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. 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prefeitura Municipal de Curitiba/PR 
Auxiliar de Serviços Escolares 
 
3. Legislação 3.1 Constituição da República Federativa do Brasil de 1988: Título II, Capítulo I – Dos 
Direitos e Deveres Individuais e Coletivos (artigo 5º) .............................................................................. 1 
 
3.2 Lei Federal nº 8.069/90 - Estatuto da Criança e do Adolescente – Livro I: Parte Geral, Título I; Título 
II, Capítulos I, II e IV; Título III, Capítulos I e II e Livro II: Parte Especial, Título II, Capítulos I e II e Título 
V, Capítulos I, II, III, IV e V ....................................................................................................................... 9 
 
3.3 Decreto Federal n° 6949/2009 – Convenção sobre os direitos das pessoas com deficiência - 
Promulga a Convenção Internacional sobre os direitos das pessoas com deficiência e seu protocolo 
facultativo, assinados em Nova York, em 30 de março de 2007 ............................................................. 73 
 
3.4 Decreto Legislativo nº 186/2008 – Aprova o texto da convenção sobre os direitos das Pessoas com 
Deficiência e de seu Protocolo facultativo, assinados em Nova York, em 30/03/2007 ............................ 92 
 
 
 
Candidatos ao Concurso Público, 
O Instituto Maximize Educação disponibiliza o e-mail professores@maxieduca.com.br para dúvidas 
relacionadas ao conteúdo desta apostila como forma de auxiliá-los nos estudos para um bom 
desempenho na prova. 
As dúvidas serão encaminhadas para os professores responsáveis pela matéria, portanto, ao entrar 
em contato, informe: 
- Apostila (concurso e cargo); 
- Disciplina (matéria); 
- Número da página onde se encontra a dúvida; e 
- Qual a dúvida. 
Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhá-las em e-mails separados. O 
professor terá até cinco dias úteis para respondê-la. 
Bons estudos! 
 
1173339 E-book gerado especialmente para LEANDRO DE PAULA LAGE
 
. 2 
 
 
TÍTULO II 
Dos Direitos e Garantias Fundamentais 
CAPÍTULO I 
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS 
 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos 
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à 
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição; 
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei; 
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante; 
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; 
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, 
moral ou à imagem; 
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos 
religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias; 
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e 
militares de internação coletiva; 
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou 
política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir 
prestação alternativa, fixada em lei; 
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, 
independentemente de censura ou licença; 
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito 
a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; 
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do 
morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por 
determinação judicial; 
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das 
comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei 
estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal; 
 XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações 
profissionais que a lei estabelecer; 
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário 
ao exercício profissional; 
XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos 
da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens; 
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, 
independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para 
o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente; 
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar; 
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, 
sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento; 
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas 
por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado; 
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado; 
XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para 
representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente; 
XXII - é garantido o direito de propriedade; 
 XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; 
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, 
ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos 
nesta Constituição; 
3. Legislação 
3.1 Constituição da República Federativa do Brasil de 1988: Título II, 
Capítulo I – Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos (artigo 5º). 
1173339 E-book gerado especialmente para LEANDRO DE PAULA LAGE
 
. 3 
XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade 
particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano; 
XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será 
objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei 
sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento; 
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, 
transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar; 
XXVIII - são assegurados, nos termos da lei: 
a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz 
humanas, inclusive nas atividades desportivas; 
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que participarem 
aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas; 
XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, 
bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros 
signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do 
País; 
XXX - é garantido o direito de herança; 
XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em 
benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do 
"de cujus"; 
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor; 
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou 
de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, 
ressalvadasaquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; 
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: 
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de 
poder; 
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de 
situações de interesse pessoal; 
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito; 
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada; 
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção; 
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados: 
a) a plenitude de defesa; 
b) o sigilo das votações; 
c) a soberania dos veredictos; 
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida; 
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal; 
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; 
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais; 
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos 
termos da lei; 
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura , o 
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por 
eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; 
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra 
a ordem constitucional e o Estado Democrático; 
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a 
decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles 
executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido; 
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: 
a) privação ou restrição da liberdade; 
b) perda de bens; 
c) multa; 
d) prestação social alternativa; 
e) suspensão ou interdição de direitos; 
XLVII - não haverá penas: 
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; 
b) de caráter perpétuo; 
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. 4 
c) de trabalhos forçados; 
d) de banimento; 
e) cruéis; 
XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a 
idade e o sexo do apenado; 
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral; 
L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos durante 
o período de amamentação; 
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes 
da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na 
forma da lei; 
LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião; 
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente; 
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal; 
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados 
o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; 
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos; 
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória; 
LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses 
previstas em lei; 
LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal; 
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o 
interesse social o exigirem; 
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade 
judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em 
lei; 
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao 
juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada; 
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe 
assegurada a assistência da família e de advogado; 
LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório 
policial; 
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária; 
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com 
ou sem fiança; 
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e 
inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel; 
LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer 
violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder; 
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado 
por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for 
autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público; 
LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: 
a) partido político com representação no Congresso Nacional; 
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento 
há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados; 
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne 
inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, 
à soberania e à cidadania; 
LXXII - conceder-se-á habeas data: 
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de 
registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público; 
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou 
administrativo; 
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao 
patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio 
ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas 
judiciais e do ônus da sucumbência; 
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LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência 
de recursos; 
LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do 
tempo fixado na sentença; 
LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei: 
a) o registro civil de nascimento; 
b) a certidão de óbito; 
LXXVII - são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos 
necessários ao exercício da cidadania. 
LXXVIII a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo 
e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. 
§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata. 
§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime 
e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil 
seja parte. 
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada 
Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão 
equivalentes às emendas constitucionais. 
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de TribunalPenal Internacional a cuja criação tenha manifestado 
adesão. 
 
Questões 
 
01. (TJ/PA - Juiz de Direito Substituto - VUNESP/2014) O texto constitucional, em seu artigo 5º, 
caput, prevê expressamente valores ou direitos fundamentais ao ditar literalmente que todos são iguais 
perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros 
residentes no País a inviolabilidade do direito. 
(A) à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade. 
(B) à vida, à liberdade, à segurança, à intimidade e à dignidade. 
(C) à vida, à dignidade, à intimidade e à igualdade. 
(D) à vida, à liberdade, à fraternidade, à dignidade. 
(E) à vida, à liberdade e à intimidade. 
 
02. (PC/TO - Delegado de Polícia - Aroeira/2014) Dispõe a Constituição Federal, no Título dos 
Direitos e Garantias Fundamentais, que a prisão ilegal será imediatamente: 
(A) revogada pela autoridade policial competente. 
(B) substituída por fiança. 
(C) relaxada pela autoridade judiciária. 
(D) substituída por monitoração eletrônica. 
 
03. (SEAP/DF - Analista Direito - IADES/2014) Em relação aos Direitos e Garantias Fundamentais, 
preconizados pela Constituição Federal, assinale a alternativa correta. 
(A) É livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, após regular 
processo de censura e (ou) licença. 
(B) É livre a manifestação do pensamento, bem como o anonimato. 
(C) O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por organização sindical, entidade de 
classe ou associação legalmente constituída e sem limite mínimo de funcionamento, em defesa dos 
interesses de seus membros ou associados. 
(D) Qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise anular ato lesivo ao 
patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio 
ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, necessitando, contudo, o autor, recolher as custas judiciais. 
(E) A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos 
povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações. 
 
04. (DPE/DF - Analista - Assistência Judiciária - FGV/2014) A natureza dos tratados internacionais 
de direitos humanos sempre geraram debates na doutrina e na jurisprudência. A controvérsia, entretanto, 
foi reduzida após a aprovação da Emenda Constitucional n° 45/2004, que inseriu o § 3° do Art. 5° na 
Constituição da República. Sobre o tema, é correto afirmar que: 
(A) os tratados internacionais de direitos humanos possuem hierarquia de lei ordinária. 
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. 6 
(B) os tratados internacionais de direitos humanos aprovados antes da Emenda Constitucional n° 
45/2004 possuem hierarquia de lei ordinária. 
(C) os tratados internacionais de direitos humanos aprovados de acordo com o procedimento previsto 
no Art. 5, § 3° da Constituição Federal de 1988 têm status de emenda constitucional. 
(D) os tratados internacionais de direitos humanos aprovados de acordo com o procedimento previsto 
no Art. 5, § 3° da Constituição Federal de 1988 possuem status supralegal e infraconstitucional. 
(E) antes da Emenda Constitucional n° 45/2004, o Supremo Tribunal Federal entendia que os tratados 
internacionais de direitos humanos possuíam status supralegal. 
 
