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Jusnaturalismo: Origens e Fundamentos

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AULA - FILOSOFIA GERAL E DO DIREITO 
TEMA: JUSNATURALISMO
 PROF. DR. HUMBERTO GOMES PEREIRA
O jusnaturalismo é uma doutrina segundo a qual existe um direito natural (ius naturale) que tem validade em si e é anterior ao direito positivo. Enquanto para o direito positivo só há um direito, que é o estabelecido pelo Estado. 
O jusnaturalismo parte do princípio de que os direitos naturais assim o são, ou porque foram estabelecidos e revelados por Deus aos homens (jusnaturalismo teológico), ou derivam da própria ideia de que existem leis naturais no universo (jusnaturalismo cosmológico), ou constituem leis naturais da vida e cabe ao homem, usando a razão, descobri-las (jusnaturalismo racionalista).
Tais noções divergem, como vimos, do que entendem como natural, ou melhor, da origem dessa naturalidade, se assim podemos nos expressar. Concordam, todavia, nos seguintes aspectos: os direitos naturais são anteriores lógica e temporalmente ao Estado e a ele são superiores, o que, por si só, já dá suficientemente os limites dos futuros direitos e leis positivas: não podem ir de encontro aos naturais sob pena de “ilegalidade racional e natural”, digamos (VILALON, 2011, p. 51).
A teoria do direito natural abrange uma grande parte da filosofia desde a antiguidade, passando por pensadores como Sócrates, os Estóicos, até a Idade Média com Tomás de Aquino e modernidade com Thomas Hobbes, Hugo Grócio, John Locke, Jean-Jacques Rousseau, entre outros.
A) JUSNATURALISMO COSMOLÓGICO
O jusnaturalismo cosmológico foi a doutrina do direito natural que caracterizou a antiguidade greco-latina, fundado na ideia de que os direitos naturais corresponderiam à dinâmica do próprio universo, refletindo as leis eternas e imutáveis que regem o funcionamento do cosmos.
Desde a Grécia anterior ao século VI a.C., durante o denominado período cosmológico, já se admitia uma justiça natural, emanada da ordem cósmica. Platão é um exemplo de como a justiça ideal expressa a hierarquia harmônica das três partes da alma, por exemplo: a alma concupiscível, irascível e racional.
A justiça consiste de uma imperativa adequação da conduta humana à ordem ideal do cosmos e da alma, constituindo ela a lei suprema da sociedade organizada como Estado. Como pondera Franks (2007, p. 76) acerca do surgimento da doutrina dos direitos naturais na Grécia Antiga, esta teria surgido:
“com a crença na existência de um direito que estivesse acima das leis humanas, dado pela natureza a todos os homens. Tratava-se de uma concepção cosmológica da natureza que deveria conter em si a sua própria lei. Os antigos gregos imaginavam uma ordem racional perfeita operando na natureza capaz de articular seus elementos constitutivos numa certa harmonia universal. Para Heráclito, essa lei divina do Cosmos era superior a todas as leis humanas”.
B) JUSNATURALISMO TEOLÓGICO
Ao jusnaturalismo cosmológico, que atribui uma ordem natural ao cosmos que deve servir de orientação para as ações humanas, os cristãos vão acrescentar a ideia de Deus, como sendo a origem desta ordem e do qual emana a harmonia do universo. Para o cristianismo, não é na justiça humana que reside a verdade, mas na lei de Deus, que age de modo absoluto, eterno e imutável.
Segundo o jusnaturalismo teológico, o fundamento dos direitos naturais seria a vontade de Deus.
Essa intuição humana de um direito natural prosseguiu permeando toda a história da filosofia e sofreu alterações ao longo deste percurso como na Idade Média, em que o direito natural foi vinculado à vontade de Deus pelo, assim denominado por Leo Strauss, jusnaturalismo escolástico. 
Só mais tarde, a partir da escola do direito natural que floresceu entre os séculos XVI e XVIII, o direito natural abandonou o vínculo divino para agarrar-se unicamente à razão, em que, através de algumas premissas amplamente aceitas, procura-se construir sistemas de leis dotadas de validade universal e perpétua através do método dedutivo (FRANKS, 2007, p. 76).
C) JUSNATURALISMO RACIONALISTA E CONTRATUALISMO MODERNO
Na Idade Moderna, durante os séculos XVII e XVIII, a ideia do direito natural foi ainda mais explorada e difundida.
A concepção do jusnaturalismo teológico foi, gradativamente, substituída por uma doutrina jusnaturalista subjetiva e racional, buscando seus fundamentos na identidade de uma razão humana universal.
As teorias contratualistas da modernidade, da qual Locke é um de seus expoentes, irão encontrar suas bases de fundamentação no jusnaturalismo.
As teorias contratualistas representam uma forma de pensamento em que uma espécie de contrato social determinou a passagem da vida humana do estado de natureza para o estado civil, para que os direitos naturais e individuais fossem assegurados e colocados sob a guarda de um soberano.
Ao Estado cabe a função máxima de cumprir essa função essencial, acordada por todos os contratantes do pacto social.
O jusnaturalismo, portanto, sustenta que o verdadeiro direito reside na natureza das coisas, na natureza humana ou ainda na religião ou na razão, que seriam ainda aspectos, por assim dizer, naturais. Por isso essa corrente é conhecida também como a do Direito Natural e este, como já asseveraram alguns autores, pretende extrair suas normas da religião, da natureza ou da razão humana. Mas o que importa aqui ressaltar é que, diferentemente do positivismo jurídico, para o jusnaturalismo o direito não é um artifício, uma criação livre do homem, mas é algo que está no mundo.
Para essa corrente, é fundamental a noção de justiça. A justiça é o valor ou finalidade que inspiraria o direito. Ela não se resumiria ao direito escrito ou estatal, mas estaria acima dele, seria algo natural, racional ou mesmo intuitivo: os homens podem em cada situação discernir o justo e o injusto. Desses aspectos decorre que o direito positivo pode entrar em contradição com o direito natural, e é este último que deve prevalecer; de acordo com o brocardo que bem define essa corrente jusfilosófica, atribuído a Santo Tomás de Aquino, lex iniusta non est lex, isto é, a lei injusta não é lei.
Assim, remetendo aos dois artigos anteriores acima citados, conclui-se que, enquanto o positivismo jurídico adota a tese da separação entre direito e moral, o jusnaturalismo adota a tese da conexão ou vinculação – o direito não é apenas o direito positivo, mas conceitualmente já remete à noção de justiça, que é como a moral se manifesta no mundo do direito.
Iluminismo e racionalismo: ruptura com a teocracia.
A Filosofia escolástica exaltava a lei divina perfeita e imutável forjando a lei humana.
As concepções de Santo Agostinho e São Tomás de Aquino sobre a origem da lei natural são importantes para o pensamento sobre a justiça.
Jusnaturalismo elege a razão como guia das ações humanas, surge o Direito Natural.
Revolução copernicana na esfera do Direito, mudança da concepção mítico-religiosa para racional.
Referência:
BITTAR, Carlos Eduardo; ALMEIDA, Guilherme Assis De. Curso de Filosofia do Direito. São Paulo: Atlas, 2012.

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