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Uma exposição sobre as riquezas da graça, misericórdia e glória de Deus ■■K DOMINICAL Adultos Revista de Escola Bíblica Dominical 4° Trimestre de 2021 • Ano 31 • N° 121 Publicação Trimestral • ISSN 2448-184X NOSSA CAPA: Homem adorando a Deus, privilégio que nos foi concedido pela graça de Jesus, descrita em Efésios por Paulo. EFÉSIOS Uma exposição sobre as riquezas da graça, misericórdia e glória de Deus SUMÁRIO LIÇÃO 1 O maravilhoso propósito da salvação 3 LIÇÃO 2 As bênçãos advindas da salvação 10 LIÇÃO 3 A oração de gratidão pelo conhecimento 17 LIÇÃO 4 A tríplice dimensão da salvação 24 LIÇÃO 5 Membros da família de Deus 31 LIÇÃO 6 A revelação do mistério chamado Igreja 38 LIÇÃO 7 A segunda oração intercessora 45 LIÇÃO 8 A unidade do Corpo de Cristo 52 LIÇÃO 9 Os dons de Cristo para a unidade do corpo 59 LIÇÃO 10 O novo homem e sua conduta diante do mundo 66 LIÇÃO 11 A plenitude do Espírito Santo 73 LIÇÃO 12 A conduta do cristão no relacionamento familiar 80 LIÇÃO 13 Revestidos de toda a armadura de Deus 87 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 94 FOCOQ BpAF NA I.IÇÂO H rM *- Conheça os recursos feitos para você e disponíveis gratuitamente em nosso site, acessando pelo link: bit.ly/aux-ebd-bd ou pelo OR Code: ID Essa revista pertence a: Rua Carvalho de Souza, 20 - Madureira Rio de Janeiro/RJ - CEP 21350-180 21 3575-8900 comercial 21 97278-6560 financeiro 21 99723-0055 ■ mau comercial@editorabetel.com.br www.editorabetel.com.br R @ O EditoraBetel CC Betei Editora COI MESA DIRETORA Palavra do Comentarista A epístola aos Efésios é uma brilhante exposição sobre as riquezas da graça, Bispo Primaz Mundial Dr. Manoel Ferreira Presidente Bispo Samuel Cássio Ferreira Bispo Abner de Cássio Ferreira Bispo Oídes José do Carmo misericórdia e glória de Deus. Con duzido pelo Espírito Santo, o apósto lo Paulo escreve sobre o maravilhoso Pr. Amarildo Martins da Silva Pr. Josué de Campos Pr. Genício Severo dos Santos e perfeito plano divino de salvação. O apóstolo nos apresenta o mistério que Pr. Eliel Araújo de Alencar Pr. Josué Rodrigues de Gouveia Pr. Gilson Ferreira Campos “neutros séculos não foi manifestado aos filhos dos homens” (Ef 3.5), acerca Pr. José Fernandes Correia Noleto Pr. João Adair Ferreira Pr. David Cabral :ditora betel DIRETORIA/CONSELHO DELIBERATIVO Bispo Primaz Mundial Dr. Manoel Ferreira Bispo Oídes José do Carmo Pr. Josué de Campos Pr. Genício Severo dos Santos Pr. Eliel Araújo de Alencar Pr. José Fernandes Correia Noleto Pr. David Cabral Pr. Neuton Pereira de Abreu da família de Deus formada por judeus e gentios nascidos de novo. Assim, neste trimestre, veremos a exposição do plano divino, propósito, formação e princípios para a vida da Igreja. Por tanto, estudar as bênçãos espirituais resultantes da obra da redenção e os privilégios e compromissos da Igreja de Cristo será o desafio deste trimes- Pr. Eduardo Sampaio de Oliveira Pr. Moisés Pereira Pinto Pr. Abinair Vargas Vieira Pr. Dilmo dos Santos Pr. Desailton Antônio de Souza Pr. José Pedro Teixeira Pr. João Nunes dos Santos Pr. Antonio Paulo Antunes Pr. Deiró de Andrade Pr. Abraão Gomes da Silva GERÊNCIA Bispo Samuel Cássio Ferreira Gerente Executivo Bispo Abner de Cássio Ferreira Gerente Geral tre. Que o Espírito Santo nos ajude nesta tão nobre tarefa. VSOBREOAUTOR BISPO ABNER FERREIRA Presidente da CONEMAD/RJ (Convenção Estadual dos Mi nistros Evangélicos das Assem bléias de Deus - Ministério de Madureira no Estado do Rio de Janeiro); Presidente da Catedral Histórica das Assembléias de Deus do Ministério de © 2021 Editora Betel.Todos os direitos res ervados. Nenhuma parte desta publicação pode ser re produzida ou transmitida, em qualquer meio, sem prévia autorização por escrito da editora. Madureira; 2o Vice-presidente da CONAMAD; Ad vogado; Bacharel em Teologia; Escritor; Articulista e Conferencista. mailto:comercial@editorabetel.com.br http://www.editorabetel.com.br 3 out / 2021 LIÇÃO 0 maravilhoso proposito da salvação S ASSISTA AO VÍDEO FOCO NA LIÇÃO DESTA AULA ATRAVÉS DO OR CODE -> í TEXTO ÁUREO VERDADE APLICADA "Como também nos elegeu nele antes da fun dação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em caridade." Efésios 1.4 [© OBJETIVOS DA LIÇÃO] Deus nos deixou essa epístola para revelar a grandeza de Seu plano de salvação, um pro jeto elaborado antes de tudo existir. 0 Ensinar acerca do conteú- Mostrar os benefícios da O' Explicar como nos tornamos do da epístola aos Efésios. graça em Jesus Cristo. filhos de Deus pela adoção. ©TEXTOS DE REFERÊNCIA EFÉSIOS 1 1. Paulo, apóstolo de Jesus Cristo, pela vontade de Deus, aos santos que estão em Éfeso e fiéis em Cristo Jesus: 2. A vós graça e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo. 3. Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bên çãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo, 5. E nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplá cito de sua vontade, 8. Para louvor da glória da sua graça, pela qual nos fez agradáveis a si no Amado. BETEL DOMINICAL Revista do Professor 3 r&a LEITURAS COMPLEMENTARES SEGUNDA Rm 3.23-24 A justificação pela fé em Jesus Cristo. TERÇA | Rm 5.1 Justificados pela fé, temos paz com Deus. QUARTA | 2Co 2.14-15 Para Deus somos o bom cheiro de Cristo. QUINTA Gl 4.1-7 Deus enviou Seu Filho. SEXTA | Fp 2.5-11 Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus. SÁBADO Cl 1.13-17 Jesus Cristo: a imagem do Deus invisível. <fS HINOS SUGERIDOS ^ESBOÇO DA LIÇÃO 18, 266, 459 MOTIVO DE ORAÇÃO Ore agradecendo a Deus por tudo o que Ele é e pelo benefício que nos tem dado. Introdução 1. Conhecendo a Epístola aos Efésios 2. Os privilégios concedidos por Jesus Cristo 3. As grandiosas riquezas da graça Conclusão •d:- INTRODUÇÃO A narrativa paulina da Epístola escrita aos Efésios nos revela o mara vilhoso plano da salvação idealizado por Deus desde a fundação dos tempos [Ef 2.8-9]. D Conhecendo a Epístola aos EfésiosA Epístola aos Efésios relata a fan tástica história da salvação huma na. Inspirado pelo Es pírito Santo, Paulo nos revela a nova dimensão alcançada através dela, a qual insere toda a ra ça humana debaixo da poderosa e imensurável graça divina. 1.1 A Epístola aos Efésios. A Epístola é uma contemplação do plano de Deus realizado em Jesus Cristo e na Igreja, com a consequente exortação de colocá-lo em prática em todos os atos PONTO DE PARTIDA Deus nos salvou para louvor da Sua glória. da vida. Paulo destaca a função “cós mica” de Cristo, Seu domínio sobre os poderes angélicos e Sua soberania sobre todo o universo [Ef 1.20-21]. A Igreja é apresentada como resultado da obra salvífica de Cristo, sendo Seu Cor po, “a plenitude daquele que cumpre tudo em todos” [Ef 1.22-23], formada por ju deus e gentios nascidos de novo e feitos um único po vo de Deus [Ef 2.14-18]. E é também o Templo, que tem o próprio Jesus Cristo como a “pedra angular” e que está sendo construído pela ação do Espírito Santo [Ef 2.19-22]. 4 LIÇÃO 1 H Russell P. Shedd (Epístolas da prisão, Editora Vida Nova, p. 11) co mentou que “é a epístola que foi reco nhecida por uma autoridade como a rainha das epístolas de Paulo. Efésios é o mais sublime de todos os livros ou epístolas na literatura humana. O apóstolo aos gentios encontrava-se preso em Roma, mas tinha liberdade para ensinar. E, talvez mais importan te ainda, podia meditar e colocar no papel suas meditações (segundo Atos 28.30-31). A Epístola aos Efésios foi escrita provavelmente em 61 A.D., trinta anos, mais ou menos, depois da sua conversão.” 1.2 A apresentação do mistério de Cristo e da Igreja. A Carta começa com um hino solene que reflete as ca racterísticas do estilo litúrgico que é inspirado nas grandes bênçãos judai cas. Seu tema é o “mistério de Cristo” [Ef 3.3-4], isto é, o desígnio divino da salvação,escondido em Deus desde a eternidade, anunciado pelos profetas e plenamente realizado em Jesus Cris to. A iniciativa deste desígnio perten ce ao Pai. Foi Ele quem nos escolheu e nos predestinou para sermos Seus filhos adotivos. Mas quem cumpre a ação salvadora do Pai é “seu Filho amado” [Ef 1.6], através do Espírito, que é “o penhor de nossa herança” na glória [Ef 1.14]. N Este tema central da fé cristã se amplia ao longo da primeira parte da Carta. Paulo destaca “a extraordinária grandeza do poder que Deus mani festou em Cristo, quando o ressusci tou dentre os mortos” [Ef 1.19-20] e “o constituiu como cabeça da igreja” [Ef 1.22]. A ela, que é o Seu Corpo, comunicou-lhe abundantemente os dons do Espírito Santo [1Co12.4-11]. Francis Foulkes (Efésios: introdução e comentário - Editora Vida Nova - p. 56) comentando sobre a Igreja como Corpo de Cristo: “exprime a união essencial de Seu povo com Ele [...] - a mesma vida de Deus transborda por meio de todos [...]”. A essência da Epístola. Paulo dei xa muito claro que não basta apenas contemplar o “mistério de Cristo” e bendizer ao Pai por seu desígnio de amor. É necessário viver esse misté rio e ser coerente com esse desígnio. Se todas as coisas foram “reunidas” em Jesus, como os cristãos podem vi ver desunidos? Na Igreja existe uma diversidade de dons e funções, mas essa diversidade necessária, longe de ser um obstáculo à sua unidade, deve contribuir para enriquecê-la e torná-la mais manifesta. Como todo corpo e à maneira de um “edifício”, a Igreja deve crescer constante e harmonicamente com a contribuição de todos, até atin gir “à medida da estatura completa de Cristo” [Ef 4.13]. N A unidade cristã deve ser o fruto da nova vida que recebemos quando nos revestimos de Cristo. O mesmo deve ser dito de todo comportamento cristão. Cristo nos transportou de um mundo de trevas para o reino de sua maravilhosa luz. Como “filhos da luz” [Ef 5.8], somos chamados para imitar a BETEL DOMINICAL Revista do Professor 5 Deus, praticando o incomparável amor de seu Filho em nossos relacionamen tos com os outros. FT] EU ENSINEI QUE: Inspirado pelo Espírito Santo, Paulo nos revela a nova dimensão alcançada através da salva ção, a qual insere toda a raça humana debaixo da poderosa e imensurável graça divina. Os privilégios concedidos por Jesus Cristo Paulo sabia reconhecer perfeita- mente que Deus era a verdadeira fonte de onde tudo se originava. Ele tinha todos os motivos para bendizer ao Senhor em todo o tempo. Ele conhecia perfeitamen- te o que a graça nos havia propor cionado e como nos tornamos abençoados por meio de nossa aliança com Jesus Cristo. 