Buscar

EBD EFÉSIOS

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 94 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 94 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 94 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Uma exposição sobre as riquezas da graça, misericórdia 
e glória de Deus
■■K DOMINICAL
Adultos
Revista de 
Escola Bíblica Dominical
4° Trimestre de 2021 • Ano 31 • N° 121 
Publicação Trimestral • ISSN 2448-184X
NOSSA CAPA:
Homem adorando a Deus, 
privilégio que nos foi 
concedido pela graça de Jesus, 
descrita em Efésios por Paulo.
EFÉSIOS
Uma exposição sobre as riquezas da graça, misericórdia 
e glória de Deus
SUMÁRIO
LIÇÃO 1 O maravilhoso propósito da salvação 3
LIÇÃO 2 As bênçãos advindas da salvação 10
LIÇÃO 3 A oração de gratidão pelo conhecimento 17
LIÇÃO 4 A tríplice dimensão da salvação 24
LIÇÃO 5 Membros da família de Deus 31
LIÇÃO 6 A revelação do mistério chamado Igreja 38
LIÇÃO 7 A segunda oração intercessora 45
LIÇÃO 8 A unidade do Corpo de Cristo 52
LIÇÃO 9 Os dons de Cristo para a unidade do corpo 59
LIÇÃO 10 O novo homem e sua conduta diante do mundo 66
LIÇÃO 11 A plenitude do Espírito Santo 73
LIÇÃO 12 A conduta do cristão no relacionamento familiar 80
LIÇÃO 13 Revestidos de toda a armadura de Deus 87
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 94
FOCOQ BpAF
NA I.IÇÂO H rM *-
Conheça os recursos feitos para você e disponíveis gratuitamente em 
nosso site, acessando pelo link: bit.ly/aux-ebd-bd ou pelo OR Code:
ID Essa revista pertence a:
Rua Carvalho de Souza, 20 - Madureira 
Rio de Janeiro/RJ - CEP 21350-180 
21 3575-8900
comercial 21 97278-6560 financeiro 21 99723-0055 
■ mau comercial@editorabetel.com.br
www.editorabetel.com.br
R @ O EditoraBetel
CC Betei
Editora
COI
MESA DIRETORA
Palavra do Comentarista
A epístola aos Efésios é uma brilhante 
exposição sobre as riquezas da graça,
Bispo Primaz Mundial Dr. Manoel Ferreira
Presidente
Bispo Samuel Cássio Ferreira
Bispo Abner de Cássio Ferreira
Bispo Oídes José do Carmo
misericórdia e glória de Deus. Con­
duzido pelo Espírito Santo, o apósto­
lo Paulo escreve sobre o maravilhoso
Pr. Amarildo Martins da Silva
Pr. Josué de Campos
Pr. Genício Severo dos Santos
e perfeito plano divino de salvação. O 
apóstolo nos apresenta o mistério que
Pr. Eliel Araújo de Alencar
Pr. Josué Rodrigues de Gouveia
Pr. Gilson Ferreira Campos
“neutros séculos não foi manifestado 
aos filhos dos homens” (Ef 3.5), acerca
Pr. José Fernandes Correia Noleto
Pr. João Adair Ferreira
Pr. David Cabral
:ditora betel
DIRETORIA/CONSELHO DELIBERATIVO
Bispo Primaz Mundial Dr. Manoel Ferreira 
Bispo Oídes José do Carmo 
Pr. Josué de Campos
Pr. Genício Severo dos Santos
Pr. Eliel Araújo de Alencar
Pr. José Fernandes Correia Noleto
Pr. David Cabral
Pr. Neuton Pereira de Abreu
da família de Deus formada por judeus 
e gentios nascidos de novo. Assim, 
neste trimestre, veremos a exposição 
do plano divino, propósito, formação 
e princípios para a vida da Igreja. Por­
tanto, estudar as bênçãos espirituais 
resultantes da obra da redenção e os 
privilégios e compromissos da Igreja 
de Cristo será o desafio deste trimes-
Pr. Eduardo Sampaio de Oliveira
Pr. Moisés Pereira Pinto
Pr. Abinair Vargas Vieira
Pr. Dilmo dos Santos
Pr. Desailton Antônio de Souza
Pr. José Pedro Teixeira
Pr. João Nunes dos Santos
Pr. Antonio Paulo Antunes
Pr. Deiró de Andrade
Pr. Abraão Gomes da Silva
GERÊNCIA
Bispo Samuel Cássio Ferreira
Gerente Executivo
Bispo Abner de Cássio Ferreira
Gerente Geral
tre. Que o Espírito Santo nos ajude 
nesta tão nobre tarefa.
VSOBREOAUTOR
BISPO ABNER FERREIRA
Presidente da CONEMAD/RJ 
(Convenção Estadual dos Mi­
nistros Evangélicos das Assem­
bléias de Deus - Ministério de 
Madureira no Estado do Rio de 
Janeiro); Presidente da Catedral
Histórica das Assembléias de Deus do Ministério de
© 2021 Editora Betel.Todos os direitos res­
ervados.
Nenhuma parte desta publicação pode ser re­
produzida ou transmitida, em qualquer meio, 
sem prévia autorização por escrito da editora.
Madureira; 2o Vice-presidente da CONAMAD; Ad­
vogado; Bacharel em Teologia; Escritor; Articulista 
e Conferencista.
mailto:comercial@editorabetel.com.br
http://www.editorabetel.com.br
3 out / 2021
LIÇÃO
0 maravilhoso proposito da 
salvação
S ASSISTA AO VÍDEO FOCO NA LIÇÃO DESTA AULA ATRAVÉS DO OR CODE ->
í TEXTO ÁUREO VERDADE APLICADA
"Como também nos elegeu nele antes da fun­
dação do mundo, para que fôssemos santos 
e irrepreensíveis diante dele em caridade."
Efésios 1.4 [© OBJETIVOS DA LIÇÃO]
Deus nos deixou essa epístola para revelar a 
grandeza de Seu plano de salvação, um pro­
jeto elaborado antes de tudo existir.
0 Ensinar acerca do conteú- Mostrar os benefícios da O' Explicar como nos tornamos
do da epístola aos Efésios. graça em Jesus Cristo. filhos de Deus pela adoção.
©TEXTOS DE REFERÊNCIA
EFÉSIOS 1
1. Paulo, apóstolo de Jesus Cristo, pela vontade 
de Deus, aos santos que estão em Éfeso e fiéis 
em Cristo Jesus:
2. A vós graça e paz, da parte de Deus, nosso Pai, 
e do Senhor Jesus Cristo.
3. Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus 
Cristo, o qual nos abençoou com todas as bên­
çãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo, 
5. E nos predestinou para filhos de adoção por 
Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplá­
cito de sua vontade,
8. Para louvor da glória da sua graça, pela qual 
nos fez agradáveis a si no Amado.
BETEL DOMINICAL Revista do Professor 3
r&a LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA Rm 3.23-24
A justificação pela fé em Jesus Cristo.
TERÇA | Rm 5.1
Justificados pela fé, temos paz com Deus.
QUARTA | 2Co 2.14-15
Para Deus somos o bom cheiro de Cristo.
QUINTA Gl 4.1-7 
Deus enviou Seu Filho.
SEXTA | Fp 2.5-11
Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus.
SÁBADO Cl 1.13-17
Jesus Cristo: a imagem do Deus invisível.
<fS HINOS SUGERIDOS ^ESBOÇO DA LIÇÃO
18, 266, 459
MOTIVO DE ORAÇÃO
Ore agradecendo a Deus por tudo o que Ele 
é e pelo benefício que nos tem dado.
Introdução
1. Conhecendo a Epístola aos Efésios
2. Os privilégios concedidos por Jesus Cristo
3. As grandiosas riquezas da graça
Conclusão
•d:- INTRODUÇÃO
A narrativa paulina da Epístola escrita aos Efésios nos revela o mara­
vilhoso plano da salvação idealizado por Deus desde a fundação dos 
tempos [Ef 2.8-9].
D Conhecendo a Epístola aos EfésiosA Epístola aos Efésios relata a fan­
tástica história da salvação huma­
na. Inspirado pelo Es­
pírito Santo, Paulo nos 
revela a nova dimensão 
alcançada através dela, 
a qual insere toda a ra­
ça humana debaixo da 
poderosa e imensurável 
graça divina.
1.1 A Epístola aos Efésios. A
Epístola é uma contemplação do plano 
de Deus realizado em Jesus Cristo e na 
Igreja, com a consequente exortação de 
colocá-lo em prática em todos os atos 
PONTO DE 
PARTIDA
Deus nos 
salvou para 
louvor da Sua 
glória.
da vida. Paulo destaca a função “cós­
mica” de Cristo, Seu domínio sobre 
os poderes angélicos e Sua soberania 
sobre todo o universo [Ef 1.20-21]. A 
Igreja é apresentada como 
resultado da obra salvífica 
de Cristo, sendo Seu Cor­
po, “a plenitude daquele que 
cumpre tudo em todos” [Ef 
1.22-23], formada por ju­
deus e gentios nascidos de 
novo e feitos um único po­
vo de Deus [Ef 2.14-18]. E é 
também o Templo, que tem o próprio 
Jesus Cristo como a “pedra angular” e 
que está sendo construído pela ação do 
Espírito Santo [Ef 2.19-22].
4 LIÇÃO 1
H Russell P. Shedd (Epístolas da 
prisão, Editora Vida Nova, p. 11) co­
mentou que “é a epístola que foi reco­
nhecida por uma autoridade como a 
rainha das epístolas de Paulo. Efésios 
é o mais sublime de todos os livros 
ou epístolas na literatura humana. O 
apóstolo aos gentios encontrava-se 
preso em Roma, mas tinha liberdade 
para ensinar. E, talvez mais importan­
te ainda, podia meditar e colocar no 
papel suas meditações (segundo Atos 
28.30-31). A Epístola aos Efésios foi 
escrita provavelmente em 61 A.D., 
trinta anos, mais ou menos, depois 
da sua conversão.”
1.2 A apresentação do mistério de 
Cristo e da Igreja. A Carta começa 
com um hino solene que reflete as ca­
racterísticas do estilo litúrgico que é 
inspirado nas grandes bênçãos judai­
cas. Seu tema é o “mistério de Cristo” 
[Ef 3.3-4], isto é, o desígnio divino da 
salvação,escondido em Deus desde a 
eternidade, anunciado pelos profetas 
e plenamente realizado em Jesus Cris­
to. A iniciativa deste desígnio perten­
ce ao Pai. Foi Ele quem nos escolheu 
e nos predestinou para sermos Seus 
filhos adotivos. Mas quem cumpre 
a ação salvadora do Pai é “seu Filho 
amado” [Ef 1.6], através do Espírito, 
que é “o penhor de nossa herança” na 
glória [Ef 1.14].
N Este tema central da fé cristã se 
amplia ao longo da primeira parte da 
Carta. Paulo destaca “a extraordinária 
grandeza do poder que Deus mani­
festou em Cristo, quando o ressusci­
tou dentre os mortos” [Ef 1.19-20] e 
“o constituiu como cabeça da igreja” 
[Ef 1.22]. A ela, que é o Seu Corpo, 
comunicou-lhe abundantemente os 
dons do Espírito Santo [1Co12.4-11]. 
Francis Foulkes (Efésios: introdução e 
comentário - Editora Vida Nova - p. 
56) comentando sobre a Igreja como 
Corpo de Cristo: “exprime a união 
essencial de Seu povo com Ele [...] - a 
mesma vida de Deus transborda por 
meio de todos [...]”.
A essência da Epístola. Paulo dei­
xa muito claro que não basta apenas 
contemplar o “mistério de Cristo” e 
bendizer ao Pai por seu desígnio de 
amor. É necessário viver esse misté­
rio e ser coerente com esse desígnio. 
Se todas as coisas foram “reunidas” 
em Jesus, como os cristãos podem vi­
ver desunidos? Na Igreja existe uma 
diversidade de dons e funções, mas 
essa diversidade necessária, longe de 
ser um obstáculo à sua unidade, deve 
contribuir para enriquecê-la e torná-la 
mais manifesta. Como todo corpo e à 
maneira de um “edifício”, a Igreja deve 
crescer constante e harmonicamente 
com a contribuição de todos, até atin­
gir “à medida da estatura completa de 
Cristo” [Ef 4.13].
