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APS - Tutela Antecedente

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1
UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA
ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA
EDSON SERAFIM
EMILY FERREIRA NUNES DE ARAÚJO
JESSICA FARIA TAVARES
MACIEL CARLOS DE LIMA
MICHELE LEITE ASSIS MARINHEIRO
VANDERLEI DE ALMEIDA
SOROCABA
2021
2
UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA
ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA
EDSON SERAFIM
EMILY FERREIRA NUNES DE ARAÚJO
JESSICA FARIA TAVARES
MACIEL CARLOS DE LIMA
MICHELE LEITE ASSIS MARINHEIRO
VANDERLEI DE ALMEIDA
Trabalho de Atividade Prática
Supervisionada da disciplina de
Tutela Provisória de Urgência e
Evidência/Procedimentos Especiais
de Jurisdição Contenciosa atendendo
às exigências da Universidade
Paulista, sob a supervisão do Prof.
Dr. Ricardo José Orsi de Sanctis.
SOROCABA
2021
3
1. INTRODUÇÃO
A presente Atividade Prática Supervisionada será realizada a partir do
problema e questões a seguir propostas:
PROBLEMA APRESENTADO:
O artigo 311 do Código de Processo Civil determina que a tutela de
evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo
de dano ou de risco ao resultado útil do processo e, determina em quatro
incisos as situações em que isso ocorrerá.
Com base no enunciado, as atividades que o grupo deverá realizar são:
1. Pesquisar três julgados em que o artigo 311 do CPC tenha sido aplicado.
2. Redigir um texto em que explique os casos, o julgamento, se concorda
com a aplicação do artigo supracitado e quais os fundamentos da opinião.
3. O texto para resposta do item anterior deve mencionar eventuais obras e
portais jurídicos consultados.
2. TUTELAS DE EVIDÊNCIA E COMENTÁRIOS DO ARTIGO 311 DO
NCPC.
Das lições do professor Thiago Fachini, estatui-se que “A tutela de evidência
é um dos dois tipos de tutela provisória apresentados no novo Código de
Processo Civil , que possibilita a antecipação total ou parcial do mérito de
um processo judicial antes que a decisão final sobre o mesmo seja
proferida.”
Nas palavras do Ms. Bruno Vinícius Bodart, “Trata-se de uma novidade do
Novo CPC, que definiu com mais clareza os tipos de tutela provisória e suas
4
aplicações. Enquanto a tutela provisória de urgência já existia, pelo menos
na sua natureza, a tutela de evidência foi criada a partir do advento do CPC
de 2015.”
O referido Ms. esclarece ainda que “Sendo um dos tipos de tutela provisória,
a tutela de evidência baseia a antecipação do mérito nas evidências que
comprovam que o requerente tem direitos evidentes ou bastante prováveis
dentro da demanda.”
De acordo com o artigo 311 NCPC:
Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da
demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo,
quando:
I - ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito
protelatório da parte;
II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas
documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos
ou em súmula vinculante;
III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental
adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de
entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa;
IV - a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos
constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de
gerar dúvida razoável.
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir
liminarmente.
Ms. Bodart ainda nos explicita que “conforme indicado no início, a tutela
comprobatória é uma das duas formas de tutela temporária apresentadas
pelo novo CPC. Outra forma de alívio temporário é o alívio de emergência.”
“Art. 294. A tutela provisória pode basear-se na urgência ou na prova”
complementando que “a tutela emergencial, regida pelo art. 300 do novo
CPC, é uma forma de tutela provisória que leva em conta a natureza da
5
situação. O caráter urgente da necessidade de antecipar os efeitos da
legislação daquela parte, levando em consideração a possibilidade de risco
ou dano caso tais efeitos ocorram.”
“Art. 300. A tutela de urgência será concedida
quando houver elementos que evidenciem a
probabilidade do direito e o perigo de dano ou o
risco ao resultado útil do processo.”
