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Wolfgang Bauer Gary D. Westfall Helio Dias Wolfgang Bauer Gary D. Westfall Helio Dias W o lf g an g B au er G ar y D . W es tf al l H el io D ia s B au er | W es tf al l | D ia s Fí si ca Fí si ca p ar a U n iv er si tá ri o s relat iv idade , oscilações , ondas e calor pa ra U n iv er si tá ri o s Fí si ca pa ra U n iv er si tá ri o s Física para Universitários www.grupoa.com.br | 0800 703 3444 Área do Professor: No site do Grupo A (www.grupoa.com.br), estão disponíveis materiais exclusivos para professores: manual de soluções (em inglês) e apresentações em PowerPoint® (em português). Física para Universitários utiliza discussões de pesquisas contemporâneas e de vários tópicos de energia para apresentar a física como uma ciência dinâmica e instigante, com um enorme impacto em todas as outras áreas da ciência. Além de mostrar o empolgante mundo da física, Bauer, Westfall & Dias utilizam um método inédito de resolução de problemas com sete passos para propiciar aos estudantes uma das grandes habilidades que eles devem desenvolver em um curso de física: a capacidade de resolver problemas e pensar logicamente sobre uma situação. O terceiro livro de Bauer, Westfall & Dias descreve e explica cuidadosamente inúmeros tópicos, entre eles: uma visão geral das características físicas de sólidos, líquidos e gases, a natureza do movimento oscilatório, propriedades e o comportamento de ondas, ondas sonoras, conceitos de temperatura, calor e entropia. Discute-se também a natureza do calor e os mecanismos de transferência de energia térmica, a física dos gases, máquinas térmicas e a teoria de relatividade especial. Os autores apresentam o conteúdo conectando-o intimamente com os maiores avanços da física atual. O texto é acompanhado de inúmeras imagens, exercícios e exemplos que envolvem o estudante universitário com as maravilhas da ciência, da tecnologia e da inovação. A Bookman Editora é parte do Grupo A, uma empresa que engloba diversos selos editoriais e várias plataformas de distribuição de conteúdo técnico, científico e profissional, disponibilizando-o como, onde e quando você precisar. O Grupo A publica com exclusividade obras com o selo McGraw-Hill em língua portuguesa. r e la t iv id a d e , o s c il a ç õ e s , o n d a s e c a lo r r e la t iv id a d e , o s c il a ç õ e s , o n d a s e c a lo r FÍSICA BAUER, WESTFALL & DIAS Física para Universitários: Mecânica Física para Universitários: Relatividade, Oscilações, Ondas e Calor Física para Universitários: Eletricidade e Magnetismo Física para Universitários: Ótica e Física Moderna COMINS & KAUFMANN III Descobrindo o Universo, 8.ed. FEYNMAN, LEIGHTON & SANDS Lições de Física de Feynman: A Edição definitiva HEWITT, P.G. Física Conceitual, 11.ed. HEWITT, P.G. Fundamentos de Física Conceitual KNIGHT, R.D. Física: Uma Abordagem Estratégica, 2.ed. Vol. 1 – Mecânica Newtoniana, Gravitação, Oscilações e Ondas Vol. 2 – Termodinâmica e Óptica Vol. 3 – Eletricidade e Magnetismo Vol. 4 – Relatividade e Física Quântica PRESS, TEUKOLSKY & COLS. Métodos Numéricos Aplicados: Rotinas em C++, 3.ed. *SAKURAI & NAPOLITANO Mecânica Quântica Moderna *Livros em produção no momento de impressão desta obra, mas que muito em breve estarão à disposição dos leitores em língua portuguesa. RELATIVIDADE, OSCILAÇÕES, ONDAS E CALOR FÍSICA www.grupoa.com.br 38964_Fisica_Universitarios_Relatividade.indd 1 09/08/12 11:39 B344f Bauer, Wolfgang Física para universitários [recurso eletrônico] : relatividade, oscilações, ondas e calor / Wolfgang Bauer, Gary D. Westfall, Helio Dias ; tradução: Manuel Almeida Andrade Neto, Trieste dos Santos Freire Ricci, Iuri Duquia Abreu ; revisão técnica: Helio Dias. