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OFICINA DA RAIVA

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OFICINA DA RAIVA
	Você já teve a sensação de que iria explodir de raiva? Já teve o coração muito acelerado, as mãos suando descontroladamente, o rosto muito vermelho? Esses são alguns dos sintomas mais comuns quando esse sentimento nos domina. A raiva é uma das emoções básicas e se preocupa muito com "possíveis injustiças" e insatisfações e a resposta neurológica a ela dura menos de dois segundos e, as vezes, uma pequena faísca pode se tornar um gatilho para uma grande explosão.
	Um dos objetivos da oficina da raiva é mostrar que essa emoção está presente em todas as pessoas, e nem se sentem todas elas conseguem entender porque se sentem assim. Acredito muito no poder da fala, acho importante escutar o transformar essa raiva em fala e tentar escutar o que está frustrando a criança. Embora em alguns momentos a criança tenha dificuldade de se expressar com palavras, é importante que ela consiga elaborar esse sentimento com técnicas propostas na oficina.	
	A chegada da criança em uma oficina da raiva é totalmente através de uma demanda dos pais. Percebo que na concepção da criança, estar em uma oficina, é uma oportunidade de estar em um grupo que foge à rotina dela, e ao ser apresentada á emoção proposta, ela se entrega totalmente.
	Primeiramente, é feito um acolhimento para que as crianças se apresentem e definam qual emoção estão sentindo naquele momento. Um emocionário com monstrinhos coloridos é utilizado como abertura das técnicas propostas na oficina, e o interessante é que elas nunca expressam um sentimento de raiva nesse momento, sempre se mostram alegres e ansiosas para as atividades que terão que executar durante o tempo que estarão em grupo.
	Ao longo da oficina, procuro o proporcionar vivências que possibilitem à criança refletir o que pode desencadear uma explosão de raiva, além de estimular a empatia perante o colega presente no grupo. Uma técnica bastante eficaz é a de pedir que as crianças escrevam em papéis um momento que fez com que elas sentissem muita raiva, quase a ponto de explodir. Depois de escritos, colocamos os papéis dentro de balões e vamos enchendo, utilizando-nos de uma técnica de respiração que minimiza a ansiedade. Após os balões estarem cheios, coloco uma música e deixo que joguem esses balões livremente com o comando de estourarem os balões assim que a música acabar. Nesse momento, não se sabe se o balão estourado será o mesmo que a criança colocou o seu bilhete. Cada criança pega o bilhete que está no balão que estourou e lê em voz alta, expondo como reagiria na condição descrita. Assim, sem perceber, ela ajuda o outro a resolver uma situação com autonomia e equilíbrio.
	Balão é sempre uma técnica muito boa para se trabalhar em oficinas, principalmente na da raiva. Utilizo com frequência o "balde da raiva" que consiste em um balde comum abarrotado de balões com água com a seguinte inscrição: "Deixe a raiva sair". A criança pega o balão e arremessa até a parede gritando algum motivo que a deixa com raiva, utilizando a força do corpo como forma de exorcizar aquele sentimento que vem sendo guardado ao longo do tempo. Deixo claro para a criança que esse sentimento deve ser valorizado como qualquer outro, mostrando que permitir sentir a raiva é parte do processo de amadurecimento, e quando se expressa esse sentimento de maneira racional, dificilmente terá uma explosão e será prejudicada em suas relações, assim ficará mais relaxada e será capaz de enfrentar uma nova situação de frustração.
	Chegou o momento da reflexão. Podemos sentir raiva, mas não agir na raiva. E importante refletir que a ação na raiva pode trazer inúmeros prejuízos nas relações sociais da pessoa. E fato que em muitos momentos é difícil manter o controle, mas entendendo que não é impossível, pode-se fazer alguns exercícios que colaborem para o equilíbrio no momento. Nas oficinas são apresentadas técnicas como:
· respire profundamente;
· .não negue que está irritado; 
· fale sobre o problema;
· pratique atividades físicas;
· transforme seu pensamento;
· medite;
· imagine um cenário tranquilo;
· peça ajuda;
· durma bem;
· alimente-se saudavelmente.
	Para finalizar a oficina, após essas ricas reflexões, peço que as crianças escreva uma situação de raiva que elas queiram jogar fora eternamente de suas vidas. Após elas escreverem, rasgamos todos juntos em pedaços bem pequenos e jogamos no lixo. Assim, podemos ficar mais leves e relaxados. Portanto, deixo claro que a raiva, pode ser somente um dia ruim, que passa como qualquer outro dia.

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