltiplos produtos e subprodutos da flora, bem como a utilização de 
outros bens e serviços; 
 
VIII - utilidade pública: 
 
a) as atividades de segurança nacional e proteção sanitária; 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12727.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L5869.htm#art275ii
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6938.htm#art14%C2%A71
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6938.htm#art14%C2%A71
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11326.htm#art3
38 
 
b) as obras de infraestrutura destinadas às concessões e aos serviços públicos de transporte, 
sistema viário, inclusive aquele necessário aos parcelamentos de solo urbano aprovados pelos 
Municípios, saneamento, gestão de resíduos, energia, telecomunicações, radiodifusão, instalações 
necessárias à realização de competições esportivas estaduais, nacionais ou internacionais, bem 
como mineração, exceto, neste último caso, a extração de areia, argila, saibro e cascalho; 
 
c) atividades e obras de defesa civil; 
 
d) atividades que comprovadamente proporcionem melhorias na proteção das funções 
ambientais referidas no inciso II deste artigo; 
 
e) outras atividades similares devidamente caracterizadas e motivadas em procedimento 
administrativo próprio, quando inexistir alternativa técnica e locacional ao empreendimento proposto, 
definidas em ato do Chefe do Poder Executivo federal; 
 
IX - interesse social: 
 
a) as atividades imprescindíveis à proteção da integridade da vegetação nativa, tais como 
prevenção, combate e controle do fogo, controle da erosão, erradicação de invasoras e proteção de 
plantios com espécies nativas; 
 
b) a exploração agroflorestal sustentável praticada na pequena propriedade ou posse rural 
familiar ou por povos e comunidades tradicionais, desde que não descaracterize a cobertura vegetal 
existente e não prejudique a função ambiental da área; 
 
c) a implantação de infraestrutura pública destinada a esportes, lazer e atividades educacionais 
e culturais ao ar livre em áreas urbanas e rurais consolidadas, observadas as condições 
estabelecidas nesta Lei; 
 
d) a regularização fundiária de assentamentos humanos ocupados predominantemente por 
população de baixa renda em áreas urbanas consolidadas, observadas as condições estabelecidas 
na Lei no 11.977, de 7 de julho de 2009; 
 
 
e) implantação de instalações necessárias à captação e condução de água e de efluentes 
tratados para projetos cujos recursos hídricos são partes integrantes e essenciais da atividade; 
 
f) as atividades de pesquisa e extração de areia, argila, saibro e cascalho, outorgadas pela 
autoridade competente; 
 
g) outras atividades similares devidamente caracterizadas e motivadas em procedimento 
administrativo próprio, quando inexistir alternativa técnica e locacional à atividade proposta, definidas 
em ato do Chefe do Poder Executivo federal; 
 
X - atividades eventuais ou de baixo impacto ambiental: 
 
a) abertura de pequenas vias de acesso interno e suas pontes e pontilhões, quando 
necessárias à travessia de um curso d’água, ao acesso de pessoas e animais para a obtenção de 
água ou à retirada de produtos oriundos das atividades de manejo agroflorestal sustentável; 
 
b) implantação de instalações necessárias à captação e condução de água e efluentes 
tratados, desde que comprovada a outorga do direito de uso da água, quando couber; 
 
c) implantação de trilhas para o desenvolvimento do ecoturismo; 
 
d) construção de rampa de lançamento de barcos e pequeno ancoradouro; 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11977.htm
39 
 
e) construção de moradia de agricultores familiares, remanescentes de comunidades 
quilombolas e outras populações extrativistas e tradicionais em áreas rurais, onde o abastecimento 
de água se dê pelo esforço próprio dos moradores; 
 
f) construção e manutenção de cercas na propriedade; 
 
g) pesquisa científica relativa a recursos ambientais, respeitados outros requisitos previstos na 
legislação aplicável; 
 
