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Modulo 6

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MÓDULO 6
FASE DE INSTRUÇÃO
Penhora, depósito e avaliação
O CPC, nos arts. 824 a 909, regula o procedimento padrão da execução por quantia certa, que
se realiza pela expropriação de bens do executado, ressalvadas as execuções especiais,
com o objetivo de satisfazer o crédito do exequente mediante a excussão do patrimônio
penhorável do executado. Ao propor a execução, o credor poderá, na petição inicial, indicar os
bens suscetíveis de penhora (CPC art. 798 I, II, c).
A expropriação pode ocorrer pela adjudicação, alienação e apropriação de frutos e
rendimentos de empresa ou de estabelecimentos e de outros bens (CPC art. 825), sendo
que, antes de adjudicados ou alienados os bens, o executado pode, a todo tempo, remir a
execução, pagando ou consignando a importância atualizada da dívida, acrescida de juros,
custas e honorários advocatícios (CPC art. 826).
O executado será citado para pagar a dívida no prazo de 3 (três) dias, contado da citação. Do
mandado de citação constarão, também, a ordem de penhora e a avaliação a serem cumpridas
pelo oficial de justiça tão logo verificado o não pagamento no prazo assinalado, de tudo
lavrando-se auto, com intimação do executado, sendo que a penhora recairá sobre os bens
indicados pelo exequente, salvo se outros forem indicados pelo executado e aceitos pelo juiz,
mediante demonstração de que a constrição proposta lhe será menos onerosa e não trará
prejuízo ao exequente (CPC 829).
Caso o oficial de justiça não encontre o executado, procederá ao arresto[1] de tantos bens
quantos bastem para garantir a execução, procurando o executado nos dez dias seguintes, por
duas vezes em dias distintos e, havendo suspeita de ocultação, realizará a citação com hora
certa, certificando pormenorizadamente o ocorrido. Incumbe ao exequente requerer a citação
por edital, uma vez frustradas a pessoal e a com hora certa, sendo que, uma vez aperfeiçoada a
citação e transcorrido o prazo de pagamento, o arresto converter-se-á em penhora,
independentemente de termo (CPC 830).
Conforme os ensinamentos do prof. Alexandre Freitas Câmara[2]: “Penhora é o ato de
apreensão judicial dos bens que serão empregados, direta ou indiretamente, na satisfação do
crédito exequendo. Em outras palavras, a penhora é um ato de constrição patrimonial, através
do qual são apreendidos bens que serão utilizados como meio destinado a viabilizar a
realização do crédito do exequente. Esta utilização pode ser direta (que se dá quando o próprio
bem apreendido é entregue ao exequente a título de pagamento da dívida, por intermédio de
uma técnica de expropriação chamada adjudicação) ou indireta (que ocorre nos casos em que o
bem penhorado é expropriado e transformado em dinheiro, usando-se esta verba, obtida com a
alienação do bem penhorado, para pagar o credor). A penhora produz efeitos de duas ordens:
processuais e materiais.O primeiro efeito processual da penhora é garantir o juízo.(...) O
segundo efeito processual da penhora é o de individualizar os bens que suportarão a atividade
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executiva.(...) O terceiro e último efeito processual da penhora é gerar, para o exequente, direito
de preferência. É que pode acontecer de incidirem, sobre o mesmo bem, duas ou mais
penhoras. É preciso, então, recordar que há credores que não têm qualquer preferência legal na
satisfação do crédito (como se dá, por exemplo, com os credores quirografários).(...) Além
desses efeitos processuais, a penhora produz dois efeitos materiais (ou substanciais). O
primeiro deles é privar o executado da posse direta do bem apreendido. É que a penhora se
aperfeiçoa com a apreensão e depósito dos bens (art. 839). (...) O segundo efeito material da
penhora é tornar ineficazes os atos posteriores de alienação ou de oneração do bem, efeito este
que só se produz, porém se a penhora tiver sido averbada junto ao registro do bem (art. 792,
III)”.
Não estão sujeitos à execução os bens que a lei considera inalienáveis ou impenhoráveis,
estando esses últimos relacionados da seguinte forma no art. 833 do CPC:
Art. 833. São impenhoráveis:
I - os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução;
II - os móveis, os pertences e as utilidades domésticas que guarnecem a residência do
executado, salvo os de elevado valor ou os que ultrapassem as necessidades comuns
correspondentes a um médio padrão de vida;
III - os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado, salvo se de
elevado valor;
IV - os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações, os
proventos de aposentadoria, as pensões, os pecúlios e os montepios, bem como as
quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e
de sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional
liberal, ressalvado o § 2º ;
V - os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou outros
bens móveis necessários ou úteis ao exercício da profissão do executado;
VI - o seguro de vida;
VII - os materiais necessários para obras em andamento, salvo se essas forem
penhoradas;
VIII - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela
família;
IX - os recursos públicos recebidos por instituições privadas para aplicação
compulsória em educação, saúde ou assistência social;
X - a quantia depositada em caderneta de poupança, até o limite de 40 (quarenta)
salários-mínimos;
XI - os recursos públicos do fundo partidário recebidos por partido político, nos termos
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da lei;
XII - os créditos oriundos de alienação de unidades imobiliárias, sob regime de
incorporação imobiliária, vinculados à execução da obra.
§ 1º A impenhorabilidade não é oponível à execução de dívida relativa ao próprio bem,
inclusive àquela contraída para sua aquisição.
§ 2º O disposto nos incisos IV e X do caput não se aplica à hipótese de penhora para
pagamento de prestação alimentícia, independentemente de sua origem, bem como às
importâncias excedentes a 50 (cinquenta) salários-mínimos mensais, devendo a
constrição observar o disposto no art. 528, § 8º , e no art. 529, § 3º .
§ 3º Incluem-se na impenhorabilidade prevista no inciso V do caput os equipamentos,
os implementos e as máquinas agrícolas pertencentes a pessoa física ou a empresa
individual produtora rural, exceto quando tais bens tenham sido objeto de
financiamento e estejam vinculados em garantia a negócio jurídico ou quando
respondam por dívida de natureza alimentar, trabalhista ou previdenciária.
 Ainda, respectivamente, conforme os artigos 834 e 835, do CPC, podem ser penhorados, à
falta de outros bens, os frutos e os rendimentos dos bens inalienáveis, sendo que, a penhora
observará, preferencialmente, a seguinte ordem: I - dinheiro, em espécie ou em depósito ou
aplicação em instituição financeira; II - títulos da dívida pública da União, dos Estados e do
Distrito Federal com cotação em mercado; III - títulos e valores mobiliários com cotação em
mercado; IV - veículos de via terrestre; V - bens imóveis; VI - bens móveis em geral; VII -
semoventes; VIII - navios e aeronaves; IX - ações e quotas de sociedades simples e
empresárias; X - percentual do faturamento de empresa devedora; XI - pedras e metais
preciosos; XII - direitos aquisitivos derivados de promessa de compra e venda e de alienação
fiduciária em garantia; XIII - outros direitos.
Não obstante seja possível a alteração da referida ordem, a penhora em dinheiro é sempre
prioritária, equiparam-se a ele a fiança bancária e o seguro garantia judicial, desdeque em
valor não inferior ao do débito constante da inicial, acrescido de trinta por cento Na execução de
crédito com garantia real, a penhora recairá sobre a coisa dada em garantia, e, se a coisa
pertencer a terceiro garantidor, este também será intimado da penhora.
A realização da penhora deve observar, dentre outros, o princípio da utilidade, de modo que não
se realizará a constrição quando ficar evidente que o produto da execução dos bens
encontrados será totalmente absorvido pelo pagamento das custas da execução (CPC arts. 835
§ 3º e 836 do CPC). Se o oficial de justiça não encontrar bens penhoráveis, independentemente
de determinação judicial expressa, descreverá na certidão os bens que guarnecem a residência
ou o estabelecimento do executado, nomeando-se o executado, ou seu representante legal,
depositário provisório de tais bens até ulterior determinação do juiz (CPC art. 836 § 2º).
A penhora de dinheiro e as averbações de penhoras de bens imóveis e móveis podem ser
realizadas por meio eletrônico (CPC art. 837).
 A penhora será realizada mediante auto ou termo, que conterá a indicação do dia, do mês, do
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ano e do lugar em que foi feita; os nomes do exequente e do executado; a descrição dos bens
penhorados, com as suas características e a nomeação do depositário[3] dos bens (CPC art.
838).
Caracteriza-se a realização da penhora com a apreensão e o depósito dos bens, lavrando-se
um só auto se as diligências forem concluídas no mesmo dia. Havendo mais de uma penhora,
serão lavrados autos individuais (CPC art. 839).
Os bens penhorados serão depositados da seguinte forma, tal como disposto no art. 840 do
CPC:
Art. 840. Serão preferencialmente depositados:
I - as quantias em dinheiro, os papéis de crédito e as pedras e os metais preciosos, no
Banco do Brasil, na Caixa Econômica Federal ou em banco do qual o Estado ou o
Distrito Federal possua mais da metade do capital social integralizado, ou, na falta
desses estabelecimentos, em qualquer instituição de crédito designada pelo juiz;
II - os móveis, os semoventes, os imóveis urbanos e os direitos aquisitivos sobre
imóveis urbanos, em poder do depositário judicial;
III - os imóveis rurais, os direitos aquisitivos sobre imóveis rurais, as máquinas, os
utensílios e os instrumentos necessários ou úteis à atividade agrícola, mediante caução
idônea, em poder do executado.
