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SUMÁRIO I – PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO: CONCEPÇÃO, IMPORTÂNCIA E CLASSIFICAÇÃO………………………………..……...5 Questões de provas Gabarito comentado II – CURRÍCULO: DA PROPOSTA À PRÁTICA…………………………………………….10 III – TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA EDUCAÇÃO.…....19 IV – EAD: EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA……………………………………………………….25 V – EDUCAÇÃO: DIVERSIDADE, CIDADANIA E DIREITOS HUMANOS……..……..35 VI – EDUCAÇÃO INTEGRAL……………………………………………………………..……42 VII – EDUCAÇÃO DO CAMPO…………………………………………………………..…....48 VIII – EDUCAÇÃO AMBIENTAL………………………………………………………..……..54 IX – FUNDAMENTOS LEGAIS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL/INCLUSIVA E O PAPEL DO PROFESSOR……………………………………….…………………………………...……......62 X – EDUCAÇÃO E SOCIEDADE…………………………………………………….…..…….71 XI – TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS NA PRÁTICA ESCOLAR E SEUS ASPECTOS SOCIAIS……………………………………………………………………………………..…….76 XII – DIDÁTICA E PRÁTICA HISTÓRICO-CULTURAL……………………………..…….86 XIII – A DIDÁTICA NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR………………………..……..….93 XIV – COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA……………………………………………..…..…..96 XV – COMPROMISSO SOCIAL E ÉTICO DO PROFESSOR…………………………….101 XVI – RELAÇÃO PROFESSOR/ALUNO…………………………………………….……...105 XVII – NÍVEIS DE RELAÇÃO DO CONHECIMENTO: MULTIDISCIPLINARIDADE, PLURIDISCIPLINARIDADE, INTERDISCIPLINARIDADE E TRANSDISCIPLINARIDADE…………………………………………………………………112 XVIII – AVALIAÇÃO ESCOLAR E SUAS IMPLICAÇÕES PEDAGÓGICAS…….….....117 IXX – COMPONENTES DO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM………......123 XX – PPP (PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO): CONCEPÇÃO, PRINCÍPIOS E ELEMENTOS…………………………………………………………………………..………..128 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS……………………………………………………..…...138 Bons estudos! Copyright © 2021 Sildevânia Cavalcante. Todos os direitos reservados Nenhuma parte deste material pode ser copiado, reproduzido ou concedido ou vendido sob qualquer forma, sem autorização por escrito da autora. Autora: Sildevânia Cavalcante Revisão: Sílvia Leite CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS 5 de 138 I - PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO: CONCEPÇÃO, IMPORTÂNCIA E CLASSIFICAÇÃO. DEFINIÇÃO TENHA EM MENTE *Planejar faz parte da vida humana como um todo, o ponto central é: antecipar, precaver. Palavra que deriva do latim planus e quer dizer: plano, nivelado. Aqui se tem a ideia de uma perspectiva, um olhar privilegiado, no qual não há coisas encobertas no caminho, mas, pelo contrário, uma superfície lisa onde nosso olhar alcança os elementos predispostos de nosso campo. De maneira geral, as coisas mundanas se resumem em causa e efeito. Nós, enquanto animais, nos valemos dessa lógica: ali uma causa, nuvens pesadas e escuras, por exemplo, e eis seu provável efeito: chuva. Planejar é estar preparado para o que estar por vir, é ter consigo uma mochila preparada para as tempestades situacionais. Mas que relação há entre o planejamento e a educação? Ora, o ambiente educacional é dinâmico, te exige “jogo de cintura”, mas pede mais ainda por planejamento: Um bom planejamento afasta os problemas que podem ocorrer (o “jeitinho brasileiro”), pois eles já estão ali previstos em seu plano, descartando uma improvisação fadada a erros, mesmo que pequenos. Mas devemos nos atentar para o seguinte: se o ambiente educacional é dinâmico, o planejamento não pode ser acabado, rígido. Na verdade, um bom planejamento é também fluído, adaptável, permitindo adequação às diversas problemáticas que podem emergir. Veja a gama de benefícios que um planejamento possui: Planejar nos dá norte, direção; Planejar aumenta a performance; CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS 6 de 138 NÍVEL TIPO Planejar nos dá flexibilidade (lembre-se que ele é moldável às situações, não fixo); Planejar aumenta a celeridade; Planejar afasta erros e incertezas, já que diminui a chance de termos que “nos virar” numa situação (porque sabemos muito bem que numa situação que fomos pegos de surpresa e estamos sob pressão, as coisas não funcionam nada bem); Planejar reduz elementos dispensáveis; Planejar propicia ideias inovadoras; Planejar facilita a tomada de decisões; Planejar estabelece uma estrutura de controle; Planejar nos dá confiança e conforto emocional diante das situações. *Agora vamos classificar o planejamento: TIPO, NÍVEL e MODALIDADE. O tipo no planejamento é classificado quanto os agentes que nele atuam: PLANEJAMENTO NORMATIVO/TRADICIONAL • Como um documento oficial, possui modelos prévios, já formalizados num esquema próprio. • O trabalho é fragmentado, se aproximando de um modelo mecanizado dos processos. • O agente que o faz é a grande estrela, os fatores políticos, sociais e culturais têm uma participação minimizada. PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO • Possui a mão de diversos agentes no processo, é um trabalho conjunto, onde as vontades dos participantes do planejamento podem ser efetuadas, é um terreno onde o diálogo prevalece. • A realidade do planejamento vem à tona pois aqui os fatores políticos, sociais e culturais são considerados de forma mais ampla, propiciando uma maior relação entre teoria e prática. O nível no planejamento pode ser classificado quanto o seu tempo. CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS 7 de 138 MODALIDADE INSTITUCIONAL/ ESTRATÉGICO • É a base de tudo, aqui que se define valores e missões da entidade. É de longo prazo, pois os valores e missões de uma empresa, instituição ou congênere pouco mudam. Quando se faz um planejamento a esse nível, geralmente, se tem em mente um prazo de 5 a 10 anos. TÁTICO/DEPARTAMENTAL • São os braços que criarão as condições para que as ações estabelecidas pelo planejamento institucional se desenrolem. É mais específico e suas decisões são tomadas por pessoas de altos cargos que personificam a entidade em questão de forma interna. É de médio prazo, geralmente de 1 a 3 anos. OPERACIONAL • É a dimensão mais célere, aplicadas de 3 a 6 meses. Aqui é onde as tarefas mais cotidianas e basilares para o funcionamento da empresa são executadas. A modalidade no planejamento é classificada quanto as esferas de atuação. Plano da escola • Documento mais global, caracterizando o papel da escola em função da rede de ensino em que ela está situada. Plano de ensino/de unidade • É o documento norte em que o professor irá se basear, que traduz os objetivos e tarefas que deverão ser desempenhados ao longo do ano ou semestre letivo. Plano de aula • É o documento que prevê aquilo que será ministrado em sala de aula pelo professor, ou ainda: um resumo mais ou menos detalhado dos conteúdos que serão trabalhados na dimensão da sala de aula. CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS 8 de 138 QUESTÕES 1. (QUADRIX/SE-DF/PROFESSOR DE ATIVIDADES/2017) A reflexão a respeito da prática não resolve tudo, a experiência refletida não resolve tudo. São necessários procedimentos, estratégias, modos de fazer que ajudem a mais bem realizar o trabalho e melhorar a capacidade reflexiva sobre o que e como mudar, além de uma sólida cultura geral. J. C. Libâneo. Pedagogia e pedagogos, para quê? 6. ed. São Paulo: Cortez, 2002, p. 72 (com adaptações). Considerando o texto acima e o planejamento como elemento da prática pedagógica, julgue o item a seguir. O planejamento normativo confere ao estudante autonomia sobre seu próprio processo de aprendizagem. ( ) Errado ( ) Certo2. (QUADRIX/SE-DF/PROFESSOR DE ATIVIDADES/2017) Quanto ao planejamento e a organização do trabalho pedagógico, julgue o item subsecutivo. Um ponto prescindível do planejamento escolar é a filosofia que se pretende adotar para a educação que se quer oferecer, considerando o conjunto de princípios que evidenciam o valor da pessoa e da escola na sociedade. ( ) Errado ( ) Certo 3. (CESPE/ABIN/OFICIAL TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA/ÁREA 4/2018) A respeito do planejamento na ação docente, julgue o item a seguir. O planejamento independe do nível de preparo e das condições socioculturais e individuais dos alunos. ( ) Errado ( ) Certo 4. (QUADRIX/SEDUCE-GO/PROFESSOR DE BIOLOGIA/2018) O planejamento consiste em um instrumento fundamental de organização e deve encontrar-se presente em toda ação educativa. Ele se concretiza por meio de diversas dimensões. Com relação a esse tema, assinale a alternativa correta. CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS 9 de 138 GABARITO GABARITO COMENTADO a) O planejamento educacional é um documento em que são registradas as ações mais concretas de propostas que se deseja realizar, descrevendo os objetivos, os conteúdos, os procedimentos metodológicos, a avaliação do aluno e do professor e buscando efetividade e integração da escola. b) O planejamento curricular envolve um processo multidisciplinar que tem por objeto a organização de um sistema de relações lógicas de vários campos do conhecimento, de tal modo que se favoreça ao máximo o processo de ensino-aprendizagem e a tomada de decisões sobre a dinâmica da ação escolar. c) O planejamento escolar é um documento que descreve um processo de abordagem racional e científica dos problemas globais da educação, em que são apresentados os conteúdos básicos a serem contemplados, em um determinado período de tempo, no cotidiano do trabalho pedagógico do professor. d) O planejamento de ensino envolve a organização, o funcionamento e a proposta pedagógica, ou seja, é um processo de racionalização, organização e coordenação da ação docente, articulando a atividade escolar e a problemática do contexto social. e) O plano de aula descreve o conjunto de projetos a serem desenvolvidos em um período de tempo definido, envolvendo reflexões, ações e decisões referentes a situações em constantes interações entre professor e aluno e entre os próprios alunos. 