h) coleta de produtos não madeireiros para fins de subsistência e produção de mudas, como 
sementes, castanhas e frutos, respeitada a legislação específica de acesso a recursos genéticos; 
 
i) plantio de espécies nativas produtoras de frutos, sementes, castanhas e outros produtos 
vegetais, desde que não implique supressão da vegetação existente nem prejudique a função 
ambiental da área; 
 
j) exploração agroflorestal e manejo florestal sustentável, comunitário e familiar, incluindo a 
extração de produtos florestais não madeireiros, desde que não descaracterizem a cobertura vegetal 
nativa existente nem prejudiquema função ambiental da área; 
 
k) outras ações ou atividades similares, reconhecidas como eventuais e de baixo impacto 
ambiental em ato do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA ou dos Conselhos Estaduais 
de Meio Ambiente; 
 
XI - (VETADO); 
 
XII - vereda: fitofisionomia de savana, encontrada em solos hidromórficos, usualmente com a 
palmeira arbórea Mauritia flexuosa - buriti emergente, sem formar dossel, em meio a agrupamentos 
de espécies arbustivo-herbáceas; 
XII - vereda: fitofisionomia de savana, encontrada em solos hidromórficos, usualmente com 
palmáceas, sem formar dossel, em meio a agrupamentos de espécies arbustivo- 
herbáceas; (Redação dada pela Medida Provisória nº 571, de 2012). 
 
XII - vereda: fitofisionomia de savana, encontrada em solos hidromórficos, usualmente com a 
palmeira arbórea Mauritia flexuosa - buriti emergente, sem formar dossel, em meio a agrupamentos 
de espécies arbustivo-herbáceas; (Redação pela Lei nº 12.727, de 2012). 
 
XIII - manguezal: ecossistema litorâneo que ocorre em terrenos baixos, sujeitos à ação das 
marés, formado por vasas lodosas recentes ou arenosas, às quais se associa, predominantemente, a 
vegetação natural conhecida como mangue, com influência fluviomarinha, típica de solos limosos de 
regiões estuarinas e com dispersão descontínua ao longo da costa brasileira, entre os Estados do 
Amapá e de Santa Catarina; 
 
XIV - salgado ou marismas tropicais hipersalinos: áreas situadas em regiões com frequências 
de inundações intermediárias entre marés de sizígias e de quadratura, com solos cuja salinidade 
varia entre 100 (cem) e 150 (cento e cinquenta) partes por 1.000 (mil), onde pode ocorrer a presença 
de vegetação herbácea específica; 
 
XV - apicum: áreas de solos hipersalinos situadas nas regiões entremarés superiores, 
inundadas apenas pelas marés de sizígias, que apresentam salinidade superior a 150 (cento e 
cinquenta) partes por 1.000 (mil), desprovidas de vegetação vascular; 
 
XVI - restinga: depósito arenoso paralelo à linha da costa, de forma geralmente alongada, 
produzido por processos de sedimentação, onde se encontram diferentes comunidades que recebem 
influência marinha, com cobertura vegetal em mosaico, encontrada em praias, cordões arenosos, 
dunas e depressões, apresentando, de acordo com o estágio sucessional, estrato herbáceo, 
arbustivo e arbóreo, este último mais interiorizado; 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Mpv/571.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12727.htm
40 
 
XVII - nascente: afloramento natural do lençol freático que apresenta perenidade e dá início a 
um curso d’água; 
 
XVIII - olho d’água: afloramento natural do lençol freático, mesmo que intermitente; 
 
XIX - leito regular: a calha por onde correm regularmente as águas do curso d’água durante o 
ano; 
 
XX - área verde urbana: espaços, públicos ou privados, com predomínio de vegetação, 
preferencialmente nativa, natural ou recuperada, previstos no Plano Diretor, nas Leis de Zoneamento 
Urbano e Uso do Solo do Município, indisponíveis para construção de moradias, destinados aos 
propósitos de recreação, lazer, melhoria da qualidade ambiental urbana, proteção dos recursos 
hídricos, manutenção ou melhoria paisagística, proteção de bens e manifestações culturais; 
 