§ 1º No caso do inciso II do caput , se não houver depositário judicial, os bens ficarão
em poder do exequente.
§ 2º Os bens poderão ser depositados em poder do executado nos casos de difícil
remoção ou quando anuir o exequente.
§ 3º As joias, as pedras e os objetos preciosos deverão ser depositados com registro
do valor estimado de resgate.
Formalizada a penhora por qualquer dos meios legais, dela será imediatamente intimado o
executado, através do seu advogado ou da respectiva sociedade de advogados. Caso a
penhora tenha sido realizada na sua presença, reputa-se desde logo intimado o executado. Se
não houver constituído advogado nos autos, o executado será intimado pessoalmente, de
preferência por via postal, sendo que se considera e caso ele tenha mudado de endereço sem
prévia comunicação ao juízo,
Recaindo a penhora sobre bem imóvel ou direito real sobre imóvel, será intimado também o
cônjuge do executado, salvo se forem casados em regime de separação absoluta de bens (CPC
art. 842). Vale o mesmo também para os companheiros, no caso da união estável.
Tratando-se de penhora de bem indivisível, o equivalente à quota-parte do coproprietário ou
do cônjuge alheio à execução recairá sobre o produto da alienação do bem. Assegura-se,
também, ao coproprietário ou ao cônjuge não executado a preferência na arrematação do bem
em igualdade de condições, sendo que não será levada a efeito expropriação por preço inferior
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ao da avaliação na qual o valor auferido seja incapaz de garantir, ao coproprietário ou ao
cônjuge alheio à execução, o correspondente à sua quota-parte calculado sobre o valor da
avaliação (CPC art. 843).
Para presunção absoluta (“iuris et de iure”) de conhecimento por terceiros, cabe ao exequente
providenciar a averbação do arresto ou da penhora no registro competente, mediante
apresentação de cópia do auto ou do termo, independentemente de mandado judicial (CPC art.
844). O objetivo dessa averbação é dar conhecimento da penhora a eventual terceiro
interessado na aquisição do bem.
Quando não se tratar da hipótese prevista do art. 837 do CPC - que trata da possibilidade da
realização de penhora de dinheiro e as averbações de penhoras de bens imóveis e móveis por
meio eletrônico – estabelece o art. 845, desse mesmo diploma, que a penhora será efetuada
no local onde se encontrem os bens, ainda que sob a posse, a detenção ou a guarda de
terceiros.
A penhora de imóveis, independentemente de onde se localizem, quando apresentada
certidão da respectiva matrícula, e a penhora de veículos automotores, quando apresentada
certidão que ateste a sua existência, serão realizadas por termo nos autos (CPC art. 845 § 1º).
Caso os bens do executado estejam em foro diverso daquele em que tramita o processo, não
sendo possível a realização da penhora por termo nos autos, conforme acima tratado, a
execução será feita por carta, penhorando-se, avaliando-se e alienando-se os bens no foro da
situação.
O art. 846 do CPC, trata da possibilidade arrombamento caso haja resistência do executado à
efetivação da penhora.
Art. 846. Se o executado fechar as portas da casa a fim de obstar a penhora dos bens,
o oficial de justiça comunicará o fato ao juiz, solicitando-lhe ordem de arrombamento.
§ 1 o Deferido o pedido, 2 (dois) oficiais de justiça cumprirão o mandado, arrombando
cômodos e móveis em que se presuma estarem os bens, e lavrarão de tudo auto
circunstanciado, que será assinado por 2 (duas) testemunhas presentes à diligência.
§ 2º Sempre que necessário, o juiz requisitará força policial, a fim de auxiliar os oficiais
de justiça na penhora dos bens.
§ 3º Os oficiais de justiça lavrarão em duplicata o auto da ocorrência, entregando uma
via ao escrivão ou ao chefe de secretaria, para ser juntada aos autos, e a outra à
autoridade policial a quem couber a apuração criminal dos eventuais delitos de
desobediência ou de resistência.
§ 4º Do auto da ocorrência constará o rol de testemunhas, com a respectiva
qualificação.
Admite-se a possibilidade do executado requerer a substituição do bem penhorado, no prazo
de 10 (dez) dias contado da intimação da penhora, desde que comprove que lhe será menos
onerosa e não trará prejuízo ao exequente, sendo que este último deverá ser intimado para
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manifestar-se sobre tal requerimento (CPC art. 847§ 4º).
Os §§ 1º. e 2º. do art. 847 do CPC, estabelecem as seguintes condições que devem ser
verificadas pelo magistrado para autorizador a substituição preconizada: comprovar as
respectivas matrículas e os registros por certidão do correspondente ofício, quanto aos bens
imóveis; descrever os bens móveis, com todas as suas propriedades e características, bem
como o estado deles e o lugar onde se encontram; descrever os semoventes, com indicação de
espécie, de número, de marca ou sinal e do local onde se encontram; identificar os créditos,
indicando quem seja o devedor, qual a origem da dívida, o título que a representa e a data do
vencimento; atribuir, em qualquer caso, valor aos bens indicados à penhora, além de especificar
os ônus e os encargos a que estejam sujeitos;indicar onde se encontram os bens sujeitos à
execução, exibir a prova de sua propriedade e a certidão negativa ou positiva de ônus, bem
como abster-se de qualquer atitude que dificulte ou embarace a realização da penhora.
Ainda, segundo o § 3º do art. 847 do CPC, o executado somente poderá oferecer bem imóvel
em substituição caso o requeira com a expressa anuência do cônjuge, ou companheiro, salvo
se o regime for o de separação absoluta de bens.
A substituição da penhora também poderá ser requerida pelas partes, se ela não obedecer à
ordem legal; não incidir sobre os bens designados em lei, contrato ou ato judicial para o
pagamento; havendo bens no foro da execução, outros tiverem sido penhorados; havendo
bens livres, ela tiver recaído sobre bens já penhorados ou objeto de gravame; incidir sobre bens
de baixa liquidez; fracassar a tentativa de alienação judicial do bem; ou o executado não indicar
o valor dos bens ou omitir qualquer das indicações previstas em lei (CPC art 848).
A penhora pode ser substituída por fiança bancária ou por seguro garantia judicial, desde
que em valor não inferior ao do débito constante da inicial e acrescido de 30% (CPC art. 848 §
único). Uma vez deferida a substituição, por tratar-se de decisão interlocutória, será cabível
eventual recurso de agravo de instrumento pela parte interessada.
Sempre que ocorrer a substituição dos bens inicialmente penhorados, será lavrado novo termo,
nos mesmos termos do art. 838 do CPC, já mencionado.
Admite-se a redução ou a ampliação da penhora – sendo esta hipótese diversa daquela
prevista no art. 874 do CPC -, bem como sua transferência para outros bens, se, no curso do
processo, o valor de mercado dos bens penhorados sofrer alteração significativa (CPC art. 850).
Não se autoriza a realização de segunda penhora, salvo se a primeira for anulada; ou se
executados os bens, o produto da alienação não bastar para o pagamento do exequente; e,
ainda, se o exequente desistir da primeira penhora, por serem litigiosos os bens ou por estarem
submetidos a constrição judicial (CPC art. 851).
Quando a penhora recair sobre veículos automotores, pedras e metais preciosos e de outros
bens móveis sujeitos à depreciação ou à deterioração, compete ao juiz autorizar a alienação
antecipada desses bens. Eventual antecipação da alienação dos bens penhorados também
poderá ser autorizada quando houver manifesta vantagem, o que, obviamente, deverá ser
comprovado perante o juiz (CPC art. 852).
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Diante de qualquer requerimento por uma das partes para uma dessas hipóteses de
modificação da penhora, tratadas nos arts. 847-853 do CPC, o juiz ouvirá sempre a outra parte,
no prazo de 3 (três) dias, antes de decidir, devendo decidir de plano qualquer questão
suscitada.
Trataremos, agora, das MODALIDADES DE PENHORA, conforme disposto nos arts. 854-869
do CPC.
Da Penhora de Dinheiro em Depósito ou em Aplicação Financeira
 O art. 854 do CPC trata do procedimento destinado ao bloqueio e “penhora on line” de
ativos financeiros existentes em nome do executado. Inicialmente, a requerimento do
exequente, sem dar ciência prévia do ato ao executado, o juiz determinará às instituições
financeiras, por meio de sistema eletrônico gerido pela autoridade supervisora do
sistema financeiro nacional, que torne indisponíveis ativos financeiros existentes em
nome do executado, limitando-se a indisponibilidade ao valor indicado na execução. Rejeitada
ou não apresentada a manifestação do executado, converter-se-á a indisponibilidade em
penhora, sem necessidade de lavratura de termo, devendo o juiz da execução determinar à
instituição financeira depositária que, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, transfira o montante
indisponível para conta vinculada ao juízo da execução (art. 854 § 5º).
Importante lembrar aqui o disposto no CPC Art. 837: “Obedecidas as normas de segurança
instituídas sob critérios uniformes pelo Conselho Nacional de Justiça, a penhora de dinheiro e
as averbações de penhoras de bens imóveis e móveis podem ser realizadas por meio
eletrônico”.
