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1Acadêmico do 4º ano do curso de Administração da Universidade Paranaense - UNIPAR, Unidade de Umuarama-PR. 2 Professor do curso de Administração da Universidade Paranaense - UNIPAR, Unidade de Umuarama-PR. PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO: UM ESTUDO DE CASO NA EMPRESA VIP MODAS LTDA – ME. Fabiana Rodrigues De Freitas 1 Edileusa Cristina Borçato 2 RESUMO: O estudo teve como objetivo analisar realizar um estudo de caso do planejamento estratégico da empresa Vip Modas/Peruzzo e Renosto Confecções Ltda ME; estudar a missão, valores, visão e objetivos do ambiente externo e interno da organização; verificar as metas do planejamento estratégico, identificar as estratégias de controle dos planos de ação. A população que fez parte do estudo foi a gerencia, parte financeira e administrativa, localizada na região oeste do Paraná. O tipo de pesquisa foi exploratório, com embasamento em fontes de dados qualitativa e quantitativa, e a apresentação descritiva, com coleta de dados por meio do método de observação e bibliográfica. O Método utilizado para o planejamento depende da proposta apresentada, que deverá ser adaptada às condições e realidades internas e externas da empresa. Com o planejamento e a predominância de pontos fortes ou fracos, e oportunidades ou ameaças, podem-se adotar estratégias que busquem a sobrevivência da empresa. Conforme resultados a empresa atende o mercado de roupas na Região Oeste do Estado do Paraná e municípios circunvizinhos, conta com uma loja de venda no varejo, comercializa outros artigos de vestuário. Pode-se concluir que, no planejamento estratégico é de fundamental importância à determinação das metas o que depende de pesquisas qualitativas a respeito do setor de produção, situando-se nas marcas que a empresa adota para comercializar seus produtos. PALAVRAS-CHAVE: Mercado. Clientes. Sobrevivência. Estratégias. 1 INTRODUÇÃO O presente estudo visa analisar a situação da empresa Vip Modas, Peruzzo e Renosto Confecções Ltda, ME, sendo que o planejamento, de uma forma geral, tem como benefícios a transformação das empresas ao longo do tempo. E esta, se deve às contribuições e às facilidades proporcionadas pelo mesmo no contexto empresarial, possibilitando à organização um maior desenvolvimento, através da definição clara e objetiva das estratégias adotadas na administração da empresa. A Administração é o processo de planejar, organizar, liderar e controlar os esforços realizados pelos membros de uma organização utilizando-se de recursos organizacionais para poder alcançar os objetivos estabelecidos. Segundo Stoner; Freeman (1999, p.5), “esse modelo de administração foi desenvolvido no final do séc. XIX”, e ainda é adotado atualmente. Na atual sociedade os administradores devem ser profissionais capacitados para exercer sua função na organização, sendo necessário estabelecer estratégias para o planejamento, organização, direção e controle das funções. Diante disso, torna-se necessário obter maior conhecimento do funcionamento interno, para elaborar ou replanejar as estratégias a serem adotadas na organização. Planejamento é a ferramenta que as pessoas e organizações usam para administrar suas relações com o futuro. Para Ansoff (1990), o planejamento permite a uma empresa alcançar competitividade e lucratividade num ambiente turbulento. O planejamento estratégico situa-se no nível institucional, o qual corresponde ao nível mais elevado da empresa e, se apresenta centrado na periferia da organização, ou seja, na camada organizacional que se defronta com o ambiente externo. Assim, o nível institucional representa a empresa frente aos acionistas, fornecedores, clientes e público em geral. Também, é responsável pela condução dos negócios da empresa, pela sintonia das políticas internas em relação à estratégia empresarial e, sobretudo é nível que dirige a ação empresarial como um todo. Conforme Fischmann; Almeida (1991), o planejamento estratégico é um conjunto de atividades para se determinar metas, que visam garantir a sobrevivência da empresa, oferecendo aos clientes produtos e serviços cada vez melhores do que o seu concorrente. A questão em análise situa-se no planejamento estratégico para aumentar as expectativas da empresa. Então se questiona: as oportunidades no mercado