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UNIDADE 2 - ANATOMORFOFISIOLOGIA (1)

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ANATOMORFOFISIOLOGIA 
UNIDADE 2 - ANATOMORFOFISIOLOGIA DO SISTEMA 
URINÁRIO E REPRODUTOR 
PROF.: CAROLINE MOTA 
TÓPICO 1 - 
ANATOMIA DO SISTEMA URINÁRIO E 
REPRODUTOR 
2. ANATOMIA DO SISTEMA URINÁRIO 
Página 71 
Sistema Urinário 
 
- Composto por órgãos que elaboram e armazenam a urina e temporariamente até 
ser eliminada para o exterior: 
 
- rins (2), que produzem a urina, 
- ureteres (2) ou ductos, que transportam a urina 
- bexiga (1), onde fica retida por algum tempo 
- uretra (1), através da qual a urina é expelida do corpo 
Composição da urina: 
 
95% água com ureia, ácido úrico, 
alguns aminoácidos e eletrólitos. 
2. ANATOMIA DO SISTEMA URINÁRIO 
Página 71 
Estão destacadas duas 
regiões bastante 
evidentes na anatomia 
renal. Uma região mais 
externalizada, 
denominada córtex 
renal ou cortical, e uma 
região mais 
internalizada, 
denominada medula 
renal ou medular. 
2. ANATOMIA DO SISTEMA URINÁRIO 
Página 73 
Na região medular encontram-
se as pirâmides renais, as quais 
são estruturas em forma de 
cone e tem por objetivo coletar 
a urina formada nos néfrons, as 
menores unidades 
morfofuncionais dos rins. 
Tanto a região cortical, quanto a 
região medular do rim são 
compostas pelos néfrons. O rim 
tem aproximadamente um 
milhão de néfrons, que são 
responsáveis pelo processo de 
filtração e formação da urina 
-NÉFRONS – unidades funcionais dos rins - formam a urina. 
 
-A urina é drenada por pequenos ductos que desembocam nos cálices menores e 
depois nos cálices maiores. 
 
-Dali a urina vai para a pelve renal e em seguida cai no ureter e é conduzida até a 
bexiga, onde fica armazenada. 
2. ANATOMIA DO SISTEMA URINÁRIO 
Página 74 
O néfron constitui-se em uma 
série de estruturas tubulares 
interligadas. Esta estrutura 
tubular (néfron) é extremamente 
importante no processo de 
formação da urina, realizando 
basicamente três funções: 
• Filtração glomerular. 
•Reabsorção tubular passiva. 
• Secreção tubular ativa. 
2. ANATOMIA DO SISTEMA URINÁRIO 
Página 75 
Os ureteres são longos tubos 
musculares com cerca de 30cm de 
comprimento que chegam até a bexiga. 
A urina é direcionada à bexiga em 
função de contrações peristálticas dos 
ureteres; além disso, a própria 
gravidade também contribui para que a 
urina tome este caminho. 
2. ANATOMIA DO SISTEMA URINÁRIO 
Página 75 
A bexiga, por sua vez, é 
um órgão muscular oco 
formado por duas 
partes: fundo e colo. 
A porção denominada 
fundo, ou corpo da 
bexiga, é responsável 
por armazenar a urina, 
enquanto que a porção 
denominada colo se liga 
diretamente à uretra e é 
responsável por escoar 
a urina. 
2. ANATOMIA DO SISTEMA URINÁRIO 
Página 76 
Por questões anatômicas, 
a bexiga de homens e 
mulheres possui pequenas 
alterações em seu 
posicionamento; a bexiga 
masculina encontra-se 
anterior ao reto e a bexiga 
feminina encontra-se à 
frente da vagina e logo 
abaixo do útero. 
2. ANATOMIA DO SISTEMA URINÁRIO 
Página 77 
2. ANATOMIA DO SISTEMA URINÁRIO 
Página 77 
A bexiga é um órgão capaz de sofrer 
distensão, logo, é um órgão muscular. 
Ela possui formatos diferentes de acordo 
com a quantidade de urina que ela 
retém. Vazia, a bexiga encontra-se 
colabada (unida) e a medida que vai se 
distendendo, pelo acúmulo de urina, 
torna-se esférica e, posteriormente, 
piriforme (em forma de pirâmide). 
A capacidade média da bexiga humana é 
de aproximadamente 700 a 800ml de 
urina, sendo um pouco menor nas 
mulheres em função do espaço ocupado 
pelo útero. No assoalho da bexiga, 
projeta-se a uretra, por onde a urina é 
drenada. 
A uretra constitui-se em pequeno canal 
que se estende desde o assoalho da 
bexiga até o exterior do corpo. Nas 
mulheres, a uretra possui um menor 
comprimento, cerca de 4cm, abrindo-se 
entre os lábios menores; já nos homens, 
o comprimento da uretra é de cerca de 
20cm e a uretra abre-se na extremidade 
do pênis. 
A uretra masculina pode ser dividida em 
3 partes: a parte prostática da uretra, que 
atravessa a próstata, a parte 
membranácea da uretra, que atravessa o 
períneo e a parte esponjosa da uretra, 
segmento mais longo, que atravessa o 
pênis. 
3. ANATOMIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO 
Página 78 
3. ANATOMIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO 
Página 79 
Os ovários 
correspondem às 
gônadas femininas. 
São glândulas que se 
assemelham em 
tamanho e forma a 
amêndoas sem a 
casca e localizam-se 
uma de cada lado do 
útero. 
As tubas uterinas, 
também denominadas 
trompas de Falópio, 
se localizam 
lateralmente ao útero, 
em posição superior 
aos ovários e 
possuem um 
comprimento 
aproximado de 10cm. 
Sistema Reprodutor 
Feminino é 
constituído por: 
- vulva; vagina; útero; 
2 tubas uterinas 
(trompas de Falópio); 
2 ovários. 
3. ANATOMIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO 
Página 80 
O útero, que se situa entre a 
bexiga e o reto, possui o 
tamanho aproximado de 7,5 
cm de comprimento por 5 cm 
de largura e 2,5 cm de 
espessura, sendo este um 
tamanho aproximado, pois o 
mesmo pode variar em 
mulheres que nunca ficaram 
grávidas, mulheres que ficaram 
grávidas recentemente e 
também pode se encontrar 
reduzido em mulheres que 
estão na menopausa. 
O útero é revestido por três 
camadas teciduais: o 
perimétrio (ou camada serosa) 
é a camada mais externa, o 
miométrio, camada 
intermediária é constituído por 
fibras musculares e a camada 
interna é denominada 
endométrio, formada por 
células secretoras e tecido 
conjuntivo, além de ser 
altamente vascularizado. 
3. ANATOMIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO 
Página 80 
3. ANATOMIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO 
Página 80 
Vagina 
-canal de 8 a 10 cm de 
 comprimento 
- com paredes elásticas 
- liga o colo do útero aos 
 genitais externos. 
 
- glândulas de Bartholin 
 - uma de cada lado de sua abertura (internamente) 
 - secretam um muco lubrificante 
 
-hímen – membrana que fecha parcialmente o orifício vulvo-vaginal 
- funções: 
 - local onde o pênis deposita os espermatozóides na relação sexual 
 - possibilita a penetração do pênis 
 - possibilita a expulsão da menstruação 
 - possibilita a expulsão do bebê na hora do parto 
 
3. ANATOMIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO 
Página 81 
Vulva 
A vulva, também chamada “pudendo feminino”, corresponde aos órgãos 
genitais externos femininos e tem como componentes: o monte do púbis (ou 
monte de Vênus), os lábios maiores (ou grandes lábios), os lábios menores 
(ou pequenos lábios), o clitóris, o vestíbulo, o óstio da vagina e o óstio 
externo da uretra. 
3. ANATOMIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO 
Página 82 
Outra estrutura anatômica importante do ponto de vista do sistema reprodutor é o 
períneo. O períneo corresponde a área em formato de losango que compreende as 
coxas e nádegas, tanto de homens quanto de mulheres. Esta região contém os 
órgãos genitais externos e o ânus. 
3. ANATOMIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO 
Página 82 
A mama localiza-se anteriormente aos músculos peitoral maior e serrátil 
anterior, possuindo tamanho variável e contendo em seu interior uma 
glândula mamária que corresponde a uma glândula sudorípara modificada, 
capaz de produzir leite. 
4. ANATOMIA DO SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO 
Página 83 
Sistema Reprodutor Masculino 
 
