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CASO SALVADOR DALI 1º. Passo: Compreensão do Problema: 1. Qual o nomen iuris do crime? Condução de veículo automotor com capacidade reduzida em razão de álcool. 2. Onde o crime está previsto? Artigo 306 da Lei 9.503/1997. 3. Qual a previsão abstrata de pena? Detenção, de seis meses a três anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. 4. Qual a natureza da ação penal? Ação penal pública incondicionada. 5. Qual o fundamento da natureza da ação penal? Art. 100 do Código Penal. 6. Qual o rito procedimental? Rito comum. 7. Qual o fundamento do rito procedimental? Art. 394, §1º, inciso II do CPP. 8. Qual o momento processual? Momento 1, pois ainda não foi oferecida a denúncia pelo Ministério Público. 9. Quem é o cliente? Salvador Dali. 10. Qual a situação prisional? Preso em flagrante delito. 11. Qual o fundamento da prisão? Art. 302, inciso I do CPP. 2º. Passo: Identificação da Peça: 1. Qual a peça ou quais as peças cabíveis ao caso? Pedido de relaxamento de prisão. 2. Qual o fundamento da peça ou das peças escolhidas? Art. 5, LXV da CF e art. 316 do CPP. 3º. Passo: Endereçamento: 1. Para quem será(ão) endereçada(s) a peça ou as peças? Ao Juízo da Vara Criminal. 4º. Passo: Teses de Defesa: 1. Construa 03 (três) propostas de teses de defesa em favor do seu cliente? (Importante: para cada proposta de tese deverão ser respondidas 03 questões: Como é classificada a tese? Qual a razão da tese? Qual o fundamento da tese?) 1ª Tese – Deveria ter sido oferecida a fiança, conforme preceitua o art. 322 do CPP. 2ª Tese – Salvador Dali, não poderia ser obrigado a realizar o teste de alcoolemia, pois acabou produzindo prova contra si. Nesse caso deve-se desconsiderar essa prova conforme art. 157 do CPP. 3ª Tese – Houve violação de direito fundamental, uma vez que o paciente não pode receber seus familiares e seu advogado, ferindo o art. Art. 5º LXIII CF. CASO SALVADOR DALI EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ____ DO ESTADO DE SALVADOR DALI, nacionalidade, estado civil, profissão, residente e domiciliado a rua ___, bairro ____, na cidade de ____, vem, por intermédio de seu advogado, com procuração de amplos poderes em anexo, com fulcro no Art. 310, I do Código de Processo Penal e, Art. 5º, LXV da CF, REQUERER o RELAXAMENTO DA PRISÃO pelas razões de fato e direito a seguir expostos. DOS FATOS No dia 10 de março de 2020, enquanto conduzia seu veículo por uma estrada que tangenciava sua propriedade rural, o requerente foi abordado por uma equipe da Polícia Militar que lá estava a fim de procurar um indivíduo foragido do presídio existente nas proximidades. Os policiais alegaram que o requerente desembarcou de seu veículo com andar cambaleante, olhos vermelhos e exalando forte odor de álcool, oportunidade em que, de maneira incisiva, lhe compeliram a realizar o teste de alcoolemia em aparelho de ar alveolar. Realizado o teste, foi constatado que o requerente ostentava concentração de álcool de um miligrama por litro de ar expelido pelos pulmões, razão pela qual foi conduzido à Delegacia de Polícia mais próxima, onde foi autuado em flagrante delito pela prática do crime previsto no artigo 306 da Lei 9.503/1997, c/c artigo 2º, inciso II, do Decreto 6.488/2008. Como se não bastasse, no referido Auto de Prisão em Flagrante o requerente teve negado o direito de entrevistar-se com seus advogados ou com seus familiares, assim como não lhe foi ofertada a oportunidade de fiança, encontrando-se preso até o presente momento. DO DIREITO Basta uma simples leitura no inquérito policial para constatar a presença de várias irregularidades. Primeiramente se faz necessário ressaltar que o delito imputado ao requerido, trata- se de crime de perigo concreto, sua conduta deveria colocar em risco, bem ou direito de outrem, o que não aconteceu, pois, a estrada estava absolutamente deserta. Quanto ao CASO SALVADOR DALI perigo concreto preceitua Leandro Macedo e Gleydson Mendes no livro Curso de Legislação de Trânsito, (2018, p.587): Concreto é aquele que precisa ser comprovado, isto é, deve ser demostrada a situação efetiva de risco ocorrida no caso concreto ao bem juridicamente protegido. [..] Cabe observar que em edições anteriores, firmamos o entendimento que o crime de embriaguez com a redação da lei 12.760/12 era crime de perigo em abstrato. Evoluímos no sentido de interpretar que para a configuração do crime é necessária a capacidade psicomotora alterada, ou seja, além do consumo de álcool, deve haver uma condução anormal, atentando objetivamente contra incolumidade pública, como por exemplo, ziguezagueando, transitando sobre calçadas, roletando cruzamentos etc. O requerente não dirigia em condição anormal, tanto que foi parado somente pelo fato da equipe policial estar procurando um fugitivo. Do não arbitramento da fiança Se faz necessário apontar a ilegalidade na prisão do requerido, visto que, era cabível ao seu caso o arbitramento de fiança, por se tratar de crime com pena máxima de 03 anos, conforme art. 322 do CPP, vejamos: Art. 322. A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos de infração cuja pena privativa de liberdade máxima não seja superior a 4 (quatro) anos. Da coação para realização do teste de alcoolemia Durante a abordagem, a equipe policial de maneira incisiva, compeliu o requerente a realizar o teste de alcoolemia em aparelho de ar alveolar, levando o requerente a produzir prova contra si mesmo, o que faz do teste realizado uma prova ilícita, devendo ser desconsiderada, conforme art. art. 157 caput, do CPP. Da negativa de entrevista com advogado e familiares A entrevista reservada com advogado e familiares é um direito com fundamento constitucional, previsto no art. 5, inc. LXIII da CF, o que não ocorreu no presente caso. Caso o requerente não apresentasse advogado ainda seria necessário oficiar a defensoria pública conforme art. 289-A § 4º do CPP. DOS BONS ANTECEDENTES, ENDEREÇO CERTO E EMPREGO FIXO O requerente é primário de bons antecedentes, devendo ter seu histórico levado em CASO SALVADOR DALI consideração, vejamos: PRISÃO PREVENTIVA. SUBSTITUIÇÃO POR MEDIDAS CAUTELARES ALTERNATIVAS MENOS GRAVOSAS. POSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE VIOLÊNCIA OU GRAVE AMEAÇA. PACIENTE PRIMÁRIO, DE BONS ANTECEDENTES. ORDEM PARCIALMENTE CONCEDIDA. - A prisão preventiva é medida excepcional que deve ser decretada somente quando não for possível sua substituição por cautelares alternativas menos gravosas, desde que presentes os seus requisitos autorizadores e mediante decisão judicial fundamentada (§ 6º, artigo 282, CPP)- No caso, considerando as condições pessoais favoráveis do paciente (primariedade, bons antecedentes e residência fixa), a substituição da prisão por medidas diversas mais brandas revela- se suficiente para os fins acautelatórios almejados. (TJ-MG - HC: 10000180115032000 MG, Relator: Renato Martins Jacob, Data de Julgamento: 15/03/2018, Data de Publicação: 26/03/2018, #53302818) PEDIDOS Isto posto, requer que seja acolhido o presente pedido, com base no art. 310, I do Código de Processo Penal, para fins de RELAXAR A PRISÃO ILEGAL do Requerente. Termos em que pede deferimento. Local, data Advogado OAB/___
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