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É importante saber que o hospital é uma das mais complexas empresas existentes, devido às suas múltiplas atividades e, já ao ser construído, exige a participação multidisciplinar, que deve ser qualificada, entender a importância das escolhas do material (piso, tipo de tintas, etc.), logística, porque o hospital é apontado como um importante reservatório de microrganismos nos serviços de saúde, especialmente os multirresistentes. Ainda, a presença de matéria orgânica favorece a proliferação de microrganismos e o aparecimento de insetos, roedores e outros, que podem veicular microrganismos nos serviços de saúde. O hospital tem sua origem em época muito anterior a era cristã, não há dúvida, que o cristianismo impulsionou e desvendou novos horizontes aos serviços de assistência, sob as mais variadas formas. A profissão médica foi, desta forma, estabelecida (Código Hammurabi - 2.250 a.C.), a remuneração dos médicos estaria mesmo cuidadosamente regulamentada por lei. Nesta época, se o paciente falecia ou perdia um órgão visual era o operador castigado severamente, tinha sua mão cortada. Hoje, o hospital não é mais uma organização onde os pobres e doentes são abandonados pelos familiares para morrer, ele se transformou em uma instituição preocupada com a cura da enfermidade, evolução tecnológica e com a qualidade de atendimento que garanta soluções para o usuário. Segundo o Ministério da Saúde do Brasil (ANVISA, 1997), hospital é definido como todo estabelecimento de saúde dotado de internação, meios diagnósticos e terapêuticos com objetivo de prestar assistência médica curativa e de reabilitação, podendo dispor de atividades de prevenção, assistência ambulatorial, atendimento de urgência/ emergência, de ensino e pesquisa. a) Nível de atenção à assistência: ✓ Secundário: atende o usuário com nível médio de complexidade. ✓ Terciário/quaternário: atende o usuário com maior complexidade. b) Porte: ✓ Pequeno: de 25 a 49 leitos. ✓ Médio: de 50 a 149 leitos. ✓ Grande: de 150 a 500 leitos. ✓ Extra ou especial: acima de 500 leitos. c) Natureza de assistência: ✓ Geral: atende usuários de várias especialidades. ✓ Especializado: atende usuário portador de patologias específicas. d) Natureza jurídica: ✓ Público: pertencente a qualquer esfera do governo, atende o usuário de modo gratuito. ✓ Privado filantrópico: particular com finalidade de atender determinada parcela de seus clientes de maneira gratuita. ✓ Privado com fins lucrativos: particular com objetivo de lucro. ✓ Privado sem fins lucrativos (beneficente): particular, mas objetiva o atendimento de determinado grupo de usuários ou comunidade. e) ✓ Curta permanência: o usuário permanece internado por período inferior a quinze dias. ✓ Longa permanência: o usuário permanece internado por período maior que quinze dias (MELLO, 2008). Após o estudo da história do hospital e sua evolução até os dias de hoje, vamos agora entender a necessidade de existir barreiras físicas e não físicas de um hospital. A RDC nº 50 de 21 de fevereiro de 2002, dispõe sobre o Regulamento Técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde. A unidade de Internação é definida como a que atende pacientes que necessitam de assistência direta programada por um período superior a 24 horas, ela obriga o edifício hospitalar a possuir uma infraestrutura complexa, que vai dos cuidados de alimentação e rouparia aos mais avançados equipamentos de diagnósticos. Segundo a Portaria nº 1.101/2002, o tempo médio de permanência hospitalar em dias por ano por internação, no Brasil, varia de 3 a 45 dias, a depender da especialidade envolvida. Elas são classificadas pelo tipo de pacientes que recebem e seu grau de complexidade do atendimento. Em relação aos pacientes, é possível separar as unidades por faixas etárias, como a de adultos, pediátricas, berçários, neonatologia e as da terceira idade. Ainda relativamente aos pacientes, deve haver um agrupamento por gênero e tipo de agravo, como as de clínica médica, clínica cirúrgica, obstetrícia, queimados e outras A unidade de internação necessita do apoio de outras unidades funcionais do hospital, se relacionando fundamentalmente com: apoio ao diagnóstico e à terapia, especialmente aos setores de: centro cirúrgico; imagenologia; métodos gráficos; medicina nuclear; patologia clínica; nutrição e dietética; processamento de roupa e farmácia. O apoio ao diagnóstico deve ocupar uma posição estratégica em relação à unidade de internação, garantindo-lhe fácil acesso. A RDC nº 50/2002 recomenda uma