(https://www.projuris.com.br/tutela-de-evidencia)
Assim, de acordo com Dr. Thiago Fachini, “a principal diferença entre a tutela
de evidência e a tutela de urgência é justamente a natureza da formação e
aplicação de cada uma, sendo a de urgência marcada pela necessidade da
celeridade da decisão e a de evidência sendo comprovada a partir de
documentação que torna os fatos e os direitos indubitáveis”.
3. JULGAMENTOS COM A APLICAÇÃO DO ARTIGO 311 DO NCPC.
REsp 1760966/SP, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA
TURMA, julgado em 04/12/2018, DJe 07/12/2018
RECURSO ESPECIAL. PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA REQUERIDA
EM CARÁTER ANTECEDENTE. ARTS. 303 E 304 DO CÓDIGO DE
PROCESSO CIVIL DE 2015.
JUÍZO DE PRIMEIRO GRAU QUE REVOGOU A DECISÃO CONCESSIVA
DA TUTELA, APÓS A APRESENTAÇÃO DA CONTESTAÇÃO PELO RÉU, A
DESPEITO DA AUSÊNCIA DE INTERPOSIÇÃO DE AGRAVO DE
INSTRUMENTO. PRETENDIDA ESTABILIZAÇÃO DA TUTELA
ANTECIPADA. IMPOSSIBILIDADE. EFETIVA IMPUGNAÇÃO DO RÉU.
NECESSIDADE DE PROSSEGUIMENTO DO FEITO. RECURSO ESPECIAL
DESPROVIDO.
REsp 1797365/RS, Rel. Ministro SÉRGIO KUKINA, Rel. p/ Acórdão
Ministra REGINA HELENA COSTA, PRIMEIRA TURMA, julgado em
6
03/10/2019, DJe 22/10/2019
PROCESSUAL CIVIL. ESTABILIZAÇÃO DA TUTELA ANTECIPADA
CONCEDIDA EM CARÁTER ANTECEDENTE. ARTS. 303 E 304 DO
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL DE 2015. NÃO INTERPOSIÇÃO DE
AGRAVO DE INSTRUMENTO. PRECLUSÃO.
APRESENTAÇÃO DE CONTESTAÇÃO. IRRELEVÂNCIA.
REsp 1770124/SP, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE,
TERCEIRA TURMA, julgado em 21/05/2019, DJe 24/05/2019
RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER. DESISTÊNCIA
DA DEMANDA APÓS A CONCESSÃO DA TUTELA PROVISÓRIA.
EXTINÇÃO DO FEITO, SEM RESOLUÇÃO DE MÉRITO. CUMPRIMENTO
DE SENTENÇA FORMULADO PELA PARTE RÉ PLEITEANDO O
RESSARCIMENTO DOS VALORES DESPENDIDOS EM RAZÃO DO
DEFERIMENTO DA TUTELA PROVISÓRIA. CABIMENTO.
DESNECESSIDADE DE PRONUNCIAMENTO JUDICIAL PRÉVIO NESSE
SENTIDO. OBRIGAÇÃO EX LEGE.
INDENIZAÇÃO QUE DEVERÁ SER LIQUIDADA NOS PRÓPRIOS AUTOS.
ARTS. 302, CAPUT, INCISO III E PARÁGRAFO ÚNICO, E 309, INCISO III,
DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL DE 2015. REFORMA DO ACÓRDÃO
RECORRIDO QUE SE IMPÕE.
RECURSO PROVIDO.
REsp 1780410/SP, Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, Rel.
p/ Acórdão Ministro MOURA RIBEIRO, TERCEIRA TURMA, julgado em
23/02/2021, DJe 13/04/2021
CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL MANEJADO SOB A
ÉGIDE DO NCPC. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER. MARCAS E
PATENTES. DECISÃO LIMINAR QUE SUSPENDEU A
COMERCIALIZAÇÃO DE MEDICAMENTO. POSTERIOR REVOGAÇÃO.