1. E 2. E 3. E 4. B 1. ERRADO O planejamento normativo ou tradicional é um documento feito por um responsável em que não há participação de outrem, sem diálogo ou consideração de fatores externos, possui como característica principal o formalismo. Aqui a banca tentou CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS 10 de 138 II - CURRÍCULO: DA PROPOSTA À PRÁTICA INTRODUÇÃO confundir o candidato com um autodidatismo, ou ainda: tentou aproximar o conceito de planejamento participativo com essa certa autonomia de aprendizagem que está na questão. De qualquer forma, sendo uma ou outra coisa: ambas estão erradas. 2. ERRADO Prescindir significa não precisar, dispensar, a depender. O certo seria imprescindível. É necessário que haja no planejamento escolar um conjunto de princípios que deixem claro o valor da pessoa e da escola na sociedade. 3. ERRADO O planejamento deve levar em conta a realidade em que está se baseando; uma das realidades em que o professor está inserido é a de saber que existe uma pluralidade de condições no que diz respeito a seus alunos; logo: o planejamento (do professor, por exemplo) depende do nível de preparo e das condições socioculturais e individuais dos alunos. 4. LETRA B a) Os termos “ações concretas” e “conteúdos” designam o conceito de plano de aula. b) O currículo sempre será multidisciplinar, composto de várias disciplinas em interações distintas. c) Planejamento escolar ou da escola é aquele mais global, que descreve o que a unidade escolar irá tratar dentro da rede de ensino, nele não há conteúdos (característica própria do plano de aula). d) O plano de ensino é encaminhado ao professor como norte dos objetivos e tarefas num espaço de tempo anual ou semestral. A proposta pedagógica diz respeito ao plano da escola, que descreve o campo de atuação da unidade escolar no contexto que a cerca. e) Plano de aula não possui projetos em seu bojo, mas sim conteúdos. Projetos, essa palavra mais ampla, se remete ao plano da escola. A palavra Teoria deriva do grego θεωρία, transl. Theoria: significando 'contemplação', ‘observação’. Ao nos depararmos com essa significância suscitamos a seguinte indagação em relação do às teorias curriculares: é possível contemplarmos ou observarmos um currículo? A resposta mais intuitiva parece ser que não, não é possível. Seja numa ciência da natureza (como a física, que lida entidades fenomênicas e observação empírica) ou num campo mais puro do conhecimento como a matemática, a https://pt.wikipedia.org/wiki/Transl. CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS 11 de 138 TEORIAS DO CURRÍCULO TEORIA TRADICIONAL pergunta acima parece ser afirmativa. Sim, podemos contemplar a gravidade, quando a descobrimos por meio de uma descrição matematicamente formulada por Newton? A gravidade estava lá, não foi inventada depois de Newton a colocar no papel. O mesmo vale para equações matemáticas, são simplesmente relações numéricas entre entidades abstratas, que não estão no mundo de fato (não achamos o Teorema de Pitágoras na esquina), mas podem ser descobertas intuitivo ou dedutivamente. Ou seja, podemos descobrir as regras matemáticas que regem o universo, mas o currículo não tem peso para ser chamado de teoria. Como poderia, se ele não pode ser contemplado, descoberto ou descrito como se faz com a gravidade na física, por exemplo. Mas se o currículo não é uma teoria, o que ele seria então? Ora, ele deveria ser encarado como uma simples proposta. Semelhante a uma proposta de casamento, que pode ter como resposta sim ou não, o currículo simplesmente propõe uma série de conteúdos, por assim dizer, que podem ser aceitos ou não. Mas isso sempre foi assim, professor? Com certeza não, a história do currículo escolar foi marcada por um rigor, uma noção de estaticidade, de produto bem acabado e definido. Pense comigo: o homem já tentou fazer ciência de tudo, ditar leis sobre toda e qualquer dimensão da totalidade que pode “tocar”. Com o currículo não foi diferente. É com essa noção que vamos emergir as três “teorias” do currículo: tradicional, crítica e pós-crítica. Lembre das aspas em teorias como: não é teoria pois não foi descoberto, mas simplesmente inventado. Além do mais o currículo está mais para proposta, apesar de na história já ter sido idealizado e projetado para ser uma teoria, com as leis bem definidas e rígidas, nessa nossa vontade de fazer ciência de tudo. Vejamos algumas das teorias do currículo mais cobradas em provas. Aluno, você deve captar a essência de cada um dos currículos, fazendo isso é possível derivar certas características de cada um deles. O estudo da História ajudará bastante também. Contudo, ao final, teremos uma tabela bem extensa de demasiadas características de cada uma das teorias do currículo. As teorias curriculares tradicionais, como qualquer outra, estão atreladas a seu contexto histórico. A teoria tradicional ou conservadora tinha um teor altamente técnico, pragmatista. Esse modelo escolar foi encabeçado sobretudo por John Franklin Bobbit, que aplicou os estudos de Frederick Taylor (usado em indústrias e empresas) nas escolas. Uma analogia penosa, mas queretrata muito bom o que era esse modelo curricular de ensino é a semelhança do processo de aprendizagem dos estudantes com um produto fabril. Aqui vigora a eficiência, o tecnicismo, a rigidez didática, etc. CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS 12 de 138 TEORIA CRÍTICA TEORIA PÓS-CRÍTICA TENHA EM MENTE Essa teoria já se denuncia pelo seu nome. Ora, se a teoria tradicional é fixa, burocrática como uma empresa, marcada por reprodução daquilo já anteriormente delimitado; a teoria crítica é justamente a ruptura desse sistema. Se o sistema educacional é falho é necessário pensá-lo, criticá-lo, ele não tem nada de definido. A teoria crítica tem uma influência forte da Escola de Frankfurt e, por isso mesmo, dotada de cunho político. Não é atoa que o ponto alto da teoria crítica era seu ataque ao status quo, ela via essa lógica da linha de produção capitalista como um problema, num mundo onde se produz mais do mesmo e não exige nada mais que habilidades mecânicas ordinárias dos indivíduos. O que resulta da teoria crítica é que: se há um status quo, uma estrutura de dominância nas mais diversas esferas das relações humanas, eis o que o currículo escolar deve ter como motor: o poder, o poder dessa massa díspar, dessa que não se encontra na camada de império onde se assenta a lógica capitalista. Ora, o que há de semelhante entre a teoria crítica e pós crítica? É justamente o embate de ambas em relação à teoria tradicional e sua apatia crítica, seja quanto ao status quo, seja quanto a noção de um currículo estático e maquinal. Mas o que então diferencia essas duas correntes? Simples: a teoria crítica pensa como massa, focando na luta de classes; por outro lado, a teoria pós-crítica tem um viés que se concentra no indivíduo e sua pluralidade inerente em relação aos outros. A teoria pós-crítica é mais reduzida, não pensa tanto enquanto corpo, mas foca nas relações mínimas da malha social, nas individualidades. Por isso seu olhar cai em temas como alteridade, racismo, discussões de gênero, etc. O que você como aluno deve entender é o conceito de cada uma das teorias, aprenda o que é e saiba derivar palavras a partir de uma palavra raiz. Já em relação aos autores é bom fazer um mnemônico. Veja a abundância de características e autores que se situam em cada uma das três teorias estudadas: TRADICIONAL CRÍTICA PÓS-CRÍTICA 1ª metade do séc. XX 1960 1970~1980 CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS 13 de 138 QUESTÕES Tecnicista Luta de classe Subjetividade Didática acrítica Didática Crítica Didática crítica Mecanicista Emancipador Multiculturalismo Eficiência Poder Subjetividade Behaviorista Marxista Pós-estruturalista Fixo Social Gênero Hierárquico Perspectiva libertadora Sexualidade Padronização Ideologia Etnia Educação escalonar Discussão política Fenomenologia Conteudista Escola de Franfurt Alteridade Bobbit Horkheimer Debate Taylor Adorno Deleuze Giroux Derrida McLaren Focault 1. (IBADE/Prefeitura de Vitória - ES - Professor de Educação Básica IV/2019) A década de 60 foi de grandes transformações em diversos âmbitos, em nível mundial. Não poderia ser diferente com a Educação. Importantes movimentos sociais e culturais tiveram aí sua gênese. Não por coincidência foi também nessa década que surgiram estudos que criticavam o pensamento e a estrutura educacional tradicionais. Os modelos tradicionais de currículo restringiam-se à atividade técnica de como fazer o currículo. As teorias críticas sobre o currículo, em contraste, começam por colocar em questão, principalmente, os pressupostos dos presentes arranjos sociais e educacionais. (Tomaz Tadeu da Silva – Adaptado) Para as teorias críticas, o importante não é desenvolver técnicas de como fazer o currículo, mas desenvolver conceitos que nos permitam compreender: a) como se dá a aprendizagem. b) a gênese do conhecimento. CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS 14 de 138 c) a diferença entre razão e experiência. d) qual o limite do currículo informal. e) o que o currículo propõe. 