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Maquiavel

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FACULDADE UNINA
Deivson Anjos Lima
Rio de Janeiro
RESENHA CRÍTICA 
MAQUIAVEL: A POLÍTICA E O PRÍNCIPE 
Rio de Janeiro
2021
 RESENHA
Nicolau Maquiavel é um dos principais intelectuais do período chamado Renascimento, inaugurando o pensamento político moderno. Ao escrever sua obra mais famosa, “O Príncipe”. A política da Península Itálica estava conturbada, existia uma constante instabilidade, pois eram muitas as disputas políticas pelo controle e manutenção do domínio territorial das cidades e estados.
Maquiavel teve uma trajetória, como figura pública e intelectual, muito importante para que as circunstâncias nas quais este pensador pensou e escreveu tal obra sejam compreendidas. Maquiavel ingressou na carreira diplomática em um período em que Florença vivia uma República após a destituição dos Médici do poder, porém, com a retomada dessa dinastia, Maquiavel foi exilado, momento em que se dedicou à produção de “O Príncipe”. Esta obra seria um manual político para governantes que queriam se manter no poder e ampliar suas conquistas pois poderia aprender como planejar e meditar sobre seus atos para manter a estabilidade do governo, uma vez que Maquiavel conta sucessos e fracassos de vários reis. Alguns autores especializados em sua vida e obra, Nicolau Maquiavel teria escrito esse livro como uma tentativa de reaproximação do governo Médici, embora não alcançou o queria naquele momento.
 No final da Idade Média, retomava-se uma visão antropocêntrica do mundo (que considera o homem como medida de todas as coisas) presente outrora no pensamento das civilizações mais antigas onde se permitia despontar de uma outra ideia política, que não apenas aquela predominante no período medieval. A retomada do humanismo iria propor na política a “liberdade republicana contra o poder teológico-político de papas e imperadores”, como afirma Marilena Chauí (2008). A retomada do humanismo cívico, o que pressupõe a construção de um diálogo político entre uma burguesia em ascensão desejosa por poder e uma realeza detentora da coroa. A formação do Estado moderno se deu pela união de interesses entre reis e a burguesia, marcando-se um momento importante para o desenvolvimento das práticas comerciais e do capitalismo na Europa. Maquiavel via em seu tempo um maior questionamento do poder absoluto dos reis ou de alguma dinastia e nascia uma elite burguesa com seus próprios interesses, com a exacerbação da ideia de liberdade individual. O poder teocêntrico era questionado e desejava-se a existência de um príncipe que poderia garantir a estabilidade e defesa de sua cidade contra outras vizinhas.
Considerando esse cenário, Maquiavel produziu sua obra com vistas à questão da legitimidade e exercício do poder pelo governante, pelo príncipe. A legitimação do poder seria algo fundamental para a questão da conquista e preservação do Estado, cabendo ao bom príncipes ser um bom articulador. Além das habilidades ou virtudes necessárias ao governante, a fortuna tratava-se da sorte, do acaso, da condição dada pelas circunstâncias da vida. Para Maquiavel “...quando um príncipe deixa tudo por conta da sorte, ele se arruína logo que ela muda. Feliz é o príncipe que ajusta seu modo de proceder aos tempos, e é infeliz aquele cujo proceder não se ajusta aos tempos.” (MAQUIAVEL, 2002, p. 264). 
 Para Maquiavel, “não cabe nesta imagem a ideia da virtude cristã que prega uma bondade angelical alcançada pela libertação das tentações terrenas, sempre à espera de recompensas no céu. O poder, a honra e a glória, típicas tentações mundanas, são bens perseguidos e valorizados. Assim, essa interpretação maquiaveliana da esfera política foi que permitiu surgir ideia de que “os fins justificam os meios”, embora não se possa atribuir literalmente essa frase a Maquiavel. Além disso, fez surgir no imaginário e no senso comum a ideia de que Maquiavel seria alguém articuloso e sem escrúpulo, dando origem à expressão “maquiavélico” para designar algo ou alguém dotado de certa maldade, frio e calculista.
Maquiavel não era imoral mas colocava a ação política em primeiro plano, como uma área de ação autônoma levando a um rompimento com a moral social. O que se deve pensar é que o objetivo maior da política seria manter a estabilidade social e do governo a todo custo, uma vez que o contexto europeu era de guerras e disputas. A soberania do príncipe dependeria de sua prudência e coragem para romper com a conduta social vigente, a qual seria incapaz de mudar a natureza dos defeitos humanos.
Assim, a originalidade de Maquiavel estaria em grande parte na forma como lidou com essa questão moral e política, trazendo uma outra visão ao exercício do poder outrora sacralizado por valores defendidos pela Igreja. Considerado um dos pais da Ciência Política, sua obra, já no século XVI, tratava de questões que ainda hoje se fazem importantes, a exemplo da legitimação do poder, principalmente se considerarmos as características do solo arenoso que é a vida política.
 Ainda defende que o príncipe deve se fazer ser temido, e, ainda que não tenha obtido o amor de seus seguidores, é necessário que se mantenha longe do ódio.
 Os principados ou são hereditários e seu senhor é príncipe pelo sangue de longa data ou são novos. Seja habituado a sujeição a um príncipe, seja livre, e são adquiridos com tropas alheias ou próprias, graças à fortuna ou à virtú.
 Segundo Maquiavel (1996) principiados hereditários são aqueles que pertencem a sua família, basta que o príncipe não abandone o proceder dos antecessores, e também se use de contemporização com as situações novas.
