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Semiologia Veterinária

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Semiologia Veterinária 
Marcha do exame clínico 
Semiologia: parte da ciência que tem por fim interpretar os sintomas para ter uma base para o 
diagnóstico e prognóstico. Estuda os métodos de exame clínico, pesquisa os sintomas e os 
interpreta. 
A semiologia pode ser dividida em: 
• Semiotécnica: utilização, por parte do médico veterinário, de todas as técnicas para 
avaliar o paciente enfermo, desde a simples observação do animal até a realização de 
exames modernos e complexos; 
• Clínica propedêutica: reúne e interpreta o grupo de dados obtidos pelo exame do 
paciente. É um elemento fundamental de raciocínio e análise na clínica médica para o 
estabelecimento do diagnóstico; 
• Semiogênese: busca explicar os mecanismos pelos quais os sintomas aparecem e se 
desenvolvem. 
 
Conceitos gerais 
 
Sintoma: qualquer alteração no organismo que revela doença. É uma sensação subjetiva 
acusada pelo paciente (tosse, claudicação, dispneia); 
• Os sintomas podem ser locais, gerais, principais ou patognomônicos 
Sinal clínico: sintoma interpretado e observado pelo clínico (objetivo), raciocínio feito após 
observação do sintoma; 
Quadro clínico: é o conjunto de sintomas de uma determinada doença. A condição clínica 
do paciente naquele momento; 
Diagnóstico: é o reconhecimento da doença ou do estado do doente através de exame 
clínico e de outros elementos auxiliares 
• Nosológico ou clínico: reconhecimento da doença após o exame clínico (inclui exames 
complementares); 
 
• Terapêutico: quando suspeita de uma doença e realiza-se o tratamento dessa 
enfermidade → se houver resposta para esse tratamento, o diagnóstico é confirmado; 
 
• Etiológico: quando o clínico chega à conclusão sobre a origem da doença; 
 
• Anatômico: quando determinadas doenças produzem modificações anatômicas que 
podem ser encontradas no exame macroscópico. 
Em várias ocasiões, nem sempre é possível estabelecer, de imediato, o diagnóstico exato da 
enfermidade. Nesses casos, convém realizar o diagnostico provável, provisório ou presuntivo. 
Com a evolução do caso, deve-se tentar estabelecer o diagnostico por exclusão, eliminando-
se aos poucos algumas hipóteses diagnósticas inicialmente presumidas de acordo com as 
características do quadro sintomático apresentado no dia-a-dia e pela realização de exames 
complementares. 
As principais causas de erro ao estabelecer um diagnóstico são: 
• Exame físico superficial ou feito às pressas 
• Anamnese incompleta ou preenchida erroneamente 
• Avaliação precipitada ou falsa dos achados clínicos 
• Conhecimento ou domínio insuficiente dos métodos dos exames físicos disponíveis 
• Impulso precipitado em tratar o paciente antes mesmo de estabelecer o diagnóstico 
Prognóstico: dedução que o clínico faz sobre a evolução e o término da doença baseando 
em 3 aspectos: 
• Quanto à vida do animal 
• Quando à validez do animal 
• Quanto à saúde do animal 
Quando se espera uma evolução satisfatória, diz-se que o prognóstico é favorável. Do 
contrário, quando se prevê o término fatal ou a possibilidade de óbito, é desfavorável. Nos 
casos de curso imprevisível, diz-se que o prognóstico é duvidoso, reservado ou incerto. O 
prognóstico pode ser favorável quanto à vida e desfavorável ou duvidoso quanto à validez e 
à recuperação integral do paciente (p. ex., displasia coxofemoral em cães de grande porte). 
 
MEIOS SEMIOLÓGICOS / MÉTODOS DE EXPLORAÇÃO CLÍNICA 
USO DE SEMIOTÉCNICAS 
1) Inspeção: visão geral do animal ou rebanho 
Observar à distância, os comportamentos, postura. Não manusear o animal antes de uma 
inspeção cuidadosa. Depois, avaliar mais de perto. 
• Direta: sem utilizar instrumentos 
• Indireta: raio X, endoscopia 
 
 
2) Palpação: tato 
O tato é responsável por informações sobre estruturas superficiais ou profundas. 
• Direta: quando aplica a mão sobre a área que se deseja examinar 
• Indireta: faz-se pressão para constatar uma dor 
 Consistência: 
➢ Pétrea/dura: a estrutura não cede independente da pressão (ossos, alguns tecidos 
tumorais); 
➢ Firme: quando existe certa resistência à pressão (fígado, músculo); 
➢ Pastosa: sinal de Godet positivo (quando aperta e fica a marca do dedo – local de 
edema); 
➢ Flutuante: nota-se acúmulo de líquido; 
➢ Crepitante: estourar de bolhas (ranger) – relacionada com bactérias anaeróbicas, que 
produzem gás. 
3) Percussão 
- Emissão de sons; 
- A percussão acústica possibilita a avaliação de tecidos localizados aproximadamente a 7 
cm de profundidade e é capaz de detectar lesões iguais ou maiores que 5 cm; 
- Utiliza-se dígito-digital ou plessímetro 
 
- Tipos de sons: 
• Timpânico: oco, encontrado em órgãos cavitários → predominantemente gases; 
• Maciço: pouca intensidade, próprios de órgãos compactos; 
• Claro: intensidade média, obtida tipicamente no pulmão; 
• Timbre metálico: configura área distendida com interface líquido-gás. 
- Evitar percussão em animais que estejam em decúbito lateral → é preferível em pé, para 
melhor posicionamento dos órgãos. 
 
4) Auscultação 
- Uso da audição, diretamente (pouco utilizada) ou indiretamente (estetoscópio) 
- Ruídos: 
• Aéreos: movimentação de gases (inspiração e expiração); 
• Líquidos: movimentação de líquidos (rúmen, ceco); 
• Sólidos: atrito de duas superfícies sólidas (entre pericárdio e pleura – não correto); 
• Crepitantes: pulmão. 
- Obs: podemos associar a percussão e auscultação 
 
5) Olfação 
- Ar exalado pela boca/narinas; 
- Avaliar odor das secreções, transpiração, fezes, urina, conteúdo gástrico; 
- Ex: vaca como acetonemia (hálito com odor parecido com acetona), uremia (hálito com 
odor urêmico), afecções periodontais (halitose) 
6) Métodos auxiliares 
• Biópsias aspirativas 
• Punção 
• Laparoscopia (endoscopia) 
• Laparotomia 
• Citologia aspirativa 
• Ultrassonografia 
• Raio-X 
• Ecografia 
• ECG 
• Termografia 
• Inoculações diagnósticas 
• Ressonância 
• Tomografia
 
Exame clínico 
Anamnese: A história clínica é fundamental para o diagnóstico e, para ser válida, tem de ser 
acurada e completa. 
Dados do paciente: arquivar em um sistema de registro os dados do proprietário e animal 
- Fatores que podem afetar a qualidade da anamnese: 
• Tempo 
• Fatos importantes podem ser ignorados pelo médico veterinário 
Estrutura da anamnese: 
- Fonte e confiabilidade – caso outra pessoa, e não o proprietário, fornecer a entrevista, é 
preciso confirmar as informações com o responsável pelo animal; 
- Queixa principal – o que levou o proprietário a procurar o atendimento; 
• Em poucas palavras, registra-se a queixa principal, repetindo, se possível, as expressões 
utilizadas pelo proprietário (ex: o animal tem coceira, e não prurido). 
• No momento em que o veterinário começar a conduzir as perguntas, é conveniente 
anotar na ficha do animal termos técnicos e, não mais, o vocabulário do proprietário, 
como foi feito na queixa principal. 
- História médica recente 
• Refere-se a alterações recentes na saúde do animal que levaram o proprietário a 
procurar auxílio médico 
• Caracterização de quando começou o sintoma 
• É recomendável determinar o sintoma-guia para usar como fio condutor da história e 
estabelecer relação com os outros sintomas 
• A relação com outros sintomas é procurada partindo-se de probabilidades mais 
frequentes, quase sempre considerando as relações anatômicas ou funcionais. Por 
exemplo, se a queixa for secreção nasal, deve-se procurar relacioná-la com tosse, 
taquipneia, respiração ortopneica, tipo respiratório, dentre outros fatores. 
 
Ex: Um Rottweiler com 3 meses de idade foi levado pelo proprietário (fonte e confiabilidade) por 
desenvolver diarreia (queixa principal: sintoma-guia; provável localização: sistema digestório). O 
problema teve início há 3 dias (início) e persiste até o momento (duração). A diarreia ocorre 
várias vezes ao dia (frequência) e apresenta sangue nas fezes em grande quantidade 
(gravidade).Começou a demonstrar anorexia, vômito, desidratação e febre há 1 dia 
(problemas associados) e o animal tem ficado cada vez mais apático desde então (evolução). 
• A medicação também deve ser questionada: 
 
O animal já foi medicado? Por quem? O que foi dado? Qual dosagem e intervalo? Por 
quanto tempo? 
 
 
• Muitas vezes o medicamento utilizado é adequado, mas a medicação foi dada em 
subdosagem, em intervalos longos, ou por um período curto de tempo. 
 
- Comportamento dos órgãos 
• É importante pesquisar sobre o estado funcional dos órgãos para o médico veterinário 
tomar conhecimento de enfermidades que não apresentam relação com o quadro 
sintomatológico registrado na história médica recente. 
 
Sistema digestório: o animal alimenta-se bem? Bebe água normalmente? Está defecando? Qual 
o tipo de fezes (duras, moles, pastosas, líquidas)? O animal apresenta vômito? Qual o aspecto do 
vômito? Horário em que aparece? Tem relação com a ingestão de alimentos? Tem alimentos 
não digeridos? Sangue? 
 
Sistema cardiorrespiratório: o animal cansa-se com facilidade? Estava acostumado a correr e já 
não o faz mais? O animal tosse? A tosse é seca ou com expectoração (produtiva)? Qual a 
frequência? Piora à noite ou após exercício (alguns animais com problema cardíaco 
apresentam tosse seca que piora à noite em virtude do decúbito)? Qual o aspecto da 
expectoração (cor, odor, volume)? Elimina sangue pelas narinas? Observou edema ou inchaço 
em alguma parte do corpo (época que apareceu; evolução; região que predomina)? O animal 
lhe parece fraco? 
 
Sistema geniturinário: o animal está urinando? Qual a frequência? Qual a coloração da urina? 
Qual o odor? Aparecem formigas no local em que o animal urina? Aparentemente, o animal 
sente dor quando urina (posição à micção, gemidos, emissão lenta e vagarosa)? O animal já 
pariu alguma vez? O parto foi normal? Quando foi o último cio? Percebeu alguma secreção 
vaginal ou peniana? Qual o comportamento sexual dos reprodutores? Apresentam exposição 
peniana prolongada? 
 
Sistema nervoso: apresentou mudanças de comportamento (agressividade)? Apresentou 
convulsões? Apresenta dificuldade para andar? Tem dificuldade para subir escadas? Anda em 
círculos? Apresenta tropeços ou quedas quando caminha? 
 
Sistema locomotor: o animal está mancando? De que membro? Observou pancada ou coices? 
 
Pele e anexos: o animal se coça? Muito ou pouco? O prurido é intenso? Chega a se 
automutilar? Apresenta meneios de cabeça (otite)? Está apresentando queda de pelos? 
 