Verificada eventual indisponibilidade excessiva, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas a contar
da resposta, de ofício, o juiz determinará o seu cancelamento, o que deverá ser cumprido pela
instituição financeira em igual prazo (CPC art. 854 § 1º).
Tornados indisponíveis os ativos financeiros do executado, este será intimado na pessoa de seu
advogado ou, não o tendo, pessoalmente. Incumbe ao executado, no prazo de 5 (cinco) dias,
comprovar que as quantias tornadas indisponíveis são impenhoráveis ou que ainda remanesce
indisponibilidade excessiva de ativos financeiros, sendo que, caso acolhidas qualquer dessas
alegações, o juiz determinará o cancelamento de eventual indisponibilidade irregular ou
excessiva, a ser cumprido pela instituição financeira em 24 (vinte e quatro) horas.
Realizado o pagamento da dívida por outro meio, o juiz determinará, imediatamente, por
sistema eletrônico gerido pela autoridade supervisora do sistema financeiro nacional, a
notificação da instituição financeira para que, em até 24 (vinte e quatro) horas, cancele a
indisponibilidade.
A instituição financeira será civilmente responsável pelos prejuízos causados ao executado em
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decorrência da indisponibilidade de ativos financeiros em valor superior ao indicado na
execução ou pelo juiz, bem como na hipótese de não cancelamento da indisponibilidade no
prazo de 24 (vinte e quatro) horas, quando assim determinar o juiz (CPC art. 854 §8º.) .
Quando se tratar de execução contra partido político, o juiz, a requerimento do exequente,
determinará às instituições financeiras, por meio de sistema eletrônico gerido por autoridade
supervisora do sistema bancário, que tornem indisponíveis ativos financeiros somente em nome
do órgão partidário que tenha contraído a dívida executada ou que tenha dado causa à violação
de direito ou ao dano, ao qual cabe exclusivamente a responsabilidade pelos atos praticados,
na forma da lei (CPC art. 854 §9º).
Da Penhora de Créditos
São distintas as hipóteses de penhora de crédito previstas nos arts. 855 e 856 do CPC, já que
para esse último, as dívidas são aquelas constantes de títulos de crédito (letra de câmbio, nota
promissória, duplicata, cheque etc.).
Conforme o art. 855 do CPC, quando a penhora recair em crédito do executado – tais como,
aqueles relativos a prestações pecuniárias -, considerar-se-á feita a penhora pela intimação ao
terceiro devedor para que não pague ao executado, seu credor; ao executado, credor do
terceiro, para que não pratique ato de disposição do crédito.
O art. 856 do CPC, que trata da hipótese de crédito representado por letra de câmbio, nota
promissória, duplicata, cheque ou outros títulos, estabelece que a respectiva penhora far-se-á
pela apreensão do documento, esteja ou não este em poder do executado. Se o título não for
apreendido, mas o terceiro confessar a dívida, será este tido como depositário da importância.
O terceiro só se exonerará da obrigação depositando em juízo a importância da dívida, sendo
que se o terceiro negar o débito em conluio com o executado, a quitação que este lhe der
caracterizará fraude à execução. O credor/exequente poderá requerer a designação de
audiência pelo juiz, a fim de que sejam tomados os depoimentos do executado e do terceiro, de
forma a tentar demonstrar eventual existência de conluio entre os mesmos.
Feita a penhora em direito e ação do executado, e não tendo ele oferecido embargos ou
sendo estes rejeitados, o exequente ficará sub-rogado nos direitos do executadoaté a
concorrência de seu crédito. O exequente pode preferir, em vez da sub-rogação, a alienação
judicial do direito penhorado, caso em que declarará sua vontade no prazo de 10 dias contado
da realização da penhora. A sub-rogação não impede o sub-rogado, se não receber o crédito do
executado, de prosseguir na execução, nos mesmos autos, penhorando outros bens (CPC art.
857).
Recaindo a penhora recair sobre dívidas de dinheiro a juros, de direito a rendas ou de
prestações periódicas, o exequente poderá levantar os juros, os rendimentos ou as
prestações à medida que forem sendo depositados, abatendo-se do crédito as importâncias
recebidas, conforme as regras de imputação do pagamento (CPC art. 858).
Se a penhora recair sobre direito a prestação ou a restituição de coisa determinada, o
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executado será intimado para, no vencimento, depositá-la, correndo sobre ela a execução (CPC
art. 859).
A chamada “penhora no rosto dos autos”[4], está prevista no art. 860 do CPC, e ocorre
quando a penhora recair sobre direito que estiver sendo pleiteado em juízo. Nessa hipótese, a
penhora deverá ser averbada, com destaque, nos autos pertinentes ao direito e na ação
correspondente à penhora, a fim de que esta seja efetivada nos bens que forem adjudicados ou
que vierem a caber ao executado.
Da Penhora das Quotas ou das Ações de Sociedades Personificadas
Penhoradas as quotas ou as ações de sócio em sociedade simples ou empresária, o juiz
assinará prazo razoável, não superior a 3 (três) meses, para que a sociedade apresente
balanço especial, na forma da lei, ofereça as quotas ou as ações aos demais sócios, observado
o direito de preferência legal ou contratual, sendo que, não havendo interesse dos sócios na
aquisição das ações, proceda à liquidação das quotas ou das ações, depositando em juízo o
valor apurado, em dinheiro (CPC art. 861).
Ainda, conforme a lição de Cassio Scarpinella Bueno[5]:
“O §1º. do art. 861 indica à sociedade alternativa para evitar a liquidação das quotas ou das
ações (trata-se da aplicação do princípio da preservação da empresa), hipótese que, de acordo
com o §2º., não se aplica à sociedade anônima de capital aberto, cujas ações serão
adjudicadas ao exequente ou alienadas em bolsa de valores.
O §3º. do art. 861 permite a nomeação de administrador, a pedido do exequente ou da
sociedade, que submeterá a aprovação judicial a forma de liquidação referida no inciso III do
caput. É correto entender que as regras relativas à apuração de haveres que os arts. 604 a 608
reservam para a dissolução parcial de sociedades (...) devem guiar o trabalho do administrador
quando houver penhora de quotas sociais ou ações das sociedades personificadas e não
houver interesse dos demais sócios (ou da própria sociedade) em sua aquisição.
Se não houver interesse dos demais sócios no exercício de direito de preferência, não ocorra a
aquisição das quotas ou das ações pela sociedade e a liquidação do inciso III do caput seja
excessivamente onerosa para a sociedade, o magistrado poderá determinar o leilão judicial das
quotas ou das ações (art. 861, §5º). Mesmo nessa hipótese, contudo, a apuração do valor das
quotas ou ações deve observar o disposto nos referidos arts. 604 a 608”.
Da Penhora de Empresa, de Outros Estabelecimentos e de Semoventes
O procedimento estabelecido para a penhora que recair em estabelecimento comercial,
industrial ou agrícola, bem como em semoventes, plantações ou edifícios em construção, visa
evitar a eventual suspensão das atividades ou produção relacionada, de modo que inclusive há
previsão da nomeação de administrador-depositário para tanto, sendo que somente será
determinada se não houver outro meio eficaz para a efetivação do crédito.
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Art. 862. Quando a penhora recair em estabelecimento comercial, industrial ou
agrícola, bem como em semoventes, plantações ou edifícios em construção, o juiz
nomeará administrador-depositário, determinando-lhe que apresente em 10 (dez) dias
o plano de administração.
§ 1º Ouvidas as partes, o juiz decidirá.
§ 2º É lícito às partes ajustar a forma de administração e escolher o depositário,
hipótese em que o juiz homologará por despacho a indicação.
§ 3º Em relação aos edifícios em construção sob regime de incorporação imobiliária, a
penhora somente poderá recair sobre as unidades imobiliárias ainda não
comercializadas pelo incorporador.
§ 4º Sendo necessário afastar o incorporador da administração da incorporação, será
ela exercida pela comissão de representantes dos adquirentes ou, se se tratar de
construção financiada, por empresa ou profissional indicado pela instituição
fornecedora dos recursos para a obra, devendo ser ouvida, neste último caso, a
comissão de representantes dos adquirentes.
Art. 863. A penhora de empresa que funcione mediante concessão ou autorização far-
se-á, conforme o valor do crédito, sobre a renda, sobre determinados bens ou sobre
todo o patrimônio, e o juiz nomeará como depositário, de preferência, um de seus
diretores.
§ 1º Quando a penhora recair sobre a renda ou sobre determinados bens, o
administrador-depositário apresentará a forma de administração e o esquema de
pagamento, observando-se, quanto ao mais, o disposto em relação ao regime de
penhora de frutos e rendimentos de coisa móvel e imóvel.
§ 2º Recaindo a penhora sobre todo o patrimônio, prosseguirá a execução em seus
ulteriores termos, ouvindo-se, antes da arrematação ou da adjudicação, o ente público
que houver outorgado a conc
A penhora de navio ou de aeronave não obsta que continuem navegando ou operando até a
alienação, mas o juiz, ao conceder a autorização para tanto, não permitirá que saiam do porto
ou do aeroporto antes que o executado faça o seguro usual contra riscos (CPC art. 864).