2. (Nosso Rumo/Prefeitura de Itanhaém - SP - Professor de Educação Básica II/2020) Neste tipo de teoria, o currículo é entendido com algo que gera uma referência de gêneros, colocando-se a favor do reconhecimento das formas culturais dos mais diversos grupos sociais. Estas teorias posicionam-se na busca por um currículo multicultural (identidade, alteridade e diferença), currículo este que implica a capacidade de entender, respeitar e apreciar a outra cultura mesmo está sendo a cultura diferente. São teorias baseadas nas ideias de aceitação, de prestígio e familiaridade amigável entre e com as diversas culturas existentes. Tratam-se das teorias: a) críticas. b) tradicionais. c) pós-críticas. d) convencionais. e) construtivistas. 3. (Serviço Social da Indústria-SESI/SP/2008) Os estudos sobre currículo realizados a partir das décadas 60 e 70 do século passado destacam a existência, nas escolas, de vários níveis de currículo: formal, real e oculto. Acerca dos níveis de currículo, abordados por Libâneo, assinale a opção correta. a) O currículo formal é o que, de fato, acontece na sala de aula, em decorrência de um projeto pedagógico e dos planos de ensino. b) O currículo real é o currículo estabelecido pelos sistemas de ensino ou pela instituição educacional. c) O currículo real é o currículo legal expresso em diretrizes curriculares, objetivos e conteúdos das áreas ou disciplinas de estudo. d) O currículo oculto representa tudo o que os alunos aprendem pela convivência espontânea em meio às várias práticas que vigoram no meio social e escolar. CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS 15 de 138 4. (SE-DF/2018) O currículo da Secretaria de Estado de Educação o do Distrito Federal tem como pressupostos as teorias críticas e pós‐crítica. ( ) Errado ( ) Certo 5. (SE-DF/2018) O conceito de currículo expressa a ideia de conjunto de matérias e disciplinas existentes na grade curricular. ( ) Errado ( ) Certo 6. Um currículo em sua concepção tradicional não é fixo, por isso mesmo é crítico e libertatório. ( ) Errado ( ) Certo 7. (FGV/SP/2016) A coordenadora pedagógica do Ensino Médio reuniu um grupo de professores para analisar o currículo da escola. Ela abriu a reunião propondo aos professores uma visão ampliada do conceito de currículo. Segundo a coordenadora, a importância do currículo para a escolaridade reside no fato de que ele é: a) um plano de estudos pré-determinado pela escola que articula as diferentes áreas de conhecimento em um projeto comum. b) a lista de conteúdos a serem ensinados por cada disciplina da unidade escolar. c) a expressão do projeto cultural e educacional que a unidade escolar pretende desenvolver. d) uma proposta estruturada a partir de uma lista fragmentada de conteúdos. e) o conjunto de procedimentos proposto pela gestão escolar com um caráter disciplinador das atividades de ensino. 8. A teoria crítica busca a eficiência, emancipando seus alunos por meio da crítica constante ao modelo tradicional de currículo. ( ) Errado ( ) Certo 9. (Alternative Concursos/Prefeitura de Esperança do Sul/RS/2021) A obra “Documentos de identidade: uma introdução às teorias do currículo”, de Tomaz Tadeu da Silva, tem como perspectiva a construção de uma análise acerca das teorias do currículo, abordando CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS16 de 138 GABARITO diferentes aspectos que envolvem os conceitos tradicionais, críticos e pós-críticos. Segundo Tomaz Tadeu são características das teorias pós-críticas do currículo: I. Identidade, alteridade e diferença II. Subjetividade III. Significação e discurso IV. Saber-poder V. Representação VI. Cultura VII. Gênero, raça, etnia e sexualidade VIII. Multiculturalismo a) II e V estão incorretas. b) V está incorreta. c) I e VIII estão incorretas. d) VII está incorreta. e) Todas estão corretas. 10. (Quadrix/SEDF/2018) O Currículo em Movimento, elaborado pela Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal, é um documento que apresenta os temas que devem permear as atividades docentes, pois apontam os eixos norteadores de todos os conteúdos científicos a serem abordados em sala de aula. A respeito desse assunto, julgue o item. No documento em análise, a escola deve ser compreendida como o espaço físico no qual se realizam as atividades educativas. ( ) Errado ( ) Certo 1. E 2. C CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS 17 de 138 GABARITO COMENTADO 3. D 4. C 5. E 6. E 7. C 8. E 9. E 10. E 1. LETRA E a) Errada pelo fato de possuir um teor de processo cognitivo (a maneira pela qual se aprende algo). b) Não busca o momento inicial em que se dá o conhecimento, como na teoria da imitação diferida presente em crianças na obra de Piaget. c) Um currículo não filósofa sobre essas coisas. d) Pode até surgir uma discussão do papel do senso comum na educação, mas não é o ponto central da teoria crítica. e) Justamente. A teoria crítica do currículo crítica o próprio currículo, pensa a si mesmo. 2. LETRA C Palavras como aceitação, alteridade já apontam para as teorias pós-críticas, ainda mais quando se fala em aceitação das diversas culturas existentes (multiculturalismo). 3. LETRA D Questão interessante para pegarmos um novo conceito: currículo oculto. Perceba que você pode até não saber qual o autor, o enunciado te diz “a partir das décadas de 60~70”: então você já sabe que é a teoria crítica. Ora, a teoria crítica e pós-crítica querem justamente ir além do conteúdo curricular tradicional, colocando a vivência lá de fora na sala de aula (de maneira política com luta de classes pela teoria crítica ou com foco na subjetividade e multiculturalismo pela teoria pós-crítica). Na sala não deve ter só CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS 18 de 138 o conteúdo mecânico, próprio da teoria tradicional do currículo, deve-se ir além. Tendo noção disso, veja as alternativas novamente: currículo formal é o formalizado, o tradicional; currículo real é o tradicional também. Só sobrou o que? O oculto. Bastava saber de sinônimos nessa questão. O currículo oculto é justamente aquele que não está manifesto de maneira expressa no currículo escolar, são as entrelinhas da convivência entre os integrantes de uma escola. 4. CERTO Professor, não deveria ser só a pós-crítica, já que é mais recente? Não, lembre- se que ambas vão de embate com o modelo formal, com o caráter puramente conteudista presente na teoria tradicional do currículo. Pode marcar sem medo. Inclusive isso vale pra qualquer concurso que verse sobre temas educacionais. 5. ERRADO O conceito de currículo engloba três vertentes para sua prova: as teorias tradicional, crítica e pós-crítica. Dizer que currículo é conjunto de matérias e disciplinas é apontar para a teoria tradicional, ela é a teoria que dentre as três é puramente conteudista. O conceito de currículo mesmo se refere as três teorias. 6. ERRADO Não confunda o que já é tradição na Secretaria de Educação com a teoria formal ou tradicional de currículo. A Secretaria de Educação se baseia nos currículos crítico e pós-crítico. Por outro lado, a concepção tradicional de currículo remete a teoria formal de currículo, que é fixa sim, e não tem nada de crítica ou libertatória. 7. LETRA C a) Um currículo que seja ampliado (crítico ou pós-crítico) não pode ter um caráter pré- determinado, deve ser conjunto. b) Não pode ser simplesmente uma lista de conteúdos e pronto. c) Exato. Um currículo com uma visão ampliada deve o quê? Justamente englobar o além- escola, deve integrar a cultura local. d) Qualquer coisa que remeta à lista faz parte da noção tradicional de currículo. e) Se é procedimental e disciplinador só pode estar falando do currículo tradicional. 8. ERRADO A teoria crítica não tem como uma de suas finalidades a eficiência, esse objetivo é próprio da teoria tradicional de currículo. 9. LETRA E Questão super recente. Dê uma olhadinha na tabela, todas estão lá. A única característica que poderia confundir o aluno é a IV (saber-poder), mas não há alternativa que diga que ela está errada. Saber-poder é característica das teorias crítica e pós-crítica, quer dizer simplesmente que saber é poder. 