- Histórica médica pregressa 
• A história pregressa constitui a avaliação geral da saúde do animal, antes da 
ocorrência ou da manifestação da doença atual. De modo geral, inclui os seguintes 
aspectos: estado geral de saúde, doenças prévias, cirurgias anteriores, imunizações, 
vermifugações, etc. 
 
- História ambiental e de manejo 
• Onde o animal permanece a maior parte do tempo, como é o chão no local, se o 
local é úmido, se apresenta boa ventilação e proteção contra frio e calor, se o animal 
tem acesso a oficinas mecânicas, ruas, depósitos de lixo, se estão reformando a casa, 
se tem cercas, quais são as condições de higiene, quais produtos de limpeza são 
utilizados na limpeza das áreas; 
 
• Manejo nutricional do animal, os hábitos alimentares, quantidade e qualidade do 
alimento, onde o animal come, quantidade e qualidade da água. 
 
- História familiar ou do rebanho 
• Oferece informações sobre a saúde dos animais pertencentes àquela família ou 
rebanho, vivos ou mortos. Quando vivos, indagar sobre a saúde no momento atual; se 
houver outro animal doente, esclarecer qual a enfermidade; se algum animal morreu 
há pouco tempo, deve-se perguntar a causa da morte; 
 
• É importante atentar a possíveis aspectos genéticos que podem ter implicações para 
o animal em questão (displasia coxofemoral, por exemplo), além de verificar a 
ocorrência de cruzamentos entre animais da mesma família ou com antecedentes 
familiares próximos; 
 
• Realizar questionamentos sobre fatos recentes, como mudança de alimentação, se 
entrou algum animal novo no local, se houve episódios de agressividade entre os 
animais. 
 
PASSO A PASSO DA ANAMNESE 
1. Estabelecer um elo entre o veterinário e o proprietário 
2. Uso de termos lógicos 
3. Testar a exatidão das informações 
4. Distinguir as observações das interpretações do proprietário 
5. Ter o controle da situação e fazer perguntas pertinentes em uma sequência lógica 
 
SISTEMA LÓGICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA ANAMNESE 
1) Dados do paciente 
 
• Idade, peso, tipo de alimentação, tipo de exercício, número de partos, cirurgias 
prévias, produção nos últimos dias, CCS... 
 
2) Anamnese patológica (queixa principal) 
• É a preocupação expressa pelo proprietário e deve ser estabelecida e verificada 
pelos questionamentos 
➢ Ex: um ovino de 4 meses de idade com edema submandibular é mais provável 
que esteja com verminose do que sofrendo de um problema cardíaco 
 
• Cronologia das anormalidades: os detalhes das anormalidades clínicas observadas 
pelo proprietário devem ser determinados na sequência que ocorrem. 
➢ Variações: ingestão de comida e água, produção leiteira, taxa de crescimento, 
na respiração, na defecação, na micção, na sudorese, na atividade, na 
postura, na voz e no odor devem ser notadas. 
 
• Taxas de morbidade, fatalidade do caso e mortalidade populacional; 
• Tratamento prévio; 
• Exposição prévia: coletar informações sobre a formação do grupo examinado; 
• Transporte dos animais – viagens e exposições 
• História de doenças anteriores. 
3) Anamnese preventiva 
• Os métodos de prevenção e controle usados no individuo ou rebanho devem ser 
anotados 
➢ Quando foi a ultima vermifugação? Qual é a periodicidade? Qual o vermífugo 
utilizado (base e nome comercial)? É feito rodízio do medicamento? Qual dose? 
Por qual via de administração? 
 
4) Dados do manejo 
• Nutrição 
➢ O que? Quantidade? Qualidade? Como? 
➢ Sistema de criação (finalidade), alteração na deita, fornecimento de água 
• Manejo reprodutivo 
• Manejo geral 
➢ Higiene, abrigos 
➢ Clima e estação do ano 
 
Exame físico 
 
OBSERVAÇÃO INICIAL 
- Nível de consciência: alerta, diminuído, aumentado; 
- Postura e locomoção: normal, anormal; observar o animal em repouso e em movimento; 
- Condição física ou corporal: obeso, gordo, magro, caquético; 
- Avaliação da pele: pelos limpos, brilhantes ou eriçados, presença de ectoparasitas, estado 
de hidratação; 
- Formato abdominal: normal, anormal; 
- Características respiratórias: eupneia ou dispneia, tipo respiratório, secreção nasal; 
- Outros: apetite, sede, defecação, vômito, secreções, micção. 
 
AVALIAÇÃO DA TEMPERATURA CORPORAL 
- Importância clínica – resposta do organismo 
- Procedimento: 
• Aferir a temperatura retal (ou vaginal) 
• Realizar no início do exame físico 
- Frequência 
- Variações fisiológicas na temperatura corporal: 
• Idade 
• Sexo 
• Pele/pelagem 
• Atividade física/estresse
• Hora do dia 
• Estação do ano 
• Ambiente 
• Digestão/ingestão de água 
- Variações anormais na temperatura corporal: 
• Hipertermia 
➢ Processo físico não inflamatório, em que há um aumento da temperatura 
corporal acima de um nível crítico para a espécie 
➢ Ambiente, convulsão, exercício, lesões no hipotálamo, desidratação 
• Febre 
➢ Estado hipertérmico causado por manifestações sistêmicas de toxemia ou 
mediadores de inflamação 
• Hipotermia 
➢ Redução da temperatura corporal retal abaixo dos valores para a espécie 
➢ Anestesia geral, anemia, desidratação, hipoproteinemia, inanição 
➢ Anemia: o animal não consegue gerar calor devido à baixa produção de 
oxigênio nas mitocôndrias 
➢ Anestesia geral: deprime o SNC 
 
ANORMALIDADES DAS MUCOSAS 
- Coloração: 
• Rosa pálida – coloração normal 
• Pálida – anemia 
• Congesta (avermelhada) – reflete inflamação local, toxemia 
• Amarela (icterícia)– acúmulo de bilirrubina, pode indicar hepatopatias ou jejum 
• Azulada (cianótica) – reflete insuficiência circulatória periférica → sangue arterial é 
mais avermelhado, mas quando abaixa a pressão de O2 o sangue fica azulado 
• Cor de tijolo – reflete insuficiência circulatória periférica 
- Mucosas visíveis que são examinadas: oculopalpebrais, nasal, bucal, vulvar, prepucial e, 
raramente, anal 
- Temperatura/grau de umidade/lesões 
- Tempo de preenchimento capilar (TPC) 
• 1 a 2” – normal 
• 2 a 4” – desidratação leve 
• 4 a 5” – desidratação moderada 
• > 5” – desidratação grave 
• >10” – insuficiência circulatória sistêmica 
 
AVALIAÇÃO DO SISTEMA LINFÁTICO 
- Importância clinica: 
• Avaliação dos linfonodos (sentinelas do sistema imunológico), vasos linfáticos e baço 
• Indicadores de doenças infecciosas intrínsecas, processos patológicos dentro da área 
de drenagem 
• Aumento patológico de um linfonodo pode afetar órgãos vizinhos 
- Procedimento: 
• Inspeção, palpação, punção e biópsias 
• Linfonodos submandibulares, parotídeos, retrofaríngeos, pré-escapulares, pré-crurais, 
mamários e linfonodos abdominais 
- O sistema linfático é responsável pela drenagem de algumas regiões. 
 
- Linfonodo regional capta alteração e fica reativo. Sinais de reatividade: aumento de 
volume, dor, rubor, calor, perda de função, aderência. 
 
• Mastite: linfonodo mamário; 
• Pneumonia: linfonodos mediastinais e pré-escapulares; 
• Sinusite, inflamação na cabeça, otite, dentição: linfonodos retrofaríngeos, 
submandibulares, parotídeos; 
 
Linfonodos 
- Avaliação dos linfonodos 
• Aumento de volume 
• Sensibilidade dolorosa 
• Consistência 
• Formação de nódulos/abscessos 
• Aderências 
 
 
Linfonodos palpáveis em equinos: 
1 – mandibular; 
2 – retrofaríngeo; 
3 – pré-escapular; 
4 – subilíaco (pré-crural) 
 
 
 
 
Vasos linfáticos 
- Os subcutâneos e intracutâneos só são palpáveis ou visíveis quando estão distendidos ou há 
alterações patológicas em sua parede 
 
Baço 
- Localização: 
• Equino: lado esquerdo, próximo e ao nível da ultima costela; 
• Bovinos: lado esquerdo, estende-se da extremidade dorsal das duas últimas costelas 
até a junção costocondral da 7ª e 8ª costelas 
- O exame do baço se limita principalmente à palpação e percussão, que podem revelar 
dor ou aumento considerável. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Semiologia do sistema digestivo de ruminantes 
INTRODUÇÃO 
- Ruminar: mastigar mais uma vez; 
- Segurança: escapar dos predadores, não mastigando os alimentos para, em local seguro, 
voltar a deglutir; 
- Importante: conhecer anatomia topográfica e microscópica, a fisiologia e a alimentação 
adequada da espécie; 
- Digestão do concentrado: as bactérias irão transformar em ácidos graxos voláteis, que são 
absorvidos na parede ruminal. Ao oferecer concentrado em quantidade maior, acelera 
demais a produção dos ácidos graxos e ultrapassa sua capacidade de absorção, então os 
ácidos graxos acumulam no rúmen e reticulo, reduzindo o pH e causando uma acidose → 
um dos grandes problemas enfrentados nos ruminantes que são confinados. 
- É composto pelo tubo digestivo e órgãos anexos 
• Boca 
• Esôfago 
• Rumen 
• Reticulo 
• Omaso 
• Abomaso 
• Intestinos 
• Reto 
• Ânus 
• Glândulas salivares 
• Pâncreas 
• Fígado 
• Vesícula biliar 
 
- O ruminante primeiro realiza a digestão microbiana, no rúmen, depois no omaso há uma 
pré-secagem do alimento e depois ocorre a digestão química, no abomaso. 
- A saliva, durante o processo de ruminação, é muito importante para o tamponamento 
ruminal, evitando a acidez. Quanto mais o animal mastiga, mais saliva ele produz e mais 
bicarbonato chega ao rúmen. Alimentos muito triturados ou rações muito processadas 
estimulam pouco a ruminação e, consequentemente, o animal mastiga pouco e produz 
menos saliva → favorece acidose 
• Obs: azia pode ser causada por acidose. Quanto mais volumoso o animal comer, 
menos salivação haverá e maior a intensificação da acidez. Ao fornecer fibra para o 
animal, aumentará a mastigação junto com a salivação e ocorrerá tamponamento. 
 
- Anatomia topográfica 
• Lado direito: fígado, omaso, abomaso, intestinos 
• Lado esquerdo: baço, retículo, esôfago, rúmen, 
 
• Tudo que é pesado cai direto para o retículo 
• Na gestação, o abomaso é deslocado para frente 
- Anatomia macroscópica 
• Rúmen: papilas 
➢ Animal filhote tem as papilas mais róseas e finas, pois não precisam absorver 
ácidos graxos voláteis, já que o leite vai direto para o abomaso. Se o leite vai 
para o rúmen, haverá fermentação e produção de gás.. 
➢ No adulto, as papilas crescem de tamanho para aumentar a superfície de 
absorção. 
 