05. (PC/SP - Delegado de Polícia - VUNESP/2014) Quanto às garantias constitucionais e à privação 
da liberdade, assinale a alternativa correta. 
(A) Conceder-se-á habeas corpus sempre que a lei admitir a liberdade provisória. 
(B) O preso será informado de seus direitos, dentre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe 
assegurada a remoção para estabelecimento perto de sua família. 
(C) O preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório 
policial, exceto nos crimes inafiançáveis. 
(D) A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados no primeiro dia útil ao 
juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada. 
(E) Ninguém será levado à prisão ou nela mantido quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou 
sem fiança. 
 
06. (PC/SP - Investigador de Polícia - VUNESP/2014) Considerando o disposto na Constituição 
Federal sobre os direitos e garantias fundamentais, assinale a alternativa correta. 
(A) Todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, desde que obtida 
prévia autorização do delegado de polícia e não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o 
mesmo local 
(B) É reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurada a competência 
para o julgamento dos crimes dolosos e culposos contra a vida. 
(C) A lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia, entre outros, a prática 
da tortura e o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins 
(D) É inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das 
comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem do juiz ou do promotor de justiça, na forma 
da lei. 
(E) A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do 
morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante à noite, por 
determinação judicial. 
 
07. (PC/SP - Escrivão de Polícia - VUNESP/2014) Assinale a alternativa correta a respeito dos direitos 
e garantias fundamentais previstos na Constituição Federal de 1988. 
(A) A lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o 
interesse social o exigirem. 
(B) Conceder-se-á habeas data sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o 
exercício dos direitos e liberdades constitucionais. 
(C) A lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, a privação ou a restrição da 
liberdade, a perda de bens e o banimento 
(D) Constituem crimes inafiançáveis e imprescritíveis o racismo, a tortura, o tráfico ilícito de 
entorpecentes e os definidos como crimes hediondos. 
(E) Nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum praticado 
antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento com terrorismo. 
 
08. (PC/MG - Investigador de Polícia - FUMARC/2014) Sobre as garantias fundamentais 
estabelecidas na Constituição Federal, é CORRETO afirmar que 
(A) a Lei Penal é sempre irretroativa. 
(B) a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível. 
(C) não haverá pena de morte em nenhuma circunstância. 
(D) os templos religiosos, entendidos como casas de Deus, possuem garantia de inviolabilidade 
domiciliar. 
 
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. 7 
09. (PC/MG - Investigador de Polícia - FUMARC/2014) NÃO figura entre as garantias expressas no 
artigo 5º da Constituição Federal: 
(A) a obtenção de certidões em repartições públicas. 
(B) a defesa do consumidor, prevista em estatuto próprio. 
(C) o respeito à integridade física dos presos, garantido pela lei de execução penal. 
(D) a remuneração do trabalho noturno superior ao diurno, posto que contido na legislação ordinária 
trabalhista. 
 
10. (PC/MG - Investigador de Polícia - FUMARC/2014) A casa é asilo inviolável do indivíduo, 
podendo-se nela entrar, sem permissão do morador, EXCETO 
(A) em caso de desastre. 
(B) em caso de flagrante delito. 
(C) para prestar socorro. 
(D) por determinação judicial, a qualquer hora. 
 
11. (PC/MG - Investigador de Polícia - FUMARC/2014) Sobre a Tutela Constitucional das Liberdades, 
é CORRETO afirmar: 
(A) O Habeas Corpus é remédio utilizado contra ameaça ou privação ilegal do direito de locomoção. 
(B) O Habeas Corpus só pode ser impetrado contra ato de Autoridade Pública, denominada de 
Coatora. 
(C) Só o próprio lesado ou ameaçado no seu direito de ir e vir pode impetrar Habeas Corpus em seu 
favor. 
(D) Tanto o Habeas Corpus liberatório quantoo preventivo são aplicáveis nas mesmas circunstâncias. 
 
Respostas 
 
01. Resposta: “A”. Prevê o caput do artigo 5º, CF: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de 
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade 
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade [...]”. 
 
02. Resposta: “C”. É o disposto no artigo 5º, LXV, CF: “a prisão ilegal será imediatamente relaxada 
pela autoridade judiciária”. 
 
03. Resposta: “E”. A alternativa “A” está incorreta porque vedado o processo de censura e a 
concessão de licença prévia (artigo 5º, IX, CF); a “B” está incorreta porque o anonimato é vedado (artigo 
5º, IV, CF); a “C” está incorreta porque o limite mínimo de funcionamento é de 1 ano (artigo 5º, LXX, “b”, 
CF); a “D” está incorreta porque na ação popular há isenção de custas, como regra (artigo 5º, LXXIII, CF). 
Somente resta a alternativa “E”, que traz o teor do artigo 4º, parágrafo único, CF: “a República Federativa 
do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando 
à formação de uma comunidade latino-americana de nações”. 
 
04. Resposta: “C”. Os tratados de direitos humanos, a partir da Emenda Constitucional n° 45/04, 
cumpridas as condições do artigo 5°, §3° são considerados como emendas constitucionais. No mais, o 
Supremo Tribunal Federal decidiu no dia 05 de dezembro de 2008, após a Emenda Constitucional nº 
45/2004, que é ilegal a prisão civil do depositário infiel, utilizando-se da tese de que os tratados de direitos 
humanos têm status supralegal, ou seja, encontram-se acima das leis ordinárias, porém abaixo da 
Constituição Federal. Neste sentido, a súmula vinculante n° 25 e Habeas Corpus n° 87.585-8/TO. 
 
05. Resposta: “E”. “A” está incorreta porque o habeas corpus cabe “sempre que alguém sofrer ou se 
achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso 
de poder” (artigo 5º, LXVIII, CF); “B” está incorreta porque “o preso será informado de seus direitos, entre 
os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado” (artigo 
5º, LXIII, CF), logo, assegura-se a assistência da família mas não a remoção do estabelecimento; “C” está 
errada porque “o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu 
interrogatório policial” (artigo 5º, LXIV, CF), regra que vale mesmo nos crimes inafiançáveis pois a 
Constituição não cria exceção; “D” está errada porque a comunicação ao juiz é imediata (artigo 5º, LXII, 
CF) e não no primeiro dia útil. Somente resta a alternativa “E”, que traz o teor do artigo 5º, LXVI, CF: 
“ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem 
fiança”. 
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06. Resposta: “C”. “A” está incorreta porque a autorização é dispensada (artigo 5º, XVI, CF); “B” 
porque o júri não julga crimes culposos contra a vida, só dolosos (artigo 5º, XXXVIII, CF); “D” porque a 
ordem deve ser judicial e não pode partir do Ministério Público (artigo 5º, XII, CF); “E” porque o ingresso 
por determinação judicial se dá durante o dia (artigo 5º, XI, CF). Somente resta “C”, que traz a previsão 
do artigo 5º, XLIII, CF: “a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática 
da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes 
hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem”. 
 
07. Resposta: “A”. Preconiza o artigo 5º da Constituição em seu inciso LX: “a lei só poderá restringir 
a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem”, 
restando “A” correta. “B” está incorreta porque descreve a finalidade do mandado de injunção; “C” está 
incorreta porque perda de bens (confisco) e banimento são penas vedadas; “D” está incorreta porque 
estes crimes não são imprescritíveis, mas sim “insuscetíveis de graça ou anistia”, além de inafiançáveis; 
“E” está incorreta porque após a naturalização somente se extradita por envolvimento com tráfico ilícito 
de entorpecentes. 
 
