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Disciplina: Educação Física para Populações Especiais Autor: Prof. Dr. Carlos Mosquera Revisor de conteúdo: Carolinne Prado Engelhardt Revisão Ortográfica: Jacqueline Morissugui Cardoso Ano: 2016 2 Educação Física para Populações Especiais 2016 3 PALAVRA DA INSTITUIÇÃO Caro(a) aluno(a), Seja bem-vindo(a) à Faculdade São Braz! Nossa faculdade está localizada em Curitiba, na Rua Cláudio Chatagnier, nº 112, no Bairro Bacacheri, criada e credenciada pela Portaria nº 299 de 27 de dezembro 2012, oferece cursos de Graduação, Pós-Graduação e Extensão Universitária. A Faculdade assume o compromisso com seus alunos, professores e comunidade de estar sempre sintonizada no objetivo de participar do desenvolvimento do País e de formar não somente bons profissionais, mas também brasileiros conscientes de sua cidadania. Nossos cursos são desenvolvidos por uma equipe multidisciplinar comprometida com a qualidade do conteúdo oferecido, assim como com as ferramentas de aprendizagem: interatividades pedagógicas, avaliações, plantão de dúvidas via telefone, atendimento via internet, emprego de redes sociais e grupos de estudos o que proporciona excelente integração entre professores e estudantes. Bons estudos e conte sempre conosco! Faculdade São Braz 4 Apresentação da Disciplina A disciplina visa mostrar quais são as principais populações especiais que irão aparecer no ambiente escolar, mostrando a classificação de cada doença, passando pelo seu histórico, características específicas, cuidados e exercícios específicos de cada área. As populações estudadas serão todas aquelas que precisam de uma adaptação na prática dos exercícios físicos, são elas: as de Deficiência visual, intelectual, física e surdez, a paralisia cerebral (PC), amputações e anomalias congênitas, os que possuem lesão medulas, e por último, um assunto que vem sendo discutido mais recentemente, que são os que possuem câncer. O documento é um resultado de uma revisão de literatura, dos principais documentos escritos na área e publicados no Brasil, como também, do livro “Educação Física Adaptada” (2005), e principalmente, pelas experiências profissionais do Professor Autor na área da Educação Física e da Fisioterapia. 5 AULA 1 – CONCEITUAÇÃO DA EDUCAÇÃO FÍSICA PARA POPULAÇÕES ESPECIAIS E A EDUCAÇÃO FÍSICA PARA PESSOAS COM SURDEZ Apresentação da Aula 01 A aula irá abordar sobre os conceitos iniciais sobre as populações especiais e conceituar a Educação Física para os mesmos, assim como irá adentrar especificamente na história, características e formas de se ensinar para os alunos com Surdez. 1.1 Conceituando a Educação Física para Populações Especiais A Atividade Física Adaptada (AFA) ou para Populações Especiais (PE) “é a área associada aos serviços que promovem saúde, estilo de vida ativo, reabilitam funções deficientes e facilitam a inclusão” (Dunn & Fait, 1989; Seaman & DePauw, 1989; Sherrill, 1998). Por isso mesmo, atende uma população muito grande e diferenciada; se pensar apenas na Pessoa Com Deficiência (PCD), pelo último censo são 23,9% da população. Daí a necessidade dos profissionais da área de Educação Física (EF) se capacitarem prontamente para atenderem uma “clientela” que, mesmo com os novos currículos nas Universidades, ainda sofrem muito com a falta de profissionais preparados para atender a PE. A ideia, ou mesmo o interesse em atender a PE não surgiu recentemente, ao contrário, na China, 3 mil anos a.C. essas pessoas já praticavam o que eles denominaram de “Ginástica Médica.” (SHERRIL, 1982). Durante a dinastia de Huang Di, 2.639 a.C. os exercícios físicos atendiam as necessidades fisiológicas, higiênicas, morais e médicas (arte da ginástica médica). Voltando um pouco no tempo, na história da EF “tradicional”. A EFA teve sua origem militarista, higienista e desportivo, e uma forte influência de Platão, como comenta LIMA, (2005, s/p) na sua tese doutoral, que “enfatiza e identificava a EF como treinamento físico, apresentando-a, simplesmente, sob a forma mecânica de execução ao considerar que a ginástica seria para o corpo e a música para a alma.” Com esse passado histórico, a EFA vem se 6 fortalecendo e se aprimorando principalmente nos novos currículos das Escolas de Educação Física do Brasil, como também nos cursos de pós- graduação (lacto e stricto), realizados no país. Longe de estar num momento ideal de oferecer o melhor para a PE, assim mesmo, continua-se (os professores de Educação Física e especialistas da área) a proporcionar a “integração e aplicação dos fundamentos teórico-práticos das diferentes disciplinas da motricidade humana e das diversas áreas vizinhas da saúde e educação em diferentes programas educacionais e de reabilitação.” (MAUERBERG-DECASTRO, 2005) Identificar a PE não é tarefa fácil, uma parte pelos diagnósticos errôneos, outra, pelas próprias classificações utilizadas. O CIF (Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde) da Organização Mundial da Saúde (OMS), é uma revisão da classificação anterior – Classificação Internacional de Deficiências, Incapacidades e Desvantagens (CIDID). A CIF substitui o modelo negativo da deficiência e da incapacidade por uma perspectiva positiva, considerando as atividades que um indivíduo que apresenta alterações de função e/ou da estrutura do corpo pode desempenhar, assim como sua participação social (FARIAS; BUCHALLA, 2005). Também há o DSM-5 (nova versão) (Diagnostic and Statistical Manual of Mental – Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), que é a “Bíblia” da Psiquiatria e classifica mais de 300 patologias. Para o bem ou para o mal, é uma referência nos diagnósticos das doenças mentais. E o CID (Classificação Internacional de Doenças), também da OMS, que é um forte aliado (e obrigatório na maioria dos casos), para se usar em diagnósticos em geral, e de especialidade médica. Há inúmeras possibilidades que se poderia adotar, mesmo assim, as dificuldades para qualquer diagnóstico, classificação ou mesmo uma definição de PE sempre é muito delicado, perigoso e difícil, pois não envolve apenas o indivíduo “especial” mas todo o contexto social próximo a ele. 7 Saiba Mais Para compreender melhor sobre as classificações para se ter as referências para a descrição dos estados de saúde, a OMS tem duas grandes classificações, a CID-10 (Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados a Saúde) e a CIF (Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde). Sobre elas leia o artigo de Di Nubila, Aplicação das Classificações CID-10 e CIF nas definições de deficiências e incapacidades. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6132/tde- 09042007-151313/publico/TESEDoutHBVDN.pdf Por tudo isso, a população indicada para a prática da Educação Física para Grupos Especiais é muito ampla e com necessidades de práticas diversificadas, assim sendo, pode-se sugerir em geral, quem é essa população: deficiência (visual, intelectual e física), surdez; distúrbios emocionais (psicose, neurose, distúrbio de personalidade, esquizofrenia, distúrbio de comportamento da infância e da adolescência, depressão); distúrbio de desenvolvimento (autismo, síndrome de Rett, síndrome desintegrativa da infância, síndrome de Asperger); doenças crônicas (distúrbio cardiovascular e pulmonar, por exemplo, infarto do miocárdio, hipertensão, fibrose cística, distúrbio metabólico, por exemplo, insuficiência renal, diabetes, obesidade; distúrbio imunológico ou hematológico, por exemplo, câncer, anemiafalciforme, hemofilia, síndrome da imunodeficiência adquirida, transplante de órgãos, síndrome da fadiga crônica); distúrbios de aprendizagem e múltiplas deficiências. As diferentes e peculiares, condições apresentadas pelo ser humano, podem ser de natureza inata ou adquirida, e de caráter permanente ou transitório (GORDATTI, 2005). Enfim, a prática da EFA deve ser orientada para cada tipo de PE, dependendo também do gênero, idade, disponibilidade, e principalmente, do diagnóstico médico. 8 Deficiência intelectual Desordens sensoriais e psicomotoras Distúrbios de aprendizagem Distúrbios emocionais Encefalopatias Distúrbios da linguagem Distúrbio do desenvolvimento da coordenação Psicose e neurose infantil. Autismo. Neurose. S. do pânico Acidente cromossômico Sind. Down Dist. de gesto (apraxias) Surdez e DV Transtorno de Déficit de atenção e Hiperatividade. (TDAH) Crises de ansiedade Dist. Metabólicos, def. de iodo, problemas Aliment. Disfunção cerebral mínima Psicose (maníaco- depressivo Esquizofrenia catatonia Desnutrição Desordens alimentares Fatores in-útero, toxoplasmose, sífilis Problemas de ajuste social. Fatores tóxicos, álcool, radiações Criminosos adultos. Fatores perinatais, causas obstétricas Dependência de drogas Fatores Pós- natais infecciosos, poliomielite Pós-natais, pós- infecciosos, sarampo, rubéola Deficiência Física ou ortopédica Doença degenerativas progressiva do SNC Desordens neuromusculares e do SNC Problemas de deterioração da saúde e da terceira idade Lesões medulares Parkinson, Coréia de Huntington PC, Desordens convulsiva e epilepsia Doença arterial coronariana hipertensão Amputações Mal de Alzheimer Distrofia e atrofia musculares Asma, bronquite e enfisema Malformações congênitas Demência senis. Esclerose Hemiplegia Diabetes, obesidade, hemofilia, câncer. Quadro 1 – Divisão de áreas de inadaptação ou deficiência com subtipos. (6) *terminologia usada pelo autor do material. 