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TEORIA PRÁTICA DA REDAÇÃO JURÍDICA
ALDA DA GRAÇA MARQUES VALVERDE
AULA 7
Elementos da narrativa forense: narrativa a serviço da argumentação
Objetivos:
	- Aprimorar o estudo da narrativa iniciado no segundo semestre;
- Identificar os elementos da narrativa forense no caso concreto;
- Estabelecer relação entre a seleção dos fatos narrados e a produção de argumentos.
Estrutura do conteúdo
	1. Elementos da narrativa jurídica
1.1. Centralidade
1.2. Características das partes: características moral, social, psicológica, profissional, religiosa, física, familiar, etc.
1.3. Educação quantitativa e educação qualitativa
1.4. Espaço físico e espaço social
1.5. Tempo cronológico e tempo psicológico
2. Relação entre as informações narradas e a função argumentativa que desempenham
Parte teórica:
Segundo as orientações sobre a Lógica do Razoável, ao produzir seu relatório, exige-se do profissional do Direito a apresentação de uma série de circunstâncias observadas no caso concreto, seja em relação àqueles que participam da lide (partes litigantes), seja em relação ao lugar e tempo em que ocorreram os fatos.
Nesse sentido indicamos alguns elementos que possam contribuir para uma narrativa mais completa e consistente. Assinale-se que essas mesmas informações, no momento em que se vai produzir a argumentação, mostram-se com grande valor persuasivo. A elas chamamos de elementos da narrativa forense.
	NARRATIVA FORENSE
	
	
	
	 Imparcial Valorada
	
	
Elementos da narrativa forense:
- Centralidade;
-Características das partes: social, moral, física, psicológica, profissional, religiosa, familiar, etc.;
- educação quantitativa e qualitativa;
- representatividade social;
- espaço físico e social;
-tempo cronológico e psicológico.
	 Parecer Petição Inicial
(por exemplo)
	
	
	
	
	
	Apresentação Pretensão
impessoal dos do
fatos. autor 
	
	
Leia o caso concreto.
 
Marcelo e Camila são casados há 10 anos. Em 01 de novembro de 2008, quando Camila digitava um trabalho da faculdade no computador utilizado pelo casal, ficou estarrecida: encontrou uma série de e-mails comprometedores, armazenados pelo marido, na máquina da família.
Descobriu que, no período de 12 de fevereiro de 2008 a 30 de outubro de 2008, seu marido, usando o apelido “homem carente de meia idade”, trocava quase diariamente mensagens de natureza erótica com uma mulher que assinava “cheia de amor pra dar”.
Ao ler as mensagens, constatou que o marido se declarara diversas vezes para a internauta, com quem construía fantasias sexuais e praticava sexo virtual. A situação ficou ainda mais grave, porque, nessas ocasiões, Marcelo fazia comentários jocosos sobre o desempenho sexual de Camila e afirmava que ela seria uma pessoa "fria" na cama.
Por conta de todos esses fatos, Camila se separou de Marcelo. Cerca de quatro meses após a separação, ajuizou ação de reparação por danos morais em face do ex-marido, na qual pediu indenização no valor de 20 mil reais. Em síntese, alegou na Petição Inicial que: a) o ex-marido manteve relacionamento com outra mulher na constância do casamento; b) a traição foi comprovada por meio de e-mails trocados entre o acusado e sua amante; c) a traição foi demonstrada pela troca de fantasias eróticas (sexo virtual) entre os dois; d) precisou passar por tratamento psicológico para superar a dor que sofria; e) foram violados sua honra subjetiva e seu direito à privacidade no casamento. 
Em sua defesa, o ex-marido alegou a improcedência do pedido sustentando o seguinte: a) sexo virtual não caracteriza traição; b) houve invasão de privacidade e violação do sigilo das correspondências; c) os e-mails devem ser desconsiderados como prova da infidelidade; d) não difamou a ex-esposa, ao contrário, ela mesma denegria sua imagem ao mostrar as correspondências às outras pessoas.
Em entrevista à imprensa, a autora afirmou que não houve violação de sigilo das correspondências. Para ela, não está caracterizada a invasão de privacidade porque os e-mails estavam gravados no computador de uso da família e os cônjuges compartilhavam a mesma senha de acesso. "Simples arquivos não estão resguardados pelo sigilo conferido às correspondências", concluiu.
Digamos que se desejasse defender a seguinte tese:
Marcelo deve indenizar Camila, porque violou sua honra subjetiva.
Que fatos do caso concreto você selecionaria e de que forma os usaria para defender sua tese?
Vamos identificar esses fatos, como elementos da narrativa e que, por conterem essência argumentativa, devam ser selecionados.
	Elemento da narrativa jurídica
	Informação retirada do texto (contextualização do real)
	Parágrafo argumentativo que tome por base a informação selecionada
	 
