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Car����e G��el�� K��in AFECÇÕES CLÍNICAS DO ESTÔMAGO EM PEQUENOS ANIMAIS Em sua maioria as afecções estomacais são inflamatórias ou então dificultam o escoamento. 1. GASTRITE A Gastrite é uma inflamação da mucosa que reveste as paredes internas do estômago e pode se diferenciar em aguda ou crônica. O vômito é o sinal predominante e mais consistente de uma doença gástrica, mas um paciente com vômito sempre se torna um desafio diagnóstico e terapêutico. Diversas patologias que não são gástricas causam vômito e nem todas as doenças de estômago causam vômito. GASTRITE AGUDA Comum em cães, em torno de 24-48 horas (aguda). A gastrite aguda ocorre de modo abrupto e pode ser causada por fatores que agrediram o órgão (o estômago) nas últimas horas. É, por exemplo, o caso da ingestão de substâncias tóxicas ou de corpos estranhos, da presença de parasitas ou mesmo como consequência de infecções virais ou bacterianas. Causas: ● Dieta - ingestão de alimentos deterionados ● Corpo estranho ● Química ● Toxinas ● Fármacos - AINEs ou corticoides (dexametasona) ● Infecções Ingestão de alimentos estragados ou contaminados, corpos estranhos, plantas tóxicas, agentes químicos, e/ou fármacos irritantes (ex., fármacos anti-inflamatórios não esteroidais), são causas comuns de gastrite aguda. Causas infecciosas, virais e bacterianas ocorrem, porém não são bem definidas em cães e gatos. Os cães são mais comumente afetados do que os gatos pela gastrite aguda, provavelmente por causa de seus hábitos alimentares menos discriminatórios. Sinais Clínicos: ● Vômito agudo e intenso* - vômitos de início súbito podendo durar até uma semana. ● Salivação ● Anorexia ● Letargia ● Dor Diagnóstico A não ser que o animal seja visto se alimentando com alguma substância irritante, a gastrite aguda é geralmente um diagnóstico presuntivo de exclusão, baseado no histórico e nas alterações observadas no exame físico. ● Anamnese ● Histórico da ingestão de algo fora do comum, medicações, etc. ● Exame ● Resposta ● Exames complementares: ○ Hemograma ○ Avaliar Rim/fígado ○ Radiografia e Endoscopia Tratamento: ● Descanso ● Isotônico ● Antieméticos ● Antiácidos Car����e G��el�� K��in ➼ O tratamento se dá pela retirada do agressor quando corpo estranho ou toxinas (lavagem gástrica). ➼ Mas em sua maioria pode ser feita a suspensão da alimentação por até 24h para permitir a recuperação da mucosa ➼ Uso de protetores gástricos e antiácidos para controle da acidez durante o jejum. ➼ Após isso fazer a reintrodução da alimentação primeiramente com água gelada, produtos lácteos gelados, sachê ou alimentos pastosos diferentes da alimentação anterior, alimentação mais leve como batata, arroz de início ➼ Depois reintroduz a ração com o uso de protetores gástricos: ● OMEPRAZOL ● CIMETIDINA ● RANITIDINA ● SUCRALFATO. GASTRITE CRÔNICA A gastrite crônica aparenta ser mais comum em gatos do que em cães - consequência de hipersensibilidade, doenças inflamatórias intestinais, entre outras afecções gastrointestinais. Atualmente através das biópsias coletadas pela endoscopia já podemos ter as classificações histológicas das gastrites crônicas, sendo as predominantes: ● Eosinofílicas (+ cães) - pode representar uma reação alérgica alimentar, provavelmente aos antígenos alimentares ● Granulomatosas ● Atrófica - pode ser resultante de doença inflamatória gástrica crônica e/ou mecanismos imunes ● Linfoplasmocitárias (mais comum em gatos) - mais envolvida em casos de infecções por Helicobacter spp. Pode ser imune e/ou uma reação inflamatória a uma variedade de antígenos. Helicobacter pode ser responsável por tais reações em alguns animais (especialmente gatos). A gastrite linfocítica-plasmocítica pode ser uma reação imunológica e/ou inflamatória a uma variedade de antígenos, inclusive os microrganismos Helicobacter spp. podem ser os responsáveis por tal reação em alguns animais, especialmente nos felinos. Esse tipo de gastrite é caracterizada pela presença de infiltrado de linfócitos e/ou plasmócitos na