9 O profissional especializado dessa área (PE) precisa conhecer, além do conhecimento próprio da Educação Física, temas específicos relacionados à população em que vai trabalhar. A leitura e compreensão de diagnósticos médicos é um desses temas. Sem esse entendimento, o profissional da Educação Física, não se apropria do conhecimento mínimo necessário para prescrever uma atividade específica, pois, desconhece às necessidades fisiológicas, físicas, emocionais e sociais, desse aluno. Como sugestão para os professores de Educação Física antes de iniciar um trabalho físico (ou psicomotor) com PE, faz-se necessário: 1) Leitura e compreensão (conhecimento) do diagnóstico médico 2) Realização de uma anamnese – uma conversa com o aluno para conhecê-lo melhor, saber um pouco mais da realidade em que vive, da etiologia do seu transtorno e/ou deficiência. Quando o aluno for uma criança, a anamnese deve ser feita com os pais. 3) Depois da conversa inicial, planejar as atividades e as avaliações físicas ou psicomotoras, acompanhados dos exames médicos ou fisiológicos previamente realizados por um especialista (teste de esforço, P.A., sangue e outros apropriados para cada caso). 4) Prescrever as atividades físicas dentro de um planejamento de acordo com as necessidades do aluno. 5) Prever os possíveis ajustes dentro do planejamento inicial – mudanças de horários, diminuição ou aumento da carga de exercícios (esse processo de feedback é necessário durante todo o planejamento), reorientação da medicação quando necessário, acompanhamento permanente da equipe médica e outros imprevistos. 6) Prever também os locais de atividades: na própria escola, em academias, em centros de reabilitação, na casa do aluno, ao ar livre, enfim, tudo isso vai depender das entrevistas iniciais e dos interesses das partes. 7) Sobre a oficialização do “atendimento:” se isso será parte das aulas de Educação Física nas aulas regulares, se for em aulas “especiais”, extraclasse, ou atendimento especializado (inclusive aqui é bom 10 salientar se haverá ou não o pagamento pelo acompanhamento e prescrição das atividades, e os valores cobrados, se for o caso. Saiba Mais Há algum tempo que o mercado já atende esse novo profissional da Educação Física que é um especialista em reabilitação. Coisa muito comum nos países mais adiantados, são os chamados de fisiologistas. Essas sugestões anteriormente expostas são uma possibilidade de sistematização, haja vista que ainda não se conseguiu implantar algo universal nessa área da EFA, por isso não deixa de ser uma nova possibilidade de trabalho, como propõe a UNESCO. “No sentido de evidenciar a importância da Educação Física e do esporte na escola, como também estabelecer metas para o ser desenvolvimento, a UNESCO realizou, em sua sede em Paris, nos dias 9 e 10 de janeiro de 2003, um evento em forma de mesa redonda como os ministros responsáveis pelo esporte e pela Educação Física.” Vale aqui ressaltar um dos trechos do documento elaborado naquela reunião que fortalece a iniciativa dessa escrita; “As transformações no plano mundial nos âmbitos social, econômico e político têm tornado obsoletas, de modo quase automático, as ideologias e os conceitos tradicionais em que se fundaram as distintas colocações que determinaram o conteúdo, os métodos e as finalidades da Educação Física e do esporte.” (FINCK, 2011, p. 74 e 75) Outro fator que não pode ser deixado de lado, é o fato que o professor deve se preocupar com certos “detalhes”, como a temperatura do ambiente durante suas atividades, ele não pode ser nem muito quente e nem muito frio, e essa temperatura deve ser controlada constantemente. Por outro lado, os currículos de formação em EFA, com PE, são organizados e sistematizados, e segundo Mauerberg-deCastro (2005), seguem uma organização e são centrados em: 11 Bases do crescimento e desenvolvimento humano, e bases neurológicas da função motora; Fundamentos biomecânicos, da fisiologia do exercício, e teorias do comportamento motor (controle, aprendizagem, ação-percepção); Direitos humanos, legislação e militância; Fundamentos psicossociais (autoatualização, autoconceito, motivação e competência social) e teorias de condicionamento do comportamento; Teorias e abordagens para a normalização, integração, inclusão em ambientes menos restritivos. Prestação de serviços, desenvolvimento de currículo, instrução e avaliação. Teorias de aconselhamento (utilizada na psicologia do esporte, reabilitação) e terapias do movimento. Organização e administração do esporte para PCD e sua estrutura. ANÁLISE DAS NECESSIDADES EXECUÇÃO DO PLANO DESENVOLVIMENTO DAS NECESSIDADES AVALIAÇÃO DO PLANO Fonte: Elaborado pelo Autor, adaptado da Sequência de uma alça de realimentação simplificada, representando uma abordagem de solução de problemas (ZITO, M. e PIERSON, F, s/d) Como diz Mauerberg-deCastro (2005), a realidade na formação do futuro profissional é que esses componentes nem sempre estão claros, porque a divisão de conteúdo de uma disciplina de Atividade Física Adaptada é centrada nas incapacidades e nas áreas de deficiência. Infelizmente, ainda se tem nos currículos de Educação Física e nas práticas, conteúdos com ênfase nos modelos médicos, que se tratava de uma prática direcionada para pessoas com invalidez, incapacidade, déficit e limitação. Isso é resultado das várias publicações da área; que se iniciou em 1960 com “Special Physical Education: Adapted, Individualized and Developmental, nos EUA (DUNN & FAIT, 1989). De lá para cá (dos anos 60 para os dias de hoje), a evolução de conteúdo, procedimentos para aprescrição de atividades e formas de atendimento para a PE mudou muito, mas 12 ainda insuficiente para ser uma referência de confiabilidade e aceitação dessa especialização em Educação Física. Fonte: http://www.deficienteciente.com.br/origem-dos-jogos-paraolimpicos.html Saiba Mais Um ponto importante que Carvalho in Alves (2006) coloca que deve ser pensada na atualidade, é a ideia do Caleidoscópio, a qual fala que deve-se aceitar o fato que todos são importantes e significativos e quanto maior a diversidade, mais complexa e rica será a situação. Para proporcionar à PE todos os meios e condições da prática de esportes de competição e participação, também foram criadas Federações, Confederações e Associações que amparam e colaboram com a AFA. Pettengill (2001) descreve que as entidades estão organizadas com as seguintes estruturas: Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB); Associação Brasileira de Desporto em Cadeira de Rodas, (ABRADECAR), com atividades em todas as modalidades, exceto o basquete em cadeira de rodas, que tem confederação específica; Associação Nacional de Deporto para Deficientes, (ANDE), todas as modalidades praticadas por paralisados cerebrais e les autres; 13 Associação Brasileira de Desporto de Cegos (ABDC); Associação Brasileira de Desporto de Amputados (ABDA); Associação Brasileira de Desporto para Deficientes Mentais (ABDEM). Olimpíadas Especiais (AOEB), especificamente as pessoas com deficiência intelectual; Confederação Brasileira de Basquete em Cadeira de Rodas (CBBC); Confederação Brasileira para Surdos (CBDS); Confederação Brasileira de Luta de Braço (CBLB); Confederação Brasileira de Tênis de Mesa Adaptado (CBTM); A Liga Brasileira de Basquete em Cadeira de Rodas. E outras... 1.2 Educação Física e Atividade Física Indicada para Pessoas com Surdez Decorrente de um longo processo político ideológico, desde os tempos em que lutavam contra o Oralismo, talvez os surdos sejam às pessoas com deficiência que mais conseguiram espaço político e conquistas nesta luta por cumprimento das leis. Curiosidade Antes chamados de “Deficientes Auditivos” e por acharem que não são deficientes, hoje são classificados apenas como surdos. Por muitos anos, na época do Oralismo, acreditava-se que o pensamento somente era possível através da mediação da língua oral, do qual dependia, e era obrigatório ser utilizado para os “Deficientes Auditivos” (DA) e, pela dificuldade de aprendizagem, inerente ao processo equivocado, os DA eram tratados como deficientes mentais. 14 A iniciativa de criar um método apropriado de comunicação para os surdos aconteceu com o padre Ponte de Leonn, séc. XVI, e mais tarde, séc. XVIII, com Charles Michel L’Epée (1712-1789) que criou os sinais com as mãos, hoje o utilizado no Brasil é conhecido como LIBRAS – língua Brasileira de Sinais (amparados pela Lei n. 10.436). Mesmo depois dessa conquista da leitura visual (sec. XVIII), o Oralismo, por desconhecimento das autoridades da época, voltou a ser obrigatório nas escolas e a língua de sinais passou a ser banida, e as experiências pedagógicas desenvolvidas passaram a ter como objetivo ensinar à falar e a compreender o que era falado através da leitura labial, o que provocou o atraso de aprendizagem de muitas gerações surdas (FERNANDES, 2010). Fonte: http://www.ces.org.br/site/vamos-aprender-libras.aspx Autores como Sánchez (1990) e Skliar (1997), caracterizaram essa concepção (Oralismo) como o da “medicalização da surdez”, ou seja, pelo forte viés curativo da medicina em sua compreensão, refletiu-se em práticas escolares de atenção à cura do problema auditivo, à correção de defeitos da fala, ao treinamento de habilidades, como a leitura dos lábios e a articulação. No Brasil, o ano da criação da primeira escola para surdos (DA) aconteceu em 1856, conhecido hoje como Instituto Nacional de Educação de Surdos. Isso tudo graças a chegada de Eduard Huet, vindo da França diretamente para o Rio de Janeiro, com recomendações para conhecer D.Pedro II e iniciar a escolarização dos surdos (DA – na época os surdos eram chamados de Deficientes Auditivos) no Brasil. 