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Copyright © 2010, Editora Cristã Evangélica Todos os direitos nacionais e internacionais desta edição reservados. Nenhuma parte desta edição pode ser utilizada ou reproduzida – em qualquer meio ou forma, seja mecânico ou eletrônico, fotocópia, gravação, etc. – nem apropriada ou estocada em sistema de banco de dados, sem a expressa autorização da Editora Cristã Evangélica (lei nº 9.610 de 19/02/1998), salvo em breves citações, com indicação da fontes. As citações bíblicas foram extraídas da versão Almeida Revista e Atualizada (ARA), 2ª edição (Sociedade Bíblica do Brasil), exceto indicações de outras versões. Editora filiada à Associação de Editores Cristãos Rua Goiânia, 294 – Parque Industrial 12235-625 São José dos Campos-SP comercial@editoracristaevangelica.com.br www.editoracristaevangelica.com.br Telefone: +55 12 3202-1700 diretor Abimael de Souza consultor John D. Barnett editor - chefe André de Souza Lima mailto:comercial@editoracristaevangelica.com.br http://www.editoracristaevangelica.com.br/ editor José Humberto de Oliveira assistentes editoriais Isabel Cristina D. Costa Regina Okamura Selma Dias Alves autores Ivanei Carlos Martins da Silveira João Arantes Costa John D. Barnett José Humberto de Oliveira Luiz César Nunes de Araújo autor do guia Ana Lidia Costa Hohne revisor Aydano Barreto Carleial projeto gráfico Patrícia Pereira Silva diagramador Raphael Takamatsu capa Henrique Martins Carvalho As três cartas que vamos estudar nesta revista fazem parte (juntamente com Colossenses, que será estudada em outra revista) das Cartas da Prisão. O nome se deve ao fato de que Paulo estava preso em Roma quando as escreveu (At 28.16). Aos Efésios e a Filemom o apóstolo considera-se “prisioneiro de Cristo” (Ef 3.1; 4.1 Fm 1,9,23), e na carta aos Filipenses, ele menciona as “algemas” (Fp 1.7,14). Estamos falando, provavelmente, dos anos 61-63 d.C. O quadro abaixo nos ajudará a ter uma visão panorâmica das três cartas. O conhecimento, a sabedoria e o discernimento que essas três cartas vão proporcionar à sua igreja e vida cristã pessoal, você só vai descobrir quando chegar ao fim desta revista. Deus o abençoe ricamente nesses estudos! José Humberto de Oliveira Bibliogra�a Os escritores das lições de Efésios fizeram diversas citações do excelente livro A Mensagem de Efésios, John Stott, ABU/Ultimato Editora, o qual recomendamos. Você pode adquiri-lo na Editora Cristã Evangélica. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 – Sumário – Bênçãos espirituais para o novo povo de Deus Oração para iluminação e conhecimento Mas Deus... A parede caiu e um novo povo nasceu O mistério revelado e uma oração fervorosa Unidade, serviço e crescimento A nova roupa Aspectos práticos da santidade Marido e mulher Pais e filhos, senhores e servos A armadura de Deus A igreja em Filipos Alegria no lugar onde estou Alegria com quem convivemos Alegria em ser conquistado por Cristo Problemas, pureza e gratidão Antes inútil, agora útil 1 Bênçãos espirituais para o novo povo de Deus Pr. Luiz César Nunes de Araújo texto básico Efésios 1.1-14 versículo- chave Efésios 1.7 “(Cristo), no qual temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça” alvo da lição Ao estudar esta lição, você conhecerá e compreenderá a amplitude das bênçãos do Pai, do Filho e do Espírito Santo para o novo povo de Deus. leia a Bíblia diariamente seg Ef 1.1-14 ter Rm 12.1-2 qua Rm 8.26-30 qui Rm 8.31-39 sex 1Ts 1.2-10 sáb 1Pe 2.9-10 dom Ap 1.9-20 O aluno será capaz de saber entender a amplitude das bênçãos do Pai, do Filho e do Espírito Santo para o novo povo de Deus, a igreja de Cristo; sentir identificar-se com as bênçãos concedidas por Deus e descritas na carta; agir apropriar-se das bênçãos concedidas pelo Pai, pelo Filho e pelo Espírito O aluno será capaz de Santo, descritas na carta. Sugestão Inicial Se possível, providencie um projetor multimídia/data-show e caixas de som, acesse o canal da Editora Cristã Evangélica e procure pelo vídeo: A antiga cidade de Éfeso (sítio arqueológico) para apresentar à classe. Caso contrário, pesquise imagens do sítio arqueológico de Éfeso (atualmente localizado na Turquia) na internet, relatando do que se tratavam na época de Paulo, e xeroque-as em transparência ou prepare um slide-show (disponível em nosso site). Inicie a aula usando o vídeo, as imagens e/ou as informações que pesquisou sobre a cidade de Éfeso. Em seguida, apresente a introdução da lição. A carta aos Efésios é uma das mais ricas cartas do Novo Testamento. Ela parece uma síntese de todo o cristianismo. As doutrinas básicas de fé estão ali contidas, como veremos nas próximas lições. Ela não foi escrita em resposta a alguma circunstância específica ou controvérsia, como a maioria das cartas de Paulo. Efésios expressa louvor por causa da unidade dos que estão em Cristo e das bênçãos que eles recebem. Mostra-nos também como devemos viver em unidade e santidade, para que cheguemos ao “pleno conhecimento do Filho de Deus” (Ef 4.13) e andemos como “filhos da luz” (Ef 5.8). Orientação Didática Prepare recursos visuais (slides ou cartazes) para ilustrar os tópicos da lição (disponível em nosso site. Dessa maneira, à medida que você expuser o conteúdo geral da carta, os alunos poderão acompanhar por meio dos recursos visuais, colaborando para maior atenção, compreensão e fixação do conteúdo ministrado. Utilize os pontos do primeiro tópico para elaborar recurso visual sobre o panorama da carta. I. Visão panorâmica da carta (Ef 1.1-2) 1. Autor - Apóstolo Paulo. 2. Destinatários - “aos santos que vivem em Éfeso e fiéis em Cristo Jesus” (Ef 1.1). Éfeso – originalmente uma colônia grega, mas na época de Paulo, capital da província romana da Ásia, era a sede do culto à deusa Diana (At 19.28). 3. Mensagem - O que Deus fez por meio de Jesus Cristo e continua fazendo pelo Seu Espírito ainda hoje, a fim de edificar uma nova sociedade – a igreja. 4. Tema central - A nova sociedade de Deus – a igreja. Efésios é pura eclesiologia. 5. Data e local onde foi escrita - Provavelmente em prisão domiciliar, em Roma, entre os anos 61 a 63 d.C. (Ef 4.1; 6.20). 6. Esboço geral da carta, proposto por John Stott • Introdução à carta (Ef 1.1-2) • A nova vida que Deus nos deu em Cristo (Ef 1.3-2.10) • A nova sociedade que Deus criou mediante Cristo (Ef 2.11-3.21) • Os novos padrões que Deus espera da nova sociedade (Ef 4.1-5.21) • Os novos relacionamentos: marido e mulher, pais e filhos, senhores e servos, principados e potestades (Ef 5.22-6.24) Essa carta é uma combinação da doutrina cristã (capítulos 1 a 3) com o dever cristão (capítulos 4 a 6). É a demonstração do que Deus fez por intermédio de Cristo e o que devemos fazer em consequência disso. Possivelmente durante esse mesmo período, Paulo escreveu Filipenses, Colossenses e Filemom, por isso essas quatro cartas são chamadas “As Cartas da Prisão”. 7. Saudação (Ef 1.2) “graça a vós outros e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo”. “Graça” era a saudação grega usada na época, e “paz” era a saudação hebraica comum. Paulo traz as duas palavras juntas em sua saudação para nos dizer como a cruz de Cristo une os que Nele creem. Stott escreveu que a “graça indica a iniciativa salvadora e gratuita de Deus, e paz indica o nível de vida em que passamos a viver desde que Ele reconciliou os pecadores consigo mesmo e uns com os outros na sua nova comunidade”. Em outras palavras, a “paz vem pela graça”. Faça o recurso visual referente ao segundo tópico, e para encerrar destaque: 1. a verdade da eleição divina deve nos levar à justiça, não ao pecado; 2. a verdade da eleição divina deve nos levar a uma sincera gratidão em espírito de adoração, não ao orgulho; 3. em consequência, devemos ser santos e irrepreensíveis perante Ele (v.4), e viver “para louvor da glória de Sua graça” (v.6). II. A bênção de ser escolhido pelo Pai (Ef 1.3-6) Somos o novo povo de Deus, e há bênçãos grandiosaspara nós. Paulo as chama de “toda sorte de bênção espiritual” (Ef 1.3), bênçãos que vêm do próprio céu, “dos lugares celestiais”para nós (Ef 1.3,20; 2.6; 3.10). Interessante notar que do versículo 3 ao 14 só há ponto final no fim do versículo 14. Isso significa que o apóstolo está tratando de um assunto apenas, isto é, a “toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais”, que ele dividiu em as bênçãos do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Antes que houvesse o mundo, Deus nos escolheu em Cristo (Ef 1.4). “Deus colocou a nós e a Cristo juntos na Sua mente. Resolveu tornar-nos Seus próprios filhos através da obra redentora de Cristo” (Stott). “Escolheu-nos” (Ef 1.4) e “nos predestinou” (Ef 1.5) são expressões-chaves da doutrina da eleição. É um ato misericordioso e soberano de Deus de escolher pecadores para serem salvos em Cristo Jesus. A iniciativa é toda de Deus. Ele nos tem abençoado (Ef 1.3), Ele nos escolheu (Ef 1.4), Ele nos predestinou (Ef 1.5), Ele nos concedeu gratuitamente (Ef 1.6). A eleição é um mistério; não devemos tentar sistematizá-la. No entanto, Stott sugere quatro verdades importantes a ser aceitas e lembradas. 1. Uma revelação divina A doutrina da eleição é uma revelação divina e não uma especulação humana. É uma doutrina bíblica (Rm 8.28; 11.36; 1Ts 1.2-10; Jo 6.44,65; At 13.48; 1Pe 1.1-2). No Novo Testamento, Deus está formando uma comunidade internacional para que sejam Seus santos (v.1), Seu povo santo e especial (1Pe 2.9-10). 2. Incentivo à santidade A doutrina da eleição é um incentivo à santidade e não uma desculpa para o pecado. Deus nos escolheu em Cristo “para sermos santos e irrepreensíveis perante Ele” (Ef 1.4). Longe de estimular o pecado, a doutrina da eleição o proíbe e nos impõe a necessidade de vida santa. Em última análise, a única evidência da eleição é uma vida santa. 