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PECA 07 Recurso de Apelação Criminal

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CRIMINAL 
DE BELO HORIZONTE/MG 
 
(10 LINHAS) 
 
Processo n. ... 
 
Leonardo, já qualificado nos autos do processo em epígrafe, vem, por intermédio de 
seu advogado infra-assinado, com procuração em anexo, interpor RECURSO DE 
APELAÇÃO, com fulcro no art. 593, I, do Código de Processo Penal, em face da 
respeitável sentença prolatada por este douto juízo a quo, que condenou Leonardo 
por tentativa de roubo majorado pelo uso de arma de fogo. 
 
Em sequência, requer seja o recurso recebido e encaminhado ao Egrégio Tribunal 
de Justiça do Estado de Minas Gerais, já com as razões inclusas, com as garantias 
de estilo. 
 
Nestes termos, 
Pede deferimento 
Belo Horizonte/MG, 15.05.2017 
Advogado 
número da OAB 
 
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS. 
 
 
APELANTE: Leonardo 
APELADO: Ministério Público 
 
 
PROCESSO n. ... 
 
RAZÕES DE RECURSO DE APELAÇÃO 
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 
COLENDA CÂMARA 
 
1. DOS FATOS 
 
Desejando comprar um novo carro, Leonardo, 19 anos, decidiu praticar um crime de 
roubo em um estabelecimento comercial, com a intenção de subtrair o dinheiro 
constante do caixa. Sozinho, dirigiu-se ao estabelecimento comercial, nele ingressou 
e, no momento em que restava apenas um cliente, simulou portar arma de fogo e o 
ameaçou de morte, o que fez com que este cliente saísse. 
 
Após, antes de subtrair qualquer quantia do caixa, Leonardo notou que havia apenas 
um funcionário e que utilizava cadeira de rodas. Arrependido, Leonardo deixa o local 
sem nada subtrair, mas, já do lado de fora da loja, foi surpreendido por policiais 
militares. Estes realizam a abordagem, verificam que não havia nenhuma arma com 
ele. 
 
O Ministério Público requereu a conversão da prisão em flagrante em preventiva e 
denunciou Leonardo como incurso nas sanções penais do Art. 157, § 2º, inciso I, c/c 
o Art. 14, inciso II, ambos do Código Penal. 
 
O juiz da 1ª Vara Criminal de Belo Horizonte/MG converteu a prisão em flagrante em 
preventiva e recebeu a denúncia, sendo que o processo teve o seu prosseguimento 
regular. 
 
O homem ameaçado de morte jamais fora ouvido em juízo. Em juízo, o apelante 
confirma integralmente os fatos, destacando que se arrependeu do crime que 
praticaria. Constavam no processo a Folha de Antecedentes Criminais do acusado 
sem qualquer anotação e a Folha de Antecedentes Infracionais, ostentando uma 
representação pela prática de ato infracional análogo ao crime de tráfico, com 
decisão definitiva de procedência da ação socioeducativa. 
 
Em memoriais o Ministério Público requereu a condenação nos termos da denúncia. 
 
O advogado de Leonardo, contudo, renunciou aos poderes, razão pela qual, de 
imediato, o magistrado abriu vista para a Defensoria Pública apresentar alegações 
finais. 
 
Em sentença, o juiz julgou procedente a pretensão punitiva estatal. 
 
No momento de fixar a pena-base, reconheceu a existência de maus antecedentes 
em razão da representação julgada procedente em face de Leonardo enquanto era 
inimputável, aumentando a pena em 06 meses de reclusão. 
 
Na terceira fase, incrementou o magistrado em 1/3 a pena, justificando ser 
desnecessária a apreensão de arma de fogo, bastando a simulação de porte do 
material diante do temor causado à vítima. Com a redução de 1/3 pela modalidade 
tentada, a pena final ficou acomodada em 4 (quatro) anos de reclusão. 
 
O regime inicial de cumprimento de pena foi o fechado, justificando o magistrado 
que o crime de roubo é extremamente grave e que atemoriza os cidadãos de Belo 
Horizonte todos os dias. 
 
Intimado, o Ministério Público apenas tomou ciência da decisão. 
 
2. DOS DIREITOS 
 
2.1. Preliminares 
 
 
a) Da nulidade 
 
Em sede de alegações finais, o advogado constituído do apelante renunciou, sendo 
que o douto magistrado a quo abriu vista para a Defensoria Pública apresentar 
alegações finais. Ocorre que, diante da renúncia do advogado constituído, Leonardo 
deveria ter sido intimado para que optasse entre a constituição de novo defensor ou 
que ficasse assistido pela Defensoria Pública. Ao não intimar o acusado para que 
optasse pela constituição de novo advogado, o magistrado violou os princípios da 
ampla defesa, sendo que houve evidente prejuízo, pois as alegações finais foram 
apresentadas sem nenhum contato do Defensor Público com o acusado. 
 
