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AUDITORIA-INTERNA-E-EXTERNA

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cv 
 
1 
SUMÁRIO 
1 AUDITORIA INTERNA E EXTERNA .......................................................... 2 
2 AUDITORIA GOVERNAMENTAL ............................................................... 3 
3 AUDITORIA PRIVADA ................................................................................ 3 
4 AUDITORIA INTERNA ................................................................................ 4 
5 AUDITORIA EXTERNA............................................................................... 5 
6 PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE A AUDITORIA INTERNA E A 
EXTERNA ................................................................................................................... 7 
6.1 Auditoria Interna ................................................................................... 7 
6.2 Auditoria externa .................................................................................. 8 
7 AUDITORIA CONTÁBIL.............................................................................. 9 
8 AUDITORIA OPERACIONAL .................................................................... 11 
9 AUDITORIA INTEGRADA ......................................................................... 13 
10 SEMELHANÇAS ENTRE AUDITORIA INTERNA E EXTERNA ............ 13 
11 NOTA CURIOSA ENTRE AUDITORIA INTERNA X AUDITORIA 
EXTERNA 14 
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................... 16 
12 LEITURA COMPLEMENTAR 1 ............................................................. 19 
13 LEITURA COMPLEMENTAR 2 ............................................................. 30 
 
 
 
2 
1 AUDITORIA INTERNA E EXTERNA 
 
Fonte: www.jrmcoaching.com.br 
Nos últimos anos, tem sido muito comum encontrar-se tanto na literatura 
técnica, como nos debates, seminários, congressos e outros eventos acadêmicos, 
uma vasta enumeração de tipos de auditoria. Esse fato decorre da não-existência de 
uma classificação uniforme, que seja aceita por todos, para a atividade auditoria. 
Contudo, sem pretender esgotar a matéria, adotar-se-á, neste trabalho, a 
seguinte classificação por conveniência didática: 
 
Quanto ao Campo de atuação: 
- Governamental 
- Privada 
Quanto à Forma de realização: 
- Interna 
- Externa 
Quanto ao objetivo dos trabalhos: 
- Contábil ou Financeira 
- Operacional 
- Integrada 
 
3 
2 AUDITORIA GOVERNAMENTAL 
A auditoria governamental atua diretamente sobre a administração da coisa 
pública. Ela está diretamente relacionada com o acompanhamento das ações 
empreendidas pelos órgãos e entidades que compõem a administração direta e 
indireta das três esferas de governo. Normalmente é realizada por entidades 
superiores de fiscalização, sob a forma de Tribunais de Contas ou Controladorias, e 
organismos de controle interno da administração pública. Vale mencionar que alguns 
consideraram a atividade de fiscalização auditoria fiscal realizada pelos órgãos 
responsáveis pela arrecadação dos tributos como uma espécie de auditoria 
governamental. 
A auditoria fiscal pode ser conceituada como o conjunto de procedimentos 
técnicos, pautados em normas profissionais, aplicados por prepostos dos governos 
federal, estaduais e municipais com objetivo de verificar se os impostos, taxas e 
contribuições devidos aos cofres públicos estão sendo reconhecidos e recolhidos em 
conformidade com a legislação pertinente, assim como outras funções correlatas. 
Entre outras, os auditores fiscais podem possuir as seguintes atribuições: 
 Constituir créditos tributários por meio de lançamentos de ofício com 
lavratura de autos de infração; 
 Planejar, coordenar e executar atividades de fiscalização de receitas 
governamentais, principalmente as relacionadas com tributos; 
 Efetuar revisões fiscais e contábeis; 
 Planejar, coordenar e executar atividades de elaboração e divulgação de 
atos normativos, de elaboração de pareceres sobre a interpretação e a 
aplicação da legislação tributária e de orientação aos contribuintes. 
3 AUDITORIA PRIVADA 
A auditoria privada é toda aquela cujo campo de atuação se dá no âmbito da 
iniciativa particular, que objetiva o lucro, de uma maneira geral. 
 
4 
4 AUDITORIA INTERNA 
A administração da empresa, com a expansão dos negócios sentiu a 
necessidade de dar maior ênfase às normas ou aos procedimentos internos, devido 
ao fato de que o administrador, ou em alguns casos, proprietário da empresa, não 
poderia supervisionar pessoalmente todas as atividades. Entretanto, de nada valia a 
implantação desses procedimentos internos sem que houvesse o acompanhamento, 
no sentido de verificar se estes estavam sendo seguidos pelos empregados da 
empresa. 
Adicionalmente, o auditor externo ou independente, além de sua opinião ou 
parecer sobre as demonstrações contábeis, passou a emitir um relatório-comentário, 
no qual apresentava sugestões para solucionar os problemas da empresa, que 
chegaram ao seu conhecimento no curso normal de seu trabalho de auditoria. 
Entretanto o auditor externo passava um período muito curto na empresa e seu 
trabalho estava totalmente direcionado para o exame das demonstrações contábeis. 
Para atender a administração da empresa, seria necessária uma auditoria mais 
periódica, com maior grau de profundidade e visando também às outras áreas não 
relacionadas com contabilidade (sistema de controle de qualidade, administração de 
pessoal etc.). 
Portanto, surgiu o auditor interno como uma ramificação da profissão de auditor 
externo e, consequentemente, do contador. O auditor interno é um empregado da 
empresa, e dentro de uma organização ele não deve estar subordinado aqueles cujo 
o trabalho ele examina. Além disso, o auditor interno não deve desenvolver atividades 
que ele possa vir um dia examinar, como por exemplo, elaborar lançamentos 
contábeis), para não interferir em sua independência. 
A auditoria interna é a auditoria realizada por profissionais empregados da 
própria entidade auditada, portanto, parcialmente independente, e que, além das 
informações contábeis e financeiras, se preocupa também com os aspectos 
operacionais. Normalmente, a auditoria interna se reporta à presidência da 
organização, funcionando como um órgão de assessoramento. 
Segundo Nieva apud Guzmán (19.., p. 37), a auditoria interna é, em livre 
tradução, assim conceituada: 
 
5 
Atividade independente de avaliação de uma organização, mediante a 
revisão de sua contabilidade, finanças e outras operações que servem de 
base a administração da empresa. Também se pode dizer que é um controle 
gerencial que funciona medindo e avaliando a eficácia de outros controles. 
Segundo o Escritório do Auditor Geral do Canadá – OAG, a Auditoria Interna é 
a “revisão e avaliação, sistemática e independente de todas as operações, incluindo 
as atividades administrativas, com a finalidade de informar a administração sobre a 
eficiência, eficácia e economia das práticas internas de gestão e dos controles”. 
A INTOSAI, no glossário anexo às suas Normas (1995, p. 37), afirma que a 
auditoria interna é: 
 