envolvem pontos fortes e pontos fracos dos preços dos produtos; assim, o estudo do planejamento estratégico pode ampliar sua competitividade no mercado? Os objetivos estratégicos devem: possibilitar com que os administradores lidem melhor com as incertezas; facilitar a criação das redes de troca de informações, pois, facilita o fluxo de informações dentro da empresa e a integração entre as diversas áreas; propiciar uma visão global atual e futura do ambiente e suas interligações; desenvolver a criatividade na empresa; e identificar novas oportunidades de negócios (OVERHOLT, 2000). Tendo em vista a constante inovação no mercado de negócios, o conhecimento do planejamento estratégico, tornou-se uma forma de adquirir maior aprimoramento para o desempenho das funções desenvolvidas por administradores, além de proporcionar uma situação acessível de avaliar as implicações futuras de decisões presentes em função dos objetivos empresariais, a serem almejados futuramente (OLIVEIRA, 2002). Este trabalho justifica-se para obtenção de experiência na vida do acadêmico, oferecendo conhecimento do ambiente interno e externo para posteriormente, estabelecer estratégias de planejamento, ampliando as expectativas de resultados satisfatórios. Ainda o estudo oferece oportunidades para o profissional de administração e também para a empresa ampliar suas metas de acordo com a visão, valores e missão, e oferecer um produto ou serviço com maior oportunidade e menor ameaça. O planejamento estratégico tem como finalidade definir de que maneira a Loja Vip Modas aplicará seus recursos como meio para alcançar os objetivos propostos, com uma visão geral dos pontos fortes e fracos. Tendo conhecimento de que ainda não existe um modelo pronto para o planejamento estratégico; o mesmo terá que ser elaborado e adequado de acordo com as características da organização e com flexibilidade para se readequar as novas estratégias, se necessário, durante o desenvolvimento e sua aplicação na prática. Portanto, este trabalho tem como objetivo geral analisar o planejamento estratégico da empresa Vip Modas / Peruzzo e Renosto Confecções Ltda – ME; e como objetivos específicos, estudar a missão, valores, visão e objetivos do ambiente externo e interno da organização; verificar as metas do planejamento estratégico, identificar as estratégias de controle dos planos de ação. 1.1 Aspectos Metodológicos A empresa Vip Modas / Peruzzo e Renosto Confecções Ltda, ME; está no ramo de atividades desde o ano de 2006, sendo que desenvolve sua produção administração, acompanhando as inovações do mercado para atender a satisfação dos consumidores. 1.1.1 Local da pesquisa O estudo foi realizado na empresa Vip Modas / Peruzzo e Renosto Confecções Ltda – ME, sendo os envolvidos a gerencia, parte financeira e administrativa, atualmente tem dois funcionários, localizada na região oeste do Paraná. 1.1.2 Métodos utilizados Tipo de pesquisa adotado foi a pesquisa exploratória, uma investigação de pesquisa empírica, que se utiliza da formulação de assuntos ou de um problema com o intuito de desenvolver suposições, familiariza o pesquisador com o ambiente, fato ou acontecimento para uma investigação futura mais precisa (LAKATOS; MARCONI, 2008). Visa à melhor definição ou design de um fenômeno ainda desconhecido. Normalmente esta pesquisa exerce importante influência em estágios iniciais do conhecimento quando se busca familiaridade com algum objeto. A Natureza da pesquisa tem como embasamento fontes de dados qualitativa e quantitativa, e a apresentação descritiva. A forma de análise dosdados foi por meio de literatura. Para Lakatos; Marconi (2008, p.189) o método quantitativo “consiste em investigações de pesquisa empírica cuja principal finalidade é o delineamento ou análise das características de fatos ou fenômenos, a avaliação de programas, ou o isolamento de variáveis principais ou chave”. A quantitativa é tudo que pode ser mensurado em números, classificado e analisado; utiliza-se de técnicas estatísticas, já a qualitativa não é traduzida em números, na qual pretende verificar a relação da realidade com o objeto de estudo, obtendo várias interpretações de uma análise indutiva por parte do pesquisador (LAKATOS; MARCONI, 2008). O método qualitativo analisa e interpreta os aspectos mais profundos, e descreve a complexidade do comportamento humano e ainda fornecendo análises mais detalhadas sobre as investigações, atitudes e tendências de comportamento (LAKATOS; MARCONI, 2008). 