 
Característica moral do marido
	 
 
Marcelo compartilhava com uma desconhecida detalhes de sua vida sexual com a esposa.
	Se a traição, por si só, já causa abalo psicológico ao cônjuge traído, a honra subjetiva da autora foi muito mais agredida, ao saber que seu marido, além de traí-la – inobservância do dever conjugal de fidelidade – violou a confiança da esposa quando teceu comentários difamatórios com sua amante quanto à sua vida íntima.
	Elemento da narrativa jurídica
	Informação retirada do texto (contextualização do real)
	Parágrafo argumentativo que tome por base a informação selecionada
	Característica física e psicológica do marido /
Tempo de relacionamento
 
	“homem carente de meia idade”
Casamento de dez anos
 
	Espera-se que, em um casamento de dez anos, haja estabilidade e intimidade suficiente para que seja expresso, com sinceridade, o sentimento de carência vivenciado por um dos parceiros. Entretanto, Marcelo preferiu revelar sua carência para uma desconhecida, na busca de manter uma relação paralela. Na verdade, como a maioria dos homens de “meia idade”, desejava se afirmar.
	Elemento da narrativa jurídica
	Informação retirada do texto (contextualização do real)
	Parágrafo argumentativo que tome por base a informação selecionada
	Educação qualitativa
 
	Camila era estudante universitária 
	Certamente, Camila entenderia a instabilidade emocional pela qual, segundo Marcelo, estava passando: afinal era uma mulher esclarecida, já que frequentava o meio acadêmico, trocando experiências com colegas e professores. 
	Elemento da narrativa jurídica
	Informação retirada do texto (contextualização do real)
	Parágrafo argumentativo que tome por base a informação selecionada
	Período em que Marcelo manteve uma relação extraconjugal
	Período de 12 de fevereiro de 2008 a 30 de outubro de 2008
	Ora, Marcelo manteve por longos oito meses relacionamento, segundo ele, virtual com uma mulher que se denominava “cheia de amor pra dar”. Não foi, portanto, um relacionamento ocasional, mas uma relação íntima e duradoura. Isso porque, não a interrompeu após os primeiros contatos, muito pelo contrário: optou por compartilhar, com frequência de quem está completamente envolvido, confidências típicas de uma relação sem reservas.
Já foram selecionados e contextualizados alguns elementos da narrativa. Também foram oferecidas sugestões de parágrafos argumentativos, utilizando-os. 
Agora, continue a seleção e produza parágrafos argumentativos, demonstrando como fazer uso dessas informações.
REVISÃO PARA A AV1
AULA 1
Tipos de raciocínio; silogismo: dedução e indução.
AULA 2
Lógica Formal e Lógica do Razoável no discurso jurídico. 
	Lógica Formal
	Lógica do Razoável
	
Raciocínio Dedutivo
Razão
Premissa Maior Lei
Premissa Menor Caso concreto
Conclusão Norma extraída da reunião das premissas.
	