15 1.2.1 Classificação Para justificar a necessidade de atividades físicas para pessoas com surdez, é importante esclarecer às principais etiologias e definição. A surdez pode ser caracterizada como a perda total ou parcial da capacidade de ouvir ou perceber sinais sonoros. A surdez é entendida como congênita (antes do nascimento) ou adquirida (depois do nascimento). Por outro lado, se a surdez é adquirida antes do período da aquisição da fala, esta pode ser classificada como congênita. Classifica-se como surdez condutiva uma limitação para a condução do som até o ouvido interno, provocado por problemas no ouvido externo ou médio. Já na surdez ou perda sensório-neural ou da percepção, a causa é no ouvido interno, ou do nervo auditivo, que transmite o impulso até o cérebro. Também pode-se conceber as perdas auditivas como leves (15 a 30 dB), moderada (31 e 60 dB), severa (61 e 90 dB), e profunda (acima de 90 dB). Todas essas perdas devem ser avaliadas precocemente e os indivíduos encaminhados ao tratamento mais indicado. Quanto mais cedo for essa intervenção melhor será o resultado na aprendizagem em geral. Aqui também a Educação Física pode ser um grande aliado. 1.2.2 Programa de Atividades Físicas O programa de atividades físicas ou mesmo nas aulas de Educação Física devem respeitar a perda da audição do aluno; as perdas auditivas leves em geral não necessitam de um atendimento especializado, ao contrário das perdas severas e profundas. Essas, são necessárias, como já foi esclarecido anteriormente, de uma avaliação preliminar, para se conhecer as principais limitações psicomotoras, que nesses casos quase sempre são: equilíbrio, coordenação motora, organização espacial, ritmo e isolamento social. Sem perder o foco nas habilidades do aluno; sugere-se, portanto, exercícios motores (atividades psicomotoras) que contribuam com ajustamento psicomotor. É bom lembrar que, no ouvido interno de todos nós há áreas responsáveis para o equilíbrio (canais semicirculares) e, em geral, nas perdas 16 auditivas severas e profundas os indivíduos apresentam sérias dificuldades no equilíbrio estático e dinâmico. A psicomotricidade deve envolver três áreas, a motora, a emocional e a cognitiva, sendo que alguns exemplos de atividades seriam: Deslocamentos em diversos sentidos: de costas – de lado – andando e girando – mais devagar – mais rápido. Equilíbrio: numa perna só – “aviãozinho” – caminhar sobre uma superfície estreita – descer escadas – permanecer na ponta dos pés. Coordenação motora: pular corda – tocar a mão direita no joelho esquerdo durante a marcha (caminhada) quando estiver elevado – o mesmo com a mão esquerda. Não só para os surdos, mas também para todas as outras populações especiais, pode-se utilizar a prática dos exercícios físicos e/ou psicomotores organizando-se em “Atividades Cooperativas” que pode ser realizada em pequenos grupos. Assim sendo, todos os participantes de cada grupo podem colaborar, tanto para a compreensão da atividade, como também na execução da mesma. O professor de Educação Física que trabalha com uma pessoa surda precisa saber o grau de comprometimento da surdez de seu aluno, e perguntar para ele, caso não saiba LIBRAS, qual seria o melhor método para usar para se comunicar, e então, prescrever atividades conforme as necessidades desse aluno. Resumo da Aula 01 A aula iniciou falando sobre as populações especiais, quem são, e suas características, então foi para o foco principal da aula, abordar sobre os surdos, seus histórico, suas características, e então,como deve acontecer o ensino para essa população. 17 Atividade de Aprendizagem Após ver sobre a surdez, e os procedimentos que o professor de Educação Física deve se ter com os Surdos, discorra sobre os pontos que você acha de maior relevância. AULA 2 - ATIVIDADE FÍSICA DIRIGIDA AO LESADO MEDULAR, ANOMALIAS CONGÊNITAS E AMPUTAÇÕES Apresentação da Aula 02 A aula irá abordar sobre o que é a lesão medular, quais as características de quem possui essa lesão, assim como as características dos amputados, para isto a aula se inicia relembrando como funciona o Sistema Nervoso Central, mostra os graus das lesões medulares, mostrando a estrutura funcional da mesma. Passa também pelas anomalias congênitas e as amputações, mostrando a importância das atividades físicas para cada um. 2.1 O Sistema Nervoso Central Para se compreender sobre as lesões medulares, é necessário antes relembrar como funciona o Sistema Nervoso Central. Pode-se classificar o Sistema Nervoso Central (SNC) como o encéfalo e a medula espinhal interligando-se com os órgãos do corpo e monitorando o seu funcionamento. Entendendo assim, o SNC é o responsável por dirigir todas as funções do Corpo Humano, como um centro regulador, fica claro daí que, a partir de uma lesão na medula, todas as mensagens enviadas pelo cérebro ou recebidas pelos diversos receptores sensoriais, não conseguem completar o envio da mensagem. Em casos específicos, a movimentação de tronco e membros, a sensibilidade cutânea e profunda, a sensação de dor, o controle de micção, até a manutenção da pressão arterial podem sofrer ou perder função em 18 consequência do local da lesão medular, por isso, a localização dessa lesão é tão importante. Além da perda da função, dependendo do local da lesão, o aparecimento da ESPASTICIDADE também é outro fator complicador para o lesado medular. Vocabula rio A Espasticidade são movimentos involuntários, com contrações motoras exageradas com rigidez muscular, que provoca posturas incapacitantes. Ou seja, na espasticidade acontece o aumento do tônus muscular. 2.1.1 Coluna Vertebral A coluna vertebral, está dividida em 5 regiões: 7 vértebras cervicais; 12 torácicas; 5 lombares; 5 sacrais, e; 4 a 5 vértebras coccígenas. A coluna espinhal (“dentro” da coluna vertebral), tem cerca de 45 cm de comprimento e 1 cm de diâmetro e é constituída por 31 pares de nervos espinhais: 8 cervicais, 12 torácicos, 5 lombares, 5 sacros e 1 coccígeno. Portanto, quando a medula é lesada, pode provocar às seguintes lesões: 19 Fonte: https://enfermagemumarofissaodeamor.wordpress.com/2015/06/28/sinais-e- sintomas-de-lesao-medular/ As principais causas das lesões medulares são: acidentes automobilísticos, acidentes com armas de fogo e arma branca, acidente na prática do mergulho (e também ocorre em outros esportes), e alguns tipos de doenças, como tumores, infecções e outras. 20 2.2 Organização das Atividades Físicas Como nos outros casos, será necessário a anamnese inicial (entrevista), junto do diagnóstico médico, para conhecer: Os músculos paralisados e os que podem se exercitar; Se há espasticidade e/ou uma hipotonia (baixo tônus muscular); Quais as atividade de vida diária (AVD) que o aluno (paciente, ou como alguns preferem, participantes) consegue fazer sozinho; Se o aluno está motivado para “se movimentar”, disponibilidade para exercitar-se. Respeitando às individualidades e os comprometimentos de cada aluno com lesão medular, o professor de Educação Física responsável pelo planejamento das atividades físicas deve sempre ter como objetivos para esta população: Melhorar a funcionalidade do aluno; Evitar o aparecimento de escaras; Incrementar a resistência aeróbica; Aumentar a força; Manutenção do peso corporal; Restabelecimento da autoestima; Sociabilização. Também não se pode esquecer, como propõe Winnick (1995, s/p) “os objetivos principais nos programas de exercícios físicos para pessoas com lesão medular são, a melhora da flexibilidade em todas as articulações, buscando sempre a redução da espasticidade.” Com essas informações, o professor pode programar quais as melhores atividades para seu aluno. 21 2.2.1 Cuidados Especiais Quando se pensa no lesado medular, deve-se ter certos cuidados, principalmente quando se refere em ajudar na mobilização do aluno que depende de cadeira de rodas. Técnica para retirar o aluno da cadeira de rodas – se você estiver sozinho e não tem ajuda, fique de frente para aluno, flexione as pernas, abrace o aluno e retire-o da cadeira. Técnica para sair da cama e sentar na cadeira – aproxime a cadeira de rodas da cama. Pode-se, como nos outros casos, usufruir das atividades colaborativas, assim, terá sempre alguém “acompanhando” o cadeirante e deixando o professor para orientar o restante da turma. 22 Ví deo Para compreender melhor como funciona a locomoção do paciente/aluno da cadeira de rodas, assista ao vídeo Transferência de Paciente da Cama pra Cadeira, e compreenda como realizar o procedimento. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=2nCufDptuF4 2.3 Atividades Físicas e Educação Física nas Anomalias Congênitas e Amputações Anomalia Congênita (AC) por si só se explica e se define, pois, anomalia pode ser entendido como um defeito funcional ou estrutural; e congênito, como uma alteração no desenvolvimento embrionário e aparecimento no momento do nascimento, ou também, pode manifestar-se em etapas mais avançadas da vida. Também pode ser definida como “uma condição determinada por fatores causais que atuam antes do nascimento, cuja expressão clínica inclui defeitos em um ou mais órgãos, que podem ser estruturais ou funcionais.” Segundo o autor, apesar do termo congênito significar que o defeito básico encontra-se ao nascer, nem sempre é possível demonstrá-lo nos recém-nascidos, já que pode se manifestar clinicamente, mais tarde. (REIS, 2005, p. 1) Os principais fatores de risco para as AC são: rubéola, sífilis congênita, uso indevido de fármaco/drogas e outros. Saiba Mais Em caso de qualquer dúvida antes da gestação, a mulher deverá sempre procurar uma aconselhamento genético. Essa iniciativa poderá tranquilizar o casal e evitar pressões psicológicas durante a gestação. 