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Fisiologia Biomecânica Biomecânica 600769094 600802008 Gloria M. S. A. da Cruz 600725040 http://www.universo.edu.br/ Biomecânica Biomecânica Sumário Biomecânica Plano da Disciplina Biomecânica 1 Biomecânica Básica Biomecânica • Biomecânica Conceito de Cinética x Cinemática A especialidade da física é focada na analise do movimento, assim deixando de lado o estudo das forças que originam, é chamada de cinética ou cinemática. A palavra cinética deriva da palavra grega (Kinetiké- a arte de pôr em movimento), no campo da física é utilizada para se referir a tudo que está ligado ao movimento. A análise cinética é a área que examina as forças que agem sobre um sistema, como o corpo humano ou qualquer objeto, a área de análise cinética do movimento tenta definir as forças que provocam um movimento segundo Hamill, 1999, p.8. A cinética buscar estudar a trajetória de um corpo em movimento em função do tempo. Esses dados permitem a descrição de alterações na posição do corpo com o passar do tempo, a velocidade é calculada dividindo o espaço percorrido e o tempo gasto, ou seja, se um objeto percorreu duzentos quilômetros em duas horas, sua velocidade média é de 100 quilômetros por hora, enquanto a aceleração é obtida dividindo a mudança na velocidade e o tempo que foi usado. Chama-se energia cinética, por outro lado, à energia que um corpo adquire a partir do seu movimento, ou seja, quando um corpo está em repouso é necessário certo trabalho para acelerá-lo até a certa velocidade. Essa energia que é obtida na aceleração é conservada pelo corpo como energia cinética até mudar sua velocidade. A segunda especialidade é análise cinemática que se relaciona com as características do movimento, e examina o movimento a partir de uma perspectiva espacial e temporal sem referencia com as forças que causam o movimento, uma análise cinemática envolve a descrição do movimento para determinar qual a rapidez com que um objeto está se movendo, qual a altura e a distancia que ele atinge. É possível observa que análise cinemática preocupa-se com o espaço físico e o tempo em que um objeto é movimentado, constando ainda a altura e a distancia em que ocorre esse movimento. A diferença da analise cinemática para a analise cinética faz das forças atuantes no corpo ou no objeto que são responsáveis pelo movimento. É possível através das análises avaliarem as características que compõem o movimento de uma carga, seu grau de dificuldade e as forças atuantes para execução do movimento, como exemplo, poderão ser citados trabalhadores que atuam no setor de produção, onde deverão produzir determinadas peças por hora trabalhada. Neste caso a analise cinemática irá verificar as características dos movimentos do objeto, desde as características Biomecânica físicas do local em que é realizada a atividade até o tempo que é necessário para ser finalizado. Enquanto a análise cinética ocupar-se às forças que são necessárias para que os movimentos sejam executados, tanto a força mecânica ou humana. A cinemática é a parte da mecânica que estuda os movimentos sem que haja preocupação com suas origens, existem alguns conceitos de cinemática que são muito importantes para correta compreensão de fenômenos físicos e pleno entendimento da forma de se construir o raciocínio necessário para a resolução de problemas. Alguns conceitos: - Referencial: é o corpo a partir do qual as observações dos fenômenos são feitas, por exemplo, podemos imaginar que os passageiros dentro de um carro, tomando o veículo por referencial, estarão em repouso; mas tomando um ponto fixo fora do carro, todos os passageiros estarão em movimento. -Movimento e Repouso: a partir da concepção de referencial, podemos entender que movimento e repouso são conceitos relativos, pois o que está em movimento para um observador em determinado referencial pode estar em repouso para outro observador e vice-versa. Se a terra for tomada como referencial, poderá dizer que os prédios, as cidades, os países estão em repouso. Porém, se o sol for tomado por referencial a terra e tudo que está sobre a superfície possuem movimentos de rotação e translação. -Trajetória: é o caminho feito por um corpo que se movimenta em relação a um referencial. Esse conceito também é relativo, pois dois referenciais diferentes podem ter visões diferentes de um mesmo movimento. A cinética e cinemática como relatados é o movimento do corpo a ser analisados em suas diferentes formas. As formas mais comuns levam em consideração as estruturas anatômicas ao movimento, sua característica (cinemática) e causa (cinética). De forma didática, divide-se a cinemática em: cinemática linear e cinemática angular: - cinemática linear: analisa o movimento (reta ou curva) em relação ao tempo. Este tipo de movimento pode ser retilíneo ou curvilíneo, no qual todos os pontos do corpo percorrem a mesma distancia ao mesmo tempo. - cinemática angular: analisa a descrição de o movimento angular, no qual o movimento acontece ao redor de um eixo e as diferentes regiões do corpo acabam não percorrendo a mesma distancia. Biomecânica Na cinética, a causa do movimento é estudada, em outras formas, as forças atuam e consequentemente realizam o movimento. Essas forças que atuam sobre o corpo podem ser classificadas em força gravitacional e força muscular ligamentar, alguns conceitos e parâmetros devem ser observados. (imagem 1) -Movimento linear: é o produto da massa pela velocidade, determinando a quantidade de movimento que determinado objeto possui. -Impulso: é o produto da força pelo tempo, o qual altera o momento linear. -Impacto: colisões entre dois objetos, a depender do comportamento dos objetos após o impacto, o classificam em impacto elástico e plástico, sendo o coeficiente de restituição que determinará se o impacto tende a ser plástico ou elástico. -Momento inércia: é o produto da massa pelo quadrado da distancia, calcula- se a resistência que o corpo oferece ao movimento angular. -Torque: Componente da força aplicada de forma perpendicular ao eixo de rotação de um objeto que faz ao girar. -Torque Resultante: é a soma dos torques de cada uma das forças que compõe o sistema. Biomecânica -Equilíbrio estático: ocorre quando a força resultante e o torque resultante forem iguais à zero. -Alavancas: é objeto rígido utilizado comum ponto fixo para multiplicar a força mecânica aplicada em outro objeto, sendo que a força aplicada em pontos de extremidade da alavanca (objeto rígido) é proporcional à relação do comprimento do braço de alavanca medido entre o fulcro (ponto fixo) e o ponto de aplicação da força aplicada em cada extremidade da alavanca. Biomecânica 2 Alavancas, torques e lei de newton Biomecânica • • • • • • • Biomecânica Alavancas Uma pessoa visualizar o próprio corpo como um sistema de alavancas é difícil, mas é o que exatamente ocorre. Quando os músculos desenvolvem tensão, tracionando os ossos para sustentar ou deslocar a resistência criada pelo peso dos segmentos corporais, e possivelmente, pelo peso de uma carga acrescentada, o músculo e o osso estão funcionando mecanicamente como uma alavanca. Embora não se possam mudar as alavancas anatômicas, ao se conhecer bem o sistema, é possível utilizá-las de forma mais eficiente para maximizar os esforços musculares do corpo. A alavanca (polia) é definida como uma barra rígida que gira em torno de um eixo de rotação ou fulcro. O eixo é o ponto de rotação em torno do qual a alavanca se move, a alavanca gira em torno do eixo como resultado da força as vezeschamadas de força, que provoca o seu movimento contra uma resistência as vezes chamada de carga ou peso. No corpo humano, o osso atua como uma haste rígida, a articulação constitui o eixo ou fulcro, e os músculos aplicam força, o nível de resistência pode varia de máximo a mínimo. A disposição ou localização de três pontos em relação um ao outro determina o tipo de alavanca e a aplicação para a qual é mais adequada, esses pontos são o eixo, ou seja, ponto de aplicação de força (normalmente a inserção do musculo), e o ponto de aplicação da resistência, o centro da gravidade da alavanca e outras localização de uma resistência externa. Alavancas de Primeira Classe As alavancas de primeira classe com uma força aplicada e a resistência estão localizadas em lados opostos do eixo, como por exemplo, a gangorra é um exemplo de alavanca de primeira classe, o mesmo ocorrendo com inúmeros instrumentos usados comumente, incluindo tesouras, alicates e pés- de-cabra , no corpo humano, a ação simultânea dos grupos musculares antagonistas e agonistas em lados opostos de um eixo articular é análoga ao funcionamento de uma alavanca de primeira classe, tendo os agonistas fornecendo a força aplicada e os antagonistas proporcionando uma força de resistência. Com uma alavanca de primeira classe, a força aplicada e a resistência pode-se localizar a distâncias iguais do eixo, ou um pode estar mais longe que a outra. Uma alavanca de primeira classe, possui uma finalidade básica de produzir movimentos equilibrados quando o eixo se encontra situado equidistante entre a força e a resistência exercida. Contudo quando o eixo está próximo à força, alavanca produz velocidade e amplitude de movimento, ou Biomecânica quando, por outro lado, o eixo está próximo à resistência, a alavanca produz movimento de força. Alavanca de