2.1 Graça e paz. Graça e paz era uma saudação muito comum na Igreja Pri mitiva [Ef 1.2; Fp 1.2; 2Pe 1.2], A tra dição judaica usava somente a palavra hebraica “shalom” (traduzida como paz). Mas Paulo, divinamente inspira do, dá um sentido muito mais especial a essa saudação quando lhe acrescenta o termo grego “charis” (que pode ser traduzido como graça ou encanto). A palavra graça possui dois conceitos importantes: aparece como um dom imerecido, e retratando algo amável. Indica que na vida cristã deve haver bondade e encanto. O “shalom” (paz) significa tudo o que se relaciona com o bem supremo do homem. Paz, do grego “eirene”, indica a tranquilidade, bênçãos que desfrutam todos que estão em Cristo, por terem sido reconcilia dos com Deus. Portanto, graça e paz são duas expressões de enorme signi ficado para a fé cristã. N A graça descreve um dom que o homem não pode obter por seus pró prios esforços, que nunca poderá ser capaz de merecer e que vem direta mente de Deus, sendo dada a quem Ele quer. O tratamento divino que re cebemos como também os seus dons são coisas que recebemos pela genero sidade do seu coração. “Cada vez que mencionamos a palavra graça pensa mos no puro encanto da vida cristã e na pura e imerecida generosidade do coração de Deus” (BARCLAY, 1984). A paz que Jesus deixou com Seus dis cípulos é algo absolutamente indepen dente das circunstâncias externas. Ela vem diretamente de Deus [Jo 14.27]. 2.2 A fonte de onde tudo se origina. Dirigindo-se ao povo de Éfeso, Paulo faz duas importantíssimas colocações. Acerca de si mesmo e de seu aposto- Q>F°LIÇÃO ... Paulo nos revela a nova dimensão alcançada através dela, a qual insere toda a raça humana debaixo da poderosa e imensurável graça divina. 6 liçAo 1 lado, ele não usa de vangloria quando afirma que se tornou apóstolo pela vontade de Deus [Ef 1.1]. Paulo vivia um assombro e uma grande admiração por Deus ter escolhido um homem co mo ele para tal missão. Ele sabia per- feitamente que sua eleição aconteceu devido à imensa graça de Deus, não porque fosse merecedor [Ef 2.8-9], Em forma de gratidão, ele usa o ter mo: “bendito”, para dar exclusividade a Deus, e legitimar Aquele que é a fonte de todas as bênçãos. Somente o Senhor é digno de ser chamado de “bendito”, porque Ele é a fonte de onde tudo se origina [Ef 1.3], H Quando nos tornamos parte da família de Deus, além da salvação, a Bíblia nos assegura que as bênçãos que estão nos lugares celestiais recairão sobre nossas vidas. Por intermédio de Jesus Cristo, temos parte nas riquezas da graça de Deus [Ef 1.7; 2.7], da glória de Deus [Ef 1.8; 3.16], da misericórdia de Deus [Ef 2.4] e nas “insondáveis ri quezas de Cristo” [Ef 3.8]. Nosso Pai celestial não é pobre; Ele é riquíssimo e nos tornou ricos em Seu Filho. 2.3 Abençoados com todas as bên çãos espirituais. Paulo também nos apresenta duas poderosas perspectivas acerca das bênçãos divinas. Primeiro ele fala da abrangência de nossas bên çãos. Temos “todas as bênçãos espiri tuais” [Ef 1.3], No Antigo Testamento, Deus prometeu bênçãos materiais a Israel como uma recompensa por sua obediência [Dt 28.1-13], Agora Ele promete suprir todas as nossas ne cessidades segundo a Sua riqueza [Fp 4.19]. Em segundo lugar, Paulo fala da esfera das nossas bênçãos. Elas se en contram “nas regiões celestiais”. Além das bênçãos que suprem as nossas necessidades terrenas, o Senhor tem bênçãos celestiais para nos capacitar para todas as coisas. R A nossa melhor forma de retribuir aos benefícios outorgados pela graça di vina é permanecendo fiéis a Ele em todo tempo, louvando, exaltando Seu nome, e testemunhado acerca dEle enquanto estivermos vivos aqui nesse mundo. O Senhor não nos abençoou com uma ou um pouco de bênçãos, nos abençoou com “todas”. A quem permanece em Cristo, Ele dá liberalmente todas essas coisas, onde Deus abençoa com bênçãos espirituais, tudo é abençoado [Ef 1.3], ÍT1 EU ENSINEI QUE: 0 apóstolo Paulo sabia reconhecer perfeita- mente que Deus era a verdadeira fonte de onde tudo se originava. Ele conhecia per- feitamente o que a graça nos proporciona e como nos tornamos abençoados por meio de Jesus Cristo. As grandiosas riquezas da graça Nesta seção, Paulo faz um relato das bênçãos recebidas em Cristo Jesus. Ele apresenta os propósitos de nossa eleição em Deus, os efei tos da redenção e como nos torna mos filhos para que pudéssemos desfrutar das riquezas dessa tão grande salvação. BETEL DOMINICAL Revista do Professor 7 FOCO NA , LIÇÃO Ele apresenta os propósitos de nossa eleição em Deus, os efeitos da redenção e como nos tomamos filhos para que pudéssemos desfrutar das riquezas dessa tão grande salvação. 3.1. Eleitos em Cristo. A doutrina da eleição nos causa maravilha e perplexi dade. O fato de que Deus nos escolheu mesmo antes de criar o universo, nos revela Sua presciência e Seu propósito. Paulo ressalta duas coisas maravilhosas advindas dessa escolha: primeiro, Ele nos escolheu, essa escolha não par te da vontade de homem algum [Jo 15.16; Rm 3.10-11], Ele não nos es colheu porque éramos bons, mas nos escolheu para que pudéssemos fazer algo de bom. Em segundo lugar, Ele nos escolheu “nele” (em Cristo), não em nós mesmos [Ef 1.4]. Tambémnos escolheu com um propósito: para ser mos santos e irrepreensíveis. ■ Todos nós, cristãos, concordamos que a salvação começa em Deus. Sa bendo que os recursos humanos são escassos, é Ele sempre quem dá o pri meiro passo para que ela se concretize [Rm 3.10-11]. Em Seu infinito amor e graça, é Deus quem procura o pecador [Lc 19.10]. Convém observar que Deus nos escolheu mesmo antes de criar o universo, de modo que nossa salvação se deve inteiramente à Sua graça, não há mérito humano que possa justificar a salvação. Por isso Paulo afirma que fomos eleitos “nele”, em Cristo [Ef 1.4]. 3.2 Uma poderosa redenção. A reden ção da humanidade está intimamente ligada à ideia de sacrifício com der ramamento de sangue [Lv 17.11; Hb 9.22]. A morte de Cristo e o derrama mento de Seu sangue precioso resulta ram na remissão dos pecados de toda a humanidade. Desse modo, a reden ção trouxe como efeito a nossa justifi cação diante de Deus. A graça que foi derramada sobre nós é tão poderosa que, além de quitar completamente nossa dívida diante de Deus, ainda nos abriu a porta de acesso para que pudéssemos conhecer as riquezas de Sua graça. Acerca da graça, Paulo faz a seguinte afirmação: nos fez agradáveis [Rm 3.23-24; 5.1; Ef 1.6-7], ■ O homem jamais poderia salvar a si mesmo. A condição humana era de culpa. A redenção nos libertou dessa culpa e em Cristo fomos justificados. A palavra redenção indica “liberta ção em razão do pagamento de uma redenção”. O termo era usado especi ficamente em referência à compra da liberdade de um escravo. A aplicação desse termo esclarece perfeitamente a nossa condição antes da redenção. O sacrifício de Cristo comprou a nossa liberdade [Rm 3.23-24]. 3.3 Filhos adotivos. Paulo nos diz que Deus nos predestinou para sermos adotados como Seus filhos por meio de Jesus Cristo, de acordo com a pura afei 8 liçAo 1 ção de Sua vontade [Ef 1.5]. A adoção é o ato pelo qual Deus coloca os que nasceram de novo em uma posição de filhos adultos dentro de sua família. Ele age dessa maneira para que possamos imediatamente nos apropriar de nossa herança e a desfrutar nossas riquezas espirituais outorgadas pela graça. Um bebê não pode herdar legalmente uma herança [G1 4.1-7]. Isso significa que não precisamos esperar até nos tornar mos experientes na fé para nos apro priarmos de nossas riquezas em Cristo. ■ Todos nós fomos criados para viver em comunhão com Deus, como seus filhos [Gn 1.26; At 17.28]. Porém, o pe cado roubou de nós esse privilégio, e a consequência dessa qualidade de vida era viver fugindo de Deus. Pela graça de Deus, em Cristo e através dEle, fo mos restaurados à filiação. Antes éra mos apenas criaturas e não filhos [Mc 16.15; Jo 1.12], A adoção nos colocou em uma posição privilegiada. O que antes era medo e afastamento de Deus, com a adoção se tornou alegria, prazer e amor pelas coisas divinas. CD EU ENSINEI QUE: 0 apóstolo Paulo faz um relato das bênçãos re cebidas em Cristo Jesus. Ele apresenta os pro pósitos de nossa eleição em Deus, os efeitos da redenção e como nos tornamos filhos de Deus. © CONCLUSÃO De acordo com o bom propósito de Sua vontade, Deus em Sua presci- ência e adorável graça elaborou desde a eternidade uma poderosa re denção para toda humanidade em Jesus Cristo. Ele nos resgatou e nos adotou para nos tornar participantes das promessas em Cristo [Ef 3.6], ^ANOTAÇÕES BETEL DOMINICAL Revista do Professor 9 As bênçãos advindas da 0 ASSISTA AO VÍDEO FOCO NA LIÇAO DESTA AULA ATRAVÉS DO QR CODE -> salvação TEXTO ÁUREO VERDADE APLICADA "Eis que Deus é a minha salvação; eu confia rei e não temerei, porque o Senhor Jeová é a minha força, e o meu cântico, e se tornou a minha salvação." Isaías 12.2 Desde a eternidade, Deus elaborou um pla no para salvação de todo aquele que crê em Jesus Cristo. © OBJETIVOS DA LIÇÃO 0 Ensinar acerca da eleição divina. 