23 2.3.1 Divisão das Anomalias Congênitas As AC podem ser divididas em: a) Ausência parcial ou total de um membro causada por falhas de formação; b) Presença dos membros com desenvolvimento incompleto por deficiência de diferenciação; c) Duplicação de estruturas causada por erros de segmentação; d) Hipertrofia segmentar; e) Hipotrofia segmentar; f) Bandas de constrição; g) Síndromes complexas. Ví deo Anencefalia é uma doença causada pela má-formação do cérebro do feto na gestação (que acontece entre o 16º e o 26º dia de gestação). Sobre esta doença, veja o vídeo Malformações, do Canal Saúde Oficial. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=FZ5Dle19Pxo 2.4 Amputações A história das amputações é antiga, passa obrigatoriamente por Hipócrates (séc. V a. C.) e tem uma importância histórica com Ambroise Paré (1510-1590) (REZENDE, 2009). Em 1545, o seu método foi divulgado no livro intitulado “Méthode de traicter les playes faictes par hacquebutes et autres bastons à feu”, na época ainda era um cirurgião-barbeiro, que não sabia latim. As amputações naquela época eram as únicas soluções para muito dos problemas, até aparecer a anestesia (Morton, 1846) e da antissepsia (Lister 1865). Mesmo assim, sempre se associou a necessidade de amputações com o aparecimento de guerras, sempre foi e sempre será, infelizmente. Mesmo 24 comtais associações, ainda as principais causas das amputações nos adultos, nos dias de hoje, são os problemas vasculares, atrelados à diabetes. Nas crianças, as principais causas são as má-formações congênitas. Os traumas, infecções e neoplasias, também são grandes fatores de risco. Principalmente a diabetes e os traumas, que deveriam ser parte de campanhas de saúde, como formas de prevenção. Ainda é preciso avançar muito nessa área para evitar os grandes prejuízos sociais e econômicos com as amputações. Importante As Amputações tem diversas causas, sendo que uma das mais comuns é o acidente de trânsito. Preocupações com indivíduos amputados ou AC: Podem aparecer edemas antes do uso das próteses (inchaços e problemas de circulação); Dor no membro fantasma (Silas Weir Mitchell cunhou esse termo em 1870); é uma sensação de dor comum que muitos amputados sentem no membro que inexiste. A prática do exercício físico pode ajudar a “estancar” à dor. Ví deo Para compreender um pouco mais sobre os membros fantasmas, assista ao vídeo Dor fantasma ou membro fantasma, o que é, e como fazer para acabar rápido, do canal Vida de Monopede. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=sCRYzP3Lmdo 25 Experimentações e adaptações no uso definitivo das próteses. Muitas vezes o aluno (paciente), não se adapta ao uso diário de uma determinada prótese, talvez em alguns momentos o professor deva auxiliar o aluno nas colocações e nas retiradas das próteses. Na prática de exercícios físicos, aconselha-se o uso de próteses próprias para os impactos necessários, podendo em seguida à prática, o indivíduo trocar de próteses. 2.4.1 Organização das Atividades Físicas A avaliação das capacidades do aluno amputado ou com anomalias congênitas são fundamentais para qualquer programa de atividades físicas. A equipe interdisciplinar é fundamental nesses dois casos; psicólogos, fisioterapeutas; médicos, nutricionistas, terapeuta ocupacional, nutricionista, professores e outros, fazem parte da construção de um único planejamento. Todos os esforços para a melhora das funções, independência, aumento da força muscular, da flexibilidades, e principalmente, da autoestima e sociabilização são objetivos reais da equipe. Médicos Fisioterapeutas Nutricionistas Psicólogos Terapeuta educacional Medicação Melhora da função Nutrientes apropriados Autoestima AVDs 26 No caso dos amputados, se a prótese estiver adaptada, os cuidados especiais ou exercícios especializados não devem ser uma preocupação constante. Nos outros casos, o acompanhamento “personalizado” deve sim, ser permanente. Das atividades mais simples, a marcha (andar com equilíbrio e coordenação), até a prática de jogos, o professor sempre precisará de um “olhar preventivo e curativo.” A busca permanente da inclusão desses alunos pelas aulas de Educação Física são um marco constante da AFA. Nesse momento não se busca a qualidade do movimento, mas sim, a inclusão. Todas as atividades precisam ter um planejamento. Atividades aquáticas: É indicada em geral ao PCD, no caso das AC, a piscina pode ser um recurso fundamental e imprescindível para muitos alunos. Infelizmente não são todas às escolas, públicas ou privadas, que oferecem esse tipo de atividade física. De qualquer forma, a água quente é um grande aliado para o relaxamento muscular, aumento da flexibilidade e para os exercícios respiratórios. Além é claro, pelo simples fato de estar num ambiente diferente (ambiente aquático). São poucas as contraindicações das atividades aquáticas à PCD, mesmo assim, a conversa com os outros profissionais da equipe interdisciplinar é fundamental. Busca-se, além dos objetivos já relatados: Ambientação ao meio aquático; Descoberta de um novo prazer; A execução de movimentos motores diferentes dos realizados diariamente; A integração com o grupo; Aprendizado da flutuação ou mesmo dos nados. Técnicas de reabilitação da área corporal ou neurológica comprometida. 27 Uma nova proposta de se exercitar; Melhora da propriocepção. Outras sugestões de atividades seriam: • Nas amputações - movimentar os demais segmentos corporais: flexões, extensões, rotações (de tronco), ou mesmo, domínio com a cadeira de rodas; • Nas anomalias: proporcionar exercícios físicos sempre em pequenos grupos, se houver necessidade de realizar individuais, organize atividades que todos possam executar. Tanto nas AC como nas amputações, o imprescindível é conhecer as limitações motoras do aluno, como também, seus potenciais. Antes de programar as atividades, a “conversa” (anamnese) inicial, é fundamental. Conhecer o tipo de prótese que o aluno usa ou, a cadeira de rodas, os tipos de órteses, os andadores, bengalas, muletas, etc.; é prioritário nesse planejamento. O mesmo com as AC; qual é a anomalia, se é estrutural e quais os membros afetados; esse comprometimento é visível? Quais os exercícios contraindicados? Por certo, não pode se esquecer que independente do transtorno que o aluno apresenta, a única certeza que temos é que são indivíduos como qualquer um de nós, com sonhos, desejos, frustrações, anseios, com interesse ou não na prática de atividades físicas. A continuação, é com o professor de Educação Física, que não pode esquecer que muitas vezes, alguns exercícios físicos são contraindicados. Resumo da Aula 02 A aula abordou três assuntos importantes quando se pensa em atividades físicas para populações especiais, que são: lesões medulares, anomalias congênitas e amputações. A aula procurou abordar as especificidades de cada um e os exercícios indicados para cada, a importância desses para a melhoria da qualidade de vida dos mesmos. 28 Atividade de Aprendizagem Após verificar em aula, discorra sobre a importância dos exercícios para os lesionados medulares. AULA 3 - ATIVIDADES FÍSICAS AO DEFICIENTE INTELECTUAL (DI) Apresentação da aula 03 A aula irá abordar sobre a deficiência intelectual, sobre a Síndrome de Down e o paralítico cerebral, correlacionando-os com o desenvolvimento motor, assim como também os cuidados especiais necessários e as atividades físicas e a Educação Física Adaptada podem contribuir com a melhora do desenvolvimento dessa população. 3.1 Classificação da Doença A terminologia da área dos transtornos da aprendizagem e do desenvolvimento define deficiência como uma condição resultante de um impedimento, ou seja, como uma limitação em algum nível que compromete determinados desempenhos (OMS, 1995, in SASSAKI, 2005). Assim, deficiência corresponde a uma habilidade em déficit, uma perda ou uma anormalidade (no sentido estrutural, estatístico, e não cultural, como as noções pejorativas de bom e ruim). A deficiência intelectual é um tipo singular de deficiência, com suas características e distinções em relação às demais deficiências; por isso não se fala em pessoas com deficiências intelectuais, mas em pessoas com deficiência intelectual (SANTOS, 2012). De acordo com o CID-10 (OMS,1995), a Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde, dos tipos diagnósticos em F70-F79, a deficiência intelectual corresponde a um 29 desenvolvimento incompleto do funcionamento intelectual, caracterizada, essencialmente, por um comprometimento das faculdades que determinam o nível global de inteligência, ou seja, das funções cognitivas. “A DI não se esgota na condição orgânica e/ou intelectual e nem pode ser definida por um único saber. Ela é uma interrogação e objeto de investigação de inúmeras áreas do conhecimento.” (BRASIL, 2006, p. 11). As funções cognitivas correspondem à capacidade de aprender e compreender, sendo funções superioresque se estabelecem a partir do sistema nervoso central. Elas englobam as capacidades de linguagem, aquisição da informação, percepção, memória, raciocínio, pensamento, etc., as quais permitem a realização de tarefas como a leitura, escrita, cálculos, conceptualização, sequência de movimentos, dentre outras (MALLOY-DINIZ, 2010). 