ART. 811 DO CPC/73. PREJUÍZOS QUE PODEM SER LIQUIDADOS NOS
PRÓPRIOS AUTOS. REPARAÇÃO INTEGRAL. RESPONSABILIDADE
7
PROCESSUAL OBJETIVA. DESNECESSIDADE DE PRONUNCIAMENTO
JUDICIAL FIXANDO OBRIGAÇÃO DE REPARAR OS DANOS SOFRIDOS.
RECURSO ESPECIAL PROVIDO.
4. REFLEXÕES SOBRE OS JULGAMENTOS COM A APLICAÇÃO DO
ARTIGO 311 DO NCPC.
● REsp 1760966/SP, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE,
TERCEIRA TURMA, julgado em 04/12/2018, DJe 07/12/2018
1. A controvérsia discutida neste recurso especial consiste em saber se
poderia o Juízo de primeiro grau, após analisar as razões apresentadas na
contestação, reconsiderar a decisão que havia deferido o pedido de tutela
antecipada requerida em caráter antecedente, nos termos dos arts. 303 e 304
do CPC/2015, a despeito da ausência de interposição de recurso pela parte
ré no momento oportuno.
2. O Código de Processo Civil de 2015 inovou na ordem jurídica ao trazer,
além das hipóteses até então previstas no CPC/1973, a possibilidade de
concessão de tutela antecipada requerida em caráter antecedente, a teor do
que dispõe o seu art. 303, o qual estabelece que, nos casos em que a
urgência for contemporânea à propositura da ação, a petição inicial poderá se
limitar ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de tutela
final,com a exposição da lide, do direito que se busca realizar e do perigo de
dano ou do risco ao resultado útil do processo.
2.1. Por essa nova sistemática, entendendo o juiz que não estão presentes
os requisitos para a concessão da tutela antecipada, o autor será intimado
para aditar a inicial, no prazo de até 5 (cinco) dias, sob pena de ser extinto o
processo sem resolução de mérito.
Caso concedida a tutela, o autor será intimado para aditar a petição inicial, a
fim de complementar sua argumentação, juntar novos documentos e
confirmar o pedido de tutela final. O réu, por sua vez, será citado e intimado
para a audiência de conciliação ou mediação, na forma prevista no art. 334
do CPC/2015. E, não havendo autocomposição, o prazo para contestação
8
será contado na forma do art. 335 do referido diploma processual.
3. Uma das grandes novidades trazidas pelo novo Código de Processo Civil é
a possibilidade de estabilização da tutela antecipada requerida em caráter
antecedente, instituto inspirado no référé do Direito francês, que serve para
abarcar aquelas situações em que ambas as partes se contentam com a
simples tutela antecipada, não havendo necessidade, portanto, de se
prosseguir com o processo até uma decisão final (sentença), nos termos do
que estabelece o art.
304, §§ 1º a 6º, do CPC/2015.
3.1. Segundo os dispositivos legais correspondentes, não havendo recurso
do deferimento da tutela antecipada requerida em caráter antecedente, a
referida decisão será estabilizada e o processo será extinto, sem resolução
de mérito. No prazo de 2 (dois) anos, porém, contado da ciência da decisão
que extinguiu o processo, as partes poderão pleitear, perante o mesmo Juízo
que proferiu a decisão, a revisão, reforma ou invalidação da tutela antecipada
estabilizada, devendo se valer de ação autônoma para esse fim.
3.2. É de se observar, porém, que, embora o caput do art. 304 do CPC/2015
determine que "a tutela antecipada, concedida nos termos do art. 303,
torna-se estável se da decisão que a conceder não for interposto o respectivo
recurso", a leitura que deve ser feita do dispositivo legal, tomando como base
uma interpretação sistemática e teleológica do instituto, é que a estabilização
somente ocorrerá se não houver qualquer tipo de impugnação pela parte
contrária, sob pena de se estimular a interposição de agravos de instrumento,
sobrecarregando desnecessariamente os Tribunais, além do ajuizamento da
ação autônoma, prevista no art. 304, § 2º, do CPC/2015, a fim de rever,
reformar ou invalidar a tutela antecipada estabilizada.
