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microbio 4 Enterobactérias • Família Enterobacteriaceae ⇾ bacilos Gram-negativos de importância médica • São microrganismos ubiquitários que fazem parte da microbiota normal • Infecções são causadas por ⇾ reservatório animal, carreador humano ou transmissão endógena • Compartilham um antígeno comum, são móveis (flagelos peritríquios) ou não, e não formam esporos • Fermentam glicose, reduzem nitrato, catalase-positivas e oxidase-negativas • Ausência de atividade da citocromo oxidase • Lactose (+) ⇾ Escherichia, Klebsiella, Enterobacter, Serratia • Lactose (-) ⇾ Shigella, Proteus, Salmonella, Morganella, Previdencia • Algumas apresentam resistência a sais biliares, sendo essas patógenos entéricos (p. ex. Shigella e Salmonella) • LPS termoestável é o principal antígeno da parede celular ⇾ componentes: polissacarídeo O, polissacarídeo central e lipídio A • Lipídio A ⇾ responsável pela atividade endotóxica, um importante fator de virulência Escherichia coli • Presente no trato gastrointestinal em grande número • A maioria das cepas que causam doenças adquiriu fatores de virulência específicos • É o bacilo Gram-negativo mais comum isolado em pacientes com sepse • Responsável por mais de 80% das ITU adquiridas na comunidade • Causa relevante de gastrenterite em países em desenvolvimento • A maioria das infecções é endógena ⇾ quando as defesas do paciente estão comprometidas E. COLI ENTEROTOXIGÊNICA (ETEC) • Crianças pequenas ou viajantes para países em desenvolvimento • Adquiridas pelo consumo de água e alimentos contaminados com fezes • Diarreia secretora após 1 ou 2 dias de incubação ⇾ diarreia aquosa e cólica abdominal) • Toxina termolábil LT-1 ⇾ aumenta os níveis de AMPc, com aumento da secreção de cloro e diminuição da absorção de sódio e cloro (diarreia aquosa) + secreção de prostaglandina e produção de citocinas inflamatórias, que causam perda de fluido • Toxina termoestável STa ⇾ aumento de GMPc e subsequente hipersecreção de fluidos E. COLI ENTEROPATOGÊNICA (EPEC) • Principal causa de diarreia infantil em países pobres • Transmissão pessoa a pessoa • Diarreia aquosa, que pode ser grave e prolongada + febre e vômito • Início com a ligação da bactéria às células do intestino delgado, com supressão das microvilosidades E. COLI ENTEROAGREGATIVA (EAEC) • Crianças de países em desenvolvimento e viajantes • Diarreia aquosa persistente com desidratação ⇾ associadas a diarreia crônica e retardo do crescimento em crianças • Caracterizadas pela autoaglutinação ⇾ arranjo de “tijolos empilhados”, mediado pela fímbria de aderência agregativa I • Secreção de muco é estimulado, levando à formação de um biofilme espesso ⇾ resistência • Toxina enteroagregativa termoestável e toxina codificada por plasmídeo ⇾ induzem secreção de fluidos E. COLI ENTERO-HEMORRÁGICA (EHEC) • Consumo de carne moída malcozida ou outros produtos derivados da carne, água, leite não pasteurizado, suco de frutas, vegetais malcozidos e frutas • Pode variar de diarreia branda até uma colite hemorrágica • Vômito, diarreia sanguinolenta com dores abdominais intensas • Toxina Shiga ⇾ bloqueio da síntese de proteínas ⇾ capazes de destruir células endoteliais do glomérulo, causando síndrome hemolítico-urêmica (SHU) E. COLI ENTEROINVASORA (EIEC) • Capazes de invadir e destruir o epitélio do cólon, produzindo uma doença inicialmente caracterizada por diarreia aquosa • Progride para uma forma de disenteria ⇾ febre, dores abdominais, sangue e leucócitos nas fezes ITU • A maioria é proveniente do cólon • São bactérias particularmente virulentas, capazes de produzirem adesinas que se ligam às céls da bexiga e do trato urinário superior • Produzem hemolisina ⇾ lisa eritrócitos e outras céls SEPTICEMIA • Origem nas infecções dos tratos urinário e gastrointestinal • Alto em pacientes com imunidade comprometida ou quando a infecção primária está no abdome ou no SNC Salmonella • Adere à mucosa do intestino delgado e invade as céls M localizadas na placa de Peyer • Ilha de patogenicidade I ⇾ codifica as proteínas de invasão secretadas por Salmonella e um sistema de secreção tipo III • Ilha de patogenicidade II ⇾ genes que permitem que a bactéria escape do sistema imune • Transmissão entre animais e uso de rações contaminadas mantêm o reservatório animal • A maioria das infecções resulta da ingestão de produtos alimentares contaminados e, em crianças, à transmissão orofecal • Fontes comuns ⇾ aves domésticas, ovos, laticínios e alimentos preparados em superfícies contaminadas DOENÇAS CLÍNICAS • Gastrenterite o forma mais comum de salmonelose o sintomas entre 6 a 48h após o consumo o início ⇾ náusea, vômitos e diarreia sem sangue o outros ⇾ febre, cólica abdominal, mialgia e dor de cabeça • Septicemia o Salmonella Typhi, Salmonella Paratyphi e Salmonella Choleraesuis o comum em pacientes pediátricos, geriátricos e imunocomprometidos o infecções supurativas localizadas podem ocorrer em até 10% dos pacientes • Febre tifoide o bactérias atravessam as céls que revestem o intestino