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AUDITORIA Organizador: João Guterres de Mattos Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094 M435a Mattos, João Guterres de. Auditoria / João Guterres de Mattos. – Porto Alegre : SAGAH, 2017. 124 p. : il. ; 22,5 cm. ISBN 978-85-9502-010-8 1. Auditoria. I. Título. CDU 657.6 Conceitos relacionados à auditoria Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Diferenciar auditoria interna de auditoria externa. Reconhecer o papel da auditoria interna dentro das empresas. Listar as principais ferramentas tecnológicas utilizadas pela auditoria interna. Introdução Com o crescimento do mercado de auditoria ao longo dos anos, muitos nichos importantes foram explorados. Neste contexto, dois principais escopos no mercado de auditoria surgiram. Na Itália do século XV, os primeiros auditores surgiram através do trabalho excepcional como guarda-livros, que trabalhavam para os mercadores da época. Ao longo dos anos, com a regulamentação da profissão, surgiram empresas especializadas, ocupando o nicho de serviços de auditorias independentes. Para regulamentar esse trabalho, foi necessária a criação de regras e padrões. Nasciam, então, os principais órgãos vinculados à profissão de auditoria. Neste texto, você vai conhecer as diferenças entre o trabalho dos auditores internos e externos. Você vai aprender também o papel dos órgãos que regulamentam a profissão. Características e diferença entre auditoria interna e externa O trabalho do auditor interno e do auditor externo, na maioria das vezes, tem focos diferentes, no entanto, em ambos os campos de atuação os trabalhos devem ser pautados por compromisso ético, dedicação e técnica que requer a profi ssão de auditor. Em determinados casos, os trabalhos dos auditores internos e externos podem ser compartilhados com os auditores externos, o que demonstra que, do ponto de vista técnico, as profi ssões se assemelham. Auditoria interna A auditoria interna é uma área de staff dentro da empresa, trata-se de uma equipe de auditores que possui vínculo empregatício com a empresa e trabalha a serviço da alta administração. Ainda que o auditor interno faça parte do quadro laboral da empresa, seu trabalho precisa ser realizado com maior grau de independência possível, ou seja, a área de auditoria deve se reportar para o mais alto nível hierárquico da empresa, para que toda e qualquer inconformi- dade seja devidamente levada a conhecimento da alta administração. Área de staff representa uma área de assessoria e consultoria vinculada a alta administração. Além disso, outros dois fatores são de extrema importância no trabalho da auditoria interna: Periodicidade dos testes: a equipe de auditores internos trabalha em tempo integral dentro de uma única empresa, os trabalhos de averi- guações de áreas e controles-chave acontecem com maior frequência. Profundidade dos testes: os testes feitos pela auditoria interna tendem a ser realizados com excelente nível técnico, pois além dos conhecimen- tos básicos da profissão de auditor, a equipe interna, geralmente, tem Auditoria 26 grande conhecimento dos processos e normas da empresa e conseguem fornecer excelente cobertura aos riscos dos negócios no qual operam. Uma equipe de auditoria interna, para gerar valor para à empresa, precisa estar apta a realizar diferentes tipos de auditoria. Precisa ter conhecimento sobre normas técnicas e práticas de mercado relativas à contabilidade, para poder averiguar os dados contábeis e acompanhar o trabalho de auditoria interna. Também necessita conhecer as diretrizes operacionais internas, bem como detalhes dos processos para realizar trabalhos operacionais, contribuindo, assim, com a identificação de riscos e melhoria contínuas. Além disso, precisa ter habilidade técnica para conduzir auditorias de gestão, além de apoiar a empresa em projetos e reestruturações. Por isso, o conhecimento técnico e a formação acadêmica da uma equipe de auditores internos pode variar, pois precisa acompanhar as necessidades dos negócios. Profissionais de administração de empresas e contabilidade são mandatórios na composição de uma equipe de auditoria interna, pois somente eles podem dar cobertura a alguns tipos de trabalhos anteriormente citados. Auditoria externa A auditoria externa, ou auditoria independente, cumpre uma função muito importante na sociedade. Seu trabalho se assemelha ao trabalho do auditor