3. Estímulo à humildade A doutrina da eleição é um estímulo à humildade, não um motivo para o orgulho. Deus não escolheu Israel por ser um povo mais importante que os outros, mas porque o amava (Dt 7.7-8). Por essa mesma razão, Ele nos escolheu em Cristo antes da fundação do mundo, antes de podermos alegar que temos qualquer mérito. A eleição de Deus é livre, abate e aniquila todo o merecimento, todas as obras e todas as virtudes humanas. 4. Resultado: adoção (Ef 1.5) A doutrina da eleição tem como resultado a adoção. Na eleição, Deus pretende “adotar-nos” e nos fazer filhos e filhas de Sua família. Que privilégio! Mas filiação também subentende responsabilidade. O Pai Celestial nos disciplina, a fim de sermos participantes de Sua santidade (Hb 12.10). A expressão que parece unir o privilégio e a responsabilidade da nossa adoção é“perante ele” (Ef 1.4), ou seja, “na presença dele”. Viver conscientes de que estamos na presença de nosso Pai é privilégio, como também desafio constante de agradar a Ele. Logo a verdade da eleição divina deve nos levar à justiça, não ao pecado; e a uma sincera gratidão em espírito de adoração, não ao orgulho. Em consequência, devemos ser santos e irrepreensíveis perante Ele (Ef 1.4), e viver “para louvor da glória de Sua graça” (Ef 1.6). Efésios para hoje A doutrina bíblica da eleição ensina que Deus pensou em você antes que o mundo fosse criado. Como isso mexe com você? Faça o recurso visual referente ao terceiro tópico. III. A bênção de ser redimido pelo Filho (Ef 1.7-12) Nos primeiros 14 versículos da carta aos Efésios, Jesus é mencionado pelo nome, ou pelo título (Cristo Jesus, Senhor Jesus Cristo, Jesus Cristo, Amado, Cristo), ou por pronomes (Ele, Dele, Nele) nada menos que 15 vezes. E a frase “em Cristo” ou “Nele” ocorre 11 vezes. Paulo quer nos mostrar que em Jesus as nossas bênçãos são completas. Vejamos três bênçãos que o apóstolo descreve. 1. Redenção (Ef 1.7-8) A palavra denota uma remissão de dívida mediante o pagamento de determinado valor. Em Cristo fomos libertados das algemas do pecado, da escravidão imposta por Satanás. “O preço da liberdade, o meio pelo qual a remissão foi obtida, foi o “seu sangue” – o sangue de Cristo (Ef 1.7). Este termo sacrificial traz à lembrança o sangue das vítimas ofertado a Deus na economia do Antigo Testamento. Aqui, a palavra representa a morte de Cristo como sacrifício pelo pecado e é uma advertência a nós a propósito do elevadíssimo preço que Deus pagou pela nossa redenção” (Curtis Vaughan). À ideia de redenção, Paulo acrescenta a “remissão dos pecados”. Isso tem o sentido de afastar de nós as transgressões (Sl 103.11-12). Paulo quer ensinar que o perdão é o centro de nossa redenção. A redenção e a remissão caminham juntas, e são privilégios de quem foi feito filho. São bênçãos derramadas abundantemente (Ef 1.8), segundo a riqueza de Sua graça (Ef 1.7) – não segundo os méritos dos homens. Mas quem pode medir a riqueza da graça de Deus? 2. Unificação (Ef 1.9-10) O propósito de Deus é o de estabelecer uma nova ordem, uma nova criação, na qual todos confessem que Cristo é a cabeça. Nela não haverá distinção nem entre raça nem entre gêneros (Cl 3.11). Não significa que todas as pessoas serão salvas (universalismo), mas que o universo de Deus, no qual o pecado introduziu a desordem e a confusão, será restaurado à sua primitiva harmonia e unidade sob a supremacia de Jesus Cristo. A expressão em Efésios 1.10 “de fazer convergir nele”, no grego, é uma só palavra (ou um só verbo) – anakefalaioō – que literalmente significa “debaixo de uma só cabeça”. Leia como a Nova Tradução na Linguagem de Hoje traduziu esse versículo: “Esse plano é unir, no tempo certo, debaixo da autoridade de Cristo, tudo o que existe no céu e na terra”. Por isso concordamos com o que Oscar Cullmann escreveu: “A igreja é o centro, o ponto central de onde Cristo exerce Sua soberania invisível sobre a totalidade inteira”. Vendo essa perfeição de futuro, devemos ser estimulados a viver aqui como se já estivéssemos lá (Rm 13.11-14). 3. Herança (Ef 1.11-12) A interpretação mais provável é que nós somos a herança (“propriedade particular”) de Deus. Isso tem ideia similar no AT (Dt 32.9; Sl 33.12; 106.40; Jr 10.16) e ainda em 1Pedro 2.9. Somos a Sua herança por causa da Sua vontade (Ef 1.5, 9 e 11) e para o louvor de Sua glória (Ef 1.5, 6, 12 e 14). O alvo de Deus é que a Sua glória (revelação de Deus) venha a ser conhecida por meio do Seu povo. Efésios para hoje Como o senhorio cósmico de Cristo, ou seja, o domínio que Ele terá sobre todas as coisas, aumenta a sua confiança e esperança Nele? Você realmente acredita que um dia tudo estará debaixo de uma só Cabeça? Faça o recurso visual referente ao quarto tópico. IV. A bênção de ser selado com o Espírito (Ef 1.13-14) Quando nos convertemos, recebemos o Espírito Santo. Ele nos dá a certeza de que Deus está ativo em nós. É o Santo Espírito da promessa (Ef 1.13), citado pelos profetas do AT (Ez 36.27; Jl 2.28) e prometido por Jesus a Seu povo (Jo 14-16; Lc 24.49; At 1.4-5; 2.33, 38-39). Paulo utiliza duas imagens para sublimar a significação do Espírito em nossa vida. 1. Ele é selo A presença do Espírito Santo no Seu povo é a prova de que este pertence a Deus. O Espírito Santo é a marca distintiva do cristão (2Co 1.21-22; Ef 4.30). a. O selo com o Espírito fala de propriedade. O gado, e até mesmo os escravos, era marcado com um selo pelos seus donos, a fim de indicar a quem pertencia. Deus colocou o Seu Espírito dentro do Seu povo para marcá-lo como Sua propriedade exclusiva (Jo 10.27-29;2Tm 2.19). b. O selo com o Espírito fala de segurança. A Bíblia tem várias ilustrações desse uso. Quando o rei Dario selou a boca da cova dos leões, Daniel não tinha condições de sair (Dn 6.17). No tempo em que Ester era rainha, o rei usou seu anel para selar suas cartas e documentos. E, uma vez feito isso, ninguém podia alterar o conteúdo (Et 8.8). Pilatos fez a mesma coisa quando ordenou que os soldados guardassem “o sepulcro como bem vos parecer”. E eles selaram a pedra do túmulo (Mt 27.65-66). 2. Ele é um penhor Penhor é aquilo que é dado como garantia. A palavra grega para“penhor” é arrabōn, de origem semítica, cujo sentido original vem do meio comercial, quando uma pessoa comprava algo e dava uma quantia em dinheiro como espécie de “entrada”, “sinal” ou “primeira prestação’ (leia Gn 38.17). Posteriormente, foi usada no grego para falar de “aliança de noivado”. Quando Deus nos deu o Espírito Santo, Ele estava Se comprometendo a dar-nos toda a herança reservada para os Seus filhos no céu. Leia 2Coríntios 1.22 e 5.5. Efésios para hoje Por que toda pessoa que diz estar em Cristo deve ter essa segurança que o Espírito Santo oferece? Conclusão Stott resume Efésios 1.3-14 afirmando que três pensamentos estão presentes. 1. De eternidade a eternidade, Deus opera todas as coisas de acordo com Seu plano perfeito. O que inclui toda a história, todos os homens e tudo o que existe nos céus e na terra. 2. Todo o propósito é cumprido em Cristo, o que significa que cada bênção é concedida aos homens que estão “em Cristo”. 3. Tudo foi feito, é feito e será feito para “o louvor da sua glória” (Ef 1.6,12 e 14). Sugestão Final Ministre a conclusão. Divida a classe em pequenos grupos para que leiam e discutam as questões propostas no final de cada tópico. Oriente o trabalho dos grupos, que devem escolher: 1. alguém que seja capaz de orientar a discussão; 2. alguém para anotar as conclusões; 3. alguém para apresentar à classe as conclusões. Após a troca de ideias nos grupos, peça que escolham uma questão para apresentar as conclusões a que chegaram à classe. 2 Oração para iluminação e conhecimento Pr. Luiz César Nunes de Araújo texto básico Efésios 1.15-23 versículo- chave Efésios 1.18-19 “Iluminados os olhos do vosso coração, para saberdes qual é a esperança do seu chamamento, qual a riqueza da glória da sua herança nos santos e qual a suprema grandeza do seu poder para com os que cremos” alvo da lição Ao estudar esta lição, o aluno terá condições de compreender melhor o conteúdo desta preciosa e reveladora oração de Paulo. leia a Bíblia diariamente seg Ef 1.15-23 ter Cl 1.3-12 qua Tg 2.14-26 qui Hb 2.5-9 sex Fp 2.5-11 sáb Ap 4.1-11 dom Ap 7.9-17 O aluno será capaz de saber compreender o conteúdo da oração de Paulo descrita em Efésios 1.15-23 eentender a riqueza da glória da herança que Deus nos dará; sentir demonstrar gratidão a Deus pela fé em Jesus e pelo amor entre os irmãos e sentir o poder de Deus que atua em nossa vida; agir orar a Deus colocando diante Dele os mesmos motivos de gratidão e petição descritos por Paulo aos efésios. Sugestão Inicial Inicie a aula com um cântico introspectivo sobre oração. Convide todos a orar e faça a leitura de Efésios 1.15-23, em atitude de oração. Em seguida, peça que todos abram as Bíblias nesse texto e releiam silenciosamente, como se fosse sua própria oração. Ministre a introdução da lição. As orações de Paulo são o ponto culminante de suas epístolas. No texto básico desta lição, temos a descrição de uma delas. Uma oração breve, mas profunda, riquíssima em conteúdo e doutrina bíblica. Paulo estava escrevendo uma carta e se deteve para orar. Que o teria motivado? Seria a alegria de saber que em Cristo todas as bênçãos espirituais são nossas (Ef 1.3)? Ou, após ouvir que a fé em Cristo e o amor aos irmãos estavam sendo praticados (Ef 1.12), sentiu-se impelido a orar para que os efésios conhecessem ainda mais a plenitude do que Deus nos deu em Cristo? Qualquer que tenha sido sua motivação o que resultou foi uma oração que nos estimula a fazer o mesmo. Louvor e petição, ações de graças e súplicas (Ef 1.16-19) são a tônica nesta oração que nos ajudará a manter o equilíbrio espiritual. Orientação Didática Divida a classe em pequenos grupos, para que trabalhem juntos ao longo da lição, trocando ideias e executando tarefas, após a ministração dos tópicos. A troca de ideias norteada pelas perguntas propostas e a oportunidade de juntos executarem tarefas relacionadas ao assunto são formas importantes de usar e aplicar o conteúdo, favorecendo a aprendizagem dos alunos. Ministre o primeiro tópico. Peça aos trios/grupos que discutam a pergunta para reflexão e compartilhamento. Em seguida, oriente-os a fazerem orações de gratidão a Deus pela fé em Jesus presente entre eles e pelo amor exercido entre os irmãos. I. Gratidão (Ef 1.15-16) De alguma forma, Paulo obteve informações sobre o que estava acontecendo entre os efésios que o fez se alegrar diante de Deus. Vejamos o que ele ouviu. 