4. Na hipótese dos autos, conquanto não tenha havido a interposição de
agravo de instrumento contra a decisão que deferiu o pedido de antecipação
dos efeitos da tutela requerida em caráter antecedente, na forma do art. 303
do CPC/2015, a ré se antecipou e apresentou contestação, na qual pleiteou,
inclusive, a revogação da tutela provisória concedida, sob o argumento de ser
impossível o seu cumprimento, razão pela qual não há que se falar em
9
estabilização da tutela antecipada, devendo, por isso, o feito prosseguir
normalmente até a prolação da sentença.
5. Recurso especial desprovido.
● REsp 1797365/RS, Rel. Ministro SÉRGIO KUKINA, Rel. p/ Acórdão
Ministra REGINA HELENA COSTA, PRIMEIRA TURMA, julgado em
03/10/2019, DJe 22/10/2019
I - Nos termos do disposto no art. 304 do Código de Processo Civil de 2015, a
tutela antecipada, deferida em caráter antecedente (art.
303), estabilizar-se-á, quando não interposto o respectivo recurso.
II - Os meios de defesa possuem finalidades específicas: a contestação
demonstra resistência em relação à tutela exauriente, enquanto o agravo de
instrumento possibilita a revisão da decisão proferida em cognição sumária.
Institutos inconfundíveis.
III - A ausência de impugnação da decisão mediante a qual deferida a
antecipação da tutela em caráter antecedente, tornará, indubitavelmente,
preclusa a possibilidade de sua revisão.
IV - A apresentação de contestação não tem o condão de afastar a preclusão
decorrente da não utilização do instrumento processual adequado - o agravo
de instrumento.
V - Recurso especial provido.
● REsp 1770124/SP, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE,
TERCEIRA TURMA, julgado em 21/05/2019, DJe 24/05/2019
1. A questão jurídica discutida consiste em definir se é possível proceder à
execução, nos próprios autos, objetivando o ressarcimento de valores
despendidos a título de tutela antecipada, posteriormente revogada em
virtude de sentença que extingue o processo, sem resolução de mérito, por
haver a autora desistido da ação.
2. O Código de Processo Civil de 2015, seguindo a mesma linha do
CPC/1973, adotou a teoria do risco-proveito, ao estabelecer que o
beneficiado com o deferimento da tutela provisória deverá arcar com os
prejuízos causados à parte adversa, sempre que: i) a sentença lhe for
10
desfavorável; ii) a parte requerente não fornecer meios para a citação do
requerido no prazo de 5 (cinco) dias, caso a tutela seja deferida
liminarmente; iii) ocorrer a cessação da eficácia da medida em qualquer
hipótese legal; ou iv) o juiz acolher a decadência ou prescrição da pretensão
do autor (CPC/2015, art. 302, caput e incisos I a IV).
3. Em relação à forma de se buscar o ressarcimento dos prejuízos advindos
com o deferimento da tutela provisória, o parágrafo único do art. 302 do
CPC/2015 é claro ao estabelecer que "a indenização será liquidada nos
autos em que a medida tiver sido concedida, sempre que possível",
dispensando-se, assim, o ajuizamento de ação autônoma para esse fim.
4. Com efeito, a obrigação de indenizar a parte adversa dos prejuízos
advindos com o deferimento da tutela provisória posteriormente revogada é
decorrência ex lege da sentença de improcedência ou de extinção do feito
sem resolução de mérito, como no caso, sendo dispensável, portanto,
pronunciamento judicial a esse respeito, devendo o respectivo valor ser
liquidado nos próprios autos em que a medida tiver sido concedida, em
obediência, inclusive, aos princípios da celeridade e economia processual.
