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A DIVISÃO DO CÓDIGO PENAL EM PARTES ▪ O Código Penal está dividido em parte geral e parte especial. ▪ Na parte geral encontram-se as regras de Direito Penal, aplicáveis a todos os crimes previstos na parte especial e também àqueles previstos na legislação extravagante, nos casos em que não haja disposição em sentido contrário. ▪ Na parte especial encontra-se todos os crimes em espécies (art. 121 a art. 359-H), a exemplo do homicídio, do furto, do estupro etc. PRECEDÊNCIA HISTÓRICA DA PARTE ESPECIAL ▪ Os crimes em espécie, a exemplo do lesa-majestade (primeiro crime) e do homicídio, surgiram antes das regras gerais que disciplinavam sua aplicação. ▪ IMPORTÂNCIA PRÁTICA DA PARTE ESPECIAL ▪ A parte especial desempenha uma função de garantia, bem como concretiza o princípio da reserva legal. ▪ TÍTULO DO CRIME ▪ Também chamado de nomen iuris, trata-se do nome dado pelo legislador a cada delito, veiculado pela “rubrica marginal”. Por exemplo, o título do crime do art. 155 do CP é furto. APRESENTAÇÃO DA PARTE ESPECIAL ▪ O legislador utiliza duas balizas para a construção da parte especial, quais sejam: ▪ Técnica de construção legislativa – os tipos penais possuem uma forma; ▪ Exigência cientifica – a fim de sistematizar e facilitar o estudo da matéria ▪ A parte especial está dividida em onze títulos: crimes contra a pessoa, crimes contra o patrimônio, crimes contra a propriedade imaterial, crimes contra a organização do trabalho, crimes contra o sentimento religioso e contra o respeito aos mortos, crimes contra a dignidade sexual, crimes contra a família, crimes contra a incolumidade pública, crimes contra a paz pública, crimes contra a fé pública, crimes contra a administração pública. ▪ O legislador brasileiro seguiu o critério idealizado por Arturo Rocco, para quem o ser humano é o centro do qual irradiam todos os direitos. ▪ Por isso, a parte especial começa tratando dos crimes contra a pessoa e acaba com os crimes contra a administração pública. ▪ Ressalta-se que os crimes estão classificados na parte especial do Código Penal conforme o bem jurídico tutelado pela lei penal. ▪ Obs.: Alguns crimes ofendem dois ou mais bens jurídicos (crimes pluriofensivos), sua localização será definida de acordo com o interesse predominante. Cita-se, como exemplo, o crime de latrocínio que ofende a vida e o patrimônio (interesse predominante). CRIMES CONTRA A VIDA ▪ FUNDAMENTO CONSTITUCIONAL Os crimes contra a vida possuem fundamento constitucional (art. 5º, caput). ▪ Na realidade, todo e qualquer crime deve ter um fundamento constitucional, é a denominada Teoria Constitucional do Direito Penal. ▪ A criação de um crime, a cominação de uma pena só é legítima quando se tutela um valor consagrado na Constituição Federal, é a Carta Maior que indica quais os bens jurídicos são merecedores de tutela penal. ▪ Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: ▪ Salienta-se que o direito à vida é considerado um direito supraestatal, ou seja, é inerente a toda e qualquer pessoa, bem como reconhecido por todas as nações. ▪ O direito à vida é um direito fundamental em duplo sentido: ▪ Formal – possui forma de norma constitucional (art. 5º, caput, da CF) ▪ Material – trata de matéria com natureza constitucional. ▪ Assim como os demais direitos fundamentais, é um direito relativo. Significa que havendo colisão entre o direito à vida com outro direito fundamental poderá ser cedido. Cita-se, como exemplo, a legítima defesa. ESPÉCIES ▪ Há quatro espécies de crime contra a vida, quais sejam: ▪ 1) Homicídio ▪ 2) Participação em suicídio alheio ou automutilação (por meio de induzimento, instigação ou auxílio). ▪ 3) Infanticídio ▪ 4) Aborto COMPETÊNCIA ▪ São crimes de competência do Tribunal do Júri, salvo no caso de homicídio culposo. ▪Ação Penal ▪ Todos os crimes contra a vida são de ação penal pública incondicionada. 2- Divisão do Código Penal em partes
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