1.1.3 Instrumentos utilizados Para realizar o estudo foi adotado o método de observação sendo considerado como método de investigação. Nesse método é efetuado o uso dos sentidos com vistas a adquirir os conhecimentos necessários para o cotidiano. No procedimento científico, a observação segue o objetivo formulado para a pesquisa; é sistematicamente planejada; é submetida à verificação e controles de validade e precisão. Além disso, “a observação apresenta como principal vantagem, em relação a outras técnicas, a de que os fatos são percebidos diretamente, sem qualquer intermediação. A subjetividade, que permeia todo o processo de investigação social, tende a ser reduzida” (GIL, 2008, p.100). Ainda o autor afirma que: A coleta de dados por observação é seguida de um processo de análise e interpretação, o que lhe confere a sistematização e o controle requeridos dos procedimentos científicos. A observação simples apresenta uma série de vantagens, que pode ser assim sintetizada: a) possibilita a obtenção de elementos para a definição de problemas de pesquisa; b) favorece a construção de hipóteses acerca do problema pesquisado; c) facilita a obtenção de dados sem produzir querelas ou suspeitas nos membros das comunidades, grupos ou instituições que estão sendo estudadas (GIL, 2008, p.101). Para complementação do estudo utilizou-se a entrevista que segundo parâmetros metodológicos é uma forma de interação social. Ou seja, significa uma maneira de dialogar com uma das partes envolvidas para coleta de dados e a outra se apresenta como fonte de informação. A entrevista é uma das técnicas de coleta de dados mais utilizada no âmbito das ciências sociais. É bastante adequada para a obtenção de informações acerca do que as pessoas sabem, crêem, esperam, sentem ou desejam, pretendem fazer, fazem ou fizeram, bem como acerca das suas explicações ou razões a respeito das coisas precedentes (GIL, 2008, p.109). A entrevista torna-se um modo de pesquisa com maior flexibilidade onde às técnicas de coleta de dados podem definir diferentes níveis de estruturação. No caso a entrevista informal é recomendada nos estudos exploratórios, que visam abordar realidades pouco conhecidas pelo pesquisador, ou então oferecer visão aproximativa do problema pesquisado (GIL, 2008, p.111). 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1 Conceito de Administração A administração é o principal contexto de referência da área, porque seu conteúdo e organização refletem com consciência as mudanças ocorridas na teoria e na prática. Um administrador de empresa lida com pessoas que executam os trabalhos ou serviços para os quais foram contratados, ao coordenar o trabalho dessas pessoas o administrador desempenha suas funções através de processos administrativos, conforme cita Silva (1993, p. 20): a) planejamento: determina o que o grupo de pessoas deve fazer; b) organização: estrutura a empresa, reunido pessoas e os equipamentos necessários ao trabalho; c) direção: conduz e coordena o trabalho do pessoal; d) controle: verifica se tudo está sendo feito de acordo com o que foi planejado e as ordens dadas. Além disso, o sucesso da administração pode ser atribuído a sua capacidade de maximizar três dimensões que se caracterizam como profundidade, abrangência, relevância. A conceituação de administração se situa na função, entendida como, processo de planejamento, execução, e controle das estratégias e táticas, utilizando-se de decisões, com os recursos disponíveis, alienado a todos os objetivos, ou seja, a busca de resultado esperado pela organização ou sistema (MAXIMIANO, 2000). 