08. Resposta: “B”. Neste sentido, prevê o artigo 5º, XLII, CF: “XLII - a prática do racismo constitui 
crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei”, restando “B” correta. 
“A” é incorreta porque a lei penal retroage para beneficiar o réu; “C” é incorreta porque é aceita a pena de 
morte para os crimes militares praticados em tempo de guerra; “D” é incorreta porque igrejas não possuem 
inviolabilidade domiciliar. 
 
09. Resposta: “D”. Embora o direito previsto na alternativa “D” seja um direito fundamental, não é um 
direito individual, logo, não está previsto no artigo 5º, e sim no artigo 7º, CF, em seu inciso IX 
(“remuneração do trabalho noturno superior à do diurno”). 
 
10. Resposta: “D”. A propósito, o artigo 5º, XI, CF dispõe: “a casa é asilo inviolável do indivíduo, 
ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou 
desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial”. Sendo assim, não cabe 
o ingresso por determinação judicial a qualquer hora, mas somente durante o dia. 
 
11. Resposta: “A”. Prevê a Constituição em seu artigo 5º, LXVIII: “LXVIII - conceder-se-á habeas 
corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade 
de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder”. Sendo assim, trata-se de ação que tem por fim 
proteger a liberdade de locomoção. 
 
3.2 Lei Federal nº 8.069/90 - Estatuto da Criança e do Adolescente – Livro I: Parte Geral, Título I; Título 
II, Capítulos I, II e IV; Título III, Capítulos I e II e Livro II: Parte Especial, Título II, Capítulos I e II e Título 
V, Capítulos I, II, III, IV e V. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990 
 
Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências. 
 
LIVRO I 
PARTE GERAL 
Título I 
Das Disposições Preliminares 
 
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente. 
 
O Estatuto da Criança e do Adolescente - Lei nº 8.069/1990, é reconhecido internacionalmente como 
um dos mais avançados Diplomas Legais dedicados à garantia dos direitos da população infanto-juvenil.1 
As crianças e adolescentes brasileiros são protegidos por uma série de regras e leis estabelecidas 
pelo país. Após anos de debates e mobilizações, chegou-se ao consenso de que a infância e a 
adolescência devem ser protegidas por toda a sociedade das diferentes formas de violência. Também 
acordou-se que todos somos responsáveis por garantir o desenvolvimento integral desse grupo. 
Em vigor desde 1990, o ECA é considerado um marco na proteção da infância e tem como base a 
doutrina de proteção integral, reforçando a ideia de "prioridade absoluta" da Constituição. 
No ECA estão determinadas questões, como os direitos fundamentais das crianças e dos 
adolescentes; as sanções, quando há o cometimento de ato infracional; quais órgãos devem prestar 
assistência; e a tipificação de crimes contra criança.2 
A doutrina de proteção integral à criança consagrada na Convenção Internacional sobre os Direitos da 
Criança e da Organização das Nações Unidas (1989) e na Declaração Universal dos Direitos da Criança 
(1959), assim como pela constituição da República Federativa do Brasil e pelo Estatuto da Criança e do 
Adolescente – ECA, designa um sistema em que crianças e adolescentes, até 18 (dezoito) anos de idade, 
são considerados titulares de interesses subordinados, frente à família, à sociedade e ao Estado, cujos 
princípios, estão sintetizados no caput do artigo 227 da Constituição Federal. 
A teoria de proteçãointegral parte da compreensão de que as normas que cuidam de crianças e de 
adolescentes devem concebê-los como cidadãos plenos, porém sujeitos à proteção prioritária, tendo em 
vista que são pessoas em desenvolvimento físico, psicológico e moral.3 
 
 
 
O Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA, é um conjunto de normas do 
ordenamento jurídico brasileiro que tem como objetivo a proteção integral da criança e 
do adolescente, aplicando medidas e expedindo encaminhamentos para o juiz. É o 
marco legal e regulatório dos direitos humanos de crianças e adolescentes. 
 
 
O ECA teve como inspiração as diretrizes fornecidas pela Constituição Federal de 1988, 
internalizando uma série de normativas internacionais, como a Declaração dos Direitos da Criança; as 
 
1 Digiácomo, Murillo José, 1969- Estatuto da criança e do adolescente anotado e interpretado / Murillo José Digiácomo e Ildeara Amorim 
Digiácomo.- Curitiba .. Ministério Público do Estado do Paraná. Centro de Apoio Operacional das Promotorias da Criança e do Adolescente, 
2013. 6ª Edição. Disponível em: http://www.crianca.mppr.mp.br/arquivos/File/publi/caopca/eca_anotado_2013_6ed.pdf. 
2 Direitos da Infância – ECA e legislação. Disponível em: http://www.promenino.org.br/direitosdainfancia/eca-e-
legislacao?utm_source=Grants2014&utm_medium=Adwords&utm_campaign=Adwords-GrantsFT&gclid=CJutx7WT. 
3 LUZ, Wirlande da. A doutrina de proteção integral à criança. Disponível em: 
http://www.crmrr.cfm.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=21021:a-doutrina-de-protecao-integral-a-crianca&catid=46:artigos. 
3.2 Lei Federal nº 8.069/90 - Estatuto da Criança e do 
Adolescente – Livro I: Parte Geral, Título I; Título II, 
Capítulos I, II e IV; Título III, Capítulos I e II e Livro II: Parte 
Especial, Título II, Capítulos I e II e Título V, Capítulos I, II, III, 
IV e V. 
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Regras mínimas das Nações Unidas para administração da Justiça da Infância e da Juventude - Regras 
de Beijing; e as Diretrizes das Nações Unidas para prevenção da Delinquência Juvenil. 
O Estatuto divide-se em 2 livros: o primeiro trata da proteção dos direitos fundamentais à pessoa em 
desenvolvimento e o segundo trata dos órgãos e procedimentos protetivos. Encontram-se os 
procedimentos de adoção (Livro I, capítulo V), a aplicação de medidas socioeducativas (Livro II, capítulo 
II), do Conselho Tutelar (Livro II, capítulo V), e também dos crimes cometidos contra crianças e 
adolescentes. 
 
 
 
A partir do Estatuto, crianças e adolescentes brasileiros, sem distinção de raça, 
cor ou classe social, passaram a ser reconhecidos como sujeitos de direitos e 
deveres, considerados como pessoas em desenvolvimento a quem se deve 
prioridade absoluta do Estado. 
 
 
O objetivo estatutário é a proteção dos menores de 18 anos, proporcionando a eles um 
desenvolvimento físico, mental, moral e social condizentes com os princípios constitucionais da liberdade 
e da dignidade, preparando para a vida adulta em sociedade. 
O ECA estabelece direitos à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, 
à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade, à convivência familiar e comunitária para meninos e 
meninas, e também aborda questões de políticas de atendimento, medidas protetivas ou medidas 
socioeducativas, entre outras providências. Trata-se de direitos diretamente relacionados à Constituição 
da República de 1988. 
Dispõe, ainda, que nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, 
discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, por qualquer pessoa que seja, devendo ser 
punido qualquer ação ou omissão que atente aos seus direitos fundamentais. 
 
Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade 
incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade. 
Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se excepcionalmente este Estatuto às 
pessoas entre dezoito e vinte e um anos de idade. 
 
IMPORTANTE: 
 
 
 
 
Em conformidade com o Art. 2º, ECA: Considera-se: CRIANÇA: o ser de 0 a 12 
anos incompletos. 
 
 
 
 
 
Em conformidade com o Art. 2º, ECA: Considera-se: ADOLESCENTE: o ser de 12 a 18 
anos incompletos. 
 
 
ATENÇÃO: 
 
 
 
EXCEÇÃO: Art. 2º, parágrafo único, ECA: Excepcionalmente, nos casos previstos em lei, 
aplicam-se as regras atinentes ao ECA, ao ser de 18 até 21 anos de idade. 
 
De acordo com os Artigos 27 do Código Penal; 228 da CF; e 104 do ECA, os menores de 18 anos são 
penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas na legislação especial, ou seja, 
ECA. 
 
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Em conformidade com o Art. 103 do Eca, Crime ou Contravenção Penal, praticados por criança ou 
adolescente, recebe a denominação de Ato Infracional. 
 