XXI - várzea de inundação ou planície de inundação: áreas marginais a cursos d’água sujeitas 
a enchentes e inundações periódicas; 
 
XXII - faixa de passagem de inundação: área de várzea ou planície de inundação adjacente a 
cursos d’água que permite o escoamento da enchente; 
 
XXIII - relevo ondulado: expressão geomorfológica usada para designar área caracterizada por 
movimentações do terreno que geram depressões, cuja intensidade permite sua classificação como 
relevo suave ondulado, ondulado, fortemente ondulado e montanhoso. 
 
XXIV - pousio: prática de interrupção de atividades ou usos agrícolas, pecuários ou 
silviculturais, por no máximo 5 (cinco) anos, em até 25% (vinte e cinco por cento) da área produtiva 
da propriedade ou posse, para possibilitar a recuperação da capacidade de uso ou da estrutura física 
do solo; (Incluído pela Medida Provisória nº 571, de 2012). 
 
XXIV - pousio: prática de interrupção temporária de atividades ou usos agrícolas, pecuários ou 
silviculturais, por no máximo 5 (cinco) anos, para possibilitar a recuperação da capacidade de uso ou 
da estrutura física do solo; (Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012). 
 
XXV - área abandonada, subutilizada ou utilizada de forma inadequada: área não efetivamente 
utilizada, nos termos dos §§ 3o e 4o do art. 6o da Lei no 8.629, de 25 de fevereiro de 1993, ou que não 
atenda aos índices previstos no referido artigo, ressalvadas as áreas em 
pousio; (Incluído pela Medida Provisória nº 571, de 2012). 
 
XXV - áreas úmidas: pantanais e superfícies terrestres cobertas de forma periódica por águas, 
cobertas originalmente por florestas ou outras formas de vegetação adaptadas à inundação; 
(Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012). 
 
XXVI – áreas úmidas: pantanais e superfícies terrestres cobertas de forma periódica por águas, 
cobertas originalmente por florestas ou outras formas de vegetação adaptadas à inundação; 
e (Incluído pela Medida Provisória nº 571, de 2012). 
 
XXVI - área urbana consolidada: aquela de que trata o inciso II do caput do art. 47 da Lei 
no 11.977, de 7 de julho de 2009; e (Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012). 
 
XXVII – área urbana consolidada: aquela de que trata o inciso II do caput do art. 47 da Lei 
no 11.977, de 7 de julho de 2009. (Incluído pela Medida Provisória nº 571, de 2012). 
 
XXVII - crédito de carbono: título de direito sobre bem intangível e incorpóreo 
transacionável. (Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012). 
 
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, estende-se o tratamento dispensado aos imóveis a 
que se refere o inciso V deste artigo às propriedades e posses rurais com até 4 (quatro) módulos 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Mpv/571.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12727.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8629.htm#art6%C2%A73
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8629.htm#art6%C2%A74
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Mpv/571.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12727.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Mpv/571.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11977.htm#art47ii
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11977.htm#art47ii
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11977.htm#art47ii
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11977.htm#art47ii
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12727.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11977.htm#art47ii
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11977.htm#art47ii
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11977.htm#art47ii
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Mpv/571.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12727.htm
41 
 
fiscais que desenvolvam atividades agrossilvipastoris, bem como às terras indígenas demarcadas e 
às demais áreas tituladas de povos e comunidades tradicionais que façam uso coletivo do seu 
território. 
 
