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Comunicações Óticas para Transmissão de Dados Aula 03 Fibras Óticas Professora Ana Cláudia Martins de Souza anaclaudia@ice.ufjf.br 27 de agosto de 2012 FIBRA ÓTICA: O FUTURO DA ESTRADA DA COMUNICAÇÃO Professora Ana Cláudia – Comunicações Óticas Fibra ótica O uso da fibra ótica tem revolucionado a comunicação mundial por ter uma capacidade até 1 milhão de vezes maior que o cabo metálico. Professora Ana Cláudia – Comunicações Óticas Como surgiu... A comunicação com fibra óptica tem suas raízes nas invenções do século XIX Um dispositivo denominado Fotofen convertia sinais de voz em sinais óticos utilizando a luz do sol e lentes montadas em um transdutor que vibrava ao entrar em contato com o som Professora Ana Cláudia – Comunicações Óticas Como surgiu... Fibra Ótica ◦ Foi inventada pelo físico indiano Narinder Singh Kanpany ◦ Se tornou mais prática durante os anos 60 com o surgimento das fontes de luz de estado sólido, raio lazer e os LEDs (do inglês light- emitting diodes), e das fibras de vidro de alta qualidade livres de impurezas Professora Ana Cláudia – Comunicações Óticas Quem se beneficiou... Primeiro ◦ Companhias telefônicas ◦ Em conexões de longa distância ◦ Meados da década de 1980 Nos Estados Unidos e no Japão Instalaram milhares de quilômetros de cabos de fibra óptica para estabelecer comunicações telefônicas Professora Ana Cláudia – Comunicações Óticas Quem se beneficiou... Em equipamentos médicos projetados para examinar o interior do corpo ◦ Uma vez que as imagens transmitidas podem ser ampliadas e manipuladas para permitir uma observação mais detalhada de cavidades do organismo Nos estudos de física e engenharia nuclear ◦ Visualização das operações que se realizam na inspeção do núcleo dos reatores Professora Ana Cláudia – Comunicações Óticas Histórico Há 5 milhões de anos homens primitivos iniciaram as comunicações ópticas com sinais e gestos visuais: ◦ Século VI a.C.: Ésquilos informou a Argos da queda de Tróia por meio de uma cadeia de sinais de fogo ◦ Século II a.C.: Polibio propôs um sistema de transmissão do alfabeto grego por meio de sinais de fogo (dois dígitos e cinco níveis (52=25 códigos) ◦ 100 a.C.: Vidros de qualidade óptica somente apareceram após o surgimento dos famosos cristais venezianos, na Renascença. Os princípios da fibra óptica são conhecidos desde a antiguidade e foram utilizados em prismas e fontes iluminadas ◦ 200 d.C.: Heron da Alexandria estudou a reflexão. Professora Ana Cláudia – Comunicações Óticas Histórico 1621: Willebrod Snell descobriu que quando a luz atravessa dois meios, sua direção muda (refração). 1678: Christian Huygens modela a luz como onda. 1792: Claude Chappe inventou um sistema de transmissão mecânica para longas distâncias (B<1 bps). 1800: Sr. William Herchel descobriu a parte infravermelha do espectro. 1801: Ritter descobre a parte ultravioleta do espectro. 1830: Telégrafo com código Morse (digital) com repetidores chegava a 1000 km (B=10 bps). 1866: Primeira transmissão transatlântica de telégrafo. 1870: John Tyndal mostrou à Royal Society que a luz se curva para acompanhar um esguicho d'água. 1876: Invenção do telefone analógico por Graham Bell que existe até hoje. Professora Ana Cláudia – Comunicações Óticas Experimento de Tyndall (1870) Professora Ana Cláudia – Comunicações Óticas Histórico Século XX: O mundo se enreda de redes telefônicas analógicas: 1926: John Logie Baird patenteia uma TV a cores primitiva que utilizava bastões de vidro para transportar luz. 1930-40: Alguns guias de luz foram desenvolvidos de Perplex para iluminar cirurgias. 1940: 1º cabo coaxial transporta até 300 ligações telefônicas ou um canal de TV com uma portadora de 3 MHz. 1948: Os cabos coaxiais apresentam perdas grandes para f>10 MHz. Assim surgiu a 1a transmissão por microonda com portadora de 4 GHz. 1950: Pesquisadores começam a sugerir o uso de uma casca em volta da fibra para guiar a luz. Os primeiros "fibrescopes" foram desenvolvidos mas o custo ainda é proibitivo. 1952: O físico indiano Narinder Singh Kanpany inventa a fibra óptica. Professora Ana Cláudia – Comunicações Óticas Histórico 1964: Kao especulou que se a perda da fibra for somente 20 dB/km, seria possível, pelo menos teoricamente, transmitir sinais a longa distância com repetidores. 20 dB/km: sobra apenas 1% da luz após 1 km de viagem. Objetivos: menor custo e melhores para o transporte da luz. 1968: As fibras da época tinham uma perda de 1000 dB/km. The Post Office patrocina projetos para obter vidros de menor perda. 