Segunda classe Uma alavanca de segunda classe a força aplicada e a resistência fica no mesmo lado do seu eixo, com a resistência mais próximo do eixo. Esse tipo de alavanca tem por sua finalidade produzir movimentos de forca, uma vez que uma força relativamente pequena é capaz de mover uma grande resistência, por exemplo, um abridor de garrafa, um carrinho de mão e um quebra-nozes constituem alguns exemplos de alavancas de segunda classe. Um outro exemplo semelhante se alavanca de segunda classe no corpo é a flexão plantar do tornozelo para erguer o corpo nas pontas dos pés, o antepé serve de eixo de rotação à medida que os flexores plantares do tornozelo aplicam força ao calcâneo para ergue a resistência do corpo na articulação tibiofibular com o tálus. Biomecânica Alavancas de terceira classe As alavancas de terceira classe, a força e a resistência estão do mesmo lado do eixo, porém a força aplicada fica mais próxima do mesmo, por exemplo, um remo para uma canoa e uma pá podem funcionar como uma alavanca de terceira classe. Alguns dos sistemas de alavanca do tipo musculo-osso do corpo humano é também de terceira classe para as contrações concêntricas, ou seja, com o músculo fornecendo a força aplicada e fixando-se ao osso a uma curta distância do centro articular, em comparação com a distância na qual atua a resistência proporcionada pelo peso do segmento corporal ou aquela de um segmento corporal mais distal. No entanto, durante as contrações excêntrica é o músculo que fornece a resistência contra a força externa aplicada, ou seja, durante as contrações excêntricas, o músculo e o osso funcionam como uma alavanca de segunda classe. Esse sistema de alavanca pode desempenhar uma de duas funções, sempre que o braço de momento da resistência, a magnitude da força aplicada necessária para deslocar uma determinada resistência é menor que a magnitude dessa resistência. Contudo, sempre que o braço da resistência for mais longo que o braço da força, a resistência poderá ser deslocada através de uma distância relativamente grande, no entanto a eficácia mecânica de uma alavanca em movimentar poderá ser enunciado quantitativamente como sua vantagem mecânica, ou seja, é uma relação entre o braço de momento da força e o braço de momento da resistência. Vantagem mecânica= Braço de momento (força) Braço de momento (resistência) Biomecânica No entanto se o braço de momento da força for mais longo que o braço de momento da resistência, a relação da vantagem mecânica será reduzida para um maior número que a unidade, e a sua magnitude da força aplicada necessária para deslocar a resistência será menor que a magnitude da resistência. A capacidade de deslocar uma resistência com uma força que seja menor que essa resistência oferece evidente vantagem quando se deve movimentar uma carga pesada. Alavanca Anatômica No corpo humano a maioria dos sistemas de alavancas do tipo musculo- osso é de terceira classe e possui algumas vantagens mecânicas inferior a um, apesar de esse arranjo promover a amplitude de movimento e a velocidade angular dos segmentos corporais, as forças musculares geradas devem ser superiores à força ou às forças de resistência para que possa ser realizado um trabalho mecânico positivo. Contudo, o ângulo com que um músculo exerce tração sobre um osso também afeta a eficácia mecânica do sistema de alavanca do tipo músculo- osso, a força de tensão músculo é decomposta em dois componentes de forca, ou seja, um perpendicular ao osso imóvel (figura 1) e outro paralelo ao osso. Como relatado na unidade 1, apenas o componente da força muscular dirigido paralelamente ao osso traciona o osso para longe do centro articular (um componente de luxação) conforme o ângulo entre o osso é o músculo inserido seja menor ou maior que 90°. O ângulo da vantagem mecânica máxima para qualquer músculo é o ângulo no qual pode ser produzida a maior força rotatória, ou seja, em uma articulação como o cotovelo, o ângulo relativo presente fica próximo dos ângulos de inserção dos flexores do cotovelo. As vantagens mecânicas máximas para o braquial, bíceps e braquiorradial ocorrem entre ângulos no cotovelo de aproximadamente 75 e 90°. (Figura 2) Biomecânica No entanto a medida que o ângulo articular e a vantagem mecânica se modificam, o comprimento do músculo se modificam, essas alterações no comprimento dos flexores do cotovelo associados com modificações no ângulo do cotovelo são mostradas na figura 3 abaixo, essas alterações afetam a quantidade de tensão que um músculo consegue gerar, o ângulo no cotovelo no qual é produzido um momento de força máximo do flexor é de aproximadamente 80°, com a capacidade de produzir um momento de força diminuindo progressivamente à medida que o ângulo no cotovelo se modifica em qualquer direção. A eficácia mecânica variável dos grupos musculares para a produção de rotação articular com as mudanças no ângulo articular é no entanto, a base subjacente para o desenho do modernos dispositivo de treinamento de força com resistência variável. A eficácia mecânica variável dos grupos musculares para a produção de rotação articular com as mudanças no ângulo articular é no entanto, a base subjacente para o desenho do modernos dispositivo de treinamento de força com resistência variável. Biomecânica • Equações de equilíbrio estático Equilíbrio é um estado caracterizado por forças e torques balanceados (sem forças de torques efetivos). No entanto, a primeira lei de newton relata que um corpo em movimento ou está imóvel ou se movimenta com a velocidade constante, ou seja, sempre que um corpo fica completamente imóvel ele está em equilíbrio estático. Deverá ser atendida três condições para que um corpo esteja em um estado de equilíbrio estático. 1. A soma de todas as forças verticais(ou componentes de força) que atuam sobre o corpo deve ser igual a zero, 2. A soma de todas as forças horizontais (ou componentes de força) que atuam sobre o corpo deve ser igual a zero, 3. A soma de todos os torques deve ser igual a zero. A letra grega maiúscula sigma significa a soma de Fv, representa as forças verticais, Fh, representa as forças horizontais e T é o torque, onde será estudando na próxima unidade. Sempre que um objeto está em estado estático poderá inferir que todas as três condições estão em vigor, pois a violação de qualquer uma das três condições resultaria em movimento do corpo, as condições de equilíbrio estático são instrumentos valiosos para solucionar os problemas relacionados ao movimento humano. • Equações de equilíbrio dinâmico Os corpos em movimento são considerados como encontrando-se em estado de equilíbrio dinâmico, como todas as forças atuantes resultando em forças inerciais iguais dirigidas em sentidos opostos, esse conceito foi identificado originalmente pelo matemático francês D' Alembert, sendo conhecido como princípio de D' Alembert. Algumas versões modificadas das equações de equilíbrio estático, que incorporam fatores conhecidos como vetores de inercia, relatam as condições de equilíbrio dinâmico, as equações de equilíbrio dinâmico pode ser enunciadas assim: Biomecânica A soma das forças horizontais e verticais que atuam sobre um corpo são £Fx e £Fy ; max e may, são produtos da massa do corpo pelas aceleração horizontal e vertical do centro da massa do corpo; £T g é a soma dos torques ao redor do centro da massa do corpo e Ī (a) é o produto do momento de inércia do corpo ao redor do centro da massa pela aceleração angular do corpo . Torque O torque é um efeito rotatório criado por uma força aplicada conhecida também como momento de força. O torque, pode ser considerado força rotatória, é o equivalente angular da força linear, em sua representação algébrica o torque é um produto da força pelo braço de momento dessa força, ou a distância perpendicular da linha de ação da força ao eixo de rotação. T=Fd Dessa forma, tanto a magnitude de uma força quanto o comprimento de seu braço de momento afetam igualmente a quantidade de torque gerado (imagem 1). Porém na imagem 2 é observado que o braço de momento é a menor distância entre a linha da força e o eixo de rotação, uma força dirigida através de um eixo de rotação não produz torque, pois o braço de momento da força é igual a zero. Imagem 1. Imagem 2. Na imagem 3 pode-se observa que o braço de momento é a menor distância entre a linha de ação da força e o eixo de rotação. Uma força dirigida através do um eixo de rotação não produz torque, pois o braço de momento da força é igual a zero. Biomecânica No corpo humano, o braço de momento de um músculo em relação ao centro de uma articulação é a distância perpendicular entre a linha de ação do músculo e o centro da articulação como demonstrado na imagem 3 acima, a medida que uma articulação se movimenta a através de uma amplitude de movimento, no entanto, ocorre mudanças nos braços de momento dos músculos que cruzam a articulação. Cada músculo individual, o braço de momento é maior quando o ângulo de tração no osso fica mais próximo de 90°. No cotovelo, quando o ângulo de tração se afasta de 90° em qualquer direção, o braço de momento para os flexores do cotovelo sofre redução progressiva. No entanto por ser torque o produto do braço de momento pela força muscular, as mudanças no braço de momento afetam diretamente o torque articular gerado por um músculo. Para que um músculo possa gerar um torque articular