N A unidade cristã deve ser o fruto 
da nova vida que recebemos quando 
nos revestimos de Cristo. O mesmo 
deve ser dito de todo comportamento 
cristão. Cristo nos transportou de um 
mundo de trevas para o reino de sua 
maravilhosa luz. Como “filhos da luz” 
[Ef 5.8], somos chamados para imitar a 
BETEL DOMINICAL Revista do Professor 5
Deus, praticando o incomparável amor 
de seu Filho em nossos relacionamen­
tos com os outros.
FT] EU ENSINEI QUE:
Inspirado pelo Espírito Santo, Paulo nos revela 
a nova dimensão alcançada através da salva­
ção, a qual insere toda a raça humana debaixo 
da poderosa e imensurável graça divina.
Os privilégios concedidos 
por Jesus Cristo
Paulo sabia reconhecer perfeita- 
mente que Deus era a verdadeira 
fonte de onde tudo se originava. 
Ele tinha todos os motivos para 
bendizer ao Senhor em todo o 
tempo. Ele conhecia perfeitamen- 
te o que a graça nos havia propor­
cionado e como nos tornamos 
abençoados por meio de nossa 
aliança com Jesus Cristo.
2.1 Graça e paz. Graça e paz era uma 
saudação muito comum na Igreja Pri­
mitiva [Ef 1.2; Fp 1.2; 2Pe 1.2], A tra­
dição judaica usava somente a palavra 
hebraica “shalom” (traduzida como 
paz). Mas Paulo, divinamente inspira­
do, dá um sentido muito mais especial 
a essa saudação quando lhe acrescenta 
o termo grego “charis” (que pode ser 
traduzido como graça ou encanto). A 
palavra graça possui dois conceitos 
importantes: aparece como um dom 
imerecido, e retratando algo amável. 
Indica que na vida cristã deve haver 
bondade e encanto. O “shalom” (paz) 
significa tudo o que se relaciona com 
o bem supremo do homem. Paz, do 
grego “eirene”, indica a tranquilidade, 
bênçãos que desfrutam todos que estão 
em Cristo, por terem sido reconcilia­
dos com Deus. Portanto, graça e paz 
são duas expressões de enorme signi­
ficado para a fé cristã.
N A graça descreve um dom que o 
homem não pode obter por seus pró­
prios esforços, que nunca poderá ser 
capaz de merecer e que vem direta­
mente de Deus, sendo dada a quem 
Ele quer. O tratamento divino que re­
cebemos como também os seus dons 
são coisas que recebemos pela genero­
sidade do seu coração. “Cada vez que 
mencionamos a palavra graça pensa­
mos no puro encanto da vida cristã e 
na pura e imerecida generosidade do 
coração de Deus” (BARCLAY, 1984). 
A paz que Jesus deixou com Seus dis­
cípulos é algo absolutamente indepen­
dente das circunstâncias externas. Ela 
vem diretamente de Deus [Jo 14.27].
2.2 A fonte de onde tudo se origina. 
Dirigindo-se ao povo de Éfeso, Paulo 
faz duas importantíssimas colocações. 
Acerca de si mesmo e de seu aposto- 
Q>F°LIÇÃO ... Paulo nos revela a nova dimensão alcançada 
através dela, a qual insere toda a raça humana debaixo da 
poderosa e imensurável graça divina.
6 liçAo 1
lado, ele não usa de vangloria quando 
afirma que se tornou apóstolo pela 
vontade de Deus [Ef 1.1]. Paulo vivia 
um assombro e uma grande admiração 
por Deus ter escolhido um homem co­
mo ele para tal missão. Ele sabia per- 
feitamente que sua eleição aconteceu 
devido à imensa graça de Deus, não 
porque fosse merecedor [Ef 2.8-9], 
Em forma de gratidão, ele usa o ter­
mo: “bendito”, para dar exclusividade 
a Deus, e legitimar Aquele que é a fonte 
de todas as bênçãos. Somente o Senhor 
é digno de ser chamado de “bendito”, 
porque Ele é a fonte de onde tudo se 
origina [Ef 1.3],
H Quando nos tornamos parte da 
família de Deus, além da salvação, a 
Bíblia nos assegura que as bênçãos que 
estão nos lugares celestiais recairão 
sobre nossas vidas. Por intermédio de 
Jesus Cristo, temos parte nas riquezas 
da graça de Deus [Ef 1.7; 2.7], da glória 
de Deus [Ef 1.8; 3.16], da misericórdia 
de Deus [Ef 2.4] e nas “insondáveis ri­
quezas de Cristo” [Ef 3.8]. Nosso Pai 
celestial não é pobre; Ele é riquíssimo 
e nos tornou ricos em Seu Filho.
2.3 Abençoados com todas as bên­
çãos espirituais. Paulo também nos 
apresenta duas poderosas perspectivas 
acerca das bênçãos divinas. Primeiro 
ele fala da abrangência de nossas bên­
çãos. Temos “todas as bênçãos espiri­
tuais” [Ef 1.3], No Antigo Testamento, 
Deus prometeu bênçãos materiais a 
Israel como uma recompensa por sua 
obediência [Dt 28.1-13], Agora Ele 
promete suprir todas as nossas ne­
cessidades segundo a Sua riqueza [Fp 
4.19]. Em segundo lugar, Paulo fala da 
esfera das nossas bênçãos. Elas se en­
contram “nas regiões celestiais”. Além 
das bênçãos que suprem as nossas 
necessidades terrenas, o Senhor tem 
bênçãos celestiais para nos capacitar 
para todas as coisas.
R A nossa melhor forma de retribuir 
aos benefícios outorgados pela graça di­
vina é permanecendo fiéis a Ele em todo 
tempo, louvando, exaltando Seu nome, 
e testemunhado acerca dEle enquanto 
estivermos vivos aqui nesse mundo. O 
Senhor não nos abençoou com uma ou 
um pouco de bênçãos, nos abençoou 
com “todas”. A quem permanece em 
Cristo, Ele dá liberalmente todas essas 
coisas, onde Deus abençoa com bênçãos 
espirituais, tudo é abençoado [Ef 1.3],
ÍT1 EU ENSINEI QUE:
0 apóstolo Paulo sabia reconhecer perfeita- 
mente que Deus era a verdadeira fonte de 
onde tudo se originava. Ele conhecia per- 
feitamente o que a graça nos proporciona 
e como nos tornamos abençoados por meio 
de Jesus Cristo.
As grandiosas riquezas da 
graça
Nesta seção, Paulo faz um relato 
das bênçãos recebidas em Cristo 
Jesus. Ele apresenta os propósitos 
de nossa eleição em Deus, os efei­
tos da redenção e como nos torna­
mos filhos para que pudéssemos 
desfrutar das riquezas dessa tão 
grande salvação.
BETEL DOMINICAL Revista do Professor 7
FOCO NA 
, LIÇÃO Ele apresenta os propósitos de nossa eleição em 
Deus, os efeitos da redenção e como nos tomamos filhos para que 
pudéssemos desfrutar das riquezas dessa tão grande salvação.
3.1. Eleitos em Cristo. A doutrina da 
eleição nos causa maravilha e perplexi­
dade. O fato de que Deus nos escolheu 
mesmo antes de criar o universo, nos 
revela Sua presciência e Seu propósito. 
Paulo ressalta duas coisas maravilhosas 
advindas dessa escolha: primeiro, Ele 
nos escolheu, essa escolha não par­
te da vontade de homem algum [Jo 
15.16; Rm 3.10-11], Ele não nos es­
colheu porque éramos bons, mas nos 
escolheu para que pudéssemos fazer 
algo de bom. Em segundo lugar, Ele 
nos escolheu “nele” (em Cristo), não 
em nós mesmos [Ef 1.4]. Tambémnos 
escolheu com um propósito: para ser­
mos santos e irrepreensíveis.
■ Todos nós, cristãos, concordamos 
que a salvação começa em Deus. Sa­
bendo que os recursos humanos são 
escassos, é Ele sempre quem dá o pri­
meiro passo para que ela se concretize 
[Rm 3.10-11]. Em Seu infinito amor e 
graça, é Deus quem procura o pecador 
[Lc 19.10]. Convém observar que Deus 
nos escolheu mesmo antes de criar o 
universo, de modo que nossa salvação 
se deve inteiramente à Sua graça, não 
há mérito humano que possa justificar 
a salvação. Por isso Paulo afirma que 
fomos eleitos “nele”, em Cristo [Ef 1.4].
3.2 Uma poderosa redenção. A reden­
ção da humanidade está intimamente 
ligada à ideia de sacrifício com der­
ramamento de sangue [Lv 17.11; Hb 
9.22]. A morte de Cristo e o derrama­
mento de Seu sangue precioso resulta­
ram na remissão dos pecados de toda 
a humanidade. Desse modo, a reden­
ção trouxe como efeito a nossa justifi­
cação diante de Deus. A graça que foi 
derramada sobre nós é tão poderosa 
que, além de quitar completamente 
nossa dívida diante de Deus, ainda 
nos abriu a porta de acesso para que 
pudéssemos conhecer as riquezas de 
Sua graça. Acerca da graça, Paulo faz a 
seguinte afirmação: nos fez agradáveis 
[Rm 3.23-24; 5.1; Ef 1.6-7],
■ O homem jamais poderia salvar a 
si mesmo. A condição humana era de 
culpa. A redenção nos libertou dessa 
culpa e em Cristo fomos justificados. 
A palavra redenção indica “liberta­
ção em razão do pagamento de uma 
redenção”. O termo era usado especi­
ficamente em referência à compra da 
liberdade de um escravo. A aplicação 
desse termo esclarece perfeitamente a 
nossa condição antes da redenção. O 
sacrifício de Cristo comprou a nossa 
liberdade [Rm 3.23-24].
3.3 Filhos adotivos. Paulo nos diz que 
Deus nos predestinou para sermos 
adotados como Seus filhos por meio de 
Jesus Cristo, de acordo com a pura afei­
8 liçAo 1
ção de Sua vontade [Ef 1.5]. A adoção 
é o ato pelo qual Deus coloca os que 
nasceram de novo em uma posição de 
filhos adultos dentro de sua família. Ele 
age dessa maneira para que possamos 
imediatamente nos apropriar de nossa 
herança e a desfrutar nossas riquezas 
espirituais outorgadas pela graça. Um 
bebê não pode herdar legalmente uma 
herança [G1 4.1-7]. Isso significa que 
não precisamos esperar até nos tornar­
mos experientes na fé para nos apro­
priarmos de nossas riquezas em Cristo. 
■ Todos nós fomos criados para viver 
em comunhão com Deus, como seus 
filhos [Gn 1.26; At 17.28]. Porém, o pe­
cado roubou de nós esse privilégio, e a 
consequência dessa qualidade de vida 
era viver fugindo de Deus. Pela graça 
de Deus, em Cristo e através dEle, fo­
mos restaurados à filiação. Antes éra­
mos apenas criaturas e não filhos [Mc 
16.15; Jo 1.12], A adoção nos colocou 
em uma posição privilegiada. O que 
antes era medo e afastamento de Deus, 
com a adoção se tornou alegria, prazer 
e amor pelas coisas divinas.
CD EU ENSINEI QUE:
0 apóstolo Paulo faz um relato das bênçãos re­
cebidas em Cristo Jesus. Ele apresenta os pro­
pósitos de nossa eleição em Deus, os efeitos da 
redenção e como nos tornamos filhos de Deus.
© CONCLUSÃO
De acordo com o bom propósito de Sua vontade, Deus em Sua presci- 
ência e adorável graça elaborou desde a eternidade uma poderosa re­
denção para toda humanidade em Jesus Cristo. Ele nos resgatou e nos 
adotou para nos tornar participantes das promessas em Cristo [Ef 3.6],
^ANOTAÇÕES
BETEL DOMINICAL Revista do Professor 9
As bênçãos advindas da
0 ASSISTA AO VÍDEO FOCO NA LIÇAO DESTA AULA ATRAVÉS DO QR CODE ->
salvação
TEXTO ÁUREO VERDADE APLICADA
"Eis que Deus é a minha salvação; eu confia­
rei e não temerei, porque o Senhor Jeová é a 
minha força, e o meu cântico, e se tornou a 
minha salvação." Isaías 12.2 
Desde a eternidade, Deus elaborou um pla­
no para salvação de todo aquele que crê 
em Jesus Cristo.