O meio funcional pelo qual os dirigentes de uma entidade certificam-se, com 
base em fontes internas, de que as atividades pelas quais são responsáveis 
estão sendo executadas de forma a minimizar a probabilidade de ocorrência 
de fraudes, erros ou práticas ineficientes e antieconômicas. A auditoria 
interna possui várias das características de auditoria externa, entretanto pode 
perfeitamente seguir as orientações emanadas do órgão ao qual deve 
apresentar seus relatórios. 
O CFC, através da Resolução n.º 986/03, apresentou o seguinte conceito: 
A Auditoria Interna compreende os exames, análises, avaliações, 
levantamentos e comprovações, metodologicamente estruturados para a 
avaliação da integridade, adequação, eficácia, eficiência e economicidade 
dos processos, dos sistemas de informações e de controles internos 
integradosao ambiente e de gerenciamento de riscos, com vistas a assistir à 
administração da entidade no cumprimento de seus objetivos. 
A atividade de Auditoria Interna está estruturada em procedimentos, com 
enfoque técnico, objetivo sistemático e disciplinado, e tem por finalidade 
agregar valor ao resultado da organização, apresentando subsídios para o 
aperfeiçoamento dos processos, da gestão e dos controles internos, por meio 
da recomendação de soluções para as não-conformidades apontadas nos 
relatórios. 
É oportuno salientar que a auditoria interna não se limita somente aos aspectos 
contábeis de uma organização, logo deve ser realizada, preferencialmente, por uma 
equipe multi e interdisciplinar. 
5 AUDITORIA EXTERNA 
A auditoria externa ou auditoria independente surgiu como parte da evolução 
do sistema capitalista. No início, as empresas eram fechadas e pertenciam a grupos 
de familiares. Com a expansão do mercado e o acirramento da concorrência, houve 
 
6 
a necessidade de a empresa ampliar suas instalações fabris e administrativas, investir 
no desenvolvimento tecnológico e aprimorando os controles e procedimentos internos 
em geral, principalmente visando à redução de custos, portanto, tornando mais 
competitivos seus produtos no mercado. 
Entretanto, para processar todas essas mudanças seria necessário um volume 
de recursos impossível de ser obtido por meio das operações lucrativas da empresa 
ou patrimônio de seus proprietários. Por conseguinte, a empresa teve de captar esses 
recursos junto a terceiros, principalmente mediante a empréstimos bancários a longo 
prazo, e abrindo seu capital social para novos acionistas. 
No entanto, esses futuros investidores precisavam conhecer a posição 
patrimonial e financeira da empresa, a capacidade de gerar lucros e como estava 
sendo efetuada a administração financeira dos recursos na empresa. Essa 
necessidade de informação era para que o investidor pudesse avaliar a segurança, a 
liquidez e a rentabilidade de seu futuro investimento. A melhor forma de o investidor 
obter essas informações era, por meio das demonstrações contábeis da empresa. 
Como consequência, as demonstrações contábeis passaram a ter importância 
muito grande para os futuros aplicadores de recursos. Como medida de segurança 
contra a possibilidade de manipulação de informações, os futuros investidores 
passaram a exigir que essas demonstrações fossem examinadas por um profissional 
independente da empresa e de reconhecida capacidade técnica. Esse profissional, 
que examina as demonstrações contábeis da empresa e emite sua opinião sobre 
estas, é o auditor externo ou auditor independente. 
É importante citar que, apesar de ser muito divulgada, não existe uma definição 
consensual do que vem a ser auditoria externa. Em um sentido amplo, pode-se dizer 
que é a auditoria sobre a área financeira e outras, realizada por profissionais 
independentes. 
De acordo com o Glossário de termos e expressões utilizados em matéria de 
auditoria externa das finanças públicas da INTOSAI, elaborado por Everard e Wolter 
(1986,187), tem-se que a Auditoria Externa é a: 
Auditoria realizada por um organismo externo e independente da entidade 
controlada, tendo por objetivo, por um lado, emitir parecer sobre as contas e 
a situação financeira, a regularidade e a legalidade das operações e/ou sobre 
a gestão financeira e, por outro, elaborar relatórios correspondentes. 
 
7 
Ela também pode ser conceituada como sendo a auditoria realizada por 
profissionais qualificados e externos à empresa auditada, ou seja, que não são 
empregados da administração, normalmente sob a forma de firmas de auditoria, com 
o objetivo precípuo de emitir uma opinião independente, com base em normas 
técnicas, sobre adequação ou não das demonstrações contábeis, assim como, em 
certos casos, um relatório sobre a regularidade das operações e/ou sobre o resultado 
da gestão financeira e administrativa. Também conceituada como auditoria 
independente, é a auditoria realizada por especialistas contratados pela organização 
fiscalizada, ou por imposição normativa. 
Normalmente, os auditores externos realizam contábil, que segundo o CFC, 
representa o conjunto de procedimentos técnicos que têm por objetivo a emissão de 
parecer sobre a adequação das demonstrações contábeis, conforme os Princípios 
Fundamentais de Contabilidade, as Normas Brasileiras de Contabilidade e a 
legislação específica, no que for pertinente. 
No Brasil, a prática da Auditoria Externa está regulamentada pelo CFC, pela 
Comissão de Valores Mobiliários – CVM e pelo Banco Central do Brasil – BACEN. 
Consoante o art. 177 da Lei n.º 6.404/76, as demonstrações financeiras das 
companhias abertas devem observar as normas expedidas pela Comissão de Valores 
Mobiliários e são obrigatoriamente auditadas por auditores independentes ou externos 
registrados na mesma Comissão. 
6 PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE A AUDITORIA INTERNA E A EXTERNA 
Apresenta-se a seguir um quadro comparativo entre as principais diferenças 
conceituais entre a Auditoria Interna e a Auditoria Externa. 
6.1 Auditoria Interna 
É executada por empregado da organização ou empresa auditada. Portanto, é 
realizada por profissionais que possuem uma independência relativa. É oportuno 
ressaltar que tem sido comum a terceirização dos serviços de auditoria interna. 
 
8 
Objetiva atender às necessidades e aos interesses da administração. Logo a 
extensão (escopo) dos seus trabalhos será sempre definida em função dos anseios 
da alta direção. 
A avaliação das operações e do sistema de controle interno é realizada para, 
entre outras finalidades, desenvolver, aperfeiçoar e para induzir ao cumprimento de 
políticas e normas. 
Normalmente não se restringe aos assuntos financeiros. As fases dos exames 
são subdivididas em relação às áreas operacionais e às linhas de responsabilidade 
da administração. 
O auditor direciona seus exames para a identificação de erros e fraudes. 
O auditor interno possui uma independência relativa, pois na qualidade de 
empregado da empresa auditada, ele somente deve ser independente em relação às 
atividades e às pessoas cujo trabalho está sob escopo do seu exame, devendo 
subordinar-se às necessidades e aos interesses da administração. 
As áreas da empresa auditada são continuadamente revisadas. A 
periodicidade é definida pela administração. 
6.2 Auditoria externa 
O profissional que a realiza não possui qualquer vínculo empregatício nem 
relação de interesse com a empresa auditada. 
Os objetivos fundamentais são atender às necessidades de terceiros 
interessados pela empresa auditada, notadamente os acionistas que nela estão 
investindo capital, no que tange a adequação das informações contábeis, bem como 
atender aos objetivos da administração. 
A revisão das operações e do controle interno é realizada para atender as 
normas de auditoria e para determinar a extensão (escopo) do exame das 
informações contábeis. 
O exame normalmente está limitado aos aspectos financeiros. O enfoque está 
voltado para as principais contas do balanço patrimonial e para as demonstrações 
contábeis. 
O auditor deve planejar seus trabalhos de modo a identificar erros e fraudes 
que ocasionem efeitos relevantes nas demonstrações contábeis. 
 