interno em alguns aspectos, porém há importantes fatores que diferenciam esses profi ssionais. O primeiro deles, e de maior importância é o vínculo trabalhista. O auditor externo não tem vínculo trabalhista com a empresa auditada, ele é um prestador de serviço, fato que gera maior independência nos trabalhos e, consequentemente, na emissão do parecer. A independência é tão importante para o trabalho do auditor externo, que a comissão de valores imobiliários (CVM) institui normas relativas ao prazo em que uma firma de auditoria pode permanecer prestando serviço para uma empresa auditada. A norma estipula um prazo máximo de vínculo de 5 anos, depois desse prazo, a auditada deve buscar uma nova firma de auditoria externa para avaliar suas demonstrações contábeis, e só poderá recontratar o antigo parceiro, depois de três anos. Está regra se aplica, fundamentalmente, a todas as empresas vinculadas a CVM. 27Conceitos relacionados à auditoria CVM é a comissão de valores mobiliários, responsável pela regulamentação do mercado de capitais no Brasil. O objetivo principal de uma auditoria externa é examinar os registros contábeis, por meio de procedimentos técnicos e emitir parecer em parcial acerca dos dados averiguados. Como consequência deste trabalho, é possível identificar uma fraude. Além disso, você precisa saber que não é escopo do auditor externo emitir parecer e recomendações sobre a qualidade de produtos, em geral, essas atividades são desempenhadas por áreas específicas dentro das empresas e, por vezes, passam por auditoria interna. É mandatório que os profissionais de auditoria externa, que realizam auditorias de balanço, tenham formação em ciências contábeis, contudo, uma empresa de auditoria também conta com profissionais de outras áreas, responsáveis pela cobertura de outros serviços ofertados por essas firmas. Cabe, no entanto, salientar que o principal produto e o mais reconhecido no mercado é de fato a auditoria das demonstrações financeiras e controles-chave relacionados à contabilidade. Outro ponto importante e característico do trabalho da auditoria externa é a profundidade dos testes. O auditor externo possui algumas limitações em relação aos auditores internos no que se refere ao grau de conhecimento dos negócios e, também, não tem o mesmo prazo para realização dos testes, geralmente é menor. Dessa forma, a profundidade dos testes não é a mesma obtida em uma auditoria interna. Auditoria 28 Principais diferenças Agora que você já conheceu um pouco mais das características das audito- rias interna e externa e descobriu que o dever ético, o escopo e os testes dos auditores internos externos são tecnicamente semelhantes, vamos elencar e comparar as diferenças. Veja, no Quadro 1, a seguir, as principais diferenças entre essas duas profi ssões. Objeto comparativo Auditor interno Auditor externo Vínculo empregatício Funcionário da empresa Profissional independente Grau de independência Menor Maior Tipos de auditorias mais comuns Contábil, operacional e gestão Contábil Periodicidade dos testes Maior Menor Responsabilidade Trabalhista Civil e criminal Profundidade dos trabalhos Maior Menor Contribuições para o negócio Maior Menor Contribuições para os investidores e público externo Menor Maior Quadro 1. Características das profissões. 29Conceitos relacionados à auditoria Leia a Normas de Auditoria Independente das Demonstrações Contábeis (NBCT) nº11 para saber mais sobre as características da auditoria externa. Função da auditoria interna A auditoria interna desempenha uma função extremamente importante dentro das organizações, seu papel é prestar serviço a alta administração da empresa, apoiando no controle dos bens ativos, no acompanhamento do andamento de processos e cumprimento das normas internas. Cabe à auditoria interna garantir um ambiente de controles internos saudável, bem como realizar as devidas recomendações sobre possíveis melhorias, quando necessário. O trabalho do auditor interno deve transmitir confiança para alta ad- ministração, pois eles são os olhos e os ouvidos da alta cúpula da empresa em meio aos processos. Nesse sentido, é importante informar que o auditor interno deve transitar com total liberdade por todas as áreas da empresa, para que ele possa ter uma visão macro e sistêmica dos negócios. Somente dessa forma, poderá cumprir alguns de seus objetivos, que são dar suporte às rotinas administrativas e financeiras