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Anti Stepbrother - Tijan

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~ 1 ~ 
 
~ 2 ~ 
 
 
 
 
Tijan 
Anti-Stepbrother 
Livro Único 
 
 
 
Tradução e Revisão: Ju. M. 
Leitura e Revisão Final: Anne Pimenta 
Data: 03/2017 
 
 
 
 
 
 
 
 
Anti Stepbrother Copyright © 2016 Tijan 
~ 3 ~ 
SINOPSE 
Ele me disse ‘se contente, garota’. 
Ele perguntou se ‘algo estava errado comigo?’ 
Ele disse que eu era um ‘alvo fácil’. 
Isso foi em poucos minutos que eu conheci Caden Banks. 
Eu o rotulei como um Idiota, mas ele era mais do que isso. 
Arrogante. Presunçoso. Alfa. 
 
Ele também era lindo de morrer e irmão de fraternidade do meu 
meio-irmão. 
 
Ok, sim, eu era um pouco ingênua, um pouco socialmente 
estranha, e um pouquinho stalker, mas se Caden Banks achou que ele 
poderia me dizer o que fazer, ele estava enganado. 
 
Eu vim para a faculdade sonhando sobre estar com o meu meio-
irmão, mas e se eu me apaixonasse pelo anti-meio-irmão ao invés? 
 
 
~ 4 ~ 
evin estava beijando outra garota. E ele não estava apenas 
beijando-a - ele estava inalando-a. Ele pressionou contra 
ela, o cabelo escuro dela torcido em suas mãos, seus 
lábios se movendo pela garganta dela e entre os seios. 
Era um trem desgovernado. 
Eu vi isso acontecer. As luzes eram brilhantes e iminentes, e eu 
poderia ter me afastado das trilhas. Mas não, eu era uma idiota cega no 
lugar. Eu não conseguia desviar o olhar, embora eu devesse ter feito 
isso. 
Este era Kevin - o meu Kevin! Ok, não meu namorado Kevin, mas 
meu meio-irmão Kevin. O mesmo Kevin que eu estava apaixonada por 
dois anos - desde meu primeiro ano do ensino médio, desde que minha 
mãe morreu e meu pai decidiu que estava apaixonada pela mãe do cara 
mais popular da escola. 
Sheila Matthews, também conhecida como a mãe de Kevin, era a 
enfermeira que cuidou da minha mãe durante a sua estadia no 
hospício. Tinha sido um escândalo. Como se atreve o Sr. Stoltz se 
apaixonar antes mesmo de sua esposa morrer? Não importava que a 
minha mãe estivesse morrendo de câncer por anos. O timing do meu 
pai era péssimo, mas aconteceu. Uma noite depois de a minha mãe ser 
enterrada, ele estava na casa dos Matthews. 
Um aspecto positivo, embora meu pai e Sheila não tenham 
mantido a sua relação em segredo, foi que eu não tive que conhecê-la 
até mais tarde. Na verdade, eu a conheci no jantar onde eu também 
descobri que ela ia ser a minha madrasta, e assim o verão entre meu 
segundo e terceiro ano, eu ganhei um meio-irmão, também. Claro, eu já 
sabia que era Kevin Matthews. 
Todos sabiam que era Kevin Matthews. 
Um ano mais velho que eu. Capitão de futebol. Capitão de 
basquete. Capitão corrida. Ele estava no Conselho de Estudantes - e eu 
K 
~ 5 ~ 
tenho vergonha de admitir que eu nunca prestei atenção ao que ele fez 
a eles. Eu realmente não me importo. Ele era muito mais. Ele era o cara 
que todos os caras respeitavam e todas as meninas queriam, inclusive 
eu e sua rotação de namoradas de seis meses. Ele namora uma garota 
durante seis meses. Então eles terminam porque ele tinha se apaixona 
por outra garota, e ela dura os próximos seis meses. 
Apesar de todo o meu conhecimento sobre ele, antes de se juntar 
à minha família, Kevin não sabia quem eu era. Eu não era ninguém 
especial. Quer dizer, eu não era impopular. Eu era apenas... média, eu 
acho. Já tinham me dito que eu era bonita, mas ouvi isso de todas as 
pessoas que deveriam me dizer isso. A minha mãe me disse todos os 
dias, então meu pai todo mês ou assim, e, finalmente, Sheila fez uma 
vez que nos mudamos. Ela disse isso a cada duas semanas. Foi bom 
ouvir, mas qual é. Isso é o que os pais devem fazer. Todas as minhas 
três figuras parentais fizeram o seu trabalho direitinho e as minhas 
duas melhores amigas, May e Clarissa. 
May era uma pequena asiática mal-humorada que era convidada 
para sair em uma base semanal, mesmo quando ela tinha um 
namorado. E Clarissa era alguns centímetros mais alta que eu, com um 
corpo tipo Britney Spears da época de ‘Oops!... I Did It Again’. Eu tinha 
longos cabelos castanhos escuros e um corpo suficientemente magro. 
Eu nunca me achei grande, mas ambas May e Clarissa tinham feito 
comentários suficientes sobre como elas matariam para se parecerem 
comigo, então eu comecei a me sentir mais confiante. 
Minha mãe sempre me disse que eu tinha lábios perfeitos e olhos 
amendoados com longos cílios que eu tinha herdado do lado do meu 
pai. Minha avó tinha sido linda. Eu nunca a conheci, mas nas fotos ela 
tinha olhos escuros, cabelos escuros, um rosto em forma de coração, e 
um ar sedutor. May e Clarissa viram uma foto dela uma vez e caíram de 
costas na cama, gemendo com o quanto eu herdei dela - algo que eu 
não tinha percebido até então. 
Então, sim, nenhum de nós estava magoada, mas nós nunca 
participamos dos círculos sociais populares e exclusivos do ensino 
médio. Talvez tenha sido porque nós três tínhamos o nosso próprio 
grupo exclusivo, ou talvez fosse porque nenhum de nós tenha 
desmaiado em festas, dormido com qualquer um ou se juntado as 
líderes de torcida. Nada contra quem faz isso. Só não é com a gente. 
Éramos basicamente entediantes. 
~ 6 ~ 
Tínhamos boas notas. Íamos para algumas festas, mas não todo 
fim de semana. Boliche, festa de pijama, compras, e saídas regulares 
para jantar eram nossas atividades sociais. Eu poderia ter vivido na 
livraria local também, então eu acho que é por isso que não estávamos 
no topo da cadeia alimentar, onde Kevin e a maioria das suas 
namoradas estavam. E não que queríamos ser. Bem, May poderia ter 
querido, mas Clarissa e eu estávamos contentes. 
De vez em quando, Kevin namorava alguém no nível social abaixo. 
Uma vez que ele namorou uma menina que estava dois níveis abaixo, e 
um pandemônio chegou aos corredores. Meninas usavam roupas 
esquisitas. Os corredores cheiravam a salão de beleza profissional, e 
ouvi dizer que as maquiagens na loja de departamento local estava 
esgotadas. 
— Kevin, — a menina gemeu, puxando-me de volta para o trem 
desgovernado. Ela levantou uma das pernas tonificadas para envolver 
em torno dele, puxando-o mais firmemente contra ela. 
Eu enruguei meu nariz. Bom Deus. Eu precisava desviar o olhar, 
mas eu não podia, não enquanto a mão dele descia. Ele levantou a 
perna dela ainda mais para pressionar contra ela, e ambos gemeram 
pelo atrito. 
Eles ainda estavam vestidos. Essa foi uma bênção, mas eles mal 
estavam vestidos. Os jeans de Kevin estavam frouxos, como se eles já 
tivessem sido abertos, e a saia da garota tinha sido empurrada para 
cima. Uma lingerie rosa apareceu, e a forma como isso se mexeu... 
como se algo estivesse acontecendo lá ... e sim, era a mão dele. 
Hora de reverter isso. 
Eles encontraram um lugar no quarto de trás do porão, que era 
perto do quarto de Kevin em sua fraternidade. Eles só não tinham 
chegado até lá. Eu deveria ter percebido o que estava acontecendo 
quando eu vi que a porta do porão tinha um elástico na maçaneta. 
Eu escorreguei de volta para fora da porta, e eu era pequena o 
suficiente para agarrar o elástico. Enfiei no bolso quando saí. 
Ok. Sim, eu amei Kevin durante anos. Sim, eu tinha vivido com 
ele. Sim, ele era meio que meu irmão, mas nenhum amor irmã/irmão 
havia se formado entre nós. Éramos compadres, amigos, camaradas. E 
eu pensei que tinha havido um flerte. Sim, sim, havia tido flerte. 
~ 7 ~ 
Nós só vivemos um ano juntos, e sim, ele era quieto na maioria do 
tempo. Ele mal estava em casa, e quando ele estava, ele tinha uma 
namorada. 
Com ele. Mas houve momentos! Como quando eu carreguei os 
pratos na máquina de lavar louça depois do jantar, ele ficou um pouco 
por perto. Ele até limpou a mesa em algum desses momentos. Houve 
sorrisos. Eu ganhei uma piscadela uma vez. Um par de abraços. Parecia 
algo no momento, mas pensando sobre isso agora, eu percebi quão não-
mais-que-amigos isso tinha sido. Até o verão. Isso mudou depois disso. 
Kevin chegou da faculdadepara minha formatura do ensino 
médio, e não tinha bebido. Tinha havido libertinagem - entre nós dois. 
Beijas. Mãos. Lembrando agora, eu podia sentir tudo novamente. A mão 
no meu peito, então dentro de meus jeans. Eu tinha puxado a camisa 
dele para cima. Ooh, que peito glorioso. Ele tinha pairado acima de 
mim. Eu senti suas costas, passando minhas mãos para cima e para 
baixo, e ele tinha feito o mesmo. Ele tinha feito mais do que o mesmo. 
Eu dormi com ele. 
Bem - eu ainda me encolho ao pensar nisso. Não, eu realmente 
não tinha dormido com ele. Tivemos relações sexuais, e ele se foi 