0 Mostrar o significado da predestinação. 0 Apresentar os propósitos da soberana eleição. ©TEXTOS DE REFERÊNCIA EFÉSIOS 1 4. Como também nos elegeu nele antes da fun dação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em caridade, 5. E nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o bene plácito de sua vontade, 6. Para louvor e glória da sua graça, pela qual nos fez agradáveis a si no Amado, 7. Em quem temos a redenção pelo seu sangue, a remissão das ofensas, segundo as riquezas da sua graça. 8. Que ele fez abundar para conosco em toda a sabedoria e prudência. 10 6Ô LEITURAS COMPLEMENTARES SEGUNDA | Jo3.16 Deus amou o mundo de tal maneira. TERÇA | Jo 5.24 Jesus é o Filho de Deus. QUARTA | Rm 8.32 Deus entregou Seu Filho por todos nós. QUINTA | 1Co 6.20 Fomos comprados por bom preço. SEXTA | Ef 5.27 Para a apresentar a Si mesmo Igreja gloriosa. SÁBADO ( Cl 1.12-14 Jesus Cristo: autor da nossa redenção. HINOS SUGERIDOS E? ESBOÇO DA LIÇÃ01 15,351,430 ® MOTIVO DE ORAÇÃO Ore em agradecimento por tão grande salvação. Introdução 1. Eleitos antes da fundação dos tempos 2. Predestinados: uma vida de comunhão 3. Os propósitos da soberana eleição Conclusão INTRODUÇÃO O maior presente concedido à humanidade é a redenção. Somente um Deus Onisciente, Onipotente e Onipresente poderia planejar e realizar a redenção dos seres humanos. D Eleitos antes da fundação dos temposA salvação em Cristo Jesus não trata somente do livra mento da ira vindoura, ela porta consigo bên çãos preparadas por Deus para toda a hu manidade, preparadas por Ele desde a eterni dade [Ef 1.3-4]. 1.1. Eleitos com todas as bênçãos espirituais. O apóstolo afir ma que fomos abençoados com todas as bênçãos espirituais e apresenta a dimensão em que essas bênçãos es tão: “nos lugares celestiais”, e a fonte PONTO DE PARTIDA Todo aquele que crê em Jesus recebe a vida eterna. pela qual elas jorram sobre os eleitos: “em Cristo” [Ef 1.4]. Deus nos esco lheu para nos abençoar com bênçãos que só se encontram nEle e somente quem O encontra poderá alcançá-las. Éfeso era riquíssima e abrigava no templo da deusa Diana al guns dos maiores tesouros de arte do mundo antigo. Paulo compara a Igreja de Cristo com um templo e explica a grande riqueza que Cristo tem em Sua Igreja. Em Cristo somos transportados de um mundo de trevas e colocados numa elevada posição [Ef 2.6; Cl 1.13], BETEL DOMINICAL Revista do Professor 11 N A expressão “nos lugares celes tiais” esclarece não somente o lugar de onde essas bênçãos recaem sobre os eleitos, mas também fala acerca da posição onde Cristo está assen tado juntamente com aqueles que foram alcançados pela graça [Ef 2.6]. “Nos lugares celestiais” aponta para a excelência de uma vida em Cristo, do alto nível que a salvação nos colocou. Éramos inimigos de Deus, cidadãos de um mundo de trevas, mas o favor de Deus nos tor nou filhos e fomos transportados para o reino de Sua maravilhosa luz [Ef 5.8; Cl 1.12-13], 1.2 Ele nos elegeu. Como o homem estava espiritualmente morto em de litos e pecados, ele jamais poderia ter mérito ou algum recurso próprio sufi ciente para operar a salvação [Ef 2.1], Isso é o que Paulo deixa bem claro ao afirmar que fomos eleitos por Deus, sendo Cristo o fundamento de nossa eleição. Deus nos escolheu antes que tudo ou até nós mesmos sequer exis tíssemos [SI 139.14-16]. Essa afirma ção feita por Paulo é tão poderosa que, além de descartar toda e qualquer participação humana na salvação, ainda indica que até mesmo a fé que possuímos para chegar a salvação não vem de nós, é um dom de Deus que Ele por intermédio de Sua graça nos outorga [Jo 15.16; EÍ2.8-9]. H A escolha divina nada tem a ver com discriminação. Deus quer que todos os homens se salvem e venham ao conhecimento da verdade, pois morreu por todos, e não apenas por um determinado grupo de pessoas [ ITm 2.4,6], O propósito da salvação é universal, contudo, não há como negar que, em Suapresciência, Deus sabe muito bem quem irá ou não se salvar. Porém, não pode negar a Si mesmo e Sua vontade soberana tem princípio na justiça [SI 119.137], Não faz parte do caráter divino rejeitar um pecador que se arrepende [2Cr 7.14; IJo 1.9; 2Pe 3.9]. 1 0 tempo da validade dessa elei ção. Toda doutrina revelada na Es critura só pode ser concebida pela fé. Isso acontece com a doutrina da trindade; a doutrina da salvação; e a doutrina da eleição ou predes tinação. Mesmo assim, todos nós concordamos que a eleição começa em Deus, e não no ser humano [Jo 15.16]. A eleição é um ato pode roso de Deus, ela é incondicional, não depende de esforço humano. Movido inteiramente por Seu amor e misericórdia, Deus através de Seu Filho Jesus Cristo concedeu, aos que estavam mortos em seus pecados, a graça da justificação. Nossa eleição é tão poderosa que tem validade eterna. Começou na eternidade e se estenderá através dela [Jo 6.39; Ef 1.4; Fp 1.6; 2Tm 1.12], H Com base na revelação bíblica, o pecador arrependido pode concluir que o plano de Deus é santo, sábio e bom. Que Deus é paciente e não está indiferente quanto ao estado perdido daqueles que rejeitam a salvação ofe 12 LIÇAO 2 recida em Cristo. Deus oferece a salva ção a todos, mas infelizmente muitos a rejeitam. A misericórdia de Deus é demonstrada em sua paciência [Rm 9.21-22; 2Pe 3.9]. m EU ENSINEI QUE: A salvação em Cristo Jesus porta consigo bên çãos para toda a humanidade, preparadas por Deus desde a eternidade. Predestinados: uma vida de comunhão Precisamos compreender a pre destinação não como algo fata lista, mas graciosa. Paulo ensina que Deus nos predestinou para si mesmo, ou seja, para vivermos diante dEle, sermos Seu tesouro particular. Não nos escolheu para estarmos alienados de Sua presen ça e sem intimidade [Ef 1.5], 2.1 Predestinados segundo Sua von tade e propósito. Com muita frequ ência, o verbo predestinar é inter pretado de maneira equivocada. De acordo com seu uso na Bíblia, refere- -se, essencialmente, ao que Deus faz pelos salvos. Em lugar algum da Es critura é ensinado que certas pessoas são predestinadas ao inferno. Pre destinar significa simplesmente or denar de antemão, predeterminar. A eleição se refere sempre a pessoas, a predestinação a propósitos. Sabemos que tudo o que Deus faz obedece a um propósito e nada existe sem uma razão de ser. Ele nos escolheu em Cristo com o propósito de que fôsse mos santos e irrepreensíveis [Ef 1.4]; filhos de adoção; filhos agradáveis a Ele [Ef 1.5-6]; filhos participantes de Sua herança [Ef 1.14], N Antônio Gilberto (Teologia Siste mática Pentecostal - CPAD, p. 372- 373): “A predestinação que a Bíblia ensina não é a de uns para a vida eterna e a de outros para a perdição eterna. A predestinação é para os que quiserem ser salvos, conforme lemos em 2Tessalonicenses 2.13 e 2Timó- teo 2.10: “Deus nos escolheu desde o princípio para a salvação”; “Esco lhidos para que também alcancem a salvação”. Eleição é o ato divino pelo qual Deus escolhe ou elege um povo para si, para salvá-lo [2Ts 2.13]. Pre destinação é o ato de Deus determinar o futuro desse povo. No Novo Testa mento, esse povo é a Igreja, o Corpo de Cristo, o povo salvo [Ef 1.22-23].” 2.2 Predestinados para a adoção de filhos. O pastor e teólogo John Stott diz que a expressão-chave para se compreender as consequências pre sentes de nossa eleição é a “adoção”. FOCO NA aí— z- ■ ■ — lição A salvaçao em Cristo Jesus nao trata somente do livramento da ira vindoura, ela porta consigo bênçãos preparadas por Deus para toda a humanidade... BETEL DOMINICAL Revista do Professor 13 Ele afirma que o Senhor nos destinou para uma dignidade mais alta do que a própria criação poderia nos outor gar. Pretendia “adotar-nos”, fazer- -nos filhos e filhas da sua família [Jo 1.12-13; Ef 2.19], William Barclay diz que de acordo com a lei romana uma pessoa adotada desfrutava na nova família de todos os direitos de um filho legítimo e perdia todo direito em sua família anterior. Perante a lei era uma nova pessoa. Tão nova era, que até as dívidas e obrigações rela cionadas com sua família anterior ficavam canceladas ou abolidas como se jamais tivessem existido. ■ Estávamos longe de Deus, aquém a qualquer promessa, inteiramente sob o poder do pecado e do mundo [Ef 2.11- 12]. Mas, segundo o beneplácito de sua vontade, Deus, por meio de Jesus Cristo, nos tirou deste poder para nos transladar ao dEle. Esta adoção apa ga e elimina o passado em tal medida que somos feitos novos. Passamos da família do mundo e do mal à família de Deus. Que grandioso privilégio. Tornar-se um filho de Deus nos ga rantiu desfrutar do livre acesso ao Pai e de todas as bênçãos da salvação nos lugares celestiais. 2.3 Predestinados para sermos se melhantes a Cristo. Muito impor tante efetuarmos uma reflexão so bre este assunto considerando os seguintes textos onde encontramos a expressão “predestinados” - Efésios 1.5,11 e Romanos 8.28-29. Assim, os textos expressam verdades preciosas: os eleitos em Cristo foram predesti nados para serem filhos de adoção, conforme Seu propósito de sermos semelhantes a Cristo. Notemos que em Romanos, e em Efésios, o apósto lo primeiro destaca a eleição do povo de Deus e a seguir o propósito, asso ciado com a predestinação - o pro pósito é sermos filhos semelhantes a Cristo. Para tanto, vemos que Deus não apenas escolheu e predestinou, mas opera no Seu povo visando al cançar Seu propósito - Romanos 8.28 (NAA - “Deus coordena todas as coisas de modo que cooperem pa ra o bem dos seus filhos”); Efésios 1.11 (“faz todas as coisas”). M Comentário de Romanos - Craig S. Keener - Reflexão Editora - p. 193-194) discorre sobre o cuidado que devemos ter para não restringir mos o entendimento quanto a ter mos como “escolher” e “predestinar” [Rm 8.29-30], à luz da polarização dos debates teológicos posteriores, tais como a defesa do livre-arbítrio por um lado e a graça soberana de Deus por outro: “O próprio público de Paulo pensaria em Israel como o povo que Deus havia escolhido e reconhecería que o argumento de Paulo foi projetado para mostrar que Deus era tão soberano que não era obrigado a escolher (com res peito à salvação) baseado na etnia judaica. (...) aparentemente ele se refere à escolha de Deus principal mente para enfatizar a iniciativa da graça de Deus ao invés das obras humanas [Rm 9.11].” 