Acerca do principiado misto o Maquiavel (1996, p.7) defende a tese de que “entretanto a dificuldade está nos principados novos. Primeiro, se não é o caso de principado novo, totalmente e sim de membro reunido a Estado hereditário”. Após a definição, é colocada em foco a situação de que, aquele que se opuser ao príncipe é inimigo. O príncipe não deverá ter como amigos quem o colocou no poder, porque se fizer isso será possível que eles, ao se tornarem insatisfeitos com a autoridade, se rebelem contra o príncipe.
Maquiavel (1996) sugere que, para resguardar seu poderio ao anexar novos territórios de mesma cultura, o príncipe deve extinguir a linhagem do antigo príncipe e não modificar leis e impostos. Porém, em caso de cultura, língua ou leis diferentes, é aconselhável que o príncipe vá habitar no local, assim, em caso de desordens, está de pronto para resolvê-las, além de que, segundo Maquiavel (1996, p.10)"os súditos ficam satisfeitos porque o recurso ao príncipe se torna mais fácil, donde têm mais razões para amá-lo, querendo ser bons, e para temê-lo, caso queiram agir por forma diversa."
 Outro modo eficiente é criar Colônias pois, segundo Maquiavel (1996) não se gasta muito com as colônias, podendo assim serem mantidas. Os únicos que terão prejuízos com elas serão de quem se tomam os campos e as moradias para se darem aos novos habitantes.
 Um principado que o príncipe chegar ao poder não pela crueldade e sim pelo favor de seus habitantes, tal pode ser denominado principado civil.
 Segundo Maquiavel, não é aconselhável que as forças armadas do estado sejam de origem mercenária, visto que, estes sendo contratados, são infiéis e ambiciosos e, como a Itália que se encontrava nessa situação.
 As tropas auxiliares, que são aquela que, quando há necessidade, se apresentam quando chamada por um poderoso para que, com seus exércitos, ajude e defenda, são definidas como sendo mais perigosas que as mercenárias, tornando o principado ao desastre certo.
 Um príncipe inteligente deve preferir suas tropas, ainda que estas sejam derrotadas, do que estas outras forças, sendo que isso não desencadearia em uma vitória real.
O príncipe não precisa possuir todas as qualidades mas é necessário que o mesmo pareça possuí-las.
 Segundo Maquiavel, assassinar os seus cidadãos, trair os seus amigos, renegar a fé, a piedade, a religião, não são ações que possam ser chamadasde virtuosas, porque através desses meios, pode-se conquistar o poder, mas não se conquista a glória.
 A liberdade tem que existir sem exagero, não deve ser concedida liberdade de maneira imprudente.
 Entre todas as coisas de que um príncipe se deve guardar, está ser desprezado e odiado, e a liberdade o conduz a uma e a outra dessas coisas. Portanto, é mais sabedoria ter a fama de miserável, que dá origem a uma infâmia, sem ódio, do quem por querer o conceito de liberal, ver-se na necessidade de incorrer no julgamento de rapace, que cria uma má fama com ódio.
O príncipe não deve utilizar de piedade exacerbada, ainda que seja melhor ao príncipe que este seja tido como piedoso à cruel, o mesmo deve ter cuidado a usar tal piedade, pois, com exemplos, o autor evidencia o fato de que, quando tido como piedoso, o príncipe pode colocar em risco seu principado.
 O príncipe deve ser temido, de modo que se não conquistar o amor, fuja ao ódio e, pode ser temido e não odiado. Entre ser amado e temido, é deveras mais seguro ser temido, visto que, o homem geralmente é um ser ingrato e volúvel, e o príncipe que confia inteiramente em suas palavras está perdido.
 Um príncipe é estimado, ainda, quando verdadeiro amigo e vero inimigo. O príncipe, quando necessitar de ajuda, deve ter cautela em jamais fazer aliança com um mais poderoso que ele, para atacar os outros, pois, caso vença, poderá se tornar prisioneiro de tal.
 O príncipe cabe estimular os seus súditos, honrando os melhores na arte e animar seu povo a exercer suas atividades de agricultura, comércio, além de, em épocas convenientes, distrair seu povo com festividades e espetáculos.
 Necessidade de escolher em seu estado homens sábios e somente a eles deve dar a liberdade de falar-lhe a verdade. Deve, o príncipe, procurar conselhos quando a ele for pertinente, e não quando os outros acharem que seja necessário, devendo os conselhos nascerem da prudência, e não a prudência nascer dos bons conselhos.
 Maquiavel ensina como tomar o poder e clama para que alguém o faça, para a unificação da Itália. Tudo que ensina é para achar um Príncipe virtuoso que salve sua pátria, a si e ao povo.
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Maquiavel aconselha os governantes sobre como governar e manter o poder absoluto, mesmo que seja necessário utilizar forças militares para alcançar tal objetivo. 
 A obra de Maquiavel é escrita de maneira rebuscada, mesmo assim, não é capaz de torna-la incompreensível, pois, com uma leitura crítica dá para perceber que atinge pontos essenciais do estado.
 É possível inferir dados perceptíveis da nossa sociedade, como exemplo: a utilização do governo dos meios de entretenimento como forma de distração da população – método utilizado no império romano na política do pão e circo.
 Maquiavel ainda defende a criação de colônias, e, em ato que foge aos direitos sociais da democracia atual, é defendida a tese de que o prejuízo será apenas aos não abastados, prática também recorrente na política nacional, onde a população pobre é reclusa dos privilégios do estado.
REFERÊNCIAS
Maquiavel, 2002.
Marilena Chauí (2008).

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