9 
O auditor externo deve ser independente em relação a empresa auditada, não 
podendo ser influenciado por fatores estranhos, por preconceitos ou quaisquer outros 
elementos materiais ou afetivos que resultem em perda, efetiva ou aparente, de sua 
independência. 
As informações comprobatórias das demonstrações contábeis são auditadas 
periodicamente, geralmente em base anual. 
7 AUDITORIA CONTÁBIL 
O CFC, através da Resolução n.º 820/97, que aprova as Normas de Auditoria 
Independente das Demonstrações Contábeis, apresentou o seguinte conceito para a 
auditoria contábil: 
A auditoria das demonstrações contábeis constitui o conjunto deprocedimentos técnicos que tem por objetivo a emissão de parecer sobre a 
sua adequação, consoante os Princípios Fundamentais de Contabilidade e 
as Normas Brasileiras de Contabilidade e, no que for pertinente, a legislação 
específica. 
Conforme o citado Glossário elaborado por P. Everard e D. Wolter, tem-se o 
seguinte conceito: 
Auditoria relativa ao plano da organização, aos procedimentos e documentos 
que se referem à proteção dos ativos e à confiabilidade das contas e dos 
balanços financeiros. Esta auditoria é, consequentemente, concebida com a 
finalidade de fornecer uma garantia razoável que: 
a) As transações e o acesso aos ativos sejam efetuados em 
conformidade com as autorizações; 
b) As transações sejam registradas quando necessário; 
c) A contabilização dos ativos seja comparada com a existência 
física a intervalos razoáveis e que sejam tomadas as medidas 
adequadas relativamente as todas as diferenças não justificadas. 
A Auditoria Contábil representa o conjunto de procedimentos técnicos 
aplicados de forma independente por um profissional habilitado, segundo normas 
preestabelecidas, com o objetivo de se emitir uma opinião sobre se as demonstrações 
contábeis tomadas em seu conjunto, em relação aos Princípios Fundamentais de 
Contabilidade e as normas brasileiras de contabilidade, bem como sobre assuntos 
financeiros relacionados. 
 
10 
Portanto, o foco central dos trabalhos da auditoria contábil são os exames das 
demonstrações contábeis com o objetivo de se emitir uma opinião sobre sua 
adequação. Isto se deve ao fato de que essas demonstrações objetivam retratar, em 
determinada data, a situação orçamentária, financeira, econômica e patrimonial de 
uma organização, logo a sua adequada elaboração vai possibilitar um completo 
diagnóstico das condições dessa mesma entidade. 
O objetivo da auditoria contábil é a emissão de um parecer independente, que 
tem por limite os objetivos da auditoria (demonstrações contábeis) e não representa 
garantia de viabilidade futura ou de eficácia da administração na gestão dos negócios. 
Segundo o CFC, o parecer da Auditoria Contábil é de exclusiva 
responsabilidade de contador registrado nesse Conselho profissional, que deve 
realizar seu trabalho assegurando o devido controle de qualidade. 
Os requisitos que o auditor deve adotar para o controle da qualidade dos seus 
trabalhos, conforme o CFC, são: 
 O pessoal designado deve ter a competência e habilidade profissionais 
compatíveis com o requerido no trabalho realizado; 
 O pessoal designado deve ter o nível de independência e demais 
atributos definidos nas Normas Profissionais de Auditor Independente 
para ter uma conduta profissional inquestionável; 
 O trabalho de auditoria deverá ser realizado por pessoal que tenha um 
nível de treinamento e de experiência profissional compatível com o grau 
de complexidade das atividades da entidade auditada; e 
 O auditor deverá planejar, supervisionar e revisar o trabalho em todas 
as suas etapas, de modo a garantir aos usuários de seus serviços a 
certeza razoável de que o trabalho foi realizado de acordo com as 
normas de controle de qualidade requeridas nas circunstâncias. 
Em um resumo gráfico do processo da auditoria contábil, tem-se: 
 
 
11 
 
Fonte: www.guidantmanagement.com 
8 AUDITORIA OPERACIONAL 
É a tradução da performance audit dos americanos. Refere-se ao conjunto de 
procedimentos auditoriais que são aplicados com o objetivo de se avaliar o 
desempenho e a eficácia das operações, dos sistemas de informação e de 
organização, dos métodos de administração; examinar a propriedade e o 
cumprimento das políticas administrativas da empresa auditada, além de analisar a 
adequação e a oportunidade das decisões estratégicas. É o exame que pode abranger 
todos os níveis de uma administração sob o ponto de vista da economia, eficiência, 
eficácia e efetividade. É também denominada de Auditoria de Otimização de 
 
12 
Recursos, Auditoria de Desempenho ou de Resultados. Segundo alguns, a auditoria 
operacional também é uma expressão sinônima para a auditoria de gestão. 
A auditoria operacional surgiu da necessidade de melhorar os informes 
apresentados pelos auditores no que se refere aos resultados da gestão privada e 
pública, em face das limitações das informações financeiras. Os objetivos principais 
da Auditoria Operacional são: apresentar sugestões para melhorar a gestão dos 
recursos e identificar aspectos de ineficiência, desperdícios, desvios e abusos. 
Em um resumo gráfico, tem-se: 
 
Fig. 04 – Processo de auditoria operacional 
 
Fonte: www.guidantmanagement.com 
 
13 
9 AUDITORIA INTEGRADA 
A auditoria integrada corresponde a tradução adotada em Portugal e no Brasil 
para a Comprehensive Audit dos canadenses. 
A literatura técnica internacional vem definindo a Auditoria Integrada mais como 
um conceito do que como uma técnica propriamente dita, na qual são envolvidos 
aspectos relacionados, mas individualmente distinguíveis no que se refere a 
accountability, quais sejam: exame de demonstrações contábeis ou financeira e 
exames de economia, eficiência e eficácia na gerência dos recursos. 
O termo Auditoria Integrada, consoante a OLACEFS (1981, p. 20), é utilizado 
pelo Escritório do Auditor Geral do Canadá para descrever um “enfoque de auditoria 
de escopo ampliado com objetivo de revisar sistematicamente e emitir relatórios sobre 
as relações de responsabilidade de prestar contas e sobre as atividades de apoio, os 
sistemas e controles utilizados pela administração no cumprimento dos seus deveres 
e obrigações”. Logo, pode-se denominar a Auditoria Integrada como Auditoria de 
Amplo Escopo. 
10 SEMELHANÇAS ENTRE AUDITORIA INTERNA E EXTERNA 
Procedendo-se uma análise comparativa entre a Auditoria Interna e a Externa, 
chega-se à conclusão que elas têm muitas semelhanças, quais sejam: 
Utilizam-se praticamente das mesmas técnicas: 
- Formulam sugestões de melhorias para deficiências encontradas. 
- Modificam a extensão de seus trabalhos de acordo com as suas observações 
e a eficiência dos sistemas contábeis e de controle interno existentes. A seguir, uma 
visão significativa dessas semelhanças: 
 