© OBJETIVOS DA LIÇÃO
0 Ensinar acerca da eleição 
divina.
0 Mostrar o significado da 
predestinação.
0 Apresentar os propósitos da 
soberana eleição.
©TEXTOS DE REFERÊNCIA
EFÉSIOS 1
4. Como também nos elegeu nele antes da fun­
dação do mundo, para que fôssemos santos e 
irrepreensíveis diante dele em caridade,
5. E nos predestinou para filhos de adoção por 
Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o bene­
plácito de sua vontade,
6. Para louvor e glória da sua graça, pela qual 
nos fez agradáveis a si no Amado,
7. Em quem temos a redenção pelo seu sangue, 
a remissão das ofensas, segundo as riquezas 
da sua graça.
8. Que ele fez abundar para conosco em toda 
a sabedoria e prudência.
10
6Ô LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA | Jo3.16
Deus amou o mundo de tal maneira.
TERÇA | Jo 5.24
Jesus é o Filho de Deus.
QUARTA | Rm 8.32
Deus entregou Seu Filho por todos nós.
QUINTA | 1Co 6.20
Fomos comprados por bom preço.
SEXTA | Ef 5.27
Para a apresentar a Si mesmo Igreja gloriosa.
SÁBADO ( Cl 1.12-14
Jesus Cristo: autor da nossa redenção.
HINOS SUGERIDOS E? ESBOÇO DA LIÇÃ01
15,351,430
® MOTIVO DE ORAÇÃO
Ore em agradecimento por tão grande 
salvação.
Introdução
1. Eleitos antes da fundação dos tempos
2. Predestinados: uma vida de comunhão
3. Os propósitos da soberana eleição
Conclusão
INTRODUÇÃO
O maior presente concedido à humanidade é a redenção. Somente um Deus 
Onisciente, Onipotente e Onipresente poderia planejar e realizar a redenção 
dos seres humanos.
D Eleitos antes da fundação dos temposA salvação em Cristo Jesus não 
trata somente do livra­
mento da ira vindoura, 
ela porta consigo bên­
çãos preparadas por 
Deus para toda a hu­
manidade, preparadas 
por Ele desde a eterni­
dade [Ef 1.3-4].
1.1. Eleitos com todas as 
bênçãos espirituais. O apóstolo afir­
ma que fomos abençoados com todas 
as bênçãos espirituais e apresenta a 
dimensão em que essas bênçãos es­
tão: “nos lugares celestiais”, e a fonte 
PONTO DE 
PARTIDA
Todo aquele 
que crê em 
Jesus recebe a 
vida eterna.
pela qual elas jorram sobre os eleitos: 
“em Cristo” [Ef 1.4]. Deus nos esco­
lheu para nos abençoar com bênçãos 
que só se encontram nEle e 
somente quem O encontra 
poderá alcançá-las. Éfeso 
era riquíssima e abrigava no 
templo da deusa Diana al­
guns dos maiores tesouros 
de arte do mundo antigo. 
Paulo compara a Igreja de 
Cristo com um templo e 
explica a grande riqueza que Cristo 
tem em Sua Igreja. Em Cristo somos 
transportados de um mundo de trevas 
e colocados numa elevada posição [Ef 
2.6; Cl 1.13],
BETEL DOMINICAL Revista do Professor 11
N A expressão “nos lugares celes­
tiais” esclarece não somente o lugar 
de onde essas bênçãos recaem sobre 
os eleitos, mas também fala acerca 
da posição onde Cristo está assen­
tado juntamente com aqueles que 
foram alcançados pela graça [Ef 
2.6]. “Nos lugares celestiais” aponta 
para a excelência de uma vida em 
Cristo, do alto nível que a salvação 
nos colocou. Éramos inimigos de 
Deus, cidadãos de um mundo de 
trevas, mas o favor de Deus nos tor­
nou filhos e fomos transportados 
para o reino de Sua maravilhosa 
luz [Ef 5.8; Cl 1.12-13],
1.2 Ele nos elegeu. Como o homem 
estava espiritualmente morto em de­
litos e pecados, ele jamais poderia ter 
mérito ou algum recurso próprio sufi­
ciente para operar a salvação [Ef 2.1], 
Isso é o que Paulo deixa bem claro ao 
afirmar que fomos eleitos por Deus, 
sendo Cristo o fundamento de nossa 
eleição. Deus nos escolheu antes que 
tudo ou até nós mesmos sequer exis­
tíssemos [SI 139.14-16]. Essa afirma­
ção feita por Paulo é tão poderosa que, 
além de descartar toda e qualquer 
participação humana na salvação, 
ainda indica que até mesmo a fé que 
possuímos para chegar a salvação não 
vem de nós, é um dom de Deus que 
Ele por intermédio de Sua graça nos 
outorga [Jo 15.16; EÍ2.8-9].
H A escolha divina nada tem a ver 
com discriminação. Deus quer que 
todos os homens se salvem e venham 
ao conhecimento da verdade, pois 
morreu por todos, e não apenas por 
um determinado grupo de pessoas 
[ ITm 2.4,6], O propósito da salvação 
é universal, contudo, não há como 
negar que, em Suapresciência, Deus 
sabe muito bem quem irá ou não se 
salvar. Porém, não pode negar a Si 
mesmo e Sua vontade soberana tem 
princípio na justiça [SI 119.137], Não 
faz parte do caráter divino rejeitar 
um pecador que se arrepende [2Cr 
7.14; IJo 1.9; 2Pe 3.9].
1 0 tempo da validade dessa elei­
ção. Toda doutrina revelada na Es­
critura só pode ser concebida pela 
fé. Isso acontece com a doutrina da 
trindade; a doutrina da salvação; 
e a doutrina da eleição ou predes­
tinação. Mesmo assim, todos nós 
concordamos que a eleição começa 
em Deus, e não no ser humano [Jo 
15.16]. A eleição é um ato pode­
roso de Deus, ela é incondicional, 
não depende de esforço humano. 
Movido inteiramente por Seu amor 
e misericórdia, Deus através de Seu 
Filho Jesus Cristo concedeu, aos que 
estavam mortos em seus pecados, a 
graça da justificação. Nossa eleição 
é tão poderosa que tem validade 
eterna. Começou na eternidade e 
se estenderá através dela [Jo 6.39; 
Ef 1.4; Fp 1.6; 2Tm 1.12],
H Com base na revelação bíblica, o 
pecador arrependido pode concluir 
que o plano de Deus é santo, sábio e 
bom. Que Deus é paciente e não está 
indiferente quanto ao estado perdido 
daqueles que rejeitam a salvação ofe­
12 LIÇAO 2
recida em Cristo. Deus oferece a salva­
ção a todos, mas infelizmente muitos 
a rejeitam. A misericórdia de Deus é 
demonstrada em sua paciência [Rm 
9.21-22; 2Pe 3.9].
m EU ENSINEI QUE:
A salvação em Cristo Jesus porta consigo bên­
çãos para toda a humanidade, preparadas por 
Deus desde a eternidade.
Predestinados: uma vida 
de comunhão
Precisamos compreender a pre­
destinação não como algo fata­
lista, mas graciosa. Paulo ensina 
que Deus nos predestinou para 
si mesmo, ou seja, para vivermos 
diante dEle, sermos Seu tesouro 
particular. Não nos escolheu para 
estarmos alienados de Sua presen­
ça e sem intimidade [Ef 1.5],
2.1 Predestinados segundo Sua von­
tade e propósito. Com muita frequ­
ência, o verbo predestinar é inter­
pretado de maneira equivocada. De 
acordo com seu uso na Bíblia, refere- 
-se, essencialmente, ao que Deus faz 
pelos salvos. Em lugar algum da Es­
critura é ensinado que certas pessoas 
são predestinadas ao inferno. Pre­
destinar significa simplesmente or­
denar de antemão, predeterminar. A 
eleição se refere sempre a pessoas, a 
predestinação a propósitos. Sabemos 
que tudo o que Deus faz obedece a 
um propósito e nada existe sem uma 
razão de ser. Ele nos escolheu em 
Cristo com o propósito de que fôsse­
mos santos e irrepreensíveis [Ef 1.4]; 
filhos de adoção; filhos agradáveis a 
Ele [Ef 1.5-6]; filhos participantes de 
Sua herança [Ef 1.14],
N Antônio Gilberto (Teologia Siste­
mática Pentecostal - CPAD, p. 372- 
373): “A predestinação que a Bíblia 
ensina não é a de uns para a vida 
eterna e a de outros para a perdição 
eterna. A predestinação é para os que 
quiserem ser salvos, conforme lemos 
em 2Tessalonicenses 2.13 e 2Timó- 
teo 2.10: “Deus nos escolheu desde 
o princípio para a salvação”; “Esco­
lhidos para que também alcancem a 
salvação”. Eleição é o ato divino pelo 
qual Deus escolhe ou elege um povo 
para si, para salvá-lo [2Ts 2.13]. Pre­
destinação é o ato de Deus determinar 
o futuro desse povo. No Novo Testa­
mento, esse povo é a Igreja, o Corpo 
de Cristo, o povo salvo [Ef 1.22-23].”
2.2 Predestinados para a adoção de 
filhos. O pastor e teólogo John Stott 
diz que a expressão-chave para se 
compreender as consequências pre­
sentes de nossa eleição é a “adoção”. 
FOCO NA aí— z- ■ ■ —
lição A salvaçao em Cristo Jesus nao trata somente
do livramento da ira vindoura, ela porta consigo bênçãos 
preparadas por Deus para toda a humanidade...
BETEL DOMINICAL Revista do Professor 13
Ele afirma que o Senhor nos destinou 
para uma dignidade mais alta do que 
a própria criação poderia nos outor­
gar. Pretendia “adotar-nos”, fazer- 
-nos filhos e filhas da sua família [Jo 
1.12-13; Ef 2.19], William Barclay diz 
que de acordo com a lei romana uma 
pessoa adotada desfrutava na nova 
família de todos os direitos de um 
filho legítimo e perdia todo direito 
em sua família anterior. Perante a lei 
era uma nova pessoa. Tão nova era, 
que até as dívidas e obrigações rela­
cionadas com sua família anterior 
ficavam canceladas ou abolidas como 
se jamais tivessem existido.
■ Estávamos longe de Deus, aquém a 
qualquer promessa, inteiramente sob o 
poder do pecado e do mundo [Ef 2.11- 
12]. Mas, segundo o beneplácito de 
sua vontade, Deus, por meio de Jesus 
Cristo, nos tirou deste poder para nos 
transladar ao dEle. Esta adoção apa­
ga e elimina o passado em tal medida 
que somos feitos novos. Passamos da 
família do mundo e do mal à família 
de Deus. Que grandioso privilégio. 
Tornar-se um filho de Deus nos ga­
rantiu desfrutar do livre acesso ao Pai 
e de todas as bênçãos da salvação nos 
lugares celestiais.
2.3 Predestinados para sermos se­
melhantes a Cristo. Muito impor­
tante efetuarmos uma reflexão so­
bre este assunto considerando os 
seguintes textos onde encontramos a 
expressão “predestinados” - Efésios 
1.5,11 e Romanos 8.28-29. Assim, os 
textos expressam verdades preciosas: 
os eleitos em Cristo foram predesti­
nados para serem filhos de adoção, 
conforme Seu propósito de sermos 
semelhantes a Cristo. Notemos que 
em Romanos, e em Efésios, o apósto­
lo primeiro destaca a eleição do povo 
de Deus e a seguir o propósito, asso­
ciado com a predestinação - o pro­
pósito é sermos filhos semelhantes a 
Cristo. Para tanto, vemos que Deus 
não apenas escolheu e predestinou, 
mas opera no Seu povo visando al­
cançar Seu propósito - Romanos 
8.28 (NAA - “Deus coordena todas 
as coisas de modo que cooperem pa­
ra o bem dos seus filhos”); Efésios 
1.11 (“faz todas as coisas”).