Raciocínio Indutivo
Emoção
Ponderação entre premissas que contêm conexão lógica.
Princípios
.
Razoabilidade
AULA 3
Lógica do Razoável e Princípios Gerais do Direito
REGRA
 Determina conduta aplicável a uma hipótese.
PRINCÍPIOValor ético e moral, abrigado no ordenamento
 jurídico, espelha a ideologia da sociedade e incide
 sobre uma pluralidade de situações.
RAZOABILIDADE
 Ponderação, com base em valores advindos dos 
 Princípios Jurídicos.
AULA 4
Parecer técnico - jurídico: ementa (1)
AULA 5
Parecer técnico-jurídico: ementa (2)
Elementos do parecer técnico- jurídico: 
1 - Ementa: apresentação sucinta, em no máximo oito linhas, do objeto de consulta. Inicia sempre pelo fato jurídico e apresenta uma visão panorâmica dos fatos, provas e circunstâncias analisados e do ponto de vista defendido pelo parecerista. 
2 - Relatório: é a narração da história processual, marcada pela isenção. Apresenta a narração dos fatos importantes e as circunstâncias em que estes ocorreram Isso possibilita uma transição lógica e coerente para a fundamentação.
3- Fundamentação: argumentação baseada em sustentação principiológica, legal, doutrinária e jurisprudencial, bem como em recursos polifônicos (religião, mídia, opinião pública, família, moral, costumes, etc), técnicas argumentativas e estratégias discursivas, para buscar o convencimento sobre o ponto de vista defendido quanto ao assunto da consulta. 
4 - Conclusão: fecho do parecer. O parecerista apresenta uma proposta ou sugestão para a solução do caso concreto analisado. 
5 - Parte Autenticativa: tendo em vista a responsabilidade civil, o parecer deve ser datado, assinado e apresentar o número da carteira de identidade profissional (OAB, por exemplo) de quem o emite. 
EMENTA:
Composição:
Como fazer?
Escreva-a no alto direito da folha, a partir do meio desta.
Utilize letra em caixa-alta para o fato central.
Separe com travessão os itens informados.
Inicie cada item com letra maiúscula;
Não use verbo conjugado, não registre o nome próprio das partes, evite adjetivos.
O que escrever?
O fato central.
Os nexos referenciais.
O entendimento do parecer.
Exemplo extraído da aula 5
TÉRMINO DO LIMITE CONTRATUAL – Plano de saúde – Paciente menor – Risco de vida – Recusa obrigacional da seguradora – Hipossuficiência do consumidor – Cobertura de doença, sem fundamentação razoável à limitação do tratamento - Parecer favorável ao cumprimento de todas as obrigações médico-hospitalares. 
AULA 6
Características da narrativa jurídica
	 ELEMENTOS DA NARRATIVA FORENSE
	O quê? – fato jurídico central ou questão jurídica central
	Quem? – as partes devidamente nomeadas e qualificadas: nacionalidade, estado civil, profissão, residência, etc.
	Quando?- localização temporal do momento em que ocorreu o fato jurídico central 
	Onde? – localização espacial do fato jurídico
	Como? – registro das principais ocorrências da forma como o fato jurídico aconteceu
	Por quê? – registro da(s) razão(ões) que deu(deram) origem ao fato jurídico
	Por isso... – registro da(s) consequência(s) advinda(s) do fato jurídico
	 narrativa simples
	 narrativa valorada
	A seleção é imparcial; assim, registram-se informações relevantes para as duas partes.
	A seleção é parcial; assim, registram-se informações relevantes, apenas, para a parte que se representa.
	Sequência cronológica linear
	Sequência cronológica linear ou não linear
	Polifonia frequente
	Polifonia quando necessária
	Uso da 3ª pessoa do singular e verbo no pretérito.
	Uso da 3ª pessoa do singular e uso mais frequente no pretérito, usa-se, também o presente;
	Sem modalizadores.
	Uso frequente de modalizadores.
Atividade de revisão:
Extraído de: Jus Vigilantibus  - 14/09/2011 (texto adaptado para esta prova)
TV YYYY deve indenizar mulher que teve número de celular divulgado em novela
Segundo o processo, em 27 de janeiro de 2003, a personagem da atriz Lili BBB na novela "Sabor da Pele" escreveu o que seria o número de seu celular em um muro. Josenilda Maia Flores, a autora da ação de indenização, afirmou: “usaram meu número sem meu consentimento, passei a receber inúmeras ligações, a qualquer hora do dia e da noite, de pessoas desconhecidas que queriam saber se o número realmente existia e se era da Lili. Sou hipertensa, minha saúde ficou afetada, sofri transtornos pessoais e profissionais. Ora, uso meu telefone para trabalhar, já que sou operadora de telemarketing.”
O mecânico Fernando Flores, marido de Josenilda disse “Levei muito susto de madrugada com esse telefone tocando! Acordava assustado pra ouvir um gaiato pedindo pra falar com a gostosona da minha mulher.”
Carla Maia Flores, filha do casal revelou: “Minha mãe foi até internada por dois dias, com pressão alta no Barra Cor. Quando voltou do hospital nem queria atender telefone. Quando ele tocava, ela desatava a chorar.”
Em primeiro grau, o dano moral foi reconhecido e a TV YYYY foi condenada a pagar indenização de R$ 4,8 mil. Ao julgar a apelação, o Tribunal de Justiça de São Paulo elevou o valor para 50 salários mínimos vigentes na época, equivalentes a R$ 19 mil. A emissora recorreu ao STJ alegando que a dona da linha teve mero desconforto que não configuraria dano moral indenizável. 
Material para consulta:
Código Civil
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Considere que lhe tenha sido solicitada a produção de um Parecer técnico-formal sobre o caso concreto.
Produza a ementa do parecer.
Destaque três informações que registrou na ementa e componha um parágrafo argumentativo com essas informações. Utilize um dos artigos destacados.
Que princípio poderia ser aplicado ao caso concreto? Por quê?
Gabarito:
Possibilidade de escritura da Ementa:
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO DE DANOS MORAIS – Divulgação do número do celular de operadora de telemarketing por emissora de televisão sem consentimento – Ligações constrangedoras em horários impróprios – Afetada saúde e vida profissional – Pedido deferido em primeiro grau e em grau superior – Alegação de mero transtorno --- Recurso ao STJ – Invasão de privacidade –Inteligência do art. 927 CC – Parecer favorável à autora.
Divulgação do número do celular de operadora de telemarketing por emissora de televisão sem consentimento.
Ligações constrangedoras em horários impróprios
Afetada saúde e vida profissional 
Não há dúvida de que, no presente caso, aplica-se o art.927 do CC. Isso porque a emissora de televisão cometeu ato ilícito e provocou danos à autora, uma vez que divulgou o número do telefone de Josenilda, sem o seu prévio consentimento. Além disso, com tal ato, causou-lhe danos a sua saúde, em virtude de ter passado a receber ligações constrangedoras em horários impróprios. Assim, deve reparar o dano causado. 
Poder-se-ia aplicar o Princípio do Consentimento
O Princípio do Consentimento não foi observado, em razão de Josenilda ter seu número divulgado, em rede de televisão, sem prévia consulta da emissora se ela concordava ou não com tal divulgação. Aleatoriamente, foi escolhido e exposto um número de forma irresponsável, sem a preocupação dos danos que tal exposição pudesse causar à usuária do número.

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