da empresa e realizar uma incursão nos demais processos transacionais e não transacionais da empresa. O auditor interno avalia os fluxos dos processos apontando os pontos de riscos, também realiza testes nos processos de rotina das áreas auditadas para verificar a sua eficácia e eficiência. Ainda, o auditor interno analisa e testa os controles internos já mapeados de cada uma das áreas que audita, realizando testes substantivos quando necessário. Faz parte da rotina do auditor, além do cumprimento do plano de auditoria, atender a demandas especiais da gestão, como por exemplo investigações de possíveis fraudes ou erros operacionais. Por vezes, a auditoria interna acaba prestando serviços de consultoria para as mais variadas áreas da empresa, pois antes de os gestores das referidas áreas tomarem uma decisão estratégica, acabam consultado a auditoria interna com o intuito de averiguar os reflexos das ações desejadas em outras áreas Auditoria 30 da empresa ou até mesmo em termos de compliance das normas externas. Porém, cabe salientar que a auditoria interna não tem poder de decisão sobre os processos, apenas faz recomendações baseadas em aspectos técnicos. A decisão de acatar ou não é de responsabilidade dos administradores do negócio. O auditor não tem responsabilidade direta sobre os processos que examina, sua responsabilidade é limitada ao seu parecer final e, também, não tem por prática realizar pessoalmente a implantação das ações que recomenda ao final de cada trabalho. Ele pode, por vezes, atuar como consultor, conforme citado anteriormente, apoiando a área sobre os passos que deve seguir até a implantação de um plano de ação, porém não é recomendável que ele faça isso. Muitas empresas enxergam a área de auditoria interna como uma ferra- menta de controle centralizada e, assim, formam equipes de auditores internos visando a redução de custos, substituindo pessoas que realizam e fiscalizam os controles diretamente nos processos e trazendo essa atividade para uma área corporativa para serem realizadas por mão de obra técnica. Esse processo, na maioria das vezes, tem um excelente custo-benefício, além de trazer maior segurança para os processos em razão do nível de segregação de funções. Outro ponto extremamente importante para o trabalho do auditor é o sigilo. Os auditores detêm muitas informações sigilosas e estratégicas das empresas, como: informações financeiras, de pessoal, margens de produtos, preços de compra, lista de clientes, lista de fornecedores e outros dados que são valiosos para o negócio. Portanto, é impreterível que essas informações fiquem restritas a equipe de auditoria e sejam arquivadas, física ou virtualmente, em ambientes seguros, nos quais os demais setores da empresa não tenham acesso. Os trabalhos de auditoria interna são baseados em princípios éticos, pro- cedimentos técnicos e metodologia, acompanhe, a seguir: Testes de observância: visam à obtenção de uma segurança razoável quanto aos controles internos estabelecidos pela administração, se estão em efetivo funcionamento e, inclusive, quanto ao seu cumprimento pelos funcionários da entidade. Teste substantivos: visam à obtenção de evidência quanto à suficiência, exatidão e validade dos dados produzidos pelos sistemas de informações da entidade. Papéis de trabalho: são compostos por evidências (documentos) e apontamentos feitos pelo auditor ao longo do trabalho, visando a amparar as informações citadas em seu parecer. 31Conceitos relacionados à auditoria A auditoria interna trabalha de forma planejada e estruturada, com intuito de dar cobertura aos principais exames e localidades (filiais e empresas do grupo) necessários para continuidade do negócio. Os dados são devidamente selecionados, de forma direcionada ou amostral aleatória, porém pautadas por aspectos técnicos. Por fim, o trabalho é finalizado com o relato dos fatos apurados por meio de um sumário executivo e/ou relatório analítico, que demonstra a todos os envolvidos no processo de auditoria os resultados obtidos, sempre com uma visão imparcial, objetiva e contributiva. Quando possível, são também demonstrados os benefícios gerados a partir do trabalho, como: fraudes identificadas; valores recuperados; perdas identificadas e estancadas a partir do trabalho; desvios relevantes; oportunidades de melhoria. Leia a NBCT nº 12 para saber mais sobre as características da auditoria interna. Órgãos reguladores da