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POLECO-Ruggie

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Ruggie, J. G. Embedded Liberalism and the Postwar Economic Regimes (1983) 
 
I) Introdução 
a. A THE e suas limitações: 
i. Ela prevê a forma da ordem internacional mas não seu conteúdo 
b. Para compreender o “conteúdo” das ordens economicas internacionais é necessário 
contemplar como poder e propósito social legítimo (GRAMSCI) se fundem para projetar 
autoridade polítiica no sistema internacional 
II) Poder e propósito social (ponto chave) 
a. A internacionalização das relações domésticas entre Estado e Sociedade (Mercado) 
i. Polanyi, laissez-faire e protecionismo 
1. Laissez-faire e hegemonia inglesa 
2. Protecionismo (social) e hegemonia norte-americana 
Quando estudamos relação do mercado e do estado, vemos que ela varia em tempo 
e no espaço. Os EUA, por exemplo, tem relutância a ver o estado se envolvendo na 
economia – isso ao longo do tempo difere ainda mais. No século XIX, essa idéia de proteção 
social que temos hoje, com todos os instrumentos institucionais, previdencia, etc, não 
existia no auge do liberalismo laissez-faire. Se acreditava que o mercado regulava a 
economia. Tinha-se estado pouco interventor na economia e na sociedade como um todo. 
Existindo isso na inglaterra, vai se projetar nas relações internacionais. As relações entre 
estado e mercado domésticas vão acabar transbordando e também se configurando na 
ordem internacional. 
Polanyi traça a relação entre o liberalismo laissez-faire e o protecionismo social e 
até comercial, com o colapso do primeiro na década de 30 do século XIX. Na época do 
laissez-faire, a hegemonia inglesa patrocinou também ordem economica internacional 
baseada em tais princípios, no liberalismo clássico. Os países tinham que na verdade, 
através da adoção do padrão ouro, que se ajustar à economia internacional, facilitando o 
comércio internacional, independente dos custos que houvessem para a sociedade, 
domesticamente falando. Os países tinham que gastar seus recursos na manuntenção do 
cambio fixo, comparável ao padrão ouro. Hoje vemos na europa problemas sérios sociais 
porque há problema razoavelmente parecido – cada pais europeu endividado não tem 
como baratear sua moeda para pagar suas dívidas, se fosse país com moeda nacional teria 
como arrecadar divisas com exportaçoes com moeda barateada, mas com euro não é 
possível e nenhum deles tem capacidade de determinar o valor de câmbio do euro. Algo não 
exatamente igual mas parecida aconteceu no séc XIX, com moedas fixas com relação ao 
ouro. Era padrão de credibilidade – começou na Inglaterra, mas outros países foram se 
atrelando ao sistema. 
O padrão-ouro era compromisso rígido para dar valor à moeda, então tinham que 
conseguir ouro de qualquer forma – vão mexer na economia para entrar mais ouro e poder 
sustentar a conversibilidade do ouro em libra. Você precisa de ouro, você não pode mexer 
na sua taxa de câmbio, o que faz? Vai mudar a demanda doméstica – você vai diminuir o 
máximo possível a importação, diminuindo o consumo. Mas é muito dificil mirar 
corretamente no consumo da importação. Geralmente você coloca a economia em recessão 
e deprime o consumo total, não só o consumo de importados. Aumenta-se taxa de juros, 
crédito fica mais caro, etc. Numa sociedade em que não há proteção social, tudo isso fica 
mais doloroso. Não há educação, saúde universal, etc. Ajustes no séc XIX tinham um 
impacto muito mais negativo, mas os países estavam dispostos a realiza-los em função da 
credibilidade que isso dava aos países, que msotrava que estava com boas intençoes 
políticas para sustentar sua moeda. Do nosso ponto de vista parece um pouco irracional, 
mas precisamos tentar não ser anacronicos – na época este era o tipo de liberalismo. 
Ao longo do tempo, passou a ser mais difícil de se sustentar esse padrão, a partir do 
momento que as relações trabalhistas mudaram, ficou mais difícil a aceitação popular 
destes ajustes para manter o padrão. Durante hegemonia inglesa, o ideal liberal permeia a 
ordem economica internacional: a não-intervencionista. 
Então aqui entra Polanyi, que identifica o colapso do liberalismo laissez-faire 
propriamente dito. A relação entre estado e sociedade vai mudando em direção ao 
protecionismo. Já nao era mais aceitavel os custos da ordem economica internacional. A 
nova ordem economica internacional então vai ser compatível com esse novo momento de 
relação estado, mercado e sociedade, na direção de maior protecionismo e intervenção do 
estado no mercado e na sociedade; com políticas de incentivo ao crescimento e a instalação 
do welfare-state. 
III) O compromisso do embedded liberalism – a idéia dele é que em cada época há relação 
entre estado e mercado prevalecente, onde ele intervém mais ou menos. No laissez-faire, 
nao se permitiam muitas intervençoes, mas passado o tempo, com a mudança doméstica da 
relação estado-sociedade, a ordem economica também teve que se ajustar a esses novos 
tempos. Na verdade, o internacional se ajusta ao doméstico – é bem simples. Uma ordem 
economia internacional serve para sustentar estes novos tempos. 
a. Embedded liberalism 
i. Multilateral 
ii. Intervencionismo doméstico 
b. Exemplo 
i. O FMI e as tavas de câmbio 
 
Voce tem missao dificil: promover o comércio internacional, devendo as 
economias aderirem de forma consistente. Criam sistema complexo e 
institucionalizado. Criam taxas de cambio quase fixas, mas se fosse só isso não 
seria muito diferente do que no século XIX, mas criaram também o FMI. Os 
países membros alocariam suas moedas e estas serveriam para ajudar países 
quando tivessem em dificuldade no momento de déficit comercial. FMI é um 
instrumento de intervenção institucionalizado. 
 
Resumo feito por Ana Paula Pellegrino 
IRischool 2011.2

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