lâmina própria do estômago Causas: ● Alimentares ● Terapias com AINEs ● Infecções virais, bacterianas (Helicobacter spp) ou fúngicas São semelhantes àquelas da gastrite aguda, em particular pela infecção da bactéria gástrica Helicobacter spp. que parece ser uma causa como de gastrite crônica em cães e gatos. Sinais Clínicos: Hiporexia e vômito estão entre os sinais mais comuns em cães e gatos afetados ● Vômito crônico, episódico e intermitente que falhou em Car����e G��el�� K��in responder à terapia e tem ocorrido por mais de 3 semanas ● Danos contínuos ao esofâgo ● Falha na barreira ● Inflamação ● Esofagite ● Inapetência ● Anorexia ● Perda de peso ● Dor abdominal Macroscopicamente a gastrite apresenta uma mucosa avermelhada, mole e de textura grosseira. As úlceras gástricas são lesões crônicas, geralmente solitárias, que ocorrem pela exposição à secreção dos sucos digestivos ácidos. Elas são produzidas por desequilíbrio entre os mecanismos de defesa da mucosa e as forças lesivas do ácido gástrico e da pepsina, combinados com lesões imunológicas e ambientais sobrepostas. Diagnóstico: ● Exame clínico - laboratoriais ● Radiografias / ultrassom - algumas vezes constata o espessamento da mucosa ● Endoscopia com coleta de biópsia para estudo histopatológico. O diagnóstico requer biópsia da mucosa gástrica, e a endoscopia é o melhor método que apresenta a melhor relação custo-benefício para a obtenção de amostras. Gastrite pode se apresentar de modo difuso ou focal no estômago. A endoscopia permite que sejam feitas múltiplas biópsias por toda a superfície da mucosa gástrica. Tratamento: Irá depender do diagnóstico histopatológico associado aos exames complementares. ● Antiemético -suporte contra os vômitos ● Antiácidos ● Protetor de mucosa - protetor gástrico ● Antibacteriano A troca dos ingredientes da alimentação pode ser feita pela suspeita de hipersensibilidade alimentar É importante proteger o estômago contra o ácido clorídrico produzido pelo próprio organismo, pois a mucosa está sensível demais para lidar com a substância, logo são usadas medicações que se aderem à mucosa gástrica protegendo-o. 2. ULCERAÇÃO GASTRODUODENAL A úlcera em cães manifesta-se adquirindo a forma de uma ou várias feridas na mucosidade do estômago, ou também na parte inicial do duodeno. As úlceras são mais frequentes nos cães do que em gatos. Causas: ● AINEs - Corticoides: devido à sua ação anti-prostaglandina que altera os mecanismos citoprotetores da mucosa gástrica. ● Hepatopatia - como hipoadrenocorticismo. ● Insuficiência Renal - Doenças renais: Provocadas pelo efeito tóxico das toxinas urêmicas, e diminuição da eliminação da gastrina pelos rins. ● Neoplasias - originam hiperacidez gástrica, tais como gastrinoma ou Car����e G��el�� K��in mastocitoses sistêmicas, também original úlceras gástricas. ● Estresse ● Alimentação - ingestão de plantas tóxicas ou alimentos contaminando por metais pesados ou outro componentes tóxicos Os AINEs são fármacos que bloqueiam a ação enzimática da ciclo-oxigenase e, consequentemente, diminuem a síntese de prostaglandinas. Desta forma, exercem uma função anti-inflamatória, antipirética e analgésica. A principal toxicidade destes medicamentos manifesta-se a nível gastrointestinal e renal. A nível gastrointestinal, as prostaglandinas são citoprotetoras, diminuindo a secreção ácida, estimulando a produção de bicarbonato e favorecendo a vasodilatação. Assim, a inibição da secreção de prostaglandinas gástricas irá favorecer o aparecimento de úlceras. Sinais: ● Erosões/úlceras ● Vômito * ● Anorexia ● Hematêmese/melena ● Dor ● Perda de peso ● Perfuração gástrica ou duodenal - dependendo da gravidade das úlceras, levando a hemorragia ● Pulso fraco - queda na pressão ● Mucosas pálidas - anemia ● Cianóticas ● Resistência à palpação A localização mais comum registrada em estudos, é no duodeno superior e na região pilórica do estômago. Diagnóstico: ● Histórico ● Exames complementares - hemograma, bioquímicos defunção renal e hepática que podem ser menos específicos ● Radiografia ● Endoscopia ● Laparotomia - para investigação de úlceras e classificação do grau de ulceração. Tratamento: Inicialmente, e no caso de sabermos quais são, podemos eliminar as causas que provocam a ulceração, e posteriormente aplicar um tratamento de suporte no caso de o estado geral do animal ser mau (fluidoterapia, transfusão, dieta). ● Antiácido ● Protetor de mucosa - Sucralfato que forma uma barreira protetora na úlcera e induz a síntese de prostaglandinas. ● Antibacteriano - metronidazol, sulfa+trimetoprim ● Mudanças no ambiente para diminuir o estresse. ● Cirurgia - Gastrectomia ou enterectomia reservado para casos graves e que resistem ao tratamento médico e farmacológico, bem como nos casos de perfuração e peritonite, com gastrectomia parcial. Mais recentemente, utilizaram-se os análogos das prostaglandinas no controle das úlceras gastroduodenais, ou bem como protetores da mucosa nos casos em Car����e G��el�� K��in que AINEs foram administrados. O produto a ser usado é o misoprostol. 3. DILATAÇÃO VÓLVULO GÁSTRICA A síndrome dilatação-vólvulo gástrico (DVG) é uma enfermidade aguda e potencialmente letal, caracterizada pelo aumento do tamanho do estômago associado à rotação em seu eixo mesentérico, que acomete principalmente cães de raças grandes e gigantes com o tórax profundo e estreito. ➼ Mais comum em raças grandes a gigantes, que comem com pouca frequência e muita quantidade o que deixa o estômago pesado e, em raças de tórax profundo, podem levar à torção gástrica e dilatação. DVG ocorre principalmente em cães de grande porte e em raças gigantes com tórax profundos e raramente ocorre em cães de pequeno porte ou gatos. Os cães afetados tipicamente fazem esforço para vomitar, de modo não produtivo, e podem demonstrar dor abdominal. Este aumento da pressão no interior do estômago desencadeia desordens fisiopatológicas locais e sistêmicas que podem induzir o animal ao óbito. ➥ Ingerir um grande volume durante uma refeição, comer apenas uma vez ao dia, comer rapidamente, estar abaixo do peso, comer de uma plataforma elevada, ser macho, com idade avançada e ter um temperamento “medroso” parecem aumentar o risco. ➥ DVG ocorre quando o estômago dilata excessivamente por gás. O estômago pode manter a sua posição anatômica normal (dilatação gástrica) ou torcer (DVG). Nessa última situação, o piloro tipicamente gira ventralmente a partir do lado direito do abdome, abaixo do corpo do estômago para se posicionar dorsalmente à cárdia gástrica no lado esquerdo. Quando o estômago torce suficientemente, o fluxo gástrico fica obstruído, o que resulta em distensão progressiva com ar. É um quadro de alto risco de mortalidade nos cães, caracterizada por posicionamento inadequado do estômago, acúmulo rápido de ar intraluminal, pressão intragástrica aumentada e choque. ➥ A torção esplênica pode ocorrer simultaneamente com o baço no lado direito do abdome, se o estômago torcer suficientemente. Distensão gástrica massiva obstrui a veia porta hepática e a veia cava caudal hepática, causando congestão mesentérica, diminuição do débito cardíaco, choque grave e CID. O suprimento gástrico de sangue pode ser prejudicado, causando necrose da parede gástrica. Animais com DVG desenvolvem consequências locais e sistêmicas que resultam em hipovolemia, podendo haver comprometimento gástrico e esplênico, infecção local e generalizada, inflamação local e sistêmica, coagulação intravascular disseminada, choque e óbito ↳ Emergência ➝ Distensão abdominal aguda ➝ Diminuição do retorno venoso ➝ Choque (hipovolêmico, endotóxico), congestão, necrose, CID, ruptura gástrica.. Car����e G��el�� K��in Dilatação gástrica com volvo é diferenciada do ingurgitamento pós-prandial (“timpanismo alimentar”), que se caracteriza pelo consumo de grande volume alimentar, entretanto, resulta em um estômago excessivamente distendido e cheio de conteúdo em posição normal Provavelmente, a DVG não ocorra em decorrência de um único fator. Dentre os fatores sugeridos, tem-se a: ● Raças grandes, peito profundo; ● Ingestão de alimentos ○ Aerofagia - engolir ar em excesso durante atividades de rotina ○ Dieta seca - composição alimentar ○ Ingestão súbita de grande volume de alimentos ○ Bacia de alimentação elevada ○ Água ○ Exercícios pós-prandial Na DVG, ocorre inicialmente acúmulo de gás, líquido ou material ingerido, juntamente com a obstrução mecânica ou funcional do piloro ou junção gastroesofágica. Embora a aerofagia seja a origem mais provável, não se sabe ao certo a origem do acúmulo de ar . Normalmente, o ar é ingerido no momento da deglutição de alimentos ou água. Cães excitados, nervosos ou ainda os que ingerem o alimento com rapidez, podem deglutir uma quantidade ainda maior de ar. Sinais: ● Timpanismo; ● Vômito improdutivo; ● Salivação; ● Inquietação ● Desconforto respiratório ● Mucosas pálidas ou cianóticas ● Taquicardia ● Pulso fraco Os sinais clínicos associados ao choque, como pulsos periféricos fracos, taquicardia, tempo de preenchimento capilar prolongado, mucosas pálidas e/ou dispnéia podem estar presentes, a depender da severidade e duração do episódio. Diagnóstico: As alterações do exame físico (cão grande com abdome cranial grande e timpânico e esforço ao vômito improdutivo) permitem o diagnóstico presuntivo de DVG, mas não permitem a diferenciação entre dilatação e DVG. ● Sintomatologia clínica e histórico ● Hemograma - pode apresentar anormalidades eletrolíticas ● Bioquímico alterados ○ Aumento de lactato ○ Hipocalemia ○ Estase biliar ○ Dano ao fígado com aumento de ALT ○ Azotemia pré-renal ou renal ● Radiografia - importante para averiguar o quadro, determinando a posição do estômago e portanto, a urgência da intervenção cirúrgica. Para a radiografia o estômago deve ser descomprimido anteriormente, para aliviar o estado de desconforto Car����e G��el�� K��in respiratório e retorno venoso, por sondagem quando possível na dilatação gástrica, e cateterização quando não é possível a sondagem no caso de dilatação vólvulo-gástrica. A radiografia é latero-lateral preferencialmente com visualização do piloro dorsal e esquerdo. Tratamento - Existem duas possibilidades de tratamento, o conservador (clínico) ou o definitivo (cirúrgico). Independente do qual deles seja instituído, deve-se descomprimir o quanto antes o estômago, por meio de gastrocentese, utilizando cateter, na região com maior grau de timpanismo à percussão. Clínico: ● Sondagem - sonda oro-gástrica para concluir a remoção dos gases e restos de conteúdo gástrico; Depois utiliza-se uma sonda nasogástrica para eliminar gás que por ventura ainda esteja sendo produzido ● Cateter; ● Isotônicos ● Colóides ● Potássio ● Monitorar a urina ● Antiemético ● Antiácido (Ranitidina, Omeprazol) Tratamento Cirúrgico: ● Reposição/ressecção do estômago e baço - gastrectomia parcial das porções com graves comprometimentos hematológicos, necrose. ● Fixação do estômago por uma gastropexia - A gastropexia é recomendada para ajudar a prevenir a recorrência de torção e pode ser correlacionada ao aumento da sobrevida ● Laparotomia exploratória após descomprimir o estômago, mas deve-se estabilizar o animal antes. OBS: a dilatação vólvulo gástrica é uma emergência e mesmo com o atendimento pode evoluir para o óbito do paciente, e mesmo com a resolução do quadro após cirurgia, é possível e provável que ocorram novas torções. Prevenção: ● Recidivas ● Refeições ● Exercícios ● Observar sinais Pode ser feita a prevenção com o manejo das refeições: porções pequenas mais vezes por dia, manter o animal quieto após as refeições, ensinar o tutor a reconhecer os sinais de desconforto precocemente. A prevenção é difícil porque a causa é desconhecida. Embora evitar exercícios após as refeições e alimentar com pequenas porções de alimento amolecido pareçam ações úteis, nenhum dado confirma tal especulação. A gastropexia profilática (muitas vezes realizada no momento da castração) pode ser consideradaem pacientes que apresentem risco. Car����e G��el�� K��in 4. CORPO ESTRANHO Ocorre mais em filhotes. Animais jovens ingerem mais comumente corpos estranhos que animais