10. ERRADO Questão polêmica. Na teoria crítica e pós-crítica, que são adotadas pela Secretaria de Educação do DF, a escola é sim um espaço físico, não deixa de ser. Mas ela não é só um espaço físico, ela vai além, uma das características principais das teorias CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS 19 de 138 III - TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA EDUCAÇÃO O QUE É TIC’s? TIC’s NA EDUCAÇÃO críticas e pós-críticas é justamente essa simbiose com a cultura local onde a escola está situada. O elaborador da questão quis que entendêssemos esse apenas subentendido. Infelizmente a prova da Secretaria de Educação exige de seus concurseiros esse tipo de análise mais astuta. TIC’s é uma sigla que significa Tecnologia da Informação e Comunicação. Esse termo é usado lá fora desde a década de 80 por pesquisadores acadêmicos, mas só em 1997 se tornou popular quando foi usada em um relatório de Dennis Stevenson em 1997 para se reportar ao governo do Reino Unido. Entendido o termo, você deve estar se perguntando: Mas isso faz referência a que? A todo e qualquer aparelho que lide com dados e auxilie a comunicação das pessoas, seja transmitindo, duplicando, convertendo ou recebendo essa informação. Podemos citar vários aparelhos que você usa no dia a dia: celular, computador, iPad, walkie-talkie, etc. Contudo não ficamos apenas nos hardwares (componentes físicos) da informática, também temos softwares (partes lógicas na computação) muito comuns usados em nosso cotidiano: e-mail, chat, aplicativos de celular, essa apostila que você está lendo em algum programa, etc. CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS 20 de 138 O DOCENTE E A EXIGÊNCIA DE ATUALIZAÇÃO As tecnologias da informação e da comunicação estão sendo cada vez mais usada para fins educacionais. Você agora mesmo está usando várias delas: um computador ou smartphone, um sistema operacional, um antivírus (espero), um programa para abrir essa apostila, um mouse, um fone de ouvido, etc. Você não está só lendo essa apostila, você está usado diversas TIC’s simultaneamente sem nem sequer se dar conta de que elas estão aí. Veja bem o diferencial: um professor que sabe usar bem esses recursos encontra uma infinidade de aulas mais fecundas. Um professor de Artes pode, por exemplo, abrir o Google Maps e mostrar aos alunos como o espírito da renascença está presente nas ruas de Florença à semelhança do barroco brasileiro em Ouro Preto. Um professor de Física pode simular os diferentes desvios que a luz na água e no óleo com o softwarePhET, por exemplo. Um professor de História, para captar mais a atenção dos alunos, pode recontar um evento da Revolução Francesa com uma série de imagens simbólicas na tentativa de fornecer aos alunos uma carga pictórica e imaginativa. Um professor de Biologia do ensino fundamental pode convencer que a lavagem das mãos é importante pegando amostras das bactérias contidas nos celulares de seus alunos e levando para análise no microscópico, por exemplo. Enfim, estamos cercados por esse mundo de ferramentas e cabe a nós designar um rol de benefícios educativos práticos a elas. Mas como que fica então a relação professor-aluno? O professor, na lógica crítica e pós-crítica (que você já aprendeu acima), tem um papel mais subalterno em relação a presença que tinha nas teorias curriculares tradicionais. De maneira alguma o professor é dispensável, o professor ainda detém a força interpretativa e sua bagagem acadêmica. Mas imagine a seguinte situação: numa aula de História um professor comenta que os dinossauros são seres que possuem escamas; um aluno atento diz que na verdade são penas, por mais absurdo que soe para alguns; os alunos e o professor vão averiguar a informação na internet e de fato: parece haver muito mais indícios atualmente de que os dinossauros possuíam penas em vez de escamas. O professor estava desatualizado, isso não quer dizer que os dinossauros realmente tinham penas, mas apenas que os estudos e a tecnologia de hoje apontam muito mais nesse sentido. Aqui as TIC’s (celulares e sites da internet) tiveram um papel importante para atualizar o professor para essa nova teoria, despertar a curiosidade de muitos alunos, desmontar um mito bastante enraizado, suscitar um debate e quem sabe ver a opinião do professor de Biologia a respeito do assunto. É visível a dificuldade que os profissionais de educação possuem quando se trata de tecnologias da informação. Contudo não podemos culpá-los. Primeiro que muitos estão mais deslocados da tecnologia devido o quesito geracional, tais ferramentas não CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS 21 de 138 O ALUNO fizeram parte da sua realidade, tudo isso é muito recente. Hoje em dia vemos crianças de 3 anos já dominando funções básicas de aparelhos como smartphone, tablet, computador. Mas tudo isso deriva do fato de ter sido criada uma cultura, a era da informação está ocorrendo é no agora. Por outro lado, anos atrás o público-alvo era muito diminuto, específico, a informática que hoje nos engloba ainda era uma pequena semente. Com a massificação da tecnologia da informação, atualmente é difícil encontrar alguém que não use um smartphone ou algo do tipo, até porque a facilidade de se pagar um boleto em casa é muito maior do que pegar uma fila de banco, por exemplo. Comodidade e velocidade são as palavras-chave. Em segundo lugar há uma escassez enorme de cursos profissionalizantes disponíveis, há sempre uma dificuldade presente em cada um deles. Ainda que haja cursos, os professores reclamam muito da falta de tempo que há. Ora, se um professor sai da escola às 18h, pega aquele trânsito que conhecemos bem e chega em casa às 19h (sendo muito otimista), que tempo lhe sobra para um curso? A vontade de descansar ou de fazer algo que gosta parece ser bem mais presente. O jeito é apelar para o autodidatismo, para vídeos e fóruns rápidos em seu tempo livre, ou para algum familiar, que volta e meia ensina lhe ensina alguma coisa. É preciso abastecer essa carência de domínio das ferramentas da informação de nossos professores. E tal empreitada não é algo tão difícil de se fazer. Se o impeditivo mais latente é justamente a falta de tempo, te pergunto: o que há hoje que nos faz mais economizar tempo? São justamente essas ferramentas tecnológicas. Cursos online vem sendo adotados em várias redes de ensino público para que os professores se atualizem a essa nova realidade demandada. Um exemplo disso é a EAPE (Subsecretaria de Formação Continuada dos Profissionais da Educação). No início de sua história só era possível fazer cursos presenciais, o que deixou de ser viável após algum tempo, destinando investimentos para o modo online de educação desses profissionais. Mas infelizmente isso não é a realidade de todo Brasil. Pois já existe bastante tempo que essa exigência está visível e só agora que os governos vêm adotando medidas para sanar essa deficiência. A pandemia da COVID-19 foi uma situação que fomentou emergencialmente a migração e o uso cada vez mais amplo dessas tecnologias, estas que eram postas a caminhar a passos muito lentos em tempos de normalidade. Mas isso será assunto de outro tópico nosso: Educação à distância. Vamos suscitar agora vários pontos polêmicos no uso das tecnologias da informação por parte dos discentes. A primeira delas é a falta de maturidade que muitos alunos possuem. A pergunta é: em que idade que o discente sabe separar as coisas? Se hoje em dia há tantos estudantes que não tiram o olho da tela, será que no ambiente escolar as coisas seriam diferentes? O CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS 22 de 138 O ACESSO TENHA EM MENTE uso incorreto pode se tornar um empecilho no foco dos discentes naquilo que está sendo estudado. O segundo ponto é a problemática que o uso muito precoce de aparelhos, como o smartphone ou iPad, podem desencadear em nossas crianças. Existe um aumento significativo em crianças desenvolvendo problemas para atividades motoras comuns. O contato mesmo que a criança tem com o lápis e com outras atividades educacionais trabalhadas na primeira infância (até os 5 ou 6 anos) é de suma importância, ela não pode ser reduzida assim drasticamente, muito menos substituída. Tomamos, por exemplo, os desenvolvimentos gerados pela escrita fina: o toque, a postura, o equilíbrio, a noção espacial, o trabalho da força nos músculos e articulações, o desenvolvimento neuropsicológico, etc. Quando uma criança não desenvolve propriamente a escrita, ela caba perdendo toda essa gama de benefícios. Faço esse alerto porque há escolas que desde cedo querem fomentar a tecnologia através do uso de iPads e semelhantes, deixando de lado o foco naquilo que há de manual. Fora o fato de pais que, para “fazer com que os filhos fiquem quietos”, dão desde cedo esses dispositivos. O toque em uma tela, o deslizar dos dedos, não substitui a escrita manual, esta é imprescindível. Por estarmos habituados com nossas vidas, muitos problemas, como o de acesso à internet, parecem distantes, ou pelo menos, menores do que eles realmente são. Só para se ter uma ideia, “dois terços das crianças em idade escolar no mundo não têm acesso à internet em casa” (UNICEF). A realidade do estudante brasiliense é bem mais otimista, “94% dos alunos da rede pública têm acesso à internet”. Acesso existe. Mas será que ele é de qualidade? Muitos alunos durante a pandemia reportaram problemas na rede devido ao alto tráfego. Até mesmo falaram em revezamento nas aulas online para evitar problemas de quedas de conexão. Ora, se tivéssemos tido investimento e logística, jamais estaríamos passando por uma situação como essa. O ensino não pode ser interrompido por falta de planejamento. CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS 23 de 138 QUESTÕES BENEFÍCIOS O QUE DISCUTIR CELERIDADE DESCONTROLE PESQUISA DE INFORMAÇÃO PROBLEMAS NA