constante durante um exercício, terá que produzir mais força à medida que o braço de momento diminuir. O torque é uma quantidade ou grandeza vetorial e se caracterizada tanto por magnitude quanto por direção, essa magnitude do torque criada por determinada força é igual a Fd , e a direção de um torque pode ser horária ou anti-horária. Essa direção anti-horária é designada convencionalmente como positiva (+) e a direção horária negativa (-). As magnitudes de dois ou mais torques atuando sobre um determinado eixo de rotação, onde podem ser somadas utilizando-se as regras de composição vetorial. Torques Articulares Resultantes O conceito de torque é importante no estudo do movimento humano, pois é o que produz o movimento dos segmentos corporais, quando um músculo que cruza uma articulação desenvolve tensão, produz uma força que exerce Biomecânica uma tração sobre o osso no qual se insere, criando assim um torque na articulação que o músculo cruza. Grande parte do movimento humano envolve a elaboração simultânea de tensão dos grupos musculares agonistas e antagonistas. A tensão dos antagonistas controla a velocidade do movimento e aprimora a estabilidade da articulação na qual o movimento está ocorrendo, com o desenvolvimento de tensão os antagonistas cria um torque produzido pelo agonista, o movimento resultante na articulação representa uma função do torque efetivo. Porém o torque efetivo e o movimento articular ocorrem na mesma direção, o torque é denominado concêntrico e o torque muscular na direção oposta ao movimento articular é considerado excêntrico, esses termos são úteis para relatar uma analise da função muscular, porém sua aplicação é complicada quando é considerado músculos bioarticulares ou poliarticulares, pois pode haver torque concêntrico em uma articulação e torque excêntrico em uma segunda articulação atravessada pelo mesmo músculo. A mensuração direta das forças produzidas pelos músculos durante a execução da maioria das habilidades motoras não é pratica, as mensuração ou estimativas dos torques Articulares ou momentos articulares são estudadas com uma certa frequência para investigar os padrões das contribuições musculares. Existem alguns dos fatores como o peso dos segmentos corporais, o movimento desses segmentos e ação de forças externas, podem contribuir para os torques articulares efetivos. Os lactentes pequenos geram padrões irregulares de torques articulares, possivelmente, por causa, da inexperiência em prever a magnitude e a direção das forças externas. Entre os adultos, porem, os perfis dos torques articulares são normalmente equivalentes às demandas da tarefa a ser realizada e proporcionam pelo menos estimativas gerais dos níveis de contribuição dos grupos musculares. Curiosamente com a idade avançada observa-se comumente uma redistribuição dos torques articulares nas extremidades inferiores durante a deambulação, com os idosos utilizando mais extensores do quadril e menos os extensores do joelho e os flexores plantares do que os adultos jovem que caminham com o mesmo ritmo. Na demonstração foi percebido uma correlação significativa entre o torque de quadril e a velocidade da marcha e o comprimento das passadas entre os idosos, os pesquisadores sugeriram que o fortalecimento dos extensores do quadril pode aprimorar as características da marcha desse grupo. Leis de Newton Sir Isaac Newton descobriu muitas das relações fundamentais que constituem os alicerces para o campo da mecânica moderna, esses princípios Biomecânica realçam as inter-relacões das quantidades cinéticas básicas. Iniciaremos com a lei de inercia. Lei da Inércia A primeira lei de newton é conhecida como lei da inercia, essa lei estabelece o seguinte: “ um corpo manterá seu estado de repouso ou de velocidade constante, a não ser quando influenciado por uma força externa capaz de modificá-lo”. Ou seja, um objeto imóvel permanecerá nesse estado, a menos que haja uma força efetiva (umaforça que não seja contrabalançada por outra força) agindo sobre o mesmo. De maneira que um corpo que se desloca com velocidade constante ao longo de uma trajetória retilínea continuará seu movimento, a não ser quando é influenciado por uma força efetiva capaz de alterar a velocidade ou a direção do movimento. No entanto é obvio que um objeto em uma situação estática (imóvel), permanecerá assim se não for influenciado pela ação de alguma coisa externa. Supomos que uma peça de mobília, como uma cadeira, manterá uma posição fixa, a não ser quando é empurrada ou puxada por alguém que exerce uma força efetiva capaz de movimenta-la. Entretanto, quando um corpo está se deslocando com uma velocidade constante, a validade da lei da inércia não é tão obvia, pois na maioria das situações, as forças externas atuam reduzindo sua velocidade. Lei da aceleração A segunda lei de newton do movimento é uma expressão das inter- relacões entre força, massa e aceleração. Essa lei foi conhecida como lei da aceleração, pode ser assim enunciadas para um corpo com uma massa constante: “uma força aplicada a um corpo acarreta desse corpo de magnitude proporcional à força, na direção da força e inversamente proporcional à massa do corpo. Por exemplo, uma bola é arremessada, golpeada ou rebatida com um implemento, tende a deslocar-se na direção da linha de ação da força aplicada. De maneira semelhante, quando maior for a quantidade de força aplicada, maior será a velocidade da bola. A expressão algébrica da lei é uma fórmula que exprime as relações quantitativas entre uma força aplicada, a massa de um corpo e sua aceleração resultante: F=ma Biomecânica Ou seja, se uma bola de 1kg for rebatida com uma força de 10 N, a aceleração resultante da bola será de 10m/s². Se a bola possui massa de 2kg, a aplicação da mesma força de 10 N resulta numa aceleração de apenas 5m/s². A segunda lei de newton se aplica a um corpo em movimento também, quando um jogador defensivo de futebol americano é bloqueado por um adversário em sua corrida, a velocidade do jogar defensivo após o contato é uma função da direção e velocidade originais do jogador e da direção e magnitude da força exercida pelo jogador ofensivo. Lei da Reação A terceira lei de newton do movimento estabelece que cada força aplicada é acompanhada por uma força de reação: “Para cada ação existe uma reação igual e oposta.” Em termos de força, a lei pode ser definida: “ Quando um corpo exerce uma força sobre outro, este segundo corpo exerce uma força de reação que é igual em magnitude e oposta em direção sobre o primeiro corpo.” Quando uma pessoa se inclina para apoiar-se com uma mão sobre uma parede rígida, a parede rechaça a mão com uma força que é igual e oposta àquela exercida pela mão sobre a parede. Quando mais fortemente a mão empurrar a parede, maior será a quantidade de pressão percebida através da superfície da mão onde entra em contato com a parede. Lei da Gravitação A lei da Gravitação universal foi uma das contribuições mais significativas para a revolução científica, sendo considerada por muitos o marco do início da ciência moderna. As ideais de newton sobre gravitação foram provocadas seja pela observação da queda de uma maçã, seja por ter sido atingido realmente na cabeça pela queda de uma maçã. Em seus escritos sobre o assunto, newton utilizou o exemplo da queda de uma maçã para ilustrar o princípio de que os corpos se atraem mutuamente, a lei da gravitação de Newton pode ser assim enunciada: “Todos os corpos se atraem mutuamente com uma força proporcional ao produto de suas massas e inversamente proporcional ao quadrado da distância entre eles.” Em sua representação algébrica a lei é a seguinte : Fg= G m¹ m² d² Biomecânica A força de atração gravitacional é Fg, G é uma constante numérica, m¹ e m² são as massas dos corpos e d é a distância entre os centros das massas dos corpos. O exemplo da queda da maçã, a lei da Gravitação de newton indica que, assim como a terra atrai a maçã, está atrai a terra, porém em grau muito menor, conforme é mostrado pela fórmula da força gravitacional, quanto maior for a massa de qualquer um dos corpos, maior será a força de atração entre eles. De maneira que quanto maior for a distância entre os corpos menor será a força de atração entre eles. As aplicações biomecânicas, a única atração gravitacional importante é a gerada pela terra, em virtude de sua massas extremamente grande, a velocidade da aceleração gravitacional com que os corpos são atraídos para superfície da terra (9,81 m/s²) se baseia na massa desta e na distância até seu centro. Comportamento mecânico dos corpos em contato A terceira lei de newton do movimento, para cada ação existe uma reação igual ou oposta, entretanto um caso de um cavalo atrelado a uma carroça, de acordo com a terceira lei de newton, quando o cavalo exerce uma força sobre a carroça capaz de provocar sua movimentação para diante, a carroça exerce uma força para atrás de magnitude igual sobre o cavalo. Considerando-se o cavalo e a carroça como um único sistema mecânico, se as duas forças forem de magnitude igual e de direção opostas, sua soma vetorial será zero. A presença de outra força cuja magnitude sobre a carroça é diferente da que atua sobre o cavalo é a força de atrito. O atrito é uma força que atua na interface das superfícies em contato na direção oposta àquela do movimento atual iminente. Sendo o atrito uma força, é quantificado