profissão de auditor O crescimento da demanda no mercado de auditoria acompanhou a globalização e as respectivas evoluções do mercado ao redor do mundo. Por esse motivo, surgiu a necessidade da formação de fóruns e comitês para discutir o tema auditoria e outros relacionados à profi ssão do auditor. Cabe salientar que o auditor precisa estar atento as mudanças legislativas no mercado interno e externo, pois essas mudanças afetam diretamente seu dia a dia. Por isso, você deve conhecer os principais órgãos relacionados a auditoria e ficar atento às normas emitidas por essas entidades, pois os auditores, tanto internos como externos são multiplicadores e fiscalizadores dessas legislações. Logo, é possível afirmar que o estudo sobre o trabalho e abrangência dos órgãos reguladores é de primordial importância para a formação do auditor. Auditoria 32 Nacionais CVM – Comissão de Valores Mobiliários A CVM é um órgão nacional, vinculado ao ministério da fazenda, que tem como fi nalidade acompanhar o mercado de valores mobiliários no Brasil. Por meio de sua Instrução Normativa nº 308, delibera sobre os direitos e deveres das auditorias independentes, tratando de trabalhos envolvendo empresas que operam no mercado de capitais brasileiro. IBRACON – Instituto dos Auditores Independentes do Brasil O IBRACON tem como principal objetivo a luta em prol do fortalecimento da profi ssão de auditor independente e das estruturas de mercado no Brasil, além disso é a instituição autorizada a traduzir o Livro Normas Internacionais de Relatório Financeiro (IFRS). CFC e CRC – Conselho Federal e Regional de Contabilidade O CFC é responsável pela regulamentação da profi ssão contábil e pela emissão de normas que norteiam o trabalho de contadores e auditores internos e exter- nos, em relação a trabalhos de auditoria contábil ou de avaliação de controles internos que afetam a situação patrimonial ou resultado das empresas. IIA Brasil – Instituto dos Auditores Internos do Brasil O IIA Brasil tem como preocupações promover o valor dos auditores internos nas organizações, proporcionar condições para o desenvolvimento e a capaci- tação dos executivos do setor e, ainda, disseminar o papel desse profi ssional no mercado. Internacionais IASB – International Accounting Standards Board Criado em 2001, com sede em Londres, o IASB é responsável pelo estudo e divulgação das normas contábeis internacionais (IFRS, do inglês International Financial Standards Reports).33Conceitos relacionados à auditoria FASB – Financial Accounting Standards Board Também é responsável pelo estudo e divulgação de normas técnicas da con- tabilidade chamadas FAS, do inglês fi nancial accounting standards. Porém as normas emitidas por essa entidade estão restritas a empresas do mercado fi nanceiro americano. Não são consideradas normas internacionais como o IFRS. IFAC – International Federation of Accountants Criado em 1977, com sede nos Estado Unidos, o IFAC é responsável por emitir orientações contábeis e de auditoria em aspectos como: IAS (normas e procedimentos internacionais de auditoria) por meio do apoio ao IAASB; código de ética sobre dos profissionais de contabilidade; procedimentos internacionais de contabilidade gerencial e governamental. IAASB – International Auditing and Assurance Standards Board Criado em 1978, nos Estados Unidos, é intitulado como organismo de nor- matização e tem como fi nalidade estabelecer normas internacionais sobre auditoria, revisão, outras assegurações, controle de qualidade e serviços relacionados. Também trabalha para melhorar a qualidade da prática dos auditores em todo o mundo. PCAOB – Public Company Accounting Oversight Board Ativo desde 2002, também com sede nos Estado Unidos, foi criado em conjunto com a Lei SOX (Sarbanes-Oxley), com a fi nalidade de fi scalizar auditores e, consequentemente, proteger os interesses dos investidores. Embora aplicável às empresas que estão submetidas a SOX, o PCAOB tem como missão esta- belecer as normas de auditoria, controle de qualidade, ética e independência em relação aos processos de inspeção e a emissão dos relatórios de auditoria. Auditoria 34 1. O mercado brasileiro, qualquer que seja o setor de atividade e salvo algumas exceções, é bastante competitivo e volátil. Por isso, as empresas identificaram ao longo dos anos que os bons resultados não estão apenas vinculados a um bom produto, mas também a uma boa gestão. O mercado de