5. Recurso especial provido.
● REsp 1780410/SP, Rel. Ministro PAULO DE TARSO
SANSEVERINO, Rel. p/ Acórdão Ministro MOURA RIBEIRO,
TERCEIRA TURMA, julgado em 23/02/2021, DJe 13/04/2021
1. Aplica-se o NCPC a este recurso ante os termos do Enunciado
Administrativo nº 3, aprovado pelo Plenário do STJ na sessão de 9/3/2016:
Aos recursos interpostos com fundamento no CPC/2015 (relativos a
decisões publicadas a partir de 18 de março de 2016) serão exigidos os
requisitos de admissibilidade recursal na forma do novo CPC.
2. A obrigação de indenizar o dano causado pela execução de tutela
antecipada posteriormente revogada é consequência natural da
improcedência do pedido, dispensando-se, nessa medida, pronunciamento
judicial que a imponha de forma expressa.
3. Nos termos da jurisprudência desta Corte, os danos causados a partir da
11
execução de tutela antecipada suscitam responsabilidade processual
objetiva e devem ser integralmente reparados (art. 944 do CC/02) após
apurados em procedimento de liquidação levado a efeito nos próprios autos.
4. Recurso especial provido.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Das lições citadas, pode-se apreender que “sendo o Direito um fenômeno
social, a atividade judiciária deve responder aos anseios da sociedade, o
que exige uma resposta rápida e eficaz do Poder Judiciário, pois o tempo
despendido pelos jurisdicionados para obter uma solução definitiva para as
demandas postas em juízo é verdadeira perda irreparável, irreversível, bem
da vida cujo ressarcimento ou reparação é impossível. E a frouxidão na
regulamentação legal cria vulnerabilidade e insegurança para as relações
sociais, tornando as relações sociais impotentes e desestimulando a busca
por assistência do Judiciário, preocupação que não existia no código
anterior.”
Neste contexto, a Custódia de Provas surge como uma ferramenta
concebida para ser mais eficaz numa legislação emque o direito do autor de
creditar o documento, para evitar a divulgação das Criaturas, se alega não
ter de esperar muito, sinuoso. e o lento progresso do cansaço cognitivo em
direção a uma decisão que não pode ser apelada à parte em vigor quando a
existência da mesma for comprovada pelo plano.
No entanto, deve-se lembrar que a evidência do direito de uma parte é
baseada em evidência documental que é avaliada do ponto de vista da
percepção sumária e não precisa ser dito sobre a certeza do direito, mas
apenas sobre sua probabilidade. A certeza judicial não pode ser obtida em
caso de percepção incansável.
No entanto, essa medida não é um instrumento específico do demandante,
pois o demandado também pode utilizá-la em determinadas situações, como
reconvenção.
E o mais importante: não só uma ferramenta que atende ao direito da parte
12
de ser provada, a proteção de provas é uma importante ferramenta de
sanção que visa coibir a procrastinação, a deslealdade e a má-fé no
processo, e que o Juiz pode conceder formalmente ao apresentar os
requisitos legais.
Dos julgados apresentados se abstrai que para a concessão da tutela
antecipada necessita da comprovação dos fatos a partir de documentação
que torne os mesmos e os direitos indubitáveis, além do que, conforme
preceitua o art. 311 nos incisos I, II e IV, demonstrar estar caracterizado o
abuso do direito de defesa, ou o manifesto propósito protelatório da parte, a
comprovação documental das alegações do fato, com tese firmada em
julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante, além da ausência
de oposição probatória do réu, com escopo de causar dúvida razoável.
Esses requisitos, estando ausentes na demanda, são ensejadores de
denegação da lide.
Nos julgados citados, em alguns, esses requisitos estavam ausentes, ou
estavam latentes a incidência do inciso I, por parte da demandante, razão
pela qual foram desprovidos seus recursos.