1. A fé em Jesus estava presente entre eles (Ef 1.15) Os efésios tinham ouvido a palavra da verdade e crido em Cristo (Ef 1.13), e continuaram firmes na fé (Ef 1.15). A alegria de Paulo era que esses crentes não estavam se afastando do Senhor Jesus, pelo contrário, mantinham os olhos fixos Nele. Temos a mesma ordem bíblica para todos os crentes. Vejamos Hebreus 12.2: “Olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus”. 2. O amor aos irmãos estava sendo exercido entre eles (Ef 1.15) Quando trabalhou na igreja de Éfeso, Paulo mostrou com o próprio exemplo como se vive o amor (At 20.35). Portanto, não é de se surpreender que ele ouça sobre o amor dos efésios “para com todos os santos” (Ef 1.15). A fé produz fruto na comunidade cristã, ela flui de Cristo para nossos semelhantes que também pertencem a Ele, em forma de serviço (Tg 2.14-26). Jesus disse a Seus discípulos: “Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros” (Jo 13.35). Efésios para hoje Por que a fé em Jesus e o amor entre irmãos precisam andar de mãos dadas? Ministre os pontos 1 e 2 do segundo tópico. Peça aos grupos que discutam as duas primeiras perguntas para reflexão e compartilhamento: • Como você entende a expressão “iluminados os olhos do vosso coração” (Ef 1.18)? Por que essa iluminação é importante na vida do crente? • De que maneira a herança de Deus pode motivar você na comunhão e no serviço ao reino de Deus? Em seguida, oriente os trios/grupos a fazerem orações de petição a Deus: • para que nossos olhos sejam abertos para conhecer plenamente a esperança do chamamento de Deus; • para que possamos compreender a riqueza da glória da herança que Deus nos dará. II. Petição (Ef 1.17-23) Por que Paulo, após dar graças a Deus pela vida dos leitores, parece ainda não estar satisfeito? Ele continua orando porque sabe que a extensão das bênçãos (Ef 1.3) precisa ser reconhecida pelos leitores. Eles precisavam “saber” (Ef 1.18) qual era a plenitude do que Deus reservou para os santos. “Qual é a garantia de que a plenitude das bênçãos espirituais pode ser entendida? Paulo nos dá a resposta: Deus nos dá o espírito de sabedoria e revelação, isto é, o Espírito Santo. Ele é o agente da revelação, por isso devemos orar a favor do Seu ministério de iluminação. O Espírito Santo iluminará os olhos do nosso coração (Ef 1.18), os nossos ‘olhos interiores’, para podermos compreender a verdade de Deus” (Stott). A oração se torna um instrumento necessário da revelação, abre nosso coração e ilumina a nossa mente para compreendermos melhor as bênçãos espirituais já reveladas. Vejamos algumas delas. 1. A esperança do chamamento de Deus (Ef 1.18) O mundo sem Jesus era sem esperança (Ef 2.12). A aceitação de Cristo enche o coração de esperança e alegria (Rm 5.2,5; 8.24; 12.12). A nossa esperança está firmada no chamamento de Deus. Ele nos chamou (Rm 8.30) para: a. sermos de Jesus (Rm 1.6); b. a comunhão de Jesus Cristo (1Co 1.9); c. sermos santos (Cl 3.15; Ef 4.1-2); d. o sofrimento, se for necessário (1Pe 2.21). Entretanto, o nosso chamamento só encontrará sua plenitude nos céus (1Ts 2.12; 1Pe 5.10; Fp 3.14). A esperança do cristão nasce na natureza do seu chamamento, na sua vocação, e esta vem de Deus. Paulo ora para que os nossos olhos sejam abertos para conhecer plenamente essa esperança. 2. A glória da herança de Deus Essas palavras podem ter o sentido inicial de que nós somos a herança de Deus (Ef 1.11,14). Visto dessa maneira, o texto expressa o desejo de Paulo de que os crentes compreendessem quão preciosos são para Deus. Elessão escolhidos para ser como “troféus” da Sua graça e do Seu poder. No entanto, o texto correlato de Colossenses 1.12 sugere que a “herança de Deus” é aquilo que Ele nos dará. É o prêmio que obteremos por causa de nossa união com Cristo (Rm 8.17). Aqui vale lembrar 1Coríntios 2.9: “Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam”. Somente a iluminação outorgada pelo Espírito Santo pode levar qualquer um de nós a compreender a vastidão dessa herança gloriosa. “Paulo não considera que seja presunçoso pensarmos acerca da nossa herança celestial ou até mesmo antegozá-la com alegria e gratidão. Pelo contrário, ele ora para ‘saberdes a Sua glória’, de fato, a riqueza da glória da Sua herança” (Stott). Ministre o ponto 3 do segundo tópico. Peça aos grupos que discutam a terceira pergunta para reflexão e compartilhamento: • Por que, para o apóstolo Paulo, a ressurreição de Cristo é a demonstração maior do poder de Deus? Em seguida, oriente os grupos a fazerem orações pedindo a Deus para que possam sentir o poder de Deus que atua na vida deles pela meditação no poder da ressurreição de Cristo. 3. A grandeza do poder de Deus “O chamamento se refere ao passado; a herança, ao futuro; e o poder, ao presente e anuncia os recursos sem limites à disposição do povo de Deus” (C. Vaughan). “Toda a energia do ser divino se volta para nossa frágil natureza, vivificando-a, purificando-a e transformando-a, tornando-a maravilhosamente ativa onde era antes tão frágil” (Blaikie). Paulo está convencido de que o poder de Deus é suficiente e eficaz e pode ser conhecido por meio da demonstração pública da ressurreição e exaltação de Cristo (Ef 1.20-23). Então, o poder de Deus que atua no crente é o poder da ressurreição (cf. Fp 3.10). Paulo apresenta duas afirmações a respeito do que Deus tem feito em Cristo e por seu intermédio. a. A ressurreição e a exaltação de Cristo (Ef 1.20). A ressurreição de Cristo dentre os mortos e a Sua exaltação à direita de Deus são atribuições específicas do poder de Deus. É a ressurreição de Cristo que proporciona dinâmica e poder para a vida cristã, e é padrão e penhor da ressurreição dos crentes (1Co 15.20). Após ter ressuscitado a Cristo, Deus O fez assentar-Se à Sua direita (Ef 1.20-21), lugar da mais alta honra e autoridade (Mt 28.18), fazendo cumprir o Salmo 110.1. Todo principado, toda potestade, todo o poder e o domínio (“forças espirituais do mal” – Ef 6.12) – os que ainda não reconheceram em definitivo a vitória de Cristo haverão de fazê-lo (Hb 2.5-9). Quaisquer que sejam as formas de soberania não são comparáveis Àquele a quem Deus deu um “nome que está acima de todo nome” (Fp 2.9). “A cabeça que um dia foi coroada com espinhos leva agora o diadema da soberania universal” (C. Vaughan). b. A proeminência de Cristo sobre a igreja (Ef 1.22-23). Paulo passa a relatar o significado do triunfo duplo de Cristo para a igreja. Primeiro, Jesus tem a soberania sobre todas as coisas, e ainda mais, Deus O deu como cabeça de todas as coisas, à igreja, a qual é o Seu corpo (Ef 1.22-23). “Aquele, pois, a quem Deus deu à igreja para ser seu cabeça, já era cabeça do universo. Logo, tanto o universo quanto a igreja têm em Jesus Cristo o mesmo cabeça” (Stott). Segundo, a igreja é “a plenitude daquele que a tudo enche em todas as coisas” (Ef 1.23). A igreja é a plenitude de Cristo porque Ele a enche, enche também “todas as coisas” (Ef 4.10). Ele completa a igreja, ela é o templo de Deus (Ef 2.21-22). “A igreja está cheia de Sua presença, animada pela Sua vida, cheia com Seus dons e plena de Sua graça” (Salmond). Stott resumiu muito bem estes dois versículos (Ef 1.22-23): “A igreja é o corpo de Cristo (Ele a dirige); a igreja é Sua plenitude (Ele a enche).” Desse modo ela tem tudo do que necessita para cumprir a sua missão. Efésios para hoje Como você entende a expressão “iluminados os olhos do vosso coração” (Ef 1.18)? Por que essa iluminação é importante na vida do crente? De que maneira a herança de Deus pode motivar você na comunhão e no serviço ao reino de Deus? Por que, para o apóstolo Paulo, a ressurreição de Cristo é a demonstração maior do poder de Deus? Conclusão Stott nos desperta a atenção para um fato muito importante nessa oração. A ênfase que Paulo dá à união do conhecimento com a fé, o que, para ele, “é um dos aspectos mais impressionantes da maturidade cristã”. Ao colocar as duas coisas juntas, o apóstolo está nos ensinando que fé e conhecimento são compatíveis. Ele ora para que seus leitores recebam iluminação do Espírito Santo, sem a qual não conseguiremos entender corretamente o que Deus fez em Cristo, mostrando que “todas as nossas cogitações são improdutivas sem o Espírito da verdade” (Stott). Todavia, isso não significa que não devemos usar nossa mente. “É precisamente quando meditamos sobre o que Deus tem feito em Cristo que o Espírito abrirá os nossos olhos para compreendermos suas implicações” (Stott). Como alguém escreveu, “o Espírito Santo ilumina o estudioso”. Sugestão Final Ministre a Conclusão. Encerre com um momento de oração. Oriente os alunos a que façam breves orações de uma frase apenas, colocando gratidão diante de Deus: • pela fé em Jesus Cristo; • pelo amor entre os irmãos; • pela esperança no chamamento de Deus; • pela glória da herança que receberemos do Pai; • pela grandeza do poder de Deus em nossa vida; • pela oportunidade de conhecer mais de Deus pelo estudo da Sua Palavra. Para facilitar, anote no quadro a lista com os motivos de gratidão. 