M Comentário de Romanos - Craig 
S. Keener - Reflexão Editora - p. 
193-194) discorre sobre o cuidado 
que devemos ter para não restringir­
mos o entendimento quanto a ter­
mos como “escolher” e “predestinar” 
[Rm 8.29-30], à luz da polarização 
dos debates teológicos posteriores, 
tais como a defesa do livre-arbítrio 
por um lado e a graça soberana de 
Deus por outro: “O próprio público 
de Paulo pensaria em Israel como 
o povo que Deus havia escolhido e 
reconhecería que o argumento de 
Paulo foi projetado para mostrar 
que Deus era tão soberano que não 
era obrigado a escolher (com res­
peito à salvação) baseado na etnia 
judaica. (...) aparentemente ele se 
refere à escolha de Deus principal­
mente para enfatizar a iniciativa da 
graça de Deus ao invés das obras 
humanas [Rm 9.11].”
14 LIÇÃO 2
CV°L?ÇÃO Paulo ensina que Deus nos predestinou para 
si mesmo, ou seja, para vivermos diante dEle, sermos Seu 
tesouro particular.
00 EU ENSINEI QUE:
Deus nos predestinou para si mesmo, ou seja, 
para vivermos diante dEle, sermos Seu tesouro 
particular.
Os propósitos da soberana 
eleição
Nesta seção, Paulo faz um relato 
das bênçãos recebidas em Cristo 
Jesus. Ele apresenta os propósitos 
de nossa eleição em Deus, os efei­
tos da redenção, e como nos tor­
namos filhos para que pudéssemos 
desfrutar das riquezas dessa tão 
grande salvação.
3.1 Eleitos para ser santos. Sabemos 
que tudo o que de Deus procede obe­
dece a um propósito e tem uma razão 
de ser. Deus nos escolheu, a fim de 
que possamos ser santos e irrepreen­
síveis [Ef 1.4], O termo grego usado é 
Amõmos (sem culpa) significa, lite­
ralmente, sem defeito, ou impecável. 
Quando nada ainda existia, Deus pla­
nejou formar um povo, uma família de 
homens e mulheres santos e imacula­
dos para si, o que significa levar uma 
vida à parte dos pecadores, do mun­
dano e de tudo que não lhe agrada. Ele 
deseja que vivamos de acordo com o 
modelo de santidade e justiça que Seu 
Filho nos ensinou; e Ele é tão rico em 
misericórdia e nos ama tanto que en­
viou Seu Santo Espírito para nos ajudar 
a alcançar esse objetivo importante.
■ Nosso compromisso diante de 
Deus, depois de nos escolher e nos 
abençoar em Cristo, de uma maneira 
tão especial, nada mais é do que viver 
para Ele, de acordo com Seu modelo 
de santidade e justiçaque é Cristo. 
Após o novo nascimento, o Espírito 
Santo trabalha de forma contínua, 
regenerando e santificando o povo 
escolhido de Deus, para apresentar a 
si mesmo uma igreja sem ruga, sem 
mácula, santa e gloriosa em Cristo 
[Ef 5.27]. A santificação nos eleitos é 
um processo contínuo e ascendente, 
que busca a maturidade e a perfeição 
dos tais. Sem ela ninguém verá o Se­
nhor [Hb 12.14b].
3.2 Eleitos para sermos filhos respon­
sáveis. A eleição é um privilégio que 
traz consigo uma grande responsabili­
dade. Sermos adotados como filhos na 
família de Deus nos remete um “mais” 
de ganho, e um “menos” de perdas ne­
cessárias, pois é inaceitável que, nos 
tornando filhos e desfrutando de um 
relacionamento com o Pai, não tenha­
mos as características da sua família 
[Rm 8.29], Em nosso “mais” ganhamos 
o acesso a Ele mediante a redenção. 
Todavia, mediante a obra santificadora 
BETEL DOMINICAL Revista do Professor 15
do Espirito Santo perderemos nossas 
máculas até que finalmente sejamos 
perfeitos na eternidade. Nossa res­
ponsabilidade é transmitir a imagem 
de Cristo em nossa forma de conduta 
nesse mundo. Ou seja, vivermos, como 
“filhos de Deus inculpáveis no meio de 
uma geração corrompida e perversa” 
[ Fp 2.15]. Estamos no mundo, mas não 
somos do mundo (Jo 17.14-16).
N Paulo diz que Deus nos escolheu 
para sermos santos, esse é o propósi­
to da nossa eleição em Cristo [Ef 1.4]. 
Por esse motivo o Senhor nos deu o 
Espírito Santo. Para promover a nos­
sa fé em Cristo como nosso Salvador e 
Sua presença viva e dinâmica em cada 
eleito. Seu nome já deixa claro a sua 
missão: nos santificar para Deus [Rm 
1.4; lPe 1.2]. Todos nós fomos acei­
tos como éramos, mas não podemos 
permanecer da mesma forma em Sua 
presença, porque nos tornamos nova 
criatura [2Co 5.17].
Eleitos para agradá-lo. Devemos 
ser gratos a Deus por nos iluminar com 
a compreensão daquilo que éramos e 
aquilo que agora nos tornamos através 
de Seu eterno propósito em Cristo. Ele 
não somente nos recebeu e nos recon­
ciliou consigo na condição de filhos, 
Ele também nos selou com o Espírito 
Santo, nos tornando sua proprieda­
de [Ef 1.13], O teólogo e pastor John 
Stott diz que o selo era uma marca de 
possessão e de autenticidade. O gado e 
até mesmo os escravos eram marcados 
com um selo externo por seus donos 
a fim de indicar a quem pertenciam. 
Conosco Deus fez diferente, nos deu 
o seu Espírito Santo selando-nos pelo 
lado de dentro [ICo 6.19-20; lPe 2.9]. 
H Deus odeia o pecado, mas ama o 
pecador. Não havia meios humanos 
para nos tornarmos agradáveis a Deus, 
mas em Cristo Ele nos proporcionou 
através de Sua graça [Ef 1.6], Agora, 
passadas essas coisas, sabemos que 
fomos predestinados para sermos con­
formes à imagem de Seu Filho [Rm 
8.29]. Seu interesse é que, através da 
obra do Espírito Santo em nós, seja­
mos transformados para refletirmos 
em nosso viver o caráter de Cristo. 
Deus nos escolheu para vivermos co­
mo filhos amados e o Espírito Santo 
testemunha essa grande obra da graça 
em nosso espírito [Rm 8.16].
ITI EU ENSINEI QUE:
Paulo faz um relato das bênçãos recebidas em 
Cristo Jesus. Ele apresenta os propósitos de 
nossa eleição em Deus, os efeitos da redenção 
e como nos tornamos filhos de Deus.
@CONCLUSÃO
Antes de tudo existir, inclusive nós mesmos, Deus elaborou um podero­
so plano de salvação capaz de mudar a vida de todos os seres humanos 
e, por Sua infinita vontade, graça e bondade, hoje temos o privilégio de 
fazer parte de Sua grande família [Ef 2.19],
16 LIÇÃO 2
17 out 7 2021
LIÇAO
S ASSISTA AO VÍDEO FOCO NA LIÇÃO DESTA AULA ATRAVÉS DO QR CODE ->
A oração de gratidão pelo 
conhecimento
TEXTO ÁUREO VERDADE APLICADA
"Orando em todo tempo com toda a oração 
e súplica no Espírito, e vigiando nisto com 
toda a perseverança e súplica por todos os
santos." Efésios 6.18
Pela oração nos comunicamos com Deus e 
cultivamos o necessário contato com Nos­
so Senhor, para nossa constante edificação.
© OBJETIVOS DA LIÇAO
ET Ensinar os fatores que nos ET Mostrar a importância de 0 Explicar os objetivos da
motivam a orar. uma vida de oração. oração.
©TEXTOS DE REFERÊNCIA
EFÉSIOS 1
15. Pelo que, ouvindo eu também a fé que entre 
vós há no Senhor Jesus e a vossa caridade para 
com todos os santos,
16. Não cesso de dar graças a Deus por vós, 
lembrando-me de vós nas minhas orações,
17. Para que o Deus de nosso Senhor Jesus 
Cristo, o Pai da glória, vos dê em seu conheci­
mento o espírito de sabedoria e de revelação;
18. Tendo iluminados os olhos do vosso enten­
dimento, para que saibais qual seja a esperança 
da sua vocação e quais as riquezas da glória da 
sua herança nos santos.
BETEL DOMINICAL Revista do Professor 17
bè LEITURAS COMPLEMENTARES!
SEGUNDA Mt 21.22
A oração e a fé.
TERÇA | Mc 11.24-26
A oração e o perdão.
QUARTA At 4.31
A oração e o Espírito Santo.
QUINTA Rm 15.30-32
A oração e a unidade.
SEXTA | Fp 4.6
Oração e súplica, com ação de graças.
SÁBADO 1Jo 5.14
A eficácia da oração.
HINOS SUGERIDOS DESBOCO DA LIÇÃO
126,358, 577
MOTIVO DE ORAÇÃO
Ore a Deus por força e sabedoria para nos 
conduzirmos em oração.
Introdução
1. Fatores que nos motivam a orar
2. A disciplina da oração
3. 0 objetivo da oração
Conclusão
d:- INTRODUÇÃO
Embora tenhamos recebido de Deus a salvação pela graça, temos a obrigação 
de orar em todo tempo para que sejamos fortalecidos na fé e prossigamos 
vencendo as tentações e desfrutando as bênçãos da salvação [ITs 5.17],
D Fatores que nos motivam a orarPor intermédio de Jesus Cristo, 
Deus está formando um povo pa­
ra Si [At 15.14; Ef 2.14], 
Para tanto, a Igreja é en­
viada ao mundo para 
anunciar a mensagem 
de Cristo e do amor 
de Deus a todos os ho­
mens.
1.1 A oração vinda de um coração ale­
gre. A fé e o amor que havia na vida 
dos santos de Éfeso foram o combus­
tível para que Paulo intercedesse por 
eles para que fossem ainda além [Ef 
1.16-17], Sendo Cristo o objeto da sua 
PONTO DE 
PARTIDA
Orar é falar 
com Deus.
fé, os santos se tornaram o objeto do 
seu amor. Paulo tinha sensibilidade 
para separar as coisas espirituais das 
que eram carnais, e viu nos santos, 
inspiração para orar. Quan­
do nos ocupamos com o 
que a graça de Deus opera 
na vida dos santos, temos 
sempre muitos motivos pa­
ra dar graças. A oração feita 
aqui vai além de devoção ou 
compromisso, ela exprime a alegria de 
um coração agradecido por ver um 
povo de bem com Deus.
N O apóstolo Paulo não somente 
fundou a igreja naquela região, ele 
também a acompanhava de perto.
18 LIÇÃO 3
Qual é o pai que não se sente feliz ao 
ouvir que seus filhos estão trilhando 
caminhos de sucesso? Assim como 
todo bom pai, e como todo bom 
semeador, ele se alegrou com o de­
senvolvimento e o progresso do que 
havia semeado. Essa motivação lhe 
conduziu a orar para que eles alcan­
çassem altos níveis de vida espiritual 
[Ef 1.15-19],
1.2 A fé exercida pelos santos. A 
igreja estava numa área estratégica. 
Éfeso era uma cidade portuária que 
atraía pessoas de várias culturas. A 
cidade cultuava a deusa Ártemis ou 
Diana, a deusa da fertilidade, que era 
representada por uma figura femi­
nina com muitos seios. Havia uma 
grande estátua de Ártemis, no grande 
templo. A festa de Ártemis envolvia 
orgias, libertinagem sexual e bebe­
deira. A vida religiosa e comercial 
de Éfeso girava em torno da adora­
ção àquela divindade pagã. Mesmo 
em meio a essa pressão idólatra, os 
crentes de Éfeso se mantinham ina­
baláveis e fiéis ao evangelho que ha­
viam recebido [Ef 1.15],
U Quando Paulo escreveu essa epís­
tola, ele estava na prisão. Quando 
ouviu tais notícias, ele ficou feliz e 
realizado. De acordo com o contexto 
histórico dessa cidade, a fé demons­
trada por esses cristãos era sólida e re­
sistente. Paulo estava completo. Havia 
chegado a seus ouvidos um relato da fé 
e do amor que eles tinham para com 
todo o povo consagrado de Deus. Essas 
são as duas coisas que caracterizam a 
Igreja verdadeira: a fidelidade a Cristo 
e o amor aos homens[Mt 22.37-40].