CAPÍTULO II 
 
DAS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE 
 
Seção I 
 
Da Delimitação das Áreas de Preservação Permanente 
 
Art. 4o Considera-se Área de Preservação Permanente, em zonas rurais ou urbanas, para os 
efeitos desta Lei: 
 
I - as faixas marginais de qualquer curso d’água natural, desde a borda da calha do leito 
regular, em largura mínima de: 
 
I - as faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene e intermitente, excluídos os 
efêmeros, desde a borda da calha do leito regular, em largura mínima de: (Incluído pelaLei 
nº 12.727, de 2012). 
 
a) 30 (trinta) metros, para os cursos d’água de menos de 10 (dez) metros de largura; 
 
b) 50 (cinquenta) metros, para os cursos d’água que tenham de 10 (dez) a 50 (cinquenta) 
metros de largura; 
 
c) 100 (cem) metros, para os cursos d’água que tenham de 50 (cinquenta) a 200 (duzentos) 
metros de largura; 
 
d) 200 (duzentos) metros, para os cursos d’água que tenham de 200 (duzentos) a 600 
(seiscentos) metros de largura; 
 
e) 500 (quinhentos) metros, para os cursos d’água que tenham largura superior a 600 
(seiscentos) metros; 
 
II - as áreas no entorno dos lagos e lagoas naturais, em faixa com largura mínima de: 
 
a) 100 (cem) metros, em zonas rurais, exceto para o corpo d’água com até 20 (vinte) hectares 
de superfície, cuja faixa marginal será de 50 (cinquenta) metros; 
 
b) 30 (trinta) metros, em zonas urbanas; 
 
III - as áreas no entorno dos reservatórios d’água artificiais, na faixa definida na licença 
ambiental do empreendimento, observado o disposto nos §§ 1o e 2o; 
 
III - as áreas no entorno dos reservatórios d’água artificiais, decorrentes de barramento ou 
represamento de cursos d’água naturais, na faixa definida na licença ambiental do 
empreendimento; (Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012). 
 
IV - as áreas no entorno das nascentes e dos olhos d’água, qualquer que seja a sua situação 
topográfica, no raio mínimo de 50 (cinquenta) metros; 
IV – as áreas no entorno das nascentes e dos olhos d’água perenes, qualquer que seja sua 
situação topográfica, no raio mínimo de 50 (cinquenta) metros; (Redação dada pela 
Medida Provisória nº 571, de 2012). 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12727.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12727.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12727.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12727.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Mpv/571.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Mpv/571.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Mpv/571.htm#art1
42 
 
IV - as áreas no entorno das nascentes e dos olhos d’água perenes, qualquer que seja sua 
situação topográfica, no raio mínimo de 50 (cinquenta) metros; (Redação dada pela 
Lei nº 12.727, de 2012). 
 
V - as encostas ou partes destas com declividade superior a 45°, equivalente a 100% (cem por 
cento) na linha de maior declive; 
 
VI - as restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues; 
VII - os manguezais, em toda a sua extensão; 
VIII - as bordas dos tabuleiros ou chapadas, até a linha de ruptura do relevo, em faixa nunca 
inferior a 100 (cem) metros em projeções horizontais; 
 
IX - no topo de morros, montes, montanhas e serras, com altura mínima de 100 (cem) metros e 
inclinação média maior que 25°, as áreas delimitadas a partir da curva de nível correspondente a 2/3 
(dois terços) da altura mínima da elevação sempre em relação à base, sendo esta definida pelo plano 
horizontal determinado por planície ou espelho d’água adjacente ou, nos relevos ondulados, pela cota 
do ponto de sela mais próximo da elevação; 
 
X - as áreas em altitude superior a 1.800 (mil e oitocentos) metros, qualquer que seja a 
vegetação; 
 
XI - as veredas. 
XI – em veredas, a faixa marginal, em projeção horizontal, com largura mínima de 50 
(cinquenta) metros, a partir do limite do espaço brejoso e encharcado. (Redação dada 
pela Medida Provisória nº 571, de 2012). 
 
XI - em veredas, a faixa marginal, em projeção horizontal, com largura mínima de 50 
(cinquenta) metros, a partir do espaço permanentemente brejoso e encharcado. 
(Redação dada pela Lei nº 12.727, de 2012). 
 