 
 
• Retículo: 
➢ “favo de mel” 
 
 
 
• Omaso: 
➢ Formato de folhas, que fazem a pré-secagem das fibras 
 
Mecanismos de proteção em bezerros lactentes 
- Goteira esofágica 
• Canal anatômico que atravessa o rúmen, reticulo e omaso, indo diretamente para o 
abomaso. Assim, momento da lactação, o leite vai direto para o abomaso, onde 
entra em contato com o ambiente ácido e forma um coágulo, que será digerido. 
• Fechamento da goteira esofágica: temperatura do leite, sucção, altura da 
mamadeira. Temperatura é fundamental, já que leite/sucedâneo frio não fecha a 
goteira esofágica. 
- Acidez do conteúdo do abomaso 
- Fatores de proteção da mucosa do abomaso contra a autodigestão e infecção 
• Bicarbonato 
• Impede lesão da mucosa 
- Permeabilidade da mucosa intestinal 
• Quando o bezerro passa de 24h, a permeabilidade reduz → consegue absorver 
imunoglobulinas do colostro. 
- Equilíbrio entre a Flora Sacarolítica e Proteolítica do IG 
- Motilidade intestinal 
• A motilidade aumenta e diminui de acordo com a alimentação 
- Colostragem 
• Fonte de imunidade → 15% do peso vivo e deve ser fornecido o quanto antes ou 
manter o animal com a mãe nas 12 primeiras horas para ingestão de colostro 
 
Mecanismos de proteção nos ruminantes adultos 
- Barreira mucosa nos proventrículos 
• Previne que as bactérias do trato digestório caiam na circulação 
- Sistema de regulação do pH no conteúdo retículo-ruminal 
• Tamponamento da saliva 
• Alimento muito triturado → não necessita tanta saliva → não há tamponamento pela 
saliva → acidose 
• Quanto maior o alimento, mais produção de saliva. Por isso as fibras grandes são mais 
recomendadas. 
- Decomposição de substâncias tóxicas pela microbiota ruminal 
- Eructação 
• Elimina o excesso dos gases produzidos durante a fermentação 
- Função de filtragem do orifício reticulo-omasal 
• Só passam partículas fragmentadas de tamanho pequeno 
Anamnese 
- Perguntas: 
• Tipo de alimento, qual quantidade, como é fornecido (misturado? Separado?), qual a 
composição da ração; 
• Se o cocho é compartilhado, se há dominação de cocho; 
• Quantidade de leite ingerida (refeição/dia), substituto do leite (tipo e quantidade), 
mudança recente na alimentação; 
• Mudanças de comportamento 
Exame clinico geral 
- Apetite 
- Sede 
- Ingestão de alimento 
- Ingestão de líquidos 
- Ruminação 
- Eructação 
- Timpanismo 
- Regurgitação ou vômito 
- Defecação 
 
Exame físico específico 
- De acordo com a passagem do alimento pelo tubo digestivo: 
• Boca, faringe esôfago, rúmen, retículo, omaso, abomaso, intestinos 
- Fígado, cavidade abdominal, parede abdominal 
- Amostras do alimento 
- Líquido ruminal 
- Sangue 
- Fezes 
Obs: auscultação de rúmen → percussão de acordo com a estratificação ruminal. Som timpânico na 
porção superior (camada de gás) que vai ficando maciço à medida que ausculta as camadas de 
partículas maiores de sobrenadante e a camada mais sólida de partículas trituradas. Em casos de 
acidose, há perda dessa estratificação e o som fica homogêneo. 
- Avaliação da alimentação: 
• Tipo de alimentação 
• Quantidade 
• Consistência 
• Composição percentual da ração 
• Teor necessário de nutrientes:➢ Matéria seca, proteína, carboidratos, lipídios; 
➢ Macronutrientes: Ca, Mg, Na, K, P, Cl, S; 
➢ Micronutrientes: Fe, Cu, Co, Se, Mn, Mo, Zn. 
 
• Quantidade mínima de partículas fibrosas volumosas 
• Teor de fibra bruta 
➢ Gado de engorda: 12% 
➢ Gado de leite: 18% 
- Bezerros 
• Qualidade 
• Forma de aleitamento 
• Preparo 
- Ingestão de alimento e água 
- Ruminação 
- Eructação 
- Defecação 
 
Fome x apetite 
- Apetite: desejo de ingerir o alimento 
- Fome: necessidade do alimento 
 
Avaliação do apetite 
- Anamnese e inspeção: 
• Tipo do alimento, forma de preparo, forma de administração, frequência 
- Oferecer diversos alimentos 
- Normorexia, hiporexia, anorexia 
- Polifagia 
• Fisiológica: reparação de perdas 
• Patológica: parasitismo 
- Inapetência – anorexia 
• Aparente: animal tem fome, mas não consegue se alimentar 
• Real: animal não tem fome 
- Observar se o animal apresenta apetite depravado, parorexia, alotriofagia ou pica – 
perversão do apetite, em que o animal ingere coisas inapropriadas: 
 
• Osteofagia – ingestão de ossos para suprir falta de fósforo 
• Infantofagia – canibalismo de filhotes 
• Fitofagia – ingestão de vegetais 
• Pilofagia/tricofagia – ingestão de pelos 
• Pterofagia – ingestão de penas 
• Xilofagia,lignofagia – ingestão de madeira 
• Geofagia – ingestão de terra 
• Aerofagia – ingestão de ar 
• Coprofagia – ingestão de fezes
 
Ingestão de alimentos 
- Observação em local habitual 
- Comparar com os demais animais 
- Apreensão 
- Mastigação 
• Fragmentação 
• Superficial 
• Mastigação lenta 
• Mastigação vazia e persistente – bruxismo 
 
Deglutição 
- Observar do lado esquerdo do pescoço 
- Salivação 
- Ânsia de vômito 
- Gemidos 
- Tosse 
- Acúmulo de alimentos nas bochechas e faringe (marcas) 
- Queda de alimento da boca ou das narinas 
 
Sede 
- Varia de acordo com o clima; 
- Climas temperados: 50 a 80 litros/dia; 
- Aumento no consumo: alta produção, diarreia, febre, insuficiência renal; 
- Comparar com os outros animais do rebanho; 
- Avaliar consumo (fechar o bebedouro) e oferecer água em um balde; 
 
Ingestão de água 
- Varia de acordo com: temperatura ambiente, espécie animal, tipo de trabalho, idade, 
quantidade de água nos alimentos. 
- Oferecer água de boa qualidade no balde 
- Touros com argola→ adaptação 
- Distúrbios de deglutição 
- Doenças dolorosas da cavidade oral (muito volume de uma só vez) 
- Água de má qualidade (água salobra, contaminada por esterco, etc) 
- Hidrofobia 
- Normodipsia (ingestão normal de água), polidipsia (desidratação), oligodipsia (baixa 
ingestão de água), adipsia (ausência de sede) 
 
 
Preensão dos alimentos 
- Varia de acordo com a espécie: 
• Equinos, ovinos e caprinos: mais seletivos, preensão com lábios e dentes 
• Bovinos: principalmente com a língua 
 
Mastigação 
- Importância: trituração dos alimentos 
- Herbívoros x carnívoros 
• Herbívoros: trituração, movimento de lateralização da mandíbula 
• Carnívoros: dentes mais pontiagudos, rasgam alimento e comem a carne que é 
digerida pelo estômago químico 
- Idade 
- Movimento temporomandibular 
- Desgaste dos dentes molares (principalmente em solos arenosos e de capim baixo) 
 
Deglutição 
- Divisão: 
• Tempo bucal, 
• Tempo de mastigação 
• Tempo de processamento 
• Tempo de ensalivação 
• Tempo faríngeo 
• Tempo esofágico 
- Disfagia – dificuldade de deglutição, com dor ou sem dor 
- Anorexia – animal para de comer 
- Odinofagia – dor durante a deglutição 
 
Trajeto dos alimentos e líquidos deglutidos – bezerros 
A alimentação líquida ultrapassa o compartimento ruminal, uma vez que, através da goteira 
esofágica, o leite atravessa rapidamente o omaso e chega ao abomaso. O fechamento do 
sulco reticular (goteira esofágica) é um ato reflexo com impulsos eferentes advindos do 
tronco cerebral e estímulos aferentes que nascem na faringe, pela inervação vagal. 
O estímulo central é desencadeado pela percepção do ato de mamar e o faríngeo ocorre 
quando a dieta líquida entra em contato com os receptores existentes na faringe. 
Quando os requisitos para o fechamento da goteira esofágica não são obedecidos, seu 
fechamento é inadequado e o leite será desviado para a cavidade rumino-reticular → 
putrefação do conteúdo. 
Por volta de 12 semanas de idade, observa-se menor estímulo para o fechamento do sulco 
reticular em animais alimentados na mamadeira ou no balde. Do mesmo modo, a 
administração de leite e de outros fluidos via sonda esofágica faz com que não haja 
fechamento adequado do sulco reticular, visto que aqueles não entram em contato com os 
receptores da faringe. 
Ruminação 
- Início nas 2-3 semanas de idade 
- Indispensável para: 
• Processo digestivo nos pró-ventrículos; 
• Redução do pH do rúmen; 
• Indicativo do grau de bem estar do animal; 
• Valor prognóstico. 
- Deve ser avaliada em ambiente tranquilo e com paciência 
- Avaliação: 
• Inicio de 30 a 60 minutos após a alimentação 
• Varia de acordo com a dieta 
• 4-24 ciclos de 10-60 minutos (até 7 horas/dia) 
• Número de bolos: 360-790/dia 
• Tamanho: 80-120 gramas 
• Movimentos mastigatórios: 40-70/min 
- Padrão de movimentação ruminal: 
 
 Fonte: edisciplinas.usp.br – semiologia do aparelho digestório de bovinos 
- Avaliar: 
• Regularidade; 
• Inicio tardio; 
• Número ou duração reduzidos; 
• Tempo de mastigação (reduzido/aumentado); 
• Mastigação superficial/interrompida/ausente; 
• Perda do bolo; 
• Ruminação vazia (mastigar a língua). 
 