3 Mas Deus... Pr. Luiz César Nunes de Araújo texto básico Efésios 2.1-10 versículo- chave Efésios 2.6 “Juntamente com ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus” alvo da lição Ao estudar esta lição, você terá condições de entender que a misericórdia, a graça, o amor e a bondade de Deus são a causa da nossa salvação em Cristo Jesus.Ao estudar esta lição, você conhecerá e compreenderá a amplitude das bênçãos do Pai, do Filho e do Espírito Santo para o novo povo de Deus. leia a Bíblia diariamente seg Ef 2.1-10 ter 1Jo 2.12-17 qua 1Pe 1.13-21 qui Jo 3.1-15 sex Jo 3.16-21 sáb Tg 2.14-26 dom Hb 10.19-25 O aluno será capaz de saber reconhecer a condição que estava antes da salvação em Cristo: morto, escravizado e condenado e descobrir para que Deus nos salvou; sentir sentir-se grato a Deus por Seu amor e por Sua graça salvadora e motivar-se a andar em boas obras, para as quais O aluno será capaz de foi salvo por Cristo; agir declarar que só pela graça de Deus somos salvos e agradecer a Deus por Sua graça salvadora. Sugestão Inicial Providencie várias imagens do rosto de pessoas. Utilize fotos de revistas (faça cópias ampliadas) ou pesquise na internet. Selecione pessoas de todas as idades e com diversos semblantes (sorridentes, sérias, carrancudas, felizes, tristes, preocupadas, etc.). Imprima-as em tamanho grande e fixe-as no centro do quadro ou da parede, antes da chegada dos alunos. Ao iniciar a aula, aponte as fotos e pergunte à turma: Qual a diferença entre um cristão e um não cristão? Incentive-os a trocar ideias e compartilhar hipóteses. Leia com a classe Efésios 2.1-10 e ministre a introdução da lição. O primeiro capítulo de Efésios nos mostra o plano de Deus desde a eternidade, quando deliberou chamar um povo para ser exclusivamente Seu, um corpo cuja cabeça é o próprio Senhor Jesus. O segundo capítulo nos mostra como Deus está criando uma sociedade redimida e restaurada. Na porção que estudamos hoje, Paulo faz, com muita clareza, o contraste entre a velha e a nova sociedade, entre o velho e novo homem. “Dentro da realidade sombria do mundo atual, Efésios 2.1-10 destaca-se com marcante relevância. Paulo primeiramente sonda as profundezas do pessimismo acerca do homem, e depois sobe às alturas do otimismo acerca de Deus. É esta combinação do pessimismo com o otimismo, dodesespero com a fé, que se constitui no realismo revigorante da Bíblia. Porque o que Paulo faz nesta passagem é pintar um contraste vívido entre o que o homem é por natureza e o que pode vir a ser mediante a graça” (Stott). O parágrafo todo vai nos levar a entender a nossa própria experiência de como andávamos sem Cristo (Ef 2.1-3), o que viemos a ser em Cristo Jesus (Ef 2.4-6) e qual o propósito de Deus em realizar tão extraordinária transformação (Ef 2.7-10). Orientação Didática Apresente o primeiro ponto do primeiro tópico (1. Estávamos mortos). Providencie um projetor multimídia/data-show e caixas de som, e passe um trecho do video mortos-vivos em que apareçam os mortos-vivos dançando – acesse o Canal de Editora. Use o vídeo para ilustrar que “a diferença entre um cristão e um não cristão é como a diferença entre uma pessoa viva e um cadáver”. De maneira divertida, converse sobre os mortos-vivos mostrados no video e compare-os com os “mortos-vivos” que andam entre nós, isto é, pessoas que podem parecer vivas na aparência, mas, por dentro, na alma, estão mortas. Para isso, aponte novamente as fotos fixadas, perguntando: Dá para saber quais dessas pessoas estão mortas espiritualmente? Ministre em seguida o segundo e terceiro pontos. Para encerrar o tópico, escreva no quadro (ou num cartaz), embaixo das fotos: “Escravidão, condenação e morte, essa era a nossa condição.” Em seguida, discuta com a classe as perguntas propostas no para reflexão e compartilhamento. I. A nossa condição antes da conversão (Ef 2.1-3) 1. Estávamos mortos (Ef 2.1-2) • “delitos” – no grego paraptōma – “um passo falso; desvio do caminho certo”; • “pecados” – no grego hamartia – “erro do alvo; não atingir o padrão”. O homem sem Cristo está morto (Ef 2.1), alheio à vida de Deus (Ef 4.18), separado de Deus por causa do pecado (Is 59.2), sem entendimento de Deus (Ef 4.18; Cl 1.21) e sem percepção da Sua presença (At 28.26). A diferença entre um cristão e um não cristão é como a diferença entre uma pessoa viva e um cadáver! William Barclay escreveu que “o homem sem Cristo pode ser declarado existente, mas não pode ser declarado vivo”. Essa era a nossa condição quando Cristo nos encontrou e a condição de qualquer criatura que ainda não teve uma experiência pessoal com Jesus, ainda que aos nossos olhos ela pareça bem viva. Stott nos lembra que muitas pessoas que aberta e declaradamente rejeitam Jesus Cristo parecem estar bem vivas. “Uma delas tem o corpo vigoroso de um atleta, outra, a mente lúcida de um intelectual, uma terceira, a personalidade brilhante de uma atriz de cinema. Entretanto, na esfera da alma elas não têm vida. É que pessoas que foram criadas por Deus e para Deus agora vivem sem Deus. De fato, esta foi a nossa condição até que o Bom Pastor nos encontrou”. 2. Estávamos escravizados (Ef 2.2-3) O homem sem Cristo não tem vida para Deus, mas a tem para seguir “o príncipe da potestade do ar” (Ef 2.2). É morto, mas anda, faz e pensa (Ef 2.3). O que o motiva é um “espírito que atua nos filhos da desobediência” (Ef 2.2), uma referência a Satanás. O verbo “atuar”, no grego, é energeō, de onde vem a nossa palavra “energia”. Três influências que nos controlavam antes de sermos salvos. a. Fazia-nos seguir o curso deste mundo (Ef 2.2). Fazíamos parte do “sistema” que Satanás propunha para nós. Era o contrário de Romanos 12.2, que nos orienta a não nos conformamos com este mundo. É todo sistema de valores alienado de Deus. Às vezes, esquecemos a nossa comunhão com Cristo e voltamos ao “curso deste mundo” contrariando todas as advertências da Palavra de Deus para nós (2Tm 4.10; 1Jo 2.15). b. Tornava-nos filhos da desobediência (Ef 2.2-3). “O príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência” (Ef 2.2) e, por consequência, “filhos da ira” (Ef 2.3) de Deus. Stott afirma que “a palavra ar pode ser traduzida por atmosfera nebulosa, que indica as trevas que o diabo prefere à luz”. A ideia principal é que a desobediência era a marca principal do nosso comportamento. Sem Cristo, ninguém quer obedecer a Deus. “A desobediência é a própria natureza e o caráter essencial dos filhos da desobediência, e eles pertencem inteiramente a ela” (Salmond). c. Fazia a nossa carne se inclinar para o pecado (Ef 2.3). Todos os não regenerados estão à mercê das suas paixões. Éramos, então, controlados por impulsos irracionais e sem domínio próprio. O próprio Paulo escreveu aos Romanos que “o pendor da carne é inimizade contra Deus” (Rm 8.7). É bom lembrar que não há nada de errado com os desejos naturais do corpo, seja para o sono, para a comida ou para o sexo; Deus criou essas coisas. O problema é quando o apetite se transforma em glutonaria; o sexo, em concupiscência; e o sono, em preguiça. No versículo 3, Paulo acrescenta aos desejos da carne a expressão ”e dos pensamentos”. As inclinações da carne incluem os desejos errados da mente e não somente do corpo. Stott acrescenta que “pecados tais como a soberba intelectual, a falsa ambição, a rejeição da verdade conhecida, e pensamentos maliciosos e vingativos” também fazem parte das “inclinações da carne”. Ainda como salvos precisamos vigiar bem o nosso pensamento. “A tentação bateu à minha porta; pedi a Jesus que fosse ver quem era, e já lá não estava ninguém” (Stanley Jones). 3. Estávamos condenados (Ef 2.3) “Éramos, por natureza, filhos da ira, como também os demais.” Essa expressão demonstra que tanto judeus como não cristãos são merecedores da ira de Deus e por fim a experimentarão caso não se convertam. A ira de Deus é um elemento básico em Sua natureza, representa Sua hostilidade pessoal, reta e constante contra o mal e o pecado. Sem ela Deus não poderia ser totalmente justo e não é de forma alguma incompatível com o Seu amor. Paulo passa da ira à misericórdia de Deus (Ef 2.3-4) sem dificuldade. Éramos “filhos da ira” por “natureza” (Ef 2.3), isto é, éramos filhos da ira não pelo que fazíamos, mas também pelo que constituía a nossa natureza. Por natureza, somos filhos da ira, mas pela misericórdia de Deus (Ef 2.4) somos hoje achados pela graça Dele. Escravidão, condenação e morte, essa era a nossa condição. Felizmente o parágrafo não termina aqui. Vejamos o que Deus tinha reservado para nós. Efésios para hoje Antes de conhecer a Cristo, você percebia que estava morto em seus delitos e pecados. Que atitudes podemos ver na sociedade que comprovam que pessoas sem Cristo estão mortas em delitos e pecados? Faça a leitura de Efésios 2.4-7 e escreva no quadro, em cima das fotos: “MAS DEUS...”. Ministre o segundo tópico e os pontos 1. O que Deus fez e 2. Por que Deus fez. Enquanto escreve no quadro, incentive os alunos a completarem as frases (respostas em itálico): • estávamos mortos, MAS... Deus nos vivificou em Cristo; • éramos escravos, MAS... Deus nos libertou em Cristo; • éramos filhos da ira, MAS... Deus nos amou em Cristo. Encerre com o registro das palavras: “pela graça sois salvos”. Destaque-as no quadro, na parte de baixo, junto à frase: “Escravidão, condenação e morte, essa era a nossa condição” (escrita no final do primeiro tópico). II. Mas Deus... (Ef 2.4-7) “Mas Deus...” – Duas palavras que mudaram toda a nossa história! Paulo admiravelmente nos mostra o contraste entre a condição atual dos crentes e a situação anterior. Observe como a conjunção adversativa “mas” contrapõe a nova condição à que tínhamos: • estávamos mortos nos nossos delitos e pecados, mas Deus nos vivificou em Cristo; • éramos escravos, mas Deus nos colocou na posição de livres; • éramos filhos da ira, mas Deus usou de misericórdia para conosco. Acompanhe este esboço simples e abrangente de Efésios 2.4-7. 