2.2 Conceito de Planejamento Estratégico O planejamento é o meio de realização da responsabilidade estratégica. É a etapa inicial de todo o processo de administração quando são definidos os objetivos de mercado e tomadas de decisões estratégicas incluindo “análise de mercado, de concorrência, avaliação de riscos e oportunidades, seleção do mercado alvo, decisão das estratégias dos investimentos e orçamentos dos meios de avaliação dos resultados das ações planejadas” (DIAS, 2003, p. 11). O planejamento, de uma forma geral, tem como benefícios a transformação das empresas ao longo do tempo. E esta, se deve às contribuições e às facilidades proporcionadas pelo mesmo no contexto empresarial, possibilitando à organização um maior desenvolvimento, através da definição clara e objetiva e do estabelecimento de linhas de ação eficientes (OVERHOLT, 2000). Ainda segundo o autor os objetivos estratégicos devem: possibilitar com que os administradores lidem melhor com as incertezas; facilitar a criação das redes de troca de informações, pois, facilita o fluxo de informações dentro da empresa e a integração entre as diversas áreas; propiciar uma visão global atual e futura do ambiente e suas interligações; desenvolver a criatividade na empresa; e identificar novas oportunidades de negócios. O planejamento estratégico situa-se no nível institucional, o qual corresponde ao nível mais elevado da empresa e, se apresenta centrado na periferia da organização, ou seja, na camada organizacional que se defronta com o ambiente externo. Assim, o nível institucional representa a empresa frente aos acionistas, fornecedores, clientes e público em geral. Também, é responsável pela condução dos negócios da empresa, pela sintonia das políticas internas em relação à estratégia empresarial e, sobretudo é nível que dirige a ação empresarial como um todo (CHIAVENATO, 1994). Neste sentido, o planejamento estratégico significa um conjunto de metas a serem desenvolvidas incluindo processos, técnicas e atitudes administrativas, as quais proporcionam uma situação acessível de avaliar as implicações futuras de decisões presentes em função dos objetivos empresariais, a serem almejados futuramente (OLIVEIRA, 2002). Planejamento nada mais é do que decidir o que deve ser feito para alcançar determinado objetivo ou meta. Segundo Maximiano (2000, p.27), "planejamento é o processo de definir objetivos, atividades e recursos, faz parte de um processo de identificação de como a empresa está exposta no mercado, sendo crucial para medir o desempenho, e os benefícios que trazem para a organização". Na análise interna dos recursos que envolvem a decisão do planejamento, devem ser considerados os produtos e serviços atuais, novos produtos e serviços, promoção, imagem institucional, comercialização, sistema de informações, estrutura organizacional, tecnologia, suprimentos, recursos humanos, estilo de administração, e resultados empresariais, recursos financeiros/finanças; e controle e avaliação (OLIVEIRA, 2002). O Método utilizado para o planejamento depende da proposta apresentada, que deverá ser adaptada às condições e realidades internas e externas da empresa. As fases básicas para a elaboração e implementação do planejamento estratégico, segundo Oliveira (2009), são as seguintes: Fase I - Diagnóstico estratégico; Fase II -Missão da empresa; Fase III - Instrumentos prescritivos e quantitativos; Fase IV – Controle e avaliação. Fase I - Diagnóstico estratégico - também é denominada de posição deve determinar os aspectos inerentes a realidade externa e interna da empresa. O diagnóstico é dividido em cinco fases sendo: identificação da visão, que de acordo com Oliveira (2002), a visão estabelecida pela empresa em seu planejamento é considerada como um elemento que faz parte do cronograma para estabelecer metas a serem alcançadas em um período de tempo em longo prazo. Ainda envolve os valores, análise externa e analise interna e análise dos concorrentes (OLIVEIRA, 2009). O diagnóstico é uma etapa do processo de planejamento estratégico que tem como finalidade identificar e estabelecer a filosofia, os valores e princípios do negócio interno e externo das empresas (HARTMANN, 2002). A análise interna favorece a identificação dos pontos fortes, fracos e neutros da empresa, sendo que esses são fundamentais para estabelecer quais as atividades estão beneficiando ou prejudicando a empresa. Também contribui para identificar na empresa os critérios de avaliação para sua classificação como ponto forte ou fraco. Esse procedimento depende de um estudo dos principais concorrentes na relação produtos-mercado para facilitar a decisão das estratégias a serem implementadas na empresa (OLIVEIRA, 2002). O ambiente externo é o conjunto de todos os fatores que, dentro de um limite específico, se possa conceber como tendo alguma influência sobre a operação do sistema considerado. As etapas do planejamento estratégico consistem em: definir e relacionar o objetivo da empresa com o ambiente mercadológico; sendo que a empresa deverá observar "as variáveis do ambiente, incluindo aspectos internos e externos, sendo necessário associar os objetivos as competências, vinculando as condições estratégicas" (CAMPOS; FALKOWISKI, 2014, p.76). 