1.3 0 testemunho dos santos. Esta 
igreja destacou-se por sua fé e seu 
amor. O amor não era para essas pes­
soas simplesmente um lema ou um 
rótulo. Os cristãos daquela congre­
gação expressaram um amor verda­
deiro, baseado em sua fé no Senhor 
Jesus [Ef 1.15], Existe uma forma 
de lealdade a Cristo que não leva ao 
amor a nossos semelhantes, mas ao 
cumprimento religioso de certos há­
bitos e ritos que quase sempre isolam 
o cristão dos demais. Um verdadei­
ro cristão deve amar Cristo e amar a 
seus semelhantes [IJo 4.20-21], Por 
mais ortodoxa que seja uma igreja, 
por mais pura que seja sua teologia e 
por mais nobre que seja sua liturgia, 
ela não é uma igreja verdadeira no 
sentido real do termo, a menos que 
seja caracterizada pelo seu amor por 
seus semelhantes.
H O verdadeiro cristão sabe que 
não pode mostrar seu amor a Cristo 
de nenhuma outra forma a não ser 
manifestando-o a seus semelhantes. 
A verdadeira Igreja é caracterizada 
por um duplo amor: amor a Cristo 
e amor ao próximo [Mt 22.37-40], 
John Stott: “O amor a Deus não 
somente se expressa em confiante 
atitude para com Ele, isenta de te­
mor, mas num afetuoso interesse 
por nossos companheiros cristãos 
[IJo 3.14], O perfeito amor que lan­
ça fora o medo, lança fora o ódio 
também.”
BETEL DOMINICAL Revista do Professor 19
[fl EU ENSINEI QUE:
Por intermédio de Jesus Cristo, Deus está for­
mando um povo para Si. Para tanto, a Igreja 
é enviada ao mundo para anunciar a mensa­
gem de Cristo e do amor de Deus a todos os 
homens.
A disciplina da oração
Para vencer no mundo precisa­
mos de orientação divina a cada 
passo da caminhada e a oração é 
o meio pelo qual o Senhor e nós 
interagimos para que recebamos 
essas coordenadas. A oração é 
a nossa respiração diária. Para 
exercê-la e sobrevivermos deve­
mos ser responsáveis [Rm 12.12].
2.1 A intercessão. Na maioria dos 
casos, as circunstâncias que nos le­
vam a orar são dificuldades, doen­
ças, problemas conjugais ou crises. É 
triste que nossa oração tenha que ser 
motivada por causas tão negativas. 
Aqui temos um caso atípico, foram 
as coisas positivas que motivaram 
a oração de Paulo [Ef 1.15-16]. La­
mentavelmente, em muitos casos, a 
oração a Deus tem sido motivada 
pelo desejo de ter certas coisas e, 
dessa forma, em vez de um víncu­
lo de amizade e comunicação com 
Deus, torna-se uma lista de pedidos. 
Interceder é não orar para si, é con­
versar com Deus em favor de outros. 
É um dever de todos os cristãos [Rm 
15.30-33; Cl 4.2-4],
K O apóstolo Paulo agradece a 
Deus pela vida desses crentes, e in­
tercede por eles para que o Senhor 
lhes descortine as riquezas de sua 
herança na graça [Ef 1.14-18]. Ele 
pede a Deus pela Igreja uma revela­
ção e conhecimento mais completos. 
Para o cristão, o crescimento do co­
nhecimento e da graça é essencial. 
Importantes lições podemos extrair 
da oração de Paulo: gratidão; pedi­
do de sabedoria e revelação a fim de 
que possam compreender e discer­
nir as bênçãos que lhes pertencem 
em Cristo. Tais pedidos nos fazem 
lembrar das palavras de Jesus para 
a mulher samaritana: “Se você co­
nhecesse o dom de Deus e quem é 
que está (falando com você) ...você 
pediria...” [Jo 4.10 - NAA], Interes­
sante esta conexão: conhecimento e 
oração! Como se Jesus estivesse di­
zendo: “Se você conhecesse, oraria”.
2.2 Gratidão e ações de graça. A ver­
dadeira oração intercessora não visa 
somente conhecer a vontade de Deus 
e vê-la realizada, mas vê-la se reali­
zando, quer nos traga benefícios ou 
não. Esse tipo de oração procura dar 
Q,f°lição A oração feita aqui vai além de devoção 
ou compromisso, ela exprime a alegria de um coração 
agradecido por ver um povo de bem com Deus.
20 LIÇÃO 3
glória a Deus, e nunca a nós mesmos 
[ITs 5.18]. A relação entre o cristão 
e a pessoa de Deus através da oração 
já é um grande motivo para darmos 
graças. Saber que Deus já nos amava 
mesmo antes de existirmos redun­
da em ações de graças. Paulo afirma 
que fomos abençoados com todas as 
bênçãos, outra importante razão para 
sermos agradecidos em todo o tempo 
[SI 95.2-3; Cl 3.15-17],
U Existem várias formas de nos 
aproximarmos de Deus para agrade­
cer [ICr 16.34; 29.13], Existe a forma 
pessoal, onde reconhecemos que nada 
nessa vida poderia estar acontecendo 
conosco se Deus, por Sua graça, não 
nos desse. Devemos, também, agra­
decer a Deus não somente pelas bên­
çãos pessoais que dEle recebemos, mas 
também pela vida de nossos irmãos, 
como o apóstolo Paulo nos ensina. 
A intercessão é uma forma de oração 
que precisamos muito exercitar em 
nossos dias.
2.3 Disciplina na oração. Se fizés­
semos uma lista de citações bíblicas 
dos tempos em que Paulo disse que 
estava orando por alguém, ficaría­
mos surpresos em ver a extensa lista 
de orações que o apóstolo tinha. Ele 
orou por muitas pessoas. Ele era um 
grande homem de oração [Fp 4.6-7], 
Nesta epístola há duas das orações de 
Paulo, essas orações revelam sua pre­
ocupação como filho de Deus pelos 
outros crentes [Ef 1.17-23-; 3.14-21]. 
O bom cristão geralmente atua de 
três formas em oração: para renovar- 
-se espiritualmente; quando tem uma 
necessidade pessoal; ou quando inter­
cede por alguém.
H Vivemos tempos muito difíceis 
onde se faz necessário reservar por­
ções de tempo para buscarmos em 
Deus orientação, direção e graça. O 
propósito da oração de Paulo muito 
nos motiva também. Ele orou para 
que aquelas pessoas experimentas­
sem em suas próprias vidas os bene­
fícios da graça salvadora que haviam 
recebido de Deus. Mesmo sendo fir­
mes no testemunho, e enriquecidos 
em amor, eles ainda precisavam de 
mais. Enquanto estivermos nesse 
mundo todo revestimento será bem- 
-vindo [ICo 14.12].
□3 EU ENSINEI QUE:
Para vencer no mundo precisamos de orienta­
ção divina a cada passo da caminhada e a ora­
ção é o meio pelo qual o Senhor e nós intera­
gimos para que recebamos essas coordenadas.
0 objetivo da oração
A intercessão feita por Paulo tinha 
objetivos a serem alcançados. A fi­
nalidade era que eles recebessem 
de Deus o espírito de sabedoria, 
espírito de revelação e que tives­
sem iluminados os olhos do en­
tendimento [Ef 1.17-18],
3.1 Espírito de sabedoria. Não há 
consenso entre os comentaristas 
quanto à identificação do “espírito” 
mencionado na oração de Paulo [Ef 
1.17]. Assim, na presente reflexão 
vamos focar o aspecto qualitativo da
BETEL DOMINICAL Revista do Professor 21
Caução A oração é a nossa respiração diária. Para 
exercê-la e sobrevivermos devemos ser responsáveis 
[Rm 12.12],
expressão. O apóstolo pede a Deus 
que os cristãos de Éfeso sejam aben­
çoados com um dom que se refere a 
uma qualidade de mente ou de alma 
que se expressa em sabedoria e re­
velação produzidas unicamente pela 
ação do Espírito Santo, como expres­
sou Francis Foulkes. Trata-se, assim, 
da sabedoria espiritual que habilita o 
discípulo de Cristo a se aprofundar no 
conhecimento de Deus, considerando 
que a simples sabedoria humana não 
é capaz de entender as coisas espiri­
tuais [ICo 2.14].
H Sabemos que o material é impor­
tante não somente na vida do crente, 
mas de todo ser humano; no entanto, 
Paulo não intercede aqui sobre esse as­
pecto, na verdade, não era costumeiro 
ao apóstolo pedir a Deus as bênçãos 
materiais, em vez disso, anelava sem­
pre por bens espirituais para os santos, 
porque tinha certeza de que Deus su­
priría todas as necessidades [Mt 6.33],
3.2 Espírito de revelação. O “espírito 
de revelação no conhecimento dele” 
não é outra coisa senão o conhecimen­
to pleno e profundo de Deus, recebido 
através de todas as verdades reveladas 
por Ele mesmo na pessoa de seu Es­
pírito Santo [Ef 1.17]. É interessante 
notar que essas duas petições estão 
intimamente relacionadas entre si. Já 
que o ato de possuir o “espírito de sa­
bedoria” depende da revelação que nos 
é dada por Deus. Na realidade, não se 
trata de revelações especiais como as 
que receberam os profetas, mas, sim, 
de todas aquelas verdades de Deus que 
Ele quer que saibamose que por sua 
vontade o Espírito Santo nos irá des­
cortinando pela Palavra em um pro­
cesso contínuo [1 Co 2.10-11].
R É a Palavra de Deus que contém a 
verdade de Deus. Portanto, depende­
mos da ação do Espírito Santo para, 
não apenas entender as verdades bí­
blicas, mas, também, viver de acordo 
com elas [Jo 14.26; 16.13]. É preciso 
da nossa parte: consciência e interes­
se quanto à relevância de conhecer­
mos o que o Senhor tem revelado por 
intermédio de Sua Palavra. É graças 
a este processo de revelação que po­
demos ser sábios espiritualmente e 
inteligentes, para nos conduzir em 
tudo que concerne nossa vida terre­
na, e isso não é apenas para alguns, 
mas é para todos os santos, porque 
a Palavra nos ensina que “temos a 
mente de Cristo” [1 Co 2.16],
3.3 Iluminação do entendimento. A 
natureza caída do homem não lhe per­
mite discernir corretamente as coisas 
concernentes ao mundo espiritual. Ele 
precisa que “os olhos de seu entendi­
22 LIÇÃO 3
mento” (o coração) sejam iluminados 
pela chama do Espírito Santo de Deus, 
o qual lhe permitirá distinguir entre o 
natural e o espiritual; é por isso que a 
Palavra estabelece a diferença entre o 
homem natural e espiritual [ICo 2.14- 
15], O homem precisa de ajuda divina 
para poder compreender o desenvol­
vimento do plano mestre que Deus 
traçou para todos os séculos.
M Segundo o testemunho dos me­
lhores textos gregos, a palavra original 
traduzida por “entendimento” é “cora­
ção”, que significa o homem interior, e 
não apenas a sede dos afetos, de acordo 
com o uso figurativo de hoje. Dele sur­
gem pensamentos, desejos e impulsos 
que são concretizados posteriormen­
te em ações. Sobretudo, é a fonte de 
decisões, da vontade [Mt 15.18-19]. 
Portanto, “olhos do coração” ilumina­
dos são nossos “olhos interiores”, que 
necessitam ser iluminados para com­
preendermos a verdade de Deus.
IT EU ENSINEI QUE:
A intercessão feita por Paulo tinha objetivos a 
serem alcançados. A finalidade era que eles re­
cebessem de Deus o espírito de sabedoria, es­
pírito de revelação e que tivessem iluminados 
os olhos do entendimento.