Eructação 
- Descarga audível de gases, com cheiro característico; 
- Vital para os ruminantes 
- Pode chegar a quase 600L de gás por dia 
- Composição variável 
 
- Pré-requisitos para que a eructação ocorra: 
1. Presença de gás livre; 
2. Estimulação de receptores na proximidade do cárdia; 
3. Cárdia livre (conteúdo alimentar líquido/sólido); 
4. Contração do saco ruminal dorsal; 
5. Relaxamento do cárdia; 
6. Esôfago apto a funcionar, permitindo a passagem do gás; 
7. Eructação 
- Frequência depende da alimentação 
• Em alimentação com concentrado essa frequência é menor, pois como é uma 
alimentação mais triturada, ela estimula menos a motilidade, a ruminação e a 
eructação. O volume de gás eliminado a cada eructação é maior, mas a frequência 
é menor, cerca de 15-20 litros/hora 
• Em alimentação verde há maior frequência de eructação, porque a fibra estimula 
mais a motilidade do rúmen e a contração do saco dorsal. Cerca de 60-90 litros/hora. 
- Causas de deficiência na eructação: 
• Estenose, obstrução de esôfago; 
• Falha no fechamento da goteira esofágica → o leite vai para o rúmen e fermenta, 
atrapalhando o processo eructativo; 
• Timpanismo espumoso → pode ser causado por excesso de carboidratos e de 
leguminasas. Há acúmulo de alimento e o gás é incorporado ao alimento, formando 
espuma e dificultando a eliminação desse gás; 
• Retículo-peritonite / peritonite → o nervo vago é responsável por irrigar a parede do 
rúmen e retículo e uma das consequências da reticulite é a indigestão vagal, levando 
ao timpanismo gasoso; 
• Distúrbios de inervação → sobretudo nervo vago. 
Regurgitação e vômito 
- Raro 
- Regurgitação: 
• Espontâneo 
• Conteúdo do esôfago 
• Misturados com saliva 
• Bolos de ração mal mastigados – frescos 
• Misturados com sangue, pus ou fragmentos de tecido (quando há lesões) 
- Vômito: 
• Há mímica de vômito 
• Conteúdo proveniente dos proventrículos 
• Consistência líquida/pastosa 
• Componentes reduzidos 
• Cor e odor característicos do líquido ruminal 
- Sinais: 
• Inquietude, animal recua e geme com a cabeça estendida, muitas vezes com a 
língua projetada para fora; 
• Líquido jorra pela boca e narina (5-20 L) 
• Avaliação do conteúdo 
Defecação 
- 10 a 20 vezes/dia 
- Adultos defecam cerca de 30 a 50kg/dia 
- Deve ter consistência pastosa (barulho de palma) 
- Ao defecar,o animal arqueia levemente o dorso e a cauda fica um pouco levantada 
- Fezes mais firmes indicam desidratação, enquanto diarreia pode indicar uma acidose 
- Alterações: 
• Tenesmo – contração para defecação sem produção de fezes; 
• Sintomas de cólica – arquear, escoicear, olhar para o flanco; 
• Acúmulo de fezes no reto – pode ocorrer por lesão e edema no reto em partos 
distócicos; 
• Cauda constantemente levantada – inflamação no reto, processo doloroso na 
cavidade pélvica (pode ser por causa de parto, fratura, etc); 
• Cauda flácida – paralisia de ânus, lesão nervosa, trauma. 
- Ausência completa de defecação → pode indicar paresia grave do omaso, cólica biliar, 
obstrução gastrointestinal (íleo mecânico), paralisia intestinal (íleo paralítico) 
- Defecação frequente na forma de fezes liquida (jato curvado) em todo o rebanho → pode 
indicar inflamação de abomaso e intestino, presença de parasitas, presença de infecção em 
bezerros 
- Após a defecação ocorre sucção de ar para dentro do reto. O fisiológico é que o animal 
faça pressão para expelir o ar 
Cavidade oral e faringe 
- Evitar animais com suspeita de raiva 
- Avaliar: 
• Inspeção: úlceras, inflamação, alterações nos dentes (fraturas de dentes são muito 
dolorosas) 
• Palpação externa 
• Palpação interna (sedação) 
• Avaliação do odor 
• Utilização de abre boca 
 
- Inspeção e palpação externa 
• Observar salivação; 
➢ Volume 
➢ Viscosidade 
➢ Cor 
➢ Presença de alimentos, sangue, pus, tecido 
➢ A saliva deve ter pH: 7,9 - 8,6 (esponja na lateral da boca, 5min + centralizar + 
avaliação) 
 
• Aumento de volume; 
• Lesões em bochecha, mandíbula e espaço mandibular; 
• Edema, flegmão, gangrena gasosa, abscesso, tumefação óssea; 
• Ferida com comunicação com a parte interna da boca. 
 
- Inspeção e palpação interna 
• Afastamento da língua; 
• Uso dos instrumentos corretos; 
• Presença de alimentos/ ferida/ alimentação; 
• Odor; 
• Avaliação das mucosas, dentes e língua. 
 
 
Esôfago 
- 110-125 cm de comprimento 
- Dorsal-lateral-dorsal a traqueia → ao lado esquerdo do animal 
- Musculatura estriada e mucosa sensível 
- Curvaturas 
• Cabeça - pescoço - tórax (influenciável) 
• Dorsal à raiz do pulmão (não influenciável) → não consegue apalpar 
 
- Palpação e inspeção externa → esôfago cervical 
- Sondagem → toda extensão do esôfago 
• Importante utilizar instrumentos para evitar que o animal mastigue a sonda 
- Inspeção do lado esquerdo (sulco da jugular) 
- Avaliação do trajeto do bolo alimentar 
• Ânsia de vômito/ aumento de volume/ leões 
- Palpação bilateral, dorsal a traqueia 
• Aumento de volume/ corpo estranho/ sensibilidade dolorosa 
Proventrículos 
- Pré-estômagos 
- Capacidade máxima de 150 litros 
- Mucosas especializadas 
• Rúmen: vilosidades 
• Retículo: dobras em forma de rede 
• Omaso: folhas 
- Contração regular e periódica: movimento da massa alimentar 
Rúmen 
- Maior compartimento do sistema digestório 
- Investigação interna e externa 
- Localiza-se no lado esquerdo (entre o 7º a 8º espaço intercostal até a cavidade pélvica) 
- Estado de enchimento (total = plenitude) 
• Tenso, moderado, normal; 
• Côncavo (perda de apetite); 
• Protuberante/ convecção (distensão). 
 
- Consistência e estratificação (gasoso (timpânico) - macio/pastoso - flutuante/ maciço) 
• Dorsal → gasoso, auscultação timpânica 
• Meio → macio/pastoso, auscultação submaciça 
• Ventral → flutuante (líquido), auscultação maciça 
 
- Alterações 
• Dorsal tenso, elástico = timpanismo 
• Ventral duro = sobrecarga de alimento sólido/areia 
• Dilatação = conteúdo líquido 
 
Retículo 
- É o mais cranial 
- Bovinos: menor dos compartimentos 
- Ovinos e caprinos: maior que omaso e menor que 
abomaso 
- Localização: 5º e 7º espaço intercostal, apoiado na 
cartilagem xifóide 
• Face côncava - diafragma e fígado 
• Face visceral - saco cranial do rúmen 
• Lado esquerdo mais proeminente 
 
- Sinais clínicos: 
• Animal não sobe morro 
• Animal fica mais lento 
• Posição ortopédica: membros torácicos mais elevados para reduzir a pressão 
➢ Subir em cochos 
➢ Ficar em plano inclinado 
 
- Testes: 
• Aumento de sensibilidade 
• Palpação dolorosa – verifica aumento da sensibilidade na região ao observar qual a 
resposta do animal ao estimulo 
• Percussão dolorosa – pode ser realizada com mão fechada ou martelo de borracha, 
aumentando gradualmente as pancadas sobre a região do retículo e coração 
• Prova da cernelha – dorso arqueado ao beliscamento 
• Prova do Bastão – utiliza o bastão para levantar o tórax, na região xifoide, testando se 
o animal sente dor 
• Prova da rampa – colocar o animal em um plano inclinado. Animais com reticulite 
traumática terão dificuldade na descida (compressão do corpo estranho) e alívio na 
subida. 
 
A maioria desses testes avalia a resposta dolorosa do animal. É positivo caso o animal 
apresente gemido, inquietação e contração muscular. 
Omaso 
- Claramente separado dos demais compartimentos 
- Importante avaliar orifício retículo-omasal (avaliar contratilidade e tônus através da 
ruminotomia) 
- Sulco ruminorreticular – avaliar motilidade 
- Localizado entre 7º e 9º espaços intercostais, no lado direito, acima do abomaso 
- Inacessível aos exames usuais. Utiliza a laparotomia exploratória e ruminotomia exploratória 
(avalia a válvula retículo-omasal e é possível sentir o omaso pela parede do rúmen) 
Abomaso 
- Palpação indireta 
- Punção do órgão para avaliar pH 
• Deve estar entre 2 e 4 
- Localiza-se no 7º espaço intercostal até 1ª-2ª vértebra lombar 
• Entre a cartilagem xifóide e o umbigo 
• ½ dentro do gradil costal ½ fora 
• Difícil de observar em palpação, é observado pela ultrassonografia 
 
- Coloração (avaliar se não há áreas de isquemia - torção) 
- Presença de areia - muito irritante → pode levar à formação de úlceras 
- Avaliar alterações de posicionamento 
- É possível realizar a palpação externa no órgão repleto -- pequenos ruminantes e bezerro 
- Em adultos, através da percussão nota-se sons de líquido (sucussão ou balotamento) 
- Percussão difícil, som submaciço 
• Não detecta o abomaso normal, mas quando deslocado há a ausculta de pings 
metálicos; 
• Quando há deslocamento à esquerda é possível tentar reposicionar pelo rolamento à 
esquerda. 
 
Intestinos 
- Terço posterior, principalmente do lado direito 
- Inspeção: 
• Aumento de volume flanco direito 
• Timpanismo 
 
- Torção de ceco, timpanismo, intussuscepção, sensibilidade dolorosa (enterites) 
- Palpação retal 
 
- US é um exame mais específico, recomendado 
- Outros dados: 
• Presença de fezes, consistência, umidade 
• Dilatações 
• Torção 
• Sensibilidade aumentada 
 
Abdome e cavidade abdominal 
- Avaliação bilateral 
- Inspeção da parede e contorno abdominal 
- Tensão da parede abdominal 
- Palpação profunda dos órgãos → bezerros 
- Auscultação 
- Percussão 
- Balotamento 
- Exame do peritônio →coleta de líquido peritoneal 
 
 
 
Semiologia do sistema Cardiovascular de ruminantes 
Algumas considerações sobre o exame clínico de ruminantes 
- Exame clínico consiste em realizar investigações e levantar hipóteses 
- A interpretação e formação da principal suspeita requerem prática e experiência 
• Conhecer epidemiologia, condições em que as doenças são mais frequentes, etc 
- Em geral, o exame clínico tem 3 partes: 
• História → anamnese 
• Exame físico → exame geral e prático 
• Exames complementares → em geral são necessários para transformar suspeita em 
diagnóstico final 
 
Importância das afecções cardíacas em ruminantes 
No contexto geral, sua importância em animais de produção é menor devido a: 
- Diagnóstico tardio, na maioria das vezes já em fase descompensada 
• Principalmente em ruminantes, que são pouco exigidos fisicamente, mais letárgicos. 
- Prognóstico reservado ou desfavorável; 
- Recursos terapêuticosgeralmente são poucos, paliativos e/ou onerosos 
- Individualidade das afecções 
• Casos esporádicos 
• Exceto retículo-pericardite-traumática e causas tóxicas (planta, monensina) 
- Frequentemente levam à morte ou ao descarte 
 
Importância do exame clínico do sistema cardiovascular 
- Relacionar com a causa e prevenir novos casos; 
• Pericardite traumática – uso de magneto/ímã no rúmen 
• Plantas tóxicas 
• Substâncias tóxicas no alimento 
- Evitar gastos com tratamentos – medicamentos, cirurgias; 
- Salvar o valor de abate; 
- Diferenciar de outras doenças que podem ser tratadas (ICCE x broncopneumonia); 
- Identificar o que pode ou não ser tratado; 
- Casos raros de animais de alto valor zootécnico ou afetivo podem ter sua vida prolongada 
Principais doenças: 
- Endocárdio: Endocardite valvular 
- Miocárdio: miocardite (aftosa, carbúnculo) 
- Pericárdio: pericardite traumática 
- Vasos: flebites, hemorragias 
- Sistema linfático: leucose 
- Outras: tromboembolismos, TVCC, etc 
 
Principais sinais clínicos: 
 - Aumento da frequência cardíaca (taquicardia); 
- Letargia, mucosas anêmicas, flebites, hemorragia, aumento dos linfonodos; 
- Sons anormais à ausculta (sopro, disritmia); 
- Sinais de insuficiência cardíaca congestiva (ICC) 
• Distensão de jugular 
• Edema – peito, pescoço, barbela 
 
Conhecimentos básicos 
ANATÔMICOS 
- Veias e artérias, átrios, ventrículos e válvulas; 
- Endocárdio, miocárdio, epicárdio e pericárdio; 
- Pequena e grande circulação. 
 