1. O que Deus fez a. “Deus nos deu vida juntamente com Cristo” (Ef 2.5) b. “Deus nos ressuscitou juntamente com Cristo” (Ef 2.6) c. “Deus nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo” (Ef 2.6) Vejam a sequência: Deus nos deu vida juntamente com Cristo (Ef 2.5), depois, juntamente com Ele, nos ressuscitou (Ef 2.6), e ainda, nos fez assentarnos lugares celestiais (Ef 2.6). Em outras palavras, temos aqui um despertamento espiritual, uma ressurreição espiritual e uma exaltação espiritual. “Realmente os que compartilham da união com Cristo (os que foram despertados da condição de morte) compartilham da ressurreição, ascensão e exaltação” (Stott). 2. Por que Deus o fez a. “Deus, sendo rico em misericórdia” (Ef 2.4) b. “Por causa do grande amor com que nos amou” (Ef 2.4) c. “A suprema riqueza da sua graça” (Ef 2.7) d. “Em bondade para conosco, em Cristo Jesus” (Ef 2.7) As quatro palavras expressam as quatro virtudes que levaram Deus a nos salvar: misericórdia, amor, graça e bondade. Elas mostram as origens da nossa salvação. A condição humana revelou que a compaixão divina foi a causa de Deus nos salvar. Por isso, “pela graça sois salvos” (Ef 2.8). Efésios para hoje Que significa estar assentado “nos lugares celestiais em Cristo Jesus”? Que implicações há para a vida cristã diária? Por que Paulo repete três vezes a palavra “graça” neste parágrafo (Ef 2.5, 7-8)? Pergunte à classe: Para que Deus nos salvou? Divida a classe em trios para que leiam Efésios 2.7-10 e discutam a pergunta proposta (sem consultar a revista). Combine três minutos para a discussão. Terminado o tempo, incentive alguns trios a compartilhar as respostas encontradas. Ministre o terceiro tópico usando as contribuições dos trios que responderam acertadamente. III. Para que Deus nos salvou? (Ef 2.7-10) Por que terá Deus feito tudo isso pelos crentes? Primeiramente, por causa do Seu grande amor (Ef 2.2), mas também por causa dos Seus propósitos eternos (Ef 2.7-10). Vejamos no texto três objetivos de Deus. 1. Para manifestar a riqueza da Sua graça (Ef 2.7) Por meio do Seu povo, Deus deseja que a abundante riqueza de Sua graça seja manifestada. Vejamos esta sequência: Deus quer demonstrar, por meio da igreja, a riqueza da glória da herança de Jesus (Ef 1.18), a riqueza de Sua misericórdia (Ef 2.4) e, ainda, a suprema riqueza de Sua graça (Ef 2.7). “Nós, portanto, como testemunhas vivas de Sua bondade, exibiremos às pessoas de fora, sem chamar a atenção para nós mesmos, Aquele a Quem devemos a nossa salvação” (Stott). 2. Para mostrar a origem da salvação (Ef 2.8-9) Nós não somos salvos pelas nossas boas obras, mas pela graça de Jesus (Ef 2.8-9). A salvação não é um tipo de negócio com Jesus, visto que estávamos mortos (v.1), e um morto não tem nada a oferecer. A própria fé salvadora (Ef 2.8) é um dom de Deus (At 18.27; Fp 1.29). Ninguém pode realizar a sua própria salvação, “não vem de vós”. “Ninguém se glorie”, visto que se não fosse a misericórdia de Deus ainda estaríamos debaixo da condenação. 3. Para nos ensinar que fomos salvos para as boas obras (Ef 2.10) Paulo, no entanto, antes de terminar o parágrafo, lembrou aos efésios que ainda que eles não fossem salvos pelas boas obras, precisavam praticá-las (Ef 2.10). Se somos feituras de Deus (Ef 2.10), que veio em nossa direção com amor e misericórdia, então devemos imitá-Lo nesses sentimentos e atitudes (Tt 2.14; 3.8). Não somos salvos por causa das obras, mas sim, somos criados em Cristo Jesus para boas obras, preparadas por Deus para que andássemos nelas. Efésios para hoje De acordo com o que estudamos nesta lição, como você explicaria a alguém o que é a salvação? Que significa “andar em boas obras”? Pense em três maneiras de praticá-las. Conclusão Uma boa maneira de concluir esta lição é afirmar que este parágrafo (Ef 2.1-10) se resume nestas palavras: “Mas Deus... pela graça...” – fez o que fez. A história da nossa salvação é a história da iniciativa de Deus em procurar o homem. Exatamente como fez na queda. Após a desobediência do homem, o Criador foi atrás dele. Afinal, se deixasse para o homem, até hoje ele estaria dizendo ao Senhor Deus: “Ouvi a tua voz... tive medo, e me escondi” (Gn 3.10). Sugestão Final Ministre a Conclusão. Conclua com a pergunta: De acordo com o que estudamos nesta lição, como você explicaria o que é salvação? Peça que dois ou três alunos vão à frente e tentem explicar – ajude-os quando necessário. 4 A parede caiu e um novo povo nasceu Pr. João Arantes Costa texto básico Efésios 2.11-22 versículo-chave Efésios 2.15 “Aboliu, na sua carne, a lei dos mandamentos na forma de ordenanças, para que dos dois criasse, em si mesmo, um novo homem, fazendo a paz” alvo da lição Ao estudar esta lição, você terá condições de saber que a cruz de Cristo une judeus e gentios num só povo. leia a Bíblia diariamente seg Ef 2.11-22 ter Gn 12.1-3 qua Cl 2.13-23 qui 1Pe 2.1-10 sex 2Co 5.10-20 sáb Rm 5.1-2 dom Ap 7.9-12 O aluno será capaz de saber entender de que maneira a cruz de Cristo uniu judeus e gentios num só povo e perceber que faz parte da nação e da família de Deus, e que é habitação Dele; sentir sentir-se reconciliado com Deus por intermédio de Jesus Cristo; conscientizar-se de que a igreja de Cristo deve viver segundo a essência com que foi criada; agir ajudar a igreja a viver sua essência: como nação modelo de comunidade humana, como família que vive em amor e como habitação de Deus conduzida pelo Seu Espírito à santificação. Sugestão Inicial Prepare recursos visuais (slides ou cartazes) para ilustrar a introdução e os tópicos da lição. Ao ministrar a introdução, utilize um visual que apresente a distinção entre judeu e gentio: • Judeu: Aquele que descende de Abraão, que pertence ao povo de Israel. • Gentio: Quem não é judeu; todos que não pertencem ao povo de Israel. Na lição anterior, vimos como o grande amor de Deus deu nova vida a homens e mulheres, que anteriormente estavam mortos nos pecados (Ef 2.1). E agora, aprenderemos em Efésios 2.11-22 que o propósito de Deus vai além do indivíduo, mostrando que implica também trazer pessoas, seja qual for a raça ou origem, para ser da “família de Deus” (Ef 2.19). E para que isso acontecesse, uma grande transformação teria que ser feita na situação dos gentios (qualquer pessoa que não é judia). O texto que estudaremos é marcado pelas palavras “outrora” (Ef 2.11) e “agora” (Ef 2.13), para mostrar a situação dos gentios antes e depois da conversão a Cristo. Orientação Didática Utilize os pontos do primeiro tópico para elaborar o recurso visual. I. Quem éramos outrora (Ef 2.11-12) Os gentios e os judeus estavam mortos em seus pecados (Ef 2.1-3), agora juntos, formam o novo povo de Deus (Ef 2.11-22). Os que estavam alheios à vida de Deus (Ef 4.18) também estavam separados entre si (Ef 2.12). Os judeus tinham desprezo pelos gentios. Eles se esqueceram da promessa feita a Abraão (Gn 12.1-3) de que todas as famílias da terra deveriam ser abençoadas por eles. Havia uma parede de separação (Ef 2.14) tanto no templo quanto no pensamento deles! Todavia, a cruz de Cristo derrubou essa parede, e um novo povo foi criado. 1. Os gentios eram objeto de desprezo dos judeus (Ef 2.11) Os judeus se caracterizavam como o único povo de Deus. Eles tinham o pacto de circuncisão (sinal externo que caracterizava a aliança feita com Abraão). Paulo, no entanto, declara que esse símbolo foi valorizado demasiadamente e está destituído de valor espiritual. A circuncisão deles era “na carne, por mãos humanas” (Ef 2.11 – cf. Rm 2.28-29; Fp 3.3; Cl 2.11). Há um tipo de circuncisão do coração, que é espiritual, e tanto judeus como gentios precisam dela. 2. Os gentios estavam espiritualmente alienados (Ef 2.12) a. Estavam sem Cristo – Longe das bênçãos espirituais já descritas anteriormente (Ef 1.3). É o contrário de “estar em Cristo” (Ef 2.5). Os gentios não esperavam e nada sabiam sobre o Messias. b. Estavam separados da comunidade de Israel – A comunidade de Israel era o ambiente no qual Deus Se manifestava e Se tornava conhecido. Os gentios se sentiam fora desse círculo de pessoas que se relacionavam com Deus. As promessas feitas a Abraão não os tinham alcançado. Eles eram “estranhos às alianças”, não estavam debaixo dopacto que tinha sido feito com Israel (Rm 9.4). c. Não tinham esperança nem Deus – Eles não tinham a esperança de salvação eterna visto não conhecerem o Deus salvador. A idolatria deles os impedia de conhecer a Deus (At 14.15-18; Rm 1.18-23). Não tinham nem mesmo a experiência espiritual que Deus havia dado a Israel (Sl 147.18-20). Assim era o mundo gentílico: “sem Cristo, separados da comunidade de Israel e estranhos às alianças da promessa, não tendo esperança e sem Deus no mundo” (Ef 2.12). Nós estávamos na mesma condição. Mantínhamos inimizade com Deus e não fazíamos parte dessa nova sociedade. “Mas, agora, em Cristo Jesus...” (Ef 2.13) Efésios para hoje Podemos dizer que todos os gentios não convertidos de hoje se encaixam no mesmo estado espiritual que Paulo traçou em Efésios 2.11-13? Qual é o nosso dever para com eles? Utilize os pontos do segundo tópico para elaborar o recurso visual. Para encerrar o tópico, faça perguntas aplicativas à classe. 