14 LIÇÃO 2 CV°L?ÇÃO Paulo ensina que Deus nos predestinou para si mesmo, ou seja, para vivermos diante dEle, sermos Seu tesouro particular. 00 EU ENSINEI QUE: Deus nos predestinou para si mesmo, ou seja, para vivermos diante dEle, sermos Seu tesouro particular. Os propósitos da soberana eleição Nesta seção, Paulo faz um relato das bênçãos recebidas em Cristo Jesus. Ele apresenta os propósitos de nossa eleição em Deus, os efei tos da redenção, e como nos tor namos filhos para que pudéssemos desfrutar das riquezas dessa tão grande salvação. 3.1 Eleitos para ser santos. Sabemos que tudo o que de Deus procede obe dece a um propósito e tem uma razão de ser. Deus nos escolheu, a fim de que possamos ser santos e irrepreen síveis [Ef 1.4], O termo grego usado é Amõmos (sem culpa) significa, lite ralmente, sem defeito, ou impecável. Quando nada ainda existia, Deus pla nejou formar um povo, uma família de homens e mulheres santos e imacula dos para si, o que significa levar uma vida à parte dos pecadores, do mun dano e de tudo que não lhe agrada. Ele deseja que vivamos de acordo com o modelo de santidade e justiça que Seu Filho nos ensinou; e Ele é tão rico em misericórdia e nos ama tanto que en viou Seu Santo Espírito para nos ajudar a alcançar esse objetivo importante. ■ Nosso compromisso diante de Deus, depois de nos escolher e nos abençoar em Cristo, de uma maneira tão especial, nada mais é do que viver para Ele, de acordo com Seu modelo de santidade e justiçaque é Cristo. Após o novo nascimento, o Espírito Santo trabalha de forma contínua, regenerando e santificando o povo escolhido de Deus, para apresentar a si mesmo uma igreja sem ruga, sem mácula, santa e gloriosa em Cristo [Ef 5.27]. A santificação nos eleitos é um processo contínuo e ascendente, que busca a maturidade e a perfeição dos tais. Sem ela ninguém verá o Se nhor [Hb 12.14b]. 3.2 Eleitos para sermos filhos respon sáveis. A eleição é um privilégio que traz consigo uma grande responsabili dade. Sermos adotados como filhos na família de Deus nos remete um “mais” de ganho, e um “menos” de perdas ne cessárias, pois é inaceitável que, nos tornando filhos e desfrutando de um relacionamento com o Pai, não tenha mos as características da sua família [Rm 8.29], Em nosso “mais” ganhamos o acesso a Ele mediante a redenção. Todavia, mediante a obra santificadora BETEL DOMINICAL Revista do Professor 15 do Espirito Santo perderemos nossas máculas até que finalmente sejamos perfeitos na eternidade. Nossa res ponsabilidade é transmitir a imagem de Cristo em nossa forma de conduta nesse mundo. Ou seja, vivermos, como “filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração corrompida e perversa” [ Fp 2.15]. Estamos no mundo, mas não somos do mundo (Jo 17.14-16). N Paulo diz que Deus nos escolheu para sermos santos, esse é o propósi to da nossa eleição em Cristo [Ef 1.4]. Por esse motivo o Senhor nos deu o Espírito Santo. Para promover a nos sa fé em Cristo como nosso Salvador e Sua presença viva e dinâmica em cada eleito. Seu nome já deixa claro a sua missão: nos santificar para Deus [Rm 1.4; lPe 1.2]. Todos nós fomos acei tos como éramos, mas não podemos permanecer da mesma forma em Sua presença, porque nos tornamos nova criatura [2Co 5.17]. Eleitos para agradá-lo. Devemos ser gratos a Deus por nos iluminar com a compreensão daquilo que éramos e aquilo que agora nos tornamos através de Seu eterno propósito em Cristo. Ele não somente nos recebeu e nos recon ciliou consigo na condição de filhos, Ele também nos selou com o Espírito Santo, nos tornando sua proprieda de [Ef 1.13], O teólogo e pastor John Stott diz que o selo era uma marca de possessão e de autenticidade. O gado e até mesmo os escravos eram marcados com um selo externo por seus donos a fim de indicar a quem pertenciam. Conosco Deus fez diferente, nos deu o seu Espírito Santo selando-nos pelo lado de dentro [ICo 6.19-20; lPe 2.9]. H Deus odeia o pecado, mas ama o pecador. Não havia meios humanos para nos tornarmos agradáveis a Deus, mas em Cristo Ele nos proporcionou através de Sua graça [Ef 1.6], Agora, passadas essas coisas, sabemos que fomos predestinados para sermos con formes à imagem de Seu Filho [Rm 8.29]. Seu interesse é que, através da obra do Espírito Santo em nós, seja mos transformados para refletirmos em nosso viver o caráter de Cristo. Deus nos escolheu para vivermos co mo filhos amados e o Espírito Santo testemunha essa grande obra da graça em nosso espírito [Rm 8.16]. ITI EU ENSINEI QUE: Paulo faz um relato das bênçãos recebidas em Cristo Jesus. Ele apresenta os propósitos de nossa eleição em Deus, os efeitos da redenção e como nos tornamos filhos de Deus. @CONCLUSÃO Antes de tudo existir, inclusive nós mesmos, Deus elaborou um podero so plano de salvação capaz de mudar a vida de todos os seres humanos e, por Sua infinita vontade, graça e bondade, hoje temos o privilégio de fazer parte de Sua grande família [Ef 2.19], 16 LIÇÃO 2 17 out 7 2021 LIÇAO S ASSISTA AO VÍDEO FOCO NA LIÇÃO DESTA AULA ATRAVÉS DO QR CODE -> A oração de gratidão pelo conhecimento TEXTO ÁUREO VERDADE APLICADA "Orando em todo tempo com toda a oração e súplica no Espírito, e vigiando nisto com toda a perseverança e súplica por todos os santos." Efésios 6.18 Pela oração nos comunicamos com Deus e cultivamos o necessário contato com Nos so Senhor, para nossa constante edificação. © OBJETIVOS DA LIÇAO ET Ensinar os fatores que nos ET Mostrar a importância de 0 Explicar os objetivos da motivam a orar. uma vida de oração. oração. ©TEXTOS DE REFERÊNCIA EFÉSIOS 1 15. Pelo que, ouvindo eu também a fé que entre vós há no Senhor Jesus e a vossa caridade para com todos os santos, 16. Não cesso de dar graças a Deus por vós, lembrando-me de vós nas minhas orações, 17. Para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos dê em seu conheci mento o espírito de sabedoria e de revelação; 18. Tendo iluminados os olhos do vosso enten dimento, para que saibais qual seja a esperança da sua vocação e quais as riquezas da glória da sua herança nos santos. BETEL DOMINICAL Revista do Professor 17 bè LEITURAS COMPLEMENTARES! SEGUNDA Mt 21.22 A oração e a fé. TERÇA | Mc 11.24-26 A oração e o perdão. QUARTA At 4.31 A oração e o Espírito Santo. QUINTA Rm 15.30-32 A oração e a unidade. SEXTA | Fp 4.6 Oração e súplica, com ação de graças. SÁBADO 1Jo 5.14 A eficácia da oração. HINOS SUGERIDOS DESBOCO DA LIÇÃO 126,358, 577 MOTIVO DE ORAÇÃO Ore a Deus por força e sabedoria para nos conduzirmos em oração. Introdução 1. Fatores que nos motivam a orar 2. A disciplina da oração 3. 0 objetivo da oração Conclusão d:- INTRODUÇÃO Embora tenhamos recebido de Deus a salvação pela graça, temos a obrigação de orar em todo tempo para que sejamos fortalecidos na fé e prossigamos vencendo as tentações e desfrutando as bênçãos da salvação [ITs 5.17], D Fatores que nos motivam a orarPor intermédio de Jesus Cristo, Deus está formando um povo pa ra Si [At 15.14; Ef 2.14], Para tanto, a Igreja é en viada ao mundo para anunciar a mensagem de Cristo e do amor de Deus a todos os ho mens. 1.1 A oração vinda de um coração ale gre. A fé e o amor que havia na vida dos santos de Éfeso foram o combus tível para que Paulo intercedesse por eles para que fossem ainda além [Ef 1.16-17], Sendo Cristo o objeto da sua PONTO DE PARTIDA Orar é falar com Deus. fé, os santos se tornaram o objeto do seu amor. Paulo tinha sensibilidade para separar as coisas espirituais das que eram carnais, e viu nos santos, inspiração para orar. Quan do nos ocupamos com o que a graça de Deus opera na vida dos santos, temos sempre muitos motivos pa ra dar graças. A oração feita aqui vai além de devoção ou compromisso, ela exprime a alegria de um coração agradecido por ver um povo de bem com Deus. N O apóstolo Paulo não somente fundou a igreja naquela região, ele também a acompanhava de perto. 18 LIÇÃO 3 Qual é o pai que não se sente feliz ao ouvir que seus filhos estão trilhando caminhos de sucesso? Assim como todo bom pai, e como todo bom semeador, ele se alegrou com o de senvolvimento e o progresso do que havia semeado. Essa motivação lhe conduziu a orar para que eles alcan çassem altos níveis de vida espiritual [Ef 1.15-19], 1.2 A fé exercida pelos santos. A igreja estava numa área estratégica. Éfeso era uma cidade portuária que atraía pessoas de várias culturas. A cidade cultuava a deusa Ártemis ou Diana, a deusa da fertilidade, que era representada por uma figura femi nina com muitos seios. Havia uma grande estátua de Ártemis, no grande templo. A festa de Ártemis envolvia orgias, libertinagem sexual e bebe deira. A vida religiosa e comercial de Éfeso girava em torno da adora ção àquela divindade pagã. Mesmo em meio a essa pressão idólatra, os crentes de Éfeso se mantinham ina baláveis e fiéis ao evangelho que ha viam recebido [Ef 1.15], U Quando Paulo escreveu essa epís tola, ele estava na prisão. Quando ouviu tais notícias, ele ficou feliz e realizado. De acordo com o contexto histórico dessa cidade, a fé demons trada por esses cristãos era sólida e re sistente. Paulo estava completo. Havia chegado a seus ouvidos um relato da fé e do amor que eles tinham para com todo o povo consagrado de Deus. Essas são as duas coisas que caracterizam a Igreja verdadeira: a fidelidade a Cristo e o amor aos homens[Mt 22.37-40]. 