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : AMGH, 2013. Editado também como livro impresso em 2013. ISBN 978-85-8055-160-0 1. Física. 2. Princípios da física. 3. Relatividade. 4. Oscila- ções. 5. Ondas. 6. Calor. I. Westfall, Gary D. II. Dias, Helio. III. Título. CDU 530.1 Catalogação na publicação: Ana Paula M. Magnus – CRB 10/2052 98 Física para Universitários – Relatividade, Oscilações, Ondas e Calor 3.7 Princípio da superposição e interferência Equações de onda como a equação 3.9 possuem uma propriedade muito importante: elas são lineares. O que isso significa? Significa que, se você encontrar duas soluções diferentes, y1(x,t) e y2(x,t), para uma equação diferencial, então qualquer combinação linear dessas duas soluções, tal como y(x, t) = ay1(x, t) + by2(x, t) (3.23) onde a e b são consta n tes arbitrárias, também será uma solução para a mesma equação dife- rencial. Você pode comprovar esta propriedade linear na equação diferencial, pois ela contém a função y(x, t) elevada apenas à primeira potência [não existem termos contendo y(x, t)2 ou ou qualquer outra potência da função]. Em termos físicos, a propriedade linear significa que soluções de onda podem ser adicio- nadas, subtraídas ou combinadas segundo qualquer outra combinação linear, e o resultado será novamente uma solução de onda. Essa propriedade física constitui a base matemática do princípio da superposição: Duas ou mais soluções de onda podem ser adicionadas, resultando outra solução de onda. y(x, t) = y1(x, t) + y2(x, t) (3.24) A equação 3.24 é um caso especial da equação 3.23, com a = b = 1. Vamos, agora, examinar um exemplo da superposição de dois pulsos de onda com amplitudes e velocidades dife- rentes. S O L U Ç ÃO A LT E R N AT I VA Para avaliar nossa resposta, vamos considerar que a energia da onda corresponda à energia de um objeto cuja massa seja igual à massa de uma parte da corda de comprimento igual a um compri- mento de onda. Esse objeto se move no sentido negativo de x com a mesma velocidade da onda. A potência, então, é a energia transmitida durante um período. A partir dos valores de � e de �, obtidos da função de onda fornecida, obtemos o comprimento de onda e o período: Podemos escrever a energia cinética na forma A potência, portanto, é O resultado é semelhante ao nosso resultado para a potência transmitida ao longo da corda. As- sim, nossa resposta perece plausível. EXEMPLO 3.3 Superposição de pulsos de onda Dois pulsos de onda, e , onde A2 = 1,7 A1 e v1 = 1,6 v2, en- contram-se a determinada distância um do outro. Por causa de sua forma matemática particular, os pulsos são chamados de pacotes de onda gaussianos. Consideraremos que as duas ondas sejam do mesmo tipo, como, por exemplo, ondas em uma corda. PROBLEMA Qual será a amplitude da onda resultante quando for máxima a superposição dos dois pulsos, e em que instante isso ocorrerá? _Livro_Bauer_Vol_2.indb 98_Livro_Bauer_Vol_2.indb 98 09/08/12 11:1209/08/12 11:12 Capítulo 3 Ondas 99 O que é essencial lembrar acerca do princípio da superposição é que as ondas podem se interpenetrar sem alterar suas frequência, amplitude, velocidade e direção de movimento. A tecnologia das comunicações modernas é absolutamente dependente deste fato. Em qualquer cidade, diversas estações de rádio e televisão comerciais emitem seus sinais em frequências di- ferentes; existem também as transmissões de celulares e transmissões de TV via satélite, assim como ondas luminosas e ondas sonoras. Todas essas ondas devem de ser capazes de penetrar umas nas outras sem sofrer alteração, ou nossas comunicações diárias seriam impossíveis. Interferência ondulatória A interferência é uma consequência do