@ CONCLUSÃO
O Senhor não somente ouve e responde as petições que fazemos em 
favor de nossas necessidades, Ele também está pronto a ouvir as nossas 
intercessões [Tg 5.16].
^ANOTAÇÕES
BETEL DOMINICAL Revista do Professor 23
24 Ol T 2021
LIÇÃO
4
A tríplice dimensão da salvação
1 9 ASSISTA AO VÍDEO FOCO NA LIÇÃO DESTA AULA ATRAVÉS DO QR CODE ->
>0= TEXTO ÁUREO VERDADE APLICADA
"Porque pela graça sois salvos, por meio da 
fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus."
Efésios 2.8
A salvação em Jesus Cristo nos tirou da condi­
ção de mortos, nos vivificou e nos transportou 
para um reino de luz.
©OBJETIVOS DA LIÇÃO
Descrever a condição hu­
mana.
B Apresentar nosso estado 
presente.
B Explicar os propósitos de 
nossa salvação.
©TEXTOS DE REFERENCIA
EFÉSIOS 2
1. E vos vivificou, estando vós mortos em ofen­
sas e pecados,
2. Em que noutro tempo andastes segundo 
o curso deste mundo, segundo o príncipe das 
potestades do ar, do espírito que agora opera 
nos filhos da desobediência.
3. Entre os quais todos nós também antes 
andávamos nos desejos da nossa carne, fa­
zendo a vontade da carne e dos pensamentos; 
e éramos por natureza filhos da ira, como os 
outros também.
5. Estando nós ainda mortos em nossas ofen­
sas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela 
graça sois salvos).
24
bà LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA Rm 8.1
Não há condenação para quem está em Cristo.
TERÇA 2CO5.17
Se alguém está em Cristo, nova criatura é.
QUARTA Gl 2.16
0 homem é justificado pela fé em Cristo.
QUINTA EÍ4.24
0 novo homem: criado em justiça e santidade.
SEXTA | Cl 3.10
Uma nova criatura à imagem do seu Filho.
SÁBADO ! 2Tm 1.9
Deus nos salvou e chamou com santa vocação.
& HINOS SUGERIDOS E? ESBOÇO DA LIÇÃO
26,116,296
A MOTIVO DE ORAÇÃO
Ore a Deus agradecendo por efetuar em nos­
sas vidas uma tão grande salvação.
Introdução
1. Quem nós éramos no passado
2. O que nos tornamos no presente
3. O que seremos no futuro
Conclusão
INTRODUÇÃO
A salvação produziu em todos os salvos um efeito muito poderoso. Ela 
abrange nosso passado (quem éramos); o presente (quem somos agora); e 
futuro (o que ainda iremos nos tornar).
D Quem nós éramos no pas­sadoCom muita firmeza, Paulo descre­
ve nosso estado antes da salvação 
chegar até nós. Ele afir­
ma que estávamos mor­
tos, agíamos na vontade 
da carne e andávamos 
de acordo com os dita­
mes do mundo [Ef 2.1 ].
1.1 Nossa condição diante 
de Deus. Uma pessoa não 
precisa estar sepultada para 
estar morta. A morte da qual Paulo se 
refere é uma declaração real da condi­
ção espiritual de todas as pessoas que 
não estão em Cristo. A origem dessa 
PONTO DE 
PARTIDA
Jesus 
reconciliou o 
ser humano 
com Deus.
condição aparece nos delitos e peca­
dos dos seres humanos [Ef 2.1-3]. De 
acordo com o ensino das Escrituras, 
a morte é o estado de separação entre 
o homem e Deus [Is 59.2], 
Paulo utiliza duas palavras 
gregas que descrevem a con­
dição humana: delito “pa- 
raptõma”, que envolve um 
passo em falso ou um desvio 
do caminho certo; e pecado 
“hamartia”, errar o alvo. A 
ideia é a de uma pessoa que 
atira dardos e nunca acerta o alvo. Essa 
é a condição do homem sem Deus, era 
assim que estávamos antes da salvação 
[Rm 5.12],
BETEL DOMINICAL Revista do Professor 25
U Éramos por natureza objetos da ira 
divina. Éramos, também, escravos numa 
situação da qual éramos incapazes de 
sair porque estávamos mortos, e mortos 
não ressuscitam a si mesmos. Por Sua 
misericórdia, o Senhor manifestou sobre 
nós a Sua graça e nos vivificou, livrando- 
-nos das amarras do pecado [Rm 6.18]. 
A salvação também não é um tipo de 
transação onde Deus opera com a gra­
ça e nós contribuímos com a fé. Pois até 
mesmo a fé que em nós opera é um dom 
dado por Deus [Ef 2.8].
1.2 Andávamos segundo o curso do 
mundo. As palavras “século e mundo” 
se referem a um sistema de valores 
sociais que está totalmente alienado 
de Deus. Paulo está se referindo aqui 
a um mundo escravizante onde suas 
forças controlam por completo o ho­
mem sem Deus [Rm 6.22; Ef 2.2]. Um 
mundo que penetra, e até mesmo do­
mina, a sociedade não-cristã, e subjuga 
as pessoas ao cativeiro. Éramos escra­
vos, numa total situação de desonra e 
incapacidade. Essa natureza caída nos 
tornou em objeto da ira dé Deus [Ef 
2.3]. Mas Deus, por Sua imensa graça 
e propósito, nos ressuscitou juntamen­
te com Cristo “e nos fez assentar nos 
lugares celestiais, em Cristo Jesus” [Ef 
2.5]. Deus então agiu para nos libertar 
do poder do pecado.
H Da mesma forma que uma pessoa 
fisicamente morta não reage a estímu­
los aplicados ao corpo, uma pessoa 
espiritualmente morta não consegue 
reagir às coisas espirituais. Um morto 
não é capaz de sentir fome, sede ou 
dor. É isso que acontece com a alma 
daquele que ainda não é salvo. Suas 
faculdades espirituais não funcionam e 
não podem funcionar, enquanto Deus 
não lhe der vida [Jo 5.24].
1.3 Andávamos na vontade da car­
ne. Paulo diz que fazíamos a von­
tade da nossa carne [Ef 2.3]. Ele 
fala de uma vontade humana que 
é subjugada às inclinações de uma 
natureza pecaminosa. Separada de 
Deus (morta espiritualmente), a 
pessoa não é capaz de entender nem 
de apreciar as coisas espirituais [Jo 
3.19]. Não possui qualquer vida es­
piritual e, por si mesma, não é ca­
paz de fazer coisa alguma agradável 
a Deus. O termo usado por Paulo 
para a palavra desejo é “epithymia”, 
que significa o desejo do mau e do 
proibido. A vida sem Deus está à 
mercê do desejo. Willian Barclay diz 
que viver de acordo com os ditames 
da carne é simplesmente viver de tal 
maneira que nossa natureza mais 
baixa (a pior parte de nós) domine 
nossas vidas [Rm 7.14-22].
H A natureza inclinada ao pecado 
sempre irá atender aos desejos da 
nossa concupiscência. A carne sempre 
militará contra o Espírito [G15.17]. A 
única maneira de vencermos a carne 
é permitindo que o Espírito Santo faça 
em nósuma profunda varredura e nos 
conduza a uma nova modalidade de 
vida [Rm 7.6], Existem três forças que 
estimulam o ser humano a desobede­
cer a Deus: o mundo, a carne e o diabo. 
A carne se inclina para aquilo que lhe 
26 LIÇÃO 4
é agradável; o mundo a corrompe atra­
vés de seus ditames; e Satanás influen­
cia e cega os faltos de entendimento 
através da mentira [2Co 4.4].
QO EU ENSINEI QUE:
Estávamos mortos, agíamos na vontade da 
carne e andávamos de acordo com os ditames 
do mundo.
O que nos tornamos no 
presente
Paulo começou retratando como 
era a nossa situação quando está­
vamos mortos em delitos e peca­
dos. Agora ele aponta para nosso 
estado presente, onde Deus em 
Seu amor e misericórdia nos deu 
vida em Jesus Cristo.
2.1. Gerados em misericórdia. Deus é 
amor, a essência de Seu ser é amor, e os 
muitos aspectos de Sua graça brotam 
da fonte de Seu amor. Portanto, Seu 
infinito amor também o torna rico em 
misericórdia. Ele não nos abandonaria 
no estado de miséria espiritual em que 
caímos por desobediência, de modo 
que a palavra diz que “mesmo estando 
mortos em pecados”, Ele nos deu vida 
juntamente com Cristo [Ef 2.4-5]. De­
pois de nos encontrarmos nesse estado 
catastrófico, agora vemos a ação sobe­
rana e amorosa de Deus, cuidando da 
salvação do pecador. Não há nada que 
o homem possa fazer para obter uma 
tão grande recompensa. É pela graça 
que somos salvos. A salvação é um 
presente de Deus [Ef 2.4-5; Tt 2.11].
U A palavra “graça” no original gre­
go indica: benevolência imerecida que 
Deus exibe, dom, presente. A união do 
crente com Cristo ao receber esta nova 
vida, ressuscitar com Ele e participar 
com Ele na dignidade dos lugares celes­
tiais é certamente um presente de Deus. 
Isso nos faz entender que foi através de 
nossa união vital com Cristo que nossa 
vida experimentou tão grande e profun­
da transformação. Quando Deus entrou 
em cena, o panorama da vida do pecador 
mudou totalmente. O amor de Deus pela 
humanidade é indiscutivelmente inex­
plicável [Jo 3.16], Paulo usa três pode­
rosos verbos para explicar a grandeza da 
graça que o Senhor derramou sobre nós: 
“deu vida”; “ressuscitou”; e “fez assentar”.
2.2 Fomos vivificados. A miserável 
condição espiritual em que estávamos 
e o destino inevitável ao qual fomos 
condenados como resultado, contrasta 
muito com o presente incomensurável 
que recebemos, sem o merecer: Deus 
nos deu vida através de Cristo. Mesmo 
estando neste estado de desobediência 
e inimizade contra Deus, Ele se apro­
ximou de nós e nos fez participantes
Qfocução Mas Deus, por Sua imensa graça e propósito, 
nos ressuscitou juntamente com Cristo "e nos fez assentar 
nos lugares celestiais, em Cristo Jesus" [Ef 2.5].
BETEI DOMINICAL Revista do Professor 27
de suas promessas, sentando-nos em 
lugares especiais com Ele próprio, 
Jesus Cristo, mudando assim nossa 
condição de alienados por membros 
da família divina e parte da estrutura 
de seu grande projeto: a expansão do 
Reino: a Igreja [Ef 2.3-5],
H Russell Shedd sobre Efésios 2.4: 
“Nesta situação totalmente desespera- 
dora é que aparecem duas palavras em 
2.4: as palavras: “Mas Deus”. Deve-se 
sublinhar, deve-se marcar essas pala­
vras, porque elas são a única esperança 
de todos os pecadores deste mundo! 
“Mas Deus” introduz o amor e a mi­
sericórdia de Deus frente ao homem 
perdido”. Assim, esse amor se manifesta 
com o mesmo poder que ressuscitou Je­
sus Cristo. A expressão “nos vivificou”, 
como comenta Shedd, é co-vitalizados 
(vitalizados com Cristo): “A nossa mor­
te em pecado é cancelada pela mesma 
força que cancelou o poder que deteve 
Jesus na pedra daquele túmulo que abri­
gou o nosso Senhor crucificado”.
