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Semiologia Veterinária Avaliação semiológica do sistema digestório em pequenos animais Introdução Os sinais clínicos do sistema digestório podem se manifestar em diversas patologias, sendo necessária uma boa avaliação do sistema. Existem ainda diferenças relacionadas a questões comportam entres e anatômicas entre cães e gatos. Cães por sua vez apresentam hábitos alimentares indiscriminado (pouco seletivo, ingestão de corpos estranhos, apetite voraz, ingestão frenética), assim como podem possuir aumento da próstata que dificulta a eliminação das fezes por compressão do cólon. Os gatos possuem grande diferença no metabolismo quando comparado aos cães, e possuem maior risco de ingestão de corpo estranhos lineares (linhas, agulhas e outras), assim como a ingestão de grande quantidade de pelos (formando bolas de pelos) que podem dificultar a passagem alimentar. Em relação a faixa etária, filhotes possuem maior risco de corpos estranhos por seus hábitos ao brincar, assim como doenças infectocontagiosas principalmente de origem viral e de possuírem anomalias congênitas (PAAD, fenda palatina). Os animais idosos são mais propensos ao desenvolvimento de neoplasias, disfunções orgânicas e doenças crônicas. Anamnese Deve-se avaliar a queixa principal, para se avaliar se este sintoma está relacionado a um quadro crônico ou agudo, se há crises contínuas ou intermitentes. Algumas informações devem ser coletadas em relação a manejo, como; o Vacinação o Desverminação o Acesso a água e sua qualidade o Dieta (tipo, frequencia, guloseimas, alterações bruscas) o Medicamentos (dose e tipo de fármaco) Em relação ao ambiente, deve-se avaliar; o Presença de corpos estranhos no ambiente o Substancias tóxicas (desinfetantes, medicamentos) o Plantas o Contactantes (outros animais) o Acesso a rua, viagens ou internação o Histórico médico pregresso Sinais clínicos Apetite (difere de fome) o Normorexia o Polifagia o Disorexia (hiporexia ou anorexia) o Parorexia (alotriofagia) → apetite depravado • Osteofagia • Pilofagia (ingestão de pelos) • Geofagia • Aerofagia • Coprofagia • Xilofagia (madeira) • Fitofagia • Outros materiais Essas ingestões depravadas podem estar relacionadas a fatores comportamentais, deficiências nutricionais, desconforto abdominal, distúrbios neurológicos e outros. Ingestão hídrica (sede) Halitose Nesta avaliação serão diferenciados a origem do odor na cavidade oral ou no ar exalado como; o Doenças na mucosa oral o Doenças na cavidade nasal o Doenças na faringe o Doenças no esôfago ou estômago o Uremia o Acetonemia (diabéticos e aumento de corpos cetônicos em doenças metabólicas) Disfagia Diz respeito a dificuldade ou impossibilidade de deglutição pelo animal, podendo haver alterações em boca, faringe ou esôfago, podendo esses animais apresentarem sialorreia (dificuldade na ingestão de saliva), engasgos, apetite voraz, halitose, meneio e balançar de língua. Emese A emese é a ejeção forçada de conteúdo gástrico, podendo ser agudo (menor que 2 semanas) ou crônico (mais de 2 semanas), possuindo aspecto digerido. Quando o vomito se apresenta com coloração amarelada há retorno do conteúdo duodenal (com presença de bile) Regurgitação É a eliminação retrógada e sem esforço abdominal do conteúdo esofágico, não digerido. Hematêmese É a presença de sangue no vômito, podendo ser causado por; o Gastrite o Ulceras o Gastrenterite o Neoplasias o Corpos estranhos o Uso de anti-inflamatórios Diarreia A diarreia é a evacuação frequente de fezes amolecidas á fluida, podendo ser proveniente do intestino delgado ou intestino grosso. Constipação É a defecação infrequente, difícil e incompleta por retenção de fezes secas e endurecidas no cólon e reto. A obstipação é a constipação crônica com obstrução, sendo este tratamento cirúrgico. Incontinência fecal É a incapacidade de controle na defecação, podendo estar relacionado com colite e retocolite mas ocorre geralmente em lesões neurológicas em S1-S3. Pode ocorrer associado a