e são engolfadas por macrófagos o se multiplicam depois de transportadas para fígado, baço e MO o febre crescente com complicações não específicas de dores de cabeça, mialgias, mal-estar e anorexia + sintomas de gastrenterite • Colonização assintomática o colonização crônica por mais de 1 ano após a doença sintomática o vesícula biliar é o principal reservatório na maioria dos pacientes Klebsiella pneumoniae • Presença de cápsula proeminente responsável pela aparência mucoide das colônias e pelo aumento da virulência dos microrganismos in vivo • Podem causar pneumonia lobar adquirida na comunidade ou no hospital • Destruição necrótica dos espaços alveolares, formação de cavidades e produção de escarro com sangue • Produz a carbapenemase (KPC) ⇾ beta-lactamase que inibe a ação de antibióticos carbapenêmicos • Surto de Klebsiellas multirresistentes ⇾ uso indiscriminado de antibióticos + higiene inadequada das mãos da equipe de saúde • Pode causar infecção hospitalar que acomete pacientes imunodeprimidos, principalmente de UTI • Portas de entrada ⇾ sonda vesical de demora, cateter venoso central, tubo orotraqueal, cânula de traqueostomia, feridas de decúbito • Transmissão por contato com secreções ou excreções de pacientes infectados/colonizados • Febre ou hipotermia, taquicardia, piora do quadro respiratório, hipotensão, inchaço e até falência de múltiplos órgãos • Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica, ITU, infecção de corrente sanguínea, infecção de partes moles e outros Pseudomonas aeruginosa • Gênero Pseudomonas ⇾ bactérias não fermentadoras • Pseudomonas aeruginosa é a espécie mais importante • Arranjo aos pares • Ampla distribuição ambiental possibilitada por seus requisitos de crescimento simples e de versatilidade nutricional • Fatores estruturais, enzimas e toxinas aumentam sua virulência e sua resistência a antibióticos • As infecções causadas por Pseudomonas são principalmente oportunistas • Presença de citocromo-oxidase • Componentes de adesão ⇾ flagelos, pili, LPS e alginato ⇾ alginato forma uma cápsula proeminente na superfície bacteriana e protege o organismo da fagocitose e da ação de antibióticos • Exotoxina A (ETA) ⇾ interrompe a síntese de proteínas bloqueando a elongação da cadeia peptídica em células eucariotas • Piocianina ⇾ catalisa a produção de superóxido e peróxido de hidrogênio • Pioverdina ⇾ sideróforo, que se liga ao ferro para uso no metabolismo • Elastases ⇾ degradam a elastina, resultando em danos teciduais, de parênquima e lesões hemorrágicas • Fosfolipase C ⇾ rompe os lipídios e a lecitina, facilitando a destruição dos tecidos • Exoenzimas S e T ⇾ dano celular epitelial • É inerentemente resistente a muitos antibióticos e pode sofrer mutação para cepas mais resistentes • Principal mecanismo de resistência ⇾ mutação nas proteínas porinas⇾ são alteradas para restringir o fluxo para dentro da célula DOENÇAS CLÍNICAS • Ouvido de nadador ⇾ é uma infecção externa leve que pode ocorrer em pessoas de resto saudáveis. Água contendo bactéria pode entrar no ouvido durante a natação. O ouvido de nadador causa coceira, dor e às vezes uma secreção do ouvido. • Otite externa maligna ⇾ forma virulenta, observada muito em pessoas com diabetes e idosos. Os tecidos ficam inchados e inflamados, fechando de forma parcial ou total o canal do ouvido. Os sintomas podem incluir febre, perda da audição, inflamação de tecidos ao redor da área infectada, dor de ouvido severa, uma secreção do ouvido de odor forte e dano ao nervo. • Foliculite ⇾ resulta da imersão em água contaminada. Passar muito tempo na água suaviza os folículos, facilitando a invasão de bactérias. Desenvolve-se uma erupção cutânea com coceira que consiste em espinhas diminutas. As espinhas podem ter uma gota de pus no centro. • Ectima gangrenoso ⇾ é uma ferida na pele que ocorre em pessoas que têm muito poucos glóbulos brancos no sangue (neutropenia). A ferida apresenta um centro negro-arroxeado e é circundada por uma faixa vermelha. Essas feridas ocorrem geralmente em áreas úmidas, como as axilas ou áreas genitais. • Infecções oculares ⇾ ocorrem após trauma inicial da córnea seguida de exposição em água contaminada. As enzimas produzidas pelas bactérias podem destruir rapidamente o olho (úlceras da córnea). • Infecções de tecidos moles ⇾ as mais conhecidas são as de feridas de queimadura. Dano vascular localizado, necrose e bacteremia são comuns em queimaduras graves. Osteocondrite também é comum (inflamação de osso e cartilagem) após lesão penetrante (prego no pé, p.ex.). Quando essas bactérias crescem em curativos sujos, os curativos ficam esverdeados e cheiram como grama recém- cortada. Os líquidos que drenam dessas feridas muitas vezes têm odor doce, de fruta. • Infecções do trato urinário ⇾ comum em pacientes com sonda vesical de demora de longo prazo. • Endocardite ⇾ incomum, mas observada em usuários de drogas intravenosas. Uso de parafernalhas contaminadas. A válvula tricúspide é frequentemente envolvida.
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