3.2. Legislação e Currículo A legislação nacional tem procurado oferecer aos alunos com deficiência possibilidades de prosseguimento em sua vida tanto acadêmica quanto profissional. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) n. 9394/96 sinaliza rumo ao acesso do aluno com necessidades educacionais especiais à escola comum e dedica o Capítulo V à Educação Especial, ratificando-a como um dever constitucional em três artigos (artigos 58, 59 e 60). Isso mostra a importância de oferecer a todos um ensino que seja produtivo e compatível com todos, incluindo ai a Educação Física. Por isso, o currículo e o planejamento propostos ao aluno com deficiência intelectual deve gerar experiências em um ambiente (SANTOS, 2012): Em que seja possível definir ou reforçar a identidade do aluno (quem ele é, seu valor pessoal, sua cultura); Sem discriminações e que promova segurança, relação interpessoal, contingências positivas e bem-estar pessoal; Que permita a acessibilidade ao ambiente físico e a acessibilidade instrumental (materiais e recursos que minimizem as dificuldades sensoriais e motoras); 30 Em que, assim como em relação aos demais alunos sem deficiência, as práticas de ensino considerem as fases de desenvolvimento do aluno, as quais podem prolongar-se por um tempo maior; Com práticas motivadoras, alegres e afirmativas; com estratégias ricas em estimulação e diversificadas quando necessárias; Que estimule a curiosidade e desafie o aluno, a fim de gerar um repertório permanente de iniciativa e exploração ativa; Que valorize a prática do brincar, a qual consiste em uma abordagem natural para o desenvolvimento humano, favorece o pensar e o fantasiar – até porque tal clientela apresenta déficit de abstração e contato com a realidade objetiva. 3.3 A Educação Física e a DI Antes de apresentar um modelo de programa de Educação Física aplicado ao DI, vale a pena ressaltar o que Seaman e DePauw (1982) propõe como modelo de desenvolvimento motor, um pré-requisito para estruturar as atividades nessa área. Lógico que precisa se respeitar as limitações de cada aluno (leve/moderado) mas, as indicações especializadas são necessárias. Atividade Reflexa, mecanismos de sobrevivência Funcionamento dos sistemas da maturação tardia > Tátil/Vestibular/Proprioceptivo Funcionamento dos sistemas de maturação tardia > Visual/Auditiva Respostas sensório-motoras Padrões motores Habilidades motoras Formas de movimento/Culturalmente determinadas Fonte: Adaptado de Seaman & DePauw (1982) Percebe-se pela sequência acima, que às primeiras fases motoras da vida de uma pessoa podem “prognosticar” a sequência motora de outras fases. 31 No caso da DI, em muitos casos (principalmente a Síndrome de Down), os transtornos de tônus muscular são evidentes nos primeiros meses de vida. Por isso mesmo, se as estimulações não iniciarem precocemente, os atrasos motores (psicomotores), serão grandes. 3.3.1 Síndrome de Down Na Síndrome de Down em especial, é comum a frouxidão ligamentar, e entre as diversas articulações, a atlanto-axial deve ser avaliada antes da prática de atividades físicas, sendo preservada e muito bem avaliada antes das prescrições das atividades. Como esta articulação situa-se no pescoço, pode- se provocar, através de alguns exercícios de “rolamentos” (cambalhotas), cabeçadas com o futebol, mergulho e outras atividades, uma lesão medular, e a tetraplegia como possível consequência. Em outras articulações, deve-se evitar os movimentos de grande amplitude e de muito impacto. O laudo médico é importante nesse momento, vai colaborar também para determinar se o aluno apresenta problemas cardíacos, diabetes, problemas circulatórios: os transtornos mais encontrados na Síndrome de Down. Disponível em: http://www.diarionline.com.br/?s=noticia&id=83671 Por isso, a importância do conhecimento na área da EFA, assim, o professor pode ministrar atividades com mais segurança para o aluno 32 “especial.” Além disso, para se ter uma dimensão da importância da Educação Física para essa população, segundo o último censo do IBGE (2010), o número de DI no Brasil é de 2,6 milhões de pessoas, e grande parte dessa população, certamente necessita da Educação Física. Saiba Mais Algumas das características da Síndrome de Down são: Pregas únicas na palma da mão, língua grande, protusa e sulcada, sendo que há várias outras características que podem ser observadas, sobre essas, acesse o site Movimento Down. Disponível em: https://www.movimentodown.org.br/sindrome-de- down/caracteristicas/ 3.4 Organização das Atividades Físicas ao DI Deve-se ter em mente que a assimilação e compreensão dos exercícios propostos ao DI sempre serão mais lentas. Estratégias diferenciadas e criativas devem ser empregadas para apresentar os exercícios aos alunos e, certificar- se de que o aluno compreendeu a proposta, sendo isso fundamental para se cumprir o programa. É fundamental também que o aluno aprenda à fazer uso do “feedback” dos exercícios, e com isso possa corrigir suas ações motoras e ajudar no raciocínio. A repetição, o tempo de execução mais elástico dos movimentos, a concentração, isto tudo ajuda o aluno ganhar “poder” de “prática consciente.” E o mais importante, isso vai refletir em benefício de outras aprendizagens, principalmente às da escola inclusiva. Orientando-se por Gimenez (2005), destaca-se algumas áreas que a EFA pode estimular: Tempo de reação simples – presente nas tarefas que envolvam respostas rápidas a um único estímulo ambiental. O estímulo pode ser 33 visual, auditivo, cinestésico, etc. Por exemplo: “Assim que eu disser “já”, você corre!” Tempo de reação de escolha – presente nas tarefas que envolvem a apresentação de respostas diferentes de acordo com o tipo de estímulo apresentado. Por exemplo: “Se eu levantar a bola azul, você corre; se eu levantar a bola amarela, você senta!” Reações coincidentes – presente nas tarefas que impliquem a necessidade de ajustar os movimentos do corpo ou de segmentos, tendo em vista coincidir com um objeto ou uma pessoa. Por exemplo: chutar uma bola, tentar apanhar um objeto arremessado, tentar pegar alguém que corre em ziguezague. Ritmo – presente nas tarefas que necessitam de respostas a variações de estímulos sonoros externos. Por exemplo: quicar uma bola, acompanhando as batidas de um bastão de madeira no chão. Agilidade – presente nas tarefas que demandam ajustes manipulativos ou locomotores rápidos. Por exemplo: correr e, em seguida, passar sob uma corda pendurada e, na sequência, sentar-se. Controle de força – presente nas atividades que exijam ajustes diferentes na graduação da força, dependendo do momento ou do segmento envolvido. Por exemplo: lançar uma bola leve e uma bola pesada ao parceiro, ou levantar uma bola pesada com uma mão, e uma leve com a outra. Equilíbrio – presente nas atividades que exijam retomada de controle postural, após sua perda. Por exemplo: mantendo-se em um único pé, abaixar-se e tocar uma das mãos no chão e retornar à posição inicial. A participação em jogos e competições requer do professor uma didática focada na motivação do aluno, é bom lembrar que as “derrotas” nos jogos quase sempre não agradam ninguém, e o afeto é parte imprescindível dessas atividades. Para concluir essa área, sugere-se que o professor também possa orientar atividades em pequenos e grandes grupos – atividadescooperativas – assim, a PCD poderá integrar-se mais facilmente ao grupo e o grupo à ele. É 34 fundamental que a turma tenha consciência da importância em incluir o aluno “especial” através da atividade física, bem como, os demais alunos da escola, funcionários e professores da escola. 3.5 Atividades Físicas ao Paralítico Cerebral (PC) Conhecida também como encefalopatia crônica da infância foi descrita pela primeira vez por Little, em 1843, definida na ocasião como patologia ligada a diferentes causas e caracterizada por rigidez muscular. Só anos mais tarde foi associado a relação entre o quadro apresentado pela criança com o parto. Em 1897, Freud sugeriu a expressão Paralisia Cerebral (PC), com a intenção clara de descrever à lesão do sistema nervoso central (SNC) e os transtornos motores (ROTTA, 2002). A lesão cerebral estabelecida ou “sequela de uma agressão encefálica”, é predominantemente motora, mas as consequências podem afetar a linguagem (disfásico ou disártrico), sensibilidade e certamente, o psicológico. Como fatores etiológicos, o período pré-natal é decorrente de infecções e parasitoses, tais como: rubéola, toxoplasmose, citomegalovírus, HIV e outros. Nas intoxicações, podem ser por uso de drogas, álcool, ou mesmo radiações usadas pela gestante. Pode ser também provocado por traumatismos na barriga, desnutrição, anemia e outros. No período perinatal, as causas podem ser: asfixia crônica (ligado à insuficiência placentária), iatrogenia (erros médicos), prematuridade, anomalias do cordão e outros. As causas pós-natais, podem ser: distúrbios metabólicos (hipoglicemia, hipocalcemia), infecções (meningites por germes gram-negativos), encefalites pós-infecciosas, traumatismos craniencefálicos, intoxicações, processos vasculares (embolias e hemorragias), desnutrição (ROTTA, 2002). Para compreender melhor as consequências da PC, pode-se classificá- la de várias formas; momento e local da lesão, sintomatologia e a distribuição topográfica. A classificação mais usada é baseada nos aspectos anatômicos e clínicos, que pode