- formado por: 
 - Testículos ou gônadas 
 - Vias espermáticas: 
 - epidídimo 
 - canal deferente 
 - uretra. 
 - Pênis 
 - Escroto 
 - Glândulas anexas: 
 - próstata 
 - vesículas seminais 
 - glândulas bulbouretrais. 
4. ANATOMIA DO SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO 
Página 84 
O escroto, ou saco escrotal, 
corresponde a uma estrutura 
de sustentação dos 
testículos. Essa bolsa pende 
da raiz do pênis e é formada 
por pele frouxa e por tecido 
subcutâneo. 
Os testículossão glândulas 
de aspecto oval alojadas 
dentro do escroto; estas 
glândulas possuem, 
aproximadamente, 5cm de 
comprimento e cerca de 
2,5cm de diâmetro. 
4. ANATOMIA DO SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO 
Página 84 
Nos testículos, temos a 
presença dos ductos 
seminíferos contorcidos, 
onde, de maneira mais 
específica, acontecerá a 
produção dos 
espermatozoides. 
Estes ductos contorcidos 
convergem para a porção 
mediana do testículo, onde 
se juntam aos ductos 
seminíferos retos, formando 
uma verdadeira rede de 
ductos (rede testicular), 
localizadas na porção 
mediana deste órgão. 
Estes túbulos seminíferos 
retos desembocam em cerca 
de 10 a 15 dúctulos 
eferentes, chegando até a 
cauda do epidídimo. 
O epidídimo é uma estrutura 
em formato retorcido, com 
cerca de 4cm de 
comprimento, localizando-se 
posteriormente a cada 
testículo. 
Sua estrutura é formada 
pelas porções denominadas 
cabeça, corpo e cauda do 
epidídimo; em sua 
extremidade distal esta 
estrutura projeta-se com o 
nome de ducto deferente. 
4. ANATOMIA DO SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO 
Página 84 
4. ANATOMIA DO SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO 
Página 86 
O ducto deferente, 
localizado na porção final da 
cauda do epidídimo, possui 
como característica 
macroscópica ser menos 
contorcido que o epidídimo, 
além de possuir um 
diâmetro ligeiramente maior. 
Esta estrutura possui 
aproximadamente 45cm de 
comprimento e tem a função 
de “conduzir os 
espermatozoides 
produzidos durante a 
excitação sexual para a 
uretra realizando 
peristaltismo”, pois é 
revestido por camada 
muscular. 
4. ANATOMIA DO SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO 
Página 86 
4. ANATOMIA DO SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO 
Página 86 
A produção de espermatozoides e a 
manutenção destes, até o processo 
ejaculatório, envolve não somente a 
participação das estruturas anatômicas 
citadas, mas também de uma série de 
glândulas sexuais acessórias, as quais 
descreveremos agora. 
As glândulas seminais, ou vesículas 
seminais, localizadas na base da bexiga, 
são em número par e possuem cerca de 
5cm de comprimento, sendo capazes de 
secretar um líquido viscoso de 
característica alcalina, rico em diversos 
componentes, como, por exemplo, a 
frutose, possuindo o objetivo de manter a 
viabilidade e motilidade dos 
espermatozoides. 
A próstata, uma glândula de formato 
anelado, “medindo aproximadamente 
4cm de largura, 3cm de altura e 2cm de 
profundidade, localiza-se abaixo da 
bexiga, circulando a porção denominada 
prostática da uretra”. 
Assim como as glândulas seminais, a 
próstata secreta um líquido de 
característica leitosa e com pH em torno 
de 6,5 (característica ácida), possuindo, 
esse líquido, uma série de substâncias 
que, também, visam a manutenção da 
viabilidade e motilidade dos 
espermatozoides. 
4. ANATOMIA DO SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO 
Página 87 
As glândulas bulbouretrais, 
também denominadas 
glândulas de Cowper, 
localizam-se uma em cada 
lado da uretra e, durante a 
excitação sexual, possuem 
a finalidade de secretar 
uma substância de 
característica básica que 
tem por objetivo neutralizar 
os ácidos presentes na 
uretra em função da 
passagem de urina e, 
desta forma, proteger os 
espermatozoides. 
Além de secretar esta 
substância alcalina, estas 
glândulas também 
secretam muco e assim 
visam a lubrificação da 
extremidade peniana e da 
uretra, protegendo e 
reduzindo o dano ao 
espermatozoide durante a 
sua passagem pela uretra. 
4. ANATOMIA DO SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO 
Página 87 
4. ANATOMIA DO SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO 
Página 88 
A função destas estruturas acessórias 
é manter a viabilidade dos 
espermatozoides. Para isto, estas 
células devem estar “mergulhadas” 
em um líquido viscoso, denominada 
sêmen. 
O sêmen, para manter os 
espermatozoides, é composto pelas 
secreções dos túbulos seminíferos, 
glândulas seminais, glândulas 
bulbouretrais e próstata. 
O homem, em cada ejaculação, libera 
entre 20 e 150 milhões de 
espermatozoides e um volume de 
sêmen compreendido entre 2,5 a 5ml. 
O pênis é a última estrutura de apoio 
que iremos abordar neste tópico. O 
pênis possui a finalidade de conter a 
uretra e, assim, permitir a passagem 
tanto da urina quanto do sêmen. Esta 
estrutura possui formato cilíndrico e é 
formado pelo corpo, raiz ou ramo e 
glande do pênis. 
4. ANATOMIA DO SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO 
Página 88 
4. ANATOMIA DO SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO 
Página 88 
O sistema reprodutor feminino é formado pelas seguintes estruturas: 
 
ᵒ ovário; 
ᵒ tuba uterina (trompas de falópio); 
ᵒ útero; 
ᵒ vagina; 
ᵒ vulva; 
ᵒ períneo; 
ᵒ glândulas mamárias (mama). 
 
O sistema reprodutor masculino é formado pelas seguintes estruturas: 
 
ᵒ escroto (saco escrotal); 
ᵒ estículos; 
ᵒ rede testicular; 
ᵒ epidídimo; 
ᵒ ducto deferente; 
ᵒ glândulas seminais (vesículas seminais); 
ᵒ próstata; 
ᵒ glândulas bulbouretrais; 
ᵒ pênis. 
TÓPICO 2 
FISIOLOGIA DO SISTEMA URINÁRIO 
2. FISIOLOGIA DO SISTEMA URINÁRIO 
Página 93 
O néfron é a menor unidade funcional do rim e desempenha um papel fundamental nesse sistema. 
Esta estrutura ocupa tanto a região medular quanto cortical do rim e está envolvida diretamente no 
processo de formação de urina. 
2. FISIOLOGIA DO SISTEMA URINÁRIO 
Página 94 
A formação da urina, de maneira indireta, participa da regulação do 
volume de líquido extracelular, o qual pode ser representado pelo plasma 
e pelo líquido intersticial do nosso corpo. 
A urina corresponde a um filtrado modificado plasmático; neste 
processo de filtração do plasma, e consequente formação de urina, 
os rins são os atores principais em uma série de “atos”! 
• Os rins regulam o volume do plasma sanguíneo e, desta forma, participam 
diretamente do controle da pressão arterial. 
 
• Os rins são capazes de regular a concentração de metabólitos sanguíneos. 
 
• Os rins regulam a concentração de íons (Na+, K+, HCO3 - ), entre outros, 
presentes no plasma. 
 