auditoria interna vem ganhando espaço dentro das entidades e gerando valor a elas. Assinale a alternativa correta em relação ao papel e posicionamento da auditoria interna dentro das empresas. a) Reportando-se hierarquicamente ao mais alto cargo existente na empresa, a auditoria interna busca garantir a manutenção saudável do ambiente de controles internos e mapear os riscos do negócio de forma a evitar perdas e potencializar ganhos. b) A auditoria interna deve ser composta por uma equipe de contadores altamente treinados. Deve reportar-se ao diretor de contabilidade da empresa para poder analisar os dados contábeis e informar sobre todas as inconformidades identificadas e corrigidas, sem restrições de gerentes e supervisores. c) A auditoria interna, diferentemente da externa (que busca avaliação dos dados contábeis) tem como principal objetivo proteger o patrimônio da empresa. Para isso, mapeia e cria mecanismos antifraude e realiza investigações sobre desvios éticos e negligência. Por isso, a auditoria interna deve, impreterivelmente, reportar-se ao diretor jurídico da empresa. d) A auditoria interna trabalha em conjunto com a área de recursos humanos da empresa, de forma a reportar-se à mesma diretoria. Sua atividade está vinculada à análise de conduta dos funcionários da empresa em discordância com a missão, a visão e os valores da empresa. Se forem identificadas inconformidades, a auditoria interna irá subsidiar e munir a área de recursos humanos de documentação que apoia nas ações punitivas, sempre respaldados pela legislação trabalhista brasileira. e) Embora a folha de pagamento do departamento de auditoria seja de responsabilidade da empresa, a auditoria interna reporta-se hierarquicamente ao IBRACON, pois necessita manter o grau de independência exigido pela profissão e o regulamento pelas normas internacionais de contabilidade. Este departamento tem como objetivo fiscalizar os procedimentos internos para garantir a qualidade 35Conceitos relacionados à auditoria de gestão e gerar conforto aos stakeholders (clientes, fornecedores, investidores, etc). 2. O trabalho do auditor independente é de extrema importância para a sociedade. Apesar disso, no passado já ocorreram diversos problemas em que o parecer emitido por empresas de auditoria independente não refletia a realidade e favorecia as empresas auditadas. Assinale a alternativa que melhor descreve os objetivos de uma auditoria externa e os cuidados que devem ser tomados para garantir um parecer imparcial e realista da situação econômico-financeira das empresas auditadas. a) Para garantir a qualidade dos pareceres emitidos por auditores independentes, a CVM publicou uma norma em 1999. Ela estabelecia os prazos de relacionamento entre auditados e auditores. Segundo orientações da CVM, uma empresa de auditoria não pode ter relação (avaliação das demonstrações) do mesmo cliente por mais de três anos. Se a empresa auditada desejar recontratar esta firma de auditoria, após encerrado o prazo de três anos, deve aguardar pelo menos cinco anos. b) O auditor externo tem como principal atividade a avaliação dos procedimentos técnicos e operacionais da empresa. Ele divulga ao mercado um parecer conclusivo a respeito da qualidade dos processos da empresa. Em documento adicional, recomenda melhorias nos processos e produtos ofertados pelas empresas auditadas. c) O auditor externo, quando contratado para realização de auditoria contábil, restringe seu parecer a aspectos relativos à situação patrimonial da empresa, ou seja, apenas aqueles fatos que refletiram no balanço patrimonial. d) A auditoria externa, por meio de avaliações técnicas e valendo-se de alto grau de independência, tem como principal objetivo identificar fraudes e distorções que possam causar prejuízos aos investidores das empresas auditadas. e) A auditoria contábil é um dos serviços mais vendidos pelas firmas de auditoria ao redor do mundo. Para garantir a qualidade destes serviços, foi instituído que apenas contadores registrados podem executar o trabalho de auditoria contábil. 