REDE DINAMISMO FALTA DE FORMAÇÃO INTERAÇÃO FALTA DE ESTRUTURA TROCA CULTURAL DIFICULDADE DE ACESSO FACILIDADE DIFICULDADE DE USO 1. (QUADRIX/2017) Em relação às Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC), que podem trazer dados,imagens e resumos de forma rápida e atraente, a aquisição de informações e de dados pelo aluno depende cada vez menos do professor, cabendo ao professor o papel de ajudá-lo a interpretar, relacionar e contextualizar esses dados. ( ) Errado ( ) Certo 2. Quais dessas são propriamente tecnologias da informação e comunicação? I – Ferro de passar e mouse. II – caixa de correio e celular. III – cabo de telefone e TV de tubo. IV – TV smart e assistente pessoal. V – correio eletrônico e computador. a) Todas as alternativas b) Somente II e V. c) Somente IV. d) Somente II e III. e) Somente IV e V. CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS 24 de 138 GABARITO 3. (CESPE/2017) Multimídia é o conjunto de diferentes meios de comunicação (meios digitais, tais como texto, gráfico, imagem, áudio, animação, vídeo) que possibilitam transmitir de alguma forma as informações. ( ) Errado ( ) Certo 4. (OMNI/Prefeitura de Iraceminha/SC/Professor de Educação Física/2021) As mídias eletrônicas estão cada vez mais integradas com a educação, especialmente no momento atual de crise de saúde vivida pelo mundo. Sobre esse assunto, marque a alternativa INCORRETA. a) Nenhum professor apresentou dificuldades no modelo de ensino por mídias durante a pandemia, pois antes dela, as mídias já eram massivamente utilizadas nas escolas. b) Antes do período da pandemia, o professor ao utilizar as mídias em suas aulas possuía uma representação de inovação, pois acreditava estar fazendo algo diferente. c) As mídias, anteriormente à pandemia eram utilizadas especialmente com o objetivo de aumentar a motivação dos estudantes para a aprendizagem. d) Existe a necessidade de se construir competências adequadas ao perfil do professor mídia-educador. 5. (IFMG/2013) As NTICs aparecem como um instrumento importante para resolver os problemas do ensino e melhorar definitivamente a qualidade da educação de modo geral. ( ) Errado ( ) Certo 1. C 2. E 3. C 4. A 5. C CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS 25 de 138 GABARITO COMENTADO IV - EAD: EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 1. ERRADO Uma coisa não implica a outra. O uso de ferramentas TIC’s confere maior autonomia de pesquisa aos alunos, mas de maneira alguma subtrai o papel da condução interpretativa e de ensino que pertencem ao professor. 2. LETRA E Veja que ferro de passar não transmite comunicação. Caixa de correio corresponde ao local onde se põe as correspondências, não tem nada a ver com e-mail. Cabo de telefone apesar ser uma ferramenta meio para transmitir informação, esse componente por si só não consegue fazer uma interação auditiva entre duas pessoas. Assistente pessoal são robozinhos inteligentes que respondem a comandos de voz e conseguem fazer pedidos online, abrir páginas da web, etc. Correio eletrônico é justamente o e-mail, esse sim é uma ferramenta da Tecnologia da Informação e Comunicação. 3. CERTO Multimídia lembra muitos, mídia lembra meio. A própria questão fala “meios digitais, tais como…”. O aluno deve analisar: texto, gráficos, vídeo, etc, podem ser encontrados em meios digitais? Sim. E são vários? Sim. Justamente o conceito de vários meios, vários meios digitais, que é exatamente o significado de multimídia. 4. LETRA A Questão super fácil. Nenhum professor teve dificuldades durante a pandemia? Claro que não, foi um momento novo e muitos docentes nem sequer tinham tido contato com muitas das ferramentas exigidas na pandemia, temos o moodle como exemplo. 5. CERTO O que são NTICs, professor? Quer simplesmente dizer Novas Tecnologias da Informação e Comunicação. TIC’s pode designar todas as ferramentas ou as de 1ª e 2ª Gerações. A 1ª Geração é a correspondência. A 2ª Geração é o telecurso. Já a sigla NTIC’s designa apenas as ferramentas próprias da 3ª Geração, que é a internet, computador, smartphone, etc (tudo aquilo que veio junto da revolução da internet para frente). CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS 26 de 138 DEFINIÇÃO HISTÓRIA *EAD é um conteúdo super tranquilo, mas pode pegar o aluno desatento nos detalhes das questões. Por esse motivo iremos ver justamente em como a EAD pode aparecer na sua prova, focando nosso trabalho na resolução de questões. *EAD é uma sigla que significa Educação a distância. Educação a Distância é uma das modalidades de ensino taxada pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB). Nessa modalidade de ensino a relação aluno-professor não se dá no mesmo espaço físico e temporal, na realidade os participantes desse ensino interagem entre si estando cada um deles em diferentes cenários e momentos do mundo. De maneira intuitiva estamos acostumados a pensar o Ensino a Distância da seguinte forma: um discente ou um conjunto deles interagindo com professores sobre um determinado conteúdo por meio de uma rede de dispositivos como computadores e smartphones. Bem, é isso mesmo, mas não fica só nisso e nem sempre foi assim. É difícil até mesmo se traçar os primeiros registros de Ensino a Distância que ocorreram na história, pois esse prescinde de computação. O que isso quer dizer? Simplesmente que o Ensino a Distância é justamente isso que o próprio nome diz e nada mais: a distância. Assim, uma troca de correspondências entre duas pessoas que tinham um interesse de trocar informações sobre determinadas pesquisas sobre um tipo de planta no século XV pode ser considerada como um Ensino a Distância. Por isso, como dito anteriormente, é muito difícil datar com exatidão os primeiros registros dessa modalidade de ensino. Claro CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS 27 de 138 O QUE DIZ A LEI que daquilo que se teve ampla notícia é mais provável que os estudiosos concordem a respeito de um evento, como, por exemplo: Um curso de Taquigrafia (técnica para escrever manualmente mais rápido, usando códigos e abreviações) fornecido em Boston no ano de 1728 pelo professor Caleb Phillips, onde este enviava semanalmente materiais aos interessados pelo assunto pelo correio. Veja que falamos que os tempos e espaços daqueles que se situam nesse ambiente de interação são diversos. Mas o que é mais interessante é notar que ao longo de nossa trajetória histórica: o espaço se alargou cada vez mais e o tempo foi encurtado de maneira assombrosa. Se antes era possível de se imaginar que o espaço mais longo de um ensino a correspondência era entre, provavelmente, a Europa e os EUA; hoje é possível que um astronauta situado na órbita terrestre faça um curso em seu tempo livre, estando o professor numa universidade qualquer do planeta. Por outro lado, há centenas de anos atrás uma troca de informações entre Estados, por exemplo, demorava dias, quando as carroças ainda eram o meio de transporte dominante; atualmente a velocidade de conexão entre dois pontos na rede de computadores se faz na casa de milésimo de segundos. Tudo mais rápido e cada vez mais distante. Segue os pontos nevrálgicos do Decreto n. 9.057 (Vamos dar uma olhada em algumas características da Educação a distância que você não pode ir para sua prova sem sabê-las). • EAD é uma dentre as 7 modalidades de ensino que existem: I – EJA (Educação de Jovens e Adultos) II – EAD (Educação a Distância) III – Educação Escolar Quilombola IV – Educação Escolar Indígena V – Educação Escolar do Campo VI – Educação Profissional e Tecnológica VII – Educação Especial*Ainda tocaremos nesse ponto das modalidades de ensino mais adiante. CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS 28 de 138 QUESTÕES • O que costumamos chamar de EAD hoje em dia é um ensino remoto por meio de ferramentas da Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC’s). Contudo o significado de Ensino a Distância não se limita a isso: lembre-se das correspondências. Aliás podemos apontar três fases distintas da Educação a Distância: correspondências>telecursos>internet. • Num curso EAD não é necessário que 100% das aulas sejam remotas, pode haver encontros presenciais ocasionais para aplicação de provas, apresentação de trabalhos, etc. • Apenas o Ministério da Educação (MEC) poderá credenciar, reconhecer, autorizar e avaliar as instituições: públicas e privadas, presenciais e a distância. O credenciamento /recredenciamento de uma instituição é feito em sua sede, tendo em vista a necessidade de avaliação do local). Lembre-se que o MEC é um órgão componente do Poder Executivo Federal. • Um Ensino a Distância pode ter dois tipos de funcionamento: – Síncrono: Onde as aulas são ao vivo. – Assíncrono: Onde as aulas ficam disponibilizadas para serem acessadas dentro de um determinado período, conferindo-se assim maior autonomia/liberdade aos discentes. • A EAD não se limita ao Ensino Superior (graduação e pós-graduação latu senso), como muitos pensam: também pode ser ofertada na Educação Básica. • Incumbe a cada autoridade do respectivo Estado, Município ou Distrito: autorizar cursos na modalidade EAD nos seguintes níveis e modalidades: I – Ensino Fundamental, como complementação da aprendizagem ou em situações emergenciais; II – Ensino Médio, para efeito de