ser entendido como: 35 Espásticas (a forma mais frequente) – manifesta-se em monoplegia (um dos membros é atingido), hemiplegia (hemicorpo comprometido), paraplegia (membros inferiores atingidos), triplegia (acomete três membros) ou tetraplegia (acomete quatro membros). Nesses casos, apresenta também hipertonia muscular extensora e adutora dos membros inferiores, hiper-reflexia profunda e sinal de Babinski. Coreoatetósicas ou extrapiramidais; Atáxicas; Mistas. Devido à hipertonia, todo o desenvolvimento e crescimento da criança torna-se comprometido, devido às inúmeras dificuldades e limitações motoras e de linguagem apresentadas. Daí a necessidade em avaliar o tipo de PC - diagnóstico médico, juntamente com a equipe multidisciplinar para definir o melhor tratamento e o planejamento das atividades físicas. Saiba Mais O Tônus muscular pode ser considerado a resistência que se tem no movimento passivo dos membros, dessa forma, pode- se ter dois problemas, a hipertonia e a hipotonia, enquanto a primeira é o aumento desse tônus (onde pode ocorrer a espasticidade), a segunda é a diminuição do mesmo. Não se pode confundir com hipertrofia e hipotrofia, que ocorrem pela grande quantidade de exercícios ou a falta deste, quando se pensa no tônus muscular, o exercício ajuda, porém é uma condição do indivíduo. Saiba mais em: https://www.portaleducacao.com.br/fisioterapia/artigos/28600/ o-que-e- Adaptações desse aluno PC na escola também será necessário. Isso vai desde a carteira de sala de aula, até os deslocamentos internos da escola. O planejamento da equipe multidisciplinar envolve a diminuição das barreiras arquitetônicas até os procedimentos pedagógicos. 36 O princípio básico para entender o melhor procedimento terapêutico é a inibição dos reflexos primitivos e dos padrões patológicos de movimentos – método Bobath (foto abaixo) é o método mais usado, ele visa evitar posturas impróprias, facilitar o relaxamento muscular e evitar a espasticidade. Disponível em: https://fisioterapiageneralzaragoza.wordpress.com/2012/04/13/la- importancia-del-metodo-bobath/ Como recurso, os professores da escola podem optar, dependendo da avaliação médica e dos materiais disponibilizados, trabalhar com outros métodos – não necessariamente como processo final: Método Kabat = utilização de estímulos proprioceptivos facilitadores das respostas motoras. Método Phelps = Habilitação por etapas dos grupos musculares, até chegar à independência motora e praxias complexas. A utilização desses métodos como processo final é de propriedade de cada especialidade, o mais importante para os professores da escola inclusiva é a contribuição que os métodos podem oferecer para auxiliar nas suas atividades. Referindo-se à Educação Física, percebe-se que estímulos sonoros, mecânicos e perceptivos usados sem o conhecimento do aluno paralítico cerebral, pode favorecer o aumento da espasticidade, isso é muito importante saber. Posturas impróprias (sentado, deitado, em movimento), dificultam o relaxamento muscular. Ambientes sonoros com volumes exagerados e “pesados” podem inibir reações fisiológicas apropriadas ou favorecer o aparecimento de reflexos primitivos. 37 Por isso, ressalta-se a importância de um conhecimento “básico” sobre a PC para todos os profissionais que atuam na escola, assim, espera-se que os resultados planejados sejam alcançados. 3.5.1 Recomendações nas Aulas de Educação Física Alguns pontos devem ser observados e adequados para a aula de Educação Física: Se o aluno precisar de uma cadeira de rodas nas aulas de Educação Física, procure o material mais apropriado. Se ele ficar muito tempo sentado e apresentar uma espasticidade de adutores (músculos internos da coxa) aconselha-se colocar almofadas, ou material semelhante entre as pernas, na altura da coxa. Evite as repetições de movimento em excesso. Sempre que possível, mantenha o corpo do aluno sempre alinhado antes de iniciar o movimento. Nas espasticidade de MMSS (membro superior), a extensão dos membros sempre é aconselhada, por isso, o uso correto da contração do músculo tríceps e a extensão do bíceps é a forma ideal. Não deixe o aluno entrar em fadiga, isso pode gerar contrações indevidas. Alunos com problemas de linguagem: fazer o uso da Comunicação Alternativa Aumentativa (CAA). Outro ponto relevante é fazer o uso de Tecnologias Assistivas. Saiba Mais Conforme a Secretaria da Educação Especial, no documento Atendimento Educacional Especializado – Deficiência Física, é de extrema importância compreender certos aspectos relacionados ao atendimento, como o equipamento e material pedagógico para a educação, capacitação e recreação da pessoa com deficiência física – recursos para a Comunicação Alternativa. 38 Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/aee_df.pdf Para os alunos que não se movimentam sozinhos na cadeira de rodas o professor deverá “mobilizar” (mudar de posição) o aluno a cada 45 minutos. Se isso não for executado, o aparecimento de escaras pode ocorrer. Aproveitando o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (BRASIL, 1998, p. 33), a Educação Física também pode promover: Construir uma imagem positiva de si mesma; Descobrir e conhecer seu próprio corpo; Desenvolver hábitos de saúde e bem-estar; Atuar de forma independente, com segurança e confiança em si própria; Ampliar as relações sociais. 3.5.1.1 Estratégias Em qualquer proposta de atividade física com o PC, o tempo de execução da atividade deve ser individualizado (foto 6); Fonte: http://www.ande.org.br/bocha-p-pessoas-com-paralisia-cerebral-severa/ Reforços positivos (parabéns, valeu, ótimo, na próxima você vai acertar, entre outros), após o término de algum exercício pode fazer a diferença; 39 Faça o aluno refletir sobre o movimento “antes de arremessar, imagine o movimento mentalmente, só depois disso, execute o arremesso.”; Ou pode ser como uma orientação “depois da aula, não esqueçam de lavar as mãos e beber algo”. Uma fala para a progressão do exercício “na próxima vez, procure arremessar mais forte.” Incentivo para a independência “agora execute o movimento sozinho, pelo menos tente.” Como “alerta” geral; “movimento é movimento, cada um faz do seu jeito, o movimento proposto”. Atividades Físicas mais relatadas na literatura, recomendadas ao PC (SOUZA; TEIXEIRA-ARROYO, 2012): FERRAREZI & GUEDES (2000): Método de facilitação neuromuscular proprioceptiva, e para estímulos proprioceptivos e vestibulares (equilíbrio) – ex: equilíbrio/mini-trampolim STRAPASSON et al (2002): Alongamento (passivo e ativo), atividades desportivas, recreativas e psicomotoras. AIDAR et al (2006): Exercícios aquáticos, em piscina não aquecida. Intervenção: exercícios de interação com companheiros, brincadeiras com objetos aquáticos. TEIXEIRA-ARROYO e OLIVEIRA (2007 a): Exercícios aquáticos lúdicos que trabalham o esquema corporal. TEIXEIRA-ARROYO e OLIVEIRA (2007 b): Exercícios aquáticos – jogos, brincadeiras cantadas, histórias e brinquedos diversos. SILVA; CARVALHO & MILLEN NETO (2009) Atividades de dança em cadeira de rodas (sem maiores descrições do protocolo utilizado). STRAPPASSON & DUARTE (2009): 40 Realização de deslocamentos variados em cadeira de roda, alongamentos antes e depois, exercícios de mobilidade de tronco. BATISTA et al. (2010): Treinamento em esteira ergométrica e alongamento. BERNARDI et al. (2010): Ex. 1: ficar em pé a partir da posição sentada; Ex. 2: agachar a partir da posição em pé e pegar brinquedos no chão, Ex. 3: em prancha com rodinhas deslocar-se com o auxílio dos calcanhares; Ex.4: subir e descer escadas; Ex.5: andar em superfície estável com marcação dos passos no chão. Os exemplos acima não contemplam nada mais do que o tipo de atividades propostas ao PC, sem apresentar a intensidade da atividade, o número de repetições ou mesmo o comprometimento do aluno. Por isso é bom não esquecer: Anamese; Necessidades do aluno; Planejamento das atividades; Acompanhamento das Atividades; Explorar os Feedbacks; Conhecer os Resultados Atingidos. Dessa forma, chega-se a algumas conclusões, como que não se pode ter medo de se trabalhar com os “diferentes”. O cognitivo do PC está preservado, por isso a fala “embolada” apenas é o único jeito que ele pode se comunicar, porém se houver preferência, pode-se fazer o uso das Comunicações Alternativas Aumentativas. Os alunos da turma devem ser “parceiros” do aluno com deficiência e o mais importante, se o professor não souber qual a melhor estratégia para trabalhar com esse aluno, a forma mais correta de se fazer, é perguntando para o mesmo. 41 Resumo da Aula 03 A aula abordou sobre a deficiência intelectual, a Síndrome de Down e o paralítico cerebral. Foi feito uma correlação destes com o desenvolvimento motor. Foi visto então a importância das atividades físicas e da EFA para com esses indivíduos. Atividade de Aprendizagem Discorra sobre a diferença da hipertonia e da hipotonia, qual delas acomete o indivíduo com Síndrome de Down e como fazer para auxiliá-lo. 4 - ATIVIDADES FÍSICAS PARA O DEFICIENTE VISUAL Apresentação da Aula 04 A aula irá abordar sobre a Deficiência Visual e sobre o Câncer, mostrando dados da Organização Mundial da Saúde, como essas são classificadas e quais são os cuidados e atividades adequadas para cada caso. 4.1 Definição da Deficiência Visual Antes de mais nada é necessário uma definição sobre deficiência visual (DV) para facilitar a compreensão desse tema, pode-se afirmar que o deficiente visual pode ser tanto o indivíduo que não faz uso de qualquer imagem para se relacionar no espaço (cego), como a pessoa que usa muito pouco às imagens (baixa visão). Portanto, quando for referido sobre a DV está se contemplando todas as pessoas que estão nesta situação. A definição de cegueira da Organização Mundial da Saúde (OMS), pode ser entendida como: acuidade visual menor que 3/60 no melhor olho, com a melhor correção óptica, além de definir a incapacidade visual acentuada (baixa 42 visão) como a acuidade menor do que 6/60 (ou 20/200) (6/60 medida usada em metros; 20/200 medida usada em pés. Significa que uma pessoa DV vê a 20 pés o que uma pessoa com visão normal pode ver a 200 pés.) no melhor olho, com a melhor correção óptica (TEMPORINI; KARA-JOSÉ, 2004, in: MOSQUERA, 2010). 