Situação anatômica do coração: 
- Área central do tórax, projetando para o lado esquerdo e recoberto parcialmente 
pelo pulmão; 
- Do 2º ao 6º espaço intercostal no lado esquerdo e 4ª costela no lado direito; 
- Linha horizontal à articulação escápulo-umeral; 
- Aproxima-se a 2 cm do diafragma. 
 
FUNÇÃO 
- Manter circulação, O2, fluidos e eletrólitos; 
- Não regenera. 
 
SISTEMA DE CONDUÇÃO PRÓPRIO 
- Nodo Sinoatrial 
- Nodo atrioventricular 
- Feixe de His 
- Fibras de Purkinje 
 
História/anamnese 
História: relato do proprietário 
Entrevista: interação com o proprietário 
- Motivo da consulta? 
• Debilidade geral 
➢ Emagrecimento e baixa produção; 
➢ Prefere sombra e baixadas; 
➢ Apatia, ataxia, canseira, fadiga, dispneia; 
➢ Permanece deitado por tempo prolongado 
 
• Aparecimento de inchaço no peito/pescoço/barbelas 
- Duração? 
• Crônico 
• Agudo 
• Morte aguda 
- Mais de um animal? Casos isolados? Idade? 
• Recém-nascidos ou animais muito jovens → taquicardia persistente, doenças 
cardíacas, BLAD 
- Alimentação no cocho ou pastagem? 
• Possibilidade de ter ingerido corpo estranho metálico no alimento? 
➢ Reformas, descuido 
➢ Bovinos possuem baixa seletividade 
 
• Possibilidade de ter pastejado plantas tóxicas? 
➢ Falta alimento? Tem acesso a matas? 
- Teve ou tem infecções purulentas crônicas? (infecções purulentas produzem êmbolos que 
podem cair na corrente sanguínea). 
- Vacinas estão atualizadas? 
- Há monensina na ração? 
- Valor do animal 
 
OBS 1: aumento de exercício, final de gestação, parto e lactação desencadeiam a 
descompensação (incapacidade de o organismo restabelecer o equilíbrio cardíaco devido 
a um problema estrutural ou funcional); 
 
OBS 2: a anamnese deve abranger também: 
- O rebanho: outros animais doentes, programas de saúde existentes, sistema de exploração; 
- O ambiente: instalações, pastagens, camas. 
 
 
Exame geral 
Parte do exame físico em que inspeciona o animal à distância, sem tocá-lo. 
1. Observar o animal sem contenção e em seu grupo para verificar interação social; 
➢ O animal isolado já é uma anormalidade, principalmente os pequenos 
ruminantes. É importante atentar a isso porque as ovelhas, por exemplo, 
apresentam poucos sinais até estarem muito doentes; bovinos doentes 
geralmente não interagem com o observador. 
 
2. Observar o animal em repouso, parado e em movimento: atitude, postura, condição 
corporal, conformação, temperamento, movimentação, etc; 
 
3. Inspeção frontal, lateral, oblíqua e posterior; 
 
4. Observar sinais de dor; 
➢ Bovinos e ovelhas não apresentam sinais muito evidentes de dor, mas caprinos 
vocalizam. 
➢ Sinais: postura arqueada, andar cuidadoso ou claudicação, abdução de 
membros, relutância, bruxismo e grunhido. 
 
5. Observar resposta à presença do homem e alterações ambientais; 
 
6. Observar as funções dos diversos sistemas. Está comendo? Dormindo? Ruminando? 
Defecou? Interagiu? 
 
Observações importantes para o sistema cardiovascular: 
- Apatia, indisposição para movimentar; 
- Fraqueza, debilidade, letargia, intolerância ao exercício, dispneia; 
- Edemas: peito, pescoço e barbela; 
- Jugular: ingurgitamento e pulso venoso, flebites (aplicação IV, colheitas); 
- Mucosas (pálidas, anêmicas, injetadas ou cianóticas); 
- Processos purulentos crônicos (mastite, pododermatite, abcessos etc.); 
- Dor esternal (Posição de conforto) 
- Hemorragias; 
- Linfonodos aumentados (leucose). 
 
➔ Em bezerros com lesões cardíacas congênitas geralmente há outros sinais como 
microftalmia, cauda torta, etc.. 
 
 
Exame físico 
- É o exame específico dos componentes do sistema cardiovascular: 
• Coração, vasos, linfonodos; 
- Deve-se aplicar todos os métodos (semiotécnica) a todas as regiões relacionadas ao 
sistema cardiovascular – confirmar tudo que viu na inspeção à distância/exame geral 
 
ROTINA DE ABORDAGEM PARA VACAS LEITEIRAS 
 
1) Abordagem posterior 
 
- Temperatura retal, pulso (na cauda); 
- Vulva (anemia, icterícia, hiperemia), períneo, úbere posterior 
• Aumento de linfonodo, mastite, leucose (tetos anêmicos) 
- Contorno Abdominal, condição corporal, parasitas 
- Movimento Torácico e abdominal 
 
2) Lado esquerdo 
- Coração, pulmão e tórax – linfonodos; 
- Cavidade abdominal: Retículo e rúmen – linfonodos; 
- Fossa paralombar e movimentação ruminal. 
 
3) Lado direito 
- Coração, pulmão e tórax – linfonodos; 
- Cavidade abdominal: Abomaso e ceco 
 
4) Cabeça e Pescoço 
- Mucosas, jugular, TPC, pulso venoso, linfonodos 
5) Glândula Mamária (“Veia” mamaria), úbere e tetos – linfonodos 
6) Palpação transretal 
7) Exames adicionais (claudicação, etc) 
8) Colheita de materiais para exames 
 
EXAME DO CORAÇÃO 
Inspeção e palpação da área cardíaca: 
 
- Pouco interesse (maior valor em pequenos ruminantes e equinos); 
 
- Técnica: animal em estação, apoiado nos 4 membros. Palma da mão sobre a área 
cardíaca, principalmente esquerda (equinos: 5 EI, bovinos: 4 EI). Observar força, intensidade 
e frêmito: choque pré-cordial. Sensibilidade dolorosa em RPT (pode confundir com dor nas 
costelas). 
- Deslocamentos: 
• Caudal: dilatação; 
• Cranial: ascite, distensão gástrica ou intestinal por alimento ou gás, hepatomegalia, 
gestação avançada; 
• Lateralmente: aumento de linfonodos mediastínicos, tumores e líquidos torácicos (boi 
rochedo); 
 
- A palpação profunda, com a ponta dos dedos, nas regiões intercostais sobre o coração 
pode originar uma reação dolorosa em situações de endocardite, pleurite, 
reticulopericardite traumática ou fratura de costelas (Peek & McGuirk, 2008). 
 
 
Percussão: 
- Pouco valor; 
- Usar martelo e plessímetro; 
- Fazer em conjunto com a área pulmonar; 
- Partir do “cotovelo” em forma radial; 
- Lesões traumáticas e inflamatórias provocam evasivas do animal; 
- Som Normal: maciço em equinos e relativo em ruminantes. 
• Aumentado nas pericardites, hipertrofia e dilatação e tumores; 
• Diminuído em enfisemas. 
 
 
Ausculta cardíaca: 
 
- Mais difícil em touros, vacas grandes, animais gordos e com parede torácica espessa, visto 
que esses fatores abafam os sons; 
- Finalidade: medir a frequência, identificar as bulhas e notar anormalidades; 
- Alterações: taquicardia, sopros, disritmia e abafamentos – principalmente em repouso; 
- Instrumento: estetoscópio (qualidade, manuseio, posição no ouvido 
- Posição do animal: em estação,membro torácico ligeiramente adiantado, apoiado nos 4 
membros; 
- Ambiente: silencioso; 
- Tempo: Sem pressa! Lado esquerdo, lado direito; 
- Local de ausculta: 2º ao 6º espaço intercostal, esquerdo e direito; 
- Delimitação dos focos: 
• Lado esquerdo: 
3 EI = Pulmonar 
4 EI = Aórtico 
5 EI = Mitral 
 
• Lado direito: 
4 EI = Tricúspide 
 
- Avaliar em repouso e após exercício; 
- Frequência: 
 
• Bovinos: 60 a 84 (neonatos 100 a 120, bezerros até 30 dias 72 a 100) 
➢ Muito baixa pode ser acidose e hiperpotassemia em diarreias ou até 
miodistrofias por carência de Se e/ou vitamina E). 
5 
 
• Equinos: 28 a 40 (potros 70 a 80) 
 
• Caprinos e ovinos: 70 a 90 
 
- Avaliar se há taquicardia ou bradicardia: 
 
• Taquicardia em repouso, frequência maior que 120 em bovino adulto, é indício de 
cardiopatia. 
 
• Taquicardia sinusal – cardiopatias, dor, anemia, febre, inflamação, septicemia, 
hipocalcemia. 
➢ Coração bate muito rápido → força de contração prejudicada → musculatura 
enfraquece, choque, ansiedade. 
 
• Bradicardia sinusal (<48 bpm) – vagotonia, hérnia diafragmática, jejum, bezerros em 
hipoglicemia e hipercalemia. 
 
- Sons normais: 
Normalmente ouvimos apenas dois sons cardíacos: primeiro e segundo som (bulhas) 
 
• Primeiro som (sístole): acredita-se que seja devido ao fechamento das 
atrioventriculares (som mais forte) – mitral e tricúspide; 
➢ Principalmente no 4º espaço intercostal; 
➢ Pequeno silêncio; 
 
• Segundo som (diástole): acredita-se que seja devido ao fechamento das semilunares 
pulmonar e aórtica e relaxamento atrial; 
➢ Principalmente no 3º espaço intercostal; 
➢ Grande silêncio; 
 
Hiperfonese: Hipertrofia ventricular, animais atléticos, deslocamento lateral, animais 
anêmicos, etc. 
Hipofonese: Hipocalcemia, pericardite, aumento do líquido pericárdico, obesidade, outras 
doenças torácicas. 
 
Outras bulhas (não são normais, embora possam ser fisiológicas): 
 
• Terceira bulha → pode ocorrer em animais atléticos e acredita-se ser devido a 
vibrações nas paredes ventriculares e ao enchimento rápido dos ventrículos no início 
da diástole. Em cavalos, mulas e alguns bovinos, pode-se ouvir algo semelhante a uma 
terceira bulha, de curta duração, baixa e fraca, mais audível no foco mitral (5º EI), e 
durante taquicardias fisiológicas. Em bovinos também pode indicar anemias e 
regurgitação atrioventricular (IC Direita); 
• Quarta bulha →mais complexa, relacionada à contração atrial. Pode ser detectada 
em mais de 60% dos cavalos em repouso, mas em bovinos só é detectada por 
ecocardiografia. É ouvida como um som suave na base do coração, antes da 1ª 
bulha e tem que haver um intervalo suficiente entre a 2ª e a 1ª bulha para ser ouvida. 
Só é ouvida em baixa frequência (repouso), pois no exercício ela se une à 1ª bulha. 
 
