Poríferos: animais filtradores fixos ao substrato

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Poríferos 
Ciências Biológicas | ANA FLAVIA MEDEIROS
 
· Filo porífera- latim porus (poro) e ferre (possuir)- R.E. Grant
· Poríferos são chamados também de esponjas
· São animais sésseis- fixos ao substrato e filtradores. Fase larvais- dispersam e quando adultas ficam fixas.
· São multicelulares- com células totipotentes- vantagem que tem de se diferenciar de outras células, com funções distintas e independentes
· Não formam tecidos organizados, órgãos ou sistemas
Assimétricos ou de simetria radial 
· Esqueleto- apresentando várias espículas que são filamentos muito pequenos de filamentos cristalinos (parecido com agulhas).
· Essas espículas podem ser calcárias ou de sílica e se encontram dispersas na mesogléia e forma estrutura que sustenta o corpo. 
· Possuem um conjunto de substancias gelatinosas internamente (mesogléia) que tem elementos de sustentação- espículas esqueléticas, essas espículas sustentam o corpo das esponjas;
Algumas espécies com rede de fibras associadas as espículas esqueléticas sendo formada por substancia proteica e flexível- espongina;
· Maioria das espécies são marinhas, algumas de água doce;
· Preferem águas rasas e alguns de água profunda;
· Possuem crescimento indeterminado, não tendo um padrão de crescimento, permitindo variação das formas corporais- podem ter formas distintas de crescimento: maciças, eretas, ramificadas, incrustantes;
· Possuem coloração variada- depende dos pigmentos celulares ou endossimbiontes que vivem dentro dos corpos da esponja, pode depender dos locais em que são encontradas
Evoluíram com corpo multicelular e todo o corpo da esponja é desenvolvido para fazer filtração e alimentação
· Sistema aquífero: sistema por onde passa a água e ela é filtrada. Todas esponjas constituídas por óstio (cada poro da esponja, na parede externa), átrio e ósculo; assim a água entra pelo óstio, passa no átrio e sai pelo ósculo (abertura maior, além da água elimina gametas e resíduos metabólicos)
· Padrões corporais de acordo com o sistema aquífero:
· Asconóide ou Ascon- possuem basicamente 3 regiões que faz filtragem de água, tipo anatômico mais simples, sendo completamente revestido por coanócitos;
· Siconóide ou Sícon: tipo intermediário, filtração da água mais expandida, parede da esponja mais espessa:
 com poros dérmicos (óstio) canal inalante ou incurrente prosópila (estrutura que leva a câmara) câmara dos coanócitos (aumenta a superfície de contato, forma bolsas permitindo que a água tem mais contato com a células do corpo) apópila átrio ósculo (por onde a água sai)
· Leuconóide - tipo mais desenvolvido, cavidade do átrio menor e parede do corpo mais desenvolvida e formada por canais vibráteis (cavidades com coanócitos); esponjas com corpos mais robustos- 
apresenta poro dérmico (óstio) canal incurrente (inalante) prosópila câmara dos coanócitos, ou canais vibráteis apópila canal exalantes (excurrentes) átrio ósculo 
· Parede corporal que formam os corpos da esponja- 2 tipos de parede corporal- sincicial
· Sincicial- chamado de sincício trabecular ou rede; forma desorganizada de tecido, não possuindo um padrão dos tecidos, sendo uma rede com estruturas diferentes que sustentam o corpo. Formado pelos corpos colarinhos (conócitos) + fibras de colágeno+ espículas+ células (esclerócitos- espiculas, arqueócitos- células totipotentes e germinativas)
· Parede celular: com tecidos epitilóides- células mais padronizadas; tem 2 tipos desse tecido: as pinacodermes e as coanodermes esponjas com esse tipo de tecido tem a camada mais externa coberta por pinacócitos e porócitos 
· As células pinacócitos e porócitos formam a pinacoderme e estão interligados, entre os pinacócitos tem porócito
· Segundo tecido epitelióide- chamado de coanoderme- possui a célula coanócito (tem colarinho de microvilosidades e no meio da célula com flagelo, fazendo com que ele se movimente; encontrado na parte mais interna)
· Tecido conjuntivo:
 Meso-hilo- onde fica todas as outras células,
	Célula arqueócitos
	são células totipotentes, podendo virar qualquer outra célula do corpo da esponja.