velhos e deve-se suspeitar de corpos estranhos gástricos ou intestinais em qualquer animal apresentando quadros de vômito agudo ou persistente. Corpos estranhos gástricos geralmente causam vômito como resultado de obstrução de escoamento, distensão gástrica ou irritação da mucosa ou ainda a associação destes. No entanto, ocasionalmente, corpos estranhos gástricos constituem achados acidentais e assintomáticos em radiografias abdominais. Os cães são mais frequentemente afetados do que os gatos, por causa de seus hábitos alimentares menos discriminatórios. O vômito (não regurgitação) é um sinal comum, mas alguns animais demonstram apenas anorexia, enquanto outros são assintomáticos. Sinais: ● Quadros de vômitos ● Obstrução no estômago ● Distensão gástrica ● Irritação da mucosa gástrica ● Erosões ● Úlceras ● Pode levar até mesmo a perfuração se esse corpo estranho for perfurante Na anamnese pode-se relatar: ● Tentativas de vomitar ● Engasgos ● Letargia ● Anorexia ● Regurgitação ● Inquietação ● Tentativa persistente de deglutição Nem todos os corpos estranhos causam sinais clínicos. A menos que o objeto esteja obstruindo a eliminação do conteúdo intestinal ou irritando a mucosa, ele poderá permanecer no estômago do animal sem qualquer sintoma. A ingestão de corpos estranhos torna-se um problema significativo quando ocorre perfuração ou obstrução gastrointestinal ou quando ocorre toxicidade devido à ingestão parcial do corpo estranho, como toxicidade por chumbo devido aos pesos de varas de pesca ou cortinas; toxicidade devido ao zinco de moedas, entre outros. Diagnóstico: ● Palpação - quando a suspeita não inclui a ingestão de corpos perfurocortantes ● Diagnóstico por Imagem - radiografia contrastada - pode mostrar obstruções parciais ou totais * ● Endoscopia * ● Exames laboratoriais - se houver obstrução gástrica As radiografias contrastadas e a endoscopia são os métodos mais confiáveis de se fazer o diagnóstico. O início agudo de vômito em um animal outrora normal, especialmente um filhote de cão, sugere a ingestão de corpo estranho. O clínico pode palpar um objeto durante o exame físico ou visualizá-lo ao exame radiográfico simples. Os exames de imagem e a endoscopia são os meios Car����e G��el�� K��in mais confiáveis de diagnóstico. No entanto, o diagnóstico pode ser dificultado se o estômago estiver repleto de alimento. Algumas doenças se assemelham à obstrução causada por corpos estranhos. O parvovírus canino, em particular, pode provocar inicialmente vômitos intensos, nessa fase não serão detectadas as partículas virais nas fezes. A alcalose metabólica hipocalêmica-hipoclorêmica é consistente com a perda de fluido gástrico. A obstrução do fluxo gástrico é apenas uma das causas da perda de fluido gástrico (qualquer causa de vômitos pode ser responsável) e nem todos os animais com obstrução do fluxo gástrico apresentam alterações eletrolíticas. O uso excessivo de diuréticos de alça pode produzir alterações eletrolíticas idênticas. Portanto, essas alterações eletrolíticas não são sensíveis nem específicas para obstrução do fluxo gástrico. Tratamento - depende do tipo do material e seu tamanho ● Remoção cirúrgica ( gastrotomia ou por endoscopia ou ainda deixando seguir o trato gastrointestinal até que saia naturalmente) Podendo ser auxiliados por laxantes como a metoclopramida, quando se tem a certeza de que não é um corpo linear ou que seu formato não lesiona a mucosa. No caso de vômitos constantes podem ser usados antiácidos e protetores gástricos como CIMETIDINA, RANITIDINA e SUCRALFATO ➝ Corpos estranhos pequenos podem ser removidos com pinças durante a endoscopia - Nos casos em que a remoção endoscópica não for bem-sucedida, deve ser realizada uma gastrostomia. ➝ Corpos estranhos ásperos, longos ou grandes podem ser removidos por gastrotomia. ➝ Corpos estranhos não-tóxicos pequenos podem passar através do trato gastrointestinal tranquilamente. Deve-se acompanhar o animal por um período de 7 a 10 dias através de radiografias para monitorar o progresso do corpo estranho. Os