• Os rins participam diretamente da regulação do pH plasmático. 
Estes processos ocorrem com a participação direta da estrutura microscópica, que já 
citamos anteriormente, o néfron. Podemos resumir as funções do néfron como a estrutura 
responsável por filtrar, reabsorver e secretar substâncias e assim formar a urina. 
2. FISIOLOGIA DO SISTEMA URINÁRIO 
Página 95 
2. FISIOLOGIA DO SISTEMA URINÁRIO 
Página 95 
O corpúsculo renal corresponde a união da cápsula renal e o glomérulo; o glomérulo corresponde a uma 
rede de capilares que são capazes de promover a filtração sanguínea e, assim, produzir um ultrafiltrado 
sanguíneo que desembocará na cápsula renal, também chamada de Cápsula de Bowmann. 
2. FISIOLOGIA DO SISTEMA URINÁRIO 
Página 96 
O sangue, ao ser filtrado 
pelo glomérulo, entra pela 
arteríola aferente e sai pela 
eferente, sendo drenado 
para uma outra rede de 
capilares, os chamados 
capilares peritubulares, que 
possuem esta nomenclatura 
justamente porque 
circundam os túbulos renais. 
Estes túbulos renais formam a 
porção tubular do néfron, que 
além de ser formada pela 
cápsula glomerular também é 
constituída pelo túbulo proximal, 
alça de Henle ascendente e 
descendente, túbulo distal e 
túbulo coletor. 
Ao passar pelo glomérulo o 
sangue é submetido a um 
processo de filtração, dando 
origem ao filtrado glomerular, 
também chamado de 
ultrafiltrado glomerular. 
2. FISIOLOGIA DO SISTEMA URINÁRIO 
Página 97 
O endotélio dos capilares glomerulares 
é formado por três camadas celulares: 
o endotélio capilar, a membrana basal 
e uma camada de células epiteliais, 
denominadas podócitos; juntas, estas 
três camadas, fornecem uma grande 
barreira de filtração. 
Estas células epiteliais chamadas de 
podócitos, possuem grandes poros que 
se denominam fenestras, portanto, este 
epitélio glomerular é denominado de 
epitélio fenestrado. 
Estes poros fazem com que estes 
capilaressejam altamente permeáveis 
à água e, também, aos solutos que se 
encontram dissolvidos na circulação 
sanguínea (plasma); 
Entretanto, apesar de permitir a 
passagem de água e solutos, estes 
poros não possuem tamanho sufi 
ciente para que permitam a passagem 
de elementos figurados do sangue 
(hemácias, leucócitos e plaquetas). 
2. FISIOLOGIA DO SISTEMA URINÁRIO 
Página 97 
O filtrado glomerular é praticamente isento 
de proteínas, pois mesmo que o tamanho 
dos poros dos capilares glomerulares seja 
sufi ciente para permitir a passagem 
destas substâncias, por uma questão de 
repulsão de cargas elétricas entre as 
proteínas presentes no plasma e as 
glicoproteínas constituintes da membrana 
basal destes capilares (ambas com carga 
negativa), as proteínas sanguíneas são 
impedidas de passar para o ultrafiltrado. 
Vale lembrar que vários elementos 
circulantes no plasma sanguíneo, como o 
cálcio e ácidos graxos, encontram-se 
ligados a proteínas plasmáticas e, 
consequentemente, não são capazes de 
serem filtrados pelo glomérulo. 
2. FISIOLOGIA DO SISTEMA URINÁRIO 
Página 98 
2. FISIOLOGIA DO SISTEMA URINÁRIO 
Página 98 
Agora, possuímos um filtrado 
glomerular ou ultrafiltrado glomerular 
presente na cápsula de Bowman. Este 
ultrafiltrado entra na cápsula glomerular 
devido à pressão hidrostática exercida 
pelo sangue. 
Como estes capilares glomerulares 
possuem uma grande permeabilidade e 
uma área de filtração relativamente 
extensa, esta pressão hidrostática é 
capaz de produzir um volume 
razoavelmente grande de filtrado. 
A taxa de filtração produzida, por 
minuto, por ambos os rins, é chamada 
de taxa de filtração glomerular (TFG), 
sendo esta taxa em mulheres de, 
aproximadamente, 115ml por minuto e 
nos homens um pouco maior, cerca de 
125 mg/ml. 
Se analisarmos a TFG por hora 
chegamos a um número de 7,5L/hora 
ou, aproximadamente 180L por dia. Se 
imaginarmos que possuímos 
aproximadamente 5,5L de sangue 
circulante em nossas veias e artérias, 
podemos inferir que a cada 40 minutos 
todo o nosso sangue é filtrado nos 
túbulos renais. 
2. FISIOLOGIA DO SISTEMA URINÁRIO 
Página 99 
Isso quer dizer que urinamos 
180L por dia? Não! Como a 
maior parte deste filtrado 
glomerular é formado por água 
e grande parte desta água é 
reabsorvida, produziremos 
cerca de 1 a 2L de urina por 
dia, somente. 
Nos túbulos renais (túbulo 
proximal, alça de Henle e túbulo 
distal), o processo de 
reabsorção tubular é bastante 
seletivo, diferente do processo 
de filtração glomerular que, 
apesar de não permitir 
praticamente a passagem de 
proteínas e células, permite a 
passagem de diferentes 
solutos, como íons e glicose, 
por exemplo. 
2. FISIOLOGIA DO SISTEMA URINÁRIO 
Página 99 
Determinadas substâncias serão 
quase totalmente reabsorvidas, 
como, por exemplo, a glicose e 
aminoácidos; alguns íons, como 
sódio, bicarbonato e cloreto, também 
possuem taxa alta de reabsorção, 
entretanto serão mais ou menos 
absorvidos de acordo com a sua 
necessidade no nosso meio interno. 
Entretanto, produtos metabólicos 
tóxicos, como a ureia e a creatinina, 
são muito pouco reabsorvidos e 
possuem uma taxa de excreção 
bastante elevada. 
Este ultrafiltrado, que chega ao 
túbulo proximal, possui osmolaridade 
muito semelhante ao plasma, pois ele 
contém quase todos os solutos 
presentes no plasma, com exceção 
de proteínas. Sendo assim, dizemos 
que este ultrafiltrado é isosmótico ao 
plasma. 
Neste sentido, a reabsorção de 
substâncias do ultrafiltrado para o 
plasma torna-se bastante difícil de 
ocorrer de forma passiva, pois o 
transporte passivo, como a osmose, 
requer diferença de concentração 
entre meios diferentes. 
2. FISIOLOGIA DO SISTEMA URINÁRIO 
Página 100 
Para que esta reabsorção de solutos aconteça do ultrafiltrado novamente para o sangue, é necessário 
a realização de transporte com gasto de energia (ATP). 
2. FISIOLOGIA DO SISTEMA URINÁRIO 
Página 101 
Ao chegar no túbulo 
proximal o ultrafiltrado 
deve atravessar a 
membrana deste túbulo, 
chegar ao líquido 
intersticial (interstício) renal 
e somente após retornar 
ao sangue pelos capilares 
peritubulares. 
Para que isso ocorra é 
necessário a reabsorção 
de substâncias através da 
realização de transporte 
ativo. 
O ultrafiltrado e o plasma 
são isosmóticos. Para que 
aconteça a reabsorção do 
ultrafiltrado de volta ao 
plasma é necessário criar 
uma diferença de 
concentração entre estes 
dois meios. 
Um dos principais íons reabsorvidos em 
nível de túbulo proximal é o Sódio (Na+). 
Esse íon é bombeado de maneira ativa, 
ou seja, com gasto de ATP, por ação da 
bomba de Na+/K+ ATPase do lúmen do 
túbulo proximal em direção aos capilares 
peritubulares. 
Essa bomba iônica, 
permite criar uma diferença 
de gradiente entre estes 
dois meios e, 
consequentemente, a 
passagem deste íon em 
direção aos capilares. 
2. FISIOLOGIA DO SISTEMA URINÁRIO 
Página 101 
A criação de uma diferença 
de potencial elétrico por 
ação desta bomba permite 
que o Cloreto (Cl-) também 
seja reabsorvido 
passivamente, portanto, o 
transporte de Na+, que 
aconteceu de maneira 
ativa, é acompanhado 
pelos íons Cl- de maneira 
passiva no túbulo proximal. 
Além disso, no túbulo 
proximal, a água difunde-se 
livremente por osmose do 
túbulo para os capilares 
peritubulares, dessa forma, 
ocorre a reabsorção de 
Cloreto de Sódio (NaCl) e 
água nesta porção dos 
túbulos renais. 
Outra substância que será 
amplamente absorvida 
nesta porção dos túbulos 
renais é a glicose. 
Entretanto, a glicose será 
absorvida de uma maneira 
um pouco diferente, não 
necessitando de gasto 
energético. 
A reabsorção de glicose 
acontece de uma forma 
denominada transporte 
ativo secundário ou 
cotransporte. 
Nesta forma de transporte 
ativo, acontece a interação 
de uma ou mais 
substâncias com uma 
proteína transportadora 
presente na membrana da 
célula tubular renal. 
2. FISIOLOGIA DO SISTEMA URINÁRIO 
Página 101 
As proteínas transportadoras, 
presentes na membrana da célula 
epitelial do túbulo renal, ligam-se 
simultaneamente a um íon Na+ e 
uma molécula de glicose (ou a um 
aminoácido, que também pode ser 
transportado desta forma) e ambos 
são transportados para dentro das 
células tubulares. 
Posteriormente, por difusão, uma vez 
que a concentração de glicose se 
torna elevada no interior da célula 
tubular, ou por auxílio de proteínas 
transportadoras que se localizam na 
divisa entre a membrana das células 
tubulares e o líquido intersticial, a 
glicose chega ao interstício celular, 
sendo assim, reabsorvida. 
2. FISIOLOGIA DO SISTEMA URINÁRIO 
Página 102 
Na figura encontra-se demonstrada a reabsorção de glicose, que utiliza o transportador 
denominado SGLT (cotransportador de sódio e glicose), além de um cotransportador 
específico para aminoácidos, que age de maneira semelhante. 
2. FISIOLOGIA DO SISTEMA URINÁRIO 
Página 102 
Mesmo que o transporte de glicose 
das células tubulares para o interstício 
não utilize, de maneira direta, a 
energia da degradação do ATP, o 
transporte desta molécula precisa da 
energia que é degradada pela bomba 
Na+/K+ ATPase, a fim de manter o 
gradiente eletroquímico estável entre o 
meio interno e externo e, assim, 
promover a absorção da glicose. 
O transporte de glicose do interior das 
células tubulares para o líquido 
intersticial utiliza o transportador de 
glicose. Esse transporte é denominado 
de transporte ativo secundário, pois a 
substância “primária” a ser absorvida é 
o Na+ e, como consequência desta 
reabsorção, a glicose é também 
reabsorvida. 
2. FISIOLOGIA DO SISTEMA URINÁRIO 
Página 102 
A absorção de Na+ e do 
Cl- ocasiona a formação 
de NaCl (Cloreto de 
Sódio); este sal 
reabsorvido no túbulo 
proximal faz com que o 
líquido intersticial, que 
circunda as células do 
epitélio tubular renal, 
fique com maior 
osmolaridade. 
Como consequência 
deste aumento deosmolaridade, a água 
que se encontra 
presente no interior do 
túbulo, e que apresenta 
menor osmolaridade, é 
reabsorvida. 
Este fenômeno de 
passagem de um líquido 
de um meio menos 
concentrado, ou seja, de 
menor osmolaridade, 
para um meio mais 
concentrado, de maior 
osmolaridade, é 
conhecido como osmose 
e isso só é possível no 
túbulo contornado 
proximal, porque as 