2.3 Missão A Missão da empresa - é a determinação do motivo central da existência da empresa, seja a determinação de quem a empresa atende com seus produtos e serviços, corresponde a um horizonte dentro do qual a empresa atual ou poderá atuar. A missão representa a razão de ser da empresa. Está correlacionada com o estatuto social da empresa, na realidade envolve expectativas, e deve ser definida em termos de satisfazer a necessidade do ambiente externo oferecendo produtos e serviços no mercado (OLIVEIRA, 2009). Ainda Oliveira (2002), descreve que missão é a determinação do motivo central do planejamento estratégico. A concretização da missão da empresa depende dos questionamentos incluindo os aspectos que evidenciam, levantamento de dados para obter resultados dos objetivos estabelecidos, incluindo a pesquisa mercadológica no ambiente externo. Segundo Costa (2006), essa fase é estabelecida por meio do posicionamento estratégico, ou seja, a missão na realidade é ampla. Neste sentido, a empresa deve armazenar todos os dados e informações referentes aos seus objetivos atuais e potenciais para, inclusive, saber o momento certo de ampliar as expectativas do negócio. Os propósitos atuais e potenciais correspondem a explicitação dos setores de atuação dentro da missão que a empresa já atua ou está analisando a possibilidade de entrada no setor, conforme Oliveira (2002). Além de uma auto-imagem simples e objetiva é necessário também haver um sentido claro sobre qual razão da existência da organização, num conceito conhecido como missão (COSTA, 2003, p. 36). A formulação da missão pretende responder a perguntas como: qual a necessidade básica que a organização pretende suprir? Que diferença faz, para o mundo externo, ela existir ou não? Para que serve? Qual a motivação básica que inspirou seus fundadores? Por que surgiu? 2.4 Visão Visão não é um mero sonho, uma utopia, fantasia ou quimera. Para uso prático na nossa metodologia, adotaremos a seguinte definição: visão é um modelo mental, claro, de um estado ou situação altamente desejável, de uma realidade futura possível. A visão deve ser definida de maneira simples, objetiva, compreensiva, tornando-se, assim, útil e funcional para todos envolvidos com a organização (COSTA, 2003). A palavra visão tem sido utilizada em várias épocas da história, em culturas e contextos com significados muito diferentes. Entretanto, para os fins didáticos deste livro, visão é um conceito operacional muito preciso que procura descrever a auto-imagem da organização: como ela se vê, ou melhor, como ela gostaria de se ver no futuro (COSTA, 2003, p. 35). A característica essencial da visão é que, funcionando como um alicerce para o propósito organizacional, ela deve ser compartilhada pelas pessoas que formam o corpo dirigente da empresa e explicada, justificada e disseminada por todos os que trabalham para a organização. Neste entendimento, torna-se de fundamental importância estabelecer um plano da visão a ser desempenhada na empresa juntamente com as ciências administrativas, pois as organizações se envolvem em vários aspectos, tendo em vista a necessidade de desenvolver capacidades e habilidades de atuação, de maneira responsável, concebendo a existência de impactos diversos a serem adotados para se tornar competitivo. “A visão na verdade gera capacidade na coleta de informações para decisões racionais e relevantes no planejamento” (SILVA, 2011, p.10). 