quando eu acordei na parte da manhã. Tipo, sumiu. Ele tinha voltado 
para sua casa na fraternidade que era a quatro horas de distância. 
Não foi estranho, no entanto. Não. Eu não tinha pensado assim. 
Ele ligou para se desculpar naquela noite, dizendo que ele se esqueceu 
de um compromisso, mas ele não queria que eu achasse que houve 
qualquer estranheza entre nós. Tá vendo? Sem estranheza. Então tinha 
havido outras ligações ao longo dos próximos dois meses - quatro delas. 
(Isso foi mais de quatro do que o normal). 
Claro, ele normalmente ligava para falar com a mãe dele, mas 
havia bate-papo comigo também. Como você está? Como está o seu 
verão? Ele me provocava sobre se eu tinha um namorado ou não. Eu o 
provocava de volta sobre as meninas, enquanto meu estômago se 
revirava, esperando que não houvesse nada sério. Com base no que ele 
me disse, não havia ninguém. 
Enfrente isso, Stoltz. Você achou ser aquela garota. 
É verdade. Eu realmente achei e eu percebia agora o quão 
estúpida eu tinha sido. 
E eu fui estúpida por vir a esta festa. Era isso. Eu precisava ir. 
~ 8 ~ 
Havia pessoas em todos os lugares quando eu subi e quando eu 
virei eu ouvi, — Whoa! Cuidado, menina! 
Meu cotovelo tinha feito contato com alguém, e quando olhei para 
ver quem era minha vítima, meus olhos desembarcaram pela primeira 
vez em um braço muito musculoso e definido. E com tatuagens. 
Caramba, tatuagens! Elas cobriram todo o braço. 
Eu fiquei encarando. Eu não deveria ter feito isso, mas eu não 
poderia evitar. O bíceps inchou um pouco, e quando fez, uma tatuagem 
de cobra se moveu com ele, dando a ilusão de que havia realmente uma 
verdadeira serpente no braço. 
— Algo de errado com você? 
Meu olhar se ergueu, para longe da cobra e direto em um par de 
olhos surpreendentemente escuros (e belos). Eles estavam fixos em 
mim, uma mistura de irritação e confusão. 
— O quê? — ele perguntou o que há de errado com você. Eu 
balancei minha cabeça. — Não, desculpe. — eu bati nele. — Eu não vi 
você aí, e eu estava tentando sair. 
A irritação desapareceu, e seus olhos se estreitaram, juntamente 
com o canto direito da sua boca. — Eu percebi com toda a coisa de 
esbarrar. — ele fez uma pausa. — Você está indo? 
Eu balancei a cabeça. — Eu não conheço ninguém aqui. 
Ele olhou atrás de mim. — Você não veio do porão? Você não 
conhece ninguém lá embaixo? 
— Eu me perdi, — eu disse rapidamente. Um rubor estava 
trabalhando o seu caminho até meu pescoço. — Você está nesta 
fraternidade? 
Sua boca fez uma linha fina. — Infelizmente. Por quê? 
Kevin adorava ser um irmão Alpha Mu. Ele tinha sido tão 
orgulhoso quando ele anunciou que sua candidatura foi aceita. Seu pai 
era um Mu Alpha, também. Por que esse cara não parecia feliz com isso 
eu não entendi. Kevin só tinha falado sobre como era apoiar a família 
Alpha Mu e a força de sua rede nacional. 
— Eu queria saber se você sabia onde a porta estava. 
~ 9 ~ 
Ele pareceu relaxar. Seus ombros baixaram um pouco e a cobra 
se mexeu novamente quando seus bíceps se incharam, então 
retesaram. Ele fez um gesto atrás de mim. 
— Tome a primeira à direita e siga em frente. Ele vai levá-la para 
a porta lateral. Você vai querer evitar a sala de estar. Os caras estão 
tentando fazer com que as meninas tirem a roupa em um jogo, e- — 
seus olhos se moveram para trás e para frente. — sem ofensa, mas você 
é um alvo fácil. 
Eu era o quê? Eu me estiquei a minha altura completa e preparei 
uma observação mordaz... e ele se virou para sair. Ele deu dois passos e 
o grupo atrás dele o havia engolido. Ele se foi. 
Idiota! 
Saí pela porta lateral, a contragosto grata ao idiota, porque 
ninguém estava lá. Quando passei pela sala de estar do lado de fora, 
uma voz alta guinchou, assim como ele tinha me avisado. 
— Temos alguns peitos! — isso foi recebido com mais aplausos, 
mais risadas. 
Eu estava na calçada quando ouvi outro grito. — Ela está lá! Ela 
está com Matthews. 
Peguei meu ritmo e me afastei da casa. Eu podia ver um cara 
sendo empurrado para trás da porta da frente enquanto eu dobrava a 
esquina. Dois rapazes estenderam os braços enquanto desciam as 
escadas, em direção à calçada. 
Eu parei debaixo de uma árvore onde eles não podiam me ver. 
Matthews? Ele estava falando sobre Kevin? 
A porta atrás deles abriu, e um gritou por cima do ombro, — 
Traga Caden. Este é o seu irmão. 
Quem quer que estivesse saindo se virou e voltou para dentro sem 
fechar a porta. 
— E feche essa maldita porta! 
A porta se fechou com um estrondo. 
— Não. — o cara que eles estavam empurrando para longe da 
casa parou e se virou para se soltar. — Eu vou até lá buscar a minha 
namorada! Não me importa o que o meu irmão diz. 
~ 10 ~ 
— Não, Marcus. — o primeiro cara parou na frente dele. 
Marcus inflou suas narinas. — Não me diga que não. Ela é a 
minha garota e Matthews é um pedaço de merda. 
Aproximei-me mais da árvore para que eu pudesse ouvir melhor. 
— Sim. Talvez. 
— Nada de talvez. Olhe, deixe-me ir até a porta lateral. Ninguém 
vai me ver. Meu irmão não tem que saber. Vou entrar, encontrar 
Maggie, e nós vamos sair. Eu prometo. Sem brigas. Eu juro. 
O primeiro cara bufou, cruzando os braços maciços sobre seu 
igualmente enorme peito. Suas pernas se destacaram na posição de um 
leão de chácara, como se ele estivesse pronto para ir contra uma 
multidão enfurecida. Ele balançou a cabeça lentamente. — Nós não 
podemos fazer isso, e você sabe disso. 
— Seu irmão provavelmente está vindo para cá de qualquer 
maneira, — Músculo silenciosamente acrescentou, falando pela 
primeira vez. 
Marcus deu um grunhido de frustração, e suas mãos se 
apertaram em punhos por um momento. Os caras da fraternidade 
mantiveram sua posição. Eu tive um sentimento que esta não era a 
primeira vez que eles mantinham um namorado irritado do lado de fora. 
A porta se abriu e uma voz familiar disse: — O que está 
acontecendo aqui? 
Os dois irmãos da fraternidade se afastaram, deixando o cara 
recém-chegado se aproximar. Quando ele entrou na luz, eu podia ver o 
idiota, o cara cobra da tatuagem que me ‘ajudou’ lá dentro. 
— Caden. — Marcus deu um passo em direção a ele. — Deixe-me 
entrar e buscar Maggie. Isso é tudo o que eu quero. 
— Certo. — Caden/idiota resmungou. — Porque você não vai 
bater nele mesmo né. 
— Kevin é um idiota, mas eu não faria isso. 
Então era de Kevin que eles estavam falando. Aquela menina 
tinha um namorado. 
— Eu quero esmagar a cara dele, mas eu não vou. Eu sei em que 
situação difícil isso o colocaria. — Marcus acrescentou, — eu juro. 
~ 11 ~ 
A porta se abriu novamente atrás deles. Um novo cara apareceu. 
— Kevin está vindo. 
Uma voz feminina soou de dentro da casa. — Algo está 
acontecendo lá fora. O que está acontecendo lá fora? 
Caden contornou o cara novo e fechou a porta. — Quando 
Matthews vir, feche essa fodida porta. 
— Sim, senhor, Caden. Eu vou. 
— Negócios como este não se espalham para fora. 
— Eu sei. Eu sinto muito. Vou manter melhor a guarda. Eu 
prometo. 
Para provar seu ponto, quando a porta se abriu mais uma vez, 
Kevin apareceu e o cara fechou a porta atrás de si quase tão 
selvagemente como Caden tinha feito. Ele olhou para Caden com um 
leve sorriso e aceno, como se dissesse, Eu entendi. Viu? 
Caden balançou a cabeça e virou-se parameu meio-irmão. — O 
que está acontecendo? 
Kevin fitou Marcus, que estava com as mãos em punhos. Ele mal 
estava se contendo. 
— Matthews está aqui agora, — disse Caden a seu irmão. — Você 
pode indicar o seu problema. 
Marcus bufou. — Você está brincando comigo? Maggie deve ter 
escapado, provavelmente da mesma maneira que eu teria escapado. 
Um pensamento passou pela minha cabeça, e eu me virei. Lá, 
saindo pela porta lateral da qual eu tinha vindo, era a menina que 
Kevin estava beijando no porão. Ela parou quando me viu. Pânico 
inundou seu rosto, mas, em seguida, ela correu, indo na direção oposta 
pela calçada, e ela não foi silenciosa sobre o assunto. 
— Maggie? 
Ah não. Eu sabia o que ia acontecer, e eu me preparei. 
Marcus voou para o lado da casa, parando ao me ver. Ele franziu 
a testa, depois se concentrou atrás de mim. Olhei também, mas ela se 
foi. 
— Quem é você? — perguntou Marcus. 
~ 12 ~ 
Eu me preparei para a pergunta que viria a seguir. Você viu a 
minha namorada? Mas quando eu olhei para trás, o resto dos caras 
estavam de pé atrás dele. 
Kevin deu um passo em minha direção, as sobrancelhas juntas. 
— Summer? 
Engoli em seco e me vi olhando para além do seu ombro para 
Caden, que estava olhando para mim, prendendo-me no lugar. 
Eu dei uma aceno indiferente. — Ei... pessoal. 
 
