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Módulo 1 - Flor

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1 
Estes trechos e figuras foram retirados da apostila de “Anatomia e Morfologia de 
Plantas Vasculares” (Menezes et al, 2004), fornecida aos alunos da Biologia na 
disciplina BIB121. 
 
 
REPRODUÇÃO NAS ANGIOSPERMAS (Fig. 1) 
 
As angiospermas correspondem ao grupo mais abundante e com maior diversidade 
entre as plantas terrestres (mais de 250.000 espécies conhecidas). O avanço evolutivo 
destas, em relação às gimnospermas envolveu mudanças tanto vegetativas quanto 
reprodutivas, destacando-se: 
a) Óvulos e sementes não mais expostos, mas incluídos num ovário. O ovário evoluiu 
provavelmente do dobramento e soldadura das bordas do megasporofilo (uma 
folha ou estrutura semelhante a uma folha que carrega o megasporângio = 
estrutura do órgão feminino na qual os megásporos são produzidos) ou carpelo. 
b) Como conseqüência, o grão-de-pólen não pousa mais diretamente na micrópila do 
óvulo (abertura nos tegumentos do óvulo, através da qual o tubo polínico 
usualmente penetra), mas numa região receptiva especializada do ovário, o 
estigma. 
c) Óvulo com, geralmente, dois tegumentos. 
d) Órgãos de reprodução não são mais reunidos em estróbilos (estruturas 
reprodutoras que consiste em um certo número de folhas modificadas = 
esporofilos, que contêm os esporângios), mas em flores. Estas são interpretadas 
basicamente como um eixo caulinar curto, portando folhas modificadas em sépalas 
e pétalas, dispostas em torno de microsporofilos (estames) e megasporofilos 
(ovários). 
e) Redução extraordinária do gametófito feminino. 
f) Dupla fecundação. Uma característca quase exclusiva das angiospermas. O tubo 
polínico cresce através do estilete até o ovário de uma flor, dirigindo-se para a 
micrópila do óvulo (estrutura que contém o gametófito feminino com a oosfera), 
atravessa a camada de células restantes do megasporângio que envolve o saco 
embrionário (gametófito feminino, geralmente com 7 células, mas octonucleada; as 
7 células são a oosfera, as duas sinérgides, as três antípodas, todas com apenas 
um núcleo, e a célula central, com dois núcleos), penetra neste último e lança em 
�
 
 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 1. Ciclo de vida de uma angiosperma. A-E. Formação da tétrade de megásporos e megásporo funcional; F-I. Formação do saco 
embrionário; J. Corte longitudinal do estigma de Papaver rhoeas, (Papevaraceae)(Fahn 1974), com os grãos-de-pólen germinando sobre os 
pêlos unicelulares. Fecundação e formação de semente em angiosperma. K. Deposição do grão-de-pólen no estigma; L. Formação do tubo 
polínico; M. Avanço do tubo polínico até a micrópila do óvulo. N. Dupla fecundação: penetração do tubo polínico na sinérgide, fecundação 
da oosfera e do núcleo da célula central. O. Formação do zigoto (diplóide) e do núcleo do endosperma (triplóide); P. Primeira divisão do 
núcleo do endosperma; Q. Formação do suspensor, do proembrião e divisões dos núcleos do endosperma; R. Embrião propriamente dito e 
endosperma na fase de núcleos livres; S. Celularização do endosperma e embrião cordiforme; T. Semente jovem. U; Semente madura. V-X. 
Esporófito; W-Z. Partes reprodutoras. Estames: a-d. Cortes transversais de anteras, mostrando o desenvolvimento de sacos polínicos - a-c. 
Vinca rosea (Fabaceae – Fahn 1974); d. Lillium sp. (Liliaceae). Tipos de desenvolvimento de microgametófitos em angiospermas (Fahn 
1974). e-m. Formação dos gametas masculinos dentro da parede do micrósporo; n-o. Formação dos gametas no tubo polínico. 
�
 
 3 
seu interior as duas células espermáticas (gametas masculinos). Uma delas vai 
fundir-se com a oosfera, formando o zigoto diplóide. A outra se une aos dois 
núcleos polares da célula central originando uma célula triplóide, denominada 
endosperma. Freqüentemente o endosperma acumula grande quantidade de 
reservas nutritivas (amido, açúcares, óleos etc). A partir de sucessivas divisões do 
zigoto, forma-se o embrião, que cresce às custas do endosperma, digerindo-o. 
Com a modificação dos tegumentos envolventes, surge a partir do óvulo fecundado 
uma semente, que contém em seu interior um novo indivíduo diplóide em estado 
embrionário. 
 