São consequências do Ato Infracional: 
 
Se criança: aplicação de medidas de proteção (vide Artigos 98 e 101 do ECA), sempre que os direitos 
reconhecidos em lei forem ameaçados ou violados, por ação ou omissão da sociedade ou do estado; por 
falta, omissão ou abuso dos pais ou responsáveis; e em razão de sua conduta; 
Se adolescente: aplicação de medidas de proteção ou medidas sócio – educativas (vide Art. 112 do 
ECA), em caso de cometimento de ato infracional. 
 
A gradação dos atos infracionais praticados, para fim de aplicação ou de medida de proteção, ou 
medida sócio- educativa ao adolescente é considerada de acordo com: gravidade do ato infracional; 
reincidência ou primariedade do adolescente. Quando o ato infracional for praticado sem violência, 
bastará elaboração de um boletim circunstanciado pela autoridade policial. 
 
O Estatuto da Criança e do Adolescente admite ainda, a internação provisória do adolescente que 
for apreendido em flagrante pela prática de ato infracional. Nesse caso, a internação antes da sentença 
poderá ser determinada pelo prazo máximo de 45 dias e a decisão que a determinar deverá ser 
fundamentada e basear-se em indícios suficientes de autoria e materialidade, demonstrada a 
necessidade imperiosa da medida. A internação deverá ser aplicada quando se tratar de ato infracional 
cometido mediante grave ameaça ou violência à pessoa, por reiteração no cometimento de outras 
infrações graves, ou por descumprimento reiterado e injustificável da medida anteriormente imposta. 
 
Como ocorre em relação aos acusados em geral, o adolescente civilmente identificado não será 
submetido à identificação compulsória pelos órgãos policiais, de proteção e judiciais, salvo para efeito de 
confrontação, havendo dúvida fundada. 4 
 
De acordo com o Art. 106 do ECA, apenas o adolescente será privado de sua liberdade, somente 
nas hipóteses de flagrante delito de ato infracional, ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade 
judiciária competente. 
 
Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa 
humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se lhes, por lei ou 
por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento 
físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade. 
 
Às crianças e adolescentes são reportados os direitos fundamentais inerentes ao ser humano, qual 
pessoa nascida com vida. Esse artigo está em consonância com o art. 227 da Constituição Federal e com 
o artigo 11 e seguintes do Código Civil. Os direitos fundamentais são irrenunciáveis, intransmissíveis, 
inalienáveis e imprescritíveis, não podendo seu exercício sofrer limitação voluntária. 
Os direitos fundamentais conferidos a criança e ao adolescente devem ser garantidos por leis e 
políticas públicas que assegurem ao menor o pleno desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e 
social.5 
 
Art. 4º É dever da família,da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, 
com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à 
educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade 
e à convivência familiar e comunitária. 
Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende: 
a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias; 
b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública; 
c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas; 
 
4 RODRIGUES, Ana Paula da Fonseca; e CAPOBIANCO, Rodrigo Julio. Direito Penal - Série Como se preparar para o Exame de Ordem – 
1ª fase. São Paulo: Método, 2007. 
5 Disponível em: http://www.direitocom.com/estatuto-da-crianca-e-adolescente-comentado/titulo-i-das-disposicoes-preliminares-do-artigo-
1o-ao-6o/artigo-3. 
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d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção à 
infância e à juventude. 
 
A instituição familiar é a base da sociedade, sendo indispensável à organização social, conforme 
preceitua o Art. 226 da Constituição Federal. Não sendo regra, mas os adolescentes correm maior risco 
quando fazem parte de famílias desestruturadas ou violentas. 
Cabe aos pais o dever de sustento, guarda e educação dos filhos, não constituindo motivo de escusa 
a falta ou a carência de recursos materiais, sob pena da perda ou a suspensão do pátrio poder. 
Caso a família natural, comunidade formada pelos pais ou qualquer deles e seus descendentes, 
descumpra qualquer de suas obrigações, a criança ou adolescente serão colocados em família substituta 
mediante guarda, tutela ou adoção. 
 
Em consenso com o art. 227 da Constituição Federal esse preceito aduz a união do Estado, da família 
e da sociedade em prol da proteção primária ao menor. O dispositivo invoca o compromisso do Estado 
para com a família em garantir a todos os seus membros dignidade e tratamento igualitário e na efetivação 
dos direitos fundamentais da criança e do adolescente. Para isso o fortalecimento da família como 
instituição é fundamental, a fim de garantir assistência integral na formação da personalidade do menor. 
As prioridades garantidas ao menor pelo texto legal visam a proteção de seus direitos fundamentais e 
estão instituídas de forma absoluta, mas necessitam de efetiva implementação para alcançar todos os 
menores e que esses recebam proteção e socorro em quaisquer circunstância, não sejam preteridos no 
atendimento em, serviços públicos ou de relevância pública, e principalmente tenham preferência na 
formulação e na execução das políticas sociais públicas com a destinação privilegiada de recursos 
públicos nas áreas relacionadas com a proteção à infância e à juventude. 
No entanto, embora garantidos direitos fundamentais ao menor que são tutelados por uma legislação 
moderna e bem elaborada como o ECA que promove sobremaneira o nascimento e o desenvolvimento 
da criança em condições dignas de existência, o que se percebe na prática é a falta e compromisso e 
omissão da sociedade e do Estado diante de tantos registros graves em face da criança e do adolescente. 
Embora o estatuto conclame a união de forças em prol da máxima proteção ao menor essa somente 
será efetiva se for estabelecida uma política séria de atendimento a esses direitos fundamentais, por um 
conjunto articulado de ações governamentais e não governamentais, de todos os entes da federação 
brasileira, mobilizando o Ministério Público, o Judiciário, os Conselhos Tutelares, profissionais da área da 
educação e saúde, para traçar mecanismos que revertam ou diminuam os efeitos de lesão a direitos 
minoristas que deixam sequelas irreversíveis naqueles que são o futuro de nossa sociedade. 
São garantias que não podemos ver transformadas em sofismo do texto legal, mas que queremos 
implementadas com a promoção e coordenação de ações em todas as esferas da sociedade.6 
 
Jurisprudência: 
Administrativo – Processual civil – Proteção de interesse difuso – Sistema da proteção integral – 
Criança e adolescente – Sujeitos de direitos – Princípios da absoluta prioridade e do melhor interesse da 
criança – Notícia de vulnerabilidade social – Necessidade de atuação urgente do poder judiciário no 
sentido de determinar a adoção de todas as medidas cabíveis e necessárias para a proteção dos menores 
envolvidos – Precedente do STJ – 1- Não há que se falar nos óbices recursais mencionados pela parte 
ora agravante tendo em vista que a tese suscitada no recurso especial, além de ter sido devidamente 
prequestionada, não depende da análise do conjunto fático e probatório constante dos autos. Isso porque 
não se discute aspectos fáticos da quaestio, mas tão somente a necessidade de exaurimento de 
instâncias junto ao Conselho Tutelar para recorrer ao Poder Judiciário, o que evidentemente é questão 
de direito passível de ser conhecida em recurso especial. 2- No mérito, quanto à necessidade de 
exaurimento das instâncias administrativas junto ao Conselho Tutelar para, então, poder recorrer ao 
Juizado da Infância e Juventude, verifica-se que este Sodalício possui o entendimento de que o artigo 
153 do Estatuto da Criança e do Adolescente permite ao Juiz, até mesmo de ofício, ouvido o Ministério 
Público, adequar o procedimento às peculiaridades do caso, ordenando as providências necessárias para 
assegurar a proteção integral da criança e do adolescente. Precedente do STJ. 3- Deve ser mantida, a 
toda evidência, a decisão agravada, considerando a gravidade da situação, que relata a existência de 
notícia de fatos concretos que possam comprometer a integridade dos menores envolvidos – 
Envolvimento com tráfico de drogas e evasão escolar. Por essa razão, ratifica-se que o presente recurso 
especial deve ser provido a fim de que sejam determinadas as medidas necessárias para superação 
 
6 Disponível em: http://www.direitocom.com/estatuto-da-crianca-e-adolescente-comentado/titulo-i-das-disposicoes-preliminares-do-artigo-
1o-ao-6o/artigo-4. 
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desta situação de vulnerabilidade social pelo Juízo de Primeiro Grau, que está mais próximo dos fatos e 
portanto está mais habilitado para a tomada de todas as medidas necessárias em articulação com o Poder 
Executivo e demais instâncias competentes. 4- Agravo regimental a que se nega provimento. (STJ – 
AgRg-REsp 1.323.470 – (2012/0087297-1) – 2ª T. – Rel. Min. Mauro Campbell Marques – DJe 10.12.2012 
– p. 1575).7 
 
Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, 
discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer 
atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais. 
 