Da Penhora de Percentual de Faturamento de Empresa
Se o executado não tiver outros bens penhoráveis ou se, tendo-os, esses forem de difícil
alienação ou insuficientes para saldar o crédito executado, o juiz poderá ordenar a penhora
de percentual de faturamento de empresa, que propicie a satisfação do crédito exequendo em
tempo razoável, mas que não torne inviável o exercício da atividade empresarial. Será nomeado
administrador-depositário, o qual submeterá à aprovação judicial a forma de sua atuação e
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prestará contas mensalmente, entregando em juízo as quantias recebidas, com os respectivos
balancetes mensais, a fim de serem imputadas no pagamento da dívida (CPC art. 866).
Conforme bem ressaltado pelo prof. Humberto Theodoro Junior: “A penhora de percentual do
faturamento figura em décimo lugar na ordem de preferência do art. 835, de sorte que, havendo
bens livres de menor gradação, não será o caso de recorrer à constrição da receita da empresa,
que, sem maiores cautelas, pode comprometer o seu capital de giro e inviabilizar a continuidade
de sua normal atividade econômica. É por isso que se impõe a nomeação de um depositário
administrador que haverá de elaborar o plano de pagamento a ser submetido à apreciação e
aprovação do juiz da execução. Com isto, evita-se o comprometimento da solvabilidade da
empresa executada. Em outras palavras: “apesar de possível a penhora sobre faturamento de
sociedade empresária, a constrição deve-se dar de maneira excepcional e sem colocar em risco
a existência da executada”[6].
Da Penhora de Frutos e Rendimentos de Coisa Móvel ou Imóvel
O juiz pode ordenar a penhora de frutos e rendimentos de coisa móvelou imóvel quando a
considerar mais eficiente para o recebimento do crédito e menos gravosa ao executado.
Efetuada a penhora, será nomeado administrador-depositário, que será investido de todos os
poderes que concernem à administração do bem e à fruição de seus frutos e utilidades,
perdendo o executado o direito de gozo do bem, até que o exequente seja pago do principal,
dos juros, das custas e dos honorários advocatícios. A medida terá eficácia em relação a
terceiros a partir da publicação da decisão que a conceda ou de sua averbação – a ser
providenciada pelo exequente - no ofício imobiliário, em caso de imóveis.
 O juiz poderá nomear administrador-depositário o exequente ou o executado, ouvida a parte
contrária, e, não havendo acordo, nomeará profissional qualificado para o desempenho da
função. O administrador submeterá à aprovação judicial a forma de administração e a de prestar
contas periodicamente. Havendo discordância entre as partes ou entre essas e o administrador,
o juiz decidirá a melhor forma de administração do bem.
Se o imóvel estiver arrendado, o inquilino pagará o aluguel diretamente ao exequente, salvo se
houver administrador. O exequente ou o administrador poderá celebrar locação do móvel ou do
imóvel, ouvido o executado. As quantias recebidas pelo administrador serão entregues ao
exequente, a fim de serem imputadas ao pagamento da dívida, cabendo ao exequente dar
quitação ao executado, por termo nos autos (CPC arts. 867-869).
DA AVALIAÇÃO DE BENS
Feita a penhora, segue-se então para a avaliação – que está regulada nos arts. 870-875 do
CPC –, e que tem por objetivo estabelecer um valor, um preço para os bens penhorados, de
forma a possibilitar que se dê início à fase expropriatória, e, após, finalmente, à satisfação do
credor.
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 A avaliação será feita pelo oficial de justiça. Contudo, se forem necessários conhecimentos
especializados e o valor da execução o comportar, o juiz nomeará avaliador, fixando-lhe prazo
não superior a 10 (dez) dias para entrega do laudo.
Dispensa-se a realização da avaliação quando: uma das partes aceitar a estimativa feita pela
outra; se tratar de títulos ou de mercadorias que tenham cotação em bolsa, comprovada por
certidão ou publicação no órgão oficial; se tratar de títulos da dívida pública, de ações de
sociedades e de títulos de crédito negociáveis em bolsa, cujo valor será o da cotação oficial do
dia, comprovada por certidão ou publicação no órgão oficial; se tratar de veículos automotores
ou de outros bens cujo preço médio de mercado possa ser conhecido por meio de pesquisas
realizadas por órgãos oficiais ou de anúncios de venda divulgados em meios de comunicação,
caso em que caberá a quem fizer a nomeação o encargo de comprovar a cotação de mercado.
A avaliação realizada pelo oficial de justiça constará de vistoria e de laudo anexados ao auto
de penhora ou, em caso de perícia realizada por avaliador, de laudo apresentado no prazo
fixado pelo juiz, devendo-se, em qualquer hipótese, especificar os bens, com as suas
características, e o estado em que se encontram; e o valor dos bens. Quando o imóvel for
suscetível de cômoda divisão, a avaliação, tendo em conta o crédito reclamado, será realizada
em partes, sugerindo-se, com a apresentação de memorial descritivo, os possíveis
desmembramentos para alienação.
Realizada a avaliação e, sendo o caso, apresentada a proposta de desmembramento, as partes
serão ouvidas no prazo de 5 (cinco) dias.
 A teor do art. 873, do CPC, admite-se nova avaliação quando: qualquer das partes arguir,
fundamentadamente, a ocorrência de erro na avaliação ou dolo do avaliador; se verificar,
posteriormente à avaliação, que houve majoração ou diminuição no valor do bem; o juiz tiver
fundada dúvida sobre o valor atribuído ao bem na primeira avaliação, aplicando-se a essa
hipótese o disposto no art. 480[7][8] do CPC.
Após a avaliação, e verificando-se que os bens penhorados são insuficientes ou demasiados
para a satisfação do crédito, o juiz poderá, a requerimento do interessado e ouvida a parte
contrária, mandar: reduzir a penhora aos bens suficientes ou transferi-la para outros, se o valor
dos bens penhorados for consideravelmente superior ao crédito do exequente e dos acessórios;
ampliar a penhora ou transferi-la para outros bens mais valiosos, se o valor dos bens
penhorados for inferior ao crédito do exequente (CPC art. 874).
Finalmente, uma vez realizada a penhora e concluída a avaliação, o juiz dará início aos atos de
expropriação do bem[9], e que, conforme já mencionamos, pode se dar através da adjudicação,
alienação e expropriação de frutos e rendimentos[10].
DA EXPROPRIAÇÃO DE BENS
Da Adjudicação
Conforme explicação do prof. Humberto Theodoro Júnior:
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“A adjudicação é uma figura assemelhada à dação em pagamento, uma forma indireta de
satisfação do crédito do exequente, que se realiza pela transferência do próprio bem penhorado
ao credor, para extinção de seu direito.
Em lugar da soma de dinheiro, que é objeto específico da execução por quantia certa, na
adjudicação o credor recebe bens outros do executado, numa operação, porém, que nada
tem de contratual, pois participa da mesma natureza da arrematação, como ato executivo
ou de transferência forçada de bens, sob a forma de expropriação. Conceitua-se, portanto,
a adjudicação como ato de expropriação executiva em que o bem penhorado se transfere in
natura para o credor, fora da arrematação. Há situações especiais em que se admite a terceiros,
além do exequente, a faculdade de obter a adjudicação, também sem o pressuposto da
concorrência em hasta pública (art. 876, § 5º).
Quando o adjudicante é o exequente, a medida pressupõe requerimento de sua parte, não
obstante seja a forma preferencial de expropriação na execução por quantia certa. É que, tendo
o direito de se pagar em dinheiro, não pode ser compelido, contra sua vontade, a receber coisa
diversa para solução de seu crédito.
A adjudicação dos bens penhorados transformou-se, a partir da reforma da Lei nº 11.382/2006,
na forma preferencial de satisfação do direito do credor na execução de obrigação por quantia
certa, regime conservado pelo NCPC (arts. 825, I, e 881, caput). As tradicionais modalidades de
apuração de numerário por meio de alienação judicial tornaram-se secundárias. A execução
tende, em primeiro lugar, a propiciar ao exequente a apropriação direta dos bens constritos em
pagamento de seu crédito. Ao mesmo tempo, a nova sistemática legal ampliou a legitimação
dos que podem concorrer à adjudicação, nela incluindo aqueles que, antigamente, podiam
exercer a remição (cônjuges, companheiros, ascendentes e descendentes do executado), além
de outros interessados (art. 876, § 5º). Desapareceu, pois, a remição como modalidade especial
de expropriação executiva. O direito dos antigos remidores, porém, não desapareceu;
transformou-se em direito à adjudicação.
O conceito de adjudicação, portanto, ampliou-se, tanto na maior dimensão de seu papel na
execução por quantia certa como na sua abrangência subjetiva.
Pode-se, diante do novo quadro legal, definir a adjudicação como o ato executivo
expropriatório, por meio do qual o juiz, em nome do Estado, transfere o bem penhorado
para o exequente ou para outras pessoas a quem a lei confere preferência na aquisição.
Não se confunde com a arrematação, porque a função precípua da adjudicação, quando a
exerce o próprio credor, não é a de transformar o bem em dinheiro, mas o de usá-lo diretamente
como meio de pagamento. Contudo, “tanto como na arrematação, há neste ato expropriatório
atuaçãoprocessual executiva do Judiciário, no exercício da tutela jurisdicional”. Em regra, não
há desembolso de dinheiro por parte do adjudicatário, porque o valor do bem se destina ao
resgate do crédito do próprio adquirente. Há, todavia, casos em que o preço da adjudicação, no
todo ou em parte, tem de ser depositado em juízo, como nas hipóteses dos §§ 4º e 5º do art.