incontinência urinária. Hematoquezia Presença de sangue vivo nas fezes, oriundo principalmente do intestino grosso e reto, não se apresenta digerido. Melena Sangue digerido presente nas fezes, pode ser oriundo da cavidade oral, esôfago, estomago e intestino delgado, se apresentando como um sangue mais escuro (“pisado”) Escore fecal A avaliação do escore fecal leva em consideração a consistência, forma e umidade das fezes, esses parâmetros serão influenciados por; o Dieta → Levando em consideração a digestibilidade, teor hídrico, quantidade e tipo de proteína, conservação da ração, gordura, fibra o Ingestão de água o Idade, raça e porte do animal (há diferença na velocidade do trânsito intestinal), cães filhotes e de maior porte possuem fezes mais amolecidas. o Estado de saúde Dor abdominal A dor abdominal pode ocorrer por distensão e/ou torção de vísceras ocas, assim como em casos de intussuscepção. Ocorre ainda na peritonite, hemorragias intracavitárias, ruptura visceral, inflamação e distensão de órgãos (intestino, fígado, baço e pâncreas) e ulceras no TGI. Em alguns animais ocorre a defesa de parede no momento de palpação, geralmente por estresse da manipulação, podendo ser confundida com dor ou peritonite (a musculatura fica mais densa). Animais com dor abdominal podem apresentar; o Disorexia o Depressão o Emese o Diarreia o Taquicardia/pneia o Midríase o Hipertermia o Arqueamento de costas o Postura de prece O abdome agudo grave ocorre em situação onde a intervenção clínica-cirúrgica é urgente pois o animal sofre gravemente de dores abdominais, ocorre em casos de; o Obstrução intestinal o Dilatação por torção o Peritonite o Hemorragia Distensão abdominal A distensão abdominal pode ocorrer por alguns fatores; o Dilatação gástrica por gás o Obstrução intestinal por retenção fecal o Hepato/esplenomegalia o Peritonite o Obesidade o Ascite o Prenhes o Piometra o Outras Estas alterações podem ou não estar associada a dor Icterícia o Pré-hepática o Hepática o Pós-hepática (fezes acólicas (pálidas), esteatorreicas (com gordura)) Exame físico O exame físico pode ser realizado pela divisão do abdômen de acordo com a localização dos órgãos abdominais. Sendo o principal parâmetro a posição dos órgãos em relação ao estômago. Cavidade oral e faringe São avaliadas a anatomia, coloração, neoformações, lesões e corpos estranhos, podendo apresentar alguns sinais clínicos que nos revelam alguma patologia; o Sialorreia o Halitose o Disfagia o Boca entreaberta o Protusão de língua Esôfagos Realizado por palpação externa pela traqueia e exames de imagem como a endoscopia e raio x. Abdome A avaliação deve ser realizada em apoio quadrupedal e decúbito lateral para avaliação de simetria e realizada com as mãos espalmadas, não com a ponta dos dedos. Devendo ser avaliadas características como; o Tamanho e forma abdominal o Auscultação (borborigmos intestinais) Na palpação dos órgãos abdominais deve-se avaliar características como; o Volume o Posição anatômica o Espessura o Textura e presença de dor o Neoformações Palpação retal A palpação retal é realizada com o dedo indicador, e é realizada em casos de obstrução e avaliação andrológica, principalmente de próstata, hérnia perianal e outras Percussão dígito-digital É realizado pela percussão gerada pelas batidas realizadas com os dedos indicador e médio sobre a superfície de outro dígito na superfície no abdômen. Podendo gerar sons; o Maciços (alças intestinais) o Submaciços o Timpânicos (presença de gás) Este exame clínico é realizado para nos auxiliara determinar o conteúdo presente naquela dilatação. Deve ser realizado com o animal em decúbito lateral. Exames complementares Os exames complementares nos auxiliam a fechar o quadro clínico daquele paciente, podendo ser utilizado; o Hemograma o Bioquímica sérica o Análise de efusão o Coprológico o Testes imunológicos o Radiografias o Ultrassonografias o Tomografia computadoriza o Ressonância magnética o Endoscopia/colonoscopia
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