~ 13 ~ 
— Summer? — disse Kevin. 
Caden franziu a testa quando ele se aproximou ao lado dele. Ele 
se virou para olhar entre nós. — Vocês dois se conhecem? 
Abri a boca, mas Kevin disse apressadamente: — Ela é minha 
irmã. 
— Meia irmã, — eu esclareci. 
— Meia irmã. — Kevin se virou, então ele estava mais perto de 
mim do que Caden. 
Os dois estavam quase se enfrentando, seus lados para mim, e 
por um momento muito estranho e tenso, ninguém disse uma palavra. 
Olhei entre eles. Caden era mais alto por alguns centímetros. Ambos 
eram lindos, mas de maneiras diferentes. Enquanto Kevin tinha uma 
arrojada boa aparência, cabelos loiros e cílios bonitos, Caden parecia 
fodão. Ele tinha um rosto lindo também com maçãs do rosto 
acentuadas, mas seu cabelo escuro, braços tatuados e comportamento 
tranquilo dava a ele um ar de autoridade. Ele era mais musculoso do 
que Kevin, que era magro, mas alguma coisa tinha me feito supor que 
Caden poderia lutar e acabar com meu meio-irmão. 
Sempre tive Kevin em um pedestal, e, pela primeira vez, ele 
parecia menos. Ele agora estava contra um cara que parecia mais 
masculino em quase todos os sentidos - com exceção de ser um 
mulherengo. Mas não. Eu afastei esses pensamentos. Eles não fazem 
sentido. Kevin era... eu fiz uma careta, culpa queimando dentro de mim. 
Não importa quanto doía ver Kevin beijando outra garota, ele era da 
família, certo? 
Levantando o queixo, fui até ele. Olhei para Caden, mostrando o 
meu apoio para o meu meio-irmão. — Eu realmente vim surpreender 
ele, mas mudei de ideia. Ele estava no telefone no andar de baixo. É por 
isso que eu saí. 
Marcus soltou uma respiração alta, afastando-se do grupo. 
~ 14 ~ 
Eu ignorei isso, e eu tentei ignorar a mudança repentina na 
suspeita que Caden estava enviando na direção de Kevin. Ela caiu bem 
em mim, e eu engoli em seco, sentindo a força dele. O cara era 
inteligente. Ele sabia exatamente o que eu tinha acabado de fazer. 
Assim como Kevin. Os senti se encarar, em seguida, a parte de 
trás da sua mão roçou a minha. Eu percebi que era a sua maneira de 
me agradecer. 
— Sério? — Caden levantou uma sobrancelha. 
— Sério. — ergui a cabeça em desafio, apesar de como eu me 
sentia por dentro. Eu estava cobrindo Kevin, o cara que eu estava 
apaixonara e era errado. Pisquei algumas vezes. Tanto faz. Daria certo 
no final. Tinha que dar. 
— Sim. — Kevin tossiu. — Eu estava no telefone com o pai dela. 
Ele ligou porque ele não conseguia falar com ela. — ele me disse: — 
Você deveria ligar para seu pai. 
— Uh, obrigada. — sério? 
Ele deu de ombros, tentando parecer casual e tranquilo ao mesmo 
tempo. — Sem problemas. 
Caden não disse uma palavra, apenas observou a troca entre nós, 
mas Marcus bufou e revirou os olhos. 
Ele levantou a mão, apontando para mim. — Qual é, pessoal. 
Vocês não podem estar acreditando nessa garota. Ela é irmã de 
Matthews. É claro que ela vai mentir para ele. 
— O deixe em paz, Marcus. — o tom de Caden era cansado, e eu 
senti que este confronto tinha acontecido antes. 
Estudei os rostos dos outros irmãos, e eles eram todos iguais: 
cansados. Kevin deu de ombros novamente e inclinou a cabeça para o 
lado, mas ele não disse nada. Seu olhar se afastou de Caden, e ele 
olhou para os outros dois irmãos da fraternidade. 
A bravata que ele tinha adotado quando eu cobri para ele caiu, 
apenas um pouco, mas ele ainda limpou a garganta e forçou uma nota 
feliz em seu tom. — Acho que é hora de descer e pegar uma bebida. 
Vocês topam? 
Eles olharam para ele e Músculo resmungou. — Estou sempre 
querendo uma bebida. Foda-se essa merda de drama. 
~ 15 ~ 
Kevin se colocou entre os dois, batendo em seus ombros. — 
Vamos fazer doses. É esse tipo de noite agora. 
Os três entraram, deixando Marcus, Caden, e eu pra trás. Antes 
que eles desaparecessem, Kevin olhou por cima do ombro e assentiu, 
dando-me um meio sorriso. Em seguida, eles foram embora. 
Kevin tinha me deixado. Mais uma vez. Déjà vu me bateu. Eu 
senti como eu tinha me sentido três meses atrás, quando eu tinha 
acordado de manhã depois e ele foi embora. Eu tinha acabado 
acobertando para ele, e ele foi embora para tirar fotos com seus irmãos 
da fraternidade. Eu fiz uma careta, não gostando de como isso desceu 
pra mim. Que filho da puta. 
— Por quê? — Marcus cuspiu a palavra para mim, sua mandíbula 
apertada. — Só me diga por quê? Eu sei que você viu. Deve ter visto. 
Culpa se espalhou em mim, mas eu não disse nada. O que eu 
poderia dizer? Ele estava certo. 
Caden suspirou. — A deixe em paz. Ele é a família dela. 
Ele estendeu a mão para descansar no ombro de Marcus, mas 
Marcus se esquivou e se virou para ele, os olhos piscando. 
— Entendi. Ele é seu irmão da fraternidade, mas eu sou seu 
irmão real. Um destes dias, você vai ter que escolher um lado, Caden. 
Foda-se. Foda-se ele e sua estúpida merda de fraternidade. — ele nos 
deu um olhar acusador. — Eu não dou a mínima para quem cobre para 
Matthews. Vai ser uma guerra total. 
Agora Caden estava chateado. 
Eu não conhecia o cara, mas eu sabia que ele estava chateado. 
Ele não me pareceu o tipo que deixar alguém falar assim com ele e ir 
embora. Dei um passo para trás, esperando um soco, mas nenhum 
veio. Havia apenas silêncio. Um irmão olhou para o outro, ambos com 
as mandíbulas cerradas. 
Em seguida, Caden olhou na minha direção, e me ocorreu: eles 
não diziam nada, por minha causa. 
— Oh. — eu dei um sorriso e um aceno. — Eu, uh, eu 
provavelmente deveria ir ligar para o meu pai. Porque, vocês sabem, é o 
que Kevin disse para eu fazer. 
Marcus bufou. — Certo. 
~ 16 ~ 
Caden apenas me observou, seu olhar implacável. Eu recuei 
alguns metros, e ele ainda me observava. Não deveria ter me 
incomodado, mas uma pequena sensação de vibração floresceu no meu 
estômago. Eu comecei a me virar, em seguida, parei no meio do 
caminho com a minha cabeça inclinada. Eu ainda podia senti-lo. Eu 
não gostava daquela sensação, não mesmo. Era... irritante, assim como 
ele. Olhei uma última vez, e meus ombros imediatamente caíram. Eles 
tinham ido embora. 
Eu apertei a mão no meu estômago para acalmar a vibração 
indesejada acontecendo lá dentro. 
Eu fui em busca de Kevin. Desta vez, o plano para evitar 
Caden/idiota estava em pleno vigor. Kevin estava provavelmente indo 
rápido em seu caminho para ficar bêbado, ou se esgueirando de volta 
para encontrar aquela garota novamente. Eu não apostaria muito nele, 
mas eu realmente queria vê-lo. Apenas a razão tinha mudado. Em vez 
de querer vê-lo por causa de nós, eu precisava saber se eu realmentetinha que ligar para meu pai. 
...ou foi o que eu disse a mim mesma. 
Eu voltei para o caminho que Caden tinha me dito para fugir e 
corri para o porão quando a barra estava limpa. Eu não esperava que 
Kevin estivesse lá. Eu planejei entrar em seu quarto, depois mandar 
uma mensagem pra ele dizendo onde eu estava. Ele teria que vir falar 
comigo. Ele não me queria por perto no caso do Idiota me encontrar e 
começar a me interrogar. 
Eu estava errada. 
A porta de Kevin estava aberta só um pouquinho, e eu podia vê-lo 
sentado em sua cama, seu telefone pressionado na orelha. Parei do lado 
de fora. 
— Você chegou em casa bem? — ele perguntou. Uma pausa. — 
Ótimo... sim, ele estava chateado. Não, ele não me machucou. Eu sei. — 
outra pausa, mais tempo. — Sim. Eu sei. Nós vamos resolver isso. Eu 
prometo. O quê? — ele gemeu. — Uh, a menina era minha meia-irmã, 
na verdade. — eu podia ouvir uma risada feminina a partir do telefone, 
e ele riu com ela. — Eu sei. Eu sei. Não, ela não vai falar. Ela me 
ajudou. Sim. Ela é gente boa. 
Estendi a mão para o batente da porta. Meus dedos enrolaram 
apertado em torno dele. 
~ 17 ~ 
— Não se preocupe. Estou falando sério, Maggie. Ela não vai dizer 
nada. Ela me ama. Nós somos uma família. Ela não é assim. — sua voz 
baixou, ficando rouca. — Eu também te amo, e é sério. Tudo vai ficar 
bem. Estou com você. Eu prometo. 
Minhas unhas se enterraram na madeira. 
— Ok. Ok. Sim. Eu deveria voltar lá para cima. Vou verificar 
Summer - esse é o nome dela. Vou mandar mensagem para ela agora. 
Te amo. Tchau. 
Eu ouvi o sinal sonoro quando ele terminou a ligação e um 
momento depois senti meu telefone zumbido. Estava no meu bolso em 
modo silencioso, como era meu hábito, e antes que eu o puxasse para 
fora, eu tomei um momento para me recompor. 
Ele era um idiota, e desta vez eu não quis dizer Caden. Kevin 
dormiu comigo um pouco mais de três meses atrás, e ele me levou a 
acreditar que ele estava envolvido com ninguém mais seriamente desde 
então. Eu pensei que este seria a nossa vez, agora que nós estaríamos 
na mesma faculdade, mas ele estava apaixonado por outra garota - que 
tinha outro cara lutando por ela. 
Minha garganta queimou, e eu pisquei as lágrimas. 
Eu não choraria, não por Kevin. 
Eu tive a resposta que eu vim atrás. 
Eu me afastei da porta, deixando meu telefone no meu bolso. Eu 
nem sequer olhei para ele. Eu fiz meu caminho de volta até as escadas. 
Eu estava voltando pelo corredor para essa porta lateral quando ouvi 
uma voz familiar atrás de mim. 
— Seu meio-irmão é um idiota. 
Virei-me, minha garganta ainda estava queimando. Caden estava 
ali, não parecendo surpreso. Seus olhos duros estavam em mim, apesar 
de a menina rebocada a seu lado. Ela tinha o braço em volta da cintura 
dele. 
Ele estava esperando por uma resposta, e talvez ele esperasse 
uma negação. Eu sei lá, tudo o que eu disse foi: — Eu não poderia 
concordar mais com você. 
Seus olhos se arregalaram, e surpresa brilhou neles, mas eu 
tinha acabado. 
~ 18 ~ 
Eu escorreguei para fora da porta e saí. 
Eu tinha sido tão estúpida. 
 