cumprimento das exigências curriculares do Ensino Médio; III – Educação Profissional Técnica de Nível Médio; IV – Educação de Jovens e Adultos; V – Educação Especial. *Perceba que só as modalidades EJA, Educação Especial e Educação Profissional e Tecnológica estão previstas aqui. CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS 29 de 138 1. (CEBRASPE/SERPRO/ANALISTA DESENHO INSTRUCIONAL/2013) A respeito do planejamento, do desenvolvimento e das teorias pedagógicas aplicadas à EAD, julgue o item seguinte. A teoria andragógica é utilizada na elaboração de treinamentos em EAD. A experiência pessoal, o engajamento pessoal em processos de investigação, a consideração pelo ritmo do aluno e o lugar onde se desenvolve a aprendizagem são características dessa teoria. ( ) Errado ( ) Certo 2. EAD é um modelo pedagógico em que a relação professor-aluno se dá em tempos e espaços diferentes. ( ) Errado ( ) Certo 3. (CEBRASPE/ABIN/OFICIAL TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA/2018) A EAD é considerada uma modalidade básica de ensino. ( ) Errado ( ) Certo 4. (VUNESP/EBSERH/PEDAGOGO EAD/2020) no Brasil está prevista na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e foi regulamentada por legislação própria que determina que ela se organize segundo metodologia, gestão e avaliação peculiares. Acerca da EAD, é correto afirmar que: a) os resultados obtidos nas mais variadas formas de avaliação a distância devem prevalecer sobre os resultados dos exames de avaliação presenciais. b) as atividades presenciais, como tutorias, avaliações, estágios, práticas profissionais e de laboratório e defesa de trabalhos, deverão ser previstas nos projetos pedagógicos ou de desenvolvimento da instituição de ensino e do curso. c) os diplomas e certificados de cursos e programas a distância, expedidos por instituições credenciadas, terão validade regional. d) a educação a distância poderá ser ofertada apenas na educação superior, abrangendo todos os cursos e programas, e na educação profissional. e) compete ao Ministério da Educação autorizar os cursos e o funcionamento de instituições de educação na modalidade a distância em todos os níveis e modalidade. 5. (CEBRASPE/ABIN/OFICIAL TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA/2018) A EAD é considerada um sistema tecnológico de comunicação unidirecional para massas. CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS 30 de 138 ( ) Errado ( ) Certo 6. (CEBRASPE/IPHAN/TÉCNICO DE NÍVEL SUPERIOR/2018) Com relação à educação a distância (EAD), julgue o item subsecutivo. Na EAD, a escolha de ferramentas sincrônicas em vez de ferramentas assíncronas é aconselhável, porque a participação simultânea de professores e estudantes torna a aprendizagem mais eficiente. ( ) Errado ( ) Certo 7. (COTEC/PREFEITURA DE SÃO FRANCISCO MG/PEDAGOGO/2020). Em relação à educação a distância (EAD), pode-se afirmar que: a) as universidades, por gozarem de autonomia pedagógica, podem oferecer cursos superiores a distância sem solicitação de credenciamento específico pelo Ministério da Educação. b) os cursos a distância, no âmbito das instituições de Ensino Superior, não necessitam do credenciamento do MEC e da Secretaria Estadual de Educação. c) a oferta de cursos ou programas a distância terá prazo de validade de até 10 anos, podendo ser renovado mediante novo processo de avaliação. d) a EAD é caracterizada pela separação entre professor e aluno no espaço e/ou tempo, e pelo controle do aprendizado realizado mais intensamente pelo aluno do que pelo instrutor distante. e) a EAD é uma modalidade educacional na qual a mediação nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de tecnologias de informação e comunicação. 8. (CEBRASPE/ABIN/OFICIAL TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA/2018) A conjuntura econômica, política e tecnológica favoreceu a implementação da educação a distância (EAD), que passou a ocupar posição instrumental estratégica para satisfazer amplas e diversificadas necessidades de qualificação das pessoas adultas, para a contenção de gastos nas áreas de serviços educacionais e, no âmbito ideológico, para traduzir a crença de que o conhecimento está disponível a quem quiser. Considerando o assunto abordado nesse texto, julgue o próximo item, relativo à educação a distância (EAD) e às tecnologias da educação. A educação a distância (ou virtual) caracteriza-se por ser um método de ensino e aprendizado desprovido de momentos presenciais. CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS 31 de 138 ( ) Errado ( ) Certo 9. (CEBRASPE/UNIPAMPA/2013) No que se refere à educação a distância, julgue o item subsequente. A lei garante tratamento diferenciado à educação a distância, como, por exemplo, a redução de custos de transmissão em canais comerciais de radiodifusão. ( ) Errado ( ) Certo 10. A Educação a Distância (EAD) é feita apenas por meios das TIC’s (Tecnologias da Informação e Comunicação). ( ) Errado ( ) Certo 11. (CEBRASPE/ UNIPAMPA/2013) No que se refere à educação a distância, julgue o item subsequente. As instituições de educação a distância devem ser credenciadas pela União e pelos estados. ( ) Errado ( ) Certo 12. (FUNCAB/IF-RR/2013) A forma inicial de oferta dos cursos a distância era por correspondência e tinha como finalidade ampliar a oferta de oportunidades educacionais, permitindo que as camadas sociais menos privilegiadas economicamente pudessem participar do sistema formal de ensino, sobretudo da educação básica, uma vez que as preocupações iniciais da EAD – Educação a Distância estavam focadas neste nível de ensino e em cursos preparatórios para o trabalho. O pesquisador Desmond Keegan (1980) que identificou alguns elementos-chave dos processos educacionais a distância. Marque a alternativa que NÃO corresponde aos processoseducacionais a distância, na era da tecnologia. a) Troca de comunicação bidirecional. b) Troca de comunicação por correspondência. c) Uso da mídia para interligar professores e alunos. d) Influência de uma organização educacional. e) Distância física entre professores e alunos. CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS 32 de 138 13. (FUNDEPES/IF-MG/2017) De acordo com a sua concepção epistemológica, tecnologias de suporte e abordagem pedagógica, os programas de educação a distância (EAD) podem privilegiar ou não o diálogo, conforme menciona Almeida (2003). Analise as seguintes afirmativas sobre a educação a distância e assinale com V as verdadeiras e com F as falsas. ( ) As abordagens de EAD por meio das tecnologias da informação e comunicação (TIC) podem ser: broadcast, virtualização da sala de aula presencial ou estar junto virtual. ( ) A colocação dos alunos em ambientes digitais é o bastante para que ocorram interações significativas, focadas nas temáticas alinhadas com os objetivos das atividades propostas. ( ) As características como distância geográfica e uso de múltiplas mídias são inerentes à educação a distância, sendo suficientes para definirem a concepção educacional. ( ) Há uma intrínseca conexão entre EAD, alfabetização e inclusão digital ao considerar- se a necessidade de fluência tecnológica para que a pessoa possa participar de atividades à distância com suporte no meio digital. Assinale a sequência CORRETA. a) V - F - V - F b) F - V - F - V c) V - F - F - V d) F - V - V - F 14. (CEBRASPE/UNIPAMPA/2013) No que se refere à educação a distância, julgue o item subsequente. Para o desenvolvimento da educação a distância, é previsto um módulo introdutório destinado a oferecer ao aluno o domínio de conhecimentos e habilidades básicas referentes à tecnologia que será utilizada durante o curso. ( ) Errado ( ) Certo CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS 33 de 138 GABARITO 15. (INSTITUTO UNIFIL/PREFEITURA DE ÂNGULO PR/PROFESSOR/2020) A cada etapa da Educação Básica pode corresponder uma ou mais das modalidades de ensino. Assinale a alternativa que apresenta essas modalidades. a) Educação infantil, Educação Fundamental e Ensino Médio. b) Educação Fundamental, Educação do Campo, Educação Escolar Indígena e Educação a Distância. c) Educação do Campo, Educação Escolar Indígena e Educação a Distância. d) Educação de Jovens e Adultos, Educação Especial, Educação Profissional e Tecnológica, Educação do Campo, Educação Escolar Indígena e Educação a Distância. 1. C 2. C 3. E 4. E 5. E 6. E 7. E 8. E 9. C 10. E 11. E 12. B CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS 34 de 138 GABARITO COMENTADO 13. A 14. C 15. E 1. CERTO A teoria andragógica tem como foco a orientação do aprendizado de adultos. Ela é sim utilizada no treinamento de daqueles que lidam com a EAD. 2. CERTO Exatamente, uma boa definição de EAD. 3. ERRADO EAD é uma modalidade de ensino, não apenas da educação básica, abrange a educação superior também. 4. LETRA B a) Não há hierarquia entre notas das avaliações entre o ensino presencial e a distância. b) Certíssimo, deve haver previsão. c) A validade é nacional para faculdades e centros universitários, já se o curso EAD for de universidade a validade será internacional. d) Não, a educação a distância também pode ser ofertada no ensino básico. e) Não abrange todas as modalidades. 