em unidades de força (N), a magnitude da força de atrito gerada determina a facilidade ou dificuldade relativa do movimento para dois objetos em contato. Outro fato é momento, resulta das interações entre dois corpos, uma grandeza mecânica que é particularmente importante nas situações que envolvem colisões, em geral o momento pode ser definido como a quantidade de movimento que um objeto possui, mais especificamente, momento linear é o produto da massa do objeto por sua velocidade: M=mv Um objeto estático (com velocidade zero) não possui momento: isto é, seu momento é igual a zero. Uma modificação no momento de um corpo poder ser causada seja por mudança na massa do corpo, seja por mudança em sua velocidade. Na maioria das situações relacionadas aos movimentos humanos, as mudanças no momento resultam de mudanças na velocidade. Existe também o impacto é um tipo de colisão que ocorre entre uma bola de beisebol golpeada e um bastão, um impacto envolve a colisão de dois Biomecânica corpos por um intervalo de tempo extremamente pequeno, durante o qual os dois corpos exercem forças relativamente grandes um sobre o outro, comportamento de dois corpos após um impacto depende não apenas de seu momento coletivo, mas também da natureza do impacto. Biomecânica 3 Biomecânica Muscular e Flexibilidade Biomecânica • • • • • • Biomecânica Propriedades Comportamentais da unidade musculotendinosa As propriedades de extensibilidade e Elasticidade são comuns a muitos tecidos biológicos. A extensibilidade é a capacidade de ser estriado (alongado) ou de aumentar em comprimento, ao passo que a elasticidade é a capacidade de voltar ao comprimento normal após o estritamente (alongamento). A elasticidade do músculo o recoloca em seu comprimento normal de repouso após alongamento e torna possível a transmissão uniforme da tensão do músculo ao osso. Esse comportamento elástico do músculo foi descrito como consistindo de dois componentes principais, um deles é o componente elástico em paralelo (CEP), proporcionado pelas membranas musculares, fornece resistência quandoum músculo é estirado passivamente. O segundo componente elástico em série (CES), localizado nos tendões, irá atuar como uma mola que armazena energia elástica quando um musculo sob tensão é estirado (alongado). Esses componentes da Elasticidade muscular são assim denominadas porque as membranas e os tendões estão, respectivamente, em paralelo e em série (ou em linha) com as fibras musculares, que proporcionam o componente contrátil, admite-se que a elasticidade do músculo esquelético humano é devida principalmente ao CES. (Imagem 1) Tanto o CES quanto o CEP possuem uma propriedade viscosa que torna possível o estiramento (o alongamento) e o recuo do músculo segundo um padrão que depende do tempo. Quando um estímulo estático de um grupo muscular como os isquiotibiais é mantido durante certo período de tempo, o músculo sofre um alongamento progressivo, aumentando a amplitude de movimento da articulação. De maneira semelhante, depois que um grupo muscular foi estriado, não recua imediatamente para seu comprimento de repouso, mas sofre um encurtamento gradual durante certo período de tempo. Imagem 1 Biomecânica Irritabilidade e a capacidade de desenvolver tensao Outras propriedades do músculo e a irritabilidade a capacidade de responder a um estímulos, esses estímulos que afetam os músculos ou são eletroquímicos, como o potencial de ação proveniente do nervo correspondente, ou mecânico, como um potencial de ação proveniente do nervo correspondente ou mecânico, como um golpe externo aplicado a uma porção do músculo. Fibras Musculares Uma única célula muscular é denominada fibra muscular em virtude de seu formato filiforme. A membrana que circunda a fibra muscular as vezes é chamada de sarcolema e o citoplasma especializado recebe a designação de sarcoplasma. O sarcoplasma de cada fibra contém inúmeros núcleos e mitocôndrias, bem como numerosas miofibrilas filiformes que estão alinhadas paralelamente umas às outras. As miofibrilas contém dois tipos de filamentos protéicos cuja organização produz o padrão estriado característico que confere a esse músculo a designação de esquelético ou estriado. (Imagem2) As observações feitas através do microcópio, quanto às mudanças que ocorrem mas faixas visíveis e nas linhas do músculo esquelético durante a contração muscular, inspiraram as denominações dessas estruturas com finalidades de referência. O sarcômero, compartimentalizado entre duas linhas Z, é a unidade estrutural básica da fibra muscular, cada sarcômero é Biomecânica dividido ao meio por uma linha M. As faixas A contêm filamentos grossos e rígidos de miosina, cada um dos quais é circundado por seis filamentos finos e lisos de actina. As faixas I contêm apenas filamentos finos de actina. Em ambas as faixas os filamentos protéicos são mantidos no local por sua fixação as linhas Z, que aderem ao sarcolema. No centro das faixas A existem as zonas H, que contêm apenas os filamentos grossos de miosina. Durantes contração muscular, os filamentos finos de actina de cada extremidade do sarcômero deslizam na direção uns dos outros. Unidades motoras As fibras musculares são organizadas em grupos funcionais de diferentes tamanhos, constituídos por um único neurônio motor e por todas as fibras por este inervadas esses grupos são conhecidos como unidades motoras. O axônio de cada neurônio motor subdivide muitas vezes, de forma que cada fibra individual é dotada de uma placa motora terminal. Normalmente, existe apenas uma placa terminal por fibra, embora a inervação múltipla das fibras tenha sido relatada em vertebrados diferentes dos humanos. As fibras de uma unidade motora podem espalhar-se por uma área de vários centímetros e ser entremeada pelas fibras de outras unidades motoras. Com raras exceções, as unidades motoras estão confirmadas a um único músculo e localizadas dentro desse músculo. Uma única unidade motora de mamífero pode conter desde menos de 100 a aproximadamente 2.000 fibras, dependendo do tipo de movimento que o músculo executa. Os movimentos que são controlados com alto grau de precisão, como os dos olhos ou dedos, são produzidos por unidades motoras com pequenos números de fibras. Os movimentos mais amplos e vigorosos, comi aqueles produzidos pelo gastrocnêmio, representam habitualmente o resultado da atividade de grandes unidades motoras. A maioria das unidades motoras esqueléticas nós mamíferos é constituída por células do tipo contratação (do tipo tudo ou nada), que respondem a um único estímulo desenvolvendo tensão semelhante a uma contração. Nesse tipo de fibra, a tensão que acompanha o estímulo de um único impulso nervoso aumenta até alcançar um valor máximo em menos de 100 na Biomecânica e a seguir declina imediatamente. No corpo humano, porém as unidades motoras em geral são ativadas por uma descarga de impulsos nervosos, quando impulsos rápidos e sucessivos ativam uma fibra já sob tensão, haverá somação e a tensão é elevada progressivamente até ser alcançado um valor máximo de fibra. Tipos de fibras As fibras de algumas unidades motoras se contraem para alcançar uma tensão máxima mais rapidamente que outras, após terem sido estimuladas. Com base nessa característica distintiva, as fibras podem ser dividas nas categorias abrangentes de contração rápida (CR) e contração lenta (CL). As fibras CR levam apenas cerca de uma sétima parte do tempo necessário para as fibras CL alcançarem tensão máxima. Entretanto, em ambas as categorias existe uma ampla gama de tempos de contração para ser alcançada tensão máxima. As fibras CR são divididas em duas categorias, com base nas propriedades histoquímicas. O primeiro tipo de fibra CR compartilha a resistência à fadiga que caracteriza as fibras CL, o segundo tipo de fibra CR possui maior diâmetro, contém menor número de mitocôndrias e se fadiga mais rapidamente que o primeiro tipo. Apesar de todas as fibras em uma unidade motora serem do mesmo tipo, a maioria dos músculos esqueléticos contém fibras tanto CR quanto CL, com as quantidades relativas variando de um músculo para outro e de um indivíduo para outro. Mecanismo de contração muscular Na contração das fibras musculares esqueléticas, ocorre o encurtamento dos sarcômeros: os filamentos de actina “deslizam” sobre os de miosina, graças a certos pontos de união que se formam entre esses dois filamentos, levando á formação da actomiosina. Para esse deslizamento acontecer, há a participação de grande quantidade de dois elementos importantes : íons Ca ++ e ATP. Nesse caso cabe à molécula de miosina o papel de “quebrar” (hidrolisar) o ATP, liberando a energia necessária para a ocorrência de contração. Biomecânica Resumidamente, a atividade de contração muscular pode ser representada por: O estímulo à constração muscular A musculatura lisa é controlada pelos nervos do sistema nervoso autônomo. As divisões simpática e parassimpática atuam sobre a atividade da musculatura lisa dos órgãos digestivos e excretores. No entanto, o tecido muscular liso também pode ser estimulado a funcionar pela distensão da parede do órgão. É o que acontece, por exemplo, quando o bolo alimentar está passando pelo tubo digestivo. A distensão causada pelo aumento na parede intestinal provoca uma resposta de contração na musculatura lisa dessa parede. Como resultado, gera-se uma onda de peristaltismo, que