2.5 Valores O conceito de valores ou crenças em uma empresa normalmente permeia as atividades nas diversas áreas operacionais como marketing, serviços, pessoal, produção, qualidade ou lucros (COBRA, 1995). Ainda segundo Oliveira (1986), valores representam os princípios éticos que norteiam todas as suas ações. São compostos de regras morais que simbolizam os atos de seus administradores, fundadores, e colaboradores em geral dizer que os valores são fonte de orientação e inspiração no local de trabalho, mas para tanto, devem ser aceitos e internalizados por todos na organização. São idéias fundamentais em torno das quais se constrói a organização. Representam as convicções dominantes, as crenças básicas, aquilo em que as pessoas da organização acreditam. Os valores permeiam todas as atividades e relações com os clientes. Descrevem como a organização pretende atuar no cotidiano enquanto busca realizar sua visão. Os valores são elementos motivadores que direcionam as ações das pessoas na organização, contribuindo para a unidade e a coerência do trabalho. Sinalizam o que se persegue em termos de padrão de comportamento de toda a equipe de colaboradores na busca da excelência (OLIVEIRA, 1986). Conforme Cobra (1988) exemplifica, o valor de um produto representa para uma pessoa é bastante subjetivo. 2.6 Análise SWOT Os principais fatores que condicionam a construção do sucesso futuro da organização estão mais fora do que dentro da organização. Esses variam de acordo com a forma que é administrada, sendo que: "o ambiente externo tem por função orientar o planejamento para tomar providências imediatas quanto ao aproveitamento das oportunidades” (COSTA, 2007, p.81). Uma oportunidade de negócio é quando a empresa percebe uma necessidade no mercado e consegue fazer com que seja cumprida e pode alcançar o sucesso. "A oportunidade é a força ambiental incontrolável pela empresa que pode favorecer sua ação estratégica desde que conhecida e aproveitada, enquanto perdura" (OLIVEIRA, 2009, p. 38). A conhecida análise SWOT, formada com iniciais das palavras estrangeiras strengths (forças), Weaknesses (fraquezas), opportunities (oportunidades) e threats (ameaças), trata de aspectos externos; e os aspectos internos (COSTA, 2007). Análise SWOT - a Análise do Ambiente, ou Diagnóstico Estratégico, tem como objetivo prover informações às empresas sobre o ambiente no qual elas estão inseridas, seja ele interno ou externo. Em relaçãoao ambiente interno, uma empresa deve conhecer seus pontos fortes e fracos; já em relação ao ambiente externo a mesma deve conhecer suas oportunidades e ameaças (COSTA, 2007). Segundo Andreuzza (2012), o objetivo da análise SWOT é levantar estratégias para, no contexto do planejamento estratégico, manter pontos fortes, reduzir a intensidade de pontos fracos, aproveitando-se de oportunidades e protegendo-se de ameaças. A análise também é útil para revelar pontos fortes que ainda não foram plenamente utilizados e identificar pontos fracos que podem ser corrigidos. Diante da predominância de pontos fortes ou fracos, e de oportunidades ou ameaças, podem-se adotar estratégias que busquem a sobrevivência, a manutenção, crescimento ou desenvolvimento da organização, conforme teoria das cinco forças de Porter. Cada empresa possui uma realidade diferente, e através da análise das forças de Porter, é possível obter a definição das estratégias utilizadas pela empresa para alcançar os resultados após a implantação do plano de negócio. Conforme Lima (2014), o modelo das cinco forças de Porter permite analisar o grau de atratividade de um setor da economia. Identifica os fatores que afetam a competitividade, uma das forças está dentro do próprio setor, sendo que os demais são externos. "O fator externo pode resultar em duas alternativas para as empresas: oportunidades ou ameaças. Fazendo uma análise correta de seus concorrentes é possível obter um bom posicionamento competitivo perante a concorrência" (COSTA, 2006, p.87). Ainda com esse processo pode-se identificar as ameaças e oportunidades que estão no ambiente da empresa, conquistando melhores métodos de evitar ou usufruir as situações que comprometem a competitividade da empresa. 3 ANÁLISE DOS RESULTADOS A empresa estudada é de pequeno porte que atua no ramo de confecção desde o ano de 2016, denominada Vip Modas / Peruzzo e Renosto Confecções Ltda, ME; desenvolve sua produção administração, acompanhando as inovações do mercado para atender a satisfação dos consumidores. Segundo dados das informações fornecidas durante a pesquisa e entrevista efetivada na empresa, foram obtidos resultados, que estão relatados a seguir: A empresa atende o mercado de roupas na Região Oeste do Estado do Paraná e também municípios circunvizinhos da região, além de contar com uma loja de venda no varejo vendendo outros artigos de vestuário. O setor de vestuário é um dos setores industriais mais antigos, sendo que na atualidade