FLOR 
 Numa flor típica são formados 4 tipos de estruturas (Fig. 2A): a) sépalas, cujo 
conjunto forma o cálice; b) pétalas, que constituem a corola. Ambas são estruturas estéreis, 
cujo conjunto forma o perianto. c) estames, representando as estruturas reprodutivas 
masculinas, e que formam no conjunto o androceu; d) carpelos, constituindo o gineceu. Em 
algumas flores, os verticilos de sépalas, pétalas e estames estão fundidos, formando uma 
estrutura denominada hipanto (Fig. 2B). A fusão pode envolver apenas os apêndices florais, 
constituindo o hipanto apendicular ou também o receptáculo floral, formando o hipanto 
receptacular (Fig. 3). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig.2. Cortes longitudinais. A. Flor de trigo-sarraceno (Fagopyrum sp., 
Polygonaceae); B. Flor de eucalipto (Eucalyptus globulus, Myrtaceae). 
Retirado de Fahn (1974). 
�
Pedicelo 
Sépala 
Óvulo Ovário 
Estame 
Pétala 
Estigma 
Estiletes (3) 
Opérculo 
Óvulos 
Estilete 
Estames 
Hipanto 
A B 
 
 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
As sépalas, na maioria das vezes, são clorofiladas e as pétalas são coloridas. 
 Nas angiospermas, a folha carpelar (megasporofilo) dobra-se e suas margens fundem-
se, encerrando em seu interior os óvulos. A parte apical da folha carpelar transforma-se 
numa região especializada para o pouso e a germinação do grão-de-pólen: o estigma. O 
estigma pode ser séssil ou, mais freqüentemente, estar ligado ao ovário por uma projeção, o 
estilete. A parte basal da folha carpelar é dilatada, o ovário, contendo de um a vários 
óvulos. O estigma, o estilete e o ovário, em conjunto, formam o pistilo. 
 O estame é um microsporofilo que transporta ao microsporângios (ou sacos polínicos). 
Na maioria das angiospermas, o estame está diferenciado em filete e antera. A antera, na 
maioria dos casos, está formada por duas tecas: cada uma contém dois microsporângios. O 
filete termina no conectivo, o qual une as teças (Fig. 4). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 3. Diagramas de cortes de ovários ínferos (hipanto). A-B. Longitudinal; C. Transversal. A. Darbya sp. 
(Santalaceae); B-C. Rosa helenae (Rosaceae). Os diagramas mostram a vascularização, que evidencia a 
inversão dos feixes. Retirado de Fahn (1974). 
Fig.4. Aspecto geral de uma flor, com as suas partes principais 
�
A B C 
Antera 
Filete 
Pedicelo 
Receptáculo 
Pétala 
Sépala 
Estigma 
Estilete 
Ovário 
 
 5 
1. PERIANTO 
 Os apêndices florais mais externos são estéreis e constituem o perianto, sendo 
formado pelas sépalas e pétalas. As sépalas podem ser livres entre si e o cálice é 
denominado dialissépalo, ou podem ser unidos entre si, sendo o cálice dito gamossépalo. 
 Internamente ao cálice forma-se a corola, que pode ser definida como o conjunto de 
pétalas. Da mesma forma que o cálice, a corola pode apresentar as pétalas livres entre si: 
corola dialipétala. Quando as pétalas são unidas entre si a corola recebe o nome de 
gamopétala (Fig. 5A). Se a corola das angiospermas possuir mais de um plano de simetria, 
a flor é denominada actinomorfa. Em se traçando um só plano de simetria, a flor é 
zigomorfa (Fig. 5B). Podem existir também flores assimétricas, não possuindo nenhum 
plano de simetria. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Em geral existe um número fixo de elementos do cálice e da corola. Quando a corola 
possuir apenas duas pétalas, as flores são dímeras. Flores trímeras possuem 3 pétalas; 
flores tetrâmeras possuem 4 pétalas; flores pentâmeras possuem 5 pétalas e flores 
hexâmeras possuem 6 pétalas. Enquanto as flores trímeras ocorrem principalmente nas 
monocotiledôneas, as flores dímeras, tetrâmeras e pentâmeras são mais comuns na 
eudicotiledôneas (Fig. 6A). 
 Se uma flor não possuir nem cálice, nem corola, a flor é conhecida como flor 
aclamídea (nesse caso, ocorrem apenasas estruturas de reprodução). Se a flor possuir 
apenas o cálice, a flor é conhecida como monoclamídea (Fig. 6C). Se ela possuir, como 
acontece com a maioria das angiospermas, cálice e corola, a flor é dita diclamídea. Quando 
a flor possui as sépalas e pétalas muito diferentes entre si, em textura e coloração, a flor é 
�
Fig. 5. Tipos de corola: A. Quanto à união 
das pétalas; B. Quanto à simetria. 
Actinomorfa Zigomorfa B 
 Gamopétala A Dialipétala 
 