A criança e o adolescente estão a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, 
violência, crueldade e opressão. O artigo 227 § 4° da Constituição Federal assegura proteção severa ao 
abuso, violência e exploração sexual da criança e adolescente. 
Sofre negligência a criança e o adolescente privado de suas necessidades básicas como saúde, 
alimentação, educação e lazer, pois seus pais ou responsáveis deixam de prover as necessidades 
básicas para o desenvolvimento físico, emocional e social da criança e do adolescente. 
O menor é vítima de discriminação quando tratado com desigualdade e preconceito em relação a 
outros indivíduos do seu meio. 
Explorar a criança e o adolescente é tirar proveito dos mesmos em qualquer âmbito das relações 
sociais, e ocorre, por exemplo, quando o menor é colocado para trabalhar em prol dos interesses daquele 
que deveria zelar por sua proteção integral. 
A criança e o adolescente são vítimas de violência ao lhe sobrevir toda equalquer forma de 
constrangimento físico e moral, maus tratos e tortura, atos com emprego de força física não acidental 
provocada por pais, responsáveis, familiares ou pessoas próximas. É no ambiente familiar que desponta 
a maior violência em face do menor, local que deveria lhe proporcionar segurança. 
O dever de educação, correção e orientação dos pais encontra óbice na violência desmedida, abusiva 
ou exagerada, pois não se pode tolerar ou sequer admitir o uso de violência física ou psicológica que 
coloquem em risco o desenvolvimento pleno do menor ou mesmo que prejudique sua saúde. A proteção 
da lei alcança todas as facetas da vida do menor, portanto não podem os pais ou responsável exacerbar 
nos meios utilizados para fins de educação sob pena de responsabilidade criminal e perda do poder 
familiar.8 
 
 
 
Considerando que todos têm o dever de zelar pela dignidade da criança e do 
adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, 
aterrorizante, vexatório ou constrangedor, havendo suspeita ou confirmação de maus-
tratos contra os mesmos, serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar para 
providências cabíveis. 
 
Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os fins sociais a que ela se dirige, as 
exigências do bem comum, os direitos e deveres individuais e coletivos, e a condição peculiar da 
criança e do adolescente como pessoas em desenvolvimento. 
 
A aplicação desta lei deve levar em conta a proteção integral da criança e do adolescente que é o fim 
social que ela busca alcançar. Cada caso em particular a ser sobrepesado pelo juiz deve revelar a 
singularidade da situação do menor como sujeito de direitos que requer especial atenção da família, da 
sociedade e do Estado. Silvio Venosa (2004:175) lembra com propriedade que “interpretar o Direito não 
significa simplesmente tornar clara a norma, mas principalmente revelar seu sentido apropriado para a 
vida real”. 
Nessa legislação do menor sua proteção se sobrepõe aos direitos de seus pais, tutores ou guardião, 
visto que na aplicação da lei o magistrado atentará para o melhor interesse da criança e do adolescente 
ao buscar a justiça na norma jurídica.9 
 
 
7 Disponível em: https://ww2.stj.jus.br/revistaeletronica/ita.asp. 
8 Disponível em: http://www.direitocom.com/estatuto-da-crianca-e-adolescente-comentado/titulo-i-das-disposicoes-preliminares-do-artigo-
1o-ao-6o/artigo-5. 
9 Disponível em: http://www.direitocom.com/estatuto-da-crianca-e-adolescente-comentado/titulo-i-das-disposicoes-preliminares-do-artigo-
1o-ao-6o/artigo-6. 
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Jurisprudência: 
Administrativo. Processual civil. Recurso especial. Competência. Juízo da infância e da juventude. 
Constituição federal. Sistema da proteção integral. Criança e adolescente. Sujeitos de direitos. Princípios 
da absoluta prioridade e do melhor interesse da criança. Interesse disponível vinculado ao direito 
fundamental à educação. Expressão para a coletividade. Competência absoluta da vara da infância e da 
juventude. Recurso provido. 1. A Constituição Federal alterou o anterior Sistema de Situação de Risco 
então vigente, reconhecendo a criança e o adolescente como sujeitos de direitos, protegidos atualmente 
pelo Sistema de Proteção Integral. 2. O corpo normativo que integra o sistema então vigente é norteado, 
dentre eles, pelos Princípio da Absoluta Prioridade (art. 227, caput, da CF) e do Melhor Interesse da 
Criança e do Adolescente. 3. Não há olvidar que, na interpretação do Estatuto e da Criança "levar-se-ão 
em conta os fins sociais a que ela se dirige, as exigências do bem comum, os direitos e deveres individuais 
e coletivos, e a condição peculiar da criança e do adolescente como pessoas em desenvolvimento" (art. 
6º). 4. Os arts. 148 e 209 do ECA não excepcionam a competência da Justiça da Infância e do 
Adolescente, ressalvadas aquelas estabelecidas constitucionalmente, quais sejam, da Justiça Federal e 
de competência originária. 5. Trata-se, in casu, indubitavelmente, de interesse de cunho individual, 
contudo, de expressão para a coletividade, pois vinculado ao direito fundamental à educação (art. 227, 
caput, da CF), que materializa, consequentemente, a dignidade da pessoa humana. 6. A disponibilidade 
(relativa) do interesse a que se visa tutelar por meio do mandado de segurança não tem o condão de, por 
si só, afastar a competência da Vara da Infância e da Juventude, destinada a assegurar a integral proteção 
a especiais sujeitos de direito, sendo, portanto, de natureza absoluta para processar e julgar feitos 
versando acerca de direitos e interesses concernentes às crianças e aos adolescentes. 7. Recurso 
especial provido para reconhecer a competência da 16ª Vara Cível da Comarca de Aracaju (Vara da 
Infância e da Juventude) para processar e julgar o feito (STJ – REsp 1199587 / SE, 2010/0101307-5, 
21/10/2010, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima).10 
 
Título II 
Dos Direitos Fundamentais 
Capítulo I 
Do Direito à Vida e à Saúde 
 
Art. 7º A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação 
de políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, 
em condições dignas de existência. 
 
 
 
O artigo 7º do ECA disciplina que a criança e o adolescente têm direito à proteção à 
vida e à saúde, mediante a efetivação de políticas sociais públicas que permitam o 
nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas de existência. 
 
 
Ansiamos o dia em que nenhum residente desse planeta dirá que tem fome, mas até que isso ocorra 
a erradicação da miséria e extrema pobreza pode ser um meio para destinar à criança e o adolescente a 
garantia de proteção à vida e a saúde com desenvolvimento harmônico e dignidade. 
Ao assinar a Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança (1989), o Brasil assumiu um 
conjunto de compromissos e obrigações voltados para a proteção os direitos fundamentais de criança e 
adolescente. 
Essa proteção integral está consagrada no art. 227 da CRFB/88, que assegura garantia da proteção à 
vida e à saúde estatuindo que o Estado promoverá programas de assistência integral à saúde da criança, 
do adolescente e do jovem, admitida a participação de entidades não governamentais, mediante políticas 
específicas e obedecendo aos preceitos estabelecidos no inciso I e II. 
A lei do SUS, Lei 8.080 de 19 de Setembro de 1.990 dispõe sobre as condições para a promoção, 
proteção e recuperação da saúde, sua a organização e o funcionamento dos serviços que assegurem 
essa proteção. Essa lei o seu artigo 3° entende que a saúde tem como fatores determinantes e 
condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o 
trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais; os níveis 
de saúde da população expressam a organização social e econômica do País. 
 