1. E nós? Que Jesus fez para nos reconciliar com Deus? 2. Após a cruz de Cristo, ficou mais fácil ou mais difícil obedecer aos dez mandamentos? Por quê? Frente ao tópico estudado, conduza os alunos às respostas. II. Que Jesus fez (Ef 2.13-18) Antes, sem Cristo, os gentios estavam longe, agora foram aproximados (Ef 2.13). Ambos precisavam estar perto de Deus para poder chegar perto uns dos outros. O preço dessa reconciliação foi o “sangue de Cristo” (Ef 2.13). A morte de Cristo possibilitou que tanto judeus como gentios ficassem livres da lei mosaica e se encontrassem para formar um só povo. A nação de Israel, que “outrora” era a nação exclusiva de Deus (Sl 148.14; Is 43.21), “agora” divide essa posição com a igreja (1Pe 2.9). A paz aos que estavam longe os gentios) e aos que estavam perto (os judeus) (Ef 2.13), que tinha sido proclamada por Isaías (57.19), foi cumprida em Jesus Cristo. É por meio da paz com Cristo (Rm 5.1) que alcançamos paz com o próximo e abrimos caminho para a amizade cristã (Ef 2.14). Precisamos fazer uso desse privilégio. Assim sendo, fica liberado o nosso acesso a Deus, visto que a parede de separação é derrubada (Ef 2.14; Hb 10.22; Tg 4.8). É bom lembrar que a união de gentios (agora igreja) e judeus não é universal, mas é somente para aqueles que recebem a Jesus Cristo e creem em Seu maravilhoso nome (Jo 1.11-13). O que Cristo fez para aproximar os gentios de Si e para reconciliá-los com os judeus? 1. Ele aboliu a lei dos mandamentos (Ef 2.15) Precisamos entender o que Paulo quer dizer com ”aboliu, na sua carne, a lei dos mandamentos na forma de ordenanças” (Ef 2.15). O verbo “abolir” quer dizer “anular”, “acabar”, “desfazer”. Foi traduzido em outros textos do NT como “cancelar”, “desfazer”, “desobrigar”. Como Jesus pode ter abolido a lei se Ele mesmo disse que não veio revogá-la (Mt 5.17)? Primeiro, no Sermão do Monte, o Senhor estava referindo-se à “lei moral”, ensinando a Seus discípulos que a justiça dos fariseus era externa, e a justiça cristã tem que vir do coração (Mt 5.20). Tudo indica que Paulo está referindo-se à “lei cerimonial”, porque, na passagem correlata em Colossenses 2.16, o mesmo Paulo escreveu: “Ninguém, pois, vos julgue por causa de comida e bebida, ou dia de festa, ou lua nova, ou sábados”. E completou: ”porque tudo isso tem sido sombra das coisas que haviam de vir; porém o corpo é de Cristo” (Cl 2.17). Então, é provável que fossem esses “mandamentos na forma de ordenanças” que Paulo estava referindo em Efésios 2.15. É provável também que Paulo esteja fazendo uma referência à “lei moral”, embora Cristo não tenha anulado essa lei, pelo contrário, Ele a reinterpretou. Isso ficou comprovado nas expressões do Sermão do Monte “ouvistes que foi dito aos antigos” (e Ele citava um mandamento do AT), e “eu, porém, vos digo” (cf. Mt 5.21-22, 27-28, etc.). Então, “na sua carne”, isto é, na cruz, Cristo nos desobrigou da lei como caminho de salvação, mas não como caminho de santificação, ou, como Stott chamou, “como um padrão de comportamento”. A lei era uma barreira entre os homens e Deus, mas também entre judeus e gentios. Mas Cristo cancelou o “escrito de dívida” (Cl 2.14). Resumindo, “Jesus aboliu tanto os regulamentos da lei cerimonial como a condenação da lei moral. Ambas eram divisórias. Ambas foram deixadas de lado pela cruz” (Stott). 2. Ele criou uma nova humanidade (Ef 2.15) É uma nova raça humana unida na pessoa de Cristo. “Cristo segura com uma das mãos o povo judeu e com a outra o gentio, e os une em Si mesmo. Enquanto forem incrédulos, continuarão inimigos. Somente unindo-se a Cristo encontrarão a harmonia que o Senhor requer” (C. Waughan). De fato, Cristo abole qualquer diferença entre os seres humanos (Cl 3.11; Gl 3.28). Nele há uma unidade plena e perfeita. Isso leva os crentes a compartilhar a mesma vida, a mesma glória e a mesma herança que Cristo. 3. Ele reconciliou os judeus e os gentios com Deus (Ef 2.16-18) São duas ações. Primeiro, a parede de separação foi derrubada (v.14), a lei foi abolida (v.15), um novo homem foi criado (v.15). Agora judeus e gentios são, por Cristo, reconciliados com Deus (v.16). Segundo, o estabelecimento da paz entre judeus e gentios também é fruto da morte sacrificial de Cristo. Ele é o agente de ambas as obras (Rm 5.10-11; 2Co 5.10-20; Cl 1.19-23). É bom lembrar que nem toda a humanidade está reconciliada com Deus, visto que a reconciliação indica o ato da vontade de Deus e o da decisão do homem. As boas-novas da paz feitas na cruz foram anunciadas aos de perto (judeus) e aos de longe (gentios) (Ef 2.17), e assim fomos alcançados por essa mensagem. Agora, por nosso intermédio, essa mensagem deve ser levada a todas as pessoas, para que todos sejam um em Cristo. E, em recebendo essa paz que nos foi evangelizada, teremos livre acesso a Deus, em Espírito (Ef 2.18), cf. Rm 5.1-2). Efésios para hoje Após a cruz de Cristo, ficou mais fácil ou mais difícil obedecer aos dez mandamentos? Por quê? Utilize os pontos do terceiro tópico para elaborar o recurso visual. Para encerrar o tópico, faça perguntas aplicativas à classe. 1. E nós, quem somos agora, depois de salvos por Cristo Jesus? 2. Qual a essência da igreja de Cristo, segundo Efésios 2.11-22? Conduza os alunos às respostas após o estudo do terceiro tópico. III. Quem somos agora (Ef 2.19-22) Os versículos 19 a 22 registram algumas conclusões do que Paulo nos ensinou (v.13- 18), e todas elas dizem respeito à consequente confraternização que agora deve existir entre os crentes judeus e os crentes gentios. A ênfase, porém, é que os gentios foram colocados no mesmo plano dos judeus quanto aos benefícios e privilégios oferecidos pelo evangelho. Esse fato é apresentado por meio de três imagens: a nação, a família e o templo. 1. A nação de Deus (Ef 2.19) Agora não somos estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos (Ef 2.19). Em Cristo, todos os gentios e judeus passam a fazer parte do verdadeiro “Israel de Deus” (Gl 6.16). Trata-se de uma nova cidadania, a de cidadão do reino de Deus, em que o próprio Deus rege o Seu povo e lhe dá privilégios e responsabilidades. Martyn Lloyd-Jones escreveu “já não vivemos com passaporte, mas, sim... realmente temos as nossas certidões de nascimento”. 2. A família de Deus (Ef 2.19) Em Cristo, judeus e gentios vivem juntos como filhos em uma família. Deus é o pai (Ef 2.18), e nós, por meio da adoção (Ef 1.5), fomos feitos família de Deus. Isso significa, dentre tantas outras coisas, que a igreja é o meio usado por Deus para satisfazer uma profunda necessidade de todo coração humano: de pertencer. A igreja serve de companhia, de comunhão e de amparo para muitas pessoas. E muitos só passaram a saber o que é uma família de verdade quando se tornaram membros do corpo de Cristo. 3. O templo de Deus (Ef 2.20-22) O templo sempre fez parte da identidade de Israel como povo de Deus. No entanto, o novo povo tem um novo templo, e esse é totalmente distinto do anterior. O fundamento do novo temploé o ensino cristocêntrico dos apóstolos e profetas (Ef 2.20; At 2.42), isto é, as verdades reveladas nas Escrituras. A pedra angular, essencial para manter firme o edifício, é o próprio Senhor Jesus (Ef 2.20-21 – cf. 1Co 3.11; 1Pe 2.4-8). Nele, todo edifício bem ajustado cresce. A unidade e o crescimento da igreja vêm em conjunto. Além de Cristo, que é a pedra fundamental da igreja, nós também faremos parte dessa construção (Ef 2.22). Como pedras que vivem, estamos sendo edificados casa espiritual (1Pe 2.4-5). E finalmente, Paulo fala que o propósito desse templo é ser habitação de Deus (Ef 2.22). O templo feito por mãos humanas não pode conter a Deus (1Rs 8.27; At 7.48-49), mas Ele habita em pessoas santas e com elas faz aliança (1Co 6.19-20). Esse edifício ainda não está completo, mas está crescendo para ser santuário dedicado ao Senhor (Ef 2.21). No céu, seremos definitivamente completados (Ap 21.1-5). Efésios para hoje O que Cristo fez para aproximar os gentios de Si e para reconciliá-los com os judeus? De que maneira a igreja como “família de Deus” tem feito diferença em sua vida? Em que sentido os apóstolos e profetas são o fundamento da igreja? Conclusão Vamos deixar que Stott faça a conclusão para nós. “Pergunto a mim mesmo se há alguma coisa mais urgente hoje, para a honra de Cristo e para a propagação do evangelho, do que isto: a Igreja ser aquilo que já é segundo o propósito de Deus e a realização de Cristo, e ser vista como tal: uma nova humanidade, um modelo de comunidade humana, uma família de irmãos e irmãs reconciliados que amam ao seu Pai e se amam uns aos outros, a habitação evidente de Deus pelo seu Espírito. Somente então o mundo crerá em Cristo como Pacificador.” Sugestão Final Ministre a Conclusão. Para encerrar, pergunte à classe: • Será que temos refletido, como igreja, essa nova essência adquirida em Cristo? • De que maneira nossa igreja tem testemunhado essa essência à comunidade descrente? 5 O mistério revelado e uma oração fervorosa Pr. José Humberto de Oliveira texto básico Efésios 3.1-21 versículo-chave Efésios 3.20-21 “Ora, àquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos, conforme o seu poder que opera em nós, a ele seja a glória, na igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações, para todo o sempre. Amém!” alvo da lição Ao estudar esta lição, você terá condições de entender por que o evangelho é um mistério revelado, e aprender com o conteúdo desta fervorosa oração de Paulo. leia a Bíblia diariamente seg Sl 15.1-5 ter Sl 24.1-10 qua Sl 51.1-19 qui Ef 3.1-6 sex Ef 3.7-13 sáb Ef 3.14-21 dom 2Co 4.1-6 O aluno será capaz de saber conhecer o ministério confiado a Paulo e também a todos os crentes e compreender o conteúdoda oração de Paulo; sentir sentir-se coerdeiro da bênção, coparticipante da promessa e membro do corpo de Cristo; agir cumprir o ministério que lhe foi confiado, pregando o evangelho, compartilhando as bênçãos e tornando conhecida a sabedoria de Deus. Sugestão Inicial Prepare recursos visuais (slides ou cartazes) para ilustrar a introdução e os tópicos da lição. Dessa maneira, à medida que você expuser o conteúdo da lição, os alunos poderão acompanhar por meio dos recursos visuais, colaborando para maior atenção, compreensão e fixação do conteúdo ministrado. Inicie a aula convidando os alunos a orar, usando as palavras de Paulo em Efésios 3.14-21. Essa oração faz parte da introdução da lição, por isso cuide para que ela contenha apenas as palavras de Paulo aos efésios, que também se aplicam a nós e a nossa igreja hoje. Seja sincero e ore de coração. A maneira como o autor da carta inicia o capítulo 3, “eu, Paulo, sou o prisioneiro de Cristo Jesus, por amor de vós, gentios” (v.1), indica que ele reservou esse capítulo para abrir o coração e nos revelar os propósitos de Deus em usá-lo de forma única e pessoal em relação aos gentios. Por isso ficou conhecido como o apóstolo aos gentios. A certeza do plano de Deus nessa missão é tão grande que Paulo não se considera prisioneiro de Nero, o imperador, mas de Cristo, o Senhor. Paulo tinha uma visão tão acurada da soberania de Deus que nunca via as prisões como incidentes, empecilhos ou percalços, mas como parte integrante dos desígnios de Deus para com o Seu povo. Conseguia ver, em tudo, o senhorio de Cristo em sua vida, como ele mesmo declarou em outra carta: “Sim, deveras considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; por amor do qual perdi todas as coisas e as considero como refugo (no grego, “qualquer resto, como o excremento de animais, escória, lixo, sujeira”), para ganhar a Cristo” (Fp 3.8). Orientação Didática Para encerrar o tópico, faça perguntas aplicativas à classe. 