1.3 0 testemunho dos santos. Esta igreja destacou-se por sua fé e seu amor. O amor não era para essas pes soas simplesmente um lema ou um rótulo. Os cristãos daquela congre gação expressaram um amor verda deiro, baseado em sua fé no Senhor Jesus [Ef 1.15], Existe uma forma de lealdade a Cristo que não leva ao amor a nossos semelhantes, mas ao cumprimento religioso de certos há bitos e ritos que quase sempre isolam o cristão dos demais. Um verdadei ro cristão deve amar Cristo e amar a seus semelhantes [IJo 4.20-21], Por mais ortodoxa que seja uma igreja, por mais pura que seja sua teologia e por mais nobre que seja sua liturgia, ela não é uma igreja verdadeira no sentido real do termo, a menos que seja caracterizada pelo seu amor por seus semelhantes. H O verdadeiro cristão sabe que não pode mostrar seu amor a Cristo de nenhuma outra forma a não ser manifestando-o a seus semelhantes. A verdadeira Igreja é caracterizada por um duplo amor: amor a Cristo e amor ao próximo [Mt 22.37-40], John Stott: “O amor a Deus não somente se expressa em confiante atitude para com Ele, isenta de te mor, mas num afetuoso interesse por nossos companheiros cristãos [IJo 3.14], O perfeito amor que lan ça fora o medo, lança fora o ódio também.” BETEL DOMINICAL Revista do Professor 19 [fl EU ENSINEI QUE: Por intermédio de Jesus Cristo, Deus está for mando um povo para Si. Para tanto, a Igreja é enviada ao mundo para anunciar a mensa gem de Cristo e do amor de Deus a todos os homens. A disciplina da oração Para vencer no mundo precisa mos de orientação divina a cada passo da caminhada e a oração é o meio pelo qual o Senhor e nós interagimos para que recebamos essas coordenadas. A oração é a nossa respiração diária. Para exercê-la e sobrevivermos deve mos ser responsáveis [Rm 12.12]. 2.1 A intercessão. Na maioria dos casos, as circunstâncias que nos le vam a orar são dificuldades, doen ças, problemas conjugais ou crises. É triste que nossa oração tenha que ser motivada por causas tão negativas. Aqui temos um caso atípico, foram as coisas positivas que motivaram a oração de Paulo [Ef 1.15-16]. La mentavelmente, em muitos casos, a oração a Deus tem sido motivada pelo desejo de ter certas coisas e, dessa forma, em vez de um víncu lo de amizade e comunicação com Deus, torna-se uma lista de pedidos. Interceder é não orar para si, é con versar com Deus em favor de outros. É um dever de todos os cristãos [Rm 15.30-33; Cl 4.2-4], K O apóstolo Paulo agradece a Deus pela vida desses crentes, e in tercede por eles para que o Senhor lhes descortine as riquezas de sua herança na graça [Ef 1.14-18]. Ele pede a Deus pela Igreja uma revela ção e conhecimento mais completos. Para o cristão, o crescimento do co nhecimento e da graça é essencial. Importantes lições podemos extrair da oração de Paulo: gratidão; pedi do de sabedoria e revelação a fim de que possam compreender e discer nir as bênçãos que lhes pertencem em Cristo. Tais pedidos nos fazem lembrar das palavras de Jesus para a mulher samaritana: “Se você co nhecesse o dom de Deus e quem é que está (falando com você) ...você pediria...” [Jo 4.10 - NAA], Interes sante esta conexão: conhecimento e oração! Como se Jesus estivesse di zendo: “Se você conhecesse, oraria”. 2.2 Gratidão e ações de graça. A ver dadeira oração intercessora não visa somente conhecer a vontade de Deus e vê-la realizada, mas vê-la se reali zando, quer nos traga benefícios ou não. Esse tipo de oração procura dar Q,f°lição A oração feita aqui vai além de devoção ou compromisso, ela exprime a alegria de um coração agradecido por ver um povo de bem com Deus. 20 LIÇÃO 3 glória a Deus, e nunca a nós mesmos [ITs 5.18]. A relação entre o cristão e a pessoa de Deus através da oração já é um grande motivo para darmos graças. Saber que Deus já nos amava mesmo antes de existirmos redun da em ações de graças. Paulo afirma que fomos abençoados com todas as bênçãos, outra importante razão para sermos agradecidos em todo o tempo [SI 95.2-3; Cl 3.15-17], U Existem várias formas de nos aproximarmos de Deus para agrade cer [ICr 16.34; 29.13], Existe a forma pessoal, onde reconhecemos que nada nessa vida poderia estar acontecendo conosco se Deus, por Sua graça, não nos desse. Devemos, também, agra decer a Deus não somente pelas bên çãos pessoais que dEle recebemos, mas também pela vida de nossos irmãos, como o apóstolo Paulo nos ensina. A intercessão é uma forma de oração que precisamos muito exercitar em nossos dias. 2.3 Disciplina na oração. Se fizés semos uma lista de citações bíblicas dos tempos em que Paulo disse que estava orando por alguém, ficaría mos surpresos em ver a extensa lista de orações que o apóstolo tinha. Ele orou por muitas pessoas. Ele era um grande homem de oração [Fp 4.6-7], Nesta epístola há duas das orações de Paulo, essas orações revelam sua pre ocupação como filho de Deus pelos outros crentes [Ef 1.17-23-; 3.14-21]. O bom cristão geralmente atua de três formas em oração: para renovar- -se espiritualmente; quando tem uma necessidade pessoal; ou quando inter cede por alguém. H Vivemos tempos muito difíceis onde se faz necessário reservar por ções de tempo para buscarmos em Deus orientação, direção e graça. O propósito da oração de Paulo muito nos motiva também. Ele orou para que aquelas pessoas experimentas sem em suas próprias vidas os bene fícios da graça salvadora que haviam recebido de Deus. Mesmo sendo fir mes no testemunho, e enriquecidos em amor, eles ainda precisavam de mais. Enquanto estivermos nesse mundo todo revestimento será bem- -vindo [ICo 14.12]. □3 EU ENSINEI QUE: Para vencer no mundo precisamos de orienta ção divina a cada passo da caminhada e a ora ção é o meio pelo qual o Senhor e nós intera gimos para que recebamos essas coordenadas. 0 objetivo da oração A intercessão feita por Paulo tinha objetivos a serem alcançados. A fi nalidade era que eles recebessem de Deus o espírito de sabedoria, espírito de revelação e que tives sem iluminados os olhos do en tendimento [Ef 1.17-18], 3.1 Espírito de sabedoria. Não há consenso entre os comentaristas quanto à identificação do “espírito” mencionado na oração de Paulo [Ef 1.17]. Assim, na presente reflexão vamos focar o aspecto qualitativo da BETEL DOMINICAL Revista do Professor 21 Caução A oração é a nossa respiração diária. Para exercê-la e sobrevivermos devemos ser responsáveis [Rm 12.12], expressão. O apóstolo pede a Deus que os cristãos de Éfeso sejam aben çoados com um dom que se refere a uma qualidade de mente ou de alma que se expressa em sabedoria e re velação produzidas unicamente pela ação do Espírito Santo, como expres sou Francis Foulkes. Trata-se, assim, da sabedoria espiritual que habilita o discípulo de Cristo a se aprofundar no conhecimento de Deus, considerando que a simples sabedoria humana não é capaz de entender as coisas espiri tuais [ICo 2.14]. H Sabemos que o material é impor tante não somente na vida do crente, mas de todo ser humano; no entanto, Paulo não intercede aqui sobre esse as pecto, na verdade, não era costumeiro ao apóstolo pedir a Deus as bênçãos materiais, em vez disso, anelava sem pre por bens espirituais para os santos, porque tinha certeza de que Deus su priría todas as necessidades [Mt 6.33], 3.2 Espírito de revelação. O “espírito de revelação no conhecimento dele” não é outra coisa senão o conhecimen to pleno e profundo de Deus, recebido através de todas as verdades reveladas por Ele mesmo na pessoa de seu Es pírito Santo [Ef 1.17]. É interessante notar que essas duas petições estão intimamente relacionadas entre si. Já que o ato de possuir o “espírito de sa bedoria” depende da revelação que nos é dada por Deus. Na realidade, não se trata de revelações especiais como as que receberam os profetas, mas, sim, de todas aquelas verdades de Deus que Ele quer que saibamose que por sua vontade o Espírito Santo nos irá des cortinando pela Palavra em um pro cesso contínuo [1 Co 2.10-11]. R É a Palavra de Deus que contém a verdade de Deus. Portanto, depende mos da ação do Espírito Santo para, não apenas entender as verdades bí blicas, mas, também, viver de acordo com elas [Jo 14.26; 16.13]. É preciso da nossa parte: consciência e interes se quanto à relevância de conhecer mos o que o Senhor tem revelado por intermédio de Sua Palavra. É graças a este processo de revelação que po demos ser sábios espiritualmente e inteligentes, para nos conduzir em tudo que concerne nossa vida terre na, e isso não é apenas para alguns, mas é para todos os santos, porque a Palavra nos ensina que “temos a mente de Cristo” [1 Co 2.16], 3.3 Iluminação do entendimento. A natureza caída do homem não lhe per mite discernir corretamente as coisas concernentes ao mundo espiritual. Ele precisa que “os olhos de seu entendi 22 LIÇÃO 3 mento” (o coração) sejam iluminados pela chama do Espírito Santo de Deus, o qual lhe permitirá distinguir entre o natural e o espiritual; é por isso que a Palavra estabelece a diferença entre o homem natural e espiritual [ICo 2.14- 15], O homem precisa de ajuda divina para poder compreender o desenvol vimento do plano mestre que Deus traçou para todos os séculos. M Segundo o testemunho dos me lhores textos gregos, a palavra original traduzida por “entendimento” é “cora ção”, que significa o homem interior, e não apenas a sede dos afetos, de acordo com o uso figurativo de hoje. Dele sur gem pensamentos, desejos e impulsos que são concretizados posteriormen te em ações. Sobretudo, é a fonte de decisões, da vontade [Mt 15.18-19]. Portanto, “olhos do coração” ilumina dos são nossos “olhos interiores”, que necessitam ser iluminados para com preendermos a verdade de Deus. IT EU ENSINEI QUE: A intercessão feita por Paulo tinha objetivos a serem alcançados. A finalidade era que eles re cebessem de Deus o espírito de sabedoria, es pírito de revelação e que tivessem iluminados os olhos do entendimento. @ CONCLUSÃO O Senhor não somente ouve e responde as petições que fazemos em favor de nossas necessidades, Ele também está pronto a ouvir as nossas intercessões [Tg 5.16]. ^ANOTAÇÕES BETEL DOMINICAL Revista do Professor 23 24 Ol T 2021 LIÇÃO 4 A tríplice dimensão da salvação 1 9 ASSISTA AO VÍDEO FOCO NA LIÇÃO DESTA AULA ATRAVÉS DO QR CODE -> >0= TEXTO ÁUREO VERDADE APLICADA "Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus." Efésios 2.8 A salvação em Jesus Cristo nos tirou da condi ção de mortos, nos vivificou e nos transportou para um reino de luz. ©OBJETIVOS DA LIÇÃO Descrever a condição hu mana. B Apresentar nosso estado presente. B Explicar os propósitos de nossa salvação. ©TEXTOS DE REFERENCIA EFÉSIOS 2 1. E vos vivificou, estando vós mortos em ofen sas e pecados, 2. Em que noutro tempo andastes segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência. 3. Entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fa zendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também. 5. Estando nós ainda mortos em nossas ofen sas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos). 24 bà LEITURAS COMPLEMENTARES SEGUNDA Rm 8.1 Não há condenação para quem está em Cristo. TERÇA 2CO5.17 Se alguém está em Cristo, nova criatura é. QUARTA Gl 2.16 0 homem é justificado pela fé em Cristo. QUINTA EÍ4.24 0 novo homem: criado em justiça e santidade. SEXTA | Cl 3.10 Uma nova criatura à imagem do seu Filho. SÁBADO ! 2Tm 1.9 Deus nos salvou e chamou com santa vocação. & HINOS SUGERIDOS E? ESBOÇO DA LIÇÃO 26,116,296 A MOTIVO DE ORAÇÃO Ore a Deus agradecendo por efetuar em nos sas vidas uma tão grande salvação. Introdução 1. Quem nós éramos no passado 2. O que nos tornamos no presente 3. O que seremos no futuro Conclusão INTRODUÇÃO A salvação produziu em todos os salvos um efeito muito poderoso. Ela abrange nosso passado (quem éramos); o presente (quem somos agora); e futuro (o que ainda iremos nos tornar). D Quem nós éramos no passadoCom muita firmeza, Paulo descre ve nosso estado antes da salvação chegar até nós. Ele afir ma que estávamos mor tos, agíamos na vontade da carne e andávamos de acordo com os dita mes do mundo [Ef 2.1 ]. 1.1 Nossa condição diante de Deus. Uma pessoa não precisa estar sepultada para estar morta. A morte da qual Paulo se refere é uma declaração real da condi ção espiritual de todas as pessoas que não estão em Cristo. A origem dessa PONTO DE PARTIDA Jesus reconciliou o ser humano com Deus. condição aparece nos delitos e peca dos dos seres humanos [Ef 2.1-3]. De acordo com o ensino das Escrituras, a morte é o estado de separação entre o homem e Deus [Is 59.2], Paulo utiliza duas palavras gregas que descrevem a con dição humana: delito “pa- raptõma”, que envolve um passo em falso ou um desvio do caminho certo; e pecado “hamartia”, errar o alvo. A ideia é a de uma pessoa que atira dardos e nunca acerta o alvo. Essa é a condição do homem sem Deus, era assim que estávamos antes da salvação [Rm 5.12], BETEL DOMINICAL Revista do Professor 25 U Éramos por natureza objetos da ira divina. Éramos, também, escravos numa situação da qual éramos incapazes de sair porque estávamos mortos, e mortos não ressuscitam a si mesmos. Por Sua misericórdia, o Senhor manifestou sobre nós a Sua graça e nos vivificou, livrando- -nos das amarras do pecado [Rm 6.18]. A salvação também não é um tipo de transação onde Deus opera com a gra ça e nós contribuímos com a fé. Pois até mesmo a fé que em nós opera é um dom dado por Deus [Ef 2.8]. 1.2 Andávamos segundo o curso do mundo. As palavras “século e mundo” se referem a um sistema de valores sociais que está totalmente alienado de Deus. Paulo está se referindo aqui a um mundo escravizante onde suas forças controlam por completo o ho mem sem Deus [Rm 6.22; Ef 2.2]. Um mundo que penetra, e até mesmo do mina, a sociedade não-cristã, e subjuga as pessoas ao cativeiro. Éramos escra vos, numa total situação de desonra e incapacidade. Essa natureza caída nos tornou em objeto da ira dé Deus [Ef 2.3]. Mas Deus, por Sua imensa graça e propósito, nos ressuscitou juntamen te com Cristo “e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus” [Ef 2.5]. Deus então agiu para nos libertar do poder do pecado. H Da mesma forma que uma pessoa fisicamente morta não reage a estímu los aplicados ao corpo, uma pessoa espiritualmente morta não consegue reagir às coisas espirituais. Um morto não é capaz de sentir fome, sede ou dor. É isso que acontece com a alma daquele que ainda não é salvo. Suas faculdades espirituais não funcionam e não podem funcionar, enquanto Deus não lhe der vida [Jo 5.24]. 1.3 Andávamos na vontade da car ne. Paulo diz que fazíamos a von tade da nossa carne [Ef 2.3]. Ele fala de uma vontade humana que é subjugada às inclinações de uma natureza pecaminosa. Separada de Deus (morta espiritualmente), a pessoa não é capaz de entender nem de apreciar as coisas espirituais [Jo 3.19]. Não possui qualquer vida es piritual e, por si mesma, não é ca paz de fazer coisa alguma agradável a Deus. O termo usado por Paulo para a palavra desejo é “epithymia”, que significa o desejo do mau e do proibido. A vida sem Deus está à mercê do desejo. Willian Barclay diz que viver de acordo com os ditames da carne é simplesmente viver de tal maneira que nossa natureza mais baixa (a pior parte de nós) domine nossas vidas [Rm 7.14-22]. H A natureza inclinada ao pecado sempre irá atender aos desejos da nossa concupiscência. A carne sempre militará contra o Espírito [G15.17]. A única maneira de vencermos a carne é permitindo que o Espírito Santo faça em nósuma profunda varredura e nos conduza a uma nova modalidade de vida [Rm 7.6], Existem três forças que estimulam o ser humano a desobede cer a Deus: o mundo, a carne e o diabo. A carne se inclina para aquilo que lhe 26 LIÇÃO 4 é agradável; o mundo a corrompe atra vés de seus ditames; e Satanás influen cia e cega os faltos de entendimento através da mentira [2Co 4.4]. QO EU ENSINEI QUE: Estávamos mortos, agíamos na vontade da carne e andávamos de acordo com os ditames do mundo. O que nos tornamos no presente Paulo começou retratando como era a nossa situação quando está vamos mortos em delitos e peca dos. Agora ele aponta para nosso estado presente, onde Deus em Seu amor e misericórdia nos deu vida em Jesus Cristo. 2.1. Gerados em misericórdia. Deus é amor, a essência de Seu ser é amor, e os muitos aspectos de Sua graça brotam da fonte de Seu amor. Portanto, Seu infinito amor também o torna rico em misericórdia. Ele não nos abandonaria no estado de miséria espiritual em que caímos por desobediência, de modo que a palavra diz que “mesmo estando mortos em pecados”, Ele nos deu vida juntamente com Cristo [Ef 2.4-5]. De pois de nos encontrarmos nesse estado catastrófico, agora vemos a ação sobe rana e amorosa de Deus, cuidando da salvação do pecador. Não há nada que o homem possa fazer para obter uma tão grande recompensa. É pela graça que somos salvos. A salvação é um presente de Deus [Ef 2.4-5; Tt 2.11]. U A palavra “graça” no original gre go indica: benevolência imerecida que Deus exibe, dom, presente. A união do crente com Cristo ao receber esta nova vida, ressuscitar com Ele e participar com Ele na dignidade dos lugares celes tiais é certamente um presente de Deus. Isso nos faz entender que foi através de nossa união vital com Cristo que nossa vida experimentou tão grande e profun da transformação. Quando Deus entrou em cena, o panorama da vida do pecador mudou totalmente. O amor de Deus pela humanidade é indiscutivelmente inex plicável [Jo 3.16], Paulo usa três pode rosos verbos para explicar a grandeza da graça que o Senhor derramou sobre nós: “deu vida”; “ressuscitou”; e “fez assentar”. 2.2 Fomos vivificados. A miserável condição espiritual em que estávamos e o destino inevitável ao qual fomos condenados como resultado, contrasta muito com o presente incomensurável que recebemos, sem o merecer: Deus nos deu vida através de Cristo. Mesmo estando neste estado de desobediência e inimizade contra Deus, Ele se apro ximou de nós e nos fez participantes Qfocução Mas Deus, por Sua imensa graça e propósito, nos ressuscitou juntamente com Cristo "e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus" [Ef 2.5]. BETEI DOMINICAL Revista do Professor 27 de suas promessas, sentando-nos em lugares especiais com Ele próprio, Jesus Cristo, mudando assim nossa condição de alienados por membros da família divina e parte da estrutura de seu grande projeto: a expansão do Reino: a Igreja [Ef 2.3-5], H Russell Shedd sobre Efésios 2.4: “Nesta situação totalmente desespera- dora é que aparecem duas palavras em 2.4: as palavras: “Mas Deus”. Deve-se sublinhar, deve-se marcar essas pala vras, porque elas são a única esperança de todos os pecadores deste mundo! “Mas Deus” introduz o amor e a mi sericórdia de Deus frente ao homem perdido”. Assim, esse amor se manifesta com o mesmo poder que ressuscitou Je sus Cristo. A expressão “nos vivificou”, como comenta Shedd, é co-vitalizados (vitalizados com Cristo): “A nossa mor te em pecado é cancelada pela mesma força que cancelou o poder que deteve Jesus na pedra daquele túmulo que abri gou o nosso Senhor crucificado”. 