impulsiona o alimento “para frente”. Por outro lado, a musculatura estriada, na maior parte das vezes, fica sob controle voluntário. Ramos nervosos se encaminham para o tecido muscular e seramificam, atingindo células musculares individuais ou grupos delas. Cada ponto de junção entre uma terminação nervosa e a membrana plasmática da célula muscular corresponde a uma sinapse. Essa junção é Biomecânica conhecida pelo nome de placa motora. O impulso nervoso propaga-se pelo neurônio e atinge a placa motora. A membrana da célula muscular recebe o estímulo. Gera-se uma corrente elétrica que se propaga por essa membrana, atinge o citoplasma e desencadeia o mecanismo de contração muscular. Flexibilidade Flexibilidade articular é um termo usado para descrever a amplitude de movimento (ADM) permitida em casa um dos planos de movimento de uma articulação. Flexibilidade estática se refere à ADM presente quando um segmento corporal é movido passivamente (por um companheiro ou terapeuta), enquanto flexibilidade dinâmica se refere à ADM que pode ser conseguida movimentando-se ativamente um segmento corporal em virtude da contração muscular. A flexibilidade estática é considerada o melhor indicador da rigidez ou frouxidão (flacidez) relativas de uma articulação em termos das implicações para ocorrência de possível lesão. No entanto, a flexibilidade dinâmica dever ser suficiente, porém sem restringir a ADM necessária para as atividades da vida diária, do trabalho ou dos esportes. O mais das vezes a flexibilidade geral das pessoas é comparada, porém em verdade é específica para cada articulação, isto é, uma quantidade extrema de flexibilidade em uma articulação não garante o mesmo grau de flexibilidade em todas as articulações. A flexibilidade é bastante específica para cada articulação podendo variar de indivíduo para indivíduo e até no mesmo indivíduo com passar do tempo: • Individualidade Biológica - a flexibilidade entre pessoas de mesmo sexo, estatura, idade e outros é complemente diferente em função do genótipo. • A flexibilidade mantém-se estável até por volta dos dez anos. ao entra-se na puberdade, começa-se a perder a flexibilidade paulatinamente, desde que não seja treinada. • As mulheres em linhas gerais têm demonstrado maiores níveis de flexibilidade do que os homens e essas diferentes se mantêm ao longo de toda vida. Biomecânica • A flexibilidade é bastante semelhante entre meninos e meninas até os seis ou sete anos de idade, daí por diante, os indivíduos do sexo feminino tendem a ser mais flexíveis do que os sexo masculino. • As mulheres grávidas apresentam um maior índice de flexibilidade em relação ao estado normal pela influência de fatores hormonais. • Os autores apontam que a flexibilidade decresce com a idade, apontando para perdas mais acentuadas a partir de 30 anos, perdas associadas mais a falta de treinamento do que ao processo de envelhecimento. • Após os 40 anos de idade, há novamente um aceleração na perda da flexibilidade que é bastante influenciada por outros fatores, tais como padrão de atividade física e nível de saúde. Tipos de Flexibilidade • Ativa - é a máxima amplitude que se pode obter através de movimentos efetuados pelos músculos de forma voluntária. • Passiva - é a máxima amplitude articular que se consegue em um movimento através da ação de uma segunda pessoa, aparelhos, força da gravidade, etc. Movimentos e Musculatura Atuante Biomecânica 4 Biomecânica óssea Biomecânica • • • • Biomecânica Biomecânica é a mecânica aplicada aos sistemas biológicos, determinando informações básicas que proporcionam conhecimento necessário para o entendimento das influências mecânicas sobre os processos de reparação óssea (SCHMAEDECKE, 2007). A compreensão básica da biomecânica, das propriedades estruturais e materiais do osso, assim como dos efeitos que as forças apresentam em ossos longos, permitem ao cirurgião ortopédico tomar decisões racionais na escolha do método mais adequado para fixação das fraturas. Consideram-se duas principais razões que justificam o estudo das propriedades biomecânicas dos ossos para ortopedia. A primeira é que esse conhecimento possibilita delinear o comportamento ósseo em vida, considerando, entre outros aspectos, quais forças musculares que estes podem suportar e qual o impacto de energia que podem absorver. A segunda é que, pelo conhecimento do comportamento mecânico ósseo, entende-se qual o comportamento desse tecido, a maneira que se comporta como material e como sua particular arquitetura determina suas propriedades biomecânicas. O tecido ósseo é aperfeiçoado para sustentar as cargas aplicadas pelo deslocamento fisiológico, estando relacionadas tanto suas propriedades materiais como com sua geometria estrutural e transversal (DINIZ et al., 2009). Devido à função que desempenham, os ossos são constantemente submetidos a diversos tipos de esforços, semelhante a estruturas utilizadas na engenharia . Por meio da biomecânica, compreende-se as forças e momentos que o esqueleto apendicular deve resistir, permitindo aos cirurgiões avanços substanciais na substituição total de articulações, no design da fixação de fraturas, na compreensão acerca da remodelação óssea, no entendimento das fraturas decorrentes do exercício e do trauma (MARKEL et al., 1994) e de como transcorrem o reparo e a reconstrução óssea. Para tanto, é necessária a compreensão da biomecânica do osso normal intacto, dos fraturados e da mecânica dos implantes empregados. Por esses motivos, testes biomecânicos têm se tornado mais comuns (DALLABRIDA, 2005). A área da biomecânica é vasta e apresenta numerosas variáveis a serem analisadas, tornando necessário considerar três aspectos especialmente importantes: a composição e propriedades do material, sua Biomecânica do crescimento e desenvolvimento ósseo Biomecânica geometria e a força atuante (CORDEY, 2000). Assim, no presente trabalho, objetivou-se revisar a biomecânica dos ossos e tecer considerações quanto à realização dos estudos biomecânicos, assim como salientar algumas das possíveis mensurações realizadas a partir dessa metodologia. O comportamento biomecânico do osso que é relacionado ao comportamento sob influências de forças e momentos é afetado por propriedades mecânicas, características geométricas, modo como as cargas são aplicadas, direção das cargas, razão das cargas e frequência das cargas. Para Hamill e Knutzen (1999), o sistema musculoesquelético é sujeito a uma variedade de tipos diferentes de forças de modo que o osso recebe cargas em várias direções. Existem cargas produzidas pela sustentação de peso, pela ação da gravidade, por forças musculares e por forças externas, que são aplicadas em direções diferentes e que podem ser de cinco tipos: compressão, tensão, cisalhamento, curvamento e torção, assim como seguem as descrições de cada uma. Forças compressivas: As forças compressivas são aquelas com cargas iguais e opostas; são aplicadas na direção interna à superfície. O estresse compressivo e a distensão dentro do osso causam encurtamento e alargamento e o osso absorve o estresse em um plano perpendicular à força compressiva. Forças tensivas: As forças tensivas são aquelas com cargas iguais e opostas sendo aplicadas na direção externa à superfície. O estresse tensivo e a distensão dentro do osso causam alongamento e estreitamento e o osso absorve o estresse em um plano perpendicular à força tensiva. Forças de cisalhamento: As forças de cisalhamento são aquelas com cargas tangenciais e opostas aplicadas em uma direção angular. Forças de curvamento: As forças de curvamento são aplicadas de modo que causam oenvergamento da estrutura em um eixo. A magnitude do estresse é proporcional à sua distância do eixo do osso, ou seja, quanto mais distante do eixo maior é a magnitude. Forças de torção: As forças de torção são aplicadas de modo que causam um giro em torno do eixo. A magnitude do estresse é proporcional à sua distância do eixo do osso, ou seja, quanto mais distante do eixo maior é a magnitude. Com relação à resistência ao estresse dos ossos pelos tipos de forças ou cargas, Hall (1999) indica que o osso é mais forte para resistir cargas de compressão e mais fraco para resistir às cargas de cisalhamento. Embora cada modo de carga tenha sido considerado separadamente, o osso Biomecânica humano é raramente carregado com um tipo apenas de carga. Além disso, a atividade muscular busca diminuir o estresse de tensão nos ossos. A tolerância do osso para lesão é em função da carga e dos ciclos de colocação da carga. Deve-se salientar que a curva de fadiga para os ossos não é assimptótica, o que invalida a teoria de que se as cargas forem mantidas até certo nível a estrutura do material permanecerá intacta, não importando quantas repetições serão impostas. Na verdade, a lesão do sistema esquelético pode ser produzida pela aplicação de uma força única de alta magnitude de um desses tipos de carga ou pela aplicação repetida de cargas de baixa magnitude durante um longo período de tempo. Desde que os ossos vivos são autorregeneráveis, a fratura por fadiga resulta somente quando o processo de remodelação é ultrapassado pelo processo de fadiga, isto é quando a carga é tão frequente que há impedimento de remodelação necessária para prevenir falhas. Especificamente relacionando as fraturas ósseas, consideradas como Interrupções na continuidade dos