corpos estranhos pequenos, que não são suscetíveis a causar trauma, podem passar pelo trato gastrintestinal. Quando houver dúvida, é melhor remover o objeto em questão. INGESTÃO DE CORPO ESTRANHO EM CÃES – RELATO DE CASO FOREIGN BODY INGESTION IN DOGS ] Livro pag 1341 5. ESTENOSE PILÓRICA - Hipertrofia Muscular Pilórica Benigna Pregas no piloro - mucosa normal é disposta em dobras secundárias ao espessamento da submucosa. Ocorre em animais jovens, principalmente cães braquicefálicos e gatos siameses Pode ser congênita ou adquirida sendo a adquirida a mais comum pelo crescimento de pregas não neoplásicas em região de piloro que causa o estreitamento do lúmen e gera vômito em jatos pouco tempo após a alimentação. A hipertrofia provoca a estenose da região pilórica, diminuindo o tamanho de seu lúmen. http://faef.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos_destaque/u5NbJvyaISDbEsX_2013-6-25-17-15-22.pdf http://faef.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos_destaque/u5NbJvyaISDbEsX_2013-6-25-17-15-22.pdf http://faef.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos_destaque/u5NbJvyaISDbEsX_2013-6-25-17-15-22.pdf Car����e G��el�� K��in ● Jovens; ● Braquicefálicos ● Siameses ● Congênita ou adquirida* ○ Crescimento de pregas não neoplásicas em região do piloro ○ Estreitamento do lúmen ○ Vômito em jatos poucas horas após alimentação Sinais Clínicos: A principal manifestação clínica é o vômito em jato em animais em fase de desmame ou com idade precoce. Normalmente, há aumento do apetite e pode haver ingestão do vômito. É comum a desidratação secundária ao vômito frequente. ➥ Tipicamente causa vômito persistente em animais jovens (especialmente cães braquicefálicos e gatos Siameses), mas pode ser observada em qualquer outro animal. ➥ Esses animais normalmente vomitam o alimento logo após a ingestão. O vômito é algumas vezes descrito como “projétil”. Diagnóstico: ➥ Podem ser realizadas radiografias contrastadas com sulfato de bário, e observar o aumento no tempo de esvaziamento gástrico - podemos encontrar obstrução do fluxo gástrico. ➥ Exame ultrassonográfico, , gastroduodenoscopia e/ou procedimento cirúrgico exploratório - observa-se espessamento da parede gástrica. ➥ A biópsia gástrica também pode ser feita. ➥ Ao exame endoscópico, o clínico pode ver dobras proeminentes da mucosa aparentemente normal no piloro. ➥ No procedimento cirúrgico, a serosa apresenta aspecto normal, porém o piloro está usualmente espessado quando palpado. Tratamento: Indicado a correção cirúrgica - Piloroplastia (correção do piloro). 6. HIPERTROFIA DA MUCOSA ANTRAL Ou gastrite hipertrófica!Ocorrem em idosos, pela excesso de mucosa - hipertrofia de células epiteliais ou glandulares da região do antro pilórico - levando a estenose pilórica É encontrada principalmente em cães idosos de pequeno porte. A hipertrofia antral se assemelha clinicamente à estenose pilórica (animais normalmente vomitam o alimento, especialmente após as refeições). A hipertrofia da mucosa antral é idiopática (surge espontaneamente). A obstrução do fluxo gástrico de saída é causada pela proliferação não neoplásica da mucosa, que oclui o antro gástrico distal. Essa doença é diferente da estenose pilórica muscular benigna, na qual a mucosa normal é disposta em dobras secundárias ao espessamento da submucosa. A, Visão endoscópica da região pilórica de um cão com hipertrofia da mucosa do antro Car����e G��el�� K��in gástrico. Caso a biopsia não seja realizada, essas dobras podem ser facilmente confundidas com neoplasia. B, Fotografia intraoperatória de um cão com o piloro aberto. Observar as numerosas pregas da mucosa que estão salientes (setas), como resultado da hipertrofia da mucosa do antro gástrico. Diagnóstico: ● Radiografia ● Ultrassom ● Endoscopia; No entanto, para o diagnósticodefinitivo de hipertrofia da mucosa antral, a BIÓPSIA é necessária. Endoscopicamente, a mucosa antral é redundante e pode se assemelhar à neoplasia de submucosa, causando dobras convolutas na mucosa. Tratamento: ● Ressecção cirúrgica do excesso da mucosa A hipertrofia da mucosa antral é tratada por ressecção da mucosa, geralmente combinada com a piloroplastia. A piloromiotomia isolada muitas vezes é insuficiente para resolver os sinais clínicos da hipertrofia da mucosa. 