células que compõem o 
epitélio tubular são 
permeáveis à água. 
E como a água é reabsorvida? 
2. FISIOLOGIA DO SISTEMA URINÁRIO 
Página 103 
Grande parte da 
reabsorção de 
água e NaCl 
ocorre no túbulo 
proximal, o que 
corresponde a, 
aproximadamente
, 65% da 
reabsorção total 
destes 
compostos. 
Aproximadamente
20% da água e do 
sal restante é 
absorvida pela 
alça de Henle, 
especificamente 
no ramo 
descendente 
desta estrutura. 
A reabsorção de 
água e sal, tanto no 
túbulo proximal 
quanto no ramo 
descendente da 
alça de Henle, 
ocorre de maneira 
constante e 
independe do 
quanto o indivíduo 
esteja hidratado. 
Sendo assim, 
aproximadamente 
85% do ultrafiltrado 
glomerular, no que 
se refere a água e 
sal, é reabsorvido 
nas duas primeiras 
porções dos túbulos 
renais, ou seja, 
túbulo proximal e 
alça de Henle 
descendente. 
2. FISIOLOGIA DO SISTEMA URINÁRIO 
Página 103 
Apenas 15% do ultrafiltrado 
inicial que passou pelo 
processo de filtração 
glomerular, segue seu caminho 
em direção a alça de Henle 
descendente, túbulo distal e 
ducto coletor. Parece pouco, 
mas isto corresponde a 
aproximadamente 27L por dia. 
Esta reabsorção, entretanto, 
estará sujeita a ação de 
hormônios que irão agir nestas 
porções tubulares, além do 
estado de hidratação do 
indivíduo, o que faz com que 
esta absorção ocorra em 
diferentes graus. 
O ramo descendente da 
alça de Henle é bastante 
permeável à água pelo 
mesmo mecanismo que 
citamos anteriormente, 
entretanto, pouco 
permeável a solutos, como, 
por exemplo, o sódio. 
Por isto, a reabsorção de 
água ocorre também 
nesta porção do túbulo 
renal, já solutos, serão 
mais intensamente 
absorvidos na porção 
ascendente desta 
estrutura. 
Isto acontece em função da 
histologia destas células que 
compõem a alça de Henle 
ascendente. 
Este segmento é formado 
por células epiteliais 
espessas que possuem 
intensa atividade metabólica 
e são capazes de reabsorver 
ativamente os íons Na+, Cl- 
e K+, entre outros íons como 
cálcio, bicarbonato e 
magnésio. 
2. FISIOLOGIA DO SISTEMA URINÁRIO 
Página 104 
Porém, a alça de Henle ascendente 
é praticamente impermeável à água. 
Logo, a água que chega a esta 
porção da alça de Henle permanece 
no túbulo, mesmo que a reabsorção 
de solutos (íons) ocorra 
intensamente nesta porção da alça. 
Esta reabsorção de solutos faz 
com que a urina que segue fluindo 
para as demais porções do túbulo 
renal já esteja bastante diluída. A 
urina segue seu caminho pelo 
néfron, chegando ao túbulo distal. 
Podemos dividir este túbulo em 
porções: primeiramente, uma 
porção que chamamos de mácula 
densa, esta estrutura corresponde 
a um grupo de células epiteliais 
que se encontram agrupadas. 
Este grupo de células faz parte do 
complexo justaglomerular e é 
capaz de promover controle da 
filtração glomerular e o fluxo 
sanguíneo no próprio néfron. Estes 
processos de controle de filtração 
glomerular e do fluxo sanguíneo. 
2. FISIOLOGIA DO SISTEMA URINÁRIO 
Página 104 
A outra porção do 
túbulo distal é 
bastante enovelada e 
é capaz de absorver 
íons, principalmente 
Na+, K+ e Cl-. De 
maneira semelhante 
ao que acontecia na 
porção ascendente da 
alça de Henle. 
Porém, esta porção do 
túbulo renal é incapaz 
de reabsorver a ureia, 
que é um produto 
tóxico final do 
catabolismo dos 
aminoácidos e não 
absorve água. 
A ureia, apesar de ser 
tóxica, é parcialmente 
absorvida ao nível de 
túbulo distal e 
contribui de maneira 
eficiente para a 
manutenção da 
hiperosmolaridade do 
interstício tubular 
distal e, 
consequentemente, 
contribui de maneira 
significativa para a 
reabsorção de água 
por osmose. 
2. FISIOLOGIA DO SISTEMA URINÁRIO 
Página 104 
Com relação a absorção de 
cloreto de sódio, 
aproximadamente 5% deste sal 
é reabsorvido no túbulo distal. 
Esta absorção dá-se pela ação 
de um cotransportador de sódio 
e cloreto. 
Este cotransportador é capaz de 
promover a entrada tanto de sódio 
quanto de cloreto para o interior da 
célula tubular distal e, 
posteriormente, o sódio retorna 
para o líquido intersticial renal. 
A passagem do sódio para as 
células tubulares ocorre pela 
diferença proporcionada pelo 
gradiente eletroquímico mantido pela 
bomba de Na-/K+ ATPase, conforme 
já explicado quando da reabsorção 
de glicose. 
Os íons cloreto retornam ao líquido 
intersticial passando através de 
canais específicos para esse íon 
(canais de cloreto). 
2. FISIOLOGIA DO SISTEMA URINÁRIO 
Página 105 
2. FISIOLOGIA DO SISTEMA URINÁRIO 
Página 105 
A porção final do túbulo distal e o 
ducto coletor possuem histologia 
semelhante, ou seja, são formadas 
pelos mesmos tipos celulares as 
chamadas células principais e as 
células intercaladas. As células 
principais são capazes de 
reabsorver Na+ e Cl- e secretar K+. 
As células intercaladas, por sua 
vez, secretam H+ ou bicarbonato e, 
desta forma, são muito importantes 
na manutenção do equilíbrio acido-
básico sanguíneo. 
Novamente, a reabsorção de Na+ e 
a secreção de K+, nesta estrutura, 
é dependente da ação da bomba de 
Na+/ K+ ATPase. 
Vale ressaltar que a intensidade de 
reabsorção de íons sódio, tanto na 
porção final do túbulo distal quanto 
no ducto coletor, é regulada por 
hormônios, em especial a 
aldosterona. 
2. FISIOLOGIA DO SISTEMA URINÁRIO 
Página 106 
A permeabilidade do túbulo 
distal e ducto coletor à água 
é mediada pela ação de 
outro hormônio, denominado 
hormônio antidiurético (ADH) 
ou vasopressina. 
A membrana que constitui 
tanto o túbulo distal quanto o 
ducto coletor é praticamente 
impermeável à ureia, assim 
como o túbulo distal inicial; 
Desta maneira, quase toda a 
ureia que entra pelos ductos 
e os percorre é excretada na 
urina, embora haja pequena 
reabsorção desta nos ductos 
coletores da porção medular 
renal. 
2. FISIOLOGIA DO SISTEMA URINÁRIO 
Página 106 
Agora, vamos 
começar a entender 
como a secreção de 
alguns hormônios é 
capaz de influenciar 
a função de 
reabsorção de água 
e solutos e, 
consequentemente, 
a formação de urina! 
Primeiramente, 
vamos aprender 
um pouco mais 
sobre o hormônio 
ADH ou 
vasopressina. 
Este hormônio, 
apesar de possuir 
ação local, é 
secretado em 
nível de sistema 
nervoso central 
(SNC), mais 
especificamente 
no hipotálamo. 
A síntese, a 
liberação e os 
fatores que 
coordenam estes 
processos. 
Quando a 
concentração do 
hormônio ADH 
aumenta na 
circulação 
sanguínea, a sua 
sinalização, junto 
aos ductos 
coletores, faz com 
que estes tornam-
se mais 
permeáveis à 
água. 
É um hormônio 
humano secretado 
em casos de 
desidratação e 
queda da pressão 
arterial; fazendo 
com que os rins 
conservem a água 
no corpo, 
concentrando e 
reduzindo o 
volume da urina. 
Como isto acontece? 
2. FISIOLOGIA DO SISTEMA URINÁRIO 
Página 106 
Isso acontece devido a 
inserção de canais de 
água denominados 
aquaporinas; estes canais 
incorporam-se na 
membrana do epitélio do 
ducto coletor, através de 
processos de exocitose. 
Logo, esta inserção de 
aquaporinas no epitélio tubular 
distal torna este epitélio muito 
mais permeável à água. Como a 
liberação de ADH é regulada por 
diversos fatores, como 
temperatura e ingestão hídrica do 
indivíduo, a sua redução na 
circulação sanguínea faz com 
que ocorra o processo inverso. 
Ou seja, a endocitose 
destas aquaporinas, 
fazendo com que estes 
canais sejam removidos da 
membrana do túbulo distal 
e ele torne-se novamente 
impermeável à água. 
2. FISIOLOGIA DO SISTEMA URINÁRIO 
Página 106Endocitose é a absorção de grandes 
moléculas por meio de vesículas 
formadas pela membrana plasmática. 
 Exocitose é a saída de moléculas 
pela fusão de vesículas com a 
membrana. 
2. FISIOLOGIA DO SISTEMA URINÁRIO 
Página 108 
Desta forma, quando ocorre o 
aumento da liberação de ADH, ocorre 
uma MAIOR reabsorção de água e a 
urina torna-se mais concentrada. Por 
outro lado, uma menor liberação de 
ADH faz com que ocorra uma 
MENOR reabsorção de água também 
e a urina, por consequência, torna-se 
mais diluída. 
Assim, o hormônio ADH contribui 
intensamente para a manutenção da 
concentração urinária, junto a outro 
importante hormônio, a aldosterona. 
Conforme já debatemos 
anteriormente, a maior parte da 
reabsorção de sódio e potássio 
ocorre no túbulo proximal (cerca de 
90%). Esta reabsorção ocorre em 
taxas constantes e é independente da 
ação hormonal. 
A intensidade da concentração destes 
íons na formação final da urina do 
indivíduo varia de acordo com as 
necessidades iônicas do organismo e 
depende, em grande parte, de 
eventos que ocorrem ao nível de 
túbulo distal e ducto coletor. 
2. FISIOLOGIA DO SISTEMA URINÁRIO 
Página 108 
Esta regulação da 
concentração de 
íons sódio e 
potássio na urina do 
indivíduo, sofre 
grande participação 
de um hormônio 
mineralocorticoide 
secretado pelo 
córtex da glândula 
suprarrenal: a 
aldosterona. 
A liberação da 
aldosterona implica 
na reabsorção de 
grandes 
quantidades de 
sódio no túbulo 
distal. Na ausência 
deste hormônio, a 
reabsorção de sódio 
é reduzida, isso faz 
com que a urina 
formada possua 
grande parte deste 
íon. 
Entretanto, quando 
acontece a liberação 
máxima de 
aldosterona, o sódio 
é completamente 
reabsorvido no 
túbulo distal e a 
urina praticamente 
não contém sódio. 
2. FISIOLOGIA DO SISTEMA URINÁRIO 
Página 109 
De maneira semelhante, 
a absorção do íon 
potássio ocorre no 
túbulo proximal. Quando 
possuímos 
concentrações mínimas 
de aldosterona 
circulante, todo o 
potássio que não foi 
reabsorvido no túbulo 
proximal é reabsorvido 
no ducto coletor, logo, 
não temos potássio na 
urina. 
Na presença da 
aldosterona, verifica-se 
o estimulo da secreção 
de K+ para o interior do 
ducto coletor. A 
secreção de aldosterona 
é a única forma capaz 
de eliminar o K+ na 
urina. 
De forma resumida, 
podemos dizer que o 
hormônio aldosterona 
promove a reabsorção 
de Na+ e a secreção de 
K+ do sangue para a 
urina e, assim, contribui 
diretamente para o 
controle do volume 
sanguíneo circulante e 
para o controle da 
pressão arterial. 
2. FISIOLOGIA DO SISTEMA URINÁRIO 
Página 109 
A secreção hormonal 
interfere diretamente no 
controle do volume, 
concentração urinária e, 