10 Disponível em: ttps://ww2.stj.jus.br/revistaeletronica/ita.asp?registro=201001013075&dt_publicacao=12/11/2010. 
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Elenca ainda com fator determinante à saúde as ações que se destinam a garantir às pessoas e à 
coletividade condições de bem-estar físico, mental e social. 
Impede-se a morte prestigiando a vida, existência essa que conta legalmente com a proteção integral 
dos direitos fundamentais o que sugere a ideia de limitação e controle dos abusos do próprio Estado e de 
suas autoridades constituídas, valendo, por outro lado, como prestações positivas a fim de efetivar na 
prática a dignidade da pessoa humana. 
Esta compreensão incide, igualmente, sobre os direitos fundamentais da criança e adolescente, os 
quais sustentam um especial sistema de garantias de direitos, que a ser assegurados pelafamília, a 
sociedade e o Estado.11 
 
Jurisprudência: 
 
Processual civil. Recurso especial. Ação civil pública. Tratamento fonoaudiólogo a menor com lábio 
leporino. Saúde. Direito individual indisponível. Art. 227 da CF/88. Legitimatio ad causam do parquet. Art. 
127 da CF/88. Arts. 7.º, 200, e 201 do da lei n.º 8.069/90. 1. O Ministério Público está legitimado a defender 
os interesses transindividuais, quais sejam os difusos, os coletivos e os individuais homogêneos. 2. 
Recurso especial interposto contra acórdão que decidiu pela ilegitimidade ativa do Ministério Público para 
pleitear, via ação civil pública, em favor de menor, o fornecimento de fonaudiológico para criança 
portadora de lábio leporino. 3. É que a Carta de 1988, ao evidenciar a importância da cidadania no controle 
dos atos da administração, com a eleição dos valores imateriais do art. 37, da CF como tuteláveis 
judicialmente, coadjuvados por uma série de instrumentos processuais de defesa dos interesses 
transindividuais, criou um microssistema de tutela de interesses difusos referentes à probidade da 
administração pública, nele encartando-se a Ação Popular, a Ação Civil Pública e o Mandado de 
Segurança Coletivo, como instrumentos concorrentes na defesa desses direitos eclipsados por cláusulas 
pétreas. 4. Deveras, é mister conferir que a nova ordem constitucional erigiu um autêntico 'concurso de 
ações' entre os instrumentos de tutela dos interesses transindividuais e, a fortiori, legitimou o Ministério 
Público para o manejo dos mesmos. 5. Legitimatio ad causam do Ministério Público, à luz da dicção final 
do disposto no art. 127 da CF, que o habilita a demandar em prol de interesses indisponíveis. 6. Sob esse 
enfoque, assento o meu posicionamento na confinação ideológica e analógica com o que se concluiu no 
RE n.º 248.889/SP para externar que a Constituição Federal dispõe no art. 227 que: "É dever da família, 
da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, 
à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à 
liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, 
discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão." Consequentemente a Carta Federal 
outorgou ao Ministério Público a incumbência de promover a defesa dos interesses individuais 
indisponíveis, podendo, para tanto, exercer outras atribuições previstas em lei, desde que compatível com 
sua finalidade institucional (CF, arts. 127 e 129). 7. O direito à saúde, insculpido na Constituição Federal 
e no Estatuto da Criança e do Adolescente, é direito indisponível, em função do bem comum, maior a 
proteger, derivado da própria força impositiva dos preceitos de ordem pública que regulam a matéria. 8. 
Outrossim, a Lei n.º 8.069/90 no art. 7.º, 200 e 201, consubstanciam a autorização legal a que se refere 
o art. 6.º do CPC, configurando a legalidade da legitimação extraordinária cognominada por Chiovenda 
como "substituição processual". 9. Sobre a legitimidade do Ministério Público para de tutela dos interesses 
transindividuais, sobreleva notar, a novel jurisprudência desta Corte: RESP 688052/RS, Relator Ministro 
Humberto Martins, DJ 17.08.2006; RESP 822712/RS, Relator Ministro Teori Zavascki, DJ 17.04.2006 e 
RESP 819010/SP, Relator Ministro José Delgado, DJ 02.05.2006.10. Agravo Regimental desprovido (fls. 
172-181), restando prejudicado o posterior agravo interposto pela mesma parte e acostado aos autos às 
fls. 183-191 (STJ – AgRg no REsp 752190 / RS, 2005/0083292-1, 10/10/2006, Rel. Min. Luiz Fux).12 
 
Art. 8º É assegurado à gestante, através do Sistema Único de Saúde, o atendimento pré e 
perinatal. 
§ 1º A gestante será encaminhada aos diferentes níveis de atendimento, segundo critérios 
médicos específicos, obedecendo-se aos princípios de regionalização e hierarquização do 
Sistema. 
§ 2º A parturiente será atendida preferencialmente pelo mesmo médico que a acompanhou na 
fase pré-natal. 
 
11 Disponível em: http://www.direitocom.com/estatuto-da-crianca-e-adolescente-comentado/titulo-ii-dos-direitos-fundamentais-do-artigo-7o-
ao-69/capitulo-i-do-direito-a-vida-e-a-saude. 
12 Disponível em: https://ww2.stj.jus.br/revistaeletronica/ita.asp?registro=200500832921&dt_publicacao=13/11/2006. 
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§ 3º Incumbe ao poder público propiciar apoio alimentar à gestante e à nutriz que dele 
necessitem. 
§ 4º Incumbe ao poder público proporcionar assistência psicológica à gestante e à mãe, no 
período pré e pós-natal, inclusive como forma de prevenir ou minorar as consequências do estado 
puerperal. 
§ 5º A assistência referida no § 4º deste artigo deverá ser também prestada a gestantes ou mães 
que manifestem interesse em entregar seus filhos para adoção. 
 
Vide art. 226, §§7º e 8º, da CF: 
§ 7º Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável, o 
planejamento familiar é livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e 
científicos para o exercício desse direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituições 
oficiais ou privadas. 
§ 8º O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos que a integram, criando 
mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas relações. 
 
Interessante observar a preocupação do legislador em garantir o bem estar do feto, através do cuidado 
prestado à mãe/gestante, que deve ocorrer tanto no plano físico quanto emocional, começando já pelo 
planejamento familiar. 
Vide Lei nº 11.634/2007, de 27/12/2007, que dispõe sobre o direito da gestante ao conhecimento e a 
vinculação à maternidade onde receberá assistência no âmbito do Sistema Único de Saúde. 
Vide art. 203, inciso I, da CF; art. 87, inciso II, do ECA.13 
 
A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que 
visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e 
serviços para sua promoção, proteção e recuperação (CRFB/88, art. 196). 
Como corolário do estabelecido em nossa Lei Maior o ECA passa a reconhecer esse direito aos 
menores desde antes do nascimento, com previsão de atendimento prioritário pelo SUS às gestantes do 
pré natal ao nascimento, proporcionando alimentação tanto na gravidez como no período da 
amamentação. 
O direito humano à alimentação como uma faceta dos direitos fundamentais encontra amparo em 
nosso sistema legal no SISAN, Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, Lei 11.346 de 15 
de Setembro de 2006, com vistas em assegurar o direito humano à alimentação necessária. Seu artigo 
2° determina que a alimentação adequada é direito fundamental do ser humano, inerente à dignidade da 
pessoa humana e indispensável à realização dos direitos consagrados na Constituição Federal, devendo 
o poder público adotar as políticas e ações que se façam necessárias para promover e garantir a 
segurança alimentar e nutricional da população. 
A Lei 11.346/2006, posterior ao ECA estabelece diretrizes de como o poder público, com a participação 
da sociedade civil organizada, formulará e implementará políticas, planos, programas e ações com vistas 
em assegurar o direito humano à alimentação adequada, são definições que alcança a proteção do ECA 
complementando seus objetivos de total proteção ao menor. 
Providência presente no ECA que contribui para a estabilidade emocional das mães e dos que estão 
por nascer é o apoio psicológico a fim de se minimizar o estado puerperal, conforme alteração da Lei 
12.010/2009, com amparo estendido àquelas mães que querem entregar seus filhos para adoção como 
forma de incentivo.14 
 
Art. 9º O poder público, as instituições e os empregadores propiciarão condições adequadas 
ao aleitamento materno, inclusiveaos filhos de mães submetidas a medida privativa de liberdade. 
 
 
 
O aleitamento materno, cujos benefícios para as crianças, ao menos até o sexto mês 
de vida, dispensam comentários, deve ser estimulado, através de campanhas de 
orientação (cf. art. 129, inciso IV, do ECA). 
 