 6 
diclamídea heteroclamídea. Por outro lado, as sépalas e pétalas podem ser semelhantes 
em coloração e textura, e nesse caso as flores são diclamídeas homoclamídeas (Fig. 6B), 
e as peças chamam-se tépalas. 
 
A flor jovem encontra-se no estágio de botão floral. Nesta fase é possível a análise 
da prefloração do cálice ou da corola. A prefloração é a disposição que as sépalas ou 
pétalas tomam no botão floras. Quando as sépalas apenas se tocam, a prefloração do cálice 
é valvar. Uma sépala pode recobrir a outra, tendo-se então uma prefloração imbricativa. Se 
cada sépala recobre a seguinte e é recoberta pela anterior, a prefloração é imbricativa 
contorcida (ou contorta); se, no entanto, existir uma sépala totalmente externa e as 
restantes recobrindo e sendo recobertas, tem-se a prefloração imbricativa imbricada. Tal 
conjunto de denominações também é válido para a prefloraão da corola (Fig. 7). 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 6. A. Flores quanto ao número de peças do perianto; B. 
Quanto à diferenciação das peças do perianto. C-D. Flores 
monoclamídeas do mamoerio quanto a dimorfismo sexual:. C. 
Estaminada; D. Pistilada; E. Flor quanto à ausência de 
perianto - flor aclamídea. 
Fig. 7. Prefloração. A-D. Tipos de prefloração. E. Flor 
estaminada apresentando prefloração do cálice 
valvar e da corola imbricativa contorta; F. Flor 
pistilada apresentando prefloração do cálice valvar e 
da corola imbricativa contorta. 
�
Trímera Tetrâmera Pentâmera 
Heteroclamídea Homoclamídea 
Corola 
 
 
Cálice 
 Estaminada Pistilada Aclamídea 
 
A 
 
B 
C D E 
Valvar Imbricada Imbricativa Imbricativa 
 imbricada contorta 
B A C D 
E F 
Cálice 
 
Corola 
 
 
 7 
2. ANDROCEU 
 Internamente ao perianto desenvolve-se o androceu, formado pelos estames, que se 
distribuem em um ou mais verticilos entre o perianto e o gineceu. 
 O número de estames de uma flor é variável, desde flores com um só estame (ex.: 
Euphorbiaceae), até flores com mais de 100 (ex.: Myrtaceae). Apesar dessa variação, pode-
se relacionar o número de estames com o de pétalas. Assim, quando o número de estames 
for igual ao do número de pétalas, as flores são ditas isostêmones. Flores oligostêmones 
são aquelas nas quais o número de estames é menor do que o número de pétalas. Flores 
polistêmones são aquelas nas quais o número de estames é maior do que o número de 
pétalas (Fig. 8). Quanto ao número de verticilos de estames, tem-se flores haplostêmones, 
quando há somente um verticilo e diplostêmones, quando há dois verticilos. Cada verticilo 
possui, no máximo, o número igual de estames e de pétalas. 
 Individualmente, cada estame é formado pelo filete, antera e conectivo. O filete é a 
parte estéril do estame, geralmente de forma alongada e que porta em sua porção apical, a 
antera normalmente é constituída por duas tecas, sendo que a porção estéril que está entre 
elas é denominada conectivo (Fig. 9). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Os estames podem ser livres entre si ou unir-se através dos filetes, formando um ou 
vários grupos, sendo tal fenômeno denominado adelfia. Os filetes são denominados 
monadelfos quando todos estão unidos em um só grupo; diadelfos quando unidos em dois 
grupos ou poliadelfos quando formam muitos grupos. As anteras são, geralmente, livres 
entre si. Porém, em algumas famílias (ex.: Compositae), elas podem estar unidas; tal 
situação denomina-se sinanteria (Fig. 10). 
Fig. 8. Número de estames em 
relação ao número de pétalas. 
Fig. 9. O estame e suas partes. 
�
 