desempenha grande presença na economia. O ramo do vestuário se destaca na classificação dos elementos da cadeia produtiva englobando a parte de confecção (indústria da moda com suas confecções) e comercialização (varejo, redes e lojas). Destacam-se no ramo de confecções alguns fatores que possuem grande importância quando se considera a competitividade das empresas, sendo: Design; Desenvolvimento de produto; Marketing (canais, marcas, preço), e também cadeia de fornecedores, clientes e sua gestão, controle de estoques,); além disso, tem grande importância a marca, os pontos de vendas. No ramo do vestuário existem diversas modos de produção, em que os processos de confecção das roupas incluem a Modelagem, Encaixe e Risco, Corte e Costura, Passadoria, conferência. Existem diferentes métodos de venda e criação de produtos, porém a empresa se organiza conforme as estações: outono/inverno, primavera/verão. As rápidas mudanças do clima ocasionam situações problemáticas na venda de peças que passaram da estação bastante difícil. Ainda segundo informações adquiridas durante a entrevista efetivada na empresa, pode-se relatar que: A empresa não disponibiliza de um departamento estratégico específico, mas a gerencia atua de forma a suprir as necessidades atuais da organização, implementando melhorias para o desempenho de sua produção. A empresa dispõe estratégias para atender a demanda do mercado; diante disso, foram estabelecidas metas, com a finalidade de ampliar sua missão, visão e valores, bem como a aplicação de metas no planejamento estratégico, para adequá-las a situação atual da empresa. Segundo informação da gerencia da empresa durante a entrevista, o mesmo relatou que a empresa tem como missão, visão e valores o seguinte: Missão da empresa: Atender aos clientes com produtos de vestuário com boa qualidade; Visão da empresa: Ser reconhecida, no ramo de confecção como a melhor empresa na região; Valores da empresa: atender as necessidades da sociedade e preservar os conceitos éticos dos funcionários e demais clientes e consumidores. Após a analise do diagnóstico estratégico da empresa, foram identificadas as ameaças e oportunidades existentes no ambiente externo da empresa, situando-se na análise das forças macro ambientais tais como as forças econômicas, forças tecnológicas e as forças sociais; ainda conta com diagnóstico da análise do ambiente interno da empresa com o objetivo de identificar suas forças e fraquezas. Na figura 1, apresentam-se as informações fornecidas pela gerencia da empresa durante a entrevista efetivada pelo acadêmico, onde o mesmo informou os seguintes dados: Figura 1 - Diagnóstico estratégico da empresa Vip Modas / Peruzzo e Renosto Confecções Ltda. BOM RUIM Interno Forças Qualidade dos produtos Satisfação dos clientes Satisfação dos colaboradores Reconhecimento do mercado Fraquezas Falta de planejamento Falta de controle de produção Deficiência no marketing Falta de investimentos Sem profissionais capacitados para moda Externo Oportunidades Crescimento do mercado local Maior procura por produtos Atendimento para regiões vizinhas Ameaças Carga tributária Concorrentes com tecnologia Dependência de marketing propaganda Fonte: Dados obtidos pela pesquisa, 2017. Considerando o diagnóstico estratégico interno da empresa seu conceito é bom por apresentar produtos com qualidade e isso resulta na satisfação dos clientes, e também dos colaboradores. Já no ambiente externo a empresa possui oportunidades, pois seu potencial de produção oferece abrangência no mercado, ou seja tem maior procura por produtos e atendente cidades circunvizinhas. Nos aspectos negativos as fraquezas envolvem questões de planejamento e controle de produção com sistema informatizado o que poderia oferecer maior rentabilidade em seus investimentos. No que se refere as ameaças de entrada de concorrentes é bastante elevada devido os seguintes motivos: baixas barreiras de entrada, pouco potencial de retaliação por parte dos atuais concorrentes e bom momento para investimentos em tecnologia na produção. A empresa segue a teoria proposta segundo os aspectos apresentados na figura 2. Figura 2 – Forças competitivas de Porter no mercado vestuário/moda Fonte: adaptado de Porter (2004). Conforme análise das informações concedidas durante entrevista com a gerencia sobre a questão das forças