princípio da superposição. Se as ondas se atravessam, seus deslocamentos simplesmente se somam, de acordo com a equação 3.24. Alguns casos inte- ressantes surgem quando os comprimentos e as frequências das ondas são os mesmos, ou pelo menos quando são próximos. Aqui, examinaremos apenas o caso de duas ondas de comprimen- tos de onda e frequências idênticas. O caso de ondas de frequências muito próximas uma da outra será abordado noCapítulo 4, sobre o som, quando discutirmos os batimentos. Primeiro, vamos considerar duas ondas unidimensionais de amplitude idêntica, A, mes- mo número de onda, �, e mesma frequência angular, �. A constante de fase �0 é nula no caso da onda 1, mas pode variar no caso da onda 2. A soma das formas de onda é, portanto, y(x, t) = A sen(�x – �t) + A sen(�x – �t + �0). (3.25) Para �0 = 0, as duas funções seno da equação 3.25 possuem argumentos idênticos, de modo que sua soma resulta simplesmente y(x, t) = 2A sen (�x – �t). Nesse caso, as duas ondas se adicionam no maior grau possível, o que é denominado interferência construtiva. Quando se desloca o argumento de uma função seno ou cosseno em �, obtém-se o negativo daquela função: sen (� + �) = – sen �. Por isso, os dois termos da equação 3.25 se anulam exatamente quando �0 = �. Tal situação é chamada de interferência destru- tiva. Os padrões de interferência correspondentes a estes dois valores de �0, juntamente com outros três casos, são mostrados na Figura 3.23 para t = 0. Padrões de interferência interessantes também são obtidos com duas ondas esféricas cujas fontes estão separadas por certa distância. A Figura 3.24 mostra um padrão esque- mático para duas ondas idênticas com � = 1 m–1 e mesmos valores de � e de A. Uma das ondas foi deslocada �x para a direita, e a outra foi deslocada –�x para a esquerda. A figu- ra ilustra dez valores diferentes de �x, o que dá uma boa ideia do comportamento do pa- drão de interferência em função da separação entre os centros das ondas. Se você deixar cair duas pedras simultaneamente em uma lagoa, perceberá que esses padrões de interfe- rência são iguais ao formado pelas ondulações que resultam da queda das pedras na água. t x A1 A2 v2 v2 v1 v1 t (a) (b) x Figura 3.22 Superposição de dois pacotes de onda gaussianos: (a) representação tridimensional; (b) plotagem no espaço de coordenadas para diferentes instantes de tempo. SOLUÇÃO Os dois pacotes de onda gaussianos são da forma funcional y(x, t) = Y(x ± vt) e são, portanto, soluções válidas da equação de onda unidimensional 3.9. Logo, vale o princípio da superposição (equação 3.23), e podemos simplesmente adicionar as duas funções de onda para obter a função que representa a onda resultante. Os dois pacotes de onda gaussianos atingem superposição má- xima quando seus centros estão na mesma posição do espaço de coordenadas. O centro de um pacote de onda gaussiano encontra-se na posição para qual o expoente é nulo. Como se pode ver a partir das funções fornecidas, ambos os pacotes estarão centrados em x = 0 no instante t = 0, que é a resposta à questão sobre quando é máxima a superposição. Na superposição máxima, a am- plitude é, simplesmente, A = A1 + A2 = 2,7 A1 (pois A2 = 1,7 A1, como especificado no enunciado do problema). DISCUSSÃO É instrutivo analisar o gráfico que ilustra essas ondas e sua superposição. Os dois pacotes de onda gaussianos iniciam no instante t = –3, em unidades de largura do pacote dividida pela velocidade v1, e se propagam. A Figura 3.22a é um gráfico tridimensional da função de onda y(x, t) = y1(x, t) + y2(x, t) em função da coordenada x e do tempo t. Os vetores velocidade e são mostrados. A Figura 3.22b mostra gráficos das ondas no espaço de coordenadas em diferentes instantes de tempo. A curva azul representa y1(x, t), a curva vermelha representa y2(x, t), e a curva preta, sua soma. No instante médio, os dois pacotes de onda atingem a superposição máxima. 