 8 
 Normalmente as sépalas são alternas com as pétalas e estas com o primeiro círculo 
(verticilo) de estames e assim por diante, pois a perda dessa alternância implica na 
supressão de um ou mais círculos de elementos.. É importante verificar em cada flor se os 
estames são opostos ou alternos com as pétalas (Fig. 11). 
 Os estames podem estar inseridos no receptáculo, sendo então denominaddos 
estames livres desde a base, ou inseridos nas pétalas, denominados então epipétalos. 
 O filete pode unir-se à antera pela base – antera basifixa, ou pelo dorso – antera 
dorsifixa, ou ainda mais raramente pelo ápice – antera apicefixa (Fig. 12). 
 A liberação do grão-de-pólen se dá através de uma abertura da teca, denominada 
deiscência. Esta pode ser uma fenda longitudinal – deiscência longitudinal ou rimosa; ou 
por poros localizados na porção apical da teca – desicência poricida; ou ainda por uma ou 
duas valvas em cada teca – deiscência valvar (Fig. 13). 
 Na maioria dos casos de redução da porção fértil do androceu, formam-se os 
estaminódios, com diversas funções: nectários, estruturas petalóides, alimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 10. Androceu quanto à união dos estames. 
Fig. 11. Posição dos estames em relação às pétalas. 
�
 
 9 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3. GINECEU 
 
 Internamente ao androceu, desenvolve-se o gineceu, formado pelos carpelos. De 
acordo com a teoria clássica, o carpelo é derivado de uma folha fértil, que possui óvulos na 
margem. As margens dobraram-se para dentro e uniram-se entre si e com as margens de 
outros carpelos; dessa maneira, os óvulos ficaram encerrados no lóculo, que é o espaço no 
interior do carpelo. 
 Morfologicamente, o gineceu compreende as seguintes partes: ovário, estilete e 
estigma (Fig. 4). O ovário é a porção basal, dilatada e a cavidade interna é o lóculo. O 
estilete é uma porção geralmente alongada e cilíndrica que une o ovário ao estigma. Este é a 
porção receptiva do grão-de-pólen, tendo geralmente uma superfície pilosa ou rugosa, 
podendo exsudar substâncias que facilitam a aderência do pólen. 
Fig. 13. Deiscência da antera. 
Fig. 12. Tipos de inserção do filete na antera 
�
 
 10 
 O gineceu consiste de um ou mais carpelos. Neste último caso, eles podem estar 
livres entre si, constituindo o gineceu apocárpico, ou unidos entre si, no todo ou em parte, 
constituindo o gineceu sincárpico (Fig. 14). 
 A cavidade onde estão encerrados os óvulos é o lóculo e todo gineceu apocárpico é 
sempre unilocular. No gineceu sincárpico, ao se fazer um corte transversal no ovário, é 
possível verificar o número de lóculos (Fig. 14). Geralmente esse número corresponde ao 
número de carpelos; porém, podem existir casos em que o gineceu com vários carpelos, 
apresente um só lóculo (unilocular). Quanto ao número de lóculos, os ovários podem ser: 
uniloculares, biloculares, triloculares, tetraloculares, pentaloculares (Fig. 15). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 A placenta corresponde à parte da parede do ovário à qual se prendem os óvulos. 
Quando os carpelos se unem formando um gineceu multilocular, as placentas se arranjam na 
porção central originando uma placentação axilar (Fig. 16). Se os óvulos estão presos à 
parede do ovário ou às suas expansões, em um gineceu sincárpico, temos uma placentação 
parietal (Fig.16); se, no entanto, é um gineceu apocárpico, a placentação é dita laminar. 
Além desses padrões mais gerais pode haver outros tipos de placentação, tais como: 
placentação central-livre (Fig. 16), exclusiva de ovários uniloculares, quando a placenta 
ocorre em uma coluna central do tecido; placentação apical, quando a placenta se localiza 
na região apical de um ovário unilocular; placentação marginal (sutural) (Fig. 16) quando a 
placenta se localizaao longo da margem do carpelo de um ovário unilocular. 
 