876”[11]. 
Como visto, a adjudicação compreende a forma expropriatória preferencial, sendo inclusive
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mais econômica para as partes, já que possibilita ao próprio exequente – ou a outros
legitimados - adquirir o bem penhorado.
O art. 876, do CPC, dispõe que é lícito ao exequente, oferecendo preço não inferior ao da
avaliação, requerer que lhe sejam adjudicados os bens penhorados. Requerida a adjudicação, o
executado – exceto se tiver sido citado por edital e não tiver procurador constituído nos autos -
será intimado do pedido: pelo Diário da Justiça, na pessoa de seu advogado constituído nos
autos; por carta com aviso de recebimento, quando representado pela Defensoria Pública ou
quando não tiver procurador constituído nos autos; por meio eletrônico, quando, sendo o caso
do § 1º do art. 246[12] , não tiver procurador constituído nos autos.
Considera-se realizada a intimação quando o executado houver mudado de endereço sem
prévia comunicação ao juízo, observado o disposto no art. 274, parágrafo único[13] .
Se o valor do crédito for inferior ao dos bens, o requerente da adjudicação depositará de
imediato a diferença, que ficará à disposição do executado. Mas, se, ao contrário, o valor do
crédito for superior ao dos bens, a execução prosseguirá pelo saldo remanescente.
Idêntico direito pode ser exercido por aqueles indicados no art. 889, incisos II a VIII[14] , pelos
credores concorrentes que hajam penhorado o mesmo bem, pelo cônjuge, pelo companheiro,
pelos descendentes ou pelos ascendentes do executado.
Se houver mais de um pretendente, proceder-se-á a licitação entre eles, tendo preferência, em
caso de igualdade de oferta, o cônjuge, o companheiro, o descendente ou o ascendente, nessa
ordem.
No caso de penhora de quota social ou de ação de sociedade anônima fechada realizada em
favor de exequente alheio à sociedade, esta será intimada, ficando responsável por informar
aos sócios a ocorrência da penhora, assegurando-se a estes a preferência.
O momento da ocorrência da adjudicação corresponde ao da lavratura e assinatura do seu
respectivo auto, que é o documento que consubstancia o ato em favor do credor. Nesse sentido
é o teor do art. 877 do CPC:
Art. 877. Transcorrido o prazo de 5 (cinco) dias, contado da última intimação, e
decididas eventuais questões, o juiz ordenará a lavratura do auto de adjudicação.
§ 1º Considera-se perfeita e acabada a adjudicação com a lavratura e a assinatura do
auto pelo juiz, pelo adjudicatário, pelo escrivão ou chefe de secretaria, e, se estiver
presente, pelo executado, expedindo-se:
I - a carta de adjudicação e o mandado de imissão na posse, quando se tratar de bem
imóvel;
II - a ordem de entrega ao adjudicatário, quando se tratar de bem móvel.
§ 2º A carta de adjudicação conterá a descrição do imóvel, com remissão à sua
matrícula e aos seus registros, a cópia do auto de adjudicação e a prova de quitação
do imposto de transmissão.
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§ 3º No caso de penhora de bem hipotecado, o executado poderá remi-lo até a
assinatura do auto de adjudicação, oferecendo preço igual ao da avaliação, se não
tiver havido licitantes, ou ao do maior lance oferecido.
§ 4º Na hipótese de falência ou de insolvência do devedor hipotecário, o direito de
remição previsto no § 3º será deferido à massa ou aos credores em concurso, não
podendo o exequente recusar o preço da avaliação do imóvel.
Destaque-se a possibilidade prevista no § 3º do art. 877, de que, no caso de penhora de bem
hipotecado, o executado poderá remi-lo até a assinatura do auto de adjudicação, oferecendo
preço igual ao da avaliação, se não tiver havido licitantes, ou ao do maior lance oferecido.
O art. 878 do CPC, estabelece que será reaberta oportunidade para requerimento de
adjudicação, caso frustradas as tentativas de alienação do bem, caso em que também se
poderá pleitear a realização de nova avaliação.
Da Alienação
Conforme disposto nos arts. 879 e 880 do CPC, não efetivada a adjudicação do bem
penhorado, poderá ser realizada a sua alienação, que se dará mediante 2 formas: I - por
iniciativa particular; II - em leilão judicial eletrônico ou presencial.
Importante salientar que o “CPC de 1973 distinguia dois tipos de hasta pública: a praça, quando
a expropriação envolvia bens imóveis; e o leilão, quando todos os bens eram móveis. A hasta
pública foi substituída, no atual CPC, pelo leilão judicial, que abrangerá tanto bens imóveis,
quanto móveis. O leilão poderá ser de duas espécies: por meio eletrônico ou presencial. O que
conta, nessa classificação, não é o tipo de bem leiloado, mas a forma pela qual o leilão é
realizado”[15].
O exequente poderá requerer a alienação por sua própria iniciativa ou por intermédio de
corretor ou leiloeiro público credenciado perante o órgão judiciário, cabendo ao juiz fixar o
prazo em que a alienação deve ser efetivada, a forma de publicidade, o preço mínimo, as
condições de pagamento, as garantias e, se for o caso, a comissão de corretagem.
Caso venha a ser realizada, a alienação será formalizada por termo nos autos, com a
assinatura do juiz, do exequente, do adquirente e, se estiver presente, do executado,
expedindo-se, em caso de bem imóvel, a carta de alienação e o mandado de imissão na
posse, e, quando se tratar de bem móvel, a ordem de entrega ao adquirente.
Os tribunais também poderão editar disposições complementares sobre o procedimento da
alienação prevista no CPC art. 880, admitindo, quando for o caso, o concurso de meios
eletrônicos, e dispor sobre o credenciamento dos corretores e leiloeiros públicos, os quais
deverão estar em exercício profissional por não menos que 3 (três) anos. Nas localidades em
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que não houver corretor ou leiloeiro público credenciado, a indicação será de livre escolha do
exequente.
A alienação do bem penhorado, ressalvados os casos de alienação a cargo de corretores de
bolsa de valores, far-se-á em leilão judicial, a ser realizado por leiloeiro público, se não
efetivada a adjudicação ou a alienação por iniciativa particular.
O leilão será realizado preferencialmente por meio eletrônico, e não o sendo possível de forma
presencial.
A alienação judicial por meio eletrônico será realizada, observando-se as garantias processuais
das partes, de acordo com regulamentação específica do Conselho Nacional de Justiça,
devendo atender aos requisitos de ampla publicidade, autenticidade e segurança, com
observância das regras estabelecidas na legislação sobre certificação digital.
O leilão presencial será realizado no local designado pelo juiz.
Incumbe ao leiloeiro público – o qual será designado pelo juiz, podendo ser indicado pelo
exequente – publicar o edital, anunciando a alienação; realizar o leilão onde se encontrem os
bens ou no lugar designado pelo juiz; expor aos pretendentes os bens ou as amostras das
mercadorias; receber e depositar, dentro de 1 (um) dia, à ordem do juiz, o produto da alienação;
 prestar contas nos 2 (dois) dias subsequentes ao depósito. O leiloeiro tem o direito de receber
do arrematante a comissão estabelecidaem lei ou arbitrada pelo juiz.
O juiz da execução estabelecerá o preço mínimo, as condições de pagamento e as garantias
que poderão ser prestadas pelo arrematante.
O leilão será precedido de publicação de edital, que conterá: a descrição do bem penhorado,
com suas características, e, tratando-se de imóvel, sua situação e suas divisas, com remissão à
matrícula e aos registros; o valor pelo qual o bem foi avaliado, o preço mínimo pelo qual poderá
ser alienado, as condições de pagamento e, se for o caso, a comissão do leiloeiro designado; o
lugar onde estiverem os móveis, os veículos e os semoventes e, tratando-se de créditos ou
direitos, a identificação dos autos do processo em que foram penhorados; o sítio, na rede
mundial de computadores, e o período em que se realizará o leilão, salvo se este se der de
modo presencial, hipótese em que serão indicados o local, o dia e a hora de sua realização; a
indicação de local, dia e hora de segundo leilão presencial, para a hipótese de não haver
interessado no primeiro; menção da existência de ônus, recurso ou processo pendente sobre os
bens a serem leiloados. No caso de títulos da dívida pública e de títulos negociados em bolsa,
constará do edital o valor da última cotação.
Compete ao leiloeiro público designado adotar providências para a ampla divulgação da
alienação, sendo que a publicação do edital deverá ocorrer pelo menos 5 (cinco) dias antes da
data marcada para o leilão. O edital será publicado na rede mundial de computadores, em sítio
designado pelo juízo da execução, e conterá descrição detalhada e, sempre que possível,
ilustrada dos bens, informando expressamente se o leilão se realizará de forma eletrônica ou
presencial. Não sendo possível a publicação na rede mundial de computadores ou
considerando o juiz, em atenção às condições da sede do juízo, que esse modo de divulgação é
insuficiente ou inadequado, o edital será afixado em local de costume e publicado, em resumo,
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pelo menos uma vez em jornal de ampla circulação local.