5. ERRADO Unidirecional significa apenas uma direção. A EAD, como qualquer outra forma de modalidade de ensino, é bidirecional ou multidirecional. O processo de aprendizagem é uma troca, na interação entre pessoas. 6. ERRADO Não há hierarquia entre essas ferramentas. Relembrando: ferramenta síncrona são aulas ao vivo, já as assíncronas são as aulas gravadas que ficam disponíveis para acesso num intervalo de tempo. 7. LETRA E a) É necessário o credenciamento pelo MEC. b) É necessário o credenciamento pelo MEC. c) Item errado. No primeiro credenciamento a oferta do curso é de até 3 anos para faculdades e centros universitários, e de no máximo 5 anos para universidades. CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS 35 de 138 V – EDUCAÇÃO: DIVERSIDADE, CIDADANIA E DIREITOS HUMANOS. INTRODUÇÃO d) O controle do aprendizado é do professor. O que ocorre é que na EAD o aluno possui, muitas das vezes, mais autonomia para os estudos (principalmente quando há o uso de ferramentas assíncronas). e) Exato. EAD é uma modalidade educacional e a mediação (o meio da interação educacional) ocorre justamente com o uso de ferramentas da TIC’s. 8. ERRADO Temos dois erros nessa questão. O primeiro é que EAD é uma modalidade educacional, não um método de ensino. O segundo é que o Ensino a Distância pode muito bem contar com encontros presenciais na sua carga horária. 9. CERTO Exatamente. Esse tratamento diferenciado, que serve de fomento a essa modalidade educacional, está previsto no art. 80 da LDB 9.394. 10. ERRADO Pode ser por meio de correspondências também. Lembre-se que correio ou correspondência é um EAD, mas não é uma TIC’s. 11. ERRADO Somente ao MEC é que se incumbe a tarefa de credenciar, autorizar, reconhecer e avaliar as instituições: públicas e privadas, presenciais e a distância. 12. LETRA B: Se está se falando de tecnologias, não cabe a correspondência aqui. Ah, professor, mas hoje em dia é necessário muita tecnologia para operar um sistema de correspondências. Sim, concordo. Mas uma carta por si só não é uma tecnologia eletrônica. 13. LETRA A Vamos analisar as erradas. A segunda alternativa diz que basta a colocação do aluno em um ambiente virtual para que haja interações significativas? Cadê o professor e sua bagagem acadêmica e os alunos nessa afirmativa? Está faltando pelo menos esses dois. Já a quarta e última alternativa diz que é necessário uma fluência tecnológica para que a pessoa possa participar de atividades à distância. Claro que não, está muito mais ligado a entendimentos básicos e práticos da informática. 14. CERTO Existe essa previsão, podendo ser um módulo obrigatório ou facultativo. 15. ERRADO A Educação a Distância é uma dentre as 7 modalidades de ensino existentes. CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS 36 de 138 CIDADANIA DIREITOS HUMANOS DEFINIÇÃO E HISTÓRIA A relação que a educação tem com a diversidade é imprescindível. Ora, se a educação é feita justamente para os discentes, que nada mais são do que um conjunto formado de indivíduos com as mais diferentes características: trabalhar a diversidade no âmbito educacional é algo extremamente fundamental. É como um ciclo: a diversidade existe na dimensão educacional e a diversidade precisa ser trabalhada educacionalmente. Educar para a diversidade é fazer com que a diversidade de estudantes saibam, valorizem e aprendam com a diversidade de outros alunos e do contexto diferente que os cercam. O rol da diversidade que deve ser trabalhado nas escolas é amplo, temas como: • Racismo; • Etnia; • Preconceito com outras sexualidades e gêneros; • Xenofobia; • Discriminação com pessoas de zonas rurais ou marginalizadas; • Convicções políticas; • Religião ou a falta dela; • Visões de Mundo. Primeiro precisamos definir o que é um cidadão. Cidadania pode ser visto sob duas óticas.A primeira maneira define cidadão mais amplamente: como um indivíduo que possui direitos e deveres com o seu país (no caso com o Brasil). Por outro lado, um cidadão pode ser entendido juridicamente do seguinte modo: um indivíduo que goza de seus direitos civis e políticos num Estado. Os Direitos Humanos são aqueles direitos inerentes a condição humana, são aqueles que são indissociáveis da essência humana, se confundem com o que nós mesmo somos. O termo pode aparecer também como princípio da dignidade da pessoa humana, valor moral inerente a toda e qualquer pessoa humana. CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS 37 de 138 O QUE DIZ A LEI Os Direitos Humanos passaram por diversas fases ao longo da história. As primeiras tentativas de uma declaração dos direitos humanos são algo bastante difícil de se demarcar com exatidão, os estudiosos oscilam entre O Código Hamurabi (no século XVIII a.C) e um escrito de Ciro, o grande, rei da Pérsia, por volta de 539 a.C. Ao longo da história outros marcos foram sumamente importantes para a construção do Direitos Humanos, que está sendo sempre revisto (nunca pode piorar, só melhorar e acrescentar novos pontos). Podemos citar a Revolução Francesa, a Bill of Rights, a Carta Magna de 1215 da Inglaterra e diversas convenções ao longo da história. Assim, com o passar do tempo Direitos Humanos foram tomando corpo e, alguns estudiosos costumam classificar em 5 gerações: 1ª Geração: se refere a liberdade civil e política, onde o ponto central foi o caráter negativo de atuação do Estado, o não fazer. Marcos históricos: Independência dos EUA, Revolução Gloriosa e Revolução Francesa. 2ª Geração: a palavra é igualdade, no âmbito econômico, social e cultural. Aqui, ao contrário da 1ª Geração, houve um caráter ativo por parte do Estado. Marcos históricos: Revolução mexicana, Revolução Russa e Constituição de Weimar. 3ª Geração: direitos de fraternidade, onde se focou nos interesses comuns. O marco foi a barbaridade do holocausto feita pelos nazistas, fomentando ao final da Segunda Guerra Mundial a criação do documento base dos Direitos Humanos em 1948. 4ª Geração: direito à bioética ou direito da participação democrática e do acesso à informação (existe essa divergência interpretativa entre os estudiosos). 5ª Geração: direito à paz em todo o mundo. *A Declaração Universal de Direitos Humanos garante expressamente a gratuidade da educação fundamental e elementar. Vejamos o ponto no documento: Art. 26° 1. Toda a pessoa tem direito à educação. A educação deve ser gratuita, pelo menos a correspondente ao ensino elementar fundamental. O ensino elementar é obrigatório. O ensino técnico e profissional dever ser generalizado; o acesso aos estudos superiores deve estar aberto a todos em plena igualdade, em função do seu mérito. 2. A educação deve visar à plena expansão da personalidade humana e ao reforço dos direitos do Homem e das liberdades fundamentais e deve favorecer a compreensão, a CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS 38 de 138 QUESTÕES tolerância e a amizade entre todas as nações e todos os grupos raciais ou religiosos, bem como o desenvolvimento das atividades das Nações Unidas para a manutenção da paz. 3. Aos pais pertence a prioridade do direito de escolher o gênero de educação a dar aos filhos. Apesar de o ensino ser para todos na educação básica, o mesmo não ocorre nos níveis mais avançados de ensino (educação superior). Pois as vagas destinadas a educação superior são mais diminutas, devido o maior custo de manutenção dos discentes. A resolução encontrada para isso foi mudar o princípio. Se na educação básica a oferta é ampla, na educação superior há a aplicação do princípio da meritocracia. Esse princípio em termos práticas ocorre por meio das diversas maneiras de se adentrar em uma universidade pública, seja o ENEM, o PAS ou o vestibular tradicional. Por outro lado, uma educação para os Direitos Humanos é um ponto essencial a ser trabalhados nas escolas. Primeiro porque os estudantes devem conhecer seus direitos intrínsecos a sua condição humana, para que possam notar e exigir do Poder Público seus efeitos práticos. Segundo que uma das características fundamentais dos Direitos Humanos é justamente a sua renovação constante. Por exemplo, em 1917 a Constituição Mexicana foi a primeira a colocar dentre seus direitos fundamentais os direitos trabalhistas. *Já as Diretrizes Nacionais para a Educação em Direitos Humanos nos trazem em seu 3º artigo: Art. 3º. A Educação em Direitos Humanos, com a finalidade de promover a educação para a mudança e a transformação social, fundamenta-se nos seguintes princípios: I – dignidade humana; II – igualdade de direitos; III – reconhecimento e valorização das diferenças e das diversidades; IV – laicidade do Estado; V – democracia na educação; VI – transversalidade, vivência e globalidade; VII – sustentabilidade socioambiental. 1. (QUADRIX/SEDF CONTRATO TEMPORÁRIO/2018) A diversidade deve ser trabalhada na escola por meio de eixos transversais, pois eles reforçam o caráter normativo do currículo. CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS 39 de 138 ( ) Errado ( ) Certo 2. (Instituto Excelência/Prefeitura de Tremembé SP/Professor Educação Básica/2019) Assinale a alternativa INCORRETA. a) Reconhecendo que os direitos humanos podem atuar como direcionamentos éticos na prática educativa, o cumprimento de suas finalidades, é somente política. b) A cidadania caracteriza um conjunto de práticas, de direitos e deveres que definem uma pessoa no seio de uma sociedade. c) A Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948, constitui por excelência, um marco na delimitação dos direitos e em sua defesa necessária para existência digna do ser humano no mundo. d) A educação em Direitos Humanos é parte integral do direito à educação e, cada vez mais, obtém maior reconhecimento como direito humano em si mesma. 