 
Fig. 14. Tipos de flores quanto à posição do ovário. As flores 
A e B têm gineceu apocárpico (carpelos livres) e a flor C. 
tem gineceu sincárpico (carpelos unidos). 
�
 Flor Hipógina Flor Perígina 
 Ovário súpero Ovário súpero 
 sem hipanto com hipanto 
Flor Epígina 
Ovário ínfero com hipanto 
A B
C 
Receptáculo 
Ovário 
Estilete 
Estigma 
Sépalas 
Sépala 
Hipanto 
Óvulo 
 
 11 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 15. Cortes transversais de ovários mostrando a 
união das margens, para formação dos lóculos. A. 
ovário unicarpelar, unilocular; B. ovário tricarpelar, 
trilocular; C. ovário tricarpelar, unilocular. 
�
Fig. 16. Tipos de placentação. A figura mostra esses 
tipos em corte longitudinal e transversal do ovário. As 
flechas reproduzem a evolução da placentação. 
Marginal 
Axial 
Central-livre 
Basal Parietal 
 
 12 
O ovário numa flor pode ser súpero ou ínfero. Quando o ovário está sobre o 
receptáculo (parte da flor que sustenta os órgãos florais) da flor, dizemos que a flor é 
hipógina (Fig. 17-A), e o ovário é súpero. Quando o ovário está mergulhado no receptáculo 
(temos então um hipanto receptacular), dizemos que o ovário é ínfero e a flor é epígina 
(Fig. 17-C). Nesse caso, a parede do ovário está soldada à parede do hipanto. Se o hipanto 
for apendicular (originado pela fusão de sépalas, pétalas e filetes), o ovário será súpero, 
mas a flor é dita perígina (Fig. 17-B). Nesse caso, a parede do ovário está livre do hipanto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
As flores que apresentam androceu e gineceu simultaneamente são denominadas 
flores monoclinas. As flores diclinas ou unissexuais são aquelas que apresentam só 
androceu (flores estaminadas) ou apenas gineceu (flores pistiladas) (Fig. 6 C, D) 
 Muitos autores utilizam também o termo pistilo para designar a(s) unidade(s) 
estrutural(is) do gineceu. Segundo esse conceito, numa flor com gineceu apocárpico 
unicarpelar, os conceitos de carpelo, pistilo e gineceu correspondem a uma mesma estrutura. 
Por outro lado, numa flor com gineceu apocárpico pluricarpelar teremos cada carpelo 
formando um pistilo isolado. A terceira possibilidade é aquela na qual um gineceu sincárpico 
constitui um pistilo, que nesse caso é formado de mais de um carpelo. 
 
INFLORESCÊNCIAS 
 Na grande maioria das angiospermas, as flores são produzidas em agrupamentos 
denominados inflorescências, embora ocorram também flores isoladas. Morfologicamente, 
uma inflorescência é um ramo ou um sistema de ramos caulinares que portam flores. 
Fig. 17. Tipos de flores de acordo com a posição do ovário. 
�
 
 13 
1. Tipos de inflorescências 
 1.1. Inflorescências racemosas ou indeterminadas – cada eixo termina numa gema 
floral e, portanto, potencialmente tem crescimento ilimitado, basicamente monopodial. Os 
principais exemplos desse tipo de inflorescência são: 
a) Racemo ou cacho – eixo simples, alongado, ortando flores laterais pediceladas 
subtendidas por brácteas (Fig. 18). 
b) Espiga – eixo simples alongado portando flores laterais sésseis (sem pedicelo) na 
axila da bráctea (Fig. 18). 
c) Umbela – eixo muito curto, com várias flores pediceladas inseridas praticamente num 
mesmo nível (Fig. 18). 
d) Corimbo – tipo especial de racemo, no qual as flores têm pedicelos muito desiguais e 
ficam quase todas no mesmo plano (Fig. 18). 
e) Capítulo – eixo muito curto, espessado e/ou achatado, com flores sésseis e dispostas 
bem juntas. Geralmente existe um invólucro de brácteas estéreis protegendo a 
periferia do capítulo (Fig. 18). 
f) Panícula – é um cacho composto, ou seja, um racemo ramificado (um eixo racemoso 
principal sustenta 2 ou muitos racemos laterais) (Fig. 18). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Racemo Espiga Corimbo Capítulos Umbela 
Umbela composta Panícula 
Fig. 18. Tipos de inflorescências racemosas 
ou indeterminadas 
�
 