Atendendo ao valor dos bens e às condições da sede do juízo, o juiz poderá alterar a forma e a
frequência da publicidade na imprensa, mandar publicar o edital em local de ampla circulação
de pessoas e divulgar avisos em emissora de rádio ou televisão local. Os editais de leilão de
imóveis e de veículos automotores serão publicados pela imprensa ou por outros meios de
divulgação, preferencialmente na seção ou no local reservados à publicidade dos respectivos
negócios. O juiz poderá determinar a reunião de publicações em listas referentes a mais de uma
execução.
Não se realizando o leilão por qualquer motivo, o juiz mandará publicar a transferência,
observando-se o já mencionado acima com relação à publicação dos respectivos editais de
divulgação. O escrivão, o chefe de secretaria ou o leiloeiro que culposamente der causa à
transferência responde pelas despesas da nova publicação, podendo o juiz aplicar-lhe a pena
de suspensão por 5 (cinco) dias a 3 (três) meses, em procedimento administrativo regular.
O CPC art. 889 estabelece a forma de cientificação do executado, demais partes e interessados
sobre a alienação judicial:
Art. 889. Serão cientificados da alienação judicial, com pelo menos 5 (cinco) dias de
antecedência:
I - o executado, por meio de seu advogado ou, se não tiver procurador constituído
nos autos, por carta registrada, mandado, edital ou outro meio idôneo;
II - o coproprietário de bem indivisível do qual tenha sido penhorada fração ideal;
III - o titular de usufruto, uso, habitação, enfiteuse, direito de superfície, concessão
de uso especial para fins de moradia ou concessão de direito real de uso, quando a
penhora recair sobre bem gravado com tais direitos reais;
IV - o proprietário do terreno submetido ao regime de direito de superfície, enfiteuse,
concessão de uso especial para fins de moradia ou concessão de direito real de
uso, quando a penhora recair sobre tais direitos reais;
V - o credor pignoratício, hipotecário, anticrético, fiduciário ou com penhora
anteriormente averbada, quando a penhora recair sobre bens com tais gravames,
caso não seja o credor, de qualquer modo, parte na execução;
VI - o promitente comprador, quando a penhora recair sobre bem em relação ao qual
haja promessa de compra e venda registrada;
VII - o promitente vendedor, quando a penhora recair sobre direito aquisitivo
derivado de promessa de compra e venda registrada;
VIII - a União, o Estado e o Município, no caso de alienação de bem tombado.
Parágrafo único. Se o executado for revel e não tiver advogado constituído, não
constando dos autos seu endereço atual ou, ainda, não sendo ele encontrado no
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endereço constante do processo, a intimação considerar-se-á feita por meio do
próprio edital de leilão.
Pode oferecer lance quem estiver na livre administração de seus bens, com exceção: dos
tutores, dos curadores, dos testamenteiros, dos administradores ou dos liquidantes, quanto aos
bens confiados à sua guarda e à sua responsabilidade; dos mandatários, quanto aos bens de
cuja administração ou alienação estejam encarregados; do juiz, do membro do Ministério
Público e da Defensoria Pública, do escrivão, do chefe de secretaria e dos demais servidores e
auxiliares da justiça, em relação aos bens e direitos objeto de alienação na localidade onde
servirem ou a que se estender a sua autoridade; dos servidores públicos em geral, quanto aos
bens ou aos direitos da pessoa jurídica a que servirem ou que estejam sob sua administração
direta ou indireta; dos leiloeiros e seus prepostos, quanto aos bens de cuja venda estejam
encarregados; dos advogados de qualquer das partes.
Não será aceito lance que ofereça preço vil, que compreende, nos termos do parágrafo único do
art. 891 do CPC, o preço inferior ao mínimo estipulado pelo juiz e constante do edital, ou, ainda,
no caso de não ter sido fixado preço mínimo, o preço inferior a cinquenta por cento do valor da
avaliação.
Em regra, o pagamento deverá ser realizado de imediato pelo arrematante, por depósito judicial
ou por meio eletrônico, salvo pronunciamento judicial em sentido diverso, permitindo, por
exemplo, o pagamento parcelado ou a prazo. A esse respeito, veja-se a seguir o quanto
disposto no CPC art. 895 acerca da formulação de proposta de aquisição do bem em
prestações.
Se o exequente arrematar os bens e for o único credor, não estará obrigado a exibir o preço,
mas, se o valor dos bens exceder ao seu crédito, depositará, dentro de 3 (três) dias, a
diferença, sob pena de tornar-se sem efeito a arrematação, e, nesse caso, realizar-se-á novo
leilão, à custa do exequente.
Havendo mais de um pretendente, proceder-se-á entre eles à licitação, e, no caso de igualdade
de oferta, terá preferência o cônjuge, o companheiro, o descendente ou o ascendente do
executado, nessa ordem.
No caso de leilão de bem tombado, a União, os Estados e os Municípios terão, nessa ordem, o
direito de preferência na arrematação, em igualdade de oferta.
Se o leilão for de diversos bens e houver mais de um lançador, terá preferência aquele que se
propuser a arrematá-los todos, em conjunto, oferecendo, para os bens que não tiverem lance,
preço igual ao da avaliação e, para os demais, preço igual ao do maior lance que, na tentativa
de arrematação individualizada, tenha sido oferecido para eles.
Quando o imóvel admitir cômoda divisão – isto é, aquela que seja útil ao executado e que não
acarrete na desvalorização do bem - o juiz, a requerimento do executado, ordenará a alienação
judicial de parte dele, desde que suficiente para o pagamento do exequentee para a satisfação
das despesas da execução. Nessa hipótese, não havendo lançador, far-se-á a alienação do
imóvel em sua integridade.
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A alienação por partes deverá ser requerida a tempo de permitir a avaliação das glebas
destacadas e sua inclusão no edital, e, nesse caso, caberá ao executado instruir o requerimento
com planta e memorial descritivo subscritos por profissional habilitado.
O art. 895 do CPC, dispõe sobre o direito do eventual interessado em adquirir o bem penhorado
em prestações, especificando o momento e a forma para o seu exercício, como segue:
Art. 895. O interessado em adquirir o bem penhorado em prestações poderá
apresentar, por escrito:
I - até o início do primeiro leilão, proposta de aquisição do bem por valor não inferior
ao da avaliação;
II - até o início do segundo leilão, proposta de aquisição do bem por valor que não
seja considerado vil.
§ 1º A proposta conterá, em qualquer hipótese, oferta de pagamento de pelo menos
vinte e cinco por cento do valor do lance à vista e o restante parcelado em até 30
(trinta) meses, garantido por caução idônea, quando se tratar de móveis, e por
hipoteca do próprio bem, quando se tratar de imóveis.
§ 2º As propostas para aquisição em prestações indicarão o prazo, a modalidade, o
indexador de correção monetária e as condições de pagamento do saldo.
 § 3º (VETADO).
§ 4º No caso de atraso no pagamento de qualquer das prestações, incidirá multa de
dez por cento sobre a soma da parcela inadimplida com as parcelas vincendas.
§ 5º O inadimplemento autoriza o exequente a pedir a resolução da arrematação ou
promover, em face do arrematante, a execução do valor devido, devendo ambos os
pedidos ser formulados nos autos da execução em que se deu a arrematação.
§ 6º A apresentação da proposta prevista neste artigo não suspende o leilão.
§ 7º A proposta de pagamento do lance à vista sempre prevalecerá sobre as
propostas de pagamento parcelado.
 § 8º Havendo mais de uma proposta de pagamento parcelado:
I - em diferentes condições, o juiz decidirá pela mais vantajosa, assim
compreendida, sempre, a de maior valor;
II - em iguais condições, o juiz decidirá pela formulada em primeiro lugar.
§ 9º No caso de arrematação a prazo, os pagamentos feitos pelo arrematante
pertencerão ao exequente até o limite de seu crédito, e os subsequentes, ao
executado.
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Tratando-se de imóvel de incapaz, caso não alcançe em leilão pelo menos oitenta por cento do
valor da avaliação, o juiz o confiará à guarda e à administração de depositário idôneo, adiando a
alienação por prazo não superior a 1 (um) ano. Se, durante o adiamento, algum pretendente
assegurar, mediante caução idônea, o preço da avaliação, o juiz ordenará a alienação em leilão.
Se o pretendente à arrematação se arrepender, o juiz impor-lhe-á multa de vinte por cento sobre
o valor da avaliação, em benefício do incapaz, valendo a decisão como título executivo. O juiz
também poderá autorizar a locação do imóvel no prazo do adiamento, sendo que, findo tal
prazo o imóvel será submetido a novo leilão.
Se o arrematante ou seu fiador não pagar o preço no prazo estabelecido, o juiz impor-lhe-á, em
favor do exequente, a perda da caução, voltando os bens a novo leilão, do qual, inclusive como
forma de punição, não serão admitidos a participar o arrematante e o fiador remissos.
O fiador do arrematante que pagar o valor do lance e a multa poderá requerer que a
arrematação lhe seja transferida.
Suspende-se a arrematação logo que o produto da alienação dos bens for suficiente para o
pagamento do credor e para a satisfação das despesas da execução.
