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CONTESTAÇÃO TRABALHISTA

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DR JUÍZ FEDERAL DA 80ª VARA DE TRABALHO 
DE BELO HORIZONTE-MG 
 
PROCESSO: 1578/2019 
 
Sociedade empresária Ki Pão Bom LTDA., reclamada, empresa regularmente 
inscrita no CNPJ/MF sob o número ________, com endereço na Rua: 
______________, nº 00, Bairro___, Belo Horizonte - MG, CEP ___, onde receberá as 
notificações e intimações futuras, vem, através de sua advogada regularmente 
inscrita Jéssica Santos (procuração em anexo) respeitosamente, à presença da 
Vossa Excelência apresentar: 
 
CONTESTAÇÃO 
 
com fundamento no artigo 847 CLT, combinando com o artigo 335 do CPC, nos autos 
da Reclamação Trabalhista que lhe move Gerd Müller, reclamante, 
consubstanciados nos motivos de fato e de direito a seguir articulados: 
 
I – DO RESUMO DA INICIAL: 
 
O requerente foi empregado da Ki Pão Bom LTDA de 21/12/2008 a 15/03/2019, 
ajuizou reclamação trabalhista em face da sociedade empresária, em 04/05/2019, 
requerendo o pagamento de indenização por dano moral, alegando ser vítima de 
doença profissional, já que o mobiliário da empresa, segundo diz, não respeitava as 
normas de ergonomia. 
 
Alega, ainda, que a empresa fornecia plano odontológico gratuitamente, requerendo, 
então, a sua integração, para todos os fins, como salário in natura. 
 
Relata que, nos últimos dois anos, a sociedade empresária fornecia, a todos os 
empregados, uma cesta básica mensal, suprimida a partir de 1º de agosto de 2018, 
violando direito adquirido, pelo que requer o seu pagamento nos meses de agosto a 
março do ano subsequente. 
 
Diz que, no ano de 2018, permanecia, duas vezes na semana, por mais uma hora na 
sede da sociedade empresária para participar de um culto ecumênico, caracterizando 
tempo à disposição do empregador, que deve ser remunerado como hora extra, o que 
requereu. 
 
Afirma ter sido coagido moralmente a pedir demissão, pois, se não o fizesse, a 
sociedade empresária alegaria dispensa por justa causa, apesar de ele nada ter feito 
de errado. 
 
Assim, requer a anulação do pedido de demissão e o pagamento dos direitos como 
sendo uma dispensa sem justa causa. 
 
Ele reclama que foi contratado como padeiro, mas que era obrigado, desde o início 
do contrato, após preparar os alimentos, a colocá-los em uma bandeja e levar a 
refeição para os 5 empregados do setor. Esse procedimento caracterizaria acúmulo 
funcional com a atividade de garçom, pelo que ela requer o pagamento de um plus 
salarial de 30% sobre o valor do seu salário. 
 
Gerd juntou, com a petição inicial, os laudos de ressonância magnética da coluna 
vertebral, com o diagnóstico de doença degenerativa, e a cópia do cartão do plano 
odontológico, que lhe foi entregue pela empresa na admissão. 
 
Juntou, ainda, a cópia da convenção coletiva, que vigorou de julho de 2016 a julho de 
2018, na qual consta a obrigação de os empregadores fornecerem uma cesta básica 
aos seus colaboradores a cada mês, e, como não foi entabulada nova convenção 
desde então, advoga que a anterior se prorrogou automaticamente. 
 
Por fim, juntou a circular da empresa que informava a todos os empregados que eles 
poderiam participar de um culto na empresa, que ocorreria todos os dias ao fim do 
expediente. 
 
II – DA PRESCRIÇÃO QUINQUENAL: 
 
O reclamante trabalhou para reclamada no período de 21/12/2008 a 15/03/2019, 
tendo distribuído a presente ação aos 04/05/2019. 
 
A reclamada arguiu nessa oportunidade a prescrição quinquenal declinada no artigo 
7º, inciso XXIX, da CF em relação a qualquer direito anterior a 04/05/2014. 
 
Assim, se algum valor for devido ao reclamante, o que aqui admite-se em observância 
ao princípio da eventualidade, somente poderá ser deferido relativamente ao período 
imprescrito. 
 
III – DA INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS: 
 
Podemos verificar que a doença degenerativa não é considerada doença profissional, 
nem ao menos doença do trabalho, conforme o artigo 20, § 1º, alínea a, da Lei nº 
8.213/91, não sendo devido o pagamento da indenização por danos morais. 
 
IV – DO PLANO ODONTOLÓGICO: 
 
Com relação ao plano odontológico não se caracteriza salário utilidade por expressa 
vedação legal, na forma do Art. 458, § 2º, inciso IV e § 5º, da CLT, daí porque não 
poderá ser integrado ao salário. 
 
V – DA CESTA BÁSICA: 
 
Ao analisarmos o pedido de cesta básica vemos que a norma coletiva juntada findou 
em julho de 2018 e não possui ultratividade, na forma do Art. 614, § 3º, da CLT. 
 
VI - PRATICAS RELIGIOSAS DENTRO DA EMPRESA: 
 
A empresa convidou todos os empregados para participarem voluntariamente das 
práticas religiosas que ocorreriam dentro da empresa e, não o caracteriza, por 
explícita vedação legal, na forma do Art. 4º, § 2º, inciso I, da CLT. 
 
VII - A CARTA DE DEMISSÃO: 
 
Não houve nenhum tipo de coação no pedido de demissão e o ônus de provar o 
alegado vício de consentimento pertence à autora, na forma do Art. 818, inciso I, da 
CLT e do Art. 373, inciso I, do CPC. Alternativamente, será aceita a tese de negar a 
prática de qualquer ato ilícito capaz de provocar dano, conforme Artigos 186 e 927 
CCB. 
 
VIII - DO ACÚMULO DE FUNÇÃO: 
 
Com relação ao pedido de acúmulo funcional deverá ser negado, uma vez que a 
atividade desempenhada pela autora era compatível com a sua condição pessoal e 
profissional, na forma do Art. 456, parágrafo único, da CLT. 
 
IX - DA COMPENSAÇÃO E DEDUÇÕES FISCAIS E PREVIDENCIÁRIAS: 
 
Caso ocorra uma condenação da Reclamada, que sejam os valores já pagos 
devidamente compensados a títulos fiscais e previdenciários. 
 
X – DOS REQUERIMENTOS FINAIS: 
 
Isto posto, aguarde-se o acolhimento das preliminares arguidas, ou no mérito deve a 
reclamação trabalhista ser julgada IMPROCEDENTE, condenando o reclamante ao 
pagamento de custas processuais. 
 
Provará o alegado por todos os meios de provas em Direito admitidos, principalmente 
depoimento pessoal do reclamante, sob pena de confissão, inquirição de 
testemunhas, perícias. 
 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
 
Belo Horizonte, 06 de maio de 2014. 
 
 
Advogada Jéssica Santos 
OAB/MG XX.XXX

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