2.3. Recebemos a cidadania do reino. 
Nosso primeiro estado era de total es­
cravidão, éramos por natureza filhos da 
ira e nos tornamos filhos de Deus pelo 
processo de adoção em Jesus Cristo [Jo 
1.12; Ef 5.8; G1 3.26; lPe 2.10], A gra­
ça nos transportou de um reino para 
outro, éramos cidadãos de um reino 
de trevas e nos tornamos cidadãos do 
reino da luz [lPe 2.9], Mesmo estando 
no mundo, não pertencemos mais a ele, 
esse mundo não tem mais nada a ver co­
nosco. A Bíblia nos ensina que a nossa 
cidade não pertence a esse mundo [Fp 
3.20]. Como cidadãos dos céus temos 
um novo sistema de governo, uma nova 
constituição, a Bíblia, que nos conduz a 
uma forma de vida totalmente diferente 
da qual vivíamos anteriormente. Somos 
novas criaturas [Rm 12.2; 2Co 5.17], 
K Ralph P. Martin comenta Filipen- 
ses 3.20: “Pátria (NAA) lembra 1.27 e 
sugere que Paulo está conscientemente 
pensando no status’ cívico de Filipos, 
como colônia romana. Cf. a tradução 
de Moffatt: “Somos uma colônia do 
céu”. Sem dúvida este pano de fundo 
existe, mostrado na paráfrase de Dibe- 
lius: “temos nosso lar no céu, e aqui na 
terra somos uma colônia de cidadãos 
do céu”. Assim, à luz deste e outros tex­
tos bíblicos, se requer de cada pessoa 
que foi transportada para o “reino do 
Filho do seu amor” [Cl 1.13] um vi­
ver digno [Fp 1.27] de acordo com os 
princípios estabelecidos pelo Soberano 
Senhor. Esta nova vida exige uma nova 
postura diante de Deus e dos homens 
[ICo 9.27; Ef 4.1].
l~J~l EU ENSINEI QUE:
Deus em Seu amor e misericórdia nos deu vida 
em Jesus Cristo.
3 O que seremos no futuroA salvação produziu nos salvos 
um efeito passado, presente e, 
também, futuro. Paulo diz que o 
Senhor nos refez [Ef 2.10a]. Somos 
tanto o maravilhoso testemunho
da manifestação de Sua graça, 
quanto o testemunho visível de 
Sua obra redentora.
28 LIÇÃO 4
Qfol°çâo Não há nada que o homem possa fazer para 
obter uma tão grande recompensa. É pela graça que somos 
salvos.
3.1 Tornamo-nos feituras de Deus. 
O pecado desfigurou totalmente a 
imagem criada por Deus no prin­
cípio do mundo. Então, num ato de 
extrema misericórdia e amor, Deus 
resolveu recriar esse homem interior 
arruinado, fazendo uma nova criatu­
ra à imagem do seu Filho [G16.15; Ef 
4.24; Cl 3.10], De acordo com o te­
ólogo Wilian Barclay, o termo grego 
traduzido por “feitura” é “poiema”, a 
mesma usada para “poema”, e signi­
fica: “aquilo que é feito”. Somos um 
poema escrito por Deus, um teste­
munho vivo de sua ação milagrosa, 
onde quem lê é contagiado. Mas is­
so ainda não é o fim, seu propósito 
é nos aperfeiçoar a cada dia, até que 
alcancemos a estatura de Cristo [Ef 
4.13-15]; fomos refeitos para um pro­
pósito, para boas obras e para que 
andássemos nelas [Ef2.10].
H O futuro é inevitável e também 
motivo de grande preocupação para 
muitos. Para nós, os salvos, é motivo 
de alegria. Porque sabemos que, ao fi­
nal de todas as coisas, fazemos parte 
da nova criação de Deus [2Co 5.17], e 
Deus continuará a operar em nós até o 
fim. Ainda não estamos vivenciando o 
último capítulo da nossa vida. Afinal, 
não esperamos em Cristo só nesta vida 
[ICo 15.19], Seu propósito eterno não 
é só nos levar para a glória, mas nos 
transformar à imagem de Seu Filho 
Jesus Cristo [Rm 8.29]. O que Deus co­
meçou na conversão, continua através 
da santificação, até que alcancemos a 
transformação total.
3.2 Para mostrar nos séculos vindou­
ros. A redenção da humanidade é um 
ato poderoso que se estende de geração 
a geração. Certa feita, perguntaram a 
uma mulher romana onde estavam su­
as joias. Ela chamou seus dois filhos e, 
apontando para eles, disse: “Aqui estão 
as minhas joias”. Essa é a obra da graça 
divina. Deus transforma pecadores em 
santos adoradores. Como joias raras 
adquiridas por um alto preço, os remi­
dos serão exibidos como monumentos 
de Sua maravilhosa graça [Ef 2.8-9], 
Após o arrebatamento e a destruição 
do anticristo, Jesus voltará para reinar 
por mil anos, aí, então, o mundo ve­
rá a grandeza da Igreja. Ela será o seu 
cartão postal, a prova de sua obra de 
redenção [Is 53.11].
N A salvação é mais do que o per­
dão, é a libertação da morte, da es­
cravidão e da ira [Ef 2.1-3]. Inclui 
a totalidade da nossa nova vida em 
Cristo, juntamente com quem fomos 
vivificados, exaltados e feitos assen­tar no âmbito celestial. A graça é a 
misericórdia de Deus, livre e ime­
recida, para conosco. Escrevendo 
BETEL DOMINICAL Revista do Professor 29
aos efésios, Paulo a define de forma 
magistral quando afirma: “Porque 
pela graça sois salvos, por meio da 
fé; e isto não vem de vós; é dom de 
Deus. Não vem das obras, para que 
ninguém se glorie.” [Ef 2.8-9].
3.3 Seremos a assinatura visível de 
sua obra. De acordo com o teólogo e 
pastor Elienai Cabral, esta expressão 
“para mostrar nos séculos vindouros” 
diz respeito ao futuro da Igreja. Ela se­
rá a demonstração eterna da graça de 
Deus, ou seja, o testemunho da mani­
festação da misericórdia de Deus sobre 
a humanidade. Será o triunfo da mise­
ricórdia sobre o juízo. Da mesma for­
ma que um paciente é testemunha da 
habilidade de um cirurgião após uma 
delicada cirurgia, nós, visivelmente, 
seremos as testemunhas da obra de 
Cristo [Ef 2.8-9]. Deus mostrou mais 
que habilidade, Ele não somente re­
verteu o quadro contrário de nossas 
vidas, nos deu uma nova. Todos que 
nos observam veem sua assinatura, 
somos a ambulante prova de Sua obra 
redentora.
H Para expressar a origem dessa ini­
ciativa salvadora de Deus, Paulo usa 
quatro palavras: “misericórdia, amor, 
graça e bondade”. “Estávamos mortos”, 
portanto, não fomos capazes de nos 
salvar. Não havia trabalho que pudés­
semos fazer, nem mérito para nos aju­
dar a obter a salvação. Recebemos tudo 
como um favor imerecido de Deus pela 
fé. Não há lugar para nenhuma glorifi­
cação humana; toda a glória pertence a 
Ele. Por isso, Paulo acrescenta que Ele 
nos salvou para “...mostrar nos séculos 
vindouros as abundantes riquezas de 
sua graça...” [Ef 2.7].
(TI EU ENSINEI QUE:
A salvação produziu nos salvos um efeito pas­
sado, presente e, também, futuro.
© CONCLUSÃO
Paulo explicou claramente que somos salvos pela graça e “não pelas obras, 
para que ninguém se glorie” [Ef 2.9]. No entanto, a verdadeira salvação sem­
pre produz frutos. Portanto, embora não sejamos salvos pelas obras, fomos 
criados em Cristo Jesus para boas obras.
[> ANOTAÇÕES
30 LIÇÃO 4
Membros da família de Deus
"Assim que já não sois estrangeiros, nem 
forasteiros, mas concidadãos dos santos e 
da família de Deus." Efésios 2.19 
0 perfeito sacrifício de Jesus Cristo re­
sultou em reconciliação com Deus e per­
mitiu que nos tornássemos membros de 
Sua família.
©OBJETIVOS DA LIÇÀO^
0 Apresentar a posição de Is- 0” Explicar como o sacrifício 0 Falar sobre como nos tor-
rael diante de Deus. de Cristo nos trouxe paz. namos a morada de Deus.
©TEXTOS DE REFERENCIA
EFÉSIOS 2
11. Portanto, lembrai-vos de que vós, noutro 
tempo, éreis gentios na carne e chamados in- 
circuncisão pelos que, na carne, se chamam 
circuncisão feita pela mão dos homens;
12. Que, naquele tempo, estáveis sem Cristo, 
separados da comunidade de Israel e estra­
nhos aos concertos da promessa, não tendo 
esperança e sem Deus no mundo.
13. Mas agora, em Cristo Jesus, vós, que an­
tes estáveis longe, já pelo sangue de Cristo 
chegastes perto.
14. Porque ele é a nossa paz, o qual de am­
bos os povos fez um; e, derribando a parede 
de separação que estava no meio.
BETEI DOMINICAL Revista do Professor 31
6Ô LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA Is 53.4
Cristo: o ferido de Deus.
TERÇA Jo 3.16
Cristo: expressão do amor de Deus.
QUARTA j Rm 2.23-25
A verdadeira circuncisão.
QUINTA 2Co 5.18-20
Cristo: o ministério da reconciliação.
SEXTA Cl 1.20-22
Cristo: autor da nossa redenção.
SÁBADO 1Pe2.25
Cristo: Pastor e Bispo das nossas almas.
& HINOS SUGERIDOS B ESBOÇO DA LIÇÃO
5,111,370
Jç MOTIVO DE ORAÇÃO
Ore para que sejamos um exemplo de vida 
para aqueles que nos observam.
Introdução
1. Um novo povo formado por Deus
2. A unidade do Corpo de Cristo
3. 0 edifício de Deus
Conclusão
INTRODUÇÃO
Após sua brilhante exposição sobre a doutrina da salvação, Paulo 
agora trata acerca da condição dos gentios antes de Cristo e revela 
como Cristo desfez as barreiras que havia entre judeus e gentios na­
quele tempo.
nUm novo povo formado por DeusAntes da vinda de Jesus, havia um 
desprezo muito grande por parte 
dos judeus em relação 
aos gentios, conside­
rados indignos e incir- 
cuncisos [Ef 2.11],
1.1. Éramos gentios na 
carne, chamados incircun- 
cisão. A Bíblia nos ensi­
na que Israel foi o povo 
escolhido por Deus para 
Lhe representar e anunciar a salva­
ção diante das nações da terra [Êx 
19.5-6; Jo 4.22]. Porém, ao detestar 
e até desprezar os pagãos, Israel fez 
PONTO DE 
PARTIDA
0 sacrifício 
de Jesus nos 
tornou família 
de Deus.
mau uso desse privilégio. De acordo 
com Willian Barclay, os judeus acre­
ditavam que Deus amava apenas a 
eles e mais ninguém. Diziam que os 
gentios haviam sido criados 
para serem combustível pa­
ra o fogo do inferno. Até a 
vinda de Cristo, os gentios 
eram um objeto de desprezo 
para os judeus. Se por acaso 
um rapaz judeu se casasse 
com uma gentia ou vice- 
-versa, era considerado co­
mo morto, e um enterro simbólico era 
realizado [At 10.28]. Se uma mulher 
gentia fosse dar à luz, era proibido 
lhe prestar socorro, pois significava a 
32 IIÇAO S
vinda de mais um gentio ao mundo. 
O contato com um gentio era seme­
lhante à morte.
N Para melhor esclarecer, todo 
aquele que não era judeu (circun­
cisão), era gentio (incircuncisão). 
Na visão judaica e de acordo com o 
pacto feito a Abraão, o judeu inter­
pretava que ser gentio era estar fora 
de qualquer privilégio ou aliança 
por parte de Deus [At 11.1-3; 15.5; 
Ef 2.11 ]. Primeiro, porque os judeus 
haviam sido escolhidos por Deus; 
segundo, porque estavam sob uma 
promessa divina; e terceiro, por­
que tinham no corpo uma marca de 
aliança com Deus, a circuncisão. Pa­
ra eles, os gentios eram desprezíveis 
porque viviam de acordo com seus 
desejos e paixões, e eram idólatras, 
servindo a deuses estranhos.
1.2 Éramos sem Cristo e sem espe­
rança. Existem momentos que essa 
palavra é muito apropriada em nos­
sas vidas: “lembrai-vos” [Ef 2.11]. O 
teólogo William Hendriksen faz o 
seguinte resumo acerca da situação 
dos gentios naquele tempo: estavam 
“sem Cristo, sem estado, sem amigos, 
sem esperança e sem Deus”. Essa era 
a terrível situação do antigo mundo 
gentio antes de Cristo. Os judeus es­
peravam o Messias, jamais duvidaram 
de Sua vinda [Lc 3.15; Jo 11.27]. Mas 
que esperança havia para os gentios? 