A arrematação constará de auto que será lavrado de imediato e poderá abranger bens
penhorados em mais de uma execução, nele mencionadas as condições nas quais foi alienado
o bem. A ordem de entrega do bem móvel ou a carta de arrematação do bem imóvel, com o
respectivo mandado de imissão na posse, será expedida depois de efetuado o depósito ou
prestadas as garantias pelo arrematante, bem como realizado o pagamento da comissão do
leiloeiro e das demais despesas da execução. A carta de arrematação conterá a descrição do
imóvel, com remissão à sua matrícula ou individuação e aos seus registros, a cópia do auto de
arrematação e a prova de pagamento do imposto de transmissão, além da indicação da
existência de eventual ônus real ou gravame.
O leilão prosseguirá no dia útil imediato, à mesma hora em que teve início, independentemente
de novo edital, se for ultrapassado o horário de expediente forense.
No caso de leilão de bem hipotecado, o executado poderá remi-lo (= resgatar) até a assinatura
do auto de arrematação, oferecendo preço igual ao do maior lance oferecido. No caso de
falência ou insolvência do devedor hipotecário, o direito de remição previsto no caput defere-se
à massa ou aos credores em concurso, não podendo o exequente recusar o preço da avaliação
do imóvel.
Qualquer que seja a modalidade de leilão, assinado o auto pelo juiz, pelo arrematante e
pelo leiloeiro, a arrematação será considerada perfeita, acabada e irretratável, ainda que
venham a ser julgados procedentes os embargos do executado ou a ação autônoma de
que trata o § 4º do art. 903 do CPC, assegurada a possibilidade de reparação pelos
prejuízos sofridos. Neste sentido, é o teor do CPC art. 903:
Art. 903. Qualquer que seja a modalidade de leilão, assinado o auto pelo juiz, pelo
arrematante e pelo leiloeiro, a arrematação será considerada perfeita, acabada e
irretratável, ainda que venham a ser julgados procedentes os embargos do
executado ou a ação autônoma de que trata o § 4º deste artigo, assegurada a
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possibilidade de reparação pelos prejuízos sofridos.
§ 1º Ressalvadas outras situações previstas neste Código, a arrematação poderá,
no entanto, ser:
I - invalidada, quando realizada por preço vil ou com outro vício;
II - considerada ineficaz, se não observado o disposto no art. 804 ;
III - resolvida, se não for pago o preço ou se não for prestada a caução.
§ 2º O juiz decidirá acerca das situações referidas no § 1º, se for provocado em até
10 (dez) dias após o aperfeiçoamento da arrematação.
§ 3º Passado o prazo previsto no § 2º sem que tenha havido alegação de qualquer
das situações previstas no § 1º, será expedida a carta de arrematação e, conforme o
caso, a ordem de entrega ou mandado de imissão na posse.
§ 4º Após a expedição da carta de arrematação ou da ordem de entrega, a
invalidação da arrematação poderá ser pleiteada por ação autônoma, em cujo
processo o arrematante figurará como litisconsorte necessário.
§ 5º O arrematante poderá desistir da arrematação, sendo-lhe imediatamente
devolvido o depósito que tiver feito:
I - se provar, nos 10 (dez) dias seguintes, a existência de ônus real ou gravame não
mencionado no edital;
II - se, antes de expedida a carta de arrematação ou a ordem de entrega, o
executado alegar alguma das situações previstas no § 1º ;
III - uma vez citado para responder a ação autônoma de que trata o § 4º deste
artigo, desde que apresente a desistência no prazo de que dispõe para responder a
essa ação.
§ 6º Considera-se ato atentatório à dignidade da justiça a suscitação infundada de
vício com o objetivo de ensejar a desistência do arrematante, devendo o suscitante
ser condenado, sem prejuízo da responsabilidade por perdas e danos, ao
pagamento de multa, a ser fixada pelo juiz e devidaao exequente, em montante não
superior a vinte por cento do valor atualizado do bem.
A esse respeito, mencione-se aqui os seguintes ensinamentos do prof. Humberto Theodoro
Junior:
“Uma importante inovação do CPC/1973, mantida pelo NCPC, foi a explicitação de que os
embargos do executado, ainda pendentes, não impedem que a arrematação, com o auto, se
aperfeiçoe, tornando-se irretratável. Nem mesmo a sentença de procedência dos embargos,
proferida ulteriormente à arrematação, comprometerá, por si só, a eficácia da alienação judicial
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(art. 903). Da mesma forma, a ação autônoma em que se pleiteia a invalidação da arrematação
não impede seu aperfeiçoamento (novidade trazida pelo NCPC). O efeito operará apenas entre
executado e exequente. Em ambos os casos, fica assegurada ao executado a possibilidade de
reparação pelos prejuízos sofridos em face do exequente (art. 903, caput e § 4º). A execução do
título extrajudicial é sempre definitiva, e os embargos do executado não têm, em regra, efeito
suspensivo, de modo que, não obstante a oposição deles, a expropriação pode consumar-se de
maneira irreversível. Prevê, outrossim, o art. 1.012, § 2º, uma situação em que a execução
iniciada como definitiva se torna temporariamente provisória: isto acontece quando os embargos
do devedor foram processados com efeito suspensivo e a sentença os julgou improcedentes. A
apelação, na espécie, não impedirá que a execução (até aquele momento, suspensa) retome
seu curso, mas isto se dará, por previsão legal, em caráter de execução provisória, enquanto
não julgado o recurso.
Mesmo em tal situação, a eventual arrematação não sofrerá prejuízo, em sua eficácia, se a
apelação do executado-embargante for afinal provida. Tudo se resolverá em perdas e danos,
entre as partes da execução, segundo a sistemática do art. 520, § 4º.
A diferença prática entre a execução definitiva e a provisória está na exigência de caução para
que, nesta última, se promova a arrematação (art. 520, IV). Não se garante, todavia, o retorno
dos bens ao executado quando expropriados em execução provisória. O que se prevê é a
responsabilidade do exequente pela reparação das perdas e danos sofridos pelo executado (art.
520, I). A caução que a lei impõe ao exequente tem justamente a função de garantir o
ressarcimento dessas perdas e danos, caso a vitória na apelação favoreça o executado.
Em suma: na execução definitiva a arrematação com pagamento à vista se dá sem exigência de
caução; mas, na provisória e na arrematação com pagamento parcelado, essa garantia é
indispensável. De qualquer modo, com ou sem caução, a eventual arrematação, uma vez
autorizada pela lei, não se dará de maneira precária ou resolúvel, mas sempre se tornará, a
benefício do terceiro arrematante, ato perfeito, acabado e irretratável, se praticada sem vícios
invalidantes. É isto que se acha previsto no art. 520, inc. I, do NCPC de que vem, muito
explicitamente, proclamado no caput do seu art. 903, quando se ressalta a perfeição e
irretratabilidade da arrematação, “ainda que venham a ser julgados procedentes os embargos
do executado”.
Importante ressaltar, ainda, conforme se verifica da redação do CPC art. 903, acima transcrito,
que a arrematação poderá ser invalidada, quando realizada por preço vil ou com outro vício;
ou, considerada ineficaz, se não observado o disposto no art. 804 do CPC’, e; resolvida, se não
for pago o preço ou se não for prestada a caução. O juiz decidirá acerca dessas situações se
for provocado em até 10 (dez) dias após o aperfeiçoamento da arrematação. Passado esse
prazo sem que tenha havido alegação de qualquer das situações acima elencadas, será
expedida a carta de arrematação e, conforme o caso, a ordem de entrega ou mandado de
imissão na posse. Após a expedição da carta de arrematação ou da ordem de entrega, a
invalidação da arrematação poderá ser pleiteada por ação autônoma, conforme já mencionado,
em cujo processo o arrematante figurará como litisconsorte necessário.
O arrematante poderá desistir da arrematação, sendo-lhe imediatamente devolvido o
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depósito que tiver feito se: provar, nos 10 (dez) dias seguintes, a existência de ônus real ou
gravame não mencionado no edital; se, antes de expedida a carta de arrematação ou a ordem
de entrega, o executado alegar alguma das situações previstas no § 1º ; uma vez citado para
responder a ação autônoma de que trata o § 4º deste artigo, desde que apresente a desistência
no prazo de que dispõe para responder a essa ação.
Caso o arrematante desista da arrematação mediante a suscitação infundada de vício, tal ato
será considerado ato atentatório à dignidade da justiça, devendo o suscitante ser condenado,
sem prejuízo da responsabilidade por perdas e danos, ao pagamento de multa, a ser fixada pelo
juiz e devida ao exequente, em montante não superior a vinte por cento do valor atualizado do
bem.
Da apropriação de frutos e rendimentos
Por fim, compete-nos destacar, mais uma vez, essa modalidade de expropriação que se origina
da penhora de frutos e rendimentos, conforme previsto no CPC arts. 867-869, e que já foi
tratada anteriormente.
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Pois bem. Finda a fase expropriatória, a execução por quantia certa passará, então, para a sua
próxima e última fase, que vem tratada no CPC, a partir do seu art. 904 e ss. - na Seção V do
Capítulo IV do Título II do Livro II – Do Processo de Execução -, denominada “Da satisfação
do crédito”, e que será tratada no nosso próximo módulo.