14 
11 NOTA CURIOSA ENTRE AUDITORIA INTERNA X AUDITORIA EXTERNA 
 
Fonte: www.guidantmanagement.com 
A auditoria contábil é uma atividade exercida por meio de técnicas e 
procedimentos de forma sistematizada para avaliar e examinar os procedimentos e 
as operações praticadas na execução da escrituração contábil, esta atividade se 
conclui no relatório técnico onde o auditor emite seu parecer a respeito do que foi 
verificado. Há dois tipos de atividades de auditoria mais comuns, a auditoria 
operacional e a financeira/contábil. Na auditoria operacional a relação com a 
contabilidade é mais indireta, pois o objetivo neste tipo de auditoria é analisar 
controles e procedimentos operacionais da administração e sua consequência na 
contabilidade. Já na auditoria financeira o auditor expressa sua opinião sobre as 
demonstrações financeiras e a aplicação dos princípios de contabilidade. 
As informações que fundamentam a auditoria devem ser obtidas de fontes 
independentes, pois devem prestar credibilidade ao trabalho, portanto o auditor deve 
sempre dar preferência a documentos, arquivos ou papéis de origem externa e hesitar 
quando os mesmos forem obtidos dentro da própria empresa. A técnica da 
circularização, por exemplo, permite confirmar as informações contidas na 
escrituração contábil com terceiros. Em casos onde a informação de terceiros não 
 
15 
seja possível, o auditor deve ir a fundo para verificar a exatidão das informações na 
contabilidade, para isso ele pode se valer da contagem física. 
Num exemplo de circularização, o auditor em nome da empresa emite uma 
carta solicitando a clientes e fornecedores a confirmação dos débitos/créditos com a 
empresa numa determinada data. A contagem físicaé bem comum ser aplicada ao 
final de cada ano no inventário dos estoques, mas também deve ser usada para 
verificar o saldo de caixa de forma periódica para evitar problemas e fraudes no 
controle de caixa. 
A auditoria pode ainda ser interna ou externa. A auditoria interna segue 
orientação da diretoria da empresa e está subordinada aos controles, normas e 
procedimentos internos da empresa, já a auditoria externa é mais independente, pois 
aborda as informações de maneira mais imparcial já que não leva em conta as 
políticas internas da empresa, mas sim as técnicas e princípios que norteiam a 
contabilidade. Entretanto, uma não elimina a necessidade da outra, pois apesar de 
suas funções serem similares o destaque e a forma de encontrar as informações são 
diferentes. 
Além disso, as auditorias interna e externa numa mesma organização tendem 
a se completarem possibilitando maior segurança na representação patrimonial na 
contabilidade e possibilita a resolução preventiva de problemas que muitas vezes só 
serão detectados após o fechamento do exercício contábil. Com a internacionalização 
das normas contábeis há uma maior importância em se aplicar as auditorias e se 
certificar que a realidade da empresa esteja espelhada nas demonstrações 
financeiras. 
 
 
16 
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LOPES, Paulo Afonso. Probabilidades e estatísticas. Rio de Janeiro: Reichmann & 
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MOTTA, João Maurício. Auditoria; princípio e técnicas. 2 ed. São Paulo: Atlas, 1992. 
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OLIVEIRA, Luís Martins de.; JUNIOR, José Hernandez Perez. auditoria de 
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REIDER, Harry R. The complete guide to operational auditing. New York: Jonh Wiley 
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SÁ, Antonio Lopes, SÁ, A M. Lopes. Dicionário de contabilidade. 8 ed. São Paulo: 
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Trillas, 1998. 344p. 
 
 
19 
12 LEITURA COMPLEMENTAR 1 
Autores: Gisele Cristiane Galo; Roseli Aparecida de Oliveira Barbosa 
Disponível em: http://www.univale.com.br/portalnovo/images/root/anaisadmix/5.pdf 
Acesso: 25/11/2016 
 
AUDITORIA INTERNA E EXTERNA 
RESUMO 
A evolução das empresas e a consequente competição do mercado tornam as empresas 
carentes de informações precisas e fidedignas capazes de levá-las à tomada de decisão segura. A 
Auditoria Interna e Externa surgiu para suprir às necessidades de informações que os usuários 
precisavam. Portanto, este artigo apresenta o exercício da Auditoria Interna e Externa, bem como suas 
atribuições e principais diferenças. 
Palavras-Chaves: Contabilidade. Auditoria. Interna. Auditoria Externa. Auditor. 
 
INTRODUÇÃO 
 
Com a expansão das empresas as demonstrações contábeis passaram ter 
maior importância para os donos das empresas para as pessoas que tivessem 
interesse em investir nessas empresas. Com isso houve a necessidade de confirmar 
a veracidade das informações emitidas pelas empresas. Esta confirmação só poderia 
ser emitida por um auditor. 
Com o crescimento das empresas, aumentou também as informações 
analisadas pela administração e estas deveriam ser constantes, pois auxiliariam nas 
tomadas de decisões, por isso grandes empresas começaram a ter dentro de suas 
organizações uma Auditoria Interna com a finalidade de trazer melhorias para o 
controle interno e garantir eficiência e eficácia na gestão da empresa. 
Posteriormente, são revisados as operações e controle interno para determinar 
a extensão do exame e a fidedignidade das demonstrações financeiras, realizado por 
um auditor externo. 
Assim realizou-se uma pesquisa bibliográfica para evidenciar os objetivos e as 
diferenças entre a Auditoria Interna e Externa. 
 
A EVOLUÇÃO DA AUDITORIA NO BRASIL 
 
http://www.univale.com.br/portalnovo/images/root/anaisadmix/5.pdf
 
20 
A primeira empresa de Auditoria que se instalou aqui no Brasil foi no ano de 
1909. 
Segundo Attie(1992, p.34), no Brasil o desenvolvimento da Auditoria teve suas 
influências, entre elas pode-se citar: 
 
• Filiais e subsidiárias de firmas estrangeiras; 
• Financiamento de empresas brasileiras através de entidades 
internacionais; 
• Crescimento das empresas brasileiras e 
 necessidades de descentralização e diversificação de suas 
atividades econômicas; 
• Evolução do mercado de capitais; 
• Criação das normas de auditoria promulgadas pelo Banco 
Central do Brasil em 1972. 
 
Mas apenas em 1976 que a Auditoria deu um grande passo para sua 
consolidação. 
Segundo Magalhães, Lunkes, Muller (2001, p.18) 
 
Essa consolidação aconteceu com o surgimento da Lei das 
Sociedades por Ações (lei n 6404) com a lei de Comissão de Valores 
Mobiliários (lei n 6385). A primeira porque estabeleceu com 
obrigatoriedade para empresas de capital aberto ter suas demonstrações 
contábeis por auditores independentes. A segunda porque estabeleceu a 
fiscalização para as atividades dos auditores independentes. 
 