competitivas pode-se destacar que para elaboração do planejamento estratégico, é de fundamental importância a definição das Diretrizes Estratégicas da empresa, que incluem a Visão, Missão, valores da organização. Ainda segundo entrevista concedida pela gerencia da empresa, a mesma adota princípios que seguem as teorias conforme propõe Oliveira (2006), sendo que é um processo necessário para a definição do Diagnóstico Estratégico, engloba a análise do ambiente externo e interno. Esse conceito encontra-se na fundamentação do Plano de Negócio da empresa que segundo observação documental foi possível identificar que na empresa o planejamento estratégico é fundamentado da seguinte forma, Figura 3 – Análise SWOT da empresa Vip Modas / Peruzzo e Renosto Confecções Ltda. Fonte: Dados informados pela gerencia da empresa Vip Modas / Peruzzo e Renosto Confecções Ltda, 2017. Segundo informações concedidas pela gerencia durante a coleta de dados por observaçãoque é seguida por um processo de análise e interpretação, pode-se relatar que: a empresa Vip Modas / Peruzzo e Renosto Confecções Ltda, para a definição das estratégias formuladas estabelece objetivos para alcançar sua competitividade no mercado. Esses processos estão vinculados as competências essenciais da empresa em estudo, os quais os pilares que sustentam os objetivos da empresa para que a mesma tenha sucesso. Ou seja, são fontes geradoras de diferenciação e vantagem competitiva, além de serem de difícil imitação. Possibilitam acesso a uma grande variedade de mercados, além de aumentar o valor percebido pelos clientes no produto/serviço final. CONSIDERAÇÕES FINAIS Conforme o estudo realizado na empresa Vip Modas / Peruzzo e Renosto Confecções Ltda, concluiu-se que, para obter resultados positivos no planejamento estratégico é de fundamental importância a determinação das metas o que depende de pesquisas qualitativas a respeito do setor de produção, situando-se nas marcas que a empresa adota para comercializar seus produtos. Assim, a pesquisa qualitativa foi a responsável por direcionar os caminhos a serem tomados, na decisão de novas estratégias, abrangendo o estudo do ambiente interno e externo. No planejamento estratégico é de fundamental importância à determinação das metas o que depende de pesquisas qualitativas a respeito do setor de produção, situando-se nas marcas que a empresa adota para comercializar seus produtos. As ferramentas necessárias para todo o processo de planejamento estratégico são de fundamental importância para a formação da visão sistêmica, que permite a visualização do problema como um todo, de maneira abrangente e integrada. Os resultados obtidos nas análises do ambiente organizacional representam o conhecimento do processo de direcionamento da organização ampliando meios de estabelecer novos objetivos para o planejamento estratégico. Com esse objetivo, é possível determinar a missão para a empresa, e para ser colocada em prática é necessário que as confecções dos produtos têxteis tenham qualidade, e sejam produzidos com eficiência, baixo custo e responsabilidade em um ambiente harmonioso para o convívio dos colaboradores; tendo ofertas com preços competitivos para atender às necessidades do mercado e superar as expectativas dos clientes com satisfação do produto. Sugere-se que a empresa realize novos planos para aprimorar sua produção adotando tecnologias com novos equipamentos e também em publicidade de marketing, superando as ameaças e conquistando oportunidades no mercado, sendo que apresenta expectativas de procura de seus produtos. Ainda sugere-se que a mesma continue investindo em planejamento conforme suas iniciativas oportunizando o lançamento de novos produtos essenciais para atnender seus clientes com satisfação, pois isso significa o eixo central de negócios no mercado competitivo. REFERÊNCIAS ANDREUZZA, M. G. S. B. Planejamento estratégico. SAGRES, Política e Gestão estratégica. 2012. Disponível em: http://www.madeira.ufpr.br/disciplinasgarzel/12.pdf . Acesso em: maio 2017. ANSOFF, H. I. Do planejamento estratégico à administração estratégica. São Paulo: Atlas, 1990. CAMPOS, I. F. de; FALKOWISKI, L. Administração estratégica. Londrina: Unopar, 2014. CHIAVENATO, I. Administração de empresas: uma abordagem contigencial. 3ª Edição. 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