 14 
 1.2. Inflorescências cimosas ou determinadas 
 a) Dicásio – o ápice do eixo principal se transforma em uma flor, cessando logo o 
crescimento; em seguida as duas gemas nas axilas das duas brácteas subjacentes 
prosseguem o crescimento da inflorescência e se transformam cada uma numa flor; 
novamente o mesmo processo pode prosseguir, resultando em 4 flores, e assim por diante 
(Fig. 19). 
 b) Monocásio – após a formação da flor terminal do eixo, apenas uma gema lateral se 
desenvolve em flor, e assim por diante. Aqui, há duas possibilidades: as flores laterais 
desenvolvem-se consecutivamente em lados alternados (em zigue-zague) = monocásio 
helicoidal, ou sempre de um mesmo lado = monocásio escorpióide (Fig. 19). 
 c) Cimeira composta – inflorescência ramificada, na qual os eixos laterais comportam-se 
irregularmente (ou alternadamente) como monocásios ou dicásios (Fig. 19). 
 
É importante salientar que podem existir umbelas determinadas, corimbos determinados e 
capítulos determinados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dicásio Monocásio 
Dicásio 
Cimeira composta 
Monocásio 
escorpióide 
Monocásio 
helicoidal 
Fig. 19. Tipos de inflorescências cimosas ou 
determinadas 
�
 
 15 
Tipos Especiais de Inflorescências 
 a) Espádice – tipo especial de espiga com eixo muito espessado, com flores parcialmente 
“afundadas” no eixo, e tipicamente protegido na base por uma grande e vistosa bráctea 
modificada, denominada espata – típico de Araceae (Fig. 20). 
 b) Espigueta – unidade básica das inflorescências das Gramineae (Poaceae), 
consistindo de uma espiga reduzida, envolvida por várias brácteas muito modificadas, 
densamente dispostas (Fig. 20) . 
 c) Sicônio – típico de Fícus spp. (Moraceae). É uma inflorescência carnosa e côncava, 
com numerosas e pequininas flores encerradas na cavidade, havendo apenas uma estreita 
abertura no ápice (Fig. 20). 
 d) Pseudantos – nome genérico aplicado a inflorescências condensadas em que muitas 
flores ficam dispostas de forma a simular uma única flor. Os pseudantos mais comuns são os 
capítulos (já caracterizados anteriormente) e os ciátios. Ciátio é característico de alguns 
gêneros da família Euphorbiaceae, e consiste de uma inflorescência formada por um 
invólucro de brácteas (geralmente com um ou mais nectários evidentes), que envolve um 
conjunto de flores estaminadas rodeando uma flor pistilada central (Fig. 20). 
 
SEXUALIDADE DAS PLANTAS 
 Diferentemente da maioria dos animais, as plantas podem possuir diversas 
possibilidades de arranjos com relação à sexualidade: 
1. Espécies hermafroditas. São aquelas que têm flores monoclinas. 
2. Espécies monóicas. São aquelas que possuem flores diclinas, com os dois sexos na 
mesma planta – flores estaminadas e pistiladas (carpeladas) Ex.: mamona, Ricinus 
communis, Euphorbiaceae. 
3. Espécies dióicas. São aquelas que possuem flores diclinas – estaminadas e 
pistiladas em plantas diferentes. Ex.: amoreira, Morus nigra, Moraceae. 
4. Espécies poligâmicas. São aquelas em que num mesmo indivíduo podem ocorrer 
 flores monoclinas e diclinas. Um exemplo disso é o mamoeiro (Carica papaya, 
 Caricaceae). As plantas femininas apresentam apenas flores pistiladas, solitárias. Já 
 o chamado mamão-macho apresenta inflorescência com quase todas as flores 
 estaminadas, mas nas suas extremidades, encontra-se uma flor monoclina. Também 
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 há mamoeiros em que todas as flores são monoclinas, e são esses os que têm maior 
 valor comercial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 20. Tipos especiais de inflorescências 
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Euphorbia corollata 
Ciátio (Pseudanto) 
Apêndice do nectário 
Nectário 
Flor estaminada 
Flor carpelada (pistilada) 
Flor estaminada 
Flor estaminada 
Euphorbia dentata 
Ciátio (Pseudanto) 
Pedicelo BractéolaEstame 
Nectário 
Flores 
masculinas 
Flor 
pistilada 
Espádice 
Espata 
(bráctea) Espigueta Sicônio

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