0 � �0 �0 �0 �0 �0 �0 � � 1 4 �� 1 2 �� �� 3 4 Figura 3.23 Interferência de ondas unidi- mensionais em função de suas constantes de fase em t = 0. Em instantes posteriores, os padrões se moveram, sem alteração de forma, para a direita. A onda 1 é vermelha, a onda 2 é azul e em preto está representa- da a soma das duas. _Livro_Bauer_Vol_2.indb 99_Livro_Bauer_Vol_2.indb 99 09/08/12 11:1209/08/12 11:12 100 Física para Universitários – Relatividade, Oscilações, Ondas e Calor 3.8 Ondas estacionárias e ressonância Um caso especial de superposição ocorre para duas ondas progressivas se elas são idênticas exceto pelos sinais opostos de �: y1(x, t) = A sen (�x + �t) e y2(x, t) = A sen (�x + �t). Vamos primeiro examinar o resultado matemático dessa superposição (após o que teremos adquirido sensibilidade física): (3.26) No último passo para obter a equação 3.26, usamos a fórmula da adição trigonométrica, sen ( ± �) = sen cos � ± cos sen �. Portanto, no caso da superposição de duas ondas progressivas de mesma amplitude, mesmo número de onda e mesmo módulo de velocidade, mas com sen- tidos oposto de propagação, a dependência com a coordenada espacial e com o tempo podem ser separadas (ou fatoradas) em uma função apenas de x multiplicada por uma função apenas de t. O resultado dessa superposição é uma onda que possui nodos (onde y = 0) e antinodos (onde y atinge seu valor máximo) em posições particulares ao longo do eixo x. Cada antinodo está localizado a meio caminho entre dois nodos vizinhos. Essa superposição é muito mais fácil de visualizar na forma gráfica. A Figura 3.25a mostra uma onda representada por y1(x, t) = A sen(�x + �t), e a Figura 3.25b mostra outra onda dada por y2(x, t) = A sen(�x – �t). A Figura 3.25c mostra a soma das duas ondas. Em todos os gráficos, a forma de onda é mostrada em função da coordenada x. Cada gráfico também mostra a onda em 11 instantes de tempo diferentes, com um in- tervalo de tempo de �/10 entre instantes vizinhos, como se estivéssemos vendo uma sequência de fotografias tiradas de tempo em tempo. A fim de comparar os mesmos ins- tantes de tempo de cada gráfico, as curvas são codificadas por cores, começando do ver- melho e prosseguindo pelo laranja e o amarelo. Podemos ver que as ondas progressivas se movem para a esquerda e para a direita, respectivamente, porém a onda resultante da superposição das duas oscila no mesmo lugar, com os nodos e os antinodos mantendo- -se em posições fixas do eixo x. Essa onda de interferência é conhecida como onda esta- cionária, que resulta da fatoração da dependência temporal e da dependência espacial da equação 3.26. Nos nodos, as duas ondas progressivas estão sempre fora de fase. Os nodos de uma onda estacionária possuem sempre amplitude nula. De acordo com a equação 3.18, a energia contida em uma onda é proporcional ao quadrado da amplitude. Logo, nenhuma energia é transportada por uma onda estacionária através de qualquer de seus nodos. A energia da onda permanece “presa” entre os nodos de uma onda estacionária, e lá se mantém localizada. Note também que, embora uma onda esta- cionária não se mova, a relação entre comprimento de onda, frequência e velocidade de onda, v = �f, continua válida. Aqui, v representa o módulo das velocidades das ondas progressivas que formam a onda estacionária. Ondas estacionárias em uma corda A base para a criação de sons musicais por instrumentos de corda é a geração de ondas estacio- nárias nas cordas que foram tensionadas. Na Seção 3.4, discutimos