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Contestação aula 7

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Aluno: Rodrigo Carvalho Almeida de Souza
Matrícula:201608172831	
AO JUÍZO DA 80ª VARA DO TRABALHO DE CUIABÁ/MT
Processo nº 1000/2018
	TECELAGEM FIO DE OURO S.A., pessoa jurídica de direito privado, inscrito no CNPJ nº, situado no endereço eletrônico, vem, por seu advogado infra assinado, com base nos artigos 847 da CLT c/c artigo 335 e seguintes do CPC por força do artigo 769 da CLT apresentar
CONTESTAÇÃO
	às alegações formuladas por JOANA, já devidamente qualificada nos autos da ação de reclamação trabalhista, pelos fatos e direito que passa expor.
DO RESUMO DA LIDE
A reclamante requereu da ex-empregadora o pagamento de indenização por
dano moral, alegando ser vítima de doença profissional, já que o mobiliário da empresa, segundo diz, não respeitava as normas de ergonomia. Disse, ainda, que a empresa fornecia plano odontológico gratuitamente, requerendo, então, a sua integração, para todos os fins, como salário utilidade.
Afirma que, nos últimos dois anos, a sociedade empresária fornecia a todos os empregados, uma cesta básica mensal, suprimida a partir de 1 de agosto de 2018, violando o direito adquirido, pelo que requer o seu pagamento nos meses de agosto e setembro de 2018. Diz que, no ano de 2018, permanecia duas vezes na mesma semana, por mais de uma hora na sede da sociedade empresária para participar de um culto ecumênico, caracterizando tempo à disposição do empregador, que deve ser remunerado como hora extra, o que requereu. Afirma ter sido coagida moralmente a pedir demissão, pois, se não o fizesse, a sociedade empresária alegaria por justa causa, apesar de ela nada ter feito de errado.
Assim, requer a anulação do pedido de demissão e os pagamentos do direito sendo como uma dispensa sem justa causa. Reclama ainda que foi contratada como cozinheira, mas que era obrigada, desde o início do contrato, após preparar os alimentos, a colocá-los em uma bandeja e levar a refeição para os 5 empregados do setor. Esse procedimento caracteriza acúmulo funcional com atividade de garçom, pelo que requer o pagamento de um ajuste de 30% sobre seu salário.
Por fim, formulou um pedido de adicional de periculosidade, juntou também, com a petição inicial, os laudos de ressonância magnética da coluna vertebral, com o diagnóstico de doença degenerativa, e a cópia do cartão do plano odontológico, que lhe foi entregue pela sua empresa na admissão. Juntou ainda, a cópia da convenção coletiva que vigorou de 2016 a julho de 2018, na qual consta a obrigação de os empregadores fornecerem uma cesta básica aos seus colaboradores a cada mês, e, como não foi entabulada a nova convenção desde então, advoga que a anterior se prorrogou automaticamente. Por fim, juntou a circular da empresa que informava a todos os empregados que eles poderiam participar de um culto na empresa, que ocorreria todos os dias ao fim do expediente.
DA PRELIMINAR DE MÉRITO
DA INÉPCIA DA INICIAL
	Requer o reconhecimento da inépcia ao pedido de adicional de periculosidade uma vez que a reclamante faz o pedido sem colocar a causa de pedir conforme Art. 330, § 1º, inciso I 
Uma vez configurada a inépcia da inicial o pedido deve ser julgado na forma do Art. 485, inciso I, ambos do CPC/15. 
DA PREJUDICIAL DE MÉRITO
DA PRESCRIÇÃO
A reclamante trabalhou para a reclamada no período de 10/08/2018 a 29/09/2018, tendo distribuído a presente ação em 15/10/2018 e está pleiteando verbas que estão prescritas.
A reclamada, arguiu nessa a oportunidade a prescrição quinquenal prevista no Art. 7º, inciso XXIX, da CF/88 em relação a qualquer direito anterior a 15/10/2013.
Assim se algum valor for devido ao reclamante, o que aqui admite-se em observância ao princípio da eventualidade, somente poderá ser deferido ao período não prescrito.
DA DEFESA DE MÉRITO
DO NÃO CABIMENTO DE INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL
Podemos verificar que a doença degenerativa não é considerada doença profissional, nem ao menos doença do trabalho.
Na forma da Lei 8213/91 em seu artigo 20, § 1º, alínea a), não sendo devido o pagamento da indenização por dano moral.
A reclamada requer improcedência desse pedido.
DO PLANO ODONTOLÓGICO
Com relação ao plano odontológico, não se caracteriza salário utilidade por expressa vedação celetista.
Conforme Art. 458, §2, inciso IV e §5, da CLT, a impossibilidade de tal pleito, uma vez que o plano odontológico era oferecido de forma gratuita não deve ser integralizado ao salário da reclamante.
DA CESTA BÁSICA
	De simples análise, concluímos que a norma coletiva juntada não possui ultratividade uma vez que findou em julho de 2018.
Não pode assim existir a ultratividade da vedação coletiva na forma do Art. 614, §3, da CLT.
DO TEMPO À DISPOSIÇÃO
 
	A clamada convidou todos os empregados para participarem voluntariamente das práticas religiosas que ocorreriam dentro da empresa.
Não caracteriza, na forma do Art. 4º, § 2º, inciso I, da CLT, uma vez que a participação foi voluntária.
DA INEXISTÊNCIA DE COAÇÃO NO PEDIDO DE DEMISSÃO
Não houve nenhum tipo de coação no pedido de demissão e o ônus de provar o alegado vicio de consentimento pertence à reclamante, na forma do Art. 818, inciso I, da CLT e do Art. 373, inciso I, do CPC.
Consta nesse ato pela reclamada o pedido de demissão da reclamante escrito e assinado de próprio punho.
Alternativamente, será aceita a tese de negar a prática de qualquer ato ilícito capaz de provocar danos, conforme Art. 186 e 927 CCB.
DA INEXISTÊNCIA DE ACÚMULO DE FUNÇÃO
As atividades são compatíveis entre si.
De acordo com o Art. 456, parágrafo único, da CLT.
Sendo assim não há o que falar em acúmulo de função
DOS REQUERIMENTOS 
            Isto posto, requer: 
1. Requer o acolhimento da preliminar de inépcia da inicial extinguindo-se o processo sem resolução do mérito nos termos do art. 485, I do NCPC;
2. Seja reconhecida / pronunciada a prescrição extinguindo-se o processo com resolução do mérito nos termos do art. 487, II do NCPC;
3. Requer, por fim que no mérito seja julgado improcedente o pedido autoral, peças razões lançadas na presente contestação;
4. O pagamento dos honorários de sucumbência na forma do artigo 791-A da CLT.
DAS PROVAS
Requer ainda, a produção de todos os meios de prova, em especial depoimento da reclamante, documental, pericial e testemunhal e a improcedência total dos pedidos arguidos pela reclamante, a dedução, a compensação pelas verbas já pagas, caso Vossa Excelência condene o réu em algum pedido.
Nestes termos,
Pede deferimento
Local ..., Data ...
ADVOGADO…
OAB ...

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