ossos, seis tipos diferenciados podem ser citados: Fraturas ósseas : Galho verde - É uma fratura incompleta e a solução de continuidade ocorre na superfície convexa da inclinação no osso. Fissurada - É uma fratura que envolve uma fenda longitudinal incompleta. Cominutiva - É uma fratura completa e que fragmenta o osso. Transversa - É uma fratura completa e a fenda ocorre em ângulo reto com o osso. Obliqua - É uma fratura completa que ocorre sem formar ângulo reto com o eixo do osso. Espiralada - É uma fratura completa causada pela rotação excessiva de um osso. Biomecânica Composição e estrutura do tecido ósseo O tecido ósseo é composto: Matriz óssea; Células e Revestimento. Matriz Óssea é o material intercelular calcificado. A matriz óssea é constituída pela associação de substâncias orgânicas (fibras colágenas do tipo I (95%) e substância fundamental (5%) com sais inorgânicos. As Células o tecido ósseo possui quatro tipos de células: Osteoblastos: Células jovens, cuboides, intensamente ativas. São responsáveis pela síntese de fibras colágenas e substância fundamental. Localizam-se sempre nas superfícies ósseas, lado a lado, lembrando um epitélio de revestimento. Possuem prolongamentos que se prendem aos osteoblastos vizinhos, formando canalículos que se irradiam a partir das lacunas (Pequenos espaços formados pelo aprisionamento de osteblastos pela matriz por eles sintetizada, passando a se chamar osteócitos). Os canalículos estabelecem vias por onde passam nutrientes e metabólitos entre os vasos sanguíneos e os osteócitos. .Osteócitos: Células maduras, achatadas e menos ativas. Estão localizadas nas lacunas da matriz óssea. Recebem nutrição dos vasos sanguíneos através dos canalículos. São essenciais para a manutenção da matriz óssea. Sua morte leva à reabsorção da matriz. .Osteoclastos: Células grandes e ramificadas, com partes dilatadas que contém de 6 a 50 ou mais núcleos. São móveis e não se dividem. Derivam dos monócitos circulantes do sangue que atravessam a parede dos capilares dos ossos. Fazem parte dos processos de reabsorção e remodelação do tecido ósseo. • Células Osteoprogenitoras: São células pequenas e fusiformes. Não fazem parte do processo de reabsorção e estão localizadas na camada profunda do periósteo. Em regiões bem vascularizadas, são estimuladas a se proliferar dando origem aos osteoblastos. Possuem capacidade de autorrenovação, assegurando a persistência de um estoque de células osteogênicas para o crescimento e reparo dos ossos. Revestimento: Todos os ossos apresentam superfícies revestidas. Os revestimentos são membranas conjuntivas constituídas por células osteogênicas ou osteoprogenitoras, essenciais para a manutenção do tecido. Nutrem o tecido ósseo e são fonte de osteblastos. Podem ser *externos (Periósteo) ou internos (Endósteo). Biomecânica .Periósteo: Membrana externa vascularizada, constituída por tecido conjuntivo denso, muito fibroso. Envolve o osso por completo, exceto as superfícies articulares dos ossos, onde há inserção de tendões e ligamentos. • Endósteo: Membrana interna vascularizada, constituída por uma camada de células osteogênicas achatadas, revestindo as cavidades do osso esponjoso, do canal medular e dos canais de Havers e Volkmann. Classificação do tecido ósseo O tecido ósseo pode ser classificado analisando-se os aspectos macroscópicos e os aspectos microscópicos. Analisando-se macroscopicamente, o tecido ósseo pode ser classificado em compacto e esponjoso. Já quando analisamos aspectos microscópicos, o tecido ósseo é classificado em primário e secundário. • Aspectos macroscópicos Tecido ósseo compacto: O tecido ósseo compacto é aquele localizado na região mais periférica dos ossos. Ele não apresenta cavidades visíveis e destaca-se por ser denso e forte. Tecido ósseo esponjoso: O tecido ósseo esponjoso destaca-se pela aparência esponjosa devido à presença de uma série de cavidades intercomunicantes. • Aspectos microscópicos Tecido ósseo primário: O tecido ósseo primário, também chamado de tecido ósseo imaturo, é o tecido ósseo encontrado durante a vida embrionária do indivíduo ou no momento da reparação de uma fratura. As fibras de colágeno nesse tipo de tecido ósseo são dispostas de maneira aleatória e esse tecido apresenta menor quantidade de minerais. Tecido ósseo secundário: O tecido ósseo secundário, também chamado de maduro, haversiano ou lamelar, apresenta fibras colágenas organizadas em lamelas paralelas ou concêntricas em torno dos chamados canais de Havers. O canal de Havers é um canal no qual passam vasos e nervos que se localiza no centro do sistema de Havers ou ósteon, que é um cilindro longo formado por várias lamelas concêntricas. Os canais de Havers são capazes de comunicar-se entre si, com a superfície do osso e com a cavidade medular do Biomecânica osso. Essa comunicação é possível graças à presença de canais de Volkmann, que atravessam as lamelas ósseas. 5 Bases da biomecânica das lesões e coluna vertebral Biomecânica • • • • • • • Biomecânica Bases da Biomecânica das lesões A biomecânica, uma das áreas da cinesiologia que estuda o movimento do corpo bem como as forças atuantes a cada momento. A partir disso é possível entender como funciona a geração de força para o exercício ser possível e comparar com outras atividades para ver o que se encaixa melhor para o treinamento. Isso implica em conhecer o corpo humano estruturalmente, principalmente as articulações com seus movimentos e amplitudes para poder executar movimentos harmônicos, muitas vezes complexos, eficientes e com menor risco de lesões osteomioligamentar. As forças geradoras dessas cargas podem ser internas ou externas, somente os músculos são capazes de gerar força interna ativa,mas a tensão dos tendões, tecidos conjuntivos, ligamentos e cápsulas articulares pode gerar forças internas passivas. As cargas podem ser: 1) Traumáticas – são aquelas com uma carga de grande magnitude que se aplicadas uma única vez são suficientes para causar lesão; 2) Repetitivas – são aquelas com uma carga de pequena magnitude que se aplicadas uma única vez não são suficientes para causar lesão, mas aplicadas repetidamente podem causar lesão (fratura por fadiga). Lei de Wolf A lei de Wolff é uma tensão imposta aos ossos que geram modificações em seu tamanho, forma e densidade. Quando um osso é estimulado mecanicamente transversalmente, existe um aumento da atividade osteoclástica na área pressionada e um aumento da atividade osteoblástica da área contralateral. No entanto os osteoclastos removem o cálcio da matriz óssea e assim gerando cavitações ósseas e o joga na circulação sanguínea para melhorar o nível de cálcio circulante. Essa atividade osteoclástica cessa quando o nível de cálcio circulante volta ao normal. No entanto osteoblastos, reconstituem a matriz óssea, captando cálcio da corrente sanguínea. https://blogeducacaofisica.com.br/o-que-e-cinesiologia/ https://blogeducacaofisica.com.br/o-que-e-cinesiologia/ Biomecânica Essa matriz óssea é composta por cristais de hidroxiapatita, que contém cálcio em sua estrutura e são anisotrópicos, quando comprimidos, esses cristais sofrem deformação e geram uma voltagem (mV) - pelo chamado efeito piezoelétrico -, que atrai íons Ca+2 para a estrutura óssea estimulada mecanicamente. No entanto com o envelhecimento, a atividade osteoblástica e a captação intestinal de cálcio diminuem, devido a essa diminuição dos níveis de estrógeno em mulheres amenorreicas, em alguns casos, é recomendada a reposição hormonal para que ocorra a manutenção da densidade mineral óssea. Tipos de cargas -Carga de compressão: As forças compressivas são aquelas com cargas iguais e opostas; são aplicadas na direção interna à superfície (NORKIN e FRANKEL, 2003). O estresse compressivo e a distensão dentro do osso causam encurtamento e alargamento e o osso absorve o estresse em um plano perpendicular à força compressivas. -Carga de tração: As forças tensivas são aquelas com cargas iguais e opostas sendo aplicadas na direção externa à superfície (NORKIN e FRANKEL, 2003). O estresse tensivo e a distensão dentro do osso causam alongamento e estreitamento e o osso absorve o estresse em um plano perpendicular à força tensivas. -Cisalhamento: As forças de cisalhamento são aquelas com cargas tangenciais e opostas aplicadas em uma direção angular. -Carga de torção: As forças de torção são aplicadas de modo que causam um giro em torno do eixo. A magnitude do estresse é proporcional à sua distância do eixo do osso, ou seja, quanto mais distante do eixo maior é a magnitude. -Forças de curvamento: As forças de curvamento são aplicadas de modo que causam o envergamento da estrutura em um eixo. A magnitude do estresse é proporcional à sua distância do eixo do osso, ou seja, quanto mais distante do eixo maior é a magnitude. As forças externas são produzidas do lado de fora do corpo e originam-se da gravidade, da inércia ou do contato direto. Todos os tecidos resistem, em graus variáveis, a alterações em sua forma, obviamente as forças Biomecânica externas podem provocar deformações teciduais, mas nós temos a capacidade também de gerar forças internas suficientemente fortes para fraturar ossos, luxar articulações e lesionar músculos e tecidos conjuntivos. Para evitar lesões ou danos decorrentes de deformações teciduais, devemos usar o corpo para absorver a energia gerada pelas forças internas