Com a evolução dos sistemas as empresas que no início pertenciam a grupos 
familiares precisavam expandir seus negócios e, para isso, necessitavam de 
investimentos de terceiros, abrindo seu capital para novos acionistas. Mas estes 
necessitavam de informações precisas sobre os investimentos e capital da empresa 
para só assim poder investir com segurança. Diante disso, as demonstrações 
contábeis passaram a ter grande importância para os investidores, principalmente, 
para os acionistas minoritários que aplicavam suas economias na bolsa de ações. 
A evolução da Auditoria junto ao desenvolvimento econômico é que gerou as 
grandes empresas formadas por capitais de muitas pessoas, que tem na informação 
dos registros contábeis a proteção ao seu patrimônio. 
Hoje a Auditoria não é somente um instrumento de mera observação, mas 
também de orientação, interpretação e de previsão de fatos, tornando-se dinâmica, 
porém, ainda, em evolução. 
 
 
21 
CONCEITO DE AUDITORIA 
 
Auditoria é um exame cuidadoso e independente das atividades 
desenvolvidas em determinada empresa ou setor, cujo objetivo é averiguar se elas 
estão de acordo com as disposições planejadas e/ou estabelecidas previamente, se 
foram implementadas com eficácia e se estão adequadas com os objetivos traçados 
pela empresa. 
 
De acordo com Gil (1879, p.59): 
 
Auditoria é uma função administrativa que exerce a verificação/ 
constatação/ validação, via testes e analises dos resultados dos testes, com 
consequente emissão de opinião, em momento independente das demais três 
funções administrativas (planejamento, execução, controle), consoante os três 
níveis empresariais principais (operacional, tático e estratégico). 
 
Pode-se conceituar Auditoria como exame das demonstrações contábeis e 
todos os documentos, livros, registros que foram utilizados para sua elaboração. Para 
apurar com exatidão os registros contábeis e a realidade das operações da empresa. 
 
Segundo Franco, Marra (1985, p.20). 
 
(...) Os exames são efetuados de acordo com as normas de Auditoria 
usualmente aceitas e incluem os procedimentos que os auditores julgarem 
necessários, em cada circunstância, para obter elementos de convicção, com 
o objetivo de comprovar se os registros contábeis foram executados de acordo 
com os princípios de contabilidade geralmente aceitos e se a demonstrações 
contábeis delas decorrentes refletem adequadamente a situação econômico-
financeira do patrimônio, os resultados do período administrativo examinado e 
outras situações nelas demonstradas. 
 
Depois de feito o exame das demonstrações contábeis o auditor expressa 
sua opinião emitindo seu parecer, certificando a veracidade das demonstrações 
financeiras preparadas pela empresa auditada. 
A Auditoria é a técnica utilizada pela contabilidade para poder atingir 
plenamente sua finalidade. 
 
OBJETIVOS DA AUDITORIA 
 
 
22 
Para realização de uma Auditoria o profissional da área necessita de seguir 
alguns objetivos. 
Segundo Machado (1993, p.9), o auditor deve seguir esses objetivos: 
 
a) Verificar a situação econômica e patrimonial de uma empresa, através de 
suas demonstrações contábeis; 
b) Analisar a estrutura operacional existente de uma entidade, oferecendo 
sugestões com vistas ao seu aperfeiçoamento e racionalização de suas 
atividades; 
c) Revisar a estrutura administrativa existente na entidade, verificando a 
existência de uma adequada linha de autoridade e responsabilidade, 
perfeitamente definida entre os departamentos, levando em conta a 
necessária segregação de funções. 
 
Depois da utilização desses objetivos o auditor poderá emitir seu parecer. 
Este deverá expressar a opinião do auditor sobre as demonstrações contábeis. O 
auditor deve verificar se as demonstrações foram preparadas de acordo com os 
princípios da contabilidade geralmente aceitos e, se esses princípios, foram aplicados 
na documentação examinada, referente ao exercício anterior. 
A Auditoria é solicitada para apurar a responsabilidade e resguardar a 
integridade dos diretores ou executivos e também serve para dar uma satisfação e 
propiciar uma garantia aquele que mantêm relações com a entidade. 
Dessa forma, a Auditoria é a peça fundamental na verificação das 
demonstrações contábeis, sinalizando falhas que nos alertam para a necessidade de 
mudanças. 
 
AUDITORIA INTERNA 
 
Com a expansão dos negócios as empresas tiveram a necessidade de uma 
pessoa que além de revisar os controles internos e os procedimentos operacionais, 
também auxiliasse na administração e na execução das atividades. Surgiu então o 
auditor interno, para realizar uma Auditoria mais periódica, com maior grau de 
profundidade e visando também outras áreas não relacionadas com a contabilidade, 
para verificar se as normas internas vêm sendo seguidas. 
Paralelamente o auditor interno executa auditoria contábil. 
 
Segundo Almeida (1986, p.5) 
 
23 
O auditor interno é um empregado da empresa, e dentro de uma 
organização ele não deve estar subordinado aqueles cujo trabalho examina. 
Além disso, o auditor interno não deve desenvolver atividades que ele possa 
vir um dia examinar (como por exemplo, elaborar lançamentos contábeis), 
para que não interfira na sua independência. 
 
O auditor interno é funcionário da empresa, mas como executa auditoria 
contábil e operacional, deve ter certa independência dentro da entidade. Se for 
subordinado ao departamento contábil ou administrativo, pode sofrer pressões 
quando da execução de seus trabalhos. Para ter o maior grau possível de 
independência, deve ser subordinado à presidência da empresa. Em empresas de 
grande porte, existe um verdadeiro departamento de Auditoria Interna. 
O trabalho do auditor interno ajuda a empresa fazer o planejamento estratégico 
para alcançar maior desempenho nos planos, metas, objetivos e políticas traçadas 
pela empresa. 
Segundo o Audibra (Instituto dos Auditores Interno no Brasil): 
 
A missão básica da Auditoria Interna é; emitir a opinião conclusiva ou 
considerações a respeito das operações examinadas, avaliarem os fluxos dos 
sistemas, plano de controle interno e desempenho da organização ou de 
qualquer de seus segmentos; auxiliar a Alta Administração e demais membros 
do corpo gerencial da organização a se desincumbirem de maneira eficaz de 
suas responsabilidades. 
 
A empresa que utiliza a ferramenta da Auditoria Interna é beneficiada na 
questão de liderança, eficácia na manutenção e criação de controle interno etc. A 
empresa que não dispõe de controle administrativo o seu sistema de contabilidade é 
considerado por muitos sem valor, por não poder depositar sua confiança em suas 
informações e em seus relatórios. 
A Auditoria Interna como sendo uma atividade de avaliação independente, 
trabalha em parceria com administradores e especialistas. 
Segundo Paula (1999, p.32): 
(...) deverá avaliar aeficiência e a eficácia dos sistemas de controle 
de toda a entidade, agindo proativamente, zelando pela observância às 
políticas traçadas, e provocando melhorias, fornecendo subsídios aos 
proprietários e administradores para tomada e decisão, visando ao 
cumprimento da missão da entidade. Sendo assim o auditor deve avaliar se 
os métodos usados para conseguir cumprir as metas traçadas pela empresa 
estão sendo eficiente, se não estiver o auditor deve indicar os métodos para a 
produção da empresa, para que esta consiga ter resultado eficaz. 
 