3. (IF-PE/IF-PE/Técnico em Assuntos Educacionais/2014) "A Educação em Direitos Humanos emerge como uma forte necessidade capaz de reposicionar os compromissos nacionais com a formação de sujeitos de direitos e de responsabilidades. Ela poderá influenciar na construção e na consolidação da democracia como um processo para o fortalecimento de comunidades e grupos tradicionalmente excluídos dos seus direitos". (BRASIL. Parecer CNE/CP Nº 08/2012, de 06 de março de 2012. Diretrizes Nacionais para a Educação em Direitos Humanos. Brasília: 2012.) Sobre a Educação em Direitos Humanos, é CORRETO afirmar que: a) igualdade e diversidade são dois conceitos antagônicos e, por isso, não podem coexistir numa sociedade que respeita os direitos humanos. b) a sociedade brasileira já superou as suas contradições a partir da construção de uma cultura dos Direitos Humanos. c) a implementação da Educação para os Direitos Humanos requer a discussão sobre concepções e práticas a partir da Educação Superior. d) a prática escolar deve ser orientada para a Educação em Direitos Humanos, assegurando o seu caráter transversal e a relação dialógica entre os diversos atores sociais. e) a criação de uma legislação para a defesa dos direitos humanos por si só garante a efetivação de uma cultura dos Direitos Humanos. CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS 40 de 138 4. (CEBRASPE/MEC/Analista Processual - Regulação da Educação Superior/2014) Julgue o item subsequente, acerca das Diretrizes Nacionais para Educação em Direitos Humanos. Com a finalidadede promover a educação para a mudança e a transformação social, um dos princípios que fundamentam a educação em direitos humanos é a sustentabilidade socioambiental. ( ) Errado ( ) Certo 5. (FAU/IF-PR/Professor de Pedagogia/2019) A Educação em Direitos Humanos parte de três pontos essenciais: primeiro, é uma educação de natureza permanente, continuada e global. Segundo, é uma educação necessariamente voltada para a mudança, e terceiro, é uma inculcação de valores, para atingir corações e mentes e não apenas instrução, meramente transmissora de conhecimentos. Marque a alternativa correta: a) A Educação em Direitos Humanos é essencialmente uma disciplina. b) A Educação em Direitos Humanos é essencialmente a formação de uma cultura de respeito à dignidade humana. c) A Educação em Direitos Humanos é essencialmente a formação de uma cultura interdisciplinar. d) A Educação em Direitos Humanos é essencialmente a formação de uma cultura de respeito a quem me respeita. e) A Educação em Direitos Humanos é essencialmente a formação assistencial. 6. (ADAPTADA - UPENET/PE/Assistente de Atendimento/2011) Segundo Gilberto Dimenstein, cidadania é: I – o direito de viver decentemente. II – poder votar em quem quiser sem constrangimento. III – o direito de ter uma ideia e poder expressá-la. IV – processar um médico que comete um erro. Estão CORRETAS: a) somente I, II e III. b) somente I, II e IV. c) somente I, III e IV. CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS 41 de 138 GABARITO COMENTADO GABARITO d) somente II, III e IV. e) I, II, III e IV. 7. (UPENET/PE/Assistente de Atendimento/2011) Os valores da cidadania são, EXCETO a) Equidade. b) Bem comum. c) Justiça. d) Heteronomia. e) Igualdade. 1. E 2. A 3. D 4. C 5. B 6. E 7. D 1. ERRADO A diversidade deve ser trabalhada transversalmente, mas isso não reforça o caráter normativo do currículo, há uma contradição entre os termos. CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS 42 de 138 VI – EDUCAÇÃO INTEGRAL DEFINIÇÃO 2. LETRA A Questão tranquila. Os Direitos Humanos não possuem só finalidades políticas. 3. LETRA D a) Não são termos contrários. b) A sociedade brasileira não superou muita coisa, e os Direitos Humanos é uma delas. c) A inserção deve ser na educação básica. d) Certíssimo. Direitos Humanos pede por dialogicidade e transversalidade. e) Nem leis, nem a própria constituição pode ser criada e simplesmente deixada no campo teórico, é necessário que haja simultaneamente a criação de mecanismos que propiciem sua efetivação prática. 4. CERTO Exato. A sustentabilidade socioambiental está prevista como um dos princípios da educação em Direitos Humanos. 5. LETRA B Todas as outras alternativas limitam os direitos humanos demasiadamente. A letra B traz o próprio conceito do que é direitos humanos: que nós possuímos uma dignidade inerente, indissociável de nossa natureza. 6. LETRA E Questão para clarificar o conceito de cidadania, conjunto de direitos e deveres que recai num indivíduo. Veja: todos temos o direito de viver decentemente, de votar sem constrangimento, de livre expressão e de processar alguém judicialmente por algo que nos violou. 7. LETRA D Heteronomia é a sujeição a uma lei exterior ou à vontade de outrem, não há qualquer tipo de autonomia. Praticar a cidadania pede por algumas estruturas fundamentais, dentre elas temos justamente a autodeterminação. A educação integral ou integrada possui uma percepção diferenciada quando comparada com o ensino regular, a sua definição do que deve ser o processo educacional é mais alargada. No ensino regular, apesar de alguns esforços para se ressaltar outras CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS 43 de 138 TENHA EM MENTE áreas que não sejam só as educacionais (como concepções presentes nas teorias críticas e pós-criticas), o processo cognitivo ainda permanece como o ponto central. Por outro lado, na educação integral há um olhar mais especial para o desenvolvimento de outras dimensões que também constituintes dos indivíduos, se afastando do hábito que temos de conferir proeminência ao campo intelectual. O processo educacional integrado tenta equilibrar esse multi que nos compõe: o físico, o social, o cultural, o emocional e o intelectual. Contudo um diferencial interessante deve ser citado. Esse campo multifacetado que nos torna indivíduos, deve ser trabalhado nas escolas de modo participativo, que integre os sujeitos constituem o trabalho escolar como um todo. Dessa forma, intenta-se um projeto coletivo que nasça da interação entre: alunos, professores, famílias, destores, comunidade local, etc. Os princípios da educação integral estão listados nos pressupostos teóricos do Currículo em Movimento do Distrito Federal. Vejamos como eles aparecem: • Integralidade: Não é simplesmente aumentar a carga, mas conferir, de forma equilibrada, espaço para as diversas dimensões do humano, através do trabalho: psicomotor, emocional, artístico, social, cultural e intelectual. • Intersetorialização: É um movimento de abertura com outros setores do serviço público, a fim de fomentar as potencialidades contidas no âmbito educacional. • Transversalidade: Perpassar e fazer interagir os diversos campos do conhecimento, aplicando a interdisciplinaridade. • Diálogo entre Escola e Comunidade: Abrir a escola para externo, trocando e incorporando saberes próprios. • Territorialidade: Fazer do contexto em que a cidade se situa: seu território próprio de aprendizagem através da sociedade civil organizada e do poder local. Quadras comunitárias, praças públicas, clubes e outros são bons exemplos de interação. • Trabalho em rede: O professor e o aluno são pontos numa rede hiper extensa de intercâmbio de saber formada por: família, sociedade, rede escolar, etc. CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS 44 de 138 O QUE DIZ A LEI PNE – PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO PDE – PLANO DISTRITAL DE EDUCAÇÃO *Vejamos como que a Educação Integral é tratada nos documentos oficiais. META 6 Oferecer educação em tempo integral em, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) das escolas públicas, de forma a atender, pelo menos, 25% (vinte e cinco por cento) dos (as) alunos (as) da educação básica. *O PNE tem prazo de 10 anos, a contar de sua aprovação em 2014. Logo 2014~2024. Se atente aos detalhes: em no mínimo 50% das escolas, atendendo 25% dos alunos. Nas diretrizes do Plano Distrital da Educação aparece o seguinte: XII – promoção da jornada integral de educação que incorpore novos conhecimentos, saberes e tecnologias e valorize a inclusão social, cultural e ambiental, o conhecimento colaborativo e o fazer conectado com a vida cotidiana. *Ou seja: há previsão e aqui conseguimos ver o teor que tem o ensino integral: incorporação de conhecimentos que extrapolam o âmbito conteudista ou intelectual. *A educação integral aparece em mais dois pontos, agora em relação as metas, que possuem prazo entre 2015~2024. META 1 Universalizar, até 2016, a educação infantil na pré-escola para as crianças de 4 a 5 anos de idade e ampliar a oferta de educação infantil em creches públicas e conveniadas, de forma a atender no mínimo 60% da população dessa faixa etária, sendo no mínimo 5% a cada ano até a final de vigência deste Plano Distrital de Educação – PDE, e ao menos 90% em período integral.
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