1. E você? Mesmo quando se sente “pequeno”, tem estado atento às oportunidades que Deus dá para pregar o evangelho em casa (aos filhos/família), no trabalho (aos colegas), no bairro (aos vizinhos)? 2. Você tem buscado compartilhar as bênçãos cristãs e tornar conhecida a sabedoria de Deus, partilhando com os outros tudo o que Deus tem feito em sua vida e o que tem aprendido do Senhor na igreja e aqui, na Escola Bíblica? I. O grande privilégio de Paulo (Ef 3.1-13) É duplo o grande privilégio de Paulo: entender o mistério da união de gentios e judeus em Cristo, e se chamado para manifestar o evangelho a todos. 1. O mistério que lhe foi revelado (v.1-6) Em português, “mistério” significa algo obscuro, oculto, secreto, enigmático. Porém, aqui significa “uma verdade que esteve oculta ao conhecimento ou entendimento humano, mas que atualmente está desvendada pela revelação de Deus”. Qual é então esse “mistério” que se tornou conhecido? A resposta está no versículo 6. Para definir com exatidão, o apóstolo usa três expressões compostas e paralelas que, no grego, começam com o mesmo prefixo syn = “juntamente com”, e indica aquilo que os crentes gentios agora têm e são, em conjunto com os crentes judeus: a. “coerdeiros” da mesma bênção; b. “membros do mesmo corpo”; c. “coparticipantes” da mesma promessa. Paulo está declarando que, ao contrário da situação anterior descrita em Efésios 2.11-12, tanto gentios quanto judeus são agora herdeiros da mesma bênção, membros comuns do mesmo corpo e participantes da mesma promessa. Resumindo, podemos dizer que o mistério de Cristo é a união completa de judeus com gentios, por meio da união de ambos com Cristo. O Antigo Testamento mostra que Deus tinha um propósito para os gentios. Deus havia prometido a Abraão que todas as famílias da terra seriam abençoadas por intermédio da posteridade dele; que o Messias receberia as nações como Sua herança; que Israel seria dado como uma luz às nações; e que um dia as nações fariam uma peregrinação a Jerusalém, e até mesmo “fluiriam para ela” como um rio poderoso (cf. Gn 12.1-3; Sl 2.8; Is 42.6; 49.6). “Judeus e gentios seriam incorporados em Cristo e na Sua Igreja em igualdade, sem qualquer distinção. Esta união completa entre judeus, gentios e Cristo era radicalmente nova, e Deus a revelou a Paulo, vencendo o arraigado preconceito judeu” (Stott). 2. O ministério que lhe foi confiado (Ef 3.7-13) Agora, o apóstolo sai do “mistério” e vai ao “ministério”. Isto é, já que o termo grego mysterion quer dizer “uma verdade que esteve oculta, mas agora está revelada”, Paulo não poderia guardar para si uma mensagem tão grandiosa e preciosa. No final do versículo 6, ele escreve que é por meio do evangelho que os cristãos judeus e gentios são unidos a Cristo. Então, aqui encontramos mais uma definição de “evangelho” = revelação de um mistério divino. Sendo assim, quando esse evangelho é anunciado e recebido por aqueles que o ouvem, quem nele crê se torna parte integrante desse “mistério” revelado. E dele Paulo diz:“Fui constituído ministro” (Ef 3.7). Qual foi esse ministério de Paulo? a. Pregar aos gentios o evangelho das insondáveis riquezas de Cristo (Ef 3.8). “A mim, o menor de todos os santos”. É provável que Paulo estivesse fazendoum jogo com seu próprio nome. O sobrenome romano “Paulus” significa “pequeno”, e a tradição diz que ele era um homem pequeno. “Eu sou pequeno”, talvez esteja dizendo, “pequeno pelo nome, pequeno na estatura, moral e espiritualmente menor do que o mínimo de todos os cristãos” (Stott). Ao afirmar isso, não cremos que esteja sendo hipócrita ou usando de falsa humildade. O que acontece é que quando o apóstolo olha o seu passado, que ele mesmo confessa, pois “noutro tempo, era blasfemo, e perseguidor, e insolente” (1Tm 1.13) contra Jesus Cristo, ele, de fato, tem que se considerar muito “pequeno” para anunciar “tão grande salvação”. Os tradutores e comentaristas se esforçam para achar um termo equivalente a insondáveis. As riquezas de Cristo, eles dizem, são inescrutáveis, inexploráveis, incompreensíveis, inexauríveis, ilimitáveis, imperscrutáveis e incalculáveis. “O que está certo sobre as riquezas que Cristo tem e dá é que nunca chegaremos ao fim delas” (Stott). b. Manifestar o mistério a todos os homens (Ef 3.9). “Manifestar” é tradução de fōtizō, que, literalmente, é “iluminar”, “tornar algo claro para todos”, “esclarecer”. O próprio Jesus tinha dito a Paulo que o estava enviando aos gentios “para lhes abrires os olhos e os converteres das trevas para a luz e da potestade de Satanás para Deus” (At 26.18). c. Tornar conhecida a multiforme sabedoria de Deus (Ef 3.10-11) “Multiforme”, no grego, é multicolorido – era usado para descrever flores, coroas, tecidos bordados e tapetes trançados. A igreja, como uma comunidade multirracial e multicultural, é como uma bela tapeçaria. Seus membros vêm de uma vasta gama de situações singulares formando uma só “peça”. Com essa palavra, o apóstolo quer dizer que a sabedoria de Deus tem muitas formas. A igreja do Senhor Jesus Cristo, em todo o mundo, manifesta a sabedoria de Deus de maneiras variadas. Não é, então, sem motivo que muitas vezes uma igreja é totalmente diferente da outra. Por quê? Ou melhor, para quê? Para que o Senhor seja glorificado de muitas formas. Por isso, tentar copiar “receitas” de sucesso de outras igrejas pode não ser um caminho adequado. Quem são os principados e potestades? Estão em foco poderes angelicais superiores, que habitam nas regiões ou esferas celestiais. Os anjos, e não somente os homens, aprendem sobre a sabedoria de Deus mediante a observação do que Ele realiza em Seus feitos. Os principados e potestades aqui são santos, ou, como diríamos, “anjos bons”, embora nessa mesma epístola tal expressão seja usada para falar de seres malignos (Ef 6.12). Efésios para hoje Duas vezes Paulo usa a expressão “a graça de Deus a mim confiada (concedida)” (Ef 3.2,7). Que privilégios imerecidos são esses que Deus deu ao apóstolo - e dá a nós também? Qual é o “mistério” nesse parágrafo? De que maneira a igreja manifesta a “multiforme sabedoria de Deus”? Utilize os pontos do segundo tópico para elaborar o recurso visual. II. A fervorosa oração de Paulo (Ef 3.14-21) “Uma das melhores maneiras de descobrir as principais ansiedades e ambições do crente é analisar o conteúdo de suas orações e a intensidade com que as faz. Todos nós oramos acerca do que nos preocupa e, evidentemente, não nos importamos com assuntos que não incluímos em nossas orações. A oração expressa um desejo” (Stott). Vamos analisar o conteúdo desta oração de Paulo. 1. Introdução à oração do apóstolo (Ef 3.14-16) a. “Por esta causa” – Que causa tem em mente? Temos dupla resposta. (1) O eterno propósito que Deus estabeleceu em Cristo Jesus (Ef 3.11). (2) A preocupação de Paulo com os efésios, demonstrada no versículo 13. “Portanto, vos peço que não desfaleçais nas minhas tribulações por vós”. b. “me ponho de joelhos” (1Rs 8.54; Lc 22.41; At 7.60; 20.36) – Apenas para indicar que havia “um grau excepcional de sinceridade” (Stott), e também de quebrantamento, podemos acrescentar. A Bíblia não determina qual é a posição certa de orar. Todavia, concordamos com o comentário de William Hendriksen que “uma posição desleixada do corpo, quando se ora, é uma abominação diante do Senhor”. c. “de quem toma o nome toda família, tanto no céu como sobre a terra” – Essa família é a igreja. A do céu é a igreja que já está na glória, e a da terra é a que ainda não subiu ao céu. d. “para que, segundo a riqueza da sua glória, vos conceda” – A seguir Paulo usa quatro palavras-chave para expressar o conteúdo de sua oração: força, amor, compreensão e plenitude. 