~ 19 ~ 
 
u dirigi até a Universidade North River à frente de Sheila e 
meu pai na noite passada. 
Hoje era dia de mudança para mim já que eu estava 
chegando antes que outros, então eu tinha dito a eles que eu tinha um 
amigo para ficar comigo. Eles nunca me questionaram. Esse ‘amigo’ era 
suposto ser Kevin, e por que não deu certo, eu tinha ficado em um 
quarto de hotel. 
Agora aqui estava eu, iluminada e alegre - não tanto - esperando 
no salão do meu dormitório para o seu SUV chegar. Sheila e meu pai 
estavam planejando ver Kevin também, mas eu estava esperando que 
eles fossem encontrá-lo depois das minhas coisas serem transferidas. 
— Summer. 
Não tive essa sorte. 
Olhei do sofá, e meu coração afundou ao mesmo tempo que as 
velhas borboletas davam uma guinada na minha garganta. Kevin era 
tão bonito. Recém tomado banho - seu cabelo ainda estava molhado - e 
vestindo uma camisa confortável sobre jeans, ele usava óculos cobrindo 
os olhos. Meu coração deu um pequeno solavanco. 
Eu o odiava. 
Não, eu só queria odiá-lo. 
Ele me deu um sorriso, mostrando seus perfeitos dentes brancos, 
e se aproximou, segurando dois cafés. Ele ofereceu um para mim. — 
Peguei o seu favorito. Sem açúcar, certo? 
Aceitei, minhas mãos fechando em torno do copo quente, e eu 
deixei escapar um suspiro silencioso. Eu já podia sentir um sorriso 
traidor puxando o canto da minha boca. Era como se eu perdesse o 
controle sobre mim mesma quando ele estava por perto. Eu esperava 
que não fosse sempre assim. 
E 
~ 20 ~ 
— Sim. — eu segurei o copo na minha frente como se fosse um 
escudo e fiz questão de olhar ao redor. — Uh, onde está sua mãe e meu 
pai? Ele já te ligaram? 
Ele não se moveu. Eu senti como se ele estivesse me estudando, 
mas eu não podia ver através de seus óculos. Ele balançou a cabeça, 
lentamente. — Sim. Eles ligaram quando estavam a uma meia hora de 
distância. — ele olhou ao redor. 
Algumas meninas estavam na recepção, roubando olhares em sua 
direção, mas não havia mais ninguém na sala. Eu propositadamente me 
sentei do outro lado da sala, no canto mais distante, mas ele se 
aproximou, mesmo sem precisar. Ele limpou a garganta e eu e 
endireitei. 
— Hum... então... sobre a noite passada - 
Acenei pra ele. — Não se preocupe. 
Ele franziu a testa, sua testa enrugando. — Mas- 
Eu desviei o olhar. — Não. Quero dizer. Eu cheguei mais cedo e 
parei para dizer oi. Foi tudo. Você parecia ocupado, então sim, eu saí. 
— por favor, deixe isso pra lá. Por favor, deixe isso pra lá. Orei em 
silêncio. 
Depois de mais um momento, ele tossiu e voltou para seu 
assento. 
— Ok. Bem, obrigado. 
Eu balancei a cabeça. Meu pescoço estava duro. — Sim. Sem 
problemas. 
— Summer, você tem certeza? 
— Oh, sim. — eu balancei a cabeça para cima e para baixo, 
apertando o copo de café como se ele fosse escapar. Então, como se em 
resposta à minha oração, eles passaram pela porta. — Olha. Eles 
chegaram. — eu não poderia segurar o alívio em minha voz. 
Quando comecei a me aproximar para cumprimentar os nossos 
pais, eu percebi Kevin olhando para fora da janela, então voltou para 
me encarar. Mas eu estava à frente dele e queria deixar o 
constrangimento pra trás. 
— Mamãe. Pai. — eu acenei quando eles saíram de seu SUV e 
começaram a vir em nossa direção. 
~ 21 ~ 
Eu coloquei o café em um banco já que eu sabia que esta reunião 
consistiria em abraços. Sheila gostava de abraços, e logo eu estava 
envolvida em seus braços. 
— Summer. — Sheila me segurou, murmurando em meu cabelo. 
— Minha querida. Eu não vou te soltar, você sabe. Não. Não vai 
acontecer. Você está firmemente em meus braços. Vou abraçá-la até a 
morte. 
— Mãe. — eu podia ouvir o sorriso na voz de Kevin enquanto ele 
parava ao nosso lado. — Você tem que soltá-la ir. Ela vai precisar de 
oxigênio em algum momento. 
— Não. — ela balançou a cabeça, balançando de um lado para o 
outro comigo. — Eu te perdi para esse inferno chamado faculdade. Eu 
não estou pronta para perder esta menina também. 
Eu ri. Era bom ouvir essas palavras. Sheila nunca tinha 
pressionado para substituir a minha verdadeira mãe, mas de alguma 
forma ela começou a parecer uma. Não tinha havido quaisquer 
problemas quando as duas famílias se fundiram. Não deveria ter tido, 
mas não apenas não houve. Poderia ter ajudado que eu sabia que 
minha mãe teria querido que meu pai fosse feliz, e ele foi. Eu não podia 
negar isso. Sheila tinha me deixado definir o ritmo, e quando eu 
comecei a fazer minha lição de casa na mesa da sala de jantar, em vez 
de escondida no meu quarto, eu sabia que ela se alegrou. Comida tinha 
começado a se acumular em torno de mim. Então bebidas. Então seu 
próprio trabalho. 
Uma parte de mim sentia pena dela. Kevin raramente estava em 
casa. 
As noites que ele voltava paracasa sozinho não era até as nove ou 
dez. Eu tinha o ouvido parar para falar com Sheila e meu pai apenas 
alguns desses momentos antes de ir para seu quarto. Algumas vezes eu 
tinha descido e sentado na cozinha, esperando que talvez ele quisesse 
fazer um lanche tarde da noite ou beber um copo de água, mas isso 
raramente aconteceu. Uma vez que ele estava em seu quarto, ele ficava 
noite toda. Ou talvez ele me via e voltava mais tarde, quando eu não 
estava sentada lá. 
Havia jantares de família ocasionais, mas eles eram formais. 
Pensando nisso agora, eu percebi tudo sempre tinha sido educado. Isso 
não parecia normal. Eu me perguntava - observando quando Sheila me 
soltou e abraçou seu filho - se Kevin realmente tinha ficado bem com 
um novo pai. Ele sempre parecia bem para mim. 
~ 22 ~ 
Meu pai veio me dar um abraço e então ele e Kevin apertaram as 
mãos. 
Era isso. 
Era como se uma máscara tivesse caído do meu rosto, e eu podia 
ver as coisas de forma diferente. Eu vi um monte de rigidez e distância 
entre Kevin e meu pai, mas então meu pai pegou meu olhar, e tudo isso 
foi embora. Calor brilhava em seus olhos, e minha preocupação se 
esvaiu. 
— Você está bem, abóbora? — ele descansou seu braço em volta 
do meu ombro e me puxou para perto. 
Eu balancei a cabeça, minha cabeça roçando a parte superior de 
seu braço. — Eu estou bem. 
— Pronta para começar a faculdade? 
Sheila pigarreou. — Inferno. Isso é o que é, — ela murmurou, mas 
ela estava tentando segurar o seu sorriso ao mesmo tempo. 
— Sim. — eu assenti. — Estou pronta. 
Kevin estava me observando, e meu corpo formigava. Essa era a 
minha reação normal em torno dele, mas parecia diferente, como tantas 
outras coisas neste dia. Eu dei uma espiada. Ele olhou para mim como 
se eu fosse uma estranha, ou como se ele visse algo novo em mim. 
Fosse o que fosse, bem - eu não sabia como eu me sentia sobre isso, 
mas agora eu tinha um dormitório para me mudar. 
— Você chegou aqui antes e já verificou? — Sheila virou para 
mim, seu braço agora em torno de Kevin. Ele não pareceu se importar e 
se inclinou para ela. 
Eu balancei a cabeça. — Sim. Eu verifiquei tudo. Eu conheci a 
minha conselheira residente e tudo mais. — estava tudo bem para ela 
que eu me mudasse antes da hora. 
— Qual é o nome dela? 
— Avery. Vou apresentá-la quando formos lá para cima. 
— E o sua nova companheira de quarto? Ela já está aqui? 
Quando você vai encontrá-la? 
~ 23 ~ 
— Ela não está. — as aulas começariam na quinta-feira, e o 
registro final era quarta-feira. Hoje era sábado. — Eu tenho alguns dias 
ainda. 
— Oh. — suas sobrancelhas se juntaram. — O que você vai fazer? 
Talvez você devesse voltar por esses dias. 
— Não. — eu balancei a cabeça. — Eu vou tomar meu tempo, 
procurar um emprego no campus ou algo assim. — eu olhei para Kevin. 
Eu vim cedo para passar mais tempo com ele, e como se sentisse meus 
pensamentos, ele desviou o olhar, o pomo de Adão se movendo para 
cima e para baixo. 
Ele saiu do abraço de sua mãe. — Eu realmente preciso ir. — ele 
fez um gesto em direção ao campus atrás dele. — Eu tenho que 
encontrar o meu orientador acadêmico para declarar a minha grande 
este ano. 
— É mesmo? 
Ele acenou para a mãe dele. — Pré-advocacia, mãe. Orgulhosa? 
Ela sorriu, mas olhar empolado, como se ela não tivesse certeza 
de como se sentia. — Pré-advocacia, huh? — ela cutucou ele com o 
quadril. — Meu filho seguindo os passos de seu pai. 
Ele continuou a encará-la. Este tinha sido o único tópico não 
falado desde que nos mudamos para a casa deles: o pai de Kevin, ex-
marido de Sheila. 
Olhando para o meu pai, eu vi a mesma expressão de boca 
fechada e sabia que o Sr. Matthews ainda não ia ser mencionado. 
Um olhar silencioso passou entre Kevin e sua mãe antes dele 
suspirar, quebrando um sorriso de lado. — Na esperança, de qualquer 
maneira. 
— Bem. — ela ergueu o queixo. — Eu estou orgulhosa de você, 
Kevin. 
Ele apertou os lábios, mostrando uma ligeira careta. — Obrigado, 
mãe. — ele olhou para o meu pai. — Foi bom vê-lo novamente, Daniel. 
Meu pai estendeu a mão. — Você também, Kevin. Nós não te 
vemos o suficiente em casa. 
Os dois apertaram as mãos, e eu senti que eu tinha entrado na 
Twilight Zone. As coisas eram tão secas e... apenas estranhas com eles. 
~ 24 ~ 
Eu estava perplexa. Eu realmente achava que estava tudo bem ao longo 
do último ano, que os dois eram próximos como Sheila e eu. 
Kevin balançou seus belos olhos na minha direção, e sua voz 
suavizou. — Vejo você mais tarde, Summer? 
— Uh, sim. Até logo. 
— Vocês dois vão se divertir muito. Vocês dois estão na mesma 
faculdade. Meu filho vai fazer direito. Minha nova filha decidiu sobre 
medicina desportiva. Vocês terão que ir a jantares semanais. — Sheila 
puxou Kevin para um último abraço. — Cuide de sua meia-irmã, ok? 
— Eu vou. Eu prometo. — outro adeus e ele atravessou a calçada, 
colocando suas mãos nos bolsos. 
— Seu quarto fica no sexto andar? — perguntou meu pai. 
Eu balancei a cabeça. Ele trouxe um amigo com eles para ajudar 
a levar as coisas mais pesadas e ele estava de pé atrás de nós, já 
segurando uma caixa. 
— Quarto 614. — eu apontei para o lado do edifício. — Meu 
quarto é no final do corredor. Você provavelmente poderia usar as 
escadas dos fundos para chegar a ela. Vai ser mais fácil. 
— Ok. — ele foi para o SUV para movê-lo mais perto da porta, 
enquanto seu amigo se dirigia para dentro com a caixa. — Nós vamos 
por tudo lá em cima dentro de uma hora, eu tenho certeza. 
— Ótimo. — Sheila juntou as mãos, sorrindo para nós. — 
Devemos começar a descompactar, e então você estará presa com a 
gente por mais um dia. — ela me bateu com o quadril. — Comece a 
pensar agora, Summer. Vamos ir a qualquer lugar que você queira 
comer hoje à noite. Kevin provavelmente estará ocupado com alguma 
garota, mas ele não tem escolha. Eu estarei puxando a placa de mãe 
hoje. Nós vamos ter um último jantar em família. Você escolhe. 
Isso soou bem para mim. Eu tinha o dia todo para me preparar 
para ver Kevin mais uma vez. Eu esperava que ele não fosse trazer a 
atual namorada. 
Mas mais tarde no restaurante que eu tinha escolhido, olhei para 
cima e suspirei quando ele entrou. 
Não muito. 
Ele entrou segurando a mão de Maggie. 
~ 25 ~ 
 