de que maneira a velocida- de de uma onda em uma corda depende da tensão da corda e da densidade linear de massa da mesma (veja a equação 3.13). Nesta seção, discutiremos as bases físicas das ondas estacionárias unidimensionais. y1(x,t) � y2(x,t) y2(x,t) x x x y1(x,t) (a) (b) (c) v �v Figura 3.25 (a) e (b) mostram duas ondas pro- gressivas com velocidades vetoriais opostas. (c) Superposição das duas ondas, resultando em uma onda estacionária. Figura 3.24 Padrões esquemáti- cos de interferência de duas ondas idênticas periódicas bidimensionais deslocadas em �x para cada lado da origem, onde a unidade de �x é o metro. Os círculos brancos e pretos indicam os mínimos e os máximos; e os círculos cinzentos indicam os pon- tos onde a soma das ondas é nula. �x � 0 �x � 12 � �x � 3 2 ��x �� �x � 2� �x � 7��x � 6��x � 5��x � 4��x � 3� _Livro_Bauer_Vol_2.indb 100_Livro_Bauer_Vol_2.indb 100 09/08/12 11:1209/08/1211:12 Capítulo 3 Ondas 101 Comecemos com uma demonstração. A Figura 3.26 mostra uma corda presa a uma argola firme- mente fixada, pelo lado esquerdo, e a um pistão pela direita. O pistão oscila para cima e para baixo, de forma senoidal, com uma frequência f que pode ser variada. O movimento oscilatório vertical do pistão tem uma amplitude muito pequena que podemos considerar como se a corda estivesse fixa nas duas extremidades. A frequência de oscilação do pistão, então, é variada, até que, em uma determinada fre- quência f0, a corda desenvolve um movimento de grande amplitude com um antinodo central (Figura 3.26a). Claramente, a excitação da corda produziu uma onda estacionária. Trata-se de uma excitação ressonante da corda, no sentido de que a amplitude torna-se grande so- mente em uma frequência de ressonância bem determinada. Se a frequência de mo- vimento do pistão é aumentada em 10%, como mostrado na Figura 3.26b, a oscilação ressonante da corda extingue-se. Reduzindo a frequência do pistão em 10% em relação à frequência de ressonância tem o mesmo efeito. Dobrando-se a frequência em relação a f0, resulta em outra excitação ressonante, com um antinodo no centro da corda e dois nodos, um em e outro em do comprimento da corda (Figura 3.26c). Triplicando-se a frequência em relação a f0 resulta em nova onda estacionária com dois nodos e três antinodos (Figura 3.26d). A continuação desta série é clara: uma frequência nf0 resul- tará em uma onda estacionária com n antinodos e n–1 nodos (mais dois nodos nas extremidades da corda), igualmente espaçados ao longo da corda. A Figura 3.27 mostra que a condição para uma onda estacionária é que um núme- ro inteiro, n, de meios comprimentos de onda se ajuste perfeitamente no comprimento L da corda. Usando um subíndice n para estes comprimentos de onda especiais, po- demos escrever Isolando o comprimento de onda, obtemos (3.27) O subíndice n dos comprimentos de onda (ou das frequências) indica de que harmônico se trata. Ou seja, n =1 identifica o primeiro harmônico (também chamado de frequência funda- mental), n = 2 identifica o segundo harmônico, n = 3 o terceiro e assim por diante. Como já foi mencionado, v = �f continua válida para uma onda estacionária. Usando essa relação, podemos encontrar as frequências de ressonância de uma corda a partir da equação 3.27: Finalmente, usando a equação 3.13 para a velocidade de onda em uma corda com densida- de linear de massa � e sob tensão T, , temos (3.28) A equação 3.28 revela fatos muito interessantes acerca da construção de instrumentos musicais de corda. Primeiro, quanto mais longa for a corda, menores serão as frequências de ressonância. Esta é a razão fundamental para que um violoncelo, que produz notas mais bai- xas, seja maior do que um violino. Segundo, as