13 DIGIÁCOMO, Murillo José, 1969- Estatuto da criança e do adolescente anotado e interpretado /Murillo José Digiácomo e Ildeara Amorim 
Digiácomo.- Curitiba .. Ministério Público do Estado do Paraná. Centro deApoio Operacional das Promotorias da Criança e do Adolescente, 
2013. 6ª Edição; páginas 12-13. 
14 Disponível em: http://www.direitocom.com/estatuto-da-crianca-e-adolescente-comentado/titulo-ii-dos-direitos-fundamentais-do-artigo-7o-ao-
69/capitulo-i-do-direito-a-vida-e-a-saude. 
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Vide art. 7º, inciso XXV, da CF, arts. 389, §1º e 396, caput e par. único, todos da Consolidação das 
Leis do Trabalho - CLT e Portaria nº 3.296/1986, do Ministério do Trabalho. 
A CLT prevê, em seu art. 389, §§1º e 2º, que os estabelecimentos em que trabalharem pelo menos 30 
(trinta) mulheres com mais de 16 (dezesseis) anos de idade, deverão ter local apropriado onde seja 
permitido às empregadas guardar sob vigilância os seus filhos no período de amamentação. Tal exigência 
poderá ser suprida por meio de creches, mantidas diretamente pela empresa ou mediante convênios com 
outras entidades públicas ou privadas, em regime comunitário, ou a cargo do SESI, do SESC ou de 
entidades sindicais. A Portaria nº 3.296/1986, do Ministério do Trabalho, autoriza as empresas e 
empregadores em geral a adotar o sistema de “Reembolso-Creche”, em substituição à exigência contida 
no art. 389, §1º, da CLT. De acordo com a citada norma, o reembolso deverá ser concedido a toda 
empregada-mãe, independente do número de mulheres do estabelecimento, e sem prejuízo do 
cumprimento dos demais preceitos de proteção à maternidade, devendo cobrir, integralmente, as 
despesas efetuadas com o pagamento da creche de livre escolha da empregada mãe, pelo menos até os 
06 (seis) meses de idade da criança. A Constituição Federal, por sua vez, relaciona, entre os “Direitos 
Sociais” assegurados aos trabalhadores em geral, a “assistência gratuita aos filhos e dependentes desde 
o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas” (art. 7º, inciso XXV). Especificamente 
sobre creches, vide comentários ao art. 54, inciso IV, do ECA.15 
 
Os benefícios que o aleitamento materno trazem ao menor são reconhecidos pelo ECA, e já presentes 
da legislação trabalhista no art. 396 que prevê a amamentação até os 6 (seis) meses de idade como 
direito do infante. 
A Constituição Federal de 1988 no art. 5°, L, visando o crescimento sadio como direito de todos os 
menores, estendeu às presidiárias a amamentação indicando que assiste esse direito aos filhos de mães 
que cumprem pena. O caráter tutelar do ECA garante os direitos da criança que não podem ser suprimidos 
pela situação em que se encontra sua genitora, como consequência da proteção integral aos mesmos.16 
 
Art. 10. Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde de gestantes, públicos e 
particulares, são obrigados a: 
I - manter registro das atividades desenvolvidas, através de prontuários individuais, pelo prazo 
de dezoito anos; 
II - identificar o recém-nascido mediante o registro de sua impressão plantar e digital e da 
impressão digital da mãe, sem prejuízo de outras formas normatizadas pela autoridade 
administrativa competente; 
III - proceder a exames visando ao diagnóstico e terapêutica de anormalidades no metabolismo 
do recém-nascido, bem como prestar orientação aos pais; 
IV - fornecer declaração de nascimento onde constem necessariamente as intercorrências do 
parto e do desenvolvimento do neonato; 
V - manter alojamento conjunto, possibilitando ao neonato a permanência junto à mãe. 
 
Todas repartições públicas ou particulares de saúde devem manter registros das mães e crianças no 
prazo legal para permitir consultas a fim de se resguardar direitos futuros por requisição da autoridade 
judiciária. 
 
 
 
A identificação pela impressão plantar do menor e digital de sua mãe, o 
diagnóstico preventivo de anormalidade e alojamento conjunto ao neonato, são 
medidas que corroboram a preocupação e proteção integral à criança. Os hospitais 
devem se adaptar e proporcionar segurança para a permanência da mãe com seu 
filho, para que essa previsão da lei não acabe em tragédia, como já ocorreu.17 
 
 
15 DIGIÁCOMO, Murillo José, 1969- Estatuto da criança e do adolescente anotado e interpretado /Murillo José Digiácomo e Ildeara Amorim 
Digiácomo.- Curitiba .. Ministério Público do Estado do Paraná. Centro de Apoio Operacional das Promotorias da Criança e do Adolescente, 
2013. 6ª Edição; páginas 13-14. 
16 Disponível em: http://www.direitocom.com/estatuto-da-crianca-e-adolescente-comentado/titulo-ii-dos-direitos-fundamentais-do-artigo-7o-
ao-69/capitulo-i-do-direito-a-vida-e-a-saude. 
17 Disponível em: http://www.direitocom.com/estatuto-da-crianca-e-adolescente-comentado/titulo-ii-dos-direitos-fundamentais-do-artigo-7o-
ao-69/capitulo-i-do-direito-a-vida-e-a-saude. 
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Vide arts. 4º e 5º, do ECA. São aqui estabelecidas algumas obrigações 
específicas aos estabelecimentos de atenção à saúde de gestantes, públicos e 
particulares, cujo descumprimento pode trazer consequências nas esferas civil, 
administrativa e mesmo criminal. 
Vide art. 228 do ECA - a omissão do registro, em tese, caracteriza crime. 
 
 
A norma visa impedir a ocorrência de “troca de bebês” ou mesmo a subtração de incapazes, no âmbito 
dos estabelecimentos de atenção à saúde. Em ocorrendo qualquer destas situações, surge o dever de 
indenizar a(s) família(s) prejudicada(s).18 
 
Neste sentido: 
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. DANO MORAL. TROCA DE BEBÊS NO HOSPITAL 
EM SEGUIDA AO NASCIMENTO. NEGLIGÊNCIA DA INSTITUIÇÃO. DANO MORAL CARACTERIZADO. 
INDENIZAÇÃO DEVIDA. Restando comprovada a troca dos bebês e o nexo de causalidade entre o ato 
e o sofrimento suportado pelas vítimas, devida a indenização. No Paraná, foi editada a Lei Estadual nº 
14.991/2006, de 06/01/2006, dispondo sobre adoção de medidas de segurança, pelos hospitais, casas 
de saúde e maternidades, que evitem, impeçam ou dificultem a troca de recém-nascidos em suas 
dependências, tornando obrigatório: I - a utilização de pulseiras de identificação numeradas para mãe e 
filho na sala de parto; II – a utilização de grampo umbilical enumerado com o número correspondente ao 
da pulseira; III - a utilização de kit de coleta de material genético de todas as mães e filhos ali internados, 
coletados na sala de parto para arquivamento na unidade de saúde a disposição da Justiça, e IV - a 
apresentação do devido registro de nascimento quando da saída do recém-nascido da instituição, bem 
como a identificação dos responsáveis pela liberação em livro de controle fornecido pelo estabelecimento 
(cf. art. 2º, do referido Diploma Legal). A falta da correta identificação do recém-nascido e sua mãe, em 
tese, caracteriza o crime tipificado no art. 229 do ECA.19 
 