consequentemente, da 
pressão arterial. 
O controle da pressão 
arterial, denominado de 
controle a longo prazo da 
pressão arterial, passa 
necessariamente pela 
síntese e regulação dos 
hormônios citados. 
Esse controle a longo prazo da pressão arterial é 
denominado 
SISTEMA RENINA – ANGIOTENSINA – 
ALDOSTERONA. 
2. FISIOLOGIA DO SISTEMA URINÁRIO 
Página 109 
Vamos ver como ele funciona? 
Inicialmente, precisamos voltar um pouco na anatomia do sistema renal, para que 
possamos entender claramente como opera este sistema: 
Em destaque na figura esta a região chamada aparelho justaglomerular, formado pela união das 
células granulomatosas com a mácula densa. Esta região é onde a arteríola aferente de cada néfron 
entra em contato com o ramo ascendente da alça de Henle. 
2. FISIOLOGIA DO SISTEMA URINÁRIO 
Página 110 
As células 
granulomatosas, ali 
localizadas, secretam a 
enzima denominada renina 
na corrente sanguínea. 
 Esta enzima, uma vez na 
corrente sanguínea, é 
capaz de catalisar a 
reação de conversão de 
um polipeptídio 
denominado Angiotensina. 
A Angiotensina I é obtida a 
partir da clivagem de uma 
proteína plasmática 
circulante de síntese 
hepática denominada 
Angiotensinogênio. 
Desta forma, a renina 
promove a conversão na 
circulação sanguínea, do 
Angiotensinogênio em 
Angiotensina I. 
Este polipetídeo não possui 
atividade, sendo convertida 
em outro peptídeo 
denominado Angiotensina II 
pela Enzima Conversora de 
Angiotensina (ECA) que 
possui localização 
principalmente pulmonar. 
2. FISIOLOGIA DO SISTEMA URINÁRIO 
Página 110 
A Angiotensina II exerce 
inúmeros efeitos, entre os 
quais, promover o estímulo do 
córtex da glândula suprarrenal 
a secretar o hormônio 
mineralocorticoide, chamado 
Aldosterona. 
A aldosterona, como já 
mencionado, promove a 
reabsorção de sódio em nível 
de túbulo distal para a corrente 
sanguínea. 
Desta forma, completa-se um ciclo extremamente 
importante para a manutenção do controle da pressão 
arterial de longo prazo, uma vez que a secreção hormonal 
não acontece de maneira imediata, denominado Sistema 
Renina – Angiotensina – Aldosterona. 
A Angiotensina II é capaz de exercer diversos efeitos, além da ativação da produção de Aldosterona, 
entre os quais podemos citar a vasoconstrição e o estímulo hipofisário para a produção de ADH. 
2. FISIOLOGIA DO SISTEMA URINÁRIO 
Página 111 
Sabemos que o controle da 
osmolaridade e da concentração de 
solutos (sal e íons) sanguíneos é 
muito importante para a manutenção 
da pressão arterial. 
A ingestão de NaCI pode interferir no 
controle da pressão arterial, mas 
como isso acontece? 
Isso acontece em função da 
osmolaridade sanguínea, ou seja, 
quando diminuímos a osmolaridade 
sanguínea (concentração de solutos 
no sangue), como em uma reduzida 
absorção de NaCl em função de 
menor ingesta, esta redução de 
osmolaridade também reduz a 
secreção de ADH. 
Sendo assim, temos uma menor 
quantidade de água sendo 
reabsorvida no túbulo distal, e temos 
uma maior quantidade de água 
eliminada na urina, o que a torna 
diluída. 
2. FISIOLOGIA DO SISTEMA URINÁRIO 
Página 111 
Com esta redução de volume 
sanguíneo, o fluxo sanguíneo renal 
também é reduzido, esta redução de 
pressão sanguínea, junto às células 
granulosas do aparelho 
justaglomerular, faz com que estas 
iniciem a secreção de renina, com o 
objetivo de elevar a pressão 
sanguínea e manter a homeostasia. 
Acredita-se que estas células 
granulosas possam ter função de 
barorreceptores junto às arteríolas 
aferentes. Barorreceptores são 
mecanorreceptores sensíveis à 
alteração de pressão. 
Além disso, a estimulação à liberação 
de renina também pode ser feita pelo 
reflexo barorreceptor que participa do 
controle a curto prazo (rápido) da 
pressão arterial. 
Sendo assim, a liberação de renina 
desencadeia a formação de 
Angiotensiana II e, 
consequentemente, a liberação de 
aldosterona, contribuindo para o 
aumento da retenção de Na+ e da 
pressão arterial em longo prazo. 
2. FISIOLOGIA DO SISTEMA URINÁRIO 
Página 112 
Certamente, essa reabsorção de sódio 
deve possuir um “sinal de parada” para 
que cesse. Essa informação de “parada” 
tem a participação direta das células da 
mácula densa. 
Estas células respondem ao aumento da 
concentração de sódio no túbulo distal. 
Assim, quando a concentração 
plasmática de sódio aumenta ou quando 
a TFG (taxa de filtração glomerular) 
também aumenta, estas células 
sinalizam a inibição de renina pelas 
células granulosas. 
A seguir, temos uma figura esquemática 
que visa esclarecer melhor este ciclo. 
2. FISIOLOGIA DO SISTEMA URINÁRIO 
Página 112 
2. FISIOLOGIA DO SISTEMA URINÁRIO 
Página 113 
Este sistema, renina – 
angiotensina – aldosterona, é 
ativado quando temos 
situações de redução de fluxo 
sanguíneo e/ou queda da 
pressão arterial. 
Será que possuímos algum 
outro mecanismo regulador 
quando temos uma situação 
oposta, ou seja, um aumento 
da pressão arterial? 
Esse controle em situações de 
elevação da pressão arterial, 
não é tão complexo, é, na 
verdade, bastante simples e 
envolve a secreção de um 
único polipetídeo, o peptídeo 
netriurético atrial (PNA).A secreção deste polipipetídeo 
ocorre nos átrios cardíacos e 
essa secreção ocorre em 
resposta à distensão das 
paredes atriais em situações 
de aumento da pressão arterial 
e volume sanguíneo. 
Em resposta à secreção do 
PNA os rins promovem uma 
maior excreção de sal e água 
nos túbulos renais. Assim, 
podemos dizer que o PNA atua 
como um diurético endógeno, 
produzido pelo coração. 
2. FISIOLOGIA DO SISTEMA URINÁRIO 
Página 113 
A interação entre 
diferentes íons, sua 
absorção e secreção 
entre diferentes 
porções dos túbulos 
renais é de extrema 
importância para a 
manutenção do 
equilíbrio 
hidroeletrolítico, pH 
sanguíneo e 
homeostase 
pressórica do 
indivíduo. 
Dentre estes íons, 
merecem destaque o 
Na+, K+ e o H+, pois 
possuem grande inter-
relação entre suas 
absorções e 
secreções. Por 
exemplo, a 
reabsorção de Na+ no 
túbulo distal é 
dependente da 
secreção de K+. 
Esta reabsorção 
ocorre devido ao fato 
que a absorção de 
sódio quando 
estimulada pela 
aldosterona é capaz 
de gerar uma 
diferença de potencial 
entre o lúmen do 
interstício e o túbulo. 
Isso faz com que o K+ 
seja secretado para o 
interior do túbulo 
devido a esse 
gradiente. 
2. FISIOLOGIA DO SISTEMA URINÁRIO 
Página 113 
Todavia, alguns fármacos 
diuréticos promovem a inibição 
da reabsorção de Na+ na alça 
de Henle, isso faz com que 
ocorra um aumento da 
concentração de sódio no 
túbulo distal, logo, com a ação 
da aldosterona, o sódio, em 
maior quantidade no túbulo 
distal, será, consequentemente, 
reabsorvido em maior 
quantidade. 
Desse modo, uma maior 
reabsorção de sódio, gera uma 
maior excreção de potássio 
para o lúmen do túbulo, 
fazendo com que a urina do 
indivíduo possua uma maior 
quantidade de potássio, 
fazendo com que ele possua 
perda aumentada deste íon. 
2. FISIOLOGIA DO SISTEMA URINÁRIO 
Página 114 
Como você já sabe, a manutenção 
do pH sanguíneo é fundamental 
para a homeostasia. 
Pequenas alterações do pH 
sanguíneo podem levar o indivíduo 
a situações clínicas denominada 
acidose ou alcalose e estas 
alterações, quando não corrigidas, 
são incompatíveis com a vida. 
Para a regulação do pH sanguíneo 
é de extrema importância que a 
concentração de íons H+ e 
bicarbonato (HCO3-) estejam 
dentro de seus valores de 
normalidade, fazendo com que o 
pH se encontre dentro do valor 
esperado (7,35 – 7,45). 
Então, vamos compreender como 
os rins participam desta fina 
regulação de pH. 
2. FISIOLOGIA DO SISTEMA URINÁRIO 
Página 114 
Inicialmente, podemos dizer que a 
concentração plasmática de K+ interfere 
diretamente no pH sanguíneo, em virtude 
da concentração de H+ no sangue. 
Na porção final do túbulo distal e do 
ducto coletor, os íons positivos K+ e H+ 
são secretados dos vasos sanguíneos 
peritubulares em direção a estes túbulos, 
como resposta a reabsorção de Na+ 
nesta região. 
Esta secreção acontece como resposta 
ao gradiente polar negativo (diferença de 
potencial) gerado pela reabsorção de 
sódio. 
Logo, uma pessoa que possui uma 
situação de acidose grave, a fim de tentar 
normalizar o pH sanguíneo, terá um 
aumento da secreção de H+ dos vasos 
sanguíneos em direção aos túbulos 
renais, o que poderá gerar um aumento 
da concentração plasmática de K+, pois 
somente um dos íons positivos (sódio e 
potássio) será secretado. 
2. FISIOLOGIA DO SISTEMA URINÁRIO 
Página 114 
Se pensarmos na 
lógica proposta 
acima, uma pessoa 
que possui aumento 
da concentração 
plasmática de K+ 
terá a secreção 
deste íon dos vasos 
sanguíneos em 
direção aos túbulos, 
preferencialmente 
em relação ao H+. 
Logo, esta pessoa 
poderá apresentar 
uma acidose 
sanguínea, pois o H+ 
não é secretado e 
encontra-se 
aumentado na 
circulação. 
Este mecanismo de 
reabsorção de sódio 
para o interior dos 
vasos sanguíneos e 
secreção de H+ ou 
K+ para o interior do 
lúmen dos túbulos 
distal e ducto coletor 
é denominado 
Antiporte, pois é 
capaz de “mover” 
estes íons em 
direções opostas. 
2. FISIOLOGIA DO SISTEMA URINÁRIO 
Página 115 
2. FISIOLOGIA DO SISTEMA URINÁRIO 
Página 116 
Quando ocorre o aumento de CO2 no filtrado, este gás difunde-se para o 
interior da célula tubular; a enzima AC encontra-se no citoplasma desta célula e 
catalisa a reação de CO2 e H2O, formando H2CO3. Logo após o H2CO3 se 
dissocia em HCO3- e íon H+. Assim, o HCO3- difunde-se livremente para os 
vasos sanguíneos. 
Esse desejo de 
urinar é chamado 
de reflexo da 
micção e vamos 
explicar os 
detalhes de como 
esse reflexo de 
micção ocorre. 
Para isso, 
precisamos voltar 
um pouco à 
anatomia: a uretra 
é circundada por 
dois esfíncteres 
(fibras musculares 
circulares 
concêntricas 
dispostas em 
formato de anel). 
O esfíncter 
superior é 
denominado 
esfíncter interno 
da uretra e o 
esfíncter inferior é 
denominado 
esfíncter externo 
da uretra. 
O esfíncter interno 
é formado por 
músculo liso e o 
externo por 
musculatura 
esquelética 
voluntário. 
Depois de todo esse processo descrito para a formação 
da urina, você pode estar com vontade de ir ao banheiro, 