e externas. De acordo com esse princípio, é recomendável absorver essa força nas superfícies maiores do nosso corpo, não nas menores, e distribuir a taxa de absorção por um espaço de tempo maior. Além, disso quanto mais fortes e saudáveis formos, maior pro alidade de suportarmos cargas mecânicas excessivas e consequente de deformação cem excesso dos tecidos. Coluna vertebral A coluna vertebral é formada por 24 vértebras articuladas (livremente móveis) e 9 vértebras fundidas. A coluna divide-se ainda nas 7 vértebras cervicais (pescoço), 12 vértebras torácicas (tórax) e 5 vértebras lombares. O sacro (parte posterior do cíngulo do membro inferior e o cóccix (base da coluna) consistem em 5 e 4 vértebras fundidas, respectivamente, cujo conjunto tem a função de apoiar outras partes do esqueleto. Cada vértebra é constituída de corpo, forame e um processo espinhoso, um prolongamento delgado da vértebra; e ligada às demais por articulações denominadas discos intervertebrais. Estes discos são formados por um material fibroso e gelatinoso, composto por um núcleo pulposo e ânulo fibroso. São eles que dão ao indivíduo a mobilidade necessária para a locomoção, atuando como amortecedores. A sobreposição das vértebras umas sobre as outras forma o canal vertebral, que segue as diferentes curvaturas da coluna. O canal vertebral é largo e triangular nas áreas em que a coluna possui maior liberdade de movimento, como nas regiões lombar e cervical, porém se torna pequeno e arredondado a medida em que chega às regiões onde há limitações dos movimentos, como a região torácica. O canal também serve de depósito para a medula espinhal do indivíduo, responsável pela comunicação com o sistema nervoso periférico por meio dos forames intervertebrais. http://www.infoescola.com/anatomia-humana/vertebras/ http://www.infoescola.com/sistema-esqueletico/disco-intervertebral/ http://www.infoescola.com/anatomia-humana/medula-espinhal/ http://www.infoescola.com/biologia/sistema-nervoso-periferico/ http://www.infoescola.com/biologia/sistema-nervoso-periferico/ Biomecânica Na região cervical está o ponto de articulação com o crânio (vértebra Atlas ou C1), que permite a flexão e a extensão do mesmo, bem como suportar seu peso sobre a coluna. Ainda nesta região está a vértebra responsável pela rotação da cabeça: a vértebra Axis ou C2. Uma saliência, conhecida por apófise, penetra no plano horizontal do canal vertebral da C1, criando uma articulação com a parte posterior do anel interior desta. Na região torácica encontram-se os pontos de inserção às costelas, enquanto que na região lombar é suportado todo o peso do tronco, dos membros superiores, do pescoço e da cabeça quando estamos na posição sentada ou em pé. A região sacrococcígea, onde estão as vértebras sacro e coccígeas, são articulados os ossos ilíacos do quadril, que irá articular os fêmures. Movimentos Os movimentos da coluna são, em geral, o somatório de pequenos movimentos de vértebras adjacentes, resultando em ampla extensão da mobilidade da coluna como um todo. Flexão: A flexão da coluna requer o relaxamento do ligamento longitudinal anterior e o estiramento dos ligamentos supraespinhal, infraespinhal e http://www.infoescola.com/biologia/costelas/ Biomecânica ligamento posterior. Na flexão, a cabeça e o tronco movem-se em direção anterior. Na parte superior das costas, a coluna normalmente se curva convexamente para trás. A flexão aumenta essa curva, resultando em um arredondamento da parte superior das costas. Em virtude do tamanho dos corpos vertebrais e da presença das costelas, ela será reduzida no segmento torácico da coluna. A flexão, pela inclinação da cabeça para frente, geralmente resulta apenas em retificação da coluna cervical. Semelhantemente, na região lombar, a coluna curva-se convexamente para frente, retificando-se, e a região mostra-se plana.Extensão: A extensão da coluna estira o ligamento longitudinal anterior e relaxa os ligamentos posteriores. Na extensão da coluna, a cabeça e o tronco movem-se em direção posterior. Seria uma flexão posterior. No pescoço e região lombar, a extensão resulta em um aumento nas curvaturas normais à medida que a coluna vertebral dobra-se para trás. Já na região torácica superior e média ela resulta em uma diminuição da curva normal e retificação da coluna, de vez que esta parte não se dobra para trás onde a grande inclinação dos processos espinhosos bloqueia o movimento. Flexão lateral A flexão lateral não é um movimento puro, pois ocorre em concordância com elementos de rotação em alguns segmentos da coluna. O alcance deste movimento é limitado pelos ligamentos circunjacentes. Pode ser à direita ou à esquerda. É o mais limitado dos movimentos cervicais, ampliando-se quando conjugada a rotação de cabeça. É máxima no segmento lombar da coluna e reduzida no segmento torácico. Rotação: Resulta da soma de pequenas torções entre vértebras adjacentes, permitidas por seus discos intervertebrais e a natureza das respectivas articulações sinoviais. Em movimentos combinados a rotação amplia-se. No segmento cervical, ela é máxima quando combinada com flexão lateral. Existe na região torácica, mas é mínima na lombar. Biomecânica Desvios posturais A coluna vertebral possui curvaturas, duas delas com a concavidade virada para trás (lordoses cervical e lombar) e duas delas com a concavidade virada para frente (cifoses torácica e sacrococcígea), visíveis apenas ao se observá-la lateralmente. As cifoses são curvaturas primárias, desenvolvidas na fase embrionária do indivíduo, enquanto que as lordoses, que são as curvaturas secundárias, são desenvolvidas conforme se adquire a postura ereta. - Lordose A estrutura da coluna possui curvaturas específicas em cada um de seus segmentos. As curvaturas são adquiridas ao longo do processo de desenvolvimento, desde a fase de crescimento intrauterino, se estendendo até a fase adulta. A coluna lombar e cervical apresenta curvatura com convexidade ventral, caracterizando assim a curvatura da lordose. As curvaturas dos segmentos da coluna possuem algumas particularidades, uma vez que elas dependem dos movimentos corporais durante as fases de desenvolvimento motor para serem definidas até o final do processo de crescimento. A lordose é comum tanto na estrutura lombar quanto cervical. Na região cervical podem variar de 20º a 40º graus, já na região lombar podem variar entre 40º e 60º graus, sendo esses valores considerados normais. As alterações da lordose fisiológica ocorrem quando há alteração na curvatura da coluna, desenvolvendo assim o que se denomina como hiperlordose, que consiste na acentuação da convexidade ventral da lordose fisiológica, e a retificação, que consiste na perda de uma ou mais curvaturas fisiológicas, diminuindo os ângulos que são considerados anatomicamente normais para suportar as cargas exercidas pelo corpo. A retificação pode ser considerada um mecanismo compensatório, relacionado ao encurtamento e redução de força muscular, principalmente dos músculos rotadores do quadril. Quando a estrutura apresentar uma acentuação da curvatura anatômica, considerando-se no caso hiperlordose, considera-se uma condição patológica. Porém, sabe-se que para manter a curvatura da coluna íntegra, devemos manter as demais estruturas equilibradas. Para que esse equilíbrio funcione, é necessário manter a musculatura estabilizadora sempre fortalecida, através de atividades físicas que possam desenvolver força suficiente para Biomecânica manter a estrutura sem adaptações, realizar alongamentos específicos para cada estrutura. -Cifose A estrutura da coluna possui curvaturas específicas em cada um de seus segmentos. As curvaturas são adquiridas ao longo do processo de desenvolvimento, desde a fase de crescimento intrauterino, se estendendo até a fase adulta. A coluna lombar e cervical apresenta curvatura com convexidade ventral, caracterizando assim a curvatura da lordose. As curvaturas dos segmentos da coluna possuem algumas particularidades, uma vez que elas dependem dos movimentos corporais durante as fases de desenvolvimento motor para serem definidas até o final do processo de crescimento. A cifose é anatomicamente normal nas estruturas das colunas torácica e sacral, podendo apresentar angulação entre 20 e 40 graus. As alterações da cifose fisiológica ocorrem quando há alteração na curvatura da coluna, desenvolvendo assim o que se denomina como hipercifose, que consiste na acentuação da concavidade ventral da cifose fisiológica, e a retificação, que consiste na perda de uma ou mais curvaturas fisiológicas, diminuindo os ângulos que são considerados anatomicamente normais para suportar as cargas exercidas pelo corpo. A retificação pode ser considerada um mecanismo compensatório, relacionado ao encurtamento e redução de força muscular, principalmente dos músculos rotadores do quadril. Outro aspecto importante que pode vir a surgir nesse segmento é a escoliose, podendo apresentar-se em “S” ou em “C” principalmente nos segmentos torácico e lombar. -Escoliose A escoliose é considerada uma adaptação postural que acontece na coluna vertebral, fazendo com que o eixo da coluna seja lateralizado. Caracteriza-se por apresentar desvio lateral não fisiológico da coluna, tirando- a assim da linha mediana. O alinhamento da coluna vertebral acaba sendo prejudicado, fazendo com que as articulações posteriores acabem