 
24 
OBJETIVOS DA AUDITORIA INTERNA 
 
A Auditoria Interna tem como objetivo principal prestar ajuda à Administração, 
possibilitando-lhe o conhecimento da forma como desenvolve suas atividades, 
oferecendo condições para um desempenho adequado de suas obrigações, 
proporcionando análise, apreciações, recomendações e comentários objetivos e/ou 
convenientes acerca das atividades investigadas. 
Conforme afirma Almeida (1996, p.26), os objetivos da Auditoria Interna são 
os seguintes: 
• Verificar se as normas internas estão sendo seguidas; 
• Verificar a necessidade de aprimorar as normas internas vigentes; 
• Verificar a necessidade de novas normas internas; 
• Efetuar Auditoria das diversas áreas das demonstrações contábeis e 
em áreas operacionais. 
 
O auditor interno deve seguir as normas de Auditoria, mesmo sendo 
empregado da empresa o auditor não deve deixar que administração interfira na 
execução das suas funções, permitindo o exame de todos os atos por ela praticados. 
O auditor interno pode prever o exame de alguns fatos contábeis, antes deles 
ser registrado, no sentido de assegurar sua legitimidade e evitar correções futuras. 
São as seguintes as responsabilidades do auditor interno: 
- Observar com maior rigor do que qualquer outro empregado, os regulamentos 
internos da empresa; 
- Manter alto padrão de comportamento moral e funcional; 
- Ser discreto, não se utilizando de fatos apurados para proveito próprio; 
- Reportar eventuais sugestões sobre possíveis melhorias de sistemas de 
controle ou trabalho; 
- Só reportar fato que possam ser comprovados por documentos verificados e 
que não possam ser contestados; 
- Manter sempre presente perante os setores que audita não tem função de 
espião ou fiscal, mas sim de empregado categorizado, que tem funções definidas 
dentro da organização. 
A Auditoria Interna conhecida também como Auditoria Operacional realiza o 
exame dos controles internos e avalia a eficiência e eficácia da gestão, promove 
 
25 
melhorias nos controles operacionais e na gestão de recursos. A Auditoria faz 
recomendações nesses controles para atingir a eficiência administrativa. 
Segundo Crepaldi (2009, p.40) “... é preciso aumentar a eficácia gerencial por 
meio de recomendações compatíveis, aplicáveis e inovadoras, aumentar a eficácia e 
eficiência do processo auditorial e trazer benefícios efetivos para entidade auditada. ’’ 
O objetivo da Auditoria Interna é beneficiar a empresa com um melhor controle 
de seu patrimônio, procurando reduzir a ineficiência, negligência, incapacidade etc. 
Com essa ferramenta de controle administrativo a empresa se beneficiara dos 
diagnósticos, quanto à obediência as normas e procedimentos internos, possíveis 
áreas de risco, possibilitando a administração tomar as decisões necessárias. 
Portanto essa ferramenta tão preciosa – auditoria interna proporciona maior 
segurança ao funcionamento correto das operações. 
 
AUDITORIA EXTERNA 
 
A Auditoria Externa surgiu com a necessidade que os investidores tinham de 
ter informações sobre a veracidade das demonstrações contábeis que a empresa 
dispõe. Com isso, os investidores passaram a exigir que as demonstrações da 
empresa fossem examinadas por um profissional independente que não tivessem 
nenhum vínculo empregatício ou parentesco com a empresa, garantindo qualquer tipo 
de interferência não pessoal no seu parecer. Este profissional é o auditor externo que 
tem maior grau de independência e executa a Auditoria contábil. Seu objetivo na 
empresa auditada é emitir sua opinião sobre as demonstrações financeiras 
examinadas. 
Segundo Almeida (1988, p.13): 
 
Para atingir esse objetivo o auditor externo necessita planejar 
adequadamente o seu trabalho, avaliar o sistema de controle interno, 
relacionando com a parte contábil e proceder à revisão analítica das contas 
do ativo, passivo, despesas e receitas, a fim de estabelecer a natureza, 
datas e extensão dos procedimentos de Auditoria, colher as evidências 
comprobatórias das informações das demonstrações financeiras e avaliar 
essas evidências. 
A Auditoria Externa das demonstrações contábeis constitui o conjunto de 
procedimentos técnicos que tem por objetivo a emissão de parecer sobre a 
 
26 
adequação com que estas representam à posição patrimonial e financeira, o resultado 
das operações, as mutações do patrimônio líquido e as origens e aplicações de 
recursos da entidade auditada, seguindo as Normas Brasileiras de Contabilidade e a 
legislação específica. 
Segundo Crepaldi (2009, p.286): 
 
...o auditor independente necessita planejar adequadamente seu 
trabalho, avaliar o sistema de controle interno relacionado com a parte 
contábil e proceder à revisão analítica das contas do ativo, passivo, 
despesas e receitas, a fim de estabelecer a natureza, datas e extensão dos 
procedimentos de auditoria, colher as evidências comprobatórias das 
informações das demonstrações financeiras e avaliar essas evidências. 
É importante frisar que a existência de Auditoria Externa não elimina a 
necessidade da Auditoria Interna e tampouco a recíproca é verdadeira, já que suas 
funções e objetivos são diferentes. Entretanto, um trabalho conjugado entre as 
Auditorias pode ser por ambas utilizadas para se evitar a duplicidade do trabalho. 
 
Os objetivos da Auditoria Externa são: 
• Comprovar a exatidão dos registros contábeis; 
• Propor soluções para o aperfeiçoamento do controle interno e do sistema 
contábil da entidade; 
• Verificar a correta apresentação e divulgação das demonstrações 
contábeis; 
• Emitir parecer (opinião) sobre as demonstrações contábeis auditadas. 
Esses são os passos que o auditor externo segue para examinar as 
demonstrações contábeis, cujos elementos básicos são: 
• Balanço Patrimonial; 
• Demonstração do Resultado de Exercício; 
• Demonstração de lucros ou prejuízos acumulados; 
• Demonstração das origens e aplicações de recursos; 
• Notas explicativas. 
Pode-se dizer que existem vários motivos para que as empresas contratem 
um auditor. Citam-se a seguir alguns para melhor entendimento do assunto. 
• Obrigação legal; 
• Como medida de controle interno; 
 
27 
• Imposição de bancos e fornecedores; 
• Atender as exigências da própria empresa; 
• Futura venda da empresa; 
• Fusão da empresa; 
• Consolidação das demonstrações contábeis. 
 
O auditor independente também examina e mede o grau de confiança do 
controle interno que se pode atribuir às demonstrações financeiras, porém não se 
preocupa em identificar e prevenir fraude, a não ser que as mesmas afetam 
substancialmente as demonstrações contábeis em exame, em conformidade com a 
Resolução do Conselho Federal de Contabilidade nº 700/91, que aprovou as normas 
de auditoria independente das demonstrações contábeis, dispondo nos itens 11.1.4.3 
e 11.1.4. 4, a obrigação e a responsabilidade que o auditor independente deve 
considerar em relação às fraudes e erros: 
 
11.1.4.3 – Ao detectar erros relevantes e quaisquer fraudes no 
decorrer dos seus trabalhos, o auditor tem a obrigação de comunicá-los à 
administração da entidade e sugerir medidas corretivas, informando sobre 
os possíveis efeitos no seu parecer, caso elas não sejam adotadas. 
11.1.4.4 – A responsabilidade primária na prevenção e detecção de 
fraudes e erros é administração da entidade, através da implementaçãoe 
manutenção de adequado sistema contábil e de controle interno. 
Entretanto, o auditor deve planejar seu trabalho de forma a detectar fraudes 
e erros que impliquem efeitos relevantes nas demonstrações contábeis. 
 