mas como será que “sentimos vontade” de urinar? 
2. FISIOLOGIA DO SISTEMA URINÁRIO 
Página 117 
O reflexo de micção, ele 
se inicia após o início do 
processo de enchimento 
da bexiga urinária. 
 O enchimento parcial da 
bexiga urinária ativa 
receptores de estiramento 
que sinalizam ao centro da 
micção, um centro reflexo 
localizado no segundo, 
terceiro e quarto níveis 
sacrais da medula espinal. 
Como consequência desta 
ativação, ocorre a ativação 
de neurônios 
parassimpáticos que 
estimulam o músculo 
detrusor da bexiga a 
contrair e relaxar o 
esfíncter interno da uretra. 
Nesse momento, o 
encéfalo percebe uma 
sensação relacionada à 
urgência miccional, mas 
ainda é verificado um 
controle voluntário do 
esfíncter externo. 
Quando ocorre a 
permissão voluntária da 
micção o esfíncter 
externo, de controle 
voluntário, é relaxado e a 
urina é expelida. 
Vale ressaltar que apesar da 
bexiga possuir uma 
capacidade média entre 600 
a 800ml, o reflexo miccional 
inicia-se quando a bexiga 
possui um volume 
aproximado de urina em 
torno de 200ml. 
TÓPICO 3 
FISIOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR 
FEMININO E MASCULINO 
2. EMBRIOGÊNESE E FISIOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO 
Página 122 
A frase é do cientista 
Richard Dawkins, autor do 
livro O Gene Egoísta, 
segundo o qual, nossa 
função, assim como de 
diferentes espécies, é 
transmitir genes. 
Mesmo que discordemos 
de Dawkins na sua 
essência, uma das funções 
pelas quais os seres 
humanos permanecem no 
planeta Terra até os dias 
atuais é, justamente, a 
capacidade de gerar 
descendentes e, 
consequentemente, 
transmitir genes. 
E como ocorre esta 
transmissão gênica? Em 
que momento possuímos 
essa “habilidade”? Nesse 
tópico vamos ver como 
isso funciona melhor. 
A reprodução sexuada permite que 
genes de indivíduos diferentes 
sejam “misturados” de maneira 
aleatória, gerando um novo 
indivíduo com características 
diferentes das de seus ancestrais. 
Essa “mistura” de genes 
permite a inserção de uma 
enorme variabilidade genética 
dentro de uma população. 
2. EMBRIOGÊNESE E FISIOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO 
Página 122 
Na reprodução sexuada, a presença de 
células germinativas ou gametas (óvulo e 
espermatozoide) têm sua origem nas 
gônadas sexuais, ou seja, os ovários no 
sexo feminino e nos testículos no sexo 
masculino. 
As células germinativas maduras possuem 
a metade do número total de 
cromossomos da espécie, ou seja, são 
células haploides (n) que, ao se unirem, 
formam uma célula com um conjunto 
diploide de cromossomos (2n). Uma célula 
n carrega 23 cromossomos, logo, uma 
célula 2n possui o número total de 46 
cromossomos. 
O processo de geração de uma célula 2n 
é chamado de fertilização, formando a 
célula ovo ou zigoto. O crescimento do 
zigoto até a formação do feto e seu 
nascimento,dá-se por sucessivas divisões 
mitóticas. 
A seguir, a figura do genoma humano de 
um indivíduo do sexo masculino (a) e do 
sexo feminino (b); estes indivíduos 
possuem 22 pares de cromossomos 
autossômicos e um par de cromossomos 
sexuais, que os permite diferenciar em 
indivíduos do sexo masculino ou feminino. 
Os genes localizam-se no interior destes 
cromossomos. 
2. EMBRIOGÊNESE E FISIOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO 
Página 123 
Como destacado na figura, indivíduos do sexo feminino possuem os cromossomos 
sexuais XX, enquanto indivíduos do sexo masculino possuem os cromossomos 
sexuais XY. 
2. EMBRIOGÊNESE E FISIOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO 
Página 123 
Após a fertilização, tanto as 
gônadas masculinas 
quanto as gônadas 
femininas apresentam-se 
de maneira semelhante 
até, aproximadamente, os 
40 primeiros dias do 
desenvolvimento. 
Até este período, as 
estruturas que irão dar 
origem às gônadas sexuais 
possuem capacidade de se 
diferenciarem tanto em 
testículos quanto ovários. 
O fator determinante para 
que ocorra a conversão 
destas estruturas primárias 
em testículos é 
denominado fator 
determinador de testículos 
(FDT). 
A formação da genitália 
externa e dos órgãos 
sexuais secundários dá-se 
a partir de ductos 
embrionários presentes 
durante o desenvolvimento 
do embrião. 
Os ductos mesonéfricos 
(de Wolff ) darão origem 
aos órgãos sexuais 
secundários masculinos. Já 
os ductos 
paramesonéfricos (de 
Müller) darão origem aos 
órgãos sexuais 
secundários femininos. 
A genitália externa de 
ambos os sexos é idêntica 
durante as seis primeiras 
semanas de 
desenvolvimento fetal. 
2. EMBRIOGÊNESE E FISIOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO 
Página 124 
2. EMBRIOGÊNESE E FISIOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO 
Página 124 
A função das gônadas sexuais 
humanas é finamente regulada 
por hormônios sintetizados tanto 
localmente quanto ao nível do 
Sistema Nervoso Central (SNC); 
A produção e liberação destes 
hormônios determinam, não 
somente as funções gonadais 
relacionadas à produção de 
gametas, como também a 
maturação sexual do indivíduo. 
Alguns dos hormônios 
secretados pelo SNC, no que se 
refere a sua função local, junto 
ao sistema reprodutor, bem 
como hormônios produzidos 
localmente, serão abordados 
posteriormente neste tópico. 
Os demais hormônios 
secretados pelo SNC e que 
possuem ação local (junto ao 
SNC), mas que participam da 
maturação sexual. 
2. EMBRIOGÊNESE E FISIOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO 
Página 124 
A resposta sexual 
humana 
fundamental para o 
processo reprodutivo 
ocorre em ambos os 
sexos de maneira 
semelhante e pode 
ser dividida em 4 
fases: a fase de 
excitação, a fase de 
platô, o orgasmo e a 
fase de resolução. 
Nos homens 
podemos encontrar 
uma quinta fase, 
denominada de 
período refratário, na 
qual o homem pode 
ter a presença de 
ereção, entretanto, 
não é capaz de 
ejacular. 
A fim de 
entendermos como 
se dá o processo de 
fecundação e 
formação do 
embrião, iremos 
direcionar o nosso 
estudo à fisiologia 
reprodutiva humana, 
iniciando pela 
fisiologia reprodutiva 
feminina. 
2. EMBRIOGÊNESE E FISIOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO 
Página 125 
Após a maturação sexual 
da mulher, que acontece 
durante a puberdade, 
ocorrerá a liberação de um 
gameta feminino em cada 
período de 28 dias, para 
possível fecundação. 
Diferentemente da 
produção de 
espermatozoides no 
homem, a qual acontece de 
maneira contínua, a 
liberação do óvulo (gameta) 
pelo ovário acontece de 
maneira cíclica. 
Ao nascer, a mulher possui 
em seus ovários um total 
aproximado de 2 a 4 
milhões de ovócitos 
secundários. Este número 
é variável para cada 
mulher, entretanto é fixo, ou 
seja, não ocorre a 
formação de nenhum novo 
gameta posterior ao 
nascimento. 
Contudo, apenas alguns 
destes ovócitos sofrerão 
processo de ovulação, o 
que resulta em um número 
aproximado de 400 óvulos, 
durante a vida reprodutiva 
da mulher. 
Todos os demais óvulos 
passarão por um processo 
de degeneração, o que 
ocorre com a idade de, 
aproximadamente, 50 anos, 
quando a mulher inicia o 
processo de menopausa. 
Esta hipótese poderia justificar as alterações cromossômicas mais comumente observadas em 
crianças que nascem de mulheres com idade avançada, propondo que estas alterações sejam 
provenientes do envelhecimento deste óvulo. 
2. EMBRIOGÊNESE E FISIOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO 
Página 125 
Durante o período embrionário (em 
torno do quinto mês gestacional), as 
células germinativas, que migram 
em direção aos ovários, multiplicam-
se e dão origem às ovogônias, as 
quais são células germinativas 
primitivas (2n). 
Grande parte destas células sofre 
morte celular programada 
(apoptose) durante o período pré-
natal. A produção de novas 
ovogônias se mantém restrita a 
essa fase da vida. 
Estas células denominadas 
ovogônias irão se desenvolver em 
ovócitos primários; estas iniciam um 
processo de divisão meiótica, mas o 
interrompem em algum momento, 
ficando em um estado denominado 
parada meiótica. Estas células 
possuem 46 cromossomos (2n). 
A parada meiótica será mantida até 
a entrada da menina na puberdade. 
Nesta fase da vida sexual no sexo 
feminino, os ovócitos primários 
retomam o seu processo de divisão 
celular. 
Com base nestas informações iniciais, vamos começar a entender o 
ciclo ovariano: 
2. EMBRIOGÊNESE E FISIOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO 
Página 127 
Nos ovários, os ovócitos primários 
encontram-se em estruturas 
conhecidas como folículos primários. 
Esta estrutura folicular é formada por 
um ovócito primário circundado por 
um conjunto de células dispostas em 
uma única camada. Essas células 
recebem o nome de células 
granulomatosas. 
Alguns destes folículos primários, em 
resposta ao hormônio folículo 
estimulante (FSH) produzido pela 
hipófise, são estimulados a crescer 
ainda mais, desenvolvendo algumas 
cavidades denominadas de 
vesículas. A partir daí estes folículos 
são denominados folículos 
secundários. 
Os folículos secundários, ou folículo 
de Graaf, continuam a crescer 
fundindo as suas vesículas e 
formando uma única cavidade 
ocupada por líquido; esta cavidade é 
denominada antro e é característica 
do folículo terciário. 
2. EMBRIOGÊNESE E FISIOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO 
Página 127 
O folículo de Graaf segue seu 
processo de desenvolvimento e o 
ovócito primário que está contido 
nele termina a sua primeira divisão 
mitótica que estava estacionada 
desde a vida intrauterina. 
As duas células provenientes desta 
divisão meiótica são chamadas de 
ovócito secundário e corpúsculo 
polar. 
Porém, nesta divisão, o ovócito 
secundário recebe praticamente todo 
o citoplasma oriundo do ovócito 
primário e o corpúsculo polar resulta 
em uma célula pequena e não 
funcional. O recebimento do 
citoplasma pelo ovócito secundário é 
importante, pois ele é rico em 
nutrientes. 
Esta divisão aparentemente desigual 
é fundamental caso ocorra o 
processo de fertilização, pois, ao 
receber quase todo o conteúdo 
citoplasmático, o óvulo se torna apto 
a tornar-se um embrião viável devido 