Assim, cabível é a nulidade da sentença e de todo o processo desde o momento da 
apresentação das alegações finais. 
 
2.2 Do mérito 
 
 
a) Da desistência voluntária 
 
O réu se arrependeu e desistiu de praticar o delito antes mesmo de sua consumação 
ao ver o funcionário do estabelecimento com dificuldades de locomoção. Assim, está 
caracterizada a desistência voluntária, nos termos do art. 15, do Código Penal, e o 
acusado só responde pelos atos já praticados. Certo que não deve se levantar a 
hipótese da tentativa do delito, pois a tentativa se configura quando, iniciada a 
execução, o crime não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. 
O que houve foi desistência voluntária, que não se confunde com a tentativa. 
 
Assim, como houve desistência voluntária, Leonardo apenas responderia pelos atos 
já praticados. Restou comprovado o crime de ameaça ao cliente que estava no local, 
contudo ele jamais fora ouvido em juízo. O crime de ameaça, previsto no art. 147 do 
Código Penal, é de ação pública condicionada a representação, como esta nunca 
ocorreu, Leonardo não pode ser condenado por este delito pela ocorrência da 
decadência. Isto posto, deve o apelante ser absolvido do crime de roubo. 
 
2.3 Da subsidiariedade 
 
Na rara hipótese de ser mantida a condenação do apelante, com base no princípio 
da eventualidade expomos os seguintes argumentos: 
 
 
a) Dosimetria da Pena 
 
No momento de fixar a pena-base, o juízo a quo reconheceu a existência de maus 
antecedentes em razão da representação julgada procedente em face de Leonardo 
enquanto era inimputável, aumentando a pena em 06 meses de reclusão. Ocorre 
que a decisão definitiva de procedência da ação socioeducativa não deve ser 
considerada como maus antecedentes, fundamentando o aumento de pena acima 
do mínimo legal. Assim, a pena deve ser fixada em seu mínimo legal. 
 
No que diz respeito à segunda fase da dosimetria deve ser reconhecida a atenuante 
da menoridade relativa prevista no art. 65, I do Código Penal, sendo que Leonardo 
possui apenas 19 anos de idade. Também deve se reconhecer a atenuante da 
confissão espontânea, prevista no art. 65, III, d, do Código Penal. 
 
No que diz respeito a terceira fase da dosimetria da pena, deve ser afastada a 
incidência da causa de aumento de pena pelo uso de arma de fogo, pois não há 
nenhuma prova de sua utilização nem mesmo o laudo pericial, requisito fundamental 
na apuração do fato, nos termos do art. 158, do Código de Processo Penal. 
 
b) Do regime menos gravoso 
 
 
A opinião do julgador sobre a gravidade abstrata do crime não é motivação idônea 
para a imposição de regime mais severo do que o permitido segundo a pena 
aplicada, nos termos da súmula 718 do Supremo Tribuna Federal, sendo que à luz 
da súmula 719 do Supremo Tribunal Federal a imposição de regime mais severo do 
que a pena aplicada exige motivação idônea. Deve, portanto, ser aplicado o regime 
aberto ou semi-aberto, a depender da pena aplicada. 
c) Da suspensão condicional da pena 
 
Deve ser reconhecida a redução máxima de 2/3 da tentativa, devido ao iter 
criminis percorrido, o que enseja a aplicação da suspensão condicional da pena. 
 
 
3. PEDIDOS 
 
Diante de todo o exposto, requer aos Nobres Julgadores, o PROVIMENTO do 
presente recurso, bem como a reforma da sentença a fim de: 
 
a) nulidade da sentença proferida pelo juízo a quo e de todo o processo desde 
apresentação das alegações finais; 
 
b) reconhecimento da desistência voluntária, nos moldes do art. 15 do Código Penal; 
 
c) absolvição de Leonardo; 
 
d) fixação da pena em seu mínimo legal; 
 
e) reconhecimento dasatenuantes da menoridade relativa (art. 65, I, do Código 
Penal) e da confissão espontânea (art. 65, III, d, do Código Penal); 
 
f) a aplicação do regime aberto ou semiaberto, a depender da pena aplicada, pelo 
reconhecimento das súmulas 718 e 719, ambas do Supremo Tribunal Federal; 
 
g) provimento do recurso com a consequente expedição do alvará de soltura. 
 
Nestes termos 
Pede deferimento 
Belo Horizonte/MG, 15 de maio de 2017 
Advogado 
Número da OAB.

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