Logo se conclui que a Auditoria Externa não é realizada para detectar 
fraudes, erros ou para interferir na administração da empresa, ou ainda, reorganizar 
o processo produtivo ou demitir pessoas ineficientes. Naturalmente, no decorrer do 
processo de Auditoria, o auditor pode encontrar fraudes ou erros, mas o seu objetivo 
não é este. Seu objetivo é emitir um parecer. 
 
 Segundo Almeida (1996, p.32): 
 
O auditor externo deve examinar as demonstrações contábeis de 
acordo com as normas de Auditoria geralmente aceitas; portanto, não é seu 
objetivo principal detectar irregularidades (roubos, erros propositais, etc.); 
conquanto essas possam vir a seu conhecimento durante a execução do 
serviço de Auditoria. (...) cumpre ressaltar que durante a execução do 
serviço de Auditoria o auditor externo tem acesso a muitas informações 
 
28 
confidências da empresa (salários, sistema de apuração de custos, sistema 
de produção, política de vendas, etc.) Como qualquer outro profissional, o 
auditor externo deve manter sigilo dessas informações, mesmo dentro da 
própria empresa. Como medida de sigilo profissional, o auditor externo não 
deve permitir que terceiros tenham acesso a seus papéis de trabalho sobre 
a empresa. 
 
O auditor externo tem que ter independência absoluta, não de vê aceitar 
imposições da empresa, quanto aos procedimentos adoados na realização da 
Auditoria, nem quanto às conclusões a que deve chegar. 
Na Auditoria Externa ou Independente o auditor tem um contrato de prestação 
de serviço, o auditor examina as demonstrações contábeis alguma área específica 
ou procedimento predefinido como objeto de trabalho especial. Sua finalidade é emitir 
parecer sobre a adequação das demonstrações contábeis e esse parecer deve ser 
independente. 
 
Embora operando em diferentes graus de profundidade/extensão‚ a Auditoria 
Interna e a Auditoria Externa têm interesses comuns, daí a conexão existente no 
trabalho de ambas. Notadamente no campo contábil, os exames são efetuados, 
geralmente, pelos mesmos métodos. 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 Diante da evolução das empresas, passou a ser exigido uma comprovação 
dos resultados. Para executar este trabalho as empresas estão contratando um 
profissional de Auditoria para examinar as demonstrações contábeis e confirmar se 
essas informações fornecidas pela empresa são verídicas. 
Hoje, com a situação em que se vive é extremamente necessária a presença 
de um auditor dentro da empresa. Para confiar aos interessados (sócios, acionistas, 
investidores, bancos, etc.). 
Neste artigo procurou-se demonstrar as principais diferenças entre Auditoria 
Interna e Externa, a principal está no direcionamento do seu trabalho. A primeira 
trabalha para atender as necessidades da administração. Já a Auditoria Externa 
principalmente para o interesse de terceiros. 
 
29 
O auditor externo certifica a veracidade dos fatos, o auditor interno auxilia os 
gestores no desempenho de suas funções, fornecendo-lhes subsídios para tomada 
de decisão. 
No momento em que se vive acirrada competitividade entre as organizações, 
a segurança proporcionada pelos controles e informações fidedignas podem 
representar o sucesso ou o fracasso empresarial. 
 
 
30 
13 LEITURA COMPLEMENTAR 2 
Autores: Geraldo José Pinheiro e Luís Roberto Silva Cunha 
Disponível em: 
http://internet.sefaz.es.gov.br/informacoes/arquivos/publicacoes/publicacao_11.pdf 
Acesso: 29 de novembro de 2016 
A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA NA DETECÇÃO DE FRAUDES 
Geraldo José Pinheiro 
Luís Roberto Silva Cunha * 
 
RESUMO 
Neste artigo os autores estabelecem uma inter-relação entre o evento fraudes e o papel a ser 
realizado pela auditoria no sentido de sua identificação e minimização das causas de sua ocorrência. 
Alguns aspectos de análise do presente artigo foram extraídos de pesquisas realizadas por instituições 
conceituadas em nível nacional e internacional que atuam na área de auditoria e áreas afins. É 
evidenciado ainda pelos autores que a função do auditor por essência está diretamente associada ao 
conhecimento e descoberta da fraude. Trata-se de uma análise reflexiva para propiciar ao segmento 
empresarial a magnitude quantitativa das fraudes, e a relevância da variável auditoria como ferramenta 
indispensável para contrapor este “câncer“, possibilitando a continuidade operacional do 
empreendimento. 
Palavras-chave: Fraudes; Fraudes-Brasil; Auditoria – Práticas corruptas; 
Auditoria – Práticas criminais. 
INTRODUÇÃO 
Em decorrência da evolução das fraudes seja no aspecto quantitativo, seja no 
aspecto qualitativo atingindo mundialmente empresas públicas e privadas em países 
desenvolvidos e emergentes ocasionando perdas substanciais nos respectivos 
patrimônios, associado à rara literatura sobre a matéria e as recentes pesquisas que 
apresentam números contundentes, sentimo-nos estimulados a investigar e 
evidenciar o inter-relacionamento da auditoria e a sua correspondência biunívoca com 
o fenômeno fraudes. 
O enfoque do presente trabalho é apresentar a classe empresarial de forma 
delimitada a função da auditoria ao nível necessário a permitir, o discernimento sobre 
as possibilidades de aplicação na prevenção e descoberta das fraudes. Obviamente, 
não é nossa pretensão conferir aos administradores, conhecimentos específicos 
sobre a matéria, mas o suficiente a permitir uma reflexão para a decisão de 
 
31 
implementar a utilização da auditoria como elemento estratégico para minimizar as 
fraudes nas organizações. 
O escopo do presente artigo, inicialmente explicita alguns conceitos de 
auditoria de forma sintética em seus três tipos no que tange a relação da entidade 
com o auditor: Auditoria interna, Auditoria Externa e Auditoria Governamental. Em 
seguida é abordada a conjuntura de fraudes em nível internacional e nacional 
evidenciando a generalização das fraudes e o inter-relacionamento da auditoria antes, 
durante e posteriormente a ocorrência da fraude nas empresas, conforme dados 
extraídos em diversas pesquisas realizados por instituições renomadas que atuam na 
área de auditoria e áreas afins. Finalmente são apresentadas algumas considerações 
finais para reflexão. 
 