1970: Corning Glass produziu alguns metros de fibra óptica com perdas de 20 db/km. 1973: Um link telefônico de fibras ópticas foi instalado no EEUU. 1976: Bell Laboratories instalou um link telefônico em Atlanta de 1 km e provou ser praticamente possível a fibra óptica para telefonia, misturando com técnicas convencionais de transmissão. O primeiro link de TV a cabo com fibras ópticas foi instalada em Hastings (UK). Rank Optics em Leeds (UK) fabrica fibras de 110 mm para iluminação e decoração. 1978: Começa em vários pontos do mundo a fabricação de fibras ópticas com perdas menores do que 1,5 dB/km. para as mais diversas aplicações Professora Ana Cláudia – Comunicações Óticas Histórico 1988: Primeiro cabo submarino de fibras ópticas mergulhou no oceano e deu início à superestrada de informação. 2001: A fibra óptica movimenta cerca de 30 bilhões de dólares anuais. 2004: A fibra ótica movimenta cerca de 40 bilhões de dólares anuais 2007: Fibra óptica brasileira faz 30 anos e o mercado americano de sensores com fibra ótica movimentou 237 milhões de dólares 2009: Prémio Nobel da Física para Charles K. Kao do Standard Telecommunication Laboratories, Harlow, UK e da Chinese University of Hong Kong, pelo seu trabalho na área de transmissão de informação em fibras ópticas 2014: perspectiva de movimento de 1,6 bilhões de dólares no mercado americano de sensores com fibra ótica Professora Ana Cláudia – Comunicações Óticas ESTRUTURA Professora Ana Cláudia – Comunicações Óticas Fibra Ótica Professora Ana Cláudia – Comunicações Óticas Fibra tem espessura similar a um fio de cabelo Estrutura Professora Ana Cláudia – Comunicações Óticas Proteção plástica Todo cabo precisa de proteção externa Evita que o desgaste natural ou as situações anômalas do tempo representem interferências no sistema Geralmente, essa camada de proteção é composta por plásticos, tornando a aparência dos cabos de fibra ótica muito similar à apresentada por cabos de rede, por exemplo. Professora Ana Cláudia – Comunicações Óticas Fibra de fortalecimento Bastante parecida com a que existe em cabos coaxiais de transmissão de sinal de televisão Protege a fibra de vidro de quebras ◦ Podem acontecer em situações de torção do cabo ou impactos no transporte Se não existisse ◦ Qualquer movimento brusco quebraria a fibra principal resultando na perda total do sinal transmitido. Professora Ana Cláudia – Comunicações Óticas Revestimento interno Também chamado de “Coating” Tem função similar à das fibras de fortalecimento Isola todos os impactos externos Evita que a luz natural atinja as fibras de vidro internas ◦ Evitando interferências Professora Ana Cláudia – Comunicações Óticas Camada de refração Nas duas camadas mais internas, ocorre a parte mais importante do processo de transmissão de luz Cobre o filete de fibra de vidro Também conhecida como “Cadding” É responsável pela propagação de todos os feixes Evita perdas no decorrer dos trajetos Em um sistema perfeito,essa camada garantiria 100% de reaproveitamento dos sinais luminosos Professora Ana Cláudia – Comunicações Óticas Núcleo Também chamado de “Core” Onde realmente ocorre a transmissão dos pulsos de luz Construído em vidro É por ele que a luz viaja em suas longas distâncias Professora Ana Cláudia – Comunicações Óticas Componentes Professora Ana Cláudia – Comunicações Óticas Principais usos Professora Ana Cláudia – Comunicações Óticas TRANSFORMANDO DADOS EM LUZ Professora Ana Cláudia – Comunicações Óticas Transformando dados em luz A fibra ótica não envia dados da mesma maneira que os cabos convencionais Para garantir mais velocidade, todo o sinal é transformado em luz, com o auxílio de conversores integrados aos transmissores A luz entra no núcleo através de uma das extremidades do cabo e é absorvida por suas parede ◦ Fenômeno denominado reflexão total interna Há dois modos de converter os dados: por laser e por LED Sem essa conversão, os dados enviados e recebidos não poderiam desfrutar das mesmas larguras de banda Os cabos de fibra ótica que permitem a velocidade e a qualidade superiores às oferecidas pelos tradicionais cabos de cobre Professora Ana Cláudia – Comunicações Óticas MULTIMODO E MONOMODO Professora Ana Cláudia – Comunicações Óticas Multimodo e Monomodo Os dois principais modelos de fibras óticas existentes atualmente São diferenciados em vários aspectos ◦ desde o custo de produção ◦ até as melhores possibilidades de aplicação Qual deles será mais recomendado para a construção de redes de internet? Professora Ana Cláudia – Comunicações Óticas Multimodo e Monomodo Professora Ana Cláudia – Comunicações Óticas Monomodo Só podem atender a um sinal por vez Uma única fonte de luz ◦ na maior parte das vezes, laser Envia as informações por enormes distâncias Apresentam menos dispersão ◦ Pode haver distâncias muito grandes entre retransmissores Até 80 quilômetros podem separar dois transmissores ◦ Na prática eles são um pouco mais próximos Outra vantagem é a largura da banda oferecida ◦ Garante velocidades maiores na troca de informações Professora Ana Cláudia – Comunicações Óticas Multimodo Garantem a emissão de vários sinais ao mesmo tempo ◦ Geralmente utilizam LEDs para a emissão Recomendado para transmissões de curtas distâncias Garante apenas 300 metros de transmissões sem perdas Elas são mais recomendadas para redes domésticas porque são muito mais baratas Professora Ana Cláudia – Comunicações Óticas Multimodo De acordo com o perfil da variação de índices de refração da casca com relação ao núcleo, classificam-se em Multimodo Índice Degrau ◦ O tipo de perfil de índices e as suas dimensões relativamente grandes implicam uma relativa simplicidade quanto à fabricação e facilidades operacionais ◦ Apresenta uma capacidade de transmissão bastante limitada Multimodo Índice Gradual ◦ Com uma complexidade média na fabricação e dimensões moderadas que implicam uma conectividade relativamente simples ◦ Apresenta uma capacidade de transmissão alta. Professora Ana Cláudia – Comunicações Óticas Diferenças na transmissão dos feixes de luz Professora Ana Cláudia – Comunicações Óticas Fibra Monomodo Fibra Multimodo de Índice Degrau Fibra Multimodo de Índice Gradual Medidas nas diferentes fibras Professora Ana Cláudia – Comunicações Óticas Vamos aos números Uma conexão banda larga de alta velocidade é oferecida com cerca de 10 Mbps, o que permite downloads a quase 1,25 MB/s. Os padrões de testes da fibra ótica apontam para velocidades de 10 Gbps, o que resulta em downloads de 1.280 MB/s É um aumento considerável, que pode ser extremamente importante para quem gosta de jogar games online ou baixar muitos arquivos pela internet Professora Ana Cláudia – Comunicações Óticas Para quem? Vale dizer que as conexões de 10 Gbps são muito potentes e devem custar muito caro, por isso são mais recomendadas para grandes empresas e universidades, locais em que a banda precisa ser muito dividida Outra possibilidade é a instalação de padrões de fibra ótica em condomínios, que podem redividir a conexão para vários computadores Professora Ana Cláudia – Comunicações Óticas Fibra Ótica versus Satélite Satélites ◦ Meio de transmissão de dados, voz e imagem mais usado para longas distâncias, caracterizados por um grande tráfego ponto a ponto Fibras Ópticas ◦ Alternativa mais rápida do que os satélites ◦ Exemplo: o sistema de transmissão submarino de cabos ópticos que liga os EUA a Europa para circuitos de Telefonia, este sistema apresenta melhor desempenho (menor atraso) e custos mais baixos em relação aos satélites. Fibras perdem esta disputa para os satélites em sistemas que exigem tráfego multiponto irregular ◦ A transmissão sai de um lugar para vários outros sem nenhum padrão o destino muda a cada minuto ◦ Exemplo: as aplicações de difusão de TV ou em redes que interligam regiões extensas com população esparsa, nestes casos os satélites ainda são a melhor opção devido a flexibilidade de configuração Professora Ana Cláudia – Comunicações Óticas Fibra Ótica versus Satélite O mundo da comunicação espera um avanço das fibras ópticas para as aplicações multiponto Porém as aplicações do tipo móveis e outras ainda tem como melhor opção os sistemas de transmissão via satélite Professora Ana Cláudia – Comunicações Óticas Fibra Ótica versus Satélite Professora Ana Cláudia – Comunicações Óticas VANTAGENS DAS FIBRAS ÓTICAS Professora Ana Cláudia – Comunicações Óticas Imunidade a Interferências Externas São constituídas de materiais com características dielétricas ◦ Possui total imunidade a qualquer interferência de qualquer intensidade que venha do meio externo O trafego de informações esta garantido com total fidelidade ◦ Independente do nível de ruído existente no local em que a fibra óptica esteja instalada Sua utilização evita problemas com aterramento de cabos e equipamentos Aspecto de segurança ◦ São indicados para locais com risco de explosão, por exemplo ambientes com presença de gases inflamáveis, já que não existe risco de curto circuito, faíscas e choques elétricos. Professora Ana Cláudia – Comunicações Óticas