- Sons anormais (ruídos) → Sopros, disritmia, abafamento. 
❖ Para confirmação de sopro é ideal o uso de um ultrassom para 
realizar exame de ecocardiograma. 
 
• Sopros orgânicos → doenças que afetam o fluxo normal do sangue – turbulência 
 
➢ Endocárdicos 
❖ Geralmente sistólicos. Podem indicar insuficiência nas atrioventriculares ou 
estenose nas semilunares; 
❖ Indica endocardite valvular; 
❖ Turbulência na válvula doente; 
❖ Em bovinos a válvula tricúspide (direita) é a mais afetada; 
❖ Em equinos percebe-se principalmente mitral (esquerda). 
 
➢ Pericárdicos (Exocárdicos) 
❖ Geralmente contínuo, na sístole e na diástole; 
❖ Indica doenças do pericárdio; 
❖ Ocorre durante todo o ciclo; 
❖ Sons tilintantes e/ou borbulhantes (conteúdo ar) 
Sons gotejantes e/ou roda dágua (líquido) 
Sons de fricção e/ou roce (fibrina) 
 
• Sopros não orgânicos ou funcionais 
➢ Sopro anêmico: alta velocidade e baixa viscosidade, que causa vibração nas 
estruturas; 
➢ Sopro sistólico fisiológico em equinos após exercício: início da sístole vigorosa, 
após exercício (bovinos não têm); 
➢ Sopro inocente: sopro de recém-nascidos até 80 horas (persistência do ducto 
arterioso), é sistólico. 
 
- Disritmias e arritmias 
 
O termo mais correto seria disritmia, mas o mais usado é arritmia. 
Equipamento ideal: eletrocardiograma 
Anormalidades na frequência, ritmo e padrão de condução. 
 
• Fibrilação atrial: é a mais comum em bovinos leiteiros. A frequência pode ser normal 
ou aumentada. Se o pulso for rápido e errático (88-140 bpm), pode haver déficit de 
pulso, verificado pela auscultação simultânea do coração e palpação da artéria 
facial ou artéria mediana. 
 
➢ Primária: patológica 
❖ Indicam doenças do miocárdio 
❖ Miocardites: aftosa, carbúnculo, etc; 
❖ Miocardoses: plantas tóxicas, monensina, gossipol, deficiência de vitamina E. 
 
➢ Secundária: 
❖ Pode ocorrer em animais sem doenças cardíacas, mas com patologia 
gastrointestinal (ex.DA), em situações que causam dor abdominal ou em 
certas alterações eletrolíticas e/ou metabólicas como alcalose metabólica 
hipocloremia e hipocalemia. Hipocalcemia também pode contribuir. 
Também em alguns bovinos com endotoxemia secundária a mastite gram-
negativa. 
 
• Cálcio IV é a droga mais relacionada como causa de arritmias em vacas de leite Atb 
e K IV podem causar arritmia transitória. 
 
• Demais arritmias são mais raras em bovinos. 
 
• Em bovinos não há disritmias fisiológicas: O jejum pode causar bradicardia e arritmia 
por influência do tono vagal, devido à baixa ingestão de alimentos, é abolida pela 
atropina. 
 
• Em caprinos é descrito arritmia sinusal respiratória, ocorrendo aceleração dos 
batimentos no final da inspiração. 
 
• Em equinos: disritmia benigna ou funcional, desaparece após exercício. 
 
- Abafamento dos sons cardíacos 
• Abafamento fisiológico 
➢ Camada muscular ou de gordura 
➢ Camada de gordura (vaca de leite x vaca de corte) 
➢ Espessura da parede torácica (jovens x adultos) 
➢ Interferência do pulmão em bovinos 
 
• Abafamento patológico: 
➢ Pericardites, abscessos, tumores, ar (pneumonias etc) 
➢ Aumento do líquido pericárdico 
➢ Hipocalcemia puerperal: por que ela pode causar um abafamento do som 
cardíaco? 
 
- Exame dos vasos 
 
• Inclui também jugular e mamária (flebites, ingurgitamento, etc) 
• Pulso arterial: avalia empiricamente a quantidade e velocidade do sangue que sai ou 
volta 
• Local: maxilar externa (submandibular) e coccígea (bovinos) 
• Método: ligeira pressão com a extremidade dos dedos (polpa); 
• Finalidades: frequência, anormalidades da onda; 
• Tempo de preenchimento capilar TPC: máximo 2 segundos; 
• Temperatura das extremidades (termografia?) 
• Ingurgitamento da jugular 
• Pulso venoso positivo! 
 
Artéria uterina: presente durante a gestação; 
Artéria digital: presente durante a laminite em equinos; 
 
- Exame dos linfonodos 
 
• Aumentados: pode ser tuberculose, leucose; 
• Linfadenite caseosa em caprinos (Corynebacterium pseudotuberculosis) 
 
TESTE DE INTOLERÂNCIA AO EXERCÍCIO 
 
- Finalidade: verificar debilidade do SCV 
- Manifestação: 
• Tremores 
• Fasciculação (contração de grupos de músculos) 
• Relutância 
• Parada súbita 
• Tosse 
• Dispneia 
• Suor (equinos) 
• Síncope: colapso, redução ou perda da consciência 
 
EXAMES COMPLEMENTARES 
- EcoDopplercardiograma 
- Eletrocardiograma 
- Ultrassom da cavidade torácica 
- Raio-X 
- Cateterização 
- Pericardiocentese 
- Etc. 
 
EXAMES PÓS-MORTEM 
 
- Muito importante, principalmente para: 
• Confirmação 
• Prevenção (tomada de decisão em casos surtos) 
• Colheita de material 
 
- Edemas 
- Vegetações nas válvulas 
- Tumores (linfossarcoma etc) 
- Pericardite 
- Aumento de líquidos (pericárdico, cavitários, subcutâneo etc) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Semiologia do sistema respiratório de ruminantes 
É um sistema que ainda apresenta muitos desafios para o veterinário, pois as doenças do 
trato respiratório normalmente exigem conhecimentos sobre nutrição, manejo, instalações,imunologia, métodos de criação. 
 
- Importância: 
• “Uma das principais causas de morte de fêmeas leiteiras lactentes (25%)” 
➢ Só perde para as diarreias, mas em ovinos e gado de corte confinado é a 
principal. 
• Pode ser individual, surtos ou enzoótica. 
• O dano pode ser temporal ou permanente, principalmente em bezerros (pode não 
desenvolver). 
 
- Situações de maior risco: 
• Animais jovens: aproximadamente 15% das bezerras recebem tratamento até o 
desmame; 
• Adultos estabulados (vacas confinadas) 
• Confinamentos para corte → local onde doenças respiratórias ocorrem com 
frequência; 
➢ Metafilaxia: administrar medicamentos para o animal para evitar doenças 
como broncopneumonia, sobretudo quando os animais chegam de viagem, 
pois há estresse no transporte e aumenta a chance de haver doenças. 
• Sistemas intensivos em geral → grande número de animais em áreas pequenas; 
 
- Broncopneumonias são as doenças mais importantes: 
• Efeito severo 
• Alto custo com medicamentos e veterinário, além de forte relação com bezerras 
subdesenvolvidas (descarte); 
• Alto descarte de bezerras e novilhas (lesões crônicas) 
 
- Exame Clínico: 
• História, inspeção à distância, exame físico; 
• Vias aéreas inferiores (VAI): 
➢ Brônquios, bronquíolos, alvéolos (pulmões pp), pleura, parede torácica e 
linfonodos; 
• Vias aéreas superiores (VAS): 
➢ Focinho, cavidade nasal, seios nasais, orofaringe, laringe e traqueia. 
 
- Importância para os animais jovens: 
• Animais jovens são mais susceptíveis! 
➢ Sistema imune X Colostro 
 
O Sistema imune está diretamente relacionado com a ingestão de colostro. 
Quando o bezerro nasce, ele possui uma porta aberta para doenças do 
sistema digestivo e respiratório, tudo que entra pela boca ou que ele respira. 
Essa “porta” é fechada pela ingestão do colostro, que deve ser ingerido entre 
6h e 12h de vida, no máximo. 
 
• Bezerros sofrem maior desafio, principalmente as bezerras leiteiras; 
• Já nascem em locais com baixa higiene e alto desafio! 
• Proximidade dos adultos, mistura de diferentes idades, superpopulação; 
• Muito estresse (marcação, mochação descorna, desmame, realocações); 
• É importante que o bezerreiro seja mais afastado e que os funcionários sejam 
exclusivamente do local, evitando contaminações. Além disso, é imprescindível 
realizar revezamento dos bezerreiros – vazio sanitário. 
 
- Mecanismos de defesa do sistema respiratório: 
• Filtração aerodinâmica (100% > 10um, 80% > 5um); 
• Reflexo de fechamento da laringe e tosse reflexa; 
• Transporte mucociliar; 
• Anticorpos nasais e alveolares; 
• Macrófagos alveolares. 
 
- Fatores predisponentes às doenças respiratórias (ambientais, sociais e de manejo): 
• Ventos (locais altos), temperaturas extremas, UR alta; 
• Locais quentes e abafados (falta ventilação); 
• Bezerreiros convencionais, antigos; 
• Proximidade de currais; 
• Locais muito contaminados de forma crônica; 
• Variações bruscas de temperatura (acima de 4 Cº); 
• Desmame, desnutrição, competição; 
• Superpopulação, realocações, reagrupamentos; 
• Doenças concomitantes; 
• Feiras e exposições. 
 
- História e anamnese 
 
• Não quer mamar, fica mais tempo deitado, cansado (batedeira), nariz escorrendo, às 
vezes tosse. 
 
- Informações sobre a doença: 
• Surto ou individual, esporádico ou enzoótico (afeta todos os animais que estão nesse 
sistema de criação) 
• Evolução (aguda – Mannheimia – ou crônica?) 
• Já tratou com o que? 
• Associado a diarreias (pneumoenterite) ou otites (mycoplasma)? 
• Mortes? 
 
- Informações pregressas: 
• Mamou colostro QQT (quantidade suficiente/qualidade/tempo correto)? 
• Alterações recentes no manejo? 
• Mudança do bezerreiro para piquete (tristeza e pneumonia parasitária)? 
• Desmama recente? Há consumo adequado de concentrados? 
• Houve aumento recente no número de partos (superpopulação)? 
• Outros: pastagens em floração (pólen), pó em ração ou cama… 
 
- Informações sobre o sistema de criação: 
• Colostragem; 
• Alimentação geral e desmama; 
• Abrigo individual (casinhas, argentino, tela) ou coletivo (bezerreiro); 
• Tipos de casinha, local e manejo delas; 
• Vazio sanitário das casinhas, bezerreiros ou baias; 
• Ambiente de repouso do animal: limpeza, insolação, ventilação, amônia, cama 
(mofo?). Ver como o animal está vivendo! 
- Exame geral ou inspeção à distância 
• Observar o animal em seu ambiente: (Reação, atitude/postura, ECC, conformação, 
temperamento etc); 
 
• Observar os sinais clínicos específicos de doenças no sistema respiratório; 
 
• Observar o movimento tóraco-abdominal (costoabdominal) → Posicionar-se 
posteriormente/oblíquo, sem tocar ou exercitar o animal (em repouso); 
 
• Verifica-se: tipo da respiração (abdominal, costal ou normal costoabdominal), 
frequência e profundidade respiratória; 
 
➔ Ex: lesões nas vias aéreas superiores (cavidade nasal, seios nasais, laringe e traqueia) 
geralmente causam dispneia inspiratória (estenose, estreitamento, sons audíveis sem 
estetoscópio, inspiração prolongada e com estertor); 
 
➔ Ex: Bezerro normal: interage imediatamente, reage à aproximação. Bezerro doente: 
cabeça baixa, deprimido, orelhas para trás, pescoço esticado e há pouca ou 
nenhuma reação à aproximação; 
 
➔ Ex: vaca com sinusite. Em pé, cabeça estendida, olhos semicerrados. 
 