4.2 Breve Histórico Como nas outras deficiências, tanto as pessoas cegas como as de baixa visão também sofreram discriminações no decorrer dos séculos. A história lembra que os ancestrais cegos eram eliminados indistintamente, talvez pela impossibilidade de se locomover com independência, e também, pelos próprios costumes da época. Muito marcadamente, até o séc. XIX, os abandonos e rejeições da sociedade aos deficientes eram frequentes, mas também, foi rudemente estigmatizante. O abandono dos cegos foi geral; eram deixados nas ruas, em asilos, em hospitais, ou mesmo nas próprias residências, como rotina. Resumindo a história da inclusão: Abandono Segregação Assistencialismo Integração Inclusão Fonte: elaborado pelo DI (2016). Logicamente que as tentativas de promoveram a inclusão e a alfabetização dos cegos começou muito cedo, tem-se notícia desde o séc. XVI com as tentativas de Girolano Cardano (1501-1576), que era médico, filósofo e 43 matemático que insistia na leitura pelo tato. Outra contribuição importante também foi de Peter Fleming, que era cego, e também o padre Lara Terzi, que escreveu os primeiros textos sobre a educação das pessoas cegas (MOSQUERA, 2010). Outros nomes importantes que contribuíram para tirar os cegos do anonimato: René Descartes (1596-1650), escreveu um ensaio chamado “Dióptrica, teoria da refração; Diderot (1713-17840), escreveu “Carta sobre os cegos para o uso dos que veem. Como toda história é instigante e ajuda a entender o presente, no Brasil, depois de todos esses movimentos em prol das Pessoas com Deficiência (PCD), só em 1854, com D. Pedro II comandando o Brasil, inaugura-se a primeira escola para às PCD “Instituto Imperial dos Meninos Cegos”, hoje Instituto Benjamin Constant (IBC). De lá para cá, a história dos cegos no Brasil já é melhor conhecida. Saiba Mais Louis Braille (França) foi o criador do método que leva o seu nome para a escrita e leitura em relevo. O método é utilizado até hoje, sendo que hoje, não pode se esquecer, também se utiliza muitos recursos da informática nas escolas para os cegos ou pessoas com baixa visão. Fonte: http://www.projetoacesso.org.br/site/index.php/deficiencia-visual- conceituacao/braille 44 4.3 Etiologias e Principais Patologias Oculares Não se trata aqui de revisar todas as causas da DV, mas sim, apresentar as principais e as formas de prevenção. As mais conhecidas como causas pré-natal, a catarata congênita e o glaucoma congênito. Esta última é resultado de um aumento da pressão intraocular (humor aquoso), que levam uma degeneração das fibras nervosas. A catarata é o resultado de uma alteração do cristalino (perda de transparência, e o olho fica esbranquiçando). A catarata pode ser hereditária ou consequência de uma infecção (rubéola da gestante). É considerada a maior causa de cegueira reversível do mundo. É dividida como senil (85%), congênita, traumática e secundária. OutrasPatologias oculares: - Degeneração Macular Relacionada a Idade (DMRI); - Retinopatia diabética; - Tracoma; - Cegueira Infantil; - Ametropias (miopias, hipermetropia e astigmatismo). A OMS reconhece que mais de 160 milhões de pessoas no mundo apresentam baixa visão por não usarem óculos ou lentes de contato; - Retinose Pigmentar; - E muitas outras. 4.4 Formas de Prevenção Sem dúvida que a melhora na qualidade de vida é a prevenção mais importante para a manutenção da saúde para qualquer pessoa. Dentre os diversos projetos nacionais e internacionais sobre prevenção da cegueira, destaca-se o projeto da OMS, que propõe: até 2020 a eliminação mundial da cegueira evitável devido a cinco doenças: catarata, tracoma, oncocercose, vitaminose A e ametropias. 45 Saiba Mais Para compreender um pouco mais sobre a DV, a publicação do CBO – Conselho Brasileiro de Oftalmologia: As Condições de Saúde Ocular no Brasil (2015), o qual visa responder todas as perguntas acerca da área. Disponível em: http://www.cbo.net.br/novo/publicacoes/Condicoes_saude_oc ular_IV.pdf 4.5 Desenvolvimento Psicomotor dos Deficientes Visuais Sempre há dúvidas sobre o atraso psicomotor nas crianças cegas congênitas quando se comparada com às crianças videntes. Os atrasos existem e, logicamente, a principal explicação é a falta da visão que dificulta a exploração do ambiente pela criança cega/baixa visão. “Fraiberg, foi umas das primeiras autoras que se preocupou em investigar o desenvolvimento de crianças cegas e apontou as principais dificuldades que os cegos congênitos têm em seu desenvolvimento psicomotor” (ADELSON e FRAIBERG, 1974; FRAIBERG, 1977 in: PEREIRA, 2004). Segundo a autora, a limitação de informação visual afeta o que ela denominava de mobilidade autoiniciada. Como explica Fraiberg, o termo faz referência aos movimentos que o indivíduo realiza por conta própria, com intenção de conseguir algo ou chegar em algum lugar. O quadro abaixo mostra a comparação da evolução psicomotora de crianças cegas com as videntes. Cegos Videntes Sustentar-se sobre os antebraços em posição prona 9 meses 5 meses Rolar de ventral a dorsal 10-12 meses 7 meses Sentar-se sozinho 12-14 meses 8 meses 46 Andar alguns passos 24-30 meses 13 meses Subir escadas 36-42 meses 24 meses Fonte: Dados baseados em Pérez Pereira e Castro (1994) para crianças cegas e em Gassier (1983) para crianças videntes. Aproveitando as informações do quadro acima exposto, pode-se sugerir, para evitar maiores atrasos psicomotores na criança cega, a estimulação precoce ou essencial nos primeiros meses de vida, bem como à prática da Educação Física logo que a criança DV entre na escola. Curiosidade O Uso da expressão “Visão Subnormal” só foi possível pelo Inglês Sir Hernest Jorgensen em 1954, até aquele momento só se referiam aos cegos. 4.6 Características Psicomotoras do Deficiente Visual não Estimulado Prematuramente Na prática sabe-se que existem muitas pessoas cegas que não foram estimuladas “psicomotoramente” na infância e apresentam um bom comportamento motor. Apesar disso, a grande maioria dos cegos/baixa visão comportam-se com características peculiares, sendo que as características psicomotoras mais comuns são: Dificuldades de equilíbrio (estático e dinâmico); Marcha com problemas de amplitude de passada; Dificuldade na Organização espacial; Imagem corporal incompleta; Limitações nas “linguagens corporais”; Inseguranças nos deslocamentos em ambientes desconhecidos. 47 Essas características apresentadas são decorrentes dos atrasos psicomotores na primeira infância, por isso mesmo, manifestam-se também na adolescência. 4.7 Objetivos das Aulas de Educação Física e/ou Atividades Físicas: Ensino Fundamental e Médio Como estímulos para reforçar as fases psicomotoras anteriores, justifica- se a importância das atividades físicas para os deficientes visuais. Nesta proposta, independente da idade, do sexo, da patologia ocular e mesmo da acuidade visual, busca-se sempre estimular a imagem corporal do aluno. Lembrando ainda, que os exercícios físicos (psicomotores) para imagem corporal sem o recurso da visão podem ser entendido como a percepção de si mesmo. Para que isso aconteça, o indivíduo necessita utilizar recursos cerebrais para que se ajustem às necessidades do ambiente e com isso se beneficiem das informações recebidas. Os videntes usam demasiadamente a visão para formar conceitos, se relacionar com as pessoas e formar a imagem corporal, um processo natural devido a comodidade que a visão proporciona. Os deficientes visuais, por sua vez, se não forem estimulados no tempo certo para o reconhecimento corporal e se não “abusarem” dos excessos de estímulos cerebrais, não conseguirão estabelecer relação com o que realizam. Saiba Mais Três pontos importantes devem ser levados em consideração quando se fala de interação com o cego: 1. Troca de lado é uma técnica usada quando se necessita posicionar a pessoa cega do outro lado do guia. 2. O guia deve permanecer sempre um pouco à frente da pessoa cega. 3. Segurar um pouco acima do cotovelo do guia é um processo que deve ser treinado. 48 Por isso existe a necessidade do professor estabelecer critérios e estratégias próprias da área para conseguir os objetivos estabelecidos: Se for pedir para o aluno cego correr, amarre uma corda no punho da criança vidente para servir como guia para a criança cega. Para explicar os exercícios, use uma linguagem simples e direta, sem ser ambíguo. Inicie as atividades da mais simples para a mais complexas. Use um companheiro – cego ou não – para servir como “referência corporal” para ajudar a compreender melhor a imagem corporal. Não estabeleça limites ao aluno, deixe ele mesmo estabelecer. Nunca diga que ele não conseguirá fazer, talvez a provocação possa gerar uma insatisfação. Bolas com guizos podem ser um material mais apropriado para os cegos. As pessoas que enxergam é que são obrigadas a desviar dos cegos quando estes estiverem em movimento. Nas orientações dos exercícios físicos, reforce às atividades de coordenação, equilíbrio, postura, deslocamentos variados (andar de costas, de lado, em uma perna só). Em outras propostas, programe atividades que às PCD possam se sair melhor, vai fazer bem à todos. 