7. HIPOMOTILIDADE GÁSTRICA ● Ocorrem em cães. ● Vômitos após várias horas após a ingestão do alimento. ● Metoclopramida, dieta com mais gordura/fibra = auxiliam a motilidade Não é causada por corpo estranho ou qualquer obstrução, apenas hipomotilidade gástrica. A hipomotilidade gástrica idiopática refere-se a uma síndrome caracterizada pelo esvaziamento e motilidade gástrica insatisfatórios, apesar da falta de obstrução anatômica, lesões inflamatórias ou outras causas. Aspecto Clínico: A hipomotilidade gástrica idiopática foi primeiramente diagnosticada em cães. Os cães acometidos costumam vomitar o alimento várias horas após a ingestão, no entanto se sentem bem. A perda de peso pode ou não ocorrer. Diagnóstico: Os exames fluoroscópicos documentam a diminuição da motilidade gástrica. Tratamento: Uma dieta com mais fibras e gordura pode ajudar a aumentar a motilidade, o uso de laxantes como METOCLOPRAMIDA pode auxiliar a facilitar o escoamento. A metoclopramida aumenta o peristaltismo gástrico em alguns, mas não em todos, os cães afetados. Dietas pobres ou rica?? em gordura e fibras promovem o esvaziamento gástrico e podem ser úteis. 8. VÔMITO BILIAR ● Jejum noturno. ● Que são alimentados 1x ao dia pela manhã ● Vômito noturno, manhã - vômito com fluido corado com bile uma vez ao dia ● Refeição, metoclopramida. A síndrome do vômito bilioso parece ser causada pelo refluxo gastroduodenal que ocorre quando o estômago do cão Car����e G��el�� K��in permanece vazio por longos períodos de tempo (p. ex., durante uma noite de jejum). Geralmente afeta cães aparentemente normais, que são alimentados uma vez por dia pela manhã. - A baixa frequência de alimentação faz com que ocorra refluxo de conteúdo jejunal para o estômago e vômito verde/amarelo. Classicamente, o animal vomita um fluido corado com bile uma vez ao dia, geralmente à noite ou pela manhã, pouco antes de se alimentar. O que é a bile? A bile é um líquido produzido pelo fígado e fica armazenada na vesícula biliar, sendo liberada no intestino delgado para auxiliar no processo de digestão. Quando classificamos um vômito como bilioso ou biliar, quer dizer que houve refluxo deste líquido para o estômago e posteriormente o mesmo estava presente no conteúdo expulso pelo animal. Isso pode acontecer quando o animal passa muito tempo em jejum, consome uma quantidade extremamente grande de alimentos gordurosos ou quando ingere muita grama. A principal causa é o jejum, pois a bile vai se acumulando e acaba derramando no intestino e estômago e, quando entra em contato com uma mucosa gástrica desprotegida também pelo jejum, causa irritação e vômito. É muito comum que o vômito bilioso não esteja acompanhado de nenhuma quantidade de alimento, sendo visualizada muitas vezes apenas uma “espuma” amarelada e, em alguns casos, juntamente com o mato ingerido pelo animal para estimular o vômito. É um quadro mais comum em cães, principalmente de raças pequenas e com estômago sensível como Maltês, Westie, Poodle, Yorkshire Terrier e Shih Tzu. Diagnóstico O clínico deve descartar obstrução, inflamação gastrintestinal e doenças do trato extra-alimentar. A eliminação desses distúrbios, em adição ao histórico previamente descrito, sugere fortemente a síndrome do vômito bilioso. Tratamento: Alimentar o cão com uma refeição extra à noite para evitar que o estômago permaneça vazio por longos períodos de tempo é muitas vezes curativo. Nos casos em que o vômito persiste, um pró-cinético gástrico pode ser administrado tarde da noite, para evitar o refluxo. https://www.petlove.com.br/maltes/r https://www.petlove.com.br/west-highland-white-terrier/r https://www.petlove.com.br/poodle/r https://www.petlove.com.br/yorkshire-terrier/r https://www.petlove.com.br/shih-tzu/r
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