	Célula esclerócito 
	Formação das espiculas minerais
	Células Lofócitos
	são células que possuem fibras de colágeno, ajudando na sustentação; esclerócitos- formam espiculas nas esponjas, as espiculas ajudam as fibras de colágeno na sustentação do corpo
	Células espongiócitos
	nem toda esponja possui, é uma célula que cria estrutura- espongina (estrutura que ajuda na sustentação corporal junto com o colágeno), normalmente as esponjas com espongina não apresentam espiculas
	Células miócitos
	são células que produzem fibras de actina e miosina, fazendo contração no corpo das esponjas, não são células muito desenvolvidas
	células oócitos
	células que secretam os gametas femininos
	espermatócitos
	célula que secreta gametas masculinos
· Principais células das esponjas são:
	Coanócitos 
	Células flageladas com colarinho em forma de funil com microvilosidades. Encontradas na cavidade interna do corpo das esponjas. Movimentos flagelados permite a captura de alimento e O2 e possibilita movimento no átrio 
	Pinacócitos 
	Células achatadas que reveste a esponja, serve de revestimento
	Porócitos 
	Célula com poro central (óstio) que a atravessa de lado a lado, sendo por essa célula que a água e nutrientes entram no átrio
	Amebócitos 
	Células que englobam nutrientes capturados pelos coanócitos e distribui para outras células, responsável pelo crescimento e capacidade de regenerar da esponja;
	Esclerócitos 
	Células responsáveis pela formação de espiculas minerais
	Espongiócitos 
	Células que formam a rede de esporangina
Cada célula das esponjas realiza sua própria digestão- intracelular
Elementos esqueléticos: orgânicos e inorgânicos 
Esqueleto orgânico- com lofócitos: fibrilas finas de colágeno; tem também espongina: feita de rede de colágeno ou de espongiócitos;
Elementos inorgânicos: espículas (pode ser de sílica ou calcário, são secretadas pelos esclerócitos); espiculas maiores megascleras e espiculas menores microscleras
· Nutrição: 
· filtração de partículas: todas células fazem fagocitose e estão em contato direto com a água; próprio coanócito faz fagocitose de várias partículas. Se alimentam de pequenas partículas variadas
· algumas espécies carnívoras
Espécie carnívora 
· arqueócitos- além de ser célula totipotente, também consegue fazer estocagem de glicogênio e lipídeo, armazenando energia
· dejetos: podem bloquear o sistema aquífero, pode ter partículas maiores que podem bloquear os poros;
· endossimbiontes, pode definir a coloração das esponjas: zooclorelas- algas verdes encontradas nas águas doces; marinho- dinoflagelados e cianobactérias- dando nutrição a mais 
· Locomoção- capacidade limitada, acredita-se que se movimentam de a 4 mm por dia
· tipos de movimentos- pode ser pelo movimento ameboide de algumas células; contração do corpo pela entrada de água; constrição dos ósculos feito pelos miócitos 
· Trocas gasosas e excreção
· troca gasosa feita pela difusão simples; algumas espécies de água doce- além da difusão simples possui vacúolo contrátil
· não possuem sistema avançado de integração- não possuem célula e tecido nervoso, a resposta de estimulo delas é através da contração das células
· Reprodução: pode ser assexuada- mais comum: 
· por fragmentação- podem se quebrar, quando a esponja se parte essa parte pode gerar outras formas; 
· brotamento: formam brotos que depois se soltam; 
brotamento
· gêmula (em espécies de água doce) e corpos de redução (ambiente marinho) - ambiente desfavorável, são respostas para alteração do ambiente, começa a liberar estruturas como se fosse uma bolsa com espiculas que possuem arqueócitos (começa a se espalhar), e caem em local adequado e se desenvolvem 
· reprodução sexuada maioria hermafrodita sequencial- 2 tipos de célula (que produzem gametas masculino e feminino) ou espécies gonocóricos (que produzem ou gameta feminino, ou gameta masculino); coanócitos- normalmente gera os espermatócitos;oócitos geralmente formados por coanócitos ou arqueócitos, gameta feminino forma óvulo isolécitos; fertilização cruzada- gametas expostos e levados pela água que circula o corpo, os gametas podem se encontrar na água do mar ou de um corpo para o outro
