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Resumo de Anemia Ferropriva

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ANEMIA FERROPRIVA: 
Anemia por produção deficiente de 
eritrócitos por carência de ferro. Inclui tanto 
causas por deficiência dietética do ferro quanto 
deficiência por sangramentos e aumento na 
necessidade de consumo (exemplo: gravidez e 
adolescência). 
O ser humano pode adquirir ferro através da 
dieta de duas formas, como ferro 2+ (ferro 
ferroso ou heme) ou como ferro 3+ (ferro 
férrico ou não hemico). O ferro 2+, que vem da 
carne vermelha, é a melhor forma para ser 
absorvido pois já vai direto para a formação da 
hemoglobina, já o ferro 3+, encontrado nos 
vegetais, não é a melhor forma de absorção 
porque precisa ser convertido em ferro 2+. 
O Fe 3+ é reduzido a Fe 2+ pela ação do 
citocromo DCYTB para conseguir entrar na 
hemoglobina. O ferro, agora 2+, é transportado 
para dentro do eritrócito pelo citocromo DMT1, 
e de dentro do eritrócito ele pode seguir dois 
caminhos, ser armazenado como ferritina ou ir 
para o plasma. 
O ferro que vai para o plasma sai do 
eritrócito pela ferroportina. Agora fora da 
célula, ele é transformado em ferro 3+ pela 
proteína de membrana hefaestina, para ser 
transportado pelo plasma pela transferrina. 
As causas de anemia ferropriva são variadas, 
podendo ser pela deficiência de ferro, 
alterações na absorção, aumento da eliminação 
ou aumento da necessidade. As principais 
causas mudam de acordo com a idade. 
• Principais causas em RN e lactentes: 
prematuridade, por mães que não recebem ferro 
durante a gestação ou porque o bebê perde o 
suprimento que receberia da mãe nos próximos 
meses de gestação, parto gemelar (já que o ferro 
da mãe é dividido por dois, perda de sangue na 
gestação, pois a mãe acaba poupando o ferro 
para si em detrimento do bebê, sangramentos no 
parto e má-absorção. 
• Principais causas em adultos: gravidez e 
patologias ginecológicas e do trato intestinal 
(colites e ulceras) que levem a sangramentos. 
• Principais causas em idosos: câncer, 
principalmente de próstata, intestino e útero. 
O quadro clínico inclui fadiga ou cansaço 
fácil, irritabilidade, diminuição do raciocínio, 
anorexia, quelites, que são lesões de comissura 
labial, atrofia das papilas da língua/glossite, e 
em 15% dos casos pode haver esplenomegalia. 
O quadro laboratorial apresenta um 
hemograma com anemia (Hb < do valor para 
idade e altitude), VCM, HCM e CHCM baixos, 
ou seja, é uma anemia microcítica e 
hipocrômica, e RDW elevado. 
 
O ferro sérico é um parâmetro que pode ser 
analisado, ele sofre algumas interferências 
como a falta de jejum antes do exame ou 
alimentação gordurosa no dia anterior, e pode 
sofrer variações na coleta ou armazenamento do 
sangue. Além disso, também tem influência 
pelo círculo circadiano, apresentando valores 
mais altos de manhã (7 – 10 horas) e menores a 
noite (21 horas). Na AF ele se encontra 
diminuído. 
Um outro parâmetro que pode ser observado 
é a Zincoprotoferina (ZPP) pois, com a redução 
da disponibilidade de ferro resulta no excesso 
de protoferina livre dentro da célula, e o zinco 
acaba substituindo o ferro e se ligando a ela. A 
ZPP é o primeiro marcador de eritropoiese 
deficiente em ferro, mas não é muito específico. 
Ele encontra-se elevado na anemia ferropriva. 
A transferrina encontra-se elevada, e o 
receptor solúvel em transferrina (sTfR) também 
estão elevados, porém, durante a fase de 
depleção do estoque de ferro os níveis 
permanecem inalterados. 
A capacidade total de ligação do ferro 
(TIBC) é a medida indireta da transferrina 
circulante, ela consiste na dosagem de 
transferrina X25. 
A ferritina também deve ser observada pois 
ela é o primeiro exame a se alterar e o último a 
normalizar, porém precisa ser feito com 
cuidado porque pode dar resultados normais se 
o exame não for feito em jejum.

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