§ 1o Não se aplica o previsto no inciso III nos casos em que os reservatórios artificiais de água 
 não decorram de barramento ou represamento de cursos d’água. 
 
§ 1o Não será exigida Área de Preservação Permanente no entorno de reservatórios artificiais 
de água que não decorram de barramento ou represamento de cursos d’água naturais. (Redação 
dada pela Lei nº 12.727, de 2012). 
 
§ 2o No entorno dos reservatórios artificiais situados em áreas rurais com até 20 (vinte) 
hectares de superfície, a área de preservação permanente terá, no mínimo, 15 (quinze) metros. 
 
§ 2o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 12.727, de 2012). 
 
§ 3o (VETADO). 
 
§ 4o Nas acumulações naturais ou artificiais de água com superfície inferior a 1 (um) hectare, 
fica dispensada a reserva da faixa de proteção prevista nos incisos II e III do caput. 
§ 4o Fica dispensado o estabelecimento das faixas de Área de Preservação Permanente no 
entorno das acumulações naturais ou artificiais de água com superfície inferior a 1 (um) hectare, 
vedada nova supressão de áreas de vegetação nativa. (Redação dada pela Medida 
Provisória nº 571, de 2012). 
 
§ 4o Nas acumulações naturais ou artificiais de água com superfície inferior a 1 (um) hectare, 
fica dispensada a reserva da faixa de proteção prevista nos incisos II e III do caput, vedada nova 
supressão de áreas de vegetação nativa, salvo autorização do órgão ambiental competente do 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12727.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12727.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12727.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Mpv/571.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Mpv/571.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Mpv/571.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12727.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12727.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12727.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12727.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Mpv/571.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Mpv/571.htm#art1
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Sistema Nacional do Meio Ambiente - Sisnama. (Redação dada pela Lei nº 12.727, de 
2012). 
 
§ 5o É admitido, para a pequena propriedade ou posse rural familiar, de que trata o inciso V do 
art. 3o desta Lei, o plantio de culturas temporárias e sazonais de vazante de ciclo curto na faixa de 
terra que fica exposta no período de vazante dos rios ou lagos, desde que não implique supressão de 
novas áreas de vegetação nativa, seja conservada a qualidade da água e do solo e seja protegida a 
fauna silvestre. 
 
§ 6o Nos imóveis rurais com até 15 (quinze) módulos fiscais, é admitida, nas áreas de que 
tratam os incisos I e II do caput deste artigo, a prática da aquicultura e a infraestrutura física 
diretamente a ela associada, desde que: 
 
I - sejam adotadas práticas sustentáveis de manejo de solo e água e de recursos hídricos, 
garantindo sua qualidade e quantidade, de acordo com norma dos Conselhos Estaduais de Meio 
Ambiente; 
 
II - esteja de acordo com os respectivos planos de bacia ou planos de gestão de recursos 
hídricos; 
 
III - seja realizado o licenciamento pelo órgão ambiental competente; 
IV - o imóvel esteja inscrito no Cadastro Ambiental Rural - CAR. 
V – não implique novas supressões de vegetação nativa. (Incluído pela Medida 
Provisória nº 571, de 2012). 
 
V - não implique novas supressões de vegetação nativa. (Incluído pela Lei nº 
12.727, de 2012). 
 
§ 7o (VETADO). 
 
§ 8o (VETADO). 
 
§ 9o Em áreas urbanas, assim entendidas as áreas compreendidas nos perímetros urbanos 
definidos por lei municipal, e nas regiões metropolitanas e aglomerações urbanas, as faixas 
marginais de qualquer curso d’água natural que delimitem as áreas da faixa de passagem de 
inundação terão sua largura determinada pelos respectivos Planos Diretores e Leis de Uso do Solo, 
ouvidos os Conselhos Estaduais e Municipais de Meio Ambiente, sem prejuízo dos limites 
estabelecidos pelo inciso I do caput. (Incluído pela Medida Provisória

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