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RELATÓRIO CÂNCER BUCAL

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CÂNCER BUCAL 
O câncer pode ser definido como a multiplicação desordenada de células defeituosas 
ou atípicas, que não conseguem ser debeladas, totalmente, pelo sistema imunológico, por 
razão ainda desconhecida. Esse crescimento celular descontrolado pode vir a comprometer 
tecidos e órgãos (DOMINGOS, 2017) envolve as etapas de iniciação, promoção e 
progressão tumoral. A iniciação tumoral está relacionada com danos ao DNA, resultante de 
mutações causadas por carcinógenos. As células iniciadas podem sofrer ação de agentes 
promotores, que estimulam sua proliferação, podendo induzir o desenvolvimento do câncer. 
O processo que desencadeia o desenvolvimento das neoplasias é consequência de um 
acúmulo de mutações nos genes que regulam o crescimento, a diferenciação e a morte 
celular (FREITAS,2016). 
O câncer bucal na sua maioria são neoplasias malignas que se iniciam no epitélio de 
revestimento da boca por multiplicação celular desordenada que acomete as vias 
aerodigestivas superiores. A incidência do câncer bucal no Brasil é considerada uma das 
mais altas do mundo, estando entre os 6 tipos de câncer mais comuns que acometem o 
sexo masculino e entre 8 mais comuns que atingem o sexo feminino, podendo ser 
considerado o câncer mais comum da região de cabeça e pescoço, excluindo-se o câncer 
de pele (DOMINGOS, 2017). 
Cerca de 90 a 95% dos casos de câncer bucal correspondem ao carcinoma 
epidermoide (CEB), que é um tipo de tumor maligno que surge na epiderme, a camada mais 
superficial da pele, especialmente nas regiões do corpo mais expostas à radiação solar, 
como o rosto, cabeça, pescoço O CEB pode ocorrer em qualquer área da boca, porém 
algumas áreas são mais prevalentes como a língua, o assoalho bucal e o lábio, podendo 
ser acometidos em 50% dos casos. Áreas menos frequentes compreendem a mucosa jugal, 
região retromolar, gengiva, palato mole e palato duro. Justamente por serem menos 
frequentes podem acabar sendo tardiamente diagnosticadas (LEMOS,2013). Além disso, 
são classificadas em ulceradas, nodulares ou vegetantes. Pode se apresentar em formato 
de úlcera que não cicatriza, assintomático, podendo ser observado no lábio, língua, 
glândulas salivares, gengiva, assoalho de boca, mucosa da bochecha, vestíbulo da boca, 
palato e úvula. No estágio inicial, pode se apresentar como manchas esbranquiçadas ou 
avermelhadas e ulcerações superficiais assintomáticas. Em seu estágio avançado, as 
úlceras se apresentam maiores, dolorosas com odor fétido. A neoplasia pode infiltrar nas 
estruturas subjacentes e os pacientes geralmente apresentam emagrecimento acentuado, 
dificuldade para falar, mastigar e deglutir (FREITAS,2016). 
A aparência clínica do carcinoma epidermoide em casos avançados é bastante 
característica facilitando seu diagnóstico, porém em situações iniciais podem ser 
confundidos com outras lesões benignas levando a diagnósticos incorretos atrasando o 
início do tratamento. Apesar das fortes características suspeitas encontradas, a realização 
da biopsia é fundamental e sempre obrigatória para o diagnóstico definitivo da lesão, sendo 
tecnicamente fácil de ser realizada após um breve treinamento23. As lesões fundamentais 
clássicas encontradas são as úlceras e os nódulos firmemente aderidos aos tecidos 
subjacentes (LEMOS,2013). 
 
Os fatores de risco no estabelecimento do câncer de boca estão relacionados a 
múltiplos fatores podendo ser herdados ou adquiridos, dentre eles podem ser citados a 
radiação solar, agentes biológicos como HPV (Papiloma Vírus Humano), imunossupressão, 
fungos, ausência de higiene bucal, má alimentação, tabagismo, etilismo, dieta rica em 
gorduras, ferro e/ou pobre em proteínas e vitaminas (A, E, C,e B2). Embora a etiologia 
esteja relacionada a diversos fatores, estudos revelam que o álcool e o fumo são fatores 
etiológicos potenciais para o surgimento do câncer de boca, mesmo em indivíduos com 
idade inferior a 45 anos. O Instituto Nacional do Câncer aponta o fumo como o principal 
agente causador de morte por câncer no país, sendo que o risco de óbitos por câncer de 
boca em fumantes é considerado trinta vezes maior que em não fumantes (FREITAS,2016). 
O diagnóstico do câncer de cavidade oral normalmente pode ser feito com o exame 
clínico, mas a confirmação depende da biópsia onde o material é coletado e enviado para 
análises histopatológicas (BRASIL,2021). O Cirurgião-Dentista participa do diagnóstico, 
sendo o profissional mais indicado para a identificação do câncer de boca, e tem papel 
fundamental no controle dos efeitos colaterais do tratamento oncológico (LEMOS,2013). 
Exames de imagem, como a tomografia computadorizada, também podem auxiliar no 
diagnóstico, principalmente na avaliação da extensão do tumor. O exame clínico associado 
à biópsia, com o estudo da lesão por tomografia computadorizada (nos casos indicados) 
 