(Em grandes fazendas pode-se fazer o Teste de aproximação (ou cone?) como 
triagem em bezerreiros). 
- Sinais clínicos específicos de doenças no Sistema Respiratório: 
• Taquipneia: aumento da taxa respiratória – mas pode não ser de origem respiratória; 
• Dispneia: respiração difícil, dolorosa (dor torácica, pleurisia, ICC); 
• Descarga nasal: material não gasoso que flui pelas narinas; 
• Epistaxe: corrimento nasal sanguinolento – sangramento nasal ou pulmonar; 
• Tosse: expulsão súbita do ar, muco e outros materiais. Observar principalmente depois 
de se levantar (BPNM); 
• Hemoptise: tosse com expulsão de sangue vindo do pulmão – hemorragia das VAI. 
 
- Sons anormais à respiração: roncos, crepitações (estertores), sibilos e roce; 
 
- Sinais gerais considerados cardeais para a broncopneumonia: 
• Febre 
• Dispneia 
• Sons pulmonares anormais 
• Corrimento nasal 
• Tosse 
 
Exame físico 
 
- É o exame dos componentes do sistema respiratório → vias aéreas superiores e inferiores. 
- Cuidado! Pode ocorrer morte por hipóxia/anóxia devido ao estresse do exame clínico, por 
esse motivo, tentar fazer menos contenção quando for possível. 
- LEMBRETE: O melhor livro de semiologia são os outros animais, colegas de rebanho do 
animal doente. 
 
 
ROTINA DE ABORDAGEM: 
1) Abordagem posterior: 
• Temperatura retal, movimento torácico e abdominal; 
• Pulso na região posterior, vulva, períneo, úbere posterior (linfonodo); 
• Contorno abdominal, condição corporal, parasitas. 
 
2) Lado esquerdo: 
• Ausculta do pulmão; 
• Examinar tórax, pleura e parede torácica – linfonodos; 
• Coração, cavidade abdominal; 
• Retículo e rúmen – linfonodos; 
• Fossa paralombar e movimentação ruminal. 
 
3) Lado direito: 
• Ausculta do pulmão, examinar tórax, pleura e parede torácica – linfonodos; 
• Coração, cavidade abdominal (abomaso e ceco); 
• G. Mamária, úbere e tetos. 
 
4) Cabeça e pescoço 
• Focinho, cavidade nasal, seios nasais, orofaringe, laringe e traqueia, brônquios; 
• Olhos, ouvidos; 
• Linfonodos cervicais: pré-escapulares, retrofaringeanos, submandibulares e parotídeos; 
• Mucosas, jugular, TPC, pulso venoso, linfonodos. 
 
5) Palpação transretal 
 
6) Exames adicionais (claudicação, etc) 
 
7) Colheita de maerial. para exames 
 
 
ABORDAGEM POSTERIOR 
 
- Movimento torácico e abdominal 
 
- Técnica: posicionar-se posteriormente/oblíquo e verificar as características do movimento 
tóraco abdominal (tipo, frequência, profundidade e características respiratória); 
 
- Tipos: 
 
• Costoabdominal→ normal 
• Costal → doenças no abdômen – peritonite e timpanismo, RPT 
• Abdominal → doenças torácicas – broncopneumonias, pleurites 
 
- Frequência: normal, taquipneia e bradipneia 
 
• Pode ser feita durante ausculta!!! 
• Bezerros até 30 dias (24 a 36) e acima de 30 dias (15 a 30) ou 20 a 40 (Rebhun) 
• Bovino adulto (10 a 30) (cow at rest 18 a 28 por Gibons; 15 a 35 por Rosenberger..etc) 
• Ovino e caprino jovem (36 a 48) e adulto (20 a 30) 
• Equino jovem (10 a 25) e adulto ( 8 a 16) 
 
Obs: aumento da frequência nem sempre é pulmonar (Ex. Excitação, febre, calor 
ambiente,anemia, cardiopatia, dor.) Em bezerros com pnm e FR normal, a frequência 
aumenta quando ficam deitados. Acidose em diarreias também aumenta a FR e a 
profundidade. E alcalose reduz (para preservar o CO2). 
- Profundidade: 
• ↑ em excitação, exercício, dispneia e anóxia) 
• Hiperpneia → inspiração profunda. Presente na dispneia obstrutiva (inspiratória) ou em 
alta temperatura e umidade 
• Hipopneia → inspiração superficial. Ocorre quando há dor torácica (pleurisia) 
• Polipnéia → respiração rápida e superficial. Ocorre em estresse térmico 
 
- Dispneia – respiração difícil. Qualquer modificação na frequência, tipo e profundidade 
• Eupneia → normal 
• Ortopneica → posição de conforto em caso de doença (abdução do membro 
anterior, estica o pescoço) 
• Dispneia → abdução de membros, boca aberta, cabeça e pescoço estendido, 
orelhas para trás 
➢ Dispneia inspiratória: inspiração prolongada e com sibilos ou ronco. Pode ser 
obstrução nas VAS - vias aéreas superiores; 
➢ Dispneia expiratória: Esforço exagerado para expiração. Pode ser 
broncopneumonia VAI - vias aéreas inferiores; 
 
- Ritmos respiratórios: 
• Mais para pequenos animais; 
 
LADO ESQUERDO E DIREITO 
 
- Auscultação 
• É feita a ausculta, palpação e percussão do tórax, campo pulmonar, laringe e 
traqueia do lado esquerdo e, posteriormente, do lado direito; 
• Auscultação: sons produzidos pela movimentação do ar na árvore traqueobrônquica; 
• Técnica: estação, repouso, silêncio. Auscultar nos espaços intercostais, em linhas 
horizontais e verticais; 
• Pode-se obstruir a respiração com as mãos ou com uma sacola (30 a 40 segundos) 
para maior intensidade do som. 
 
 
 
• Observar: 
➢ Força: normais, fracos, inaudíveis ou anormalmente fortes; 
➢ Momento: relação com respiração, inspiração e expiração; 
➢ Atenção para ruídos acessórios: pelos, músculos, rúmen, coração, partes do 
estetoscópio, dedos, referente à contenção etc. Pode-se molhar ou abaixar o 
pelo. 
 
- Campo pulmonar: 
 
• Bovinos: 11ei – 9ªc – 6ªc (2 dedos acima do cotovelo) 
• Equinos: 16 – 11 – 6 
• Caudal: Décimo primeiro espaço intercostal (120 do lado direito) 
• Intermediário: Metade da nona costela 
• Limite cranial: 2 a 3 dedos acima do olécrano (cotovelo do membro anterior) 
 
 
- Sons normais e focos de ausculta 
• Laringo-Traqueal: som forte e áspero (abertura e passagem do ar pela laringe). Está 
aumentado quando há estenose ou ↑ secreção. 
• Tráqueo-Brônquico: porção anterior do tórax (antigo sopro tubário) 
• Brônquio-Bronquiolar: som suave, terços finais do tórax (antigo murmúrio vesicular) 
 
- Sons Patológicos 
• Qualquer som anormal à auscultação – ronco, estertores (crepitações), sibilos, roce 
• Observar sempre sua força e seu momento 
• Principais sons anormais: 
 
Ronco: sons grosseiros e ásperos, geralmente por causas obstrutivas, na inspiração ou 
expiração; 
❖ Audível sem estetoscópio - ver ponto máximo de ausculta. 
❖ Indica: 
- Corpo estranho ou lesões na laringe, orofaringe, etc. 
- Cistos, pólipos ou granulomas nasais 
- Secreções viscosas nos brônquios (broncopneumonia), traqueíte. 
- Vibração na região faringeana (actino, abscesso) 
- Outros, sem estetoscópio: Espirro, “Ronqueira nasal” (movimentação de massa 
catarral nas VAS) e “sibilo nasal” (massa catarral com dificuldade de movimentação, 
aderida aos tecidos). 
 
Estertores ou crepitações: são estalidos devido à presença de secreção (exsudato), que 
forma bolhas. 
❖ Crepitação grossa: sons fortes, semelhante a velcro, quando há muito exudato, 
principalmente nas vias mais calibrosas. É menor com a tosse produtiva 
❖ Crepitação fina: sons mais curtos e descontínuos (bronquíolos) – pode ser edema 
pulmonar 
 
Sibilos: som agudo, tipo assobio, extenso e contínuo, indica broncoconstrição, 
principalmente na expiração; 
❖ Ex. pneumonia e desidratação. Às vezes podem ser ouvidos mesmo sem um 
estetoscópio. 
 
Roce pleural: ocorre quando há fibrina entre as pleuras, pelo atrito; 
 
Tosse: pode ser úmida (produtiva), seca (desidratado), ou paroxística (acesso de tosse). 
❖ Durante a alimentação? (irritação na orofaringe, muito fina, concorrência) 
❖ No bezerreiro? (gases, amônia) 
❖ Na pastagem? Parasitária (paroxística) 
❖ Vários animais? Surto, pólen, irritação, enzoótica 
 
 Expectoração: produto da tosse; 
 Não esquecer da hemoptise, o sangue que pode vir junto com a tosse. 
 
Outros: 
❖ Inspiração interrompida (soluço?) ocorre quando há dor – ex: pleuresia. 
❖ Sons inaudíveis ou “áreas surdas” (se há áreas surdas, é esperado sons fortes nas outras 
áreas). Ex: Hepatizadas, abscesso, muito exsudato. 
 
Obs: Pode ser útil que o proprietário segure a boca e nariz da vaca fechados por 15 a 
45 segundos para forçar a vaca para respirar fundo (ou usar saco plástico). Em 
bezerros é possível o próprio clínico fazer isso. 
 
 
CABEÇA E PESCOÇO 
- Inspeção, palpação, olfação, tato, percussão (ausculta das VAS) 
- Cabeça: 
• Observar simetria, contorno, forma e aumento de volume; 
- Focinho: 
• Normal (úmido, brilhante, íntegro) 
• Lábio leporino (consanguinidade) 
• Quente e ressecado (febre, desidratação.) 
• Mucosa normal ou com ferimentos e erosões 
• Odor do ar expirado (olfação: odor pútrido?) 
• Força e simetria do ar expirado (tato?) 
 