 jantar foi uma merda. Tipo, ruim mesmo. 
Mas eu não estava surpresa. Kevin tinha o hábito 
de trazer a namorada para jantares de família, então por 
que ele iria mudar de repente agora? E isso também me 
disse que algo havia mudado entre ontem à noite e hoje à 
noite. Kevin não parecia se importar em ser pego. 
Eu suspirei, pensando nisso. Não, não. Ontem à noite tinha sido 
sobre ele não ter seu traseiro chutado. Esta noite era sobre não dar a 
mínima. Eu olhei para os dois - de mãos dadas, rindo, corando. Eles 
continuaram se dando aqueles olhares estúpidos de pessoas que 
fizeram sexo, como se o resto de nós fôssemos idiotas e não sabíamos o 
que aqueles longos suspiros significavam. Certo. Kevin + Maggie = eu 
vomitando. 
E sim, eu sabia que era o meu problema por causa dos meus 
sentimentos estúpidos. Mas caramba, quando Kevin dava atenção, 
combinada com a forma como ele olhava, e havia sempre essa 
suavidade em suas palavras - há uma razão pela qual ele pode 
conseguir tantas meninas. 
A única vantagem do jantar foi que Kevin e Maggie ofuscaram a 
polidez reservada entre ele e meu pai. Eu peguei alguns momentos, no 
entanto. Quando Kevin beijou as costas da mão de Maggie e meu pai 
tossiu, puxando a gola de seu pescoço, ou enquanto Sheila jorrava 
sobre o fim de semana da família quando eles vieram no ano passado. 
Nem Kevin nem meu pai disse uma palavra. Eles apenas ficaram lá, 
lábios apertados, nenhuma expressão facial em qualquer um deles. 
De repente eu me perguntava o que diabos mais eu tinha perdido. 
Quando os dois pombinhos foram embora e Sheila perguntou se 
eu queria ficar nomeu dormitório durante a noite ou ir ao beliche com 
eles no quarto de hotel, eu estava me sentindo um pouco mais crua do 
que o normal. O hotel então. E eu passei o dia seguinte com eles, 
O 
~ 26 ~ 
também, fazendo algumas compras se material escolar mais antes que 
eles me largassem para minha primeira noite no meu quarto. Sozinha. 
Eu passei a minha primeira noite oficial na faculdade na internet. 
Quão triste isso foi? 
Então, é claro, tentando me convencer de que eu não estava 
triste, decidi ir para a cama cedo. Porque eu estava sendo responsável. 
Não triste. Responsável. Eu me levantaria cedo. Eu poderia ir para uma 
corrida. Inscrever-me para as aulas... ser a primeiro da fila. Tá vendo? 
Responsável. Eu seria a calouro mais preparada que havia, e eu 
realmente tinha me convencido de que isso seria ótimo quando minha 
orientadora residente entrou zunindo no banheiro. 
Avery literalmente zunia. 
Uma explosão de vento abriu a porta do banheiro, e ela deu um 
passo para frente, a mão empurrando a porta o resto do caminho. Ela 
estava indo tão rápido que eu senti que um vento enquanto ela passava 
toda apressada e batia a porta do box atrás dela. Um segundo depois, 
ela perguntou pela porta, — Você já vai dormir? 
Olhei em volta. Ninguém mais estava aqui. 
— Summer? — ela chamou. 
— Hã? 
— Você está no 614? Você chegou aqui ontem. Você é a menina 
da medicina desportiva, certo? Estou lembrando corretamente? 
Ela estava falando comigo. — Sim. Esta sou eu. 
O lavei as mãos rapidamente. A porta se abriu um momento 
depois e ela me olhou, vindo para lavar as mãos. — Você é Summer, 
certo? — um olhar confuso apareceu. — Espere. Você é Autumn? É 
alguma estação. 
— Não. Summer. Sou Summer. 
— Sim. — ela terminou de lavar as mãos e agarrou toalhas de 
papel. — Seu irmão é Kevin Matthews? 
Rangi os dentes. — Meio-irmão. Sim. 
— Vocês são parentes de sangue? 
— Não. 
~ 27 ~ 
Ela bufou após secar suas mãos, em seguida, amassou o papel 
toalha em uma bola. — Pergunto-me se Maggie sabe disso. 
Eu falei baixo. — Você conhece Maggie? 
Ela jogou a bola amassada no lixo, abrindo a porta e segurando-a 
com o pé. — Sim. 
Me afastei da pia. Ela abriu a porta para mim e saiu para o 
corredor. Nós fomos juntas, indo para os nossos quartos. 
— O ‘grande amor’ de Kevin Matthews. — seus dedos formaram 
aspas, e ela sorriu. — Eu amo Maggie. Nós ficamos no mesmo quarto 
ano passado, e há todo um grupo de amigas desde o ensino médio. No 
entanto, sem ofensa para o seu meio-irmão, mas ela é delirante. 
— O que você quer dizer? 
Avery abriu a boca, depois parou no meio do degrau e no meio de 
um discurso. Com a cabeça inclinada para o lado, ela pareceu perceber 
o que ela estava prestes a dizer. Ela sorriu tristemente para mim. 
— Desculpa. Eu provavelmente não deveria dizer nada. Eu não 
estou sendo uma boa amiga. — ela acenou com a mão. — Esqueça que 
eu disse qualquer coisa. 
Balancei minha cabeça em um rápido movimento para cima e 
para baixo. — Disse o quê? 
Ela riu. — Obrigada. 
O quarto dela era mais perto, então ela parou do lado de fora. Eu 
podia ouvir a música estridente lá dentro, e ela olhou para a porta por 
um momento, enrugando a testa. — Sabe, — ela mordeu o lábio 
inferior. — você quer vir? 
Eu arregalei meus olhos. — Você e Maggie? 
— O quê? — compreensão apareceu. — Não. — ela riu 
novamente. — Desculpa. Não, não. Maggie provavelmente está com seu 
meio-irmão ou- — ela se parou novamente. — Alguns amigos e eu 
estamos indo para uma festa. Este é um grupo totalmente diferente. 
Maggie não vai estar lá. 
— Oh. — agora eu mastigava meu lábio. O que fazer? Ser 
patética, ou... festejar? — Estou dentro. 
~ 28 ~ 
— Ótimo. — ela se endireitou, seus ombros rolando para trás. — 
Ok. — ela puxou o telefone da parte de trás de sua calça jeans e rolou 
através dele. — Ok, sim. Vamos nos encontrar no quarto da minha 
amiga em vinte minutos, então dá pra voltar pra cá em dez minutos? O 
quarto da minha amiga é do outro lado do campus e... — ela pausou 
por um momento, seu peito levantando e descendo. — Uh, nós vamos 
beber. Eu não deveria convidá-la, mas você está aqui, e você parece 
legal, e estamos na faculdade. — eu balancei a cabeça. — Nem mais 
uma palavra. Kevin é um grande festeiro. Eu não tenho problemas com 
isso. 
— Ok. — ela me deu um sorriso aliviado, os ombros se soltando. 
— Ok. Sim. Vou lá me deixar mais linda, e vamos sair em dez. 
— Beleza. Já volto. 
Eu não sabia que tipo de festa era para que saber o que usar, 
mas eu decidi assumi que essa seria algo normal: Barris. Beijação. E 
mais barris. Certo. Então isso significava jeans, blusa preta e sandálias. 
Quando cheguei ao quarto de Avery, eu podia ver que eu tinha me 
vestido direito. A única diferença entre seu equipamento e o meu era 
um sutiã preto debaixo de seu top quase translúcido. Ele era branco, 
mas tão fino que eu podia ver seu umbigo claramente. Ela puxou o 
cabelo em duas tranças colaterais. Com brincos de argola e seus 
apertados jeans desbotados, ela parecia decente e pronta para a festa. 
Quando a conheci ontem de manhã, eu nunca teria suspeitado 
que ela era de sair para se divertir, ainda mais comigo, vestida assim. 
Em seu papel oficial como CR, ela usava shorts cáqui e uma camiseta 
vermelha de gola, seu cabelo loiro penteado e solto, descansando além 
de suas omoplatas. Vendo-a de sombra azul e batom vermelho, percebi 
que ela deveria estar usando um tom natural de maquiagem quando eu 
a conheci, ou até mesmo nada. Lembrei-me de como ela ficou de pé, 
segurando uma prancheta, quando ela conheceu meus pais. Sua 
cabeça tinha estado abaixada, os ombros um pouco caídos. Ela parecia 
recatada, e realmente doce. 
Agora ela me deu um sorriso com dentes brancos ofuscantes. — 
Dois minutos! 
Digitando em seu laptop, ela fez uma pausa, em seguida, desligou 
quando saiu, as chaves na mão. 
Dei um passo para trás quando ela veio para o corredor, e ela 
trancou a porta. Em seguida, ela me olhou de cima a baixo. Ela 
~ 29 ~ 
assentiu com a cabeça, um olhar de aprovação no rosto. — Está bonita, 
pequena Matthews. 
Eu fiz uma careta. — É Stoltz. 
— Oh. — ela assentiu com a cabeça. — Desculpa. Entendi. 
Avery deveria se encaixar com as garotas populares na minha 
escola, então eu não fiquei surpresa ao descobrir que ela conhecia 
Kevin. Ela era bonita, mas não era só fisicamente. Ela era confiante e 
sexy também. Eu poderia ter sentido ciúmes dela, e isso significava que 
todas nós teríamos odiado ela por causa de uma. Mas isso era diferente 
agora, no entanto. Avery parecia descontraída, e isso me fez sentir 
confortável com ela. Eu não estava sendo julgada como meia-irmã de 
Kevin. Na verdade, parecia o contrário. Eu quase me senti como se 
Avery não se importasse com Kevin, e por alguma razão, eu gostava 
dela ainda mais. 
À medida que caminhamos pelo campus, Avery tinha um jeito de 
me fazer perguntas, mas também de falar de um jeito que eu nunca 
tinha sentido como parte do local. Eu podia ver por que ela era uma 
conselheira residente, exceto que eu tinha certeza de CRs não deviam 
festejar ou beber com os alunos. Mesmo assim, Avery era legal com as 
pessoas. Passamos por diferentes grupos ao longo do caminho, e quase 
todos os lugares alguém conhecia Avery - não só a conhecia, mas 
gostava dela. Eles acenavam, diziam olá, ou jogavam uma piada para 
ela. 
Ela sempre devolvia. Se fosse um insulto rápido e provocante, ela 
dava um sorriso e mandava um de volta. Se fosse tão simples como um 
aceno de mão, ela fazia o mesmo. Era muito equilibrada. 
Isso me fez relaxar ainda mais, e quando chegamos ao quarto da 
amiga dela, eu não estava preocupada. Eu teria esperado ter meu 
estômago amarrado em nós, mas não com Avery. Independentemente 
do que aconteceria, eu sabia que estaria bem. Eu não iria ficar de fora, 
ou deixada para trás, ou seria destacada como um pária social.No 
passado, estar em torno de meninas como Avery e suas amigas sempre 
me fez sentir essas coisas. 
Quando ela me apresentou, suas amigas pareciam ser muito 
parecidas com ela. Havia seis delas, e eu não ouvi todos os nomes 
durante as apresentações. Tivemos que esperar por mais uma menina, 
e enquanto isso, elas prepararam suas bebidas. Vinho, rum, 
refrigerante, vodka - tudo isso foi vertido em garrafas de água. Cada 
~ 30 ~ 
menina tinha uma mochila, e elas rechearam os recipientes lá dentro, 
às vezes dois deles. Elas me ofereceram um, eu peguei. 
Eu tinha bebido antes. O ato de beber ou ficar bêbada não era um 
grande negócio para mim - era com quem eu bebia. Em um grupo de 
estranhos, eu não teria tomado nada, mas eu confiava em Avery. Ela 
perguntou se eu queria esconder um em sua bolsa, e eu assenti. 
Nós tínhamos acabado de terminar quando o último do grupo 
chegou, e todo o processo de preparar o álcool começou novamente. A 
última garota levou três garrafas. 
— Quando vamos para uma grande festa, fazemos nossa própria 
bebida, — Avery me disse. — Podemos conhecer os caras que vivem na 
casa, mas nem sempre conhecemos todos. Temos ouvido muitas 
histórias, e nenhuma de nós quer ser drogada ou estuprada. É por isso 
que nós parecemos como alcoólatras. 
Eu balancei a cabeça. Isso fazia sentido. Essas meninas eram 
inteligentes. 
Outra menina entrou na conversa. — E nós nos movemos em um 
sistema de camaradagem. Não é óbvio nas festas, mas nenhuma de nós 
está sempre sozinha a menos que expliquemos umas as outras que 
queremos ficar sozinhas uma noite. 
— Uma noite? — eu repeti. 
— Sexo casual. — a garota diferente encolheu os ombros. — 
Acontece. Não há julgamento aqui. 
— A menos que alguém tenha um namorado. — a terceira menina 
cutucou a que tinha explicado. — Certo, Shell? 
Shell revirou os olhos. — Eu ainda não me arrependo de uma 
noite com Caden Banks. 
Fiz uma pausa. — Espere. O quê? 
A menina que tinha cutucado Shell riu e olhou por cima do 
ombro para mim. Seus olhos brilharam. — Caden Banks. Ele é um dos 
caras em uma fraternidade por aqui. Se você encontrá-lo, confie em 
mim, você vai saber. 
Eu tinha certeza que sim. 
Avery olhou de soslaio para mim. — Ela pode já tê-lo encontrado. 
Kevin Matthews é o meio-irmão dela. 
~ 31 ~ 
Eu não estava preparada para o efeito que essas palavras tiveram. 
Todo mundo parou e se virou. De repente eu me vi no centro das 
atenções quando cada uma das sete meninas me deu um olhar 
diferente - surpresa, cautela, intriga, nervosismo. Todo mundo ficou em 
silêncio por um momento até Avery rir alto, forçando o som um pouco. 
Com a mão empoleirada em seu quadril, ela ergueu o queixo. — O 
quê? Não a odeio por causa do que seu meio-irmão fez. 
Espere. O quê? Fixei Avery com um olhar e levantei uma 
sobrancelha. — O que você não me contou? 
Uma das meninas deu um passo adiante. — Seu irmão é um 
idiota. 
— Claudia, — Avery repreendeu. 
Eu segurei minha língua. Eu realmente não podia discutir com 
ela, mas eu disse: — Meio irmão. 
Shell soltou um suspiro. — Enquanto a gente namorava no ano 
passado ele dormiu com duas das minhas melhores amigas. — ela fez 
uma pausa antes de acrescentar: — No mesmo fim de semana. 
— Somos um grupo contra Kevin Matthews. Nenhuma dessas 
meninas são nossas amigas mais. — Claudia olhou para Avery. — Bem, 
o resto de nós. Elas não são amigas da gente. 
Avery se mexeu em seus pés, deixando escapar um pequeno 
suspiro. Ela cruzou os braços sobre o peito. — Uma daqueles que 
dessas é Maggie. — ela disse, — e eu fui para a escola com Maggie. Há 
todo um grupo de nós que ainda são amigas. Eu não posso 
simplesmente deixá-las. 
Shell disse, — Nós sabemos. Nós conversamos sobre isso, mas 
você sabe como nos sentimos sobre ele e Maggie. — Claudia olhou de 
cima a baixo. — E se você acha que trazer a meia-irmã dele pra perto de 
nós vai nos fazer amolecer, pense novamente, Av. 
— Eu não estou fazendo isso, — ela protestou. — Eu não a trouxe 
por causa disso. Eu não sou fã de Kevin, mas ela é legal. É por isso que 
eu a trouxe. 
Senti meu corpo corar. Avery tinha me levado por sentiu pena de 
mim. Eu sabia, e ela sabia disso, mas ela não lhes disse isso. Eu tinha 
~ 32 ~ 
estado sozinha naquele banheiro parecendo patética. Ela tinha me 
convidado para sair porque ela era legal. 
— Olha. — eu dei a elas um sorriso apertado. — Eu estou sob 
nenhuma ilusão sobre Kevin. — mentirosa. — Ele é meu meio-irmão, 
então ele é da família, mas confie em mim, eu estou bem ciente da sua 
história com as mulheres. 
E você precisa se lembrar disso. Uma e outra vez. E, de novo, me 
censurei enquanto esperava a hostilidade baixar. Quando o fez, eu 
sabia que tinha dito as coisas certas. 
Agora eu só precisava ouvi-las eu mesma. 
 
