Prévia do material em texto
Lucas Kron Rigato 3º ano Médio Nota: O que foi retirado do texto ficará em itálico. Análise do texto “A missa do galo” de Machado de Assis. . O conto de Machado já se inicia com um narrador velho contando em primeira pessoa sua história de juventude quando foi morar no Rio de Janeiro, na casa de Meneses (já morto e era marido de sua prima), junto com sua mãe e duas escravas. No texto pode-se perceber que o eu lírico remonta ao um passado distante, portanto algumas de suas memorias podem estar corrompidas, “Há impressões dessa noite que me aparecem truncadas ou confusas. Contradigo -me, atrapalho-me”. Típico de Machado: o conto cheio de lacunas e cabe a imaginação preenchê-las. Era noite de Natal, Nogueira quis ficar na Corte para ir à missa do galo e Meneses “fora ao teatro” dormia com sua amante. Sua esposa, Conceição, de início uma “santa”. Se incomodou com a amante, mas “resignara-se, acostumara-se, e acabou achando que era muito direito”. Ela era equilibrada caracterizada como maometana: “aceitaria um harém, com as aparências salvas”. Era uma pessoa simpática, não era feia nem bonita “não sabia odiar; pode ser até que não soubesse amar”. O narrador combina de acordar o seu amigo para irem à missa juntos, enquanto a hora não o chegava começou a ler Os três mosqueteiros. Quando estava ele “dentro” do livro logo o despertou-o: era Conceição, que estava na porta da sala. Ela nega a dizer que acordou pelo barulho, se contradizendo ao falar que tinha sono leve. Após ela entrar na sala, inicia uma conversa chata e aleatória entre os dois numa noite de Natal: conversaram sobre a paciência dele e os romances que já leram. Quando ele acaba de falar, ela endireitou a sua cabeça e cruzou os dedos, “tendo os cotovelos nos braços da cadeira, tudo sem desviar de mim os grandes olhos espertos”. Nesse ponto a história começou a ficar “sex sem ser vulgar”. “Pouco a pouco, tinha-se reclinado; fincara os cotovelos no mármore da mesa e metera o rosto entre as mãos espalmadas. Não estando abotoadas as mangas, caíram naturalmente, e eu vi-lhe metade dos braços, muito claros, e menos magros do que se poderiam supor. A vista não era nova para mim, posto também não fosse comum; naquele momento, porém, a impressão que tive foi grande. As veias eram tão azuis, que apesar da pouca claridade, podia contá-las do meu lugar”. O narrado há vê de uma forma diferente, ela se torna boa, linda e simpática. No dia seguinte, o jovem conta sobre a missa da noite passada e sua forma, volta a ser “natural, benigna, sem que nada fizesse lembrar a conversação da véspera” Ao descrevê-la como benigna, o autor (mais velho) nos sugere que na véspera ela foi maligna. É estranho que logo após o dois se encostarem, ela “estremeceu, como se tivesse um arrepio de frio”. Como uma culpa em virtude de um adultério iminente, (mas alguns estudiosos como Audemaro Taranto Goulart descreve como um orgasmo). Podemos supor que o arrepio foi pelo arrependimento, mas Conceição parece insistir no caso. O adultério também é falado no final do conto, ao mencionar o casamento dela com o escrevente juramentado do marido (que falecera).