permitem ao cirurgião determinar a extensão da tumoração e definir o tratamento adequado 
(BRASIL,2021). 
A respeito do tratamento, pode envolver cirurgia, radioterapia e quimioterapia. O 
tamanho e o local do tumor são fatores que devem ser considerados para a definição do 
tratamento (LEMOS,2013).na grande maioria das vezes, é cirúrgico, tanto nas lesões 
menores, com cirurgias mais simples, com menor repercussão funcional; quanto para os 
tumores maiores, que vão implicar em ressecções mais complexas e com sequelas 
funcionais. A radioterapia e a quimioterapia são indicadas quando a cirurgia não é possível 
ou quando o tratamento cirúrgico deixaria sequelas funcionais tão importantes que seriam 
muito complicadas para a reabilitação funcional e a qualidade de vida do paciente 
(BRASIL,2021). É importante destacar que o tratamento é realizado por médicos cirurgiões 
de cabeça e pescoço, radioterapeutas e oncologistas clínicos. Além disso, o atendimento 
odontológico anteriormente, durante e após estas modalidades de tratamento para o 
câncer, pode diminuir os efeitos colaterais, amenizar sintomatologias que podem até 
interromper o tratamento do câncer como é o caso de mucosites intensas (LEMOS,2013). 
Os níveis de prevenção das doenças, classicamente divididos em três: primário, 
secundário e terciário, podem ser aplicados ao câncer da boca. A prevenção primária visa 
a ações ou iniciativas que possam reduzir a incidência e a prevalência da doença, 
modificando os hábitos da comunidade, buscando interromper ou diminuir os fatores de 
risco como o tabaco, o álcool e a exposição solar dos lábios, antes mesmo que a doença 
se instale. A prevenção secundária visa ao diagnóstico precoce da doença em uma fase 
anterior ao paciente apresentar alguma queixa clínica. É sabido que o câncer bucal pode 
levar meses antes de apresentar algum sinal ou sintoma percebido pelo paciente. O 
diagnóstico precoce dessa doença faz com que os níveis de cura alcancem mais de 90% 
dos casos e a prevenção terciária que visa limitar o dano, controlar a dor, prevenir 
complicações secundárias, melhorar a qualidade de vida durante o tratamento, e sempre 
que possível reintegrar o indivíduo à sociedade, tornando-o apto a realizar as atividades 
diárias exercidas anteriormente (PEREIRA,2012). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
1. DOMINGOS, Patricia Aleixo dos Santos; PASSALACQUA, Maria Livia da Costa; DE 
OLIVEIRA, Ana Luísa Botta Martins. Câncer bucal: um problema de saúde pública. 
Revista de Odontologia da Universidade Cidade de São Paulo, [S.l.], v. 26, n. 1, p. 46 - 52, 
nov. 2017. ISSN 1983-5183. Disponível em: 
https://publicacoes.unicid.edu.br/index.php/revistadaodontologia/article/view/285/182>. 
2. LEMOS, Júnior Celso Augusto et al. Câncer de boca baseado em evidências 
científicas. Revista da Associacao Paulista de Cirurgioes Dentistas, v. 67, n. 3, p. 178-186, 
2013. Disponível: http://revodonto.bvsalud.org/scielo.php?pid=S0004- 
52762013000300002&script=sci_arttext. 
3. PEREIRA, Cassius C.Torres et al.Abordagem do câncer da boca: uma estratégia 
para os níveis primário e secundário de atenção em saúde. Cadernos de Saúde 
Pública, v. 28, p. s30-s39, 2012.Disponível em: 
https://www.scielo.br/j/csp/a/MFTncmxsg3WwWJqrfBgsm5d/?lang=pt. 
 4. FREITAS, Rivelilson Mendes et al. Fatores de risco e principais alterações 
citopatológicas do câncer bucal: uma revisão de literatura. Rbac, v. 48, n. 1, p. 13-8, 
2016. Disponível em: http://www.rbac.org.br/wp-content/uploads/2016/05/ARTIGO-
2_VOL48_1_2016-ref-120.pdf. 
5. BRASIL. Ministério da Saúde. Câncer de boca - Versão para Profissionais de Saúde 
Instituto Nacional de Câncer. 2021. Disponível em: https://www.inca.gov.br/tipos-
decancer/cancer-de-boca. 
 
 
https://publicacoes.unicid.edu.br/index.php/revistadaodontologia/article/view/285/182
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http://revodonto.bvsalud.org/scielo.php?pid=S0004-52762013000300002&script=sci_arttext
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https://www.scielo.br/j/csp/a/MFTncmxsg3WwWJqrfBgsm5d/?lang=pt
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http://www.rbac.org.br/wp-content/uploads/2016/05/ARTIGO-2_VOL-48_1_2016-ref-120.pdf
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https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-boca
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