Vide Portaria nº 1.069/2002/GM, de 05/06/2002, que cria o mecanismo que regulamenta o tratamento 
da fenilcetonúria, do hipotireoidismo congênito e da anemia falciforme. O mais conhecido dos exames 
realizados para detecção de tais doenças é o “teste do pezinho”. No Estado do Paraná, a Lei Estadual nº 
14.588/2004, de 14/12/2004, estabelece ainda a obrigatoriedade da realização do exame para diagnóstico 
precoce de surdez nos bebês nascidos nas maternidades e estabelecimentos hospitalares públicos e 
privados do Estado (exame de Emissões Otoacústicas Evocadas, mais conhecido por “Teste da 
Orelhinha”), a Lei Estadualnº 14.601/2004, de 28/12/2004, estabelece a obrigatoriedade do exame de 
diagnóstico clínico de catarata congênita em todas as crianças nascidas nos mesmos estabelecimentos 
de saúde, através da técnica conhecida como “reflexo vermelho” (também chamado “Teste do Olhinho”, 
regulamentado pela Resolução nº 367/2009/SESA), e a Lei Estadual nº 15.360/2006, de 17/12/2006, 
dispõe que as maternidades e estabelecimentos hospitalares congêneres do Estado ficam obrigados a 
encaminhar, para exame de diagnóstico de retinoblastoma, todas as crianças nascidas em suas 
dependências. Consta que o exame será orientado pelo pediatra e realizado pelo oftalmologista. Os 
resultados positivos de retinoblastoma, serão encaminhados para tratamento, para em prazo não superior 
a 30 (trinta) dias. A não realização dos exames a que se refere o dispositivo, em tese, caracteriza o crime 
tipificado no art. 229 do ECA. 
A orientação aos pais deve abranger aspectos relacionados ao tratamento necessário, bem como à 
necessidade de eventual encaminhamento a programas e serviços complementares, observado o 
disposto nos arts. 129, incisos I a IV e 100, par. único, inciso XI, do ECA. 
O não fornecimento - gratuito - da declaração de nascimento (que será inclusive utilizada para fins de 
registro civil da criança), em tese, caracteriza o crime tipificado no art. 228 do ECA. 
Vide art. 12, do ECA e art. 19-J, da Lei nº 8.080/1990, de 19/09/1990, com a redação que lhe deu a 
Lei nº 11.108/2005, de 07/04/2005, segundo o qual: “os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde - 
SUS, da rede própria ou conveniada, ficam obrigados a permitir a presença, junto à parturiente, de 1 (um) 
 
18 DIGIÁCOMO, Murillo José, 1969- Estatuto da criança e do adolescente anotado e interpretado /Murillo José Digiácomo e Ildeara Amorim 
Digiácomo.- Curitiba .. Ministério Público do Estado do Paraná. Centro de Apoio Operacional das Promotorias da Criança e do Adolescente, 
2013. 6ª Edição; páginas 14-15. 
19 TJMG. 12ª C. Cív. Ap. Cív. nº 2.0000.00.489705-8/000. Rel. Des. José Flávio de Almeida. J. em 17/01/2007. 
1173339 E-book gerado especialmente para LEANDRO DE PAULA LAGE
 
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acompanhante durante todo o período de trabalho de parto, parto e pós-parto imediato”, incumbindo à 
parturiente a indicação deste acompanhante (cf. §1º, do referido dispositivo).20 
 
Art. 11. É assegurado atendimento integral à saúde da criança e do adolescente, por intermédio 
do Sistema Único de Saúde, garantido o acesso universal e igualitário às ações e serviços para 
promoção, proteção e recuperação da saúde. 
§ 1º A criança e o adolescente portadores de deficiência receberão atendimento especializado. 
§ 2º Incumbe ao poder público fornecer gratuitamente àqueles que necessitarem os 
medicamentos, próteses e outros recursos relativos ao tratamento, habilitação ou reabilitação. 
 
A previsão de acesso igualitário às ações e serviços de saúde não significa deva o gestor do Sistema 
de Saúde deixar de disponibilizar um atendimento diferenciado e especializado a crianças, adolescentes 
e suas respectivas famílias. Com efeito, necessário se faz o desenvolvimento de uma metodologia própria 
para o enfrentamento das diversas demandas e situações peculiares que irão ocorrer, tendo sempre por 
norte o princípio da proteção integral à criança e ao adolescente, que se constitui na razão de ser da 
intervenção estatal. Tal sistemática diferenciada deverá necessariamente contemplar instalações físicas 
adequadas, em local diverso (ou isolado) daquele destinado ao atendimento das outras demandas a 
cargo do SUS, de modo a preservar a imagem, a identidade e a intimidade das crianças e adolescente 
atendidas (cf. arts. 17 e 18, do ECA), a qualificação profissional de todos aqueles que atuam no setor, a 
articulação de ações com outros órgãos e serviços municipais (como o CREAS/CRAS), bem como 
autoridades encarregadas do atendimento e/ou defesa dos direitos de crianças e adolescentes, como o 
Conselho Tutelar, o Ministério Público, a Justiça da Infância e da Juventude, os órgãos policiais 
encarregados de atendimento de crianças e adolescentes vítimas de crime, bem como de adolescentes 
acusados da prática de ato infracional etc.21 
 
Neste sentido: AGRAVO DE INSTRUMENTO. ECA. INTERNAÇÃO POR DROGADIÇÃO. 
ILEGITIMIDADE PASSIVA DO MUNICÍPIO. DESCABIMENTO. Em se tratando de pedido de internação 
compulsória de adolescente para tratamento de drogadição severa, existe solidariedade passiva entre a 
União, os Estados e os Municípios, cabendo ao necessitado escolher quem deverá lhe fornecer o 
tratamento pleiteado. O fornecimento de tratamento médico ao menor, cuja família não dispõe de recursos 
econômicos, independe de previsão orçamentária, tendo em vista que a Constituição Federal, ao 
assentar, de forma cogente, que os direitos das crianças e adolescentes devem ser tratados com 
prioridade, afasta a alegação de carência de recursos financeiros como justificativa para a omissão do 
Poder Público. Aplica-se o ‘Princípio da Reserva do Possível’ quando demonstrada a carência 
orçamentária do Poder Público e o atendimento solicitado (tratamento médico) não se enquadra entre os 
casos de extrema necessidade e urgência. RECURSO DESPROVIDO.22 
 
Proclama o artigo 196 da Constituição que "a saúde é direito de todos e dever do Estado garantido 
mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e outros agravos e ao 
acesso universal e igualitário às ações e serviços para a sua promoção, proteção e recuperação". 
A CRFB/88 estabelece também que "o Estado promoverá programas de assistência integral à saúde 
da criança e do adolescente …" (artigo 227, § 1º). 
Qualidade de vida sadia está presente no texto constitucional no seu artigo 225: "Todos têm direito ao 
meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade 
de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as 
presentes e futuras gerações". 
De modo geral o dever de proteção à saúde é do Estado em todos os seus níveis, isto é, União, 
Estados, Distrito Federal e Municípios, cada um na medida de suas atribuições. 
O atendimento integral à saúde e o direito de nascer e se desenvolver de forma saudável previsto 
nesse artigo 7° desse estatuto e deverá ser prestado pelo SUS. 
 
20 DIGIÁCOMO, Murillo José, 1969- Estatuto da criança e do adolescente anotado e interpretado /Murillo José Digiácomo e Ildeara Amorim 
Digiácomo.- Curitiba .. Ministério Público do Estado do Paraná. Centro de Apoio Operacional das Promotorias da Criança e do Adolescente, 
2013. 6ª Edição; páginas 15. 
21 DIGIÁCOMO, Murillo José, 1969- Estatuto da criança e do adolescente anotado e interpretado /Murillo José Digiácomo e Ildeara Amorim 
Digiácomo.- Curitiba .. Ministério Público do Estado do Paraná. Centro de Apoio Operacional das Promotorias da Criança e do Adolescente, 
2013. 6ª Edição; páginas 16-17. 
22 TJRS. 8ª C. Cív. A.I. nº 70027420009. Rel. Des. Claudir Fidelis Faccenda. J. em 24/11/2008. 
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 É um direito que deve ser cobrado do Estado que está obrigado a essa prestação fornecendo os meios 
apropriados para sua efetivação com a criação de condições que assegurem assistência médica e 
serviços médicos em caso de enfermidade.23 
 
Jurisprudência: 
 
APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO CIVIL PÚBLICA – FORNECIMENTO DE FRALDAS DESCARTÁVEIS A 
ADOLESCENTE PORTADOR DE ENFERMIDADE – PRELIMINARES – CERCEAMENTO DE DEFESA 
FACE À AUSÊNCIA DE INSTRUÇÃO PROBATÓRIA – INOCORRÊNCIA – DIREITO PLEITEADO 
DEMONSTRADO DE PLANO - INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL – CHAMAMENTO AO 
PROCESSO DO ESTADO E DA UNIÃO – DESNECESSIDADE – DEVER SOLIDÁRIO ENTRE OS 
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