2.3. Recebemos a cidadania do reino. Nosso primeiro estado era de total es cravidão, éramos por natureza filhos da ira e nos tornamos filhos de Deus pelo processo de adoção em Jesus Cristo [Jo 1.12; Ef 5.8; G1 3.26; lPe 2.10], A gra ça nos transportou de um reino para outro, éramos cidadãos de um reino de trevas e nos tornamos cidadãos do reino da luz [lPe 2.9], Mesmo estando no mundo, não pertencemos mais a ele, esse mundo não tem mais nada a ver co nosco. A Bíblia nos ensina que a nossa cidade não pertence a esse mundo [Fp 3.20]. Como cidadãos dos céus temos um novo sistema de governo, uma nova constituição, a Bíblia, que nos conduz a uma forma de vida totalmente diferente da qual vivíamos anteriormente. Somos novas criaturas [Rm 12.2; 2Co 5.17], K Ralph P. Martin comenta Filipen- ses 3.20: “Pátria (NAA) lembra 1.27 e sugere que Paulo está conscientemente pensando no status’ cívico de Filipos, como colônia romana. Cf. a tradução de Moffatt: “Somos uma colônia do céu”. Sem dúvida este pano de fundo existe, mostrado na paráfrase de Dibe- lius: “temos nosso lar no céu, e aqui na terra somos uma colônia de cidadãos do céu”. Assim, à luz deste e outros tex tos bíblicos, se requer de cada pessoa que foi transportada para o “reino do Filho do seu amor” [Cl 1.13] um vi ver digno [Fp 1.27] de acordo com os princípios estabelecidos pelo Soberano Senhor. Esta nova vida exige uma nova postura diante de Deus e dos homens [ICo 9.27; Ef 4.1]. l~J~l EU ENSINEI QUE: Deus em Seu amor e misericórdia nos deu vida em Jesus Cristo. 3 O que seremos no futuroA salvação produziu nos salvos um efeito passado, presente e, também, futuro. Paulo diz que o Senhor nos refez [Ef 2.10a]. Somos tanto o maravilhoso testemunho da manifestação de Sua graça, quanto o testemunho visível de Sua obra redentora. 28 LIÇÃO 4 Qfol°çâo Não há nada que o homem possa fazer para obter uma tão grande recompensa. É pela graça que somos salvos. 3.1 Tornamo-nos feituras de Deus. O pecado desfigurou totalmente a imagem criada por Deus no prin cípio do mundo. Então, num ato de extrema misericórdia e amor, Deus resolveu recriar esse homem interior arruinado, fazendo uma nova criatu ra à imagem do seu Filho [G16.15; Ef 4.24; Cl 3.10], De acordo com o te ólogo Wilian Barclay, o termo grego traduzido por “feitura” é “poiema”, a mesma usada para “poema”, e signi fica: “aquilo que é feito”. Somos um poema escrito por Deus, um teste munho vivo de sua ação milagrosa, onde quem lê é contagiado. Mas is so ainda não é o fim, seu propósito é nos aperfeiçoar a cada dia, até que alcancemos a estatura de Cristo [Ef 4.13-15]; fomos refeitos para um pro pósito, para boas obras e para que andássemos nelas [Ef2.10]. H O futuro é inevitável e também motivo de grande preocupação para muitos. Para nós, os salvos, é motivo de alegria. Porque sabemos que, ao fi nal de todas as coisas, fazemos parte da nova criação de Deus [2Co 5.17], e Deus continuará a operar em nós até o fim. Ainda não estamos vivenciando o último capítulo da nossa vida. Afinal, não esperamos em Cristo só nesta vida [ICo 15.19], Seu propósito eterno não é só nos levar para a glória, mas nos transformar à imagem de Seu Filho Jesus Cristo [Rm 8.29]. O que Deus co meçou na conversão, continua através da santificação, até que alcancemos a transformação total. 3.2 Para mostrar nos séculos vindou ros. A redenção da humanidade é um ato poderoso que se estende de geração a geração. Certa feita, perguntaram a uma mulher romana onde estavam su as joias. Ela chamou seus dois filhos e, apontando para eles, disse: “Aqui estão as minhas joias”. Essa é a obra da graça divina. Deus transforma pecadores em santos adoradores. Como joias raras adquiridas por um alto preço, os remi dos serão exibidos como monumentos de Sua maravilhosa graça [Ef 2.8-9], Após o arrebatamento e a destruição do anticristo, Jesus voltará para reinar por mil anos, aí, então, o mundo ve rá a grandeza da Igreja. Ela será o seu cartão postal, a prova de sua obra de redenção [Is 53.11]. N A salvação é mais do que o per dão, é a libertação da morte, da es cravidão e da ira [Ef 2.1-3]. Inclui a totalidade da nossa nova vida em Cristo, juntamente com quem fomos vivificados, exaltados e feitos assentar no âmbito celestial. A graça é a misericórdia de Deus, livre e ime recida, para conosco. Escrevendo BETEL DOMINICAL Revista do Professor 29 aos efésios, Paulo a define de forma magistral quando afirma: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie.” [Ef 2.8-9]. 3.3 Seremos a assinatura visível de sua obra. De acordo com o teólogo e pastor Elienai Cabral, esta expressão “para mostrar nos séculos vindouros” diz respeito ao futuro da Igreja. Ela se rá a demonstração eterna da graça de Deus, ou seja, o testemunho da mani festação da misericórdia de Deus sobre a humanidade. Será o triunfo da mise ricórdia sobre o juízo. Da mesma for ma que um paciente é testemunha da habilidade de um cirurgião após uma delicada cirurgia, nós, visivelmente, seremos as testemunhas da obra de Cristo [Ef 2.8-9]. Deus mostrou mais que habilidade, Ele não somente re verteu o quadro contrário de nossas vidas, nos deu uma nova. Todos que nos observam veem sua assinatura, somos a ambulante prova de Sua obra redentora. H Para expressar a origem dessa ini ciativa salvadora de Deus, Paulo usa quatro palavras: “misericórdia, amor, graça e bondade”. “Estávamos mortos”, portanto, não fomos capazes de nos salvar. Não havia trabalho que pudés semos fazer, nem mérito para nos aju dar a obter a salvação. Recebemos tudo como um favor imerecido de Deus pela fé. Não há lugar para nenhuma glorifi cação humana; toda a glória pertence a Ele. Por isso, Paulo acrescenta que Ele nos salvou para “...mostrar nos séculos vindouros as abundantes riquezas de sua graça...” [Ef 2.7]. (TI EU ENSINEI QUE: A salvação produziu nos salvos um efeito pas sado, presente e, também, futuro. © CONCLUSÃO Paulo explicou claramente que somos salvos pela graça e “não pelas obras, para que ninguém se glorie” [Ef 2.9]. No entanto, a verdadeira salvação sem pre produz frutos. Portanto, embora não sejamos salvos pelas obras, fomos criados em Cristo Jesus para boas obras. [> ANOTAÇÕES 30 LIÇÃO 4 Membros da família de Deus "Assim que já não sois estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos santos e da família de Deus." Efésios 2.19 0 perfeito sacrifício de Jesus Cristo re sultou em reconciliação com Deus e per mitiu que nos tornássemos membros de Sua família. ©OBJETIVOS DA LIÇÀO^ 0 Apresentar a posição de Is- 0” Explicar como o sacrifício 0 Falar sobre como nos tor- rael diante de Deus. de Cristo nos trouxe paz. namos a morada de Deus. ©TEXTOS DE REFERENCIA EFÉSIOS 2 11. Portanto, lembrai-vos de que vós, noutro tempo, éreis gentios na carne e chamados in- circuncisão pelos que, na carne, se chamam circuncisão feita pela mão dos homens; 12. Que, naquele tempo, estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel e estra nhos aos concertos da promessa, não tendo esperança e sem Deus no mundo. 13. Mas agora, em Cristo Jesus, vós, que an tes estáveis longe, já pelo sangue de Cristo chegastes perto. 14. Porque ele é a nossa paz, o qual de am bos os povos fez um; e, derribando a parede de separação que estava no meio. BETEI DOMINICAL Revista do Professor 31 6Ô LEITURAS COMPLEMENTARES SEGUNDA Is 53.4 Cristo: o ferido de Deus. TERÇA Jo 3.16 Cristo: expressão do amor de Deus. QUARTA j Rm 2.23-25 A verdadeira circuncisão. QUINTA 2Co 5.18-20 Cristo: o ministério da reconciliação. SEXTA Cl 1.20-22 Cristo: autor da nossa redenção. SÁBADO 1Pe2.25 Cristo: Pastor e Bispo das nossas almas. & HINOS SUGERIDOS B ESBOÇO DA LIÇÃO 5,111,370 Jç MOTIVO DE ORAÇÃO Ore para que sejamos um exemplo de vida para aqueles que nos observam. Introdução 1. Um novo povo formado por Deus 2. A unidade do Corpo de Cristo 3. 0 edifício de Deus Conclusão INTRODUÇÃO Após sua brilhante exposição sobre a doutrina da salvação, Paulo agora trata acerca da condição dos gentios antes de Cristo e revela como Cristo desfez as barreiras que havia entre judeus e gentios na quele tempo. nUm novo povo formado por DeusAntes da vinda de Jesus, havia um desprezo muito grande por parte dos judeus em relação aos gentios, conside rados indignos e incir- cuncisos [Ef 2.11], 1.1. Éramos gentios na carne, chamados incircun- cisão. A Bíblia nos ensi na que Israel foi o povo escolhido por Deus para Lhe representar e anunciar a salva ção diante das nações da terra [Êx 19.5-6; Jo 4.22]. Porém, ao detestar e até desprezar os pagãos, Israel fez PONTO DE PARTIDA 0 sacrifício de Jesus nos tornou família de Deus. mau uso desse privilégio. De acordo com Willian Barclay, os judeus acre ditavam que Deus amava apenas a eles e mais ninguém. Diziam que os gentios haviam sido criados para serem combustível pa ra o fogo do inferno. Até a vinda de Cristo, os gentios eram um objeto de desprezo para os judeus. Se por acaso um rapaz judeu se casasse com uma gentia ou vice- -versa, era considerado co mo morto, e um enterro simbólico era realizado [At 10.28]. Se uma mulher gentia fosse dar à luz, era proibido lhe prestar socorro, pois significava a 32 IIÇAO S vinda de mais um gentio ao mundo. O contato com um gentio era seme lhante à morte. N Para melhor esclarecer, todo aquele que não era judeu (circun cisão), era gentio (incircuncisão). Na visão judaica e de acordo com o pacto feito a Abraão, o judeu inter pretava que ser gentio era estar fora de qualquer privilégio ou aliança por parte de Deus [At 11.1-3; 15.5; Ef 2.11 ]. Primeiro, porque os judeus haviam sido escolhidos por Deus; segundo, porque estavam sob uma promessa divina; e terceiro, por que tinham no corpo uma marca de aliança com Deus, a circuncisão. Pa ra eles, os gentios eram desprezíveis porque viviam de acordo com seus desejos e paixões, e eram idólatras, servindo a deuses estranhos. 