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O concretismo foi um movimento artístico que surgiu na Europa no século XX, e que tinha o intuito de criar uma nova forma de arte abstrata . Esse movimento tinha como base a abstração artística por meio da incorporação de formas geométricas ao visual. Os seus princípios básicos beiravam as proposições do cubismo, sendo aplicada tanto à música, poesia, literatura e artes plásticas. Desse modo, os artistas do concretismo utilizavam recursos gráficos aliados à arte, afim de abstrair todo e qualquer envolvimento com o lirismo e o sentimentalismo artístico. Também uma corrente literária, caracterizado pela objetividade e pelo trabalho experimental com o espaço. Ele surgiu no século XX, como reflexo de uma realidade marcada pela racionalidade e pelo avanço tecnológico. Nesse século, ocorreram duas guerras mundiais e a ameaça de uma guerra nuclear. Já no Brasil, a política desenvolvimentista de Juscelino Kubitschek (1902-1976) foi grande propulsor do Concretismo. A poesia concreta brasileira surgiu com a publicação da revista Noigandres, em 1952, de responsabilidade de poetas como Haroldo de Campos, Décio Pignatari e Augusto de Campos. No entanto, o lançamento oficial do Concretismo brasileiro ocorreu em 1956,na Exposição Nacional de Arte Concreta, em São Paulo. Além dos poetas citados, são cofundadores do Concretismo o boliviano Eugen Gomringer (na Suíça) e o brasileiro Öyvind Fahlström (na Suécia) Assim, os pais da poesia concreta são Haroldo de Campos, Décio Pignatari e Augusto de Campos, autores do Plano- piloto para poesia concreta (1958), um manifesto em que os autores apontam os precursores da poesia concreta e caracterizam suas obras • O francês Stéphane Mallarmé (1842-1898): “espaço e recursos tipográficos como elementos substantivos da composição”. • O americano Ezra Pound (1885-1972): “método ideogrâmico”. • O irlandês James Joyce (1882- 1941): “palavra-ideograma, interpenetração orgânica de tempo e espaço, atomização de palavras, tipografia fisiognômica, valorização expressionista do espaço”. • O francês Guillaume Apollinaire (1880-1918): “como visão, mais do que como praxis. futurismo, dadaísmo: contribuições para a vida do problema”. • Oswald de Andrade (1890- 1954): “em comprimidos, minutos de poesia”. • João Cabral de Melo Neto (1920-1999): “discurso direto, economia e arquitetura funcional do verso”. Além dos irmãos Campos e de Décio Pignatari, o brasileiro Öyvind Fahlström (1928-1976), autor do Manifesto para a poesia concreta, de 1953, é considerado um dos fundadores da poesia concreta, além de ser o seu divulgador na Suécia • E. M. de Melo e Castro: português • Salette Tavares (1922-1994): portuguesa • Arnaldo Antunes: brasileiro • Paulo Leminski (1944-1989): brasileiro Stéphane Mallarmé: Um lance de dados (1897) • Ezra Pound: Os cantos (1925) • James Joyce: Ulysses (1922) e Finnegans Wake (1939) • Guillaume Apollinaire: Caligramas (1918) • Oswald de Andrade: Pau-brasil (1925) • João Cabral de Melo Neto: O engenheiro (1945), Psicologia da composição (1947) e Antiode (1947) • A ideia principal dos concretistas era incorporar a realidade ao trabalho artístico. Assim, os quadros e poesias traziam figuras arquitetônicas e esculturais do dia a dia. Além disso, proporcionavam também várias possibilidades de leitura por meio de diferentes. • Valorização do conteúdo visual e sonoro; • Sintaxe visual em detrimento da discursiva; • Banimento da estrutura formal, como os versos e as estrofes; • Utilização de efeitos gráficos; • O papel torna-se a tela e o artista aproveita todo o espaço; • Defesa da racionalidade; • Aversão ao Expressionismo; • Rejeição ao acaso e a abstração lírica. De certo modo, o concretismo ainda permanece muito vivo quanto à tendência contemporânea. Aliás, isso ainda é muito visto dentro da linguagem publicitária, tão presente na nossa vida cotidiana. A poesia concreta estreou um novo estilo que deu norte a poesia brasileira pós-modernista, por meio de uma proposta visual. Ou seja, através da utilização de efeitos gráficos, de modo que a palavra concreta represente o objeto real. Sendo assim, a poesia usa apenas a “palavra-objeto”, ignorando as estruturas literárias, desde estrofes, até versos e rimas. Então, na poesia concreta existe um predomínio de imagens em detrimento ao caráter discursivo do texto. Em 1959, com a publicação do Manifesto Neoconcreto, alguns artistas realizaram uma ruptura com o Concretismo. Entre eles, estava o poeta Ferreira Gullar, que assim caracterizava a nova estética: • Arte interativa: participativa • Poema não objeto: somente se realiza ao ser lido • Antipositivismo: contra os excessos racionais concretistas • Expressionista: em oposição à objetividade • Poesia temporal: contrária à universalidade concreta Em suma, o que diferencia essa nova estética da anterior, ou seja, do Concretismo, é a interação entre obra e receptor, associada à expressão do artista — elementos que, segundo os neoconcretos, estariam ausentes no Concretismo. Um exemplo são os livros-poemas de Ferreira Gullar. Neles, o sentido da obra vai se construindo à medida que o leitor passa as páginas, as quais, às vezes, assumem formatos especiais de acordo com a intenção expressiva do poeta. Os artistas neoconcretistas propunham que a arte não podia ser vista apenas como um mero objeto, como considerava os concretistas paulistas. Ou seja, para os cariocas, a expressividade estava muito acima da forma. Desse modo, eles criticavam a tendência racional, positivista, dogmática e técnico- científica apresentada pelo concretismo paulista • Ferreira Gullar; • Lygia Clark; • Reynaldo Jardim; • Theon Spanudis; • Sergio Camargo; • Amílcar de Castro; • Franz Weissmann; • Lygia Pape.
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