~ 33 ~ 
 
 festa era enorme, e nós tivemos que caminhar três longos 
blocos do campus para chegar lá. Quando chegamos na 
calçada, um cara abriu a porta da frente. Eu passei por 
debaixo do braço dele e voilà - eu estava dentro da minha primeira festa 
da faculdade. Com a música estridente de hip-hop e meninas de 
biquínis correndo, eu senti como se tivesse entrado no vídeo da música. 
Eu podia praticamente ver o champanhe sendo derramado em um 
movimento e meninas lambendo umas as outras, curvando-se uma 
Lamborghini. Mas não havia maços de dinheiro esperando por mim lá 
dentro; Avery e suas amigas sim. 
Uma risada profunda soou atrás da minha orelha, e um braço 
apareceu, estendendo uma bandeja de copos de plástico vermelhas. — 
Apenas a melhor cerveja para minhas damas. 
Avery tinha dito que não confiava em bebida oferecida nessas 
festas, e eu enrijeci, olhando para ela primeiro. 
Ela revirou os olhos. — Não aceite. Você sabe que trouxemos a 
nossa. 
Como se tivessem ensaiado, as meninas levantaram as garrafas 
que tinham estado bebendo durante a caminhada. A bandeja foi 
levantada por cima do ombro, e eu me afastei. Esse braço era 
seriamente grande. Eu precisava ver quem era esse cara. 
Meus olhos encontraram seu peito... então se arrastaram para 
cima. Se algum dia eu encontrasse um fisiculturista em pessoa, eu 
sabia que este era o cara. Ele tinha músculos em sua garganta, pulsos, 
em todos os lugares - incluindo lugares que eu não queria pensar. 
Ele sorriu enquanto esfregava a mandíbula. — Oh, qual é. Você 
sabe que esta casa é diferente. Somos livres de estupro e drogas. 
Avery bufou. — Sem ofensa, Dave, mas você sabe como nós 
somos. 
A 
~ 34 ~ 
— Sim, sim. — ele acenou. — Entendi. — ele apontou por cima do 
ombro. — Posso oferecer um concurso de camiseta molhada? Nós 
vamos começar na parte de trás. Dez minutos. — ele assobiou, nos 
avaliando. — Eu acho que todas tem uma chance de ganhar. 
— Você diz isso para todas as garotas. — Claudia revirou os 
olhos. 
Dave piscou para ela. — Você não pode jogar aquela noite na 
minha cara para sempre. 
Ela se virou. — Pode apostar que eu posso. — então ela 
desapareceu, indo para a festa. A segunda garota foi com ela, e eu me 
lembrei do sistema de camaradagem que tinham. Eu tinha uma amiga? 
Avery deve ter lido minha mente, porque ela disse, — Você está 
comigo. 
Uma das outras meninas acrescentou, — Ela te trouxe. Ela está 
comandando você. 
Eu deslizei um olhar para Avery. — Desculpe. — a sensação de 
estar sendo trolada como uma caloura tomou conta de mim. Estranho. 
— Só não conte a ninguém quem seu irmão é. 
— Meio-irmão. 
— Meio-irmão. — Avery corrigiu. — Será que realmente importa 
tanto assim? 
Dave tinha ido, então ele estava de pé atrás de nós, e ele se 
inclinou para frente, enfiando a cabeça entre nós. — Quem é seu meio-
irmão? — ele olhou para ela e para mim e vice-versa. 
Avery colocou a mão na testa e empurrou-o de volta. — Ninguém, 
e onde está Marcus? 
Eu endureci com o nome. Não é o Marcus que conheci... 
Dave franziu a testa. — Por que você quer saber onde ele está?Ele está com Maggie. 
Eu não acho que ele estava se referindo a localização física do 
cara. 
— Você quer dizer que Maggie está aqui? — Avery segurava um 
aviso em seu tom. 
~ 35 ~ 
— Uh. — Dave ficou imóvel. — Quero dizer, eles estão 
namorando. Acho que ele disse algo sobre ela estudando com amigos 
esta noite. 
As sobrancelhas de Avery se juntaram e ela se virou para ele 
diretamente. Eu estava com medo de me mover. Olhei a partir do canto 
do meu olho e vi que as outras meninas tinham tido a mesma resposta. 
Todos os olhos estavam grudados em Avery. 
Suas sobrancelhas estavam levantadas. 
Dave pareceu perceber que ele disse algo estúpido. Seus olhos se 
arregalaram, e sua boca formou um pequeno O, como em Oh, merda. 
Ele deu um passo para trás. Em seguida, ele coçou atrás da orelha, 
fazendo com que parecesse casual, — Uh... eu quero dizer... — ele 
expulsou uma lufada de ar. — Porra. 
Avery falou secamente, — Eu estou ciente de que ele está com 
Maggie. Esta é a casa dele. Estou assumindo que ele está aqui, mas eu 
quero evitá-lo. É por isso que estou perguntando. 
Dave balançou a cabeça para cima e para baixo. — Entendi. Você 
está certa. E ele está lá fora na parte de trás. 
— Maggie está aqui? 
Ele fechou a boca e balançou a cabeça. 
— Isso é tudo que eu preciso saber. — Avery deu a ele um sorriso. 
— Ok. Espero que todos tenham uma grande noite, e... — ele 
recuou mais um passo, agarrando a bandeja de bebidas. — Até mais, — 
ele foi engolido por uma multidão de pessoas. 
— O que foi isso? — perguntei. 
Avery deu de ombros. — Ele deve ter achado que eu dou a 
mínima. — ela agarrou a minha mão em um aperto forte, então soltou e 
balançou a mão para que fosse mais suave. — Vamos. Precisamos 
dançar e voltar a beber. 
Foi exatamente o que fizemos. 
Avery abriu o caminho, tecendo para dentro e ao redor de tantas 
pessoas. Assim como no campus, os que a reconheceu gritaram um olá. 
Alguns envolveram seus braços em torno dela, dando grandes abraços 
embriagados e como antes, ela retornou e continuou o seu caminho. 
~ 36 ~ 
Levou-nos cerca de vinte minutos para encontrar gente dançando no 
porão. 
Eles estavam em um canto na parte de trás, e logo um cara 
puxou Avery para a pista de dança. Observando-a ir, eu me inclinei 
para uma das outras e gritei por cima da música: — É sempre assim? 
Ela assentiu com a cabeça. — É sempre assim se você for amiga 
de Av. Ela é querida por todos. — seus olhos se deslocaram para cima e 
acrescentou, — Bem, quase todos. 
Eu queria fazer mais perguntas. Eu queria saber tudo, mas 
quando ela se virou e começou a conversar com sua amiga, eu tive a 
sensação de que nenhuma delas queria me dar o resumo. O genograma 
teria que esperar. 
Eu retirei a minha garrafa de água cheia de rum e suco de laranja 
e recostei-me para desfrutar do resto da noite, que foi preenchida com 
muitas risadas, muita bebida e muita dança. Avery finalmente puxou o 
resto de nós na pista com ela. Shell e Claudia se juntaram a nós 
novamente, e um par das meninas trouxeram rapazes. As que não 
trouxeram foram recusando os meninos. 
Avery se inclinou quando estávamos em uma mesa mais tarde. — 
Elas têm namorados! — ela anunciou sobre a música. 
— Isso faz sentido, — eu gritei de volta. 
Ela franziu a testa ligeiramente. — Você tem um namorado? Eu 
não perguntei antes. 
Eu balancei minha cabeça. — Não. Sem namorado. 
— O quê? — sua cabeça se inclinou para me ouvir melhor. 
Eu balancei minha novamente. — Nada. Não! Eu não tenho. 
— Oh. — ela me deu um sinal de polegar para cima. — Nem eu. 
Isso é melhor! Ser solteira é muito mais divertido. 
Sim, era, é só que eu pensei que teria um namorado agora. Ela 
não sabia que eu estava esperando por um. Mas não era tão simples. 
Não era apenas querer um namorado. Eu não era esse tipo de garota. 
Eu tinha saído com um par de outros caras, mas eu não tinha sentido 
por eles o que eu sentia por Kevin, ou pensado que sentia. As coisas 
estavam ficando nubladas sobre isso, mas este era suposto ter sido o 
nosso tempo. 
~ 37 ~ 
— Ok. — Avery se levantou da mesa. — Eu estou com calor e 
suada, e a música lenta está matando a minha alegria. 
Shell se inclinou para frente, apoiando o cotovelo na mesa, e 
olhou para Avery com olhos bêbados e cansados. — Onde está Marcus? 
Claudia saiu da pista de dança e se sentou na cadeira ao lado de 
Shell. Ela fez uma careta, puxando os fios de cabelo que tinham colado 
ao seu rosto e pescoço com suor. — O que está acontecendo? — ela 
tinha o olhar semelhante a sua amiga, mas ela parecia um pouco mais 
alerta. 
Avery respondeu, — Eu estou pronta para ir para fora. 
— Marcus está lá fora. 
Nada de lá fora. Nada de Marcus. Eu silenciosamente desejei que 
as meninas bolassem outro plano. Eu deveria ter ido embora logo que 
eu descobri de quem a casa era. Esse era um território de Marcus. Se 
ele se lembrasse de mim da outra noite, eu tinha certeza que ele não 
iria me querer aqui. 
Eu me levantei. — Sabe, eu tenho mais dança em mim. Eles vão 
mudar a música em breve, tenho certeza. 
Shell bufou. — Duvido. Uma vez que o material lento começa, eles 
continuam. É assim que eles fazem as pessoas irem. Os barris devem 
estar vazios. 
— Não me importa o que fazemos, exceto por Marcus, — Avery 
anunciou. — Onde quer que ele esteja, não devemos estar. 
Eu concordei, bombeando minha cabeça para cima e para baixo. 
Eu concordava muito. 
Avery revirou os olhos quando suas mãos encontraram seus 
quadris. — Mas eu ainda quero ir lá fora. — ela enviou um sopro de ar 
para fora, soprando uma mecha de cabelo de sua testa. — Vamos lá 
pessoal. Nós podemos fazer isso. Eu posso fazer isso. 
Shell disse, — Você está bêbada. Não é uma boa ideia. 
As sobrancelhas de Avery subiram, e sua cabeça inclinou para o 
lado. — Com licença? 
— Marcus ainda está lá fora. Você está bêbada. Não vai pegar 