1.2 Éramos sem Cristo e sem espe rança. Existem momentos que essa palavra é muito apropriada em nos sas vidas: “lembrai-vos” [Ef 2.11]. O teólogo William Hendriksen faz o seguinte resumo acerca da situação dos gentios naquele tempo: estavam “sem Cristo, sem estado, sem amigos, sem esperança e sem Deus”. Essa era a terrível situação do antigo mundo gentio antes de Cristo. Os judeus es peravam o Messias, jamais duvidaram de Sua vinda [Lc 3.15; Jo 11.27]. Mas que esperança havia para os gentios? Craig S. Keener, comentando sobre Romanos 1.18-32, discorre sobre o mundo pagão e assinala que o povo judeu considerava a idolatria [Rm 1.23] e o vício sexual [Rm 1.24-25], especialmente o comportamento ho mossexual [Rm 1.26-27], como pe cados característicos gentílicos. E F. Bruce lembra que o conhecimento do Deus verdadeiro era acessível aos ho mens, mas eles fecharam suas mentes para Ele. W Todos nós também estivemos um dia nessa mesma situação desalenta- dora [Is 53.6; IPe 2.25]. Estávamos sem qualquer perspectiva de salvação. Éramos inimigos de Deus, estávamos fora com todas as letras. Tem coisas que as Escrituras nos mandam esque cer, e isso é muito bom. Mas existem coisas que jamais devemos esquecer, e uma delas é a misericórdia com a qual o Senhor nos tornou salvos e cidadãos de Seu Reino. Não existe nada maior que a salvação [Lc 10.20]. Se apenas fôssemos salvos, essa já seria a maior premiação de uma vida. 1.3 Éramos estranhos às alianças da promessa e sem Deus no mundo. Paulo continua sua exposição sobre a situação dos gentios [Ef 2.12] di zendo que “estavam separados da comunidade de Israel e estranhos aos concertos da promessa”. John Stott comenta sobre esse texto: “A referên cia é provavelmente à promessa fun damental feita por Deus a Abraão. Israel era o povo da aliança, a qual era acompanhada de promessas es pecíficas para esse povo”. Douglas Baptista lembra que os vários pactos que Deus estabeleceu com Israel gi ravam em torno da grande promessa BETEL DOMINICAL Revista do Professor 33 da vinda do Messias: o pacto abraâ- mico [Gn 12.1-3], o pacto mosaico [Dt 28.1-14]e o pacto davídico [2Sm 7.13-16]. Os outros povos não ti nham conhecimento desses pactos e viviam envolvidos com “muitos deu ses e muitos senhores” [ICo 8.4-6]. Por isso, Deus ordenou que a nação de Israel fosse bênção a todas as na ções [Gn 12.2-3; Êx 19.5-6]. R Vemos Deus se revelando a Is rael como Seu marido [Is 54.4-6]. Que tremendo privilégio: o Sobera no, Deus de toda a terra, o Senhor do Universo, estabelece graciosa mente uma comunhão com o Seu povo escolhido. Mas, pela graça, o Senhor revelou a toda humani dade Seu grande amor [Jo 3.16; Ef 2.8-9], Paulo diz que pelo tropeço e endurecimento de Israel fomos enxertados [Rm 11.11, 17, 22], Não significa que Ele os desprezou, mas que abriu a possibilidade para que fôssemos salvos, nos achegássemos a Ele e não fôssemos mais estranhos à promessa. De dois povos, Deus fez um só [Ef 2.14]. ITI EU ENSINEI QUE: Havia um desprezo muito grande por parte dos judeus em relação aos gentios antes da vinda de Jesus. A unidade do Corpo de Cristo A realidade retratada no tópico anterior, referente à aliança e aos pactos acompanhados das leis ce rimoniais, constituíam uma “pa rede de separação” entre judeus e gentios [Ef 2.14]. Inclusive o pró prio Templo em Jerusalém retra tava essa separação [At 21.28-30]. Mas Cristo Jesus “desfez a inimi zade” [Ef 2.15]. 2.1 Estávamos longe e chegamos perto. A obra expiatória realizada por Jesus Cristo pôs um ponto final nas divergências sociais, culturais e religiosas entre judeus e gentios, e Paulo usa duas palavras para expli car esse contraste: “Longe e perto” [Ef 2.13], A situação do povo gentí- lico era semelhante à de navegantes que, sem bússola ou guia, flutuavam em um navio sem leme à noite, sem estrelas no meio do mar tempestu oso e longe do porto. Essa era uma realidade tanto literal, quanto espi ritual. “Mas agora” tudo mudou e, pela fé em Cristo, todos aqueles a quem o Evangelho é pregado têm a oportunidade de se aproximar [Is 57.19; At 2.39], Nosso antes incluía estar separado de Deus, nosso hoje inclui estar salvo pela graça [Is 59.2; Ef 2.8-9], QF0CLX Por isso, Deus ordenou que a nação de Israel fosse bênção a todas as nações [Gn 12.2-3; Êx 19.5-6]. 34 LIÇÃO 5 H Os gentios eram os de longe, os judeus eram os de perto, mas ambos estavam distantes de Deus. Um por que estava desprovido de tudo; o ou tro porque pecava por desprezar seu propósito diante de Deus. Na verdade, tanto gentios quanto judeus precisa vam ser iluminados. Não havia so mente uma distância horizontal, havia também uma vertical. A distância de separação sucumbiu diante da gran deza do sacrifício de Cristo. Na cruz, judeus e gentios se reconciliaram com Deus e se abraçaram [Ef 2.11-15]. 2.2 Estávamos sem reconciliação e alcançamos a paz. Jesus Cristo em seu anúncio de “boas novas” trouxe a paz de Deus ao coração perturbado do homem. A paz que excede todo entendimento [Fp 4.7], não a que o mundo dá, mas a paz que transforma o homem ao se reconciliar com Deus [Rm 5.1], A obra de Jesus Cristo na cruz do Calvário não apenas conce deu a paz entre Deus e nós, mas tam bém estabeleceu a paz entre os dois povos: “gentios e judeus”. Dessa ma neira, e pelo Seu sangue, agora todos os crentes são transformados em um único povo, um único corpo [Ef2.15; Cl 1.20-22]. “Pelo sangue de Cristo”, o pecado, poderoso separador, foi der rotado [Ef 2.13-15]. ■r Francis Foulkes comenta Efésios 2.14: “Não é suficiente dizer que Cristo traz a paz. Ele é a nossa paz. À medida que os homens passam a estar nEle, e continuam a viver nEle, encontram paz com Deus, e, dessa forma, tam bém um ponto de encontro com o seu semelhante, quaisquer que tenham si do anteriormente as divisões de raça, cor, posição social ou credo. Ele veio com este propósito [Lc 2.14], para ser o Príncipe da paz, e, de fato, foi assim que os profetas predisseram Sua vinda [Is 9.6; 53.5; Mq 5.5; Ag 2.9; Zc 9.10].” 2.3 Éramos dois povos e nos tornamos um só povo. Elienai Cabral cita que a cruz de Cristo serviu de elo de recon ciliação e também de destruição. Ela foi o ímã para a reconciliação dos homens com Deus [Rm 5.10; 2Co 5.18-20; Cl 1.20], e foi também o símbolo de morte e destruição das inimizades existentes entre Deus e o homem. No templo an tigo havia uma parede que separava os judeus dos gentios, onde um gentio era proibido de avançar. Agora, em Cristo, não existe mais parede, nem templo. Hoje somos todos iguais diante de Deus. Pela graça, nos tornamos filhos de Deus, herdeiros juntamente com Cristo, povo santo de Deus e membros de Sua grande família [Ef 2.14,19], H Comentário de R. N. Champlin sobre Efésios 2.14: “Harmonia e união foram conferidas “a judeus e a gentios”, que ficaram assim unidos dentro da comunidade superior da igreja, fican do eliminadas as muitas barreiras e preconceitos inerentes ao sistema ju daico. Por conseguinte, em Cristo há um só “corpo”, há união. Em contra posição a isso, não há judeu ou gentio, escravo ou livre, varão ou varoa, mas todos são um só em Cristo Jesus [G1 3.28; Jo 10.16].” BETEL DOMINICAL Revista do Professor 35 P)FOCO na LIÇÃO Agora em Cristo não existe mais parede, nem templo. Hoje somos todos iguais diante de Deus. 00 EU ENSINEI QUE: Na cruz, Jesus promoveu a reconciliação entre judeus e gentios. 3 O edifício de DeusJá não somos mais estrangeiros em terra distante. Cristo nos tornou cidadãos de Seu Reino e membros da família de Deus [Ef 2.19]. Paulo compara a Igreja como um grande edifício que cresce a cada dia, e a cada dia é edificado. 3.1 O fundamento dos apóstolos e profetas. A obra de Jesus Cristo não apenas reconciliou o homem com Deus, mas, além de tornar os dois povos um, os reúne em um projeto, como um edifício, chamado “congre gação dos santos” ou “congregação dos justos”, o que conhecemos hoje como “Igreja” [Rm 5.10-11; 2Co 5.17,21]. É como uma casa santa, completamente edificada na rocha, a “pedra angular”, que é Cristo [IPe 2.7]. O fundamen to dos apóstolos e dos profetas são as verdades reveladas pelo Espírito Santo acerca do plano de Deus e da pessoa de Jesus Cristo [Ef 2.20-21]. H Comentário de John Stott sobre Efésios 2.20: “Visto que tanto os após tolos quanto os profetas eram grupos com um papel pedagógico, parece cla ro que o que constitui o fundamento da igreja não é a pessoa deles nem o seu ofício, mas, sim, a sua instrução. Além disso, devemos pensar neles como sendo educadores inspirados, órgãos da revelação divina, portadores desta autoridade”. Importante notarmos que Paulo menciona, em Efésios 3.5, que aos apóstolos e profetas a Palavra de Deus em Cristo foi revelada de mo do único, pela ação do Espírito Santo. 3.2 Nossa posição no edifício de Deus. Para ilustrar nossa posição em Deus, Paulo usa a figura de um edifício. Pen sa a Igreja como parte de um grande edifício e em cada cristão como uma pedra viva no serviço da igreja [Ef 2.21; IPe 2.5]. Paulo nos apresenta a Igreja como um edifício que cres ce dia a dia. Indicando, assim, uma construção progressiva e contínua. Importante também notarmos que a figura do edifício aponta para o aspec to da coletividade, tão enfatizado nas Escrituras e, às vezes, desprezado por alguns que dizem ser “igreja”, porém não cultivam a necessária comunhão em uma igreja local [Ef 2.22 - notar a expressão - “vós juntamente”; 4.16; Hb 10.25], A Igreja, como resultado do sangue de Cristo derramado na 36 LIÇÃO s cruz [Ef 2.13, 16], continua a crescer, constantemente edificada pela obra do Espírito de Deus até “o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Se nhor Jesus Cristo” [Tt 2.13], H Cristo, além de ser o princípio de estabilidade e direção da Igreja, tam bém é o começo de seu crescimento. Todo o edifício está “crescendo” ou “subindo” por causa de uma união vital com Ele. Não há nada estático nesse edifício. É uma construção viva formada por pedras vivas: crentes. E
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