- Cavidade nasal: 
• Mucosas íntegras (cor rósea, sem lesões). 
• Ver obstruções, pólipos, explorar com o dedo; 
• Corrimento nasal: normal é seroso, transparente, brilhante; 
• Descarga nasal: Uni (VAS) ou bilateral (VAI), mas isso não é uma regra! 
➢ Tipo: mucoso, purulento, hemorrágico, partículas alimentares 
➢ Odor normal ou pútrido (tecidos necrosados na cavidade oral, PNM 
gangrenosa etc.) 
➢ Obs. Bezerros lambem! 
➢ Epistaxe: corrimento nasal sanguinolento – sangramento nasal ou pulmonar 
- Seios nasais: 
• Simetria, palpação, percussão 
• Percussão: dígito-digital ou martelo ou martelo-plessímetro, local silencioso 
• Seios Frontal e Maxilar: 
➢ Claro (som normal) 
➢ Maciço (secreção) - Sinusite 
- Olhos: 
• Corrimento, ptose (Síndrome de Horner) 
 
- Ouvidos: 
• Otite por mycoplasma associada à pneumonia; 
 
- Orofaringe: 
• Espéculo 
• Aumento de volume? Dor à palpação? 
• É necessário ter um abre boca 
• Casos de raiva 
 
- Laringe e Traqueia: 
• Inspeção e palpação externa, ausculta 
• Verificar: dor, sensibilidade, consistência, aumento de volume, mobilidade, som 
laringotraqueal 
 
- Linfonodos: 
• Linfonodos retro faringeanos, submandibulares e parotídeos 
• Linfonodos cervicais (pré escapulares) 
 
 
REGIÃO TORÁCICA 
 
- Costelas, espaços intercostais, limites e junções 
- Inspeção e palpação: Procurar aumento de volume (abcessos) ou depressões (fraturas na 
costela) 
- Dor (pleurites, fratura), enfisema, temperatura 
- Percussão torácica: deve ser realizada quando há sons anormais à resp. 
• Técnica – direção e intensidade da percussão 
➢ Percussão horizontal (1 a 6) 
➢ Percussão vertical (7 a 12) 
 
• Sons: 
➢ Claro (central) a submaciço nos limites 
➢ Timpânico (enfisema) 
➢ Maciço (edemas, hepatização etc) 
➢ Dor (pleuresia) 
 
EXAMES AUXILIARES 
 
- Endoscopia (inspeção e coleta de amostra, inclusive lavado) 
- Ultrassom, raio X , biopsia, etc. 
- Baerman 
- Aspiração transtraqueal (Lavado traqueal)- Toracocentese 
 
OBS: após a rotina geral do exame clínico podemos retornar aos locais com alteração! 
 
Semiologia do sistema urinário de ruminantes 
 
Introdução 
- Doenças do sistema urinário são menos comuns do que em outros sistemas. 
- Sinais clínicos pouco evidentes. 
• Algumas doenças específicas: obstrução de uretra, cistites, hematúria enzoótica. 
- Muitas vezes as doenças não são identificadas. Ex: como o rim é um órgão par, ele 
consegue manter sua função mesmo com ¾ do órgão afetado. 
- O exame da urina geralmente revela sinais de alterações em outros sistemas. 
- Avalia rins, ureteres, bexiga e uretra 
 
Funções: 
- Produção de urina e fluxo urinário; 
- Depuração (excretar produtos, exceto co2); 
- Equilíbrio hídrico/eletrolítico: homeostase; 
- Endócrina: peptídeos Natriuréticos (possuem a capacidade de aumentar a frequência 
cardíaca quando o débito está reduzido) e Vitamina D ativada (homeostase Ca e P); 
 
Identificação 
- Espécie: 
• Ruminantes machos tem o S peniano (flexura sigmóide) 
• Pequenos ruminantes têm o processo uretral 
 
- Sexo: 
• Ruminantes machos (urolitíase) 
• Vacas: manipulação p/ reprodução (urovagina, pielonefrite, cistite...); 
 
- Idade: 
• Ex. bezerros: persistência de úraco, onfalites, tristeza parasitária etc; 
• Touros zebuínos: acrobistite 
 
 
Exame clínico 
 
- História/ Anamnese 
 
- Exame Físico 
• Exame geral / inspeção à distância: micção e volume urinário, postura, aumento de 
volume, flegmão 
• Exame físico propriamente dito 
 
- Colheita de urina e urinálise; 
- Exames complementares (raio x, endoscopia, ultrassom, etc) 
Histórico/ Anamnese 
 
- Específica da doença: 
 
• Alterações na micção, frequência e volume urinário → esforça para urinar, dor (berra, 
gemidos..) pouca urina, com sangue 
• Cor da urina: vermelha ou escura (sangue ou hemoglobina?) 
• Agudo ou crônico (urolitíase x hematúria) 
• Alimentação: dietas com muito concentrado) 
 
- Pastagens com samambaia, tanner grass; 
 
- Confinamentos: 
• Corte: castrados?, uso anabolizantes, dieta alto grão 
• Leite: vacas em Free-stall – babesia, leptospira 
 
- Doenças pregressas 
• Samambaia – diátese, carcinomas, Hematúria Enzoótica); 
- Vacas: 
• Exames ginecológicos frequentes (cistites, urovagina) 
• Logo após o parto (distocias → iscúria; Cistite, pielonefrite → coágulos) 
- Vacina contra raiva?? (Lembrar de tenesmo, tétano,) 
 
 
Exame Geral e inspeção à distância 
 
- Estado de hidratação 
- Pele, pelo, mucosas 
- Micção: postura, dor, frequência… 
• Dorso arqueado p/cima (cifose), ou pra baixo (lordose) 
• Tenesmo (lembrar de raiva, tétano) 
• Observar a postura normal 
➢ Machos: flexão ventral ou nada 
➢ Fêmeas: ergue a cauda, abre as pernas e arqueia o dorso 
 
- Urina: cor, coágulos (sangue, hemoglobina); 
• Cálculos nos pelos do prepúcio ou apêndice uretral; 
 
- Contorno abdominal; 
• Aumentos de volume ventral (dentro ou fora da cavidade abdominal) 
• Flegmão na região do prepúcio etc 
 
- Micção e volume urinário 
 
• Bovinos →6-12L, 5-7 vezes/dia 
• Equinos → 3-6L 
• Ovinos e caprinos: 1-4 vezes/dia, 0,5 a 2L 
 
 
- Polaciúria, disúria, poliúria, oligúria, anúria, iIscúria, enurese 
 
• Polaciúria 
➢ Micção frequente, em pequenas quantidades. 
➢ Indica processos inflamatórios (cistites, pielonefrites) obstrutivos parcialmente 
(cálculos, coágulos). 
➢ Adicionais: cólica, lordose, dermatite local; 
 
• Disúria/ estrangúria 
➢ Difícil e dolorosa 
➢ Processos inflamatórios e obstrutivos na bexiga e uretra. 
➢ Em machos indica urolitíase ainda sem ruptura da uretra: posição de cavalete, 
gemido, protrusão anal, pulsação da uretra, troca o apoio nas pernas com 
frequência, ligeira lordose (curva para baixo), permanece mais tempo em 
posição de micção, vocalização em cabritinhos; 
➢ Em fêmeas indica pielonefrites e cistites, hematúria enzoótica: arqueamento do 
dorso (cifose), micção prolongada, sangue ou coágulos; 
➢ Embora com pouca frequência, também pode ocorrer nas lesões prepuciais 
(prolapso, abscesso, inflamação (postite), acrobistite) e penianas (parafimose, 
desvios, fraturas, hematomas e fibropapilomatose). 
 
• Poliúria e polidipsia 
➢ Aumento de volume associado à maior ingestão de água 
➢ Baixa capacidade de concentração (indica Insuficiência renal). 
➢ Observa-se densidade baixa. 
➢ Teste de concentração (se estiver desidratado não precisa e nem deve) 
 
• Oligúria e anúria 
➢ É a produção/micção de pouca ou nenhuma urina. 
➢ Indica doença renal, desidratação grave (ou obstrução de uretra em machos) 
➢ Pode levar à uremia. 
 
• Iscúria 
➢ Retenção de urina (ex. distocia) 
 
• Enurese 
➢ Incontinência urinária (Ex: trauma de seg. sacrais medula) 
 
 
Exame Físico 
 
- Rins: nefrites, pielonefrite, isquemia e nefrose, glomerulonefrite, hemorragia, infarto; 
 
• Bovino: 18 – 24 cm, lobulado, 13ª costela 
• Pequenos ruminantes: 5 a 7 cm, feijão 
• Equinos: 13 – 15 cm, bordas lisas, grão de feijão, 15ª costela 
 
- Palpação transretal: 
• Polo caudal do rim esquerdo, certa mobilidade 
• Bovino: 13ª costela, posição pode variar com o rúmen 
• Equino: 15ª costela, mais caudal que o direito 
• Verificar: Consistência e dor (nefrites, pielonefrites) 
 
- Ultrassom transretal 
 
- Ureteres 
• Acesso restrito: Ultrassom transretal 
• Tamanho e forma não palpáveis 
 
- Bexiga: ruptura, cistite, carcinoma (efeito da samambaia que gera hematúria enzoótica) 
• Palpação abdominal: possível em pequenos ruminantes quando cheia 
• Palpação transretal: localização, volume variável, melhor quando cheia. 
• Distendida na urolitíase sem ruptura 
• Cateterismo/sondagem 
• Endoscopia/Ultrassom 
 
- Uretra: obstrução, ruptura 
• Palpação externa (uretra pélvica e perineal quando aumentada) 
• Sondagem 
• Uretra de Ruminantes machos (S peniano) 
• Processo uretral em caprinos e ovinos 
• Divertículo sub-uretral em vacas 
• Pequenos cálculos no prepúcio 
• Uretroscopia 
 
- Urina 
• Coleta: Geralmente urinam ao se levantar (frasco no bolso) 
• Vaca ou bezerra: massagem na vulva 
• Cateter/sonda em vaca (divertículo) 
• Bezerro: massagem prepúcio 
• Touro: massagem transretal na bexiga, água morna no prepúcio 
• Carneiro: sufocamento – 40 segundos e ele vai urinar; 
• Cavalo/égua: sonda ou cateter após sedação com Acepran. 
• Diuréticos em ruminantes 
 
- Tira reagente 
• Proteinúria, Glicosúria, Cetonúria, Densidade, Bilirrubina, Cilindros, etc 
 
 
[ 
 
- Palpação externa 
• Flegmão 
• Pênis/Prepúcio: Integridade, divertículo em caprinos, cálculos nos pelos. 
 
- Exames Complementares 
• Endoscopia (Pp uretra, bexiga) 
• Ultrassonografia 
• Raio X 
• Exame de urina 
- Exemplos de afecções em bovinos 
 
• Urolítíase em ruminantes 
• Hematúria enzoótica 
• Leptospirose 
• Persistência do úraco e onfalites em bezerros 
• Acrobistite 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Semiologia dos sistemas respiratório e cardiovascular de cães e gatos 
Considerações gerais 
- Para compreender os achados clínicos é fundamental conhecer as funções básicas dos 
sistemas; 
- A apresentação clínica das doenças respiratórias e cardíacas é muito parecida; 
• Tosse em casos que o coração sofre de uma hipertrofia e comprime os brônquios 
principais, levando a um reflexo de tosse; 
• Dispneia e taquipneia que podem estar relacionados a um edema pulmonar 
consequente de uma insuficiência cardíaca congestiva esquerda, devido a uma 
endocardite de valva mitral. 
- Doenças em outros sistemas podem levar o animal a apresentar sinais clínicos semelhantes 
a patologias no sistema respiratório e no sistema cardiovascular; 
• Como, por exemplo, uma anemia devido a uma hemorragia, que irá cursar com 
dispneia, taquipneia e intolerância ao exercício.

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