sala de serviço de enfermagem para cada trinta leitos hospitalares, devendo existir, no mínimo, um quarto que possa servir de isolamento. No caso da utilização de quartos de um leito, aconselha-se a adoção de, no máximo, 25 leitos. Esses módulos atendem ao estipulado por associações de classe de enfermeiros, em relação ao número de leitos por responsável técnico, e à economia de funcionamento do setor, que implica máximo aproveitamento do pessoal de enfermagem. Os setores básicos de uma unidade de internação englobam duas áreas: a de quartos e enfermarias e a de apoio. Os quartos e as enfermarias devem separar pacientes por faixa etária, sexo e patologia. Os quartos de isolamento podem possuir ou não antecâmara, a depender da patologia que tratam, e são posicionados, comumente, ou em fim de corredor para resguardá-los de fluxos indesejáveis, ou próximos ao posto de enfermagem para facilitar seu cuidado e vigilância. Ao construir um hospital, além da estrutura arquitetônica e a evolução tecnológica, há uma preocupação com a classificação das áreas em serviços de saúde. Para se adequarem à nova tecnologia, muitos serviços de saúde necessitaram de reformas ou ampliação das áreas construídas O objetivo da classificação das áreas é orientar as complexidades e o detalhamento dos serviços a serem executados nesses setores, de modo que o processo de limpeza e desinfecção de superfícies esteja adequado ao risco. Portanto, a definição das áreas foi feita considerando o risco potencial para a transmissão de infecções, sendo classificadas em áreas críticas, semicríticas e não críticas. Áreas críticas: são os ambientes onde existe risco aumentado de transmissão de infecção, é realizado procedimento de risco, com ou sem pacientes ou onde se encontram pacientes imunodeprimidos. São também considerados críticos os locais onde os profissionais manipulam constantemente materiais com alta carga infectante. São exemplos desse tipo de área: centro cirúrgico (CC), centro obstétrico (CO), unidade de terapia intensiva (UTI), unidade de diálise, laboratório de análises clínicas, banco de sangue, setor de hemodinâmica, unidade de transplante, de queimados, de isolamento, berçário de alto risco, central de material e esterilização (CME), lactário, serviço de nutrição. Devem ser limpas e desinfetadas diariamente São todos os compartimentos ocupados por pacientes com doenças infecciosas de baixa transmissibilidade e doenças não infecciosas. São exemplos desse tipo de área: ✓ Enfermarias e apartamentos; ✓ Ambulatórios; ✓ Banheiros; ✓ Posto de enfermagem; ✓ Elevador e corredores; ✓ Dietética (SND); ✓ Farmácia e área suja da lavanderia. Devem ser limpas diariamente. São todos os demais compartimentos dos estabelecimentos assistenciais de saúde não ocupados por pacientes e onde não se realizam procedimentos de risco. São exemplos desse tipo de área: ✓ Vestiário; ✓ Copa; ✓ Áreas administrativas; ✓ Almoxarifados; ✓ Secretaria; ✓ Sala de costura. Devem ser limpas diariamente. Atualmente, essaclassificação é questionada, pois o risco de infecção ao paciente está relacionado aos procedimentos aos quais ele é submetido, independentemente da área em que ele se encontra. Entretanto, pode nortear o líder, supervisor ou encarregado do Serviço de Limpeza e Desinfecção de Superfícies em Serviços de Saúde na divisão de atividades, dimensionamento de equipamentos, profissionais e materiais (ANVISA, 2010). A limpeza da unidade objetiva remover mecanicamente o acúmulo de matéria orgânica, reduzindo assim o número de microrganismos presentes. Ela pode ser de dois tipos: ✓ Limpeza concorrente. ✓ Limpeza terminal. Limpeza concorrente: é realizada diariamente, após a arrumação de cama, remoção de poeiras que se acumulam durante o dia nos mobiliários, normalmente é utilizado um pano úmido e é realizada pela equipe de enfermagem ou pelo serviço de higienização. Limpeza terminal: é realizada em todo o mobiliário do quarto do paciente, inclusive teto e piso. Essa limpeza é realizada pelo serviço de higienização, desde que devidamente treinados. A realização da limpeza requer conhecimentos básicos assépticos e o uso de técnica adequada, evitando assim a disseminação de microrganismos e contaminação ambiental. Nas unidades de internação em áreas críticas a limpeza concorrente é realizado 3x ao dia e quando se faz necessário, já a terminal é realizada após alta, óbito, transferência do paciente para outra unidade, ou semanal no caso dos pacientes que ficam internados por períodos prolongados.
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