Dimensões Reduzidas Uma das maiores vantagens dos cabos ópticos ◦ Sua espessura Um cabo óptico ◦ Chega a ser 20 vezes mais fino do que os cabos convencionais ◦ Com a mesma capacidade de transmissão ◦ Não levando em conta os revestimentos necessários para sua proteção Podemos compará-la com um fio de cabelo Professora Ana Cláudia – Comunicações Óticas Segurança no Trafego de Informações A transmissão dos dados é feita através de sinais luminosos Isso dificulta e muito os “grampos” utilizados para obter informações sigilosas Para decifrar estes sinais e conseguir absorver alguma informação seria necessário equipamento sofisticado e muito conhecimento por parte do operador São utilizadas em aplicações que necessitam de maior segurança, como aplicações bancárias, militares e de pesquisa. Professora Ana Cláudia – Comunicações Óticas Maior Alcance de Transmissão Possui um baixíssimo índice de perda na comunicação As distâncias percorridas pelos cabos ópticos sem necessidade de repetidores chega a até 250Km Essa distância é 5 vezes maior que a alcançada em uma comunicação feita através de microondas (50Km) Mas a distancia alcançada pelo cabo óptico aumentará em breve, já que o desenvolvimento dos equipamentos envolvidos na transmissão e recepção de dados visa aumentar a potência na transmissão Professora Ana Cláudia – Comunicações Óticas MaiorCapacidade de Transmissão A capacidade de transmissão está relacionada com a frequência das portadoras ou do comprimento da onda de luz Dependendo do tipo (monomodo ou multimodo), pode-se encontrar valores de 160MHz/Km, 500MHz/Km ou centenas de THz/Km Sistemas convencionais de micro ondas estão limitados a 700 MHz/Km Isto demonstra a possibilidade de expansão do número de canais de voz, vídeo e dados no mesmo meio de transmissão A fibra não é mais rápida que os meios de comunicação mais comuns Duas situações ◦ Na primeira um automóvel com 5 passageiros a 60Km/h ◦ Na segunda um trem com 800 passageiros andando nos mesmos 60Km/h ◦ A velocidade é a mesma ◦ A quantidade de passageiros e muito maior ◦ Analogamente, a transmissão de dados por fibra óptica não é necessariamente mais veloz que os meios de comunicações mais utilizados, mas sim transmite mais informações por vez Professora Ana Cláudia – Comunicações Óticas Relação Custo / Benefício Depende da aplicação Um exemplo: sistemas de comunicação a longas distâncias, pois os cabos ópticos tem maior capacidade de transmissão e maior alcance entre os repetidores, enquanto os meios convencionais de transmissão por micro ondas tem sua capacidade de transmissão limitada a 50Km entre os repetidores. Para pequenas distancias os cabos ópticos são relativamente caros, mas se levarmos em consideração as futuras expansões que deveram sofrer as instalações, o custo do cabo óptico passa a ser competitivo devido a grande facilidade de expansão das fibras ópticas. Professora Ana Cláudia – Comunicações Óticas Ausência de Diafonia (Linha cruzada – Crosstalk) Não causam interferência entre si Eliminando assim um problema comum enfrentado nos sistemas com cabos convencionais Principalmente nas transmissões em alta frequência, eliminando necessidade de blindagens que representam parte importante do custo de cabos metálicos Professora Ana Cláudia – Comunicações Óticas DESVANTAGENS DAS FIBRAS ÓTICAS Professora Ana Cláudia – Comunicações Óticas Fragilidade É infinitamente mais frágil do que os cabos convencionais Não pode ser manuseada facilmente sem estar revestida Professora Ana Cláudia – Comunicações Óticas Dificuldade de Conexão Por terem dimensões reduzidas exigem alta precisão em seu manuseio e na realização de conexões e junções. Professora Ana Cláudia – Comunicações Óticas Acopladores Tipo T com perdas muito altas É muito difícil acoplar cabos ópticos com conectores tipo T sem ter altos índices de perdas Isso faz a fibra óptica inviável para utilização em sistemas multiponto Professora Ana Cláudia – Comunicações Óticas Impossibilidade de alimentação remota de repetidores Para alimentar um repetidor é necessária uma alimentação elétrica independente para cada repetidor Impossibilitando uma realimentação através do próprio meio de transmissão Professora Ana Cláudia – Comunicações Óticas Falta de Padrão dos Componentes O fato da tecnologia de transmissão por fibras ópticas estar em constante avanço não facilita o estabelecimento de padrões para os componentes de sistemas de transmissão por fibras. Professora Ana Cláudia – Comunicações Óticas
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