sofrendo inclinação lateral e rotação de forma simultânea. A escoliose estrutural caracteriza-se pela rotação e inclinação do corpo da vértebra, fazendo com que as curvas espinhais acompanhem um padrão de deformidade em rotação. Dependendo da estrutura em que se apresenta, pode apresentar alterações em posicionamentos estruturais das mais diversas formas, como por exemplo: a manifestação da escoliose em https://www.infoescola.com/anatomia-humana/coluna-vertebral/ https://www.infoescola.com/anatomia-humana/articulacoes/ Biomecânica região de coluna torácica, resultando em deformidade da caixa torácica, podendo assim comprometer a expansibilidade pulmonar. A rotação do corpo da vértebra relaciona-se com a convexidade e a concavidade da curva. Quando a postura é analisada, percebe-se que a musculatura da concavidade se apresentarão sempre em padrão de encurtamento, diferente da musculatura da convexidade, que normalmente encontram-se em padrão de alongamento. Por isso, o nome da escoliose sempre levará em consideração a convexidade que se acrescenta na curvatura escoliótica. Um exemplo que pode ser utilizado é quando se observa a escoliose na região torácica com convexidade à esquerda, fala-se que é uma escoliose torácica esquerda. A escoliose sempre foi vista como uma condição que apresenta deformidades, apresentando ares de condição permanente. Devido à rotação acompanhada da curvatura escoliótica, e por muito tempo diversos autores julgavam ser adaptações posturais irreversíveis e com pouquíssima possibilidade de diminuição dos ângulos da curvatura. Conforme o indivíduo ganha estatura durante o processo de crescimento, a perda de flexibilidade gradativa faz com que as inclinações e rotações possam ocorrer por diversos motivos, dentre eles a força muscular compensatória, encurtamento de cadeias musculares, longos períodos em uma mesma postura, utilização excessiva de recursos que provoquem a compensação postural, carregar peso de forma inadequada, bem como o crescimentorápido em um curto período de tempo. Há diferentes tipos de escoliose, onde podem ser citadas as seguintes características: 1 Unilateral com hipertonia de romboide; 2 Unilateral com hipertonia de trapézio; 3 Unilateral com hipertonia em eretor e deltoide posterior; 4 Unilateral com hipertonia em músculos eretores e quadrado lombar; Quanto aos tipos de escoliose, podem ser citados: • Escoliose congênita: adaptação associada à má formação das vértebras da coluna, fusão óssea das vértebras, podendo associar-se à fusão dos ossos da costela durante o desenvolvimento fetal; • Escoliose neuromuscular: causada por problemas neurológicos como paralisia cerebral ou musculares, apresentando a fraqueza Biomecânica muscular e tônus compensatório em regiões específicas da coluna, bem como através da manifestação de patologias como distrofia muscular, espinha bífida e poliomielite. • Escoliose idiopática: não possui causa conhecida Patologias Quando se fala em coluna vertebral são inúmeras as doenças que podem ser ponderadas. Estas doenças são comuns em indivíduos que carregam peso de forma errada, que apresentam uma postura inadequada no cotidiano ou no ambiente de trabalho. Existem também doenças da coluna vertebral decorrentes de traumas (fraturas), por uma situação congênita ou genética.Confira uma lista das principais patologias que afetam a coluna vertebral: 1. Distorções estruturais e alterações posturais da coluna vertebral: -Aumento da lordose normal (fisiológica) -Aumento da cifose normal (fisiológica) -Escoliose (congênita, idiopática ou neuromuscular) 2.Postura discal: – Hérnia de disco -Cervical -Dorsal -Lombar 3.Alterações degenerativas (artrose): -Degeneração discal (artrose do disco intervertebral) -Degeneração facetaria (artrose das facetas articulares) -Espondilolistese / espondilólise Biomecânica -Estenose do canal vertebral 4.Fraturas da coluna: -Fraturas por osteoporose -Fraturas por traumatismos 5.Tumores da coluna: -Tumores primários - Tumores metastáticos Biomecânica 6 Desenvolvimento da marcha Biomecânica • • • • Biomecânica Durante nosso crescimento e desenvolvimento aprendemos a andar e criamos um padrão de movimento semelhante aos das pessoas que nos ensinaram, mas com as particularidades individuais. Se não há uma preparação para a atividade (alongamento e aquecimento), o indivíduo não faz uso de calçado adequado, ou possui problemas articulares antecedentes, o risco de lesões pode ser fator determinante para interromper a prática. Além disso, se o praticante desenvolveu padrões incorretos na marcha, ele pode desenvolver dores nas articulações ao redor do quadril e nos membros inferiores. Algumas lesões podem ser decorrentes de postura incorreta durante a atividade ou desequilíbrios musculares importantes. No ponto de vista da cinesiologia a marcha humana é uma sequência de ações coordenadas dos segmentos articulares de membros superiores, inferiores e tronco, compondo um movimento altamente complexo. Vários mecanismos internos funcionais estão envolvidos e são de interesse para estudo, tais como: geração de forças musculares, interações articulares, estabilizações segmentares, entre outros. No ponto de vista da Biomecânica a marcha humana é dependente da interação dinâmica coordenada entre sistema motor e forças externas. É produto de movimentos coordenados dos segmentos corporais gerados internamente (forças internas -muscular e articular) interagindo com as forças externas (inercial, gravitacional e friccional).Embora duas pessoas não possam andar de maneira idêntica, há características biomecânicas universais que descrevem o padrão típico da marcha. A descrição da marcha humana envolve a medição e interpretação de variáveis. Isso levou estudiosos do assunto a desenvolver recursos de registros e de análise do movimento cada vez mais sensíveis e precisos. A Análise da Marcha (AM) é a mensuração, a descrição e a avaliação sistemática de dados que caracterizam a locomoção humana. Ela tem fundamental relevância no estudo e no tratamento de patologias que envolvem o aparelho locomotor. A AM pode ser clínica (visando ao estudo de um determinado paciente) ou científica (visando ao estudo das repercussões de uma patologia sobre a marcha). Marcha = locomoção; deambulação; caminhada:- "A locomoção é o processo pelo qual o animal se move de uma posição geográfica para outra". "Marcha é um padrão cíclico de movimentos corporais que se repete Desenvolvimento de Marcha Biomecânica indefinidamente a cada passo": - A marcha humana é um processo de locomoção. A MARCHA HUMANA: - No ato de caminhar ou correr há um padrão básico caracterizado pelo deslocamento rítmico das partes do corpo que mantém o indivíduo em constante progresso para diante. A Importância das Fases da Marcha no Decorrer da Vida: Conforme vamos envelhecendo podemos sofrer um processo chamado Sarcopenia, que é a perda de massa muscular, que ocorre espontaneamente. Como nossos músculos são estruturas ativas precisamos nos exercitar para mantê-las funcionando, assim realizando treinos de resistência muscular – que o Método Pilates pode nos proporcionar – assim como treinos funcionais e musculação. Gestantes, idosos, pacientes com alterações neurológicas, patologias relacionadas a postura, pacientes que adotaram posturas antálgicas, entre muitos outros, são os públicos que devemos olhar com critério em relação ao padrão da marcha sendo avaliado constantemente. O ciclo da marcha é uma sequência de movimentos que permite a locomoção de cada pessoa, de um lugar para outro. Alguns autores utilizam nomenclaturas diferentes para as fases da marcha. Neste momento utilizaremos as fases da marcha e também suas subfases a seguir: Biomecânica Fases de apoio- 60% do ciclo Nesta primeira das fases da marcha, o pé está em contato no chão suportando o peso do corpo. O pé absorve o choque com o solo e suporta a descarga de peso do corpo todo. Possui as seguintes subfases: 1. Choque do calcanhar Nesta fase os dorsiflexores do tornozelo se contraem mantendo os dedos numa altura acima do calcanhar, que entra em contato com o solo. Neste momento o joelho estar totalmente estendido, e se ele fizer uma pequena flexão, significa que a musculatura apresenta uma fraqueza não suportando o peso corporal em extensão. 2. Pé no chão O pé de contato se prepara para absorver o peso corporal. Os dorsiflexores são responsáveis por não deixar que o pé desabe. 3. Apoio intermediário O peso corporal se distribui pelo pé, e uma perna precisa equilibrar o peso do corpo durante o apoio unipodal. Abdutores são responsáveis por não permitir que o quadril se incline para baixo no lado oposto, e extensores de quadril devem estar ativados. 4. Despregamento do Hálux O calcanhar deixa o solo e a perna se prepara para a segunda das fases da marcha que é a de balanceio, tríceps sural é ativado nesse momento. Biomecânica Fases de Balanceio 40% do ciclo • Balanceio inicial Nesta subfase, os dorsiflexores elevam os dedos dos pés do contato com o solo evitando que sejam arrastados. Joelho flexiona em aproximadamente 60 graus permitindo a aceleração da perna para frente. • Balanceio Intermediário A perna em fase de balanceio passa a perna de apoio. Se houver fraqueza de dorsiflexores, o quadril irá utilizar extensão para realizar essa passada, e a marcha parece estar composta
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