ao conteúdo nutricional contido nele. 
Enquanto isso, o corpúsculo polar se 
fragmenta e degenera. 
2. EMBRIOGÊNESE E FISIOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO 
Página 128 
O ovócito secundário segue seu 
processo de divisão, porém, ela também 
é interrompida e só será completada por 
um ovócito que tenha sido fecundado. 
Este ovócito fica contido em um folículo 
de Graaf. As células que constituem a 
camada granulosa deste folículo formam 
um anel ao redor do ovócito denominado 
coroa radiada. 
Entre a coroa radiada e o ovócito 
secundário, podemos observar uma 
camada formada por proteínas e 
polissacarídeos chamada de zona 
pelúcida. 
Esta estrutura é extremamente 
importante, pois ela forma uma barreira 
para a fertilização do ovócitopelo 
espermatozoide pois é ela que impede, 
como uma barreira, o espermatozoide de 
fertilizar o ovócito. 
2. EMBRIOGÊNESE E FISIOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO 
Página 128 
2. EMBRIOGÊNESE E FISIOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO 
Página 128 
2. EMBRIOGÊNESE E FISIOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO 
Página 129 
Aproximadamente 
14 dias após a 
menstruação 
apenas um 
folículo primário 
continua o seu 
desenvolvimento 
visando se tornar 
um folículo de 
Graaf maturado. 
Os demais 
folículos sofrem 
um processo de 
regressão e 
degeneram. 
O folículo que 
sofre maturação 
cresce e se torna 
protuberante, 
depositando-se na 
superfície do 
ovário. 
Quando este 
folículo sofre 
estimulação 
hormonal de 
maneira 
adequada, ele se 
rompe, 
promovendo a 
expulsão do 
ovócito para 
dentro da tuba 
uterina, o que 
caracteriza a 
ovulação. 
A célula liberada é 
um ovócito 
secundário e, 
como vimos na 
figura, tem a 
proteção da coroa 
radiada; se este 
ovócito não sofrer 
fertilização, logo 
sofrerá 
degeneração. 
2. EMBRIOGÊNESE E FISIOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO 
Página 129 
Se o espermatozoide for capaz de 
atravessar a barreira formada pela coroa 
radiada e pela zona pelúcida, ele 
consegue penetrar na região 
citoplasmática deste ovócito secundário, 
fazendo com que este ovócito inicie o 
processo de complementação de sua 
divisão meiótica, a qual estava estagnada. 
Novamente, o citoplasma, neste processo, 
não sofre divisão igualitária, pois, quase a 
totalidade do citoplasma fica com o zigoto 
(óvulo fecundado); a outra porção 
remanescente da divisão denomina-se 
corpo polar e se degenera. 
Mesmo após a ovulação uma série de 
alterações estruturais e de ordem 
bioquímica continuam a acontecer no 
ovário. 
O restante do folículo forma o corpo lúteo. 
Após a fecundação esta estrutura é 
fundamental para a manutenção do 
embrião, pois ela secreta dois hormônios 
esteroides importantes no processo da 
gravidez: estrogênio e progesterona, 
sendo a progesterona em maior 
quantidade. Contudo, caso não ocorra a 
fertilização, o corpo lúteo regride e se 
torna não funcional. 
2. EMBRIOGÊNESE E FISIOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO 
Página 129 
O que acontece se não 
ocorrer a fecundação? 
Desta forma, temos o 
processo da menstruação, 
que corresponde ao 
desprendimento do 
endométrio da parede 
uterina, acompanhado por 
sangramento. 
Esse desprendimento do 
endométrio, ou seja, a 
menstruação, ocorre em 
ciclos e por isso é 
denominado ciclo menstrual 
e acontece, nos humanos, 
em períodos aproximados 
de 28 dias. 
2. EMBRIOGÊNESE E FISIOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO 
Página 129 
- hormônios: 
 - FSH (secretado pela hipófise) 
 - causa a proliferação das células foliculares ovarianas 
 - estimula a secreção de estrógeno (levando as cavidades foliculares a desenvolverem-se e a crescer) 
 - LH (secretado pela hipófise) 
 - aumenta ainda mais a secreção das células foliculares (estimulando a ovulação) 
 - progesterona (secretado pelos ovários) 
 - atividade secretória 
 - estimula a secreção láctea 
 - preparação do útero para a aceitação do embrião 
 - progesterona inibe as contrações do útero 
 - impede a expulsão do embrião que se está implantando ou do feto em 
 desenvolvimento. 
 - espessamento do endométrio e aumento da sua irrigação 
 - Estrogênio (secretado pelos ovários) 
 - proliferação celular 
 - aumento da vagina 
 - desenvolvimento dos lábios que a circundam 
 - desenvolvimento das mamas - proliferação dos seus elementos glandulares 
 - leva o tecido adiposo a concentrar-se, na mulher, em certas áreas . 
Página 129 
menstruação 
aumento da progesterona inibe produção de LH e FSH 
estimula as glândulas do endométrio a secretarem seus produtos 
corpo lúteo inicia a produção de progesterona 
alta taxa de LH estimula a formação do corpo lúteo ou amarelo no folículo ovariano 
concentração alta de LH estimula a ovulação 
(por volta do 14º dia de um ciclo de 28 dias) 
concentração alta de estrógeno inibe secreção de FSH e estimula a secreção de LH pela 
hipófise /concentração alta de estrógeno estimula o crescimento do endométrio. 
secreção de estrógeno pelo folículo em desenvolvimento 
amadurecimento dos folículos ovarianos 
hipófise aumenta a produção de FSH, que atinge a concentração máxima por volta do 7º dia do ciclo. 
1º dia do ciclo à endométrio bem desenvolvido, espesso e vascularizado começa a descamar à menstruação 
corpo lúteo regride e reduz concentração de progesterona 
2. EMBRIOGÊNESE E FISIOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO 
Página 129 
Vamos entender, então, as diferentes fases do ciclo menstrual na mulher, separando-as em 
etapas: 
Fase folicular 
Esta fase ocorre logo após a 
menstruação (que dura em 
média de 4 a 5 dias), estende-
se por aproximadamente 13 
dias e, logo, corresponde aos 
primeiros 13 dias desse ciclo. 
Este período é variável, visto 
que algumas mulheres podem 
apresentar variabilidade em 
seu ciclo menstrual. 
 Nesta fase, alguns dos 
folículos primários crescem e 
tornam-se folículos 
secundários; próximo ao final 
desta fase, um folículo de um 
ovário torna-se maduro se 
diferenciando em folículo de 
Graaf, conforme discutido 
anteriormente. 
Durante o crescimento deste 
folículo maduro, as células da 
camada granulosa secretam 
quantidades cada vez maiores 
de estradiol (um hormônio 
estrogênico), fazendo com que 
este hormônio atinja sua 
concentração máxima 
sanguínea por volta do 12º dia 
do ciclo, ou seja, 
aproximadamente 2 dias antes 
da ovulação. 
Tanto o crescimento dos folículos quanto a 
secreção de estradiol são estimulados pela 
liberação do hormônio FSH pela hipófise 
anterior. Este aumento da produção de FSH 
e do estradiol, produzido pelas células da 
camada granulosa folicular, promovem o 
aumento da produção de receptores de 
hormônio luteinizantes (LH), também pela 
hipófise anterior. 
Este evento é muito importante para a preparação do 
folículo de Graaf para os próximos eventos do ciclo 
menstrual. Este aumento de hormônio LH, produzido 
pela hipófise, promove o que chamamos de “onda de 
LH” que acontece nas 24 horas anteriores à ovulação e 
possui seu pico máximo em aproximadamente 16 
horas antes da ovulação. É justamente este aumento 
súbito de LH que desencadeia a ovulação. 
2. EMBRIOGÊNESE E FISIOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO 
Página 130 
Vamos entender, então, as diferentes fases do ciclo menstrual na mulher, separando-as em 
etapas: 
Fase Ovulatória 
O folículo de Graaf maduro, 
recebendo a estimulação do FSH, 
aumenta significativamente o seu 
tamanho, implantando-se na 
superfície do ovário. 
Este crescimento é estimulado 
também pela produção local de 
estradiol (pelas células granulosas 
foliculares), contribui para a “onda 
de LH” por volta do 13º dia do ciclo 
menstrual, rompendo as paredes do 
folículo por volta do 14º dia. 
O ovócito secundário é liberado pelo 
ovário e levado por ação dos cílios 
(fímbrias) para dentro da tuba 
uterina; este ovócito ainda se 
encontra protegido pela coroa 
radiada e pela zona pelúcida. 
Fluindo pela tuba uterina o ovócito 
secundário chega ao útero. 
Assim, podemos dizer que a 
ovulação ocorre em função de 
flutuações hormonais dos 
hormônios FSH e LH que agem 
sobre o folículo de Graaf, sendo que 
estas flutuações hormonais ficam 
bastante evidentes ao observarmos 
a figura referente ao ciclo menstrual 
da mulher. 
2. EMBRIOGÊNESE E FISIOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO 
Página 131 
Vamos entender, então, as diferentes fases do ciclo menstrual na mulher, separando-as em 
etapas: 
Fase Lútea 
Uma vez que ocorra a ovulação, 
o folículo vazio sofre estimulação 
pelo LH a tornar-secorpo lúteo. 
Como já citado, esta estrutura 
secreta estradiol e, em maior 
quantidade, progesterona, o qual 
possui níveis mínimos antes da 
ovulação, elevando-se 
rapidamente durante a fase lútea 
(o que acontece uma semana 
após a ocorrência da ovulação). 
A combinação de níveis 
aumentados de ambos os 
hormônios, progesterona e 
estradiol durante esta fase, 
parece exercer um controle 
inibidor (retroalimentação 
negativa) a nível de hipófise, 
inibindo a liberação de FSH e 
LH. 
Durante este período, e devido a 
este controle, não ocorre o 
desenvolvimento e maturação de 
outros folículos. Entretanto, 
próximo ao 22º dia do ciclo 
menstrual, quando caem os 
níveis de estradiol e 
progesterona, uma vez que o 
corpo lúteo regride, novos 
folículos passam a se 
desenvolver, preparando o 
organismo para um novo ciclo. 
Por volta do 28º dia do ciclo menstrual, 
os níveis de estradiol e progesterona 
estão baixos, uma vez que o corpo 
lúteo já não se encontra funcional e 
inicia-se a menstruação. O período 
menstrual dura em torno de 4 a 5 dias 
e os hormônios esteroides ovarianos 
(estradiol e progesterona) estão em 
seus níveis mais baixos. 
As fases do ciclo menstrual que 
foram analisadas sob o ponto de 
vista das alterações hormonais, 
também podem ser avaliadas pelas 
alterações do endométrio, 
observadas durante o ciclo. 
2. EMBRIOGÊNESE E FISIOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO 
Página 131 
2. EMBRIOGÊNESE E FISIOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO 
Página 131 
CICLO MENSTRUAL 
 