frequências de ressonância são proporcionais à raiz quadrada da tensão da corda. Se a frequência de um instrumento é baixa demais, ele soa “sem contraste”, e você deve aumentar a tensão. Terceiro, quanto maior for a densidade linear de massa da corda, �, mais baixa a frequência. As cordas “mais gordas” produzem as notas mais baixas. Quarto, o segundo harmônico tem uma frequência que é o dobro da frequência fundamental, o terceiro uma frequência três vezes maior que a fundamental e assim por diante. Quando discutirmos o som no Capítulo 4, veremos que este fato constitui a base para a defini- Antinodo (a) (b) (c) (d) Antinodo AntinodoNodo NodoAntinodo AntinodoNodoAntinodo f0 1,1 f0 2 f0 3 f0 Figura 3.26 Geração de ondas estacionárias em uma corda. L L L L L 0 0 0 0 0 L12 L13 L 2 3 L34 L45L 3 5L 2 5L 1 5 L12L 1 4 Figura 3.27 As cinco excitações mais baixas de onda estacionária em uma corda. Uma corda de determinado com- primento é fixada em ambas as extremidades e esticada sob certa tensão. Qual das afirmativas abai- xo acerca de uma onda estacioná- ria nesta corda é verdadeira? a) Quanto maior for a frequência de uma onda estacionária em uma corda, mais próximos estarão os nodos uns dos outros. b) Para qualquer frequência de onda estacionária, os nodos esta- rão sempre igualmente espaçados. c) Para uma onda estacionária em uma corda sob determinada tensão, somente uma frequência é possível. d) Quanto menor for a frequência de uma onda estacionária em uma corda, mais próximos estarão os nodos uns dos outros. 3.3 Exercícios de sala de aula _Livro_Bauer_Vol_2.indb 101_Livro_Bauer_Vol_2.indb 101 09/08/12 11:1209/08/12 11:12 102 Física para Universitários – Relatividade, Oscilações, Ondas e Calor ção de oitava. Por ora, você pode comprovar que consegue produzir o segundo harmônico em uma mesma corda usada para produzir o primeiro harmônico, pressionando-a com a ponta de um dedo exatamente no meio da corda, assim, forçando o nodo a estar localizado ali. EXEMPLO 3.4 Afinando um piano O trabalho de um afinador de piano é garantir que todas as teclas do instrumento produzam o som correto. Em um piano, a corda correspondente à tecla da nota Lá central está sob tensão de 2.900 N, tem uma massa de 0,006000 kg e um comprimento igual a 0,6300 m. PROBLEMA Por qual fator o afinador deve alterar a tensão dessa corda a fim de obter dela a frequência correta de 440,0 Hz? SOLUÇÃO Primeiro, vamos calcular a frequência fundamental (ou primeiro harmônico), usando n = 1 na equação 3.28 e a tensão fornecida, o comprimento e a massa: Esta frequência difere em 2 Hz da frequência correta, ou 0,5% mais baixa que o valor correto, de modo que a tensão deve ser aumentada. A tensão adequada pode ser encontrada isolando-se T na equação 3.28 e depois substituindo a frequência fundamental de 440,0 Hz, a correta do Lá central: Substituindo os valores numéricos, obtemos A tensão deve ser aumentada em 27 N, o que corresponde a 0,93% de 2.900 N. O afinador de piano precisa aumentar a tensão da corda em 0,93% para que ela emita a frequência correta do Lá central. DISCUSSÃO Poderíamos também ter obtido a variação correspondente de tensão raciocinado da seguinte ma- neira: a frequência é proporcional à raiz quadrada da tensão, e para x pequenos. Uma vez que é necessário produzir uma variação de 0,5% na frequência, a tensão tem de ser alte- rada no dobro dessa quantidade, ou 1%. A propósito, um afinador de piano consegue perceber facilmente uma frequência que está errada em 2 Hz escutando os batimentos produzidos, o que discutiremos no Capítulo 4. Uma corda de guitarra tem 0,750 m de comprimento e uma massa de 5,00 g. A corda é sintonizada em Mi (660 Hz) quando vibrar em sua frequência