[1] “A responsabilidade patrimonial do devedor, quando posta em risco, pode ser preservada por iniciativa do credor,
através de medida cautelar contra o desvio fraudulento de bens. Há medida típica como o arresto cuja função
específica é assegurar futura penhora, em benefício de credor munido de título executivo. Com semelhante
provimento preventivo, porém, o bem afetado não se torna inalienável, mas qualquer ato voluntário de disposição
praticado pelo devedor não terá eficácia em face do credor. Malgrado passe o bem ao patrimônio do adquirente,
continuará o credor com o direito de penhorá-lo. Se o achar-se averbado no registro público competente, a alienação
configurará ipso iure fraude à execução, sem que o terceiro possa alegar boa-fé (NCPC, art. 792, III). Equivale dizer
que, embora válida, a alienação não será oponível ao credor arrestante, o qual poderá proceder à penhora como se o
ato de transferência não tivesse sido praticado, sem necessidade de promover-lhe a anulação”. (THEODORO
JUNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil, volume 3. - 52 ed. – Rio de Janeiro. Forense,
2019. p. 495 - grifamos)
[2] CÂMARA, Alexandre Freitas. O Novo Processo Civil Brasileiro. Editora Atlas, São Paulo: 2019. p. 385-386.
(destacamos)
[3] Conforme ressaltado pelo prof. Humberto Theodoro Junior: “Atua o depositário no processo executivo como
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“auxiliar da justiça” (NCPC, art. 159). Não se trata de um vínculo convencional como o do contrato civil de depósito.
As funções do depositário dos bens penhorados são de direito público. O próprio exequente ou executado, quando
assume o encargo de depositário, passa a desempenhar duplo papel no processo, figurando, a um só tempo, como
parte e como auxiliar do juízo. Qualquer que seja o depositário, sua posse é sempre em nome do órgão judicial, pois
os bens, com a penhora, passam a sofrer uma gestão pública. A função do depositário é guardar e conservar ditos
bens, evitando extravios e deteriorações, enquanto se aguarda o ato expropriatório final (a arremataçãoou outra
forma legal de alienação), agindo sempre em nome e à ordem do juiz. No caso de penhora de ações de sociedade
anônima, ou de quotas de sociedade limitada, o direito de voto não é assumido pelo depositário ou pelo exequente.
Conserva-se sob o poder do sócio. Em situações especiais, como a de penhora de empresa ou de rendimentos de
bens móveis ou imóveis, o depositário assume encargos de gestor, que ultrapassam a função de singular guardião do
bem penhorado. Desempenha, pois, a função de depositário-administrador, devendo sua escolha recair sobre
profissional com aptidões técnicas adequadas (art. 869, caput).” – Ibidem. P. 560.
[4] Conforme ressaltado pelo prof. Humberto Theodoro Junior: “Quando a penhora alcançar direito objeto de ação em
curso, proposta pelo executado contra terceiro, ou cota de herança em inventário, o oficial de justiça, depois de
lavrado o auto de penhora, intimará o escrivão do feito para que este averbe a constrição, com destaque, na capa
dos autos, a fim de se tornar efetiva, sobre os bens que, oportunamente, “forem adjudicados ou que vierem a caber
ao executado” (NCPC, art. 860)”. – Ibidem, p. 528.
[5] BUENO, Cassio Scarpinella. Manual de direito processual civil, volume único/Cassio Scarpinella Bueno. – 5. ed. –
São Paulo: Saraiva Educação, 2019. P. 670.
[6] Ibidem. P. 536.
[8] CPC. Art. 480. O juiz determinará, de ofício ou a requerimento da parte, a realização de nova perícia quando a
matéria não estiver suficientemente esclarecida.
§ 1º A segunda perícia tem por objeto os mesmos fatos sobre os quais recaiu a primeira e destina-se a corrigir
eventual omissão ou inexatidão dos resultados a que esta conduziu.
§ 2º A segunda perícia rege-se pelas disposições estabelecidas para a primeira.
§ 3º A segunda perícia não substitui a primeira, cabendo ao juiz apreciar o valor de uma e de outra.
[9] CPC. Art. 875. Realizadas a penhora e a avaliação, o juiz dará início aos atos de expropriação do bem.
[10] Art. 825. A expropriação consiste em:
I - adjudicação;
II - alienação;
III - apropriação de frutos e rendimentos de empresa ou de estabelecimentos e de outros bens.
[11] Ibidem, p. 577-579 (destacamos).
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[12] Art. 246. A citação será feita:
I - pelo correio;
II - por oficial de justiça;
III - pelo escrivão ou chefe de secretaria, se o citando comparecer em cartório;
IV - por edital;
V - por meio eletrônico, conforme regulado em lei.
§ 1º Com exceção das microempresas e das empresas de pequeno porte, as empresas públicas e privadas são
obrigadas a manter cadastro nos sistemas de processo em autos eletrônicos, para efeito de recebimento de citações
e intimações, as quais serão efetuadas preferencialmente por esse meio.
§ 2º O disposto no § 1º aplica-se à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios e às entidades da
administração indireta.
§ 3º Na ação de usucapião de imóvel, os confinantes serão citados pessoalmente, exceto quando tiver por objeto
unidade autônoma de prédio em condomínio, caso em que tal citação é dispensada.
[13] Art. 274. Não dispondo a lei de outro modo, as intimações serão feitas às partes, aos seus representantes legais,
aos advogados e aos demais sujeitos do processo pelo correio ou, se presentes em cartório, diretamente pelo
escrivão ou chefe de secretaria.
Parágrafo único. Presumem-se válidas as intimações dirigidas ao endereço constante dos autos, ainda que não
recebidas pessoalmente pelo interessado, se a modificação temporária ou definitiva não tiver sido devidamente
comunicada ao juízo, fluindo os prazos a partir da juntada aos autos do comprovante de entrega da correspondência
no primitivo endereço.
[14] Art. 889. Serão cientificados da alienação judicial, com pelo menos 5 (cinco) dias de antecedência:
I - o executado, por meio de seu advogado ou, se não tiver procurador constituído nos autos, por carta registrada,
mandado, edital ou outro meio idôneo;
II - o coproprietário de bem indivisível do qual tenha sido penhorada fração ideal;
III - o titular de usufruto, uso, habitação, enfiteuse, direito de superfície, concessão de uso especial para fins de
moradia ou concessão de direito real de uso, quando a penhora recair sobre bem gravado com tais direitos reais;
IV - o proprietário do terreno submetido ao regime de direito de superfície, enfiteuse, concessão de uso especial para
fins de moradia ou concessão de direito real de uso, quando a penhora recair sobre tais direitos reais;
V - o credor pignoratício, hipotecário, anticrético, fiduciário ou com penhora anteriormente averbada, quando a
penhora recair sobre bens com tais gravames, caso não seja o credor, de qualquer modo, parte na execução;
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VI - o promitente comprador, quando a penhora recair sobre bem em relação ao qual haja promessa de compra e
venda registrada;
VII - o promitente vendedor, quando a penhora recair sobre direito aquisitivo derivado de promessa de compra e
venda registrada;
VIII - a União, o Estado e o Município, no caso de alienação de bem tombado.
Parágrafo único. Se o executado for revel e não tiver advogado constituído, não constando dos autos seu endereço
atual ou, ainda, não sendo ele encontrado no endereço constante do processo, a intimação considerar-se-á feita por
meio do próprio edital de leilão.
[15] GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios. Direito Processual Civil/Pedro Lenza; Marcus Vinicius Rios Gonçalves. –
Esquematizado – 11. Ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2020. P. 871.
Exercício 1:
Em execução por título extrajudicial, movida pela distribuidora de bebidas
Geladão em face do Supermercado Preço Certo, o executado, citado, não
realizou o pagamento da dívida.
O exequente requereu, então, a indisponibilidade da quantia em dinheiro
existente em aplicação financeira titularizada pelo executado, o que foi
deferido pelo juízo sem a oitiva do réu. Bloqueado valor superior à dívida, o
juiz deu vista do processo ao exequente, que requereu a conversão da
indisponibilidade em penhora.
Sobre o procedimento adotado, assinale a afirmativa correta.
A)
A conversão da indisponibilidade em penhora deve ser deferida
independentemente de ciência prévia do ato executado, visto que não houve
o pagamento espontâneo da dívida.
B)
A indisponibilidade é nula, pois promovida sem a prévia oitiva do réu, o que
viola o contraditório e a ampla defesa.
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C)
O juiz, considerando o excesso do bloqueio, não deveria ter dado vista do
processo ao exequente, mas promovido o cancelamento da indisponibilidade
excessiva no prazo máximo de vinte e quatro horas.
D)
O juiz, independentemente do excesso da indisponibilidade, deveria ter dado
vista do processo ao executado, a fim de que este comprovasse a
impenhorabilidade da quantia bloqueada.
E)
n.d.a.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(C)
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Exercício 2:
Pedro propõe execução de alimentos, fundada em título extrajudicial, em
face de Augusto, seu pai, no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais).
Regularmente citado, Augusto não efetuou o pagamento do débito, não
justificou a impossibilidade de fazê-lo, não provou que efetuou o pagamento
e nem ofertou embargos à execução.
Pedro, então, requereu a penhora do único bem pertencente a Augusto que
fora encontrado, qual seja, R$ 10.000,00 (dez mil reais), que estavam
depositados em caderneta de poupança. O juiz defere o pedido.
Sobre a decisão judicial, assinale a afirmativa correta.
A)
Ela foi equivocada, pois valores depositados em caderneta, em toda e
qualquer

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