Portanto, não basta que sejam arguidas tais fundamentações para que seja
concedida a antecipação da tutela. É necessário a comprovação documental
dos fatos, a fim de que seja garantida a efetivação do direito.
REFERÊNCIAS
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Tutela antecipada antecedente somente se torna
estável se não houver interposição de “recurso”. A mera contestação é apta a impedir a
estabilização? Divergência entre a 1ª e 3ª Turmas do STJ.. Buscador Dizer o Direito,
Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/a87c11b9100c608b7f8e9
8cfa316ff7b>. Acesso em: 30/09/2021
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. A contestação tem força de impedir a estabilização da
tutela antecipada antecedente (art. 303 do CPC) ou somente a interposição de recurso,
conforme prevê a redação do art. 304?. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/ba0a4d6ecea3e9e126dd3
b6d77291c97>. Acesso em: 30/09/2021
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/a87c11b9100c608b7f8e98cfa316ff7b
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/a87c11b9100c608b7f8e98cfa316ff7b
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/ba0a4d6ecea3e9e126dd3b6d77291c97
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/ba0a4d6ecea3e9e126dd3b6d77291c97
13
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. O ressarcimento dos prejuízos advindos com o
deferimento da tutela provisória posteriormente revogada por sentença que extingue o
processo sem resolução de mérito, sempre que possível, deverá ser liquidado nos próprios
autos. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/4996dcc43b5be197b5887
a4e60817b1c>. Acesso em: 30/09/2021
FACHINI, Thiago. https://www.projuris.com.br/tutela-de-evidencia/
https://www.migalhas.com.br/depeso/243754/consideracoes-sobre-a-tutela-de-evidencia-do-n
ovo-codigo-de-processo-civil. Acesso em 19/10/2021
https://www.tjdft.jus.br/consultas/jurisprudencia/jurisprudencia-em-temas/novo-codigo-de-proc
esso-civil/tutela-provisoria-da-evidencia. Acesso em 19/10/2021
https://processo.stj.jus.br/processo/julgamento/eletronico/documento/mediado/?documento_ti
po=integra&documento_sequencial=94025040&registro_numero=201300460523&peticao_nu
mero=201800165678&publicacao_data=20190401&formato=PDF. Acesso em 19/10/2021
https://www.projuris.com.br/tutela-de-evidencia/ Acesso em 19/10/2021
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/4996dcc43b5be197b5887a4e60817b1c
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/4996dcc43b5be197b5887a4e60817b1c
https://www.migalhas.com.br/depeso/243754/consideracoes-sobre-a-tutela-de-evidencia-do-novo-codigo-de-processo-civil
https://www.migalhas.com.br/depeso/243754/consideracoes-sobre-a-tutela-de-evidencia-do-novo-codigo-de-processo-civil
https://www.tjdft.jus.br/consultas/jurisprudencia/jurisprudencia-em-temas/novo-codigo-de-processo-civil/tutela-provisoria-da-evidencia
https://www.tjdft.jus.br/consultas/jurisprudencia/jurisprudencia-em-temas/novo-codigo-de-processo-civil/tutela-provisoria-da-evidencia
https://processo.stj.jus.br/processo/julgamento/eletronico/documento/mediado/?documento_tipo=integra&documento_sequencial=94025040&registro_numero=201300460523&peticao_numero=201800165678&publicacao_data=20190401&formato=PDF
https://processo.stj.jus.br/processo/julgamento/eletronico/documento/mediado/?documento_tipo=integra&documento_sequencial=94025040&registro_numero=201300460523&peticao_numero=201800165678&publicacao_data=20190401&formato=PDF
https://processo.stj.jus.br/processo/julgamento/eletronico/documento/mediado/?documento_tipo=integra&documento_sequencial=94025040&registro_numero=201300460523&peticao_numero=201800165678&publicacao_data=20190401&formato=PDF
https://www.projuris.com.br/tutela-de-evidencia/

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