2. O conteúdo da oração do apóstolo (Ef 3.16-19) Na primeira parte dessa oração, o apóstolo olha para o ponto mais íntimo do cristão, seu homem interior e seu coração. E isso faz sentido porque esse é sempre o primeiro local para onde Deus olha (cf. 1Sm 16.7; Sl 15.1-2; 24.3-4; 51.6; Mt 22.16). a. “habite Cristo no vosso coração” – A princípio, podemos pensar que essa oração não é necessária, isto é, se os efésios são crentes, então Cristo já habita em cada coração! O teólogo Charles Hodge nos responde com esta simples frase: “A habitação de Cristo na pessoa é questão de intensidade.” No grego, o verbo para “habitar” significa estabelecer-se em algum lugar. Refere-se a uma habitação permanente e não temporária. O que Paulo quer que aconteça é uma habitação cada vez mais intensa de Cristo no coração dos efésios e, evidentemente, no nosso também. E isso significa um reinado completo do Senhor Jesus em nossa vida, cuja sede é o coração. b. “arraigados e alicerçados em amor” (Ef 3.17). Se na primeira parte Paulo estava preocupado com o coração, agora ele está interessado nas raízes. Para isso, usa duas figuras: uma da botânica (arraigados = enraizados) e outra da arquitetura (alicerçados – o alicerce é a base, o fundamento, o sustentáculo). Dessa forma, o apóstolo está comparando a vida do cristão a uma árvore bem enraizada e a uma casa bem edificada. Nos dois casos, a causa da estabilidade é a mesma: o amor. “O amor há de ser o solo em que a vida deles deverá ser plantada; o amor há de ser o fundamento em que a vida deles será edificada” (Stott). c. “conhecer o amor de Cristo” (Ef 3.18-19) -”a fim de poderdes compreender, com todos os santos, qual é a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade e conhecer o amor de Cristo, que excede todo entendimento”. O amor de Cristo é tão alto quanto o mais alto dos céus, tão profundo quanto o mais profundo abismo, largo o suficiente para abarcar o oriente e o ocidente, e comprido para abranger o norte e o sul. Então, ninguém está fora do raio da ação do amor de Jesus. d. “tomados de toda a plenitude de Deus” (Ef 3.19) – “para que sejais tomados de toda a plenitude de Deus”. Plenitude é uma palavra bastante usada em Efésios. O apóstolo deixa claro que ainda temos espaço para crescer mais. Como indivíduos, devemos continuar a nos encher do Espírito (Ef 5.18), e a igreja deve crescer Nele até atingir a plenitude de Cristo (Ef 4.13-16). Se você necessita de uma definição, Stott afirma que “plenitude é a capacidade que temos de ficar cheios de Deus até o limite, sem deixarmos de permanecer humanos”. Mas a “plenitude de Deus” também aponta para o futuro, para a manifestação do Senhor, a qual João nos lembra: “Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque havemos de vê-lo como ele é” (1Jo 3.2). 3. A conclusão da oração do apóstolo (Ef 3.20-21) Stott sugere a seguinte divisão:a. Deus é poderoso para fazer, pois Ele não está ocioso, nem inativo, nem morto; b. Deus é poderoso para fazer o que pedimos, pois escuta a oração e responde a ela; c. Deus é poderoso para fazer o que pedimos ou pensamos, pois lê os nossos pensamentos; porque, às vezes, imaginamos coisas que não ousamos pedir e, então, deixamos de pedi-las; d. Deus é poderoso para fazer tudo o que pedimos, porque sabe de tudo e tudo pode realizar. É o Deus Todo-Poderoso; e. Deus é poderoso para fazer mais do que pedimos, pois Suas expectativas são mais altas que as nossas; f. Deus é poderoso para fazer infinitamente mais, porque a Sua graça não é dada por medidas racionadas. É um Deus de superabundância. Conclusão A própria conclusão da oração é mais que suficiente para nós, pois o desejo maior do apóstolo é que a glória de Deus seja vista “na igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações, para todo o sempre. Amém!” (Ef 3.21). Sugestão Final Distribua folhas de papel e canetas, e desafie os alunos a escreverem uma oração baseada na oração de Paulo estudada na lição. Dê liberdade para que escolham produzir sozinhos, em duplas ou trios, de acordo com as preferências pessoais. Combine de três a cinco minutos para essa tarefa (de acordo com a realidade da sua turma). Terminado o tempo, peça que alguns alunos compartilhem a oração escrita. Eles devem fazer a leitura em atitude de oração e toda a classe deve orar junto. 6 Unidade, serviço e crescimento Pr. José Humberto de Oliveira texto básico Efésios 4.1-16 versículo-chave Efésios 4.15-16 “Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, de quem todo o corpo, bem ajustado e consolidado pelo auxílio de toda junta, segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio aumento para a edificação de si mesmo em amor” alvo da lição Ao estudar esta lição, você terá condições de entender que a igreja que anda de modo digno da vocação é aquela que demonstra unidade, serviço e crescimento. leia a Bíblia diariamente seg 1Co 1.10-17 ter 1Co 1.18-31 qua 1Co 3.1-9 qui 1Co 12.1-11 sex 1Co 12.12-31 sáb Fp 1.27-2.11 dom Jo 17.1-26 O aluno será capaz de saber entender que a igreja saudável demonstra maturidade, unidade, serviço e crescimento; sentir almejar desenvolver a maturidade cristã descrita em Efésios e conscientizar-se da diversidade dos dons e de seu propósito na igreja; agir colaborar para que sua igreja desenvolva todas as características de uma igreja saudável. Sugestão Inicial Escreva no quadro e pergunte à classe, e depois faça a leitura de Efésios 4.1-16. Quais as características que uma igreja sadia deve demonstrar? Podemos dividir Efésios em duas partes. Capítulos 1-3: Doutrina – o que Deus fez (teologia). Capítulos 4-6: Prática – o que devemos fazer (vida cristã). Vamos começar a parte mais prática da carta. O apóstolo inicia o capítulo dizendo: “Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor” (Ef 4.1). A expressão “Rogo-vos” é uma espécie de convite, “convido- vos”, “peço-vos”, embora tenha sempre o sentido de apelar. Isso quer dizer que o que Paulo vai dizer é de suma importância para a vida cristã, por isso, é um apelo. “Andar de modo digno” significa viver de acordo com o chamado, corresponder ao chamado, e, sobretudo atender Àquele que nos chamou, que nos vocacionou. Como é essa “dignidade”? Duas palavras resumem: unidade e santidade. A unidade será tratada nesta lição; e a santidade, nas lições 7 e 8. Orientação Didática Prepare cinco cartazes com silhueta de igreja para ilustrar os tópicos da lição. I. A unidade cristã depende da nossa vida cristã (Ef 4.2-3) Paulo é muito claro ao escrever que a vida digna é caracterizada por estas virtudes: humildade, mansidão, longanimidade, tolerância mútua e amor. Relembra-nos que é por aqui que todo propósito de unidade cristã deve começar. Isto é, se quisermos unidade na igreja local, é bom termos certeza de que nunca dependerá de cargos, estatutos, etc. Há pessoas que começam com estruturas, mas o apóstolo começa com qualidades morais, virtudes cristãs (Stott, p.104). E isso explica por que muitos projetos da igreja e na igreja não dão certo. As pessoas dizem que querem trabalhar, que “amam” ao Senhor, que estão dispostas, mas quando começam os relacionamentos interpessoais, nota-se a ausência dessas virtudes; tudo termina em divisão. 1. Humildade Cremos que essa é uma das palavras mais mal-entendidas na igreja evangélica. Muitos confundem humildade com roupa rasgada, casa velha, ausência de conhecimento, etc. Nada disso! Cremos que três coisas caracterizam a humildade cristã. a. Não pensar de si mesmo além do que é (Rm 12.3). Veja bem, você pode pensar de você, falar de você, mas não além do que você realmente é. b. Considerar os outros (Fp 2.3). Alguém disse: “Você sabe tudo o que sabe, mas não sabe tudo o que os outros sabem”. c. Disposição para servir (Mc 10.43-45). As palavras de Jesus dizem tudo. 2. Mansidão William Barclay a definiu como “o meio-termo entre ser irado demais e nunca ficar irado de modo algum”. Ao contrário do que se pensa, mansidão não é sinônimo de fraqueza, mas é a “suavidade dos fortes”. É a qualidade de uma personalidade forte que é, mesmo assim, senhora de si mesma e serva de outras pessoas. A mansidão forma um par ideal com a humildade, porque “o homem manso pensa bem pouco nas suas reivindicações pessoais, assim como o homem humilde pensa bem pouco nos seus méritos pessoais” (R.W. Dale). Jesus Cristo foi esse homem (Mt 11.29). 3. Longanimidade Quando a Bíblia diz que Deus é longânimo, significa que Ele é “grande de rosto”, “lento para a ira”. A longanimidade é a capacidade de aguentar, com paciência, pessoas provocantes, tal como em Cristo Deus foi longânimo conosco (cf. Rm 2.4; 1Tm 1.16). 4. Tolerância mútua Suportar uns aos outros fala daquela mútua tolerância sem a qual nenhum grupo de seres humanos consegue conviver em paz. O autor aos Hebreus nos informa que Jesus suportou a cruz e a oposição dos pecadores contra Si mesmo (Hb 12.2-3). 5. Amor Já foi mencionado na lição anterior e certamente será em outras. E novamente lembramos que o amor é a atitude que visa o bem-estar do próximo. 6. Paz Preservando “a unidade do Espírito no vínculo da paz” (Ef 4.3). “Façam tudo para conservar, por meio da paz que une vocês, a união que o Espírito dá” (Ef 4.3 – NTLH). Paulo coloca sobre os nossos ombros essa responsabilidade. Recado semelhante está na carta aos Romanos: “Se possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens” (Rm 12.18). Efésios para hoje Como praticar o convite de Paulo: “andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados” (Ef 4.1)? Das seis virtudes que são a base da unidade cristã, qual é a mais difícil de ser praticada? Por quê? Orientação Didática Utilize o modelo a seguir para elaborar o recurso visual referente ao segundo tópico. II. A unidade cristã surge da unidade do nosso Deus (Ef 4.4-6) Nestes três versículos encontramos sete vezes a palavra “um”. Três vezes faz referência à Trindade (um só Espírito, um só Senhor Jesus, e um só Deus e Pai de todos); e as outras quatro vezes dizem respeito à nossa experiência cristã, que, evidentemente, está diretamente relacionada às três pessoas da Trindade. Vamos resumir assim: 1. há um só corpo porque há um só Espírito; 2. há uma só esperança, uma só fé e um só batismo porque há um só Senhor; 3. há uma só família cristã, que abrange a todos, porque há um só Deus e Pai, “o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos”. “A unidade cristã tem a sua origem em possuirmos um só Pai, um só Salvador, e um só Espírito que habita em nós” (Stott). Com isso, concluímos que não é possível obter unidade se negarmos a Trindade; até porque os três são um (1Jo 5.7). Efésios para hoje Como a unidade da Trindade se relaciona com a unidade na igreja? Orientação Didática Utilize o modelo a seguir para elaborar o recurso visual referente ao terceiro tópico. III. A unidade cristã é enriquecida pela diversidade dos dons (Ef
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