fundamental. Qual é o valor necessário de tensão da corda? a) 2,90 ⋅ 103 N d) 8,11 ⋅ 103 N b) 4,84 ⋅ 103 N e) 1,23 ⋅ 104 N c) 6,53 ⋅ 103 N 3.4 Exercícios de sala de aula Pesquisadores da Cornell NanoScale Scien- ce and Technology Facility, onde foi fabri- cada a guitarra da Figura 3.11b, também produziram uma corda de guitarra ainda menor, a partir de um único nanotubo de carbono com diâmetro de apenas 1 a 4 nm. Ela é suspensa sobre um sulco de lar- gura W = 1,5 �m. Em um artigo de 2004 publicado na revista Nature, os pesquisa- dores de Cornell relataram uma frequência de ressonância do nanotubo de carbono de 55 MHz. Quanto vale a velocidade de uma onda neste nanotubo de carbono? 3.4 Pausa para teste Emissor Coletor Base W L �z _Livro_Bauer_Vol_2.indb 102_Livro_Bauer_Vol_2.indb 102 09/08/12 11:1209/08/12 11:12 Capítulo 3 Ondas 103 Ondas estacionárias também podem ser geradas em duas e três dimensões. Apesar de esses casos serem abordados por nós sem nenhum detalhe matemático, é interessante ver os padrões ondulatórios que emergem. Para visualizar padrões de onda estacionária em chapas bidimensionais, estas são excitadas por baixo por um oscilador cuja frequência pode ser varia- da, e grãos de sal comum são espalhados uniformemente sobre ela. Os grãos de sal são chaco- alhados e terminam aprisionados nos nodos da onda, onde não sofrem impactossignificativos por parte do oscilador abaixo da chapa. A Figura 3.28 mostra o resultado disso para o caso de uma placa quadrada excitada em três frequências diferentes. Você pode verificar as linhas nodais das ondas estacionárias, com formas diferentes para diferentes frequências de excitação. Não discutiremos aqui essas linhas nodais com detalhes qualitativos, porém é importante per- ceber que, quanto mais alta a frequência usada, mais próximas as linhas nodais estarão umas das outras. Isso está em completa analogia com o caso de ondas estacionárias unidimensionais em uma corda. A placa circular mostrada na figura é excitada em três frequências diferentes. A partir do exame das fotos abaixo, ordene as frequências excitadoras usadas em ordem crescente de valor. (a) (b) (c) 3.5 Exercícios de sala de aula 3.9 Pesquisa sobre ondas Este capítulo apresenta apenas um breve resumo dos fenômenos ondulatórios. Todos os espe- cialistas em física e engenharia terão um curso completo sobre ondas em que o assunto será abordado com mais detalhes. Vários outros capítulos deste livro abordarão ondas. O Capítulo 4 é devotado às ondas longitudinais de pressão denominadas ondas sonoras. Esse caráter on- dulatório da matéria conduz diretamente ao desenvolvimento da mecânica quântica, a base da maior parte da física moderna, incluindo a nanociência e a nanotecnologia. Os cientistas e os engenheiros continuam a descobrir aspectos novos da física ondulatória, que vão de conceitos fundamentais a aplicações. Do lado das aplicações, os engenheiros estão investigando maneiras de guiar micro-ondas através de geometrias diferentes com ajuda de métodos de elementos finitos (que são métodos computacionais que subdividem um objeto grande em um grande número de objetos pequenos) e de programas de computador muito rápidos. Se as geometrias não possuem simetria espacial – isto é, se elas não são exatamente redondas ou retangulares – alguns resultados surpreendentes podem ocorrer. Por exemplo, os (a) (b) (c) Figura 3.28 Padrões de nodos de onda estacionária sobre uma placa quadrada excitada em frequências de (a) 348 Hz, (b) 409 Hz e (c) 508 Hz. _Livro_Bauer_Vol_2.indb 103_Livro_Bauer_Vol_2.indb 103 09/08/12 11:1209/08/12 11:12 Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
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