Pode ser dividido em 4 fases: 
 
Fase proliferativa ou estrogênica: período de secreção de estrógeno pelo folículo 
ovariano, que se encontra em maturação. Ocorre durante a fase folicular e é caracterizada pelo 
aumento da secreção de estradiol, o qual promove o crescimento endometrial, e pelo 
desenvolvimento de vasos sanguíneo 
 
Fase secretora ou lútea: Ocorre durante a fase lútea. O aumento da produção de progesterona 
pelo corpo lúteo promove o desenvolvimento de glândulas uterinas. Nesta fase também ocorre o 
crescimento endometrial em espessura, o qual torna-se ricamente vascularizado. 
 
Fase menstrual: corresponde aos dias de menstruação e dura cerca de 3 a 7 dias, geralmente. 
Ocorre durante a queda da secreção dos hormônios estradiol e progesterona, com o declínio da 
função do corpo lúteo. Verifica-se a necrose (morte celular) e o descolamento do endométrio da 
parede uterina. 
 
 Fase pré-menstrual ou isquêmica: período de queda das concentrações dos hormônios 
ovarianos, quando a camada superficial do endométrio perde seu suprimento sangüíneo normal 
e a mulher está prestes a menstruar. Dura cerca de dois dias, podendo ser acompanhada por dor 
de cabeça, dor nas mamas, alterações psíquicas, como irritabilidade e insônia (TPM ou Tensão 
Pré-Menstrual). 
2. EMBRIOGÊNESE E FISIOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO 
Página 132 
Então, onde ocorre a fertilização? Ou seja, a união do óvulo com o espermatozoide? 
 
A fertilização ocorre normalmente na tuba uterina, até 24 horas após a ovulação. Após a 
fertilização o zigoto é implantado no útero e ali irá se desenvolver. O útero também é parte do 
trajeto dos espermatozoides que são liberados na vagina durante o ato sexual e irão se deslocar 
até as tubas uterinas. 
3.EMBRIOGÊNESE E FISIOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO 
Página 133 
Diferentemente do 
sistema reprodutor 
feminino, que possui 
um número 
determinado de óvulos 
que sofrerão maturação 
durante a vida 
reprodutiva da mulher, 
o sexo masculino gera 
gametas 
continuamente, 
capazes de fecundar o 
óvulo. 
Pequenas alterações 
na produção e 
liberação de hormônios 
sexuais masculinos 
(androgênios), entre os 
quais a testosterona é 
verificada em homens 
após os 50 anos de 
idade, entretanto, essas 
pequenas flutuações, 
que ocorrem em graus 
variados são 
insuficientes para 
impedir, normalmente, 
o homem de continuar 
fértil. 
Vamos entender um 
pouco mais da 
formação dos gametas 
masculinos, analisando 
o mecanismo da 
espermatogênese. 
3.EMBRIOGÊNESE E FISIOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO 
Página 134 
3.EMBRIOGÊNESE E FISIOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO 
Página 134 
 
-Sistema Reprodutor masculino 
 - hormônios: 
 - FSH 
 - estimulam a espermatogênese 
 - LH 
 - estimula a produção de testosterona 
 - elevação do desejo sexual 
 - testosterona 
 - faz com que os testículos cresçam 
 - promove o amadurecimento dos órgãos sexuais 
 - induz o crescimento de pelos pubianos 
 - desenvolvimento muscular e ósseo 
 - voz mais grossa 
 - secreção anormal das glândulas sebáceas – acne na puberdade 
Glândula Hormônio Órgão-alvo Principais ações 
Hipófise FSH e LH testículos 
estimulam a produção de testosterona pelas 
células de Leydig (intersticiais) e controlam a 
produção de espermatozóides. 
Testículos Testosterona 
diversos 
estimula o aparecimento dos caracteres sexuais 
secundários. 
Sistema Reprodutor 
induz o amadurecimento dos órgãos genitais, 
promove o impulso sexual e controla a produção 
de espermatozóides 
3.EMBRIOGÊNESE E FISIOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO 
Página 134 
Inicialmente, as 
células germinativas 
que migram desde o 
saco vitelino até os 
testículos, durante o 
desenvolvimento do 
embrião, tornam-se 
células 
denominadas 
espermatogônias, as 
quais localizam-se 
na região mais 
externa dos túbulos 
seminíferos. 
Como demonstrado 
na figura anterior, 
estas células são 2n, 
ou seja, possuem o 
número total de 
cromossomos da 
espécie (46 
cromossomos). 
Estas células 
sofrerão divisões 
meióticas (primeira e 
segunda divisão 
meiótica) que darão 
origem às células n, 
denominadas 
espermátides, as 
quais contém a 
metade dos 
cromossomos da 
espécie (23 
cromossomos). 
3.EMBRIOGÊNESE E FISIOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO 
Página 134 
O processo final de 
formação dos 
espermatozoides 
ocorre na camada 
mais profunda dos 
túbulos seminíferos, 
onde as 
espermátides sofrem 
processo de 
maturação dando 
origem aos 
espermatozoides. 
Um fato importante 
na espermatogênese 
é que as 
espermatogônias que 
migram do saco 
vitelino para os 
testículos possuem 
características de 
células tronco, ou 
seja, são capazes de 
sofrer divisão 
mitótica dando 
origem a células 
idênticas! 
Assim, somente 
cerca de 1.000 a 
2.000 
espermatogônias 
migram para os 
testículos e esse 
número é sufi ciente 
para produzir milhões 
de espermatozoides 
pelo homem, durante 
toda a vida. 
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As células de Sertoli são capazes 
de formar uma barreira hemato-
testicular, ou seja, estas células 
unidas por junções íntimas 
constituem uma camada única e 
contínua em volta de cada túbulo 
seminífero, onde ocorre a 
produção de espermatozoides. 
Devido a esta disposição e 
função de barreira, estas células 
impedem que substâncias 
presentes no sangue sejam 
capazes de atravessar a barreira 
e assim chegar às células 
germinativas. 
Isto é extremamente importante, 
pois, assim, o sistema imune não 
se torna sensibilizado aos 
antígenos dos espermatozoides 
em maturação e impede a 
destruição destes por anticorpos. 
As células de Sertoli e os tubos 
seminíferos possuem um contato 
íntimo, sendo difícil dizer onde 
termina o citoplasma das células 
de Sertoli e onde começa o 
citoplasma das células 
germinativas. 
Outra importante função das 
células de Sertoli é a secreção de 
uma proteína denominada 
Proteína Ligante de Androgênio 
(ABP — do inglês) para o interior 
dos túbulos seminíferos. A função 
desta proteína é ligar-se à 
testosterona e “sequestrá-la” para 
o interior dos túbulos. 
As células de Sertoli também são 
capazes de mediar o efeito do 
hormônio FSH, o que faz com 
que qualquer açãodesse 
hormônio sobre os túbulos tenha 
que, necessariamente, ser 
mediada por estas células. Entre 
os efeitos promovidos pelo FSH, 
podemos citar a maturação das 
espermátides em 
espermatozoides. 
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Outro tipo celular encontrado 
no interstício dos túbulos 
seminíferos são as células de 
Leydig. Estas células são 
responsáveis pela secreção 
do principal hormônio 
androgênio masculino: a 
testosterona. 
Este androgênio relaciona-se 
diretamente com o 
desenvolvimento das 
características sexuais 
masculinas, participa da 
maturação dos 
espermatozoides e é 
responsável pela libido, ou 
seja, o desejo sexual. 
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O controle hormonal envolvido na 
produção de hormônios necessários ao 
processo de maturação sexual masculina 
é, assim como no sexo feminino, 
complexo e envolve mecanismos de 
autorregulação. 
Assim como citado na fisiologia do 
sistema reprodutor feminino, estes 
mecanismos hormonais serão discutidos 
na próxima unidade. 
Para que a ocorrência do ato sexual seja 
consumada e ocorra a liberação dos 
espermatozoides no interior da vagina, é 
necessária a ocorrência dos processos 
de ereção e ejaculação. 
O exame que avalia a qualidade do 
sêmen é denominado espermograma. 
Este exame é normalmente solicitado 
para a avaliação da qualidade do sêmen 
produzido pelo homem e sua alteração 
pode indicar dificuldades de reprodução 
do casal ou alterações testiculares. 
Boa noite!!

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