bem para você. Nós todas sabemos que você fala primeiro e pensa 
depois quando você está assim. 
~ 38 ~ 
— Eu posso lidar com Marcus. 
— Não, você não pode. — Claudia se juntou. — Não quando você 
bebeu. 
Quanto mais elas falavam, mais intrigada eu ficava. E mais 
ansiosa eu me sentia também. Avery e Marcus? Ele estava proclamando 
seu amor por Maggie duas noites atrás. 
— Eu disse a vocês, eu posso lidar com isso, e eu vou. — com 
isso, Avery se virou e empurrou através da multidão, dirigindo-se para 
as escadas. 
— Porra. 
Eu não tinha certeza de quem disse isso, mas Shell e Claudia 
ficaram de pé e correram atrás dela. Outra menina que tinha estado 
dançando percebeu. Ela se afastou dos braços do seu parceiro e 
agarrou sua amiga, puxando-a para trás. Eu fui a última a ir, porque 
eu estava um pouco mais bêbada do que eu achava. Eu parei, mas a 
pista de dança girou comigo. Eu tive que esperar até que os casais se 
endireitassem, e uma vez que eles fizeram, eu saí também. As meninas 
estavam muito longe quando eu cheguei lá em cima. 
Peguei um cara passando. — Quintal? — perguntei. 
Ele apontou mais à frente. 
Eu cheguei na parte traseira da casa para encontrar Avery e as 
meninas amontoadas em um canto do lado de fora, de costas para o 
resto do quintal. Elas não paravam de olhar por cima do ombro em 
direção a uma fogueira no outro lado. Um grupo de pessoas estava lá, 
mas eu poderia dizer em quem todas estavam focadas: Marcus e Idiota. 
Ambos estavam sentados em cadeiras no gramado, com as pernas 
esparramadas e cervejas na mão. No início, eles pareciam estar apenas 
relaxando, refrescando-se, não prestando atenção a qualquer coisa, 
mas Caden estava olhando para as meninas. Então Marcus. Ele parecia 
um pouco tenso, mas Caden... eu fiz uma careta, estudando-o um 
pouco mais. Eu não vi a irritação e raiva de duas noites atrás. Na 
verdade, ele parecia estar se divertindo, e quando seus olhos correram 
de Avery até seu irmão, eu tive a sensação de que ele estava gostando 
de ver seuirmão contorcer. 
Isso me irritou por algum motivo. 
Abri a porta um pouco mais forte do que o necessário. O 
pensamento do Idiota se divertindo às custas de seu irmão não desceu 
~ 39 ~ 
bem pra mim. Eu saí e desci as escadas. Juntando-me ao grupo de 
Avery, eu virei de frente para enfrentar Caden e seu irmão. Eu achei 
que eles me viram, mas também não mostraram reação. Quer dizer, eu 
não tinha certeza se eles viram. Estava escuro. Eu estava do outro lado 
do quintal e um pouco bêbada. 
— O que você está fazendo? — Avery assobiou para mim. 
Eu estava ao lado dela, mas enfrentei os caras enquanto ela 
enfrentava suas amigas. 
Cruzei os braços sobre o peito. — Eu não estou fingindo, é isso 
que estou fazendo. — eu estava quase gritando. 
— O quê? — ela me mandou um olhar horrorizado. — Por que 
você está agindo assim? 
Eu não sabia, mas tinha que haver uma razão... eu acho. 
Marcus inclinou para frente. A diversão de Caden era evidente, e 
agora ele se concentrou em mim. Completamente. Eu levantei meu 
queixo, desafiando-o. 
Ele sorriu, levantando a cerveja. 
— Pare, Summer. Eu não quero que Marcus venha até aqui. 
Eu fiz uma careta, quebrando qualquer tipo de olhar que eu tinha 
trocado com o idiota, e olhei para ela. — O quê? Achei que você queria. 
— Não. — mas era tarde demais. Marcus tinha deixado sua 
cadeira. 
Avery gemeu, virando-se. — Ah, não. Ele está vindo para cá. 
As outras meninas se aproximaram. — O que você fez? — alguém 
perguntou. 
Eles não estavam falando de Avery. Todas estavam olhando para 
mim. 
— Oh. — oops. 
— Você veio resolver as coisas? 
A pergunta veio atrás de nós, e eu me virei para frente de novo, 
mas eu já sabia quem era. Marcus. Ele estava ali, segurando sua 
cerveja na frente dele, um sorriso quase preguiçoso adornando seu 
rosto. Seus olhos continuavam contornando de mim para Avery, mas 
~ 40 ~ 
quando ela ficou de frente para ele também, eu percebi que sua 
pergunta tinha sido dirigida a mim. 
Eu me empurrei na posição vertical. — O quê? 
Marcus estreitou os olhos. Ele me olhou de cima abaixo antes de 
levantar a cerveja novamente. — Minha namorada. Seu irmão. Eu 
assumi que você veio aqui para confessar sobre o que você realmente 
viu. 
Era tão desconfortável. Eu quis me contorcer. Eu podia sentir a 
atenção de Avery e suas amigas. — Uh, eu quero dizer, por que eu faria 
isso? 
Ele arqueou uma sobrancelha. — Esta é a minha casa. Minha 
festa. E aqui estão vocês. — ele tomou outro gole. — É por isso que você 
está aqui, não é? 
Avery limpou a garganta, os braços dobrados para espelhar a 
minha posição. — Ela veio comigo. 
Marcus apenas a olhou, mas sua diversão era agora evidente, 
assim como seu irmão. 
— Ela mora no mesmo andar que eu, — acrescentou ela, 
mexendo em seus pés. 
— No andar onde você é uma consultora? 
— Sim. 
Seus olhos caíram sobre sua garrafa de água. — Já dando um 
bom exemplo, né Av? 
Ela corou. — Como se você pudesse dizer qualquer coisa. 
Ele apontou pra mim com sua cerveja. — Você sabe quem é o 
irmão dela, não é? 
Eu corrigi, — Meio-irmão, — mas isso não importava. 
Avery revirou os olhos. — Mais uma vez, como se você pudesse 
dizer qualquer coisa. 
Isso trouxe uma reação. Marcus tinha estado todo descontraído, 
um pouco arrogante, mas agora qualquer traço de humor desapareceu. 
Um flash de raiva acendeu em seus olhos. — Nós costumávamos ser 
amigos, Av. 
~ 41 ~ 
Ela bufou. — Certo. Porque amigos fodem. 
Os olhos dele escureceram. Fumaça poderia ter saído de suas 
órbitas. Eu estava ficando aquecida apenas observando os dois. 
— Ok. — Shell entrou no meio, um brilho de desaprovação em 
seus olhos. — Vamos separar os dois antes de uma briga comece. — ela 
pegou o braço de Avery. — Marcus, foi uma linda festa. Obrigada por 
nos deixar vir aqui, dançar e ficar bêbadas, mas é hora de darmos o 
fora. 
Marcus disse alguma coisa, mas eu comecei a não escutar. Avery 
ia de boa vontade com Shell. Não haveria briga. 
Meus olhos seguiram Marcus. Eu não tinha a intenção de 
procurar Caden. Eu nem sequer gostava dele. Eu tinha o nomeado de 
Idiota por uma razão. Mas de alguma forma, eu estava consciente dele o 
tempo todo. Ele era como um erro, sempre se movimentado na borda, 
incomodando a minha concentração. Eu meio que esperava que ele 
intervisse, assumisse a situação, e puxasse seu irmão de volta como ele 
tinha feito na casa de fraternidade. Ele não tinha feito nada disso. Ele 
nem sequer tinha se movido da sua cadeira no gramado. Ele agora 
estava com outro grupo de pessoas, como se ele fosse parte de sua 
conversa, mas ele não era. A garrafa de cerveja se foi, e seus braços 
estavam cruzados sobre o peito. Uma menina até mesmo colocou a mão 
em seu braço, mas ele não estava prestando atenção. 
Ele estava me observando. 
Nossos olhos se encontraram e ficaram lá, e eu fiz uma careta. 
Não houve hostilidade, não como a outra noite, apenas uma leve 
centelha de diversão - como se ele estivesse me achando engraçada, ou 
a situação engraçada. Olhei atrás de mim, mas não havia nada cômico 
lá. Espere - eu comecei a olhar para ele, mas virei novamente. 
Não havia nada atrás de mim mesmo. As meninas tinham 
desaparecido. 
Merda. 
Eu não tinha ideia de como voltar para o dormitório. Comecei a 
voltar para frente da casa. As meninas não estavam lá. Elas não 
estavam na sala de estar, cozinha ou banheiro. Elas não estavam no 
andar de cima ou de baixo. Voltei para o quintal para uma última 
tentativa fútil, e novamente, nada. 
~ 42 ~ 
Então eu senti. 
Ele parou ao meu lado, as mãos nos bolsos, e olhou com aqueles 
olhos que podiam ver através de mim. — Foram embora enquanto você 
estava olhando para mim. 
— Eu não estava te olhando. — eu não acho que estava, de 
qualquer maneira. Uma dor de cabeça se formava por trás da minha 
testa. Eu levantei a mão para esfregar na minha cabeça. 
Um lado de sua boca se curvou para cima. — Você estava, mas 
isso é bom. — sua sobrancelha levantou. — Você precisa de uma 
carona de volta? 
Suspirei. — Nós tínhamos um sistema de camaradagem. 
O outro lado de sua boca se elevou, e a nítida sensação de que ele 
estava rindo de mim tomou conta de mim novamente. 
— Vamos. — ele fez um gesto em direção à rua. — Eu tomei só 
uma cerveja. Eu posso dirigir, e eu estou indo embora de qualquer 
maneira. Confia em mim o suficiente para um passeio? 
Prendi a respiração. Ele estava rindo de mim antes, agora ele 
estava zombando de mim? Eu pesei minhas opções. Eu poderia chamar 
um táxi e esperar que o motorista soubesse onde meu dormitório era, 
ou caminhar e tentar encontrar eu mesma. Uma terceira opção era ligar 
para Kevin. Uma parte de mim queria fazer isso, e cheguei até o meu 
telefone. E se ele não atendesse? Eu deixei meu telefone pra lá. Eu não 
queria testar essa teoria. 
Minha última opção estava na minha frente. 
Eu balancei a cabeça. — Depois de você. 
 