Liberação de gametas
· Desenvolvimento das esponjas- um pouco incerto; tem clivagem formando blastômeros e podem formar larvas lecitotróficas- com tipos larvais (celoblástula, anfiblástula, parenquimela, triquimela)
· Associações biológicas e bioerosão
· podem acumular metais pesados como mecanismo de defesa, evitando a predação 
· podem produzir biotoxinas: podem causar erupções cutâneas nos humanos
· competição por espaço: são incrustantes e se fixam ao substrato, disputando espaço com outros animais- como corais, ascidias e outros animais sesseis
· serve de alimento- tartarugas, nudibranquios, peixes
· tem simbiose com outros organismos- no caso de hospedagem: serve de abrigo para peixes, crustáceos... Servem para camuflagem para alguns animais (ex- caranguejo, caramujo...), poliquetas- podem infestar uma esponja, comer, adotar a coloração da esponja para se camuflar
· pode causar bioerosão- perfuração de conchas e materiais calcários 
· importância econômica- utilizadas como esponjas de banho antigamente (1930- apogeu da pesca, cultivo comercial, aumentando a exploração)
· são boas bioindicadoras de qualidade de água- usadas na ecotoxicologia
· interesse farmacológico e medicinal- com metabólicos secundários que são produzidos por esponjas que são usadas em remédios
	Especie 
	Uso medicinal
	Crytotethya crypta
	Contra vírus da herpes
	Luffariella variabilis
	Antibiótico, analgésico, anti inflamatório 
	Halichondria e Pandaros
	Antitumorais 
	Halichondria moorei
	Cicatrizações maiores, agente anti inflamatório e antimicrobiano
· Origem dos poríferos- através de protistas flagelados (colonial simples ou slide
· registro fóssil de metazoa- do período cambriano (500milhoes de anos), podendo ser consideradas uns dos primeiros animais a surgir
· diversidade- aprox. 8mil espécies descritas com formas e cores variados- divididas em 5 classes
	Archaeocyatha
	Calcarea 
	Demospongiae 
	Hexactinellida 
	Homoscleromorpha 
· Classe Archaeocyatha- reúne espécies extintas; origem no cambriano inferior (542 a 513 milhões de anos) e extinção no cambriano superior (500 a 490 milhões de anos); maioria dos fósseis são dessa classe; esponjas marinhas pequenas (500nm), formato de taça; possuíam esqueleto de carbonato de cálcio- construíam recifes. 
· Classe Calcarea- classe pequena, com 7% das esponjas, exclusivamente marinhas; fósseis mais antigos do Cambriano Inferior (542 a 513 milhões de anos); possível ver todos os tipos de sistema aquífero; possuem espiculas de carbonato de cálcio apenas ou espicula de carbonato de cálcio com esqueleto solido, hipercalcificado (esponjas coralinas); possui células totipotentes- coanócitos;
· Classe Demospongiae: grande grupo atualmente, 85% das esponjas, encontradas em todas profundidades, nas águas marinhas ou doces; sistema aquífero é leuconóide (exceto o da espécie carnívora); sem esqueleto, com esqueleto mineral ou orgânico de espongina; espiculas são sempre de sílica; células totipotentes apresentando os arqueócitos- que conseguem se diferenciar.
· Classe Hexactinellida- 7% das espécies, chamadas de esponjas de vidro- esqueleto de sílica fusionada (após a morte da esponja resta o esqueleto intacto de vidro), exclusivamente marinhas, predomina águas profundas; Tem como sistema aquífero: leuconóide e siconóide, com tecidos sinciciais e células totipotentes (arqueócitos)
· Classe Homoscleromorpha- reconhecidas recentemente- grupo + recente, fósseis mais antigos do carbonífero inferior (cerca de 350 a 325 milhões de anos); são espécies marinhas, apresentam membrana basal com colágeno tipo IV- entre uma camada e outra; sistema aquífero leuconóide; apresentam espicula de sílica e as células totipotentes são os coanócitos
· a partir da sistemática—tendencia evolutiva, redução do esqueleto maciço das formadoras de recifes em favor do esqueleto espicular
· hipótese filogenética- Hickman- acredita que tem 2 grandes clados distintos
óstio
átrio
ósculo 
óstio
canal inalante
prosópila
câmara dos coanócitos 
apópila
átrio
ósculo 
óstio
canal inalante
prosópila
canal exalante
átrio
ósculo 
câmara dos coanócitos