49 Importante Para não constranger o aluno, não fale alto, deve-se utilizar o tom de voz normal para falar com o DV, sendo que não se deve ter atividades com muito impactos, pois elas podem desorientar, fazendo-os terem dificuldades de mobilidade. 4.7.1 Proposta de Avaliação As adaptações curriculares existem exatamente para dar suporte ao professor para orientá-lo como e o que avaliar em situações “inclusivas”. O aluno cego precisa ser avaliado como qualquer outro aluno, e por isso, o professor precisa saber as possíveis “adaptações” necessárias para essa situação. Algumas sugestões de avaliação física (ou não) na escola: O recurso da avaliação oral não pode ser descartada; O uso do guia, para as atividades físicas, em muitas vezes é imprescindível; As avaliações devem ser realizadas em tempo diferenciado da dos outros alunos; Avaliação de grupos de alunos é outra alternativa possível. Nesse caso, dentro ou fora de sala de aula, cada aluno tem uma função estabelecida, a nota é a mesma para o grupo; Em caso de uma avaliação aquém do esperado, não exige-se o conteúdo (físico ou não) anterior, reavalia-se apenas o que não foi superado; A avaliação do processo é uma ótima alternativa. 4.8 Exercício Físico e Câncer “A doença é a zona noturna da vida, uma cidadania mais onerosa. Todos que nascem tem uma dupla cidadania, no reinodos sãos e no reino dos doentes. Apesar de todos preferirmos só usar o passaporte bom, mais cedo ou mais tarde nos vemos obrigados, 50 pelo menos por um período, a nos identificarmos como cidadãos desse outro lugar.” (Susan Sontang) Em 2010, cerca de 600 mil americanos e mais de 7 milhões de seres humanos mundo afora morreram de câncer. Nos Estados Unidos, uma em cada três mulheres e um em cada dois homens desenvolvem câncer durante a vida. Um quarto de todas as doenças americanas e mais ou menos 15% de todas as mortes no mundo são atribuídas ao câncer. Em alguns países, o câncer já é a causa de morte mais comum, superando as doenças coronarianas. “O câncer não é uma doença, mas muitas. Podemos chamar todas da mesma maneira porque compartilham uma característica fundamental: o crescimento anormal das células. Além dos pontos biológicos em comum, há pontos políticos e culturais importantes que aparecem nas várias encarnações do câncer e justificam uma narrativa unificadora. Não é possível considerar as histórias de todas as variedades da doença de 4 mil anos.” (MUKHERJEE, 2012, p. 1) É muito difícil assumir esse compromisso em abordar um tema que ainda é muito pouco discutido nas esferas acadêmicas da Educação Física, mesmo porque os currículos universitários ainda não dispõe de disciplinas que atendam essa necessidade que já se faz urgente. Um profissional de Educação Física deveria estar preparado, ou melhor, muito bem preparado para conhecer doenças como o câncer e saber das possibilidades e necessidades de prescrições de exercícios físicos para a prevenção e o tratamento de tais doenças. Mesmo o câncer como uma doença antiga, como muitas outras, pouco se tem feito para “enfrentá-lo” de uma forma mais transdisciplinar – aqui se observa como a EFA também é parte das disciplinas da saúde – a única alternativa que é conhecida como tratamento e prevenção, pelo menos mais aceita, ainda é a medicina. Por isso a necessidade em que os professores de EFA têm em “ocupar” esse espaço que é fundamental para as pessoas comprometidas com o câncer. Uma evidência epidemiológica concreta demonstra relação inversa significativa entre a quantidade de atividade física ocupacional ou nas horas de lazer e a redução no risco de câncer por todas as causas. Por exemplo, uma revisão concluiu que a magnitude de efeito protetor da atividade física sobre o 51 câncer estrogênio-dependente justifica a inclusão do exercício de baixo a moderado com uma estratégia preventiva prudente. Outros estudos comunitários em larga escala da hiperplasia colorretal e prostática indicam que a maior atividade física acarreta uma redução significativa no risco e na mortalidade por câncer. Por exemplo, um estudo de quase 122 mil mulheres constatou que o exercício realizado pelo menos 1 hora diariamente reduzia em 20% o risco de câncer de mama. Ainda mais, a proporção de homens com alto risco para câncer do cólon sofreria uma redução significativa se os homens pudessem eliminar os fatores de risco modificáveis, incluindo a inatividade física e o consumo excessivo de carnes vermelhas, a obesidade, o consumo de álcool, o tabagismo e a baixa ingestão de ácido fólico. Várias hipóteses explicam de que maneira o exercício reduz o risco de câncer. Por exemplo, o mecanismo para redução do risco de câncer da mama pode envolver o efeito redutor do exercício sobre o estrogênio, um hormônio que estimula o crescimento das células mamárias. A atividade física regular reduz também os níveis circulantes de glicose sanguínea e de insulina e eleva os hormônios corticosteroides. O exercício aumenta os níveis de citosinas anti- inflamatórias e amplia a expressão dos receptores da insulina nas células T responsáveis pela luta contra o câncer. Além disso, a atividade física promove a produção de interferon, estimula a atividade de glicogênio sintetase, acelera a função dos leucócitos, aprimora o metabolismo do ácido ascórbico e exerce efeitos benéficos sobre a ativação dos pró-vírus ou dos oncogênios – fatores esses que poderiam todos retardar a formação dos tumores cancerosos. A atividade física parece reduzir também o volume e, em menor grau, o número de focos metastáticos nos pulmões de certos roedores alimentados com dietas ricas em lipídios. (McARDLE, 2003) Ví deo Para conhecer um pouco mais sobre o câncer, como surge, alguns tipos e formas de prevenção, assista ao vídeo Câncer: Conhecer, Prevenir e Vencer, da Academia de Ciência. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=HU2sXd5H48Q 52 A revista “JAMA” levanta uma questão: “Será que a adoção da prática de exercícios físicos depois do diagnóstico de câncer aumentaria os índices de cura?” Os resultados apontam que o câncer pode ser tratado de outra maneira, depois da cirurgia e dos tratamentos complementares (2.987 mulheres operadas de câncer de mama), aquelas que passaram a caminhar pelo menos 30 minutos, em média, cinco vezes por semana, na velocidade de cinco a seis quilômetros por hora, apresentaram cerca de 60% de redução do risco de recidiva da doença. Esses “achados científicos” acima relatados, mostram a natureza e a importância do “corpo em movimento.” Para que o movimento, por si só, retorne como benefício para a saúde dos indivíduos sãos e dos que apresentam alguma doença, como o câncer, a sistematização das atividades é necessário. Sugestões de sistematização das atividades físicas para prevenir e combater o câncer: 1. Dados clínicos, estado geral do paciente (ou em bom estado de saúde), idade, sexo, práticas anteriores de atividades físicas, estágio da doença, tipos de remédios recomendados e outras informações que possam colaborar com a história do paciente, serão necessários antes de iniciar o planejamento de atividades (ver anexo). 2. Com os dados em mãos, aconselha-se a conhecer o tipo e valores do batimento cardíaco por minuto (bpm) do paciente, em repouso e em movimento. Para não precisar se estender nos protocolos mais indicados sobre bpm, e nem especificar os tipos de severidade da doença; aconselha-se uma caminhada em local plano em um tempo que o paciente possa elevar os valores do batimento cardíaco e o professor (ao lado do paciente), usando um frequêncímetro, possa quantificar a resposta do coração para o esforço solicitado, sendo que o professor deve também conhecer a Pressão Arterial (PA) depois dos exercícios. Lembrando que, para cada estágio de doença, uma cobrança específica para encontrar a elevação do batimento cardíaco. Como apoio o 53 professor deve usar a Escala de Borg (instrumento para o controle da intensidade do exercício) (anexo 2 e 3) e/ou a Percepção Subjetiva de Esforço (PSE) com a comunicação não verbal (por faces). É bom lembrar que, esses instrumentos podem ser usados com pessoas que não se comunicam pela fala. O resultado desse “primeiro encontro” acompanhados de escalas de esforço, podem colaborar no planejamento inicial de atividades físicas. Se o paciente (subentende-se que, muitas vezes, os pacientes também estão em fases escolares) suportar uma carga diária de exercícios físicos, o professor deverá prescrever atividades para todos os dias da semana. Quem sabe um descanso semanal. 3. A caminhada diária deve ser o exercício preferencial – o tempo será de acordo com o estágio da doença, mesmo assim, acredita-se que, menos que 15 minutos de exercício é sempre improdutivo. Tempos próximos de 30 min. e 60 min. entre caminhada e resistência muscular localizada, são possíveis para a maioria dos doentes. 4. Subida e descida de degraus (step), com ou sem apoio, provocando um aumento da BPM, próximo dos 65% a 70% do máximo, também são recomendados Saiba Mais Uma das fórmulas mais usadas e mais fácil par se conhecer o Bbpm/máximo de um indivíduo, é bpm/máx.
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