3. Ao longo dos anos, foram criados diversos órgãos para regulamentar e controlar a evolução da profissão e do mercado de auditoria no Brasil. Analise as questões e aponte a que retrata o correto papel do respectivo órgão relacionado à auditoria. a) A CVM (Mobile Values Commission) é responsável pela regulamentação da Bolsa de Valores americana e por supervisionar os trabalhos das firmas de auditorias que emitem parecer sobre a situação financeira de empresas que operam na bolsa dos Estados Unidos. Auditoria 36 b) O Instituto Brasileiro de Contabilidade (IBRACON) é responsável pela regulamentação da profissão contábil no Brasil. c) O Conselho Federal de Contabilidade (CFC) é responsável pela regulamentação e análise dos trabalhos realizados por auditores independentes. O Conselho Regional de Contabilidade (CRC) fica responsável pela avaliação e garantia da qualidade do trabalho das auditorias internas. d) Os Institutos dos Auditores Internos do Brasil (IIA Brasil) são voltados à regulamentação e ao fortalecimento da auditoria interna no Brasil. e) O Instituto de Auditoria e Segurança da Informação do Brasil (IASB) é a entidade responsável pela regulamentação da profissão do auditor de TI e dos profissionais da área de segurança de informação. 4. Marque a alternativa que melhor diferencia o auditor interno do externo. a) Quantidade e profundidade dos testes realizados durante o trabalho de auditoria. b) Técnicas e procedimentos de trabalho. c) O escopo de trabalho. d) Princípios e responsabilidades éticas. e) Necessidade de avaliação dos controles internos. 5. Assinale a afirmativa correta em relação a órgãos, objetivos e obrigações da profissão de auditoria. a) A maior contribuição de um auditor para com o auditado é a transparênciade sua opinião. Além disso, no caso da auditoria interna, além da opinião, devem ser ponderadas as recomendações do auditor, que são valiosas para o andamento dos negócios. b) A auditoria interna deve compartilhar seus papéis de trabalho com os auditores externos, pois este processo é parte do escopo da área de auditoria interna. c) As auditorias externas são contratadas pelas empresas para avaliar sua situação econômico-financeira e emitir um parecer ao mercado, buscando dar credibilidade aos números. Sua opinião formal deve, impreterivelmente, atender aos interesses da empresa que a contratou. d) O IIA, como órgão representante dos auditores internos, é responsável por avaliar os papéis de trabalho dos auditores externos antes da publicação das demonstrações contábeis. e) As auditorias internas sempre ocorrem para atender a demandas geradas no canal de denúncia das empresas. 37Conceitos relacionados à auditoria BRASIL. Comissão de Valores Mobiliários. Auditores independentes. Brasília, DF, 2016. Disponível em: <http://www.cvm.gov.br/menu/ regulados/auditores/aud_indepen- dentes.html>. Acesso em: 12 dez. 2016. BRASIL. Comissão de Valores Mobiliários. Instrução CVM 308. Brasília, DF, 1999. Disponível em: <http://www.cvm.gov.br/legislacao/ inst/inst308.html>. Acesso em: 12 dez. 2016. CHIQUITO, Antonio R. Princípios da auditoria contábil externa. Portal Contábeis, 2005. Disponível em: <http://www.contabeis.com.br/artigos/63/ principios-da-auditoria- -contabil-externa/>. Acesso em: 12 dez. 2016. CREPALDI, Silvio Aparecido. Auditoria contábil: teoria e prática. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2013. GIL, Antonio de Loureiro. Auditoria operacional e de gestão. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2000. GOMES, F. MBA em Contabilidade Internacional: conceitos nº 07. [S.l.]: DocPlayer, 2010. Disponível em: <http://docplayer.com.br/ 3682846-Orgaos-internacionais-de-conta- bilidade.html>. Acesso em: 12 dez. 2016. MAUTZ, Robert K. Princípios de auditoria. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1987. PORTAL DE CONTABILIDADE. NBC T- 11 - Normas de auditoria independente das demons- trações contábeis. São Paulo, c2016. Disponível em: <http://www.portaldecontabilidade. com.br/ nbc/t11.htm>. Acesso em: 12 dez. 2016. PORTAL DE CONTABILIDADE. NBC T- 12 - Da auditoria interna. São Paulo, c2016. Disponível em: <http://www.portaldecontabilidade.com.br/ nbc/t12.htm>. Acesso em: 12 dez. 2016. PORTAL DE CONTABILIDADE. Rotatividade dos auditores independentes. São Paulo, 2007. Disponível em: <http://www.portaldecontabilidade.com.br/ tematicas/rotatividade- deauditores.htm>. Acesso em: 12 dez. 2016. Auditoria 38 http://www.cvm.gov.br/menu/ http://www.cvm.gov.br/legislacao/ http://www.contabeis.com.br/artigos/63/ http://docplayer.com.br/ http://www.portaldecontabilidade/ http://www.portaldecontabilidade.com.br/ http://www.portaldecontabilidade.com.br/ Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
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