~ 43 ~ 
 
aden/Idiota dirigia um Land Rover. 
Eu não sei o que eu esperava, mas não era isso. 
E era limpo. Fiz uma pausa depois que eu abri a 
porta e só podia ficar lá. Era impecavelmente limpo. 
Ele já tinha entrado. — Por favor, não me diga que o couro 
ofende. 
— É tão limpo. 
— E daí? 
Eu não tinha ideia do que deu em mim, mas eu soltei um ‘Ta-
daa!’ e meus braços levantaram como se as portas do céu tivessem sido 
abertas. Um coro completo e orquestra tocaram na minha voz. — 
Contemple a glória! — então eu baixei meus braços e fui recebida com 
silêncio. 
Ele inclinou a cabeça. — Quanto você bebeu? 
Sim, talvez tenha sido a bebida. Encolhendo os ombros, eu entrei. 
— Desculpa. Só estou surpresa, — eu expliquei quando ele se afastou 
do meio-fio. — O carro de Kevin é sempre uma bagunça. O piso do 
banco da frente, onde os meus pés deveriam estar é sua lata de lixo 
pessoal. Ele joga tudo lá. Eu sempre tenho que mover um monte de lixo 
de lado para que eu possa entrar. 
— Ele nãolimpa para você? 
Dei de ombros novamente. — Ele limpa para os encontros dele. 
— Nem mesmo para a mãe dele? 
— Se eles vão a qualquer lugar juntos, eles vão no carro dela. 
Não. Apenas seus encontros. — eu estava divagando. Sentei-me em 
minhas mãos. 
Ele percebeu. — O que você está fazendo? 
C 
~ 44 ~ 
— Eu faço isso quando eu sinto que estou dizendo coisas que não 
deveria, e eu só estou fazendo isso porque eu estou nervosa. — eu 
pisquei algumas vezes para ele. — Você me deixa nervosa. Apesar de 
que é melhor do que estar furiosa. 
— Eu te enfureço? 
Eu balancei a cabeça, então pensei sobre isso, e minha cabeça 
balançou para baixo quando o meu ombro empurrou para cima. — 
Antes sim, mas eu não sei por que. Eu acho que é apenas você. Eu te 
chamo de Idiota na minha cabeça. 
— Você o quê? — paramos em um semáforo, e ele virou 
totalmente para mim. — Eu não fiz nada para você. 
Eu me irritei, lembrando-me da primeira vez que nos 
encontramos. Eu ecoei as palavras da minha memória, — ‘Algo de 
errado com você?’ Essa não é a melhor coisa a dizer para uma garota. 
Especialmente uma que teve que ouvir- — eu fechei a boca. 
Oh meu Deus. Eu tinha quase dado com a língua nos dentes para 
ele. 
— Quero dizer... — eu não tinha nada para cobrir isso. Era 
realmente a bebida falando. Eu não poderia nem mesmo tentar um 
redirecionamento, então eu apenas me sentei em derrota humilhante. 
O sinal ficou verde, e começamos a andar novamente. Ele lançou 
um olhar de lado em minha direção. — Você quer dizer que não foi uma 
coisa agradável de se dizer a uma menina cujo coração estava 
quebrado? Será que eu entendi isso direito? 
— Não, — sim. Com certeza. 
Ele resmungou, tomando outra rua, e eu vi o topo do meu 
dormitório se aproximando. 
— É o que eu achei, — disse ele. 
Ele sabia que eu estava mentindo. Ele sabia muito mais do que a 
mentirinha que eu tinha acabado de dizer. E eu não podia fazer nada. 
Pânico subiu em mim enquanto eu imaginava quão bravo Kevin ficaria. 
Eu tinha acobertado para ele. Ele estava contando comigo, e eu acabei 
de falar com o cara que parecia ser um de seus inimigos, ou rivais, ou 
algo assim. Ou o irmão de um de seus rivais/inimigos/qualquer coisa. 
Kevin sempre tinha. 
~ 45 ~ 
Mesmo que os caras que queriam socar meu meio-irmão no 
passado eram geralmente namorados de outras escolas. Kevin deve ter 
tido algum senso de autopreservação, porque ele evitou as meninas com 
namorados enormes na nossa escola. E agora que eu estava pensando 
sobre isso, ele sempre tinha a certeza de ter amigos maiores do que ele. 
Tinha havido alguns inícios de briga, mas uma vez que seus amigos 
tinham aparecido, a luta de repente diminuía. O cara desistia ou Kevin 
fugia. 
— Huh. 
— Huh que? — perguntou o imbecil. 
— O quê? — eu olhei e vi que ele estava me observando 
novamente. 
Então eu vi o resto. Estávamos no meu dormitório. Ele tinha 
estacionado bem na frente da entrada principal. 
— Deixa pra lá. Obrigada para o passeio. — eu agarrei o cinto de 
segurança, mas ele pegou minha mão, me parando. 
— Espere um minuto. 
Bom Deus. Engoli seco. O toque de sua mão enviou arrepios 
através de mim. A tatuagem de cobra estava ali, tão perto de mim. Eu 
me afastei rapidamente. O que foi isso? Mas então ele estava falando e 
eu tentei me concentrar. Todas as outras sensações e emoções que ele 
tinha desencadeado devem ser sumido. Sumido. Para muito, muito 
longe. 
— O quê? — perguntei. 
Ele balançou a cabeça, tensão aparecendo em seu rosto. Ele 
ergueu as mãos, como se estivesse se rendendo, e ele se inclinou para 
trás de maneira exagerada. — Eu não vou te machucar. Eu só quero 
falar sobre o seu meio-irmão. 
Eu corei. Ele tinha me dado uma carona de volta, e ele sabia que 
eu estava mentindo sobre Kevin. Então ouvi-lo era o mínimo que eu 
poderia fazer. Sentei-me, soltando a maçaneta da porta. — Ok. 
— Ok? 
Eu balancei a cabeça. — Ok. — meus olhos se afastaram quando 
eu disse, — Eu sei que você não ia me machucar. 
~ 46 ~ 
Ele esperou, estudando-me. Eu quase corei novamente. Eu não 
estava olhando para ele mais, mas eu podia sentir seu olhar. Ele estava 
agindo como se eu fosse um animal feroz, aguardando a abertura certa 
para se aproximar. Eu não. Eu tinha alguma decência, mesmo estando 
agindo como uma idiota. Mas isso era ele. Ele me fez agir como uma 
morcega nervosa, raivosa. Eu não era assim com outras pessoas. Eu 
era normal, sã. Foda-se, eu estava era chata. 
Não com o idiota do Caden, que eu estava começando a achar que 
talvez não fosse muito idiota. Ele não estava agindo como um mais, e 
talvez ele não tivesse sido quando eu tinha nomeado ele como tal. Eu 
tinha agido de forma estranha, e ele realmente só me perguntou se algo 
estava errado. 
Se uma menina me fizesse essa pergunta, eu não teria pensado 
em nada disso. Mas foi ele, e essa pergunta vinda de uma pessoa do 
sexo masculino que era, obviamente, forte, musculoso, lindo, e 
autoconfiante - puta merda, o Caden Idiota era confiante com uma 
camada extra de autoridade também. Isso rolava dele em ondas, ondas 
muito sexy e sedutoras e eu não podia acreditar que estava tendo esses 
pensamentos. 
Meu olhar voltou para o dele. — O que você vai dizer? — um 
rubor traidor aqueceu o seu caminho até meu pescoço. Rezei para que 
não se espalhasse sobre o meu rosto. 
Ele suavizou seu tom. — Por que você está cobrindo para o seu 
meio-irmão? 
— Você quer dizer para o seu irmão da fraternidade? 
Ele não respondeu, apenas apertou a mandíbula. 
— Eu não posso dizer nada. — eu não posso dizer o que você quer 
que eu diga. — É chamada de lealdade familiar. 
— Então, você está cobrindo para ele? 
Prendi a respiração. — O quê? 
Ele se inclinou um pouco. — Ele estava com Maggie? 
Ele estava me testando. Ele não sabia ao certo. Percebendo isso, 
eu mantive minha boca fechada. Eu não me incriminei. 
Eu comecei a abrir a porta novamente. — Uh, obrigada pela 
carona. Foi legal da sua parte. 
~ 47 ~ 
— Espere. 
Abri a porta o suficiente para descer. Eu fechei e tive que dar a 
volta na frente para entrar em meu dormitório. 
Ele abriu a janela e gritou, — Ele não vale a pena. 
Eu estava a uns dez metros de distância dele, mas eu parei e 
olhei para trás. 
Seus olhos perfuraram os meus. — Se há qualquer motivo para 
você ser leal a ele, ele não compartilha o sentimento. — não havia 
dúvidas. Sem perguntas. Nada na declaração de Caden além de 
determinação. 
O vento aumentou, provocando arrepios através de mim. — Do 
que você está falando? 
Ele colocou o Land Rover para andar. — Ele não te cobriria. Caras 
como ele nunca fazem isso. 
 
* * * 
 
Claudia estava saindo do quarto de Avery quando cheguei lá em 
cima. 
Seus olhos deslizaram sobre mim. — Você voltou. 
Ela não sorriu. Tomei nota disso. Eu não sorri também. — Sim. 
— Ouça, — disse ela enquanto andava até a mim, deslizando as 
mãos nos bolsos de trás. — Avery era sua camarada, e, bem, ela estava 
chateada. Ela e Marcus namoraram no ano passado. Eles se 
separaram, e dois meses depois, ele estava com Maggie. — seu desprezo 
era alto e claro quando ela acrescentou, — Eu não entendo por que 
Avery não para de dizer que ela é amiga de Maggie. A menina é uma 
cadela. 
Eu fiz uma careta. O que eu deveria fazer com isso? — Eu me 
sinto mal por Avery, mas me disseram que vocês não deixam suas 
camaradas para trás. Você me deixou para trás. 
Ela olhou para mim. 
Olhei para trás. 
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Ela deveria ter tido alguma reação, mas não havia nenhuma. Eu 
acho que isso me mostrou tudo. Ela não ia se desculpar, e eu não era 
sua camarada. Eu balancei a cabeça. 
— Ok, então. 
Ela encolheu os ombros. — Não foi pessoal. 
Nós estávamos em um impasse, e eu tinha duas opções. Eu 
poderia ignorá-la e fingir que estava bem, ou não. 
Suspirei. — Mas foi, tá vendo. — eu estava indo com a opção B. 
— O quê? 
— Foi pessoal. — minha mão tocou meu

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