Craig S. Keener, comentando sobre 
Romanos 1.18-32, discorre sobre o 
mundo pagão e assinala que o povo 
judeu considerava a idolatria [Rm 
1.23] e o vício sexual [Rm 1.24-25], 
especialmente o comportamento ho­
mossexual [Rm 1.26-27], como pe­
cados característicos gentílicos. E F. 
Bruce lembra que o conhecimento do 
Deus verdadeiro era acessível aos ho­
mens, mas eles fecharam suas mentes 
para Ele.
W Todos nós também estivemos um 
dia nessa mesma situação desalenta- 
dora [Is 53.6; IPe 2.25]. Estávamos 
sem qualquer perspectiva de salvação. 
Éramos inimigos de Deus, estávamos 
fora com todas as letras. Tem coisas 
que as Escrituras nos mandam esque­
cer, e isso é muito bom. Mas existem 
coisas que jamais devemos esquecer, e 
uma delas é a misericórdia com a qual 
o Senhor nos tornou salvos e cidadãos 
de Seu Reino. Não existe nada maior 
que a salvação [Lc 10.20]. Se apenas 
fôssemos salvos, essa já seria a maior 
premiação de uma vida.
1.3 Éramos estranhos às alianças 
da promessa e sem Deus no mundo. 
Paulo continua sua exposição sobre 
a situação dos gentios [Ef 2.12] di­
zendo que “estavam separados da 
comunidade de Israel e estranhos aos 
concertos da promessa”. John Stott 
comenta sobre esse texto: “A referên­
cia é provavelmente à promessa fun­
damental feita por Deus a Abraão. 
Israel era o povo da aliança, a qual 
era acompanhada de promessas es­
pecíficas para esse povo”. Douglas 
Baptista lembra que os vários pactos 
que Deus estabeleceu com Israel gi­
ravam em torno da grande promessa 
BETEL DOMINICAL Revista do Professor 33
da vinda do Messias: o pacto abraâ- 
mico [Gn 12.1-3], o pacto mosaico 
[Dt 28.1-14]e o pacto davídico [2Sm 
7.13-16]. Os outros povos não ti­
nham conhecimento desses pactos e 
viviam envolvidos com “muitos deu­
ses e muitos senhores” [ICo 8.4-6]. 
Por isso, Deus ordenou que a nação 
de Israel fosse bênção a todas as na­
ções [Gn 12.2-3; Êx 19.5-6].
R Vemos Deus se revelando a Is­
rael como Seu marido [Is 54.4-6]. 
Que tremendo privilégio: o Sobera­
no, Deus de toda a terra, o Senhor 
do Universo, estabelece graciosa­
mente uma comunhão com o Seu 
povo escolhido. Mas, pela graça, 
o Senhor revelou a toda humani­
dade Seu grande amor [Jo 3.16; Ef 
2.8-9], Paulo diz que pelo tropeço 
e endurecimento de Israel fomos 
enxertados [Rm 11.11, 17, 22], Não 
significa que Ele os desprezou, mas 
que abriu a possibilidade para que 
fôssemos salvos, nos achegássemos 
a Ele e não fôssemos mais estranhos 
à promessa. De dois povos, Deus fez 
um só [Ef 2.14].
ITI EU ENSINEI QUE:
Havia um desprezo muito grande por parte dos 
judeus em relação aos gentios antes da vinda 
de Jesus.
A unidade do Corpo de 
Cristo
A realidade retratada no tópico 
anterior, referente à aliança e aos 
pactos acompanhados das leis ce­
rimoniais, constituíam uma “pa­
rede de separação” entre judeus e 
gentios [Ef 2.14]. Inclusive o pró­
prio Templo em Jerusalém retra­
tava essa separação [At 21.28-30]. 
Mas Cristo Jesus “desfez a inimi­
zade” [Ef 2.15].
2.1 Estávamos longe e chegamos 
perto. A obra expiatória realizada 
por Jesus Cristo pôs um ponto final 
nas divergências sociais, culturais e 
religiosas entre judeus e gentios, e 
Paulo usa duas palavras para expli­
car esse contraste: “Longe e perto” 
[Ef 2.13], A situação do povo gentí- 
lico era semelhante à de navegantes 
que, sem bússola ou guia, flutuavam 
em um navio sem leme à noite, sem 
estrelas no meio do mar tempestu­
oso e longe do porto. Essa era uma 
realidade tanto literal, quanto espi­
ritual. “Mas agora” tudo mudou e, 
pela fé em Cristo, todos aqueles a 
quem o Evangelho é pregado têm 
a oportunidade de se aproximar [Is 
57.19; At 2.39], Nosso antes incluía 
estar separado de Deus, nosso hoje 
inclui estar salvo pela graça [Is 59.2; 
Ef 2.8-9],
QF0CLX Por isso, Deus ordenou que a nação de Israel 
fosse bênção a todas as nações [Gn 12.2-3; Êx 19.5-6].
34 LIÇÃO 5
H Os gentios eram os de longe, os 
judeus eram os de perto, mas ambos 
estavam distantes de Deus. Um por­
que estava desprovido de tudo; o ou­
tro porque pecava por desprezar seu 
propósito diante de Deus. Na verdade, 
tanto gentios quanto judeus precisa­
vam ser iluminados. Não havia so­
mente uma distância horizontal, havia 
também uma vertical. A distância de 
separação sucumbiu diante da gran­
deza do sacrifício de Cristo. Na cruz, 
judeus e gentios se reconciliaram com 
Deus e se abraçaram [Ef 2.11-15].
2.2 Estávamos sem reconciliação e 
alcançamos a paz. Jesus Cristo em 
seu anúncio de “boas novas” trouxe 
a paz de Deus ao coração perturbado 
do homem. A paz que excede todo 
entendimento [Fp 4.7], não a que o 
mundo dá, mas a paz que transforma 
o homem ao se reconciliar com Deus 
[Rm 5.1], A obra de Jesus Cristo na 
cruz do Calvário não apenas conce­
deu a paz entre Deus e nós, mas tam­
bém estabeleceu a paz entre os dois 
povos: “gentios e judeus”. Dessa ma­
neira, e pelo Seu sangue, agora todos 
os crentes são transformados em um 
único povo, um único corpo [Ef2.15; 
Cl 1.20-22]. “Pelo sangue de Cristo”, o 
pecado, poderoso separador, foi der­
rotado [Ef 2.13-15].
■r Francis Foulkes comenta Efésios 
2.14: “Não é suficiente dizer que Cristo 
traz a paz. Ele é a nossa paz. À medida 
que os homens passam a estar nEle, e 
continuam a viver nEle, encontram 
paz com Deus, e, dessa forma, tam­
bém um ponto de encontro com o seu 
semelhante, quaisquer que tenham si­
do anteriormente as divisões de raça, 
cor, posição social ou credo. Ele veio 
com este propósito [Lc 2.14], para ser 
o Príncipe da paz, e, de fato, foi assim 
que os profetas predisseram Sua vinda 
[Is 9.6; 53.5; Mq 5.5; Ag 2.9; Zc 9.10].”
2.3 Éramos dois povos e nos tornamos 
um só povo. Elienai Cabral cita que a 
cruz de Cristo serviu de elo de recon­
ciliação e também de destruição. Ela foi 
o ímã para a reconciliação dos homens 
com Deus [Rm 5.10; 2Co 5.18-20; Cl 
1.20], e foi também o símbolo de morte 
e destruição das inimizades existentes 
entre Deus e o homem. No templo an­
tigo havia uma parede que separava os 
judeus dos gentios, onde um gentio era 
proibido de avançar. Agora, em Cristo, 
não existe mais parede, nem templo. 
Hoje somos todos iguais diante de 
Deus. Pela graça, nos tornamos filhos 
de Deus, herdeiros juntamente com 
Cristo, povo santo de Deus e membros 
de Sua grande família [Ef 2.14,19], 
H Comentário de R. N. Champlin 
sobre Efésios 2.14: “Harmonia e união 
foram conferidas “a judeus e a gentios”, 
que ficaram assim unidos dentro da 
comunidade superior da igreja, fican­
do eliminadas as muitas barreiras e 
preconceitos inerentes ao sistema ju­
daico. Por conseguinte, em Cristo há 
um só “corpo”, há união. Em contra­
posição a isso, não há judeu ou gentio, 
escravo ou livre, varão ou varoa, mas 
todos são um só em Cristo Jesus [G1 
3.28; Jo 10.16].”
BETEL DOMINICAL Revista do Professor 35
P)FOCO na 
LIÇÃO Agora em Cristo não existe mais parede,
nem templo. Hoje somos todos iguais diante de
Deus.
00 EU ENSINEI QUE:
Na cruz, Jesus promoveu a reconciliação entre 
judeus e gentios.
3 O edifício de DeusJá não somos mais estrangeiros em 
terra distante. Cristo nos tornou 
cidadãos de Seu Reino e membros 
da família de Deus [Ef 2.19]. Paulo 
compara a Igreja como um grande 
edifício que cresce a cada dia, e a 
cada dia é edificado.
3.1 O fundamento dos apóstolos e 
profetas. A obra de Jesus Cristo não 
apenas reconciliou o homem com 
Deus, mas, além de tornar os dois 
povos um, os reúne em um projeto, 
como um edifício, chamado “congre­
gação dos santos” ou “congregação dos 
justos”, o que conhecemos hoje como 
“Igreja” [Rm 5.10-11; 2Co 5.17,21]. É 
como uma casa santa, completamente 
edificada na rocha, a “pedra angular”, 
que é Cristo [IPe 2.7]. O fundamen­
to dos apóstolos e dos profetas são as 
verdades reveladas pelo Espírito Santo 
acerca do plano de Deus e da pessoa 
de Jesus Cristo [Ef 2.20-21].
H Comentário de John Stott sobre 
Efésios 2.20: “Visto que tanto os após­
tolos quanto os profetas eram grupos 
com um papel pedagógico, parece cla­
ro que o que constitui o fundamento da 
igreja não é a pessoa deles nem o seu 
ofício, mas, sim, a sua instrução. Além 
disso, devemos pensar neles como 
sendo educadores inspirados, órgãos 
da revelação divina, portadores desta 
autoridade”. Importante notarmos que 
Paulo menciona, em Efésios 3.5, que 
aos apóstolos e profetas a Palavra de 
Deus em Cristo foi revelada de mo­
do único, pela ação do Espírito Santo.
3.2 Nossa posição no edifício de Deus. 
Para ilustrar nossa posição em Deus, 
Paulo usa a figura de um edifício. Pen­
sa a Igreja como parte de um grande 
edifício e em cada cristão como uma 
pedra viva no serviço da igreja [Ef 
2.21; IPe 2.5]. Paulo nos apresenta 
a Igreja como um edifício que cres­
ce dia a dia. Indicando, assim, uma 
construção progressiva e contínua. 
Importante também notarmos que a 
figura do edifício aponta para o aspec­
to da coletividade, tão enfatizado nas 
Escrituras e, às vezes, desprezado por 
alguns que dizem ser “igreja”, porém 
não cultivam a necessária comunhão 
em uma igreja local [Ef 2.22 - notar 
a expressão - “vós juntamente”; 4.16; 
Hb 10.25], A Igreja, como resultado 
do sangue de Cristo derramado na 
36 LIÇÃO s
cruz [Ef 2.13, 16], continua a crescer, 
constantemente edificada pela obra do 
Espírito de Deus até “o aparecimento 
da glória do grande Deus e nosso Se­
nhor Jesus Cristo” [Tt 2.13],
H Cristo, além de ser o princípio de 
estabilidade e direção da Igreja, tam­
bém é o começo de seu crescimento. 
Todo o edifício está “crescendo” ou 
“subindo” por causa de uma união 
vital com Ele. Não há nada estático 
nesse edifício. É uma construção viva 
formada por pedras vivas: crentes. E

Continue navegando