A FUNÇÃO DA AUDITORIA 
 
A origem latina do termo auditoria, que vem de audire (ouvir), foi ampliado pelos 
ingleses como auditing para denominar a tecnologia contábil da revisão. Para atender 
o mundo globalizado, de uma sociedade moderna composta pelas grandes 
organizações, com o desenvolvimento econômico dos países, gerando crescente 
complexidade na administração dos negócios, onde as transações são contabilizadas 
em real-time, sujeitas às determinações fiscais e legais, e devido à criação de normas 
regulamentadoras da profissão, o conceito de auditoria tem-se ampliado ao longo do 
tempo. 
Apresentamos a título de ilustração, alguns conceitos atuais de auditoria. 
Segundo Attie (1998, p.25), “a auditoria é uma especialização contábil voltada a testar 
a eficiência e a eficácia do controle patrimonial implantado com o objetivo de 
expressar uma opinião sobre determinado dado”, ou de forma ampliada de acordo 
com Sá (1998, p.25), Auditoria 
[...] é uma tecnologia contábil aplicada ao sistemático exame dos 
registros, demonstrações e de quaisquer informes ou elementos 
de consideração contábil, visando a apresentar opiniões, 
conclusões, críticas e orientações sobre situações ou 
fenômenos patrimoniais da riqueza aziendal, pública ou privada, 
quer ocorrido, quer por ocorrer ou prospectados e 
diagnosticados. 
Podemos observar que a auditoria poderá apresentar-se de diversas formas, 
conforme as suas características peculiares. Assim de acordo com os fins a que se 
 
32 
destina, aauditoria pode ser realizada para confirmar a exatidão das demonstrações 
contábeis, permitir melhor controle administrativo, atender as exigências legais, 
verificar o cumprimento das obrigações fiscais, entre outros, apurar erros e fraudes 
(Franco e Marra, 1992, p. 163). 
Muitas empresas entendem que o objeto principal de uma auditoria é de apenas 
de descobrir e de protege-la contra fraudes e de evitar multas fiscais, esquecendo da 
importância dos objetos básicos como da eficácia e eficiência. 
 Alguns autores como Lopez (apud Sá. 1998, p.29), entendem que a auditoria 
tem objetos básicos e secundários. Os primeiros seriam os da opinião da 
fidedignidade das demonstrações contábeis e até extracontábeis, e o segundo, 
relativo a matéria como, os das descoberta de erros e fraudes, informações sobre o 
controle interno, assistência econômico-financeira e outras. 
 Geralmente nas auditorias que tem também a finalidade da apuração de erros 
e fraudes, ocorrem as revisões integrais dos documentos relativos à conta examinada 
e dos registros contábeis, confundindo-se com a perícia contábil, que consiste num 
exame localizado de menor extensão (Franco e Marra, 1992, p.172). 
Quanto à relação da entidade auditada com o auditor, podemos classificar a 
auditoria da seguinte maneira: Auditoria interna, auditoria externa e auditoria 
governamental. 
A auditoria interna é executada por funcionários da empresa de forma 
permanente e com absoluta independência, cujo objetivo principal é atender à 
administração da empresa na implementação e vigilância nas normas internas 
definidas, avaliando e aperfeiçoando com sugestões o controle interno. O auditor 
interno para alcançar o seu objetivo, também deve ter uma atenção permanente na 
identificação das possíveis fraudes. 
A auditoria externa é aquela exercida por profissional liberal ou independente, 
sem qualquer subordinação com a empresa, tendo como objetivo primordial expressar 
a opinião se as demonstrações financeiras estão apresentadas de acordo com 
princípios de contabilidade geralmente aceitos e se esses princípios foram aplicados 
de forma consistente em relação ao período anterior. 
 O auditor independente também examina e mede o grau de confiança do 
controle interno que se pode atribuir às demonstrações financeiras, porém não se 
preocupa em identificar e prevenir fraude, a não ser que as mesmas afetam 
 
33 
substancialmente as demonstrações contábeis em exame, em conformidade com a 
Resolução do Conselho Federal de Contabilidade nº 700/91, que aprovou as normas 
de auditoria independente das demonstrações contábeis, dispondo nos itens 11.1.4.3 
e 11.1.4. 4 , a obrigação e a responsabilidade que o auditor independente deve 
considerar em relação às fraudes e erros: 
11.1.4.3 – Ao detectar erros relevantes e quaisquer fraudes no 
decorrer dos seus trabalhos, o auditor tem a obrigação de 
comunica-los à administração da entidade e sugerir medidas 
corretivas, informando sobre os possíveis efeitos no seu 
parecer, caso elas não sejam adotadas. 
11.1.4.4 – A responsabilidade primária na prevenção e detecção 
de fraudes e erros é da administração da entidade, através da 
implementação e manutenção de adequado sistema contábil e 
de controle interno. Entretanto, o auditor deve planejar seu 
trabalho de forma a detectar fraudes e erros que impliquem 
efeitos relevantes nas demonstrações contábeis. 
A auditoria governamental diverge da auditoria contábil quanto aos objetivos, 
entretanto quanto aos procedimentos e as fontes de informações se assemelham. De 
forma genérica poderíamos atribuir a sua responsabilidade ao auditor fiscal e auditor 
interno das três esferas governamentais, federal, estadual e municipal. 
O auditor fiscal tem o objetivo de observar o cumprimento das obrigações 
tributárias, trabalhistas e sociais, ao examinar a situação de um contribuinte. 
Infelizmente em diversas vezes, identifica um fato gerador do imposto, que é 
mantido oculto e de forma ilícita, com a finalidade do não pagamento do tributo. 
O auditor interno ao realizar a auditoria das contas pública ou a auditoria 
financeira e orçamentária tem como finalidade principal, o exame e o julgamento da 
legalidade das contas e das gestões administrativas. 
Ultimamente devido ao uma maior regulamentação das gestões e contas 
públicas, as irregularidades originadas por fraudes vêm aparecendo em maior grau 
em nossa mídia, o que requer cada vez mais, uma maior especialização desses 
profissionais. 
Como podemos verificar, para não encontrarem dificuldades no exercício de 
suas funções, o auditor interno, o auditor independente, bem como o auditor fiscal, 
deve conhecer como se praticam as fraudes e os casos mais frequentes, ou seja, 
conforme Sá (1982, p.16), “é necessário um auditor saber como analisar as 
possibilidades de ocorrência de fraudes, para identificar os seus indícios, sendo esse 
conhecimento, condição essencial para sua formação profissional. ” 
 
34 
O CENÁRIO, TENDÊNCIAS E A INTER-RELAÇÃO COM A AUDITORIA 
 
A relevância do estudo relativo a fraudes, não tem sido objeto de investigação 
metodológico-científica na mesma ordem de grandeza que o fenômeno tem sido 
mensurado em recentes pesquisas através de conceituadas instituições que atuam 
nos meios empresariais. Dados da pesquisa realizada pela KPMG (98) citado por HSN 
Consult (1999), constataram que a média de fraudes nas empresas canadenses é de 
US$ 1 ,3 milhões, sendo que naquele país 36% dos canadenses acham que a fraude 
representa o maior problema empresarial. Nos Estados Unidos o valor médio anual 
das perdas é de US$ 568 mil por empresa. 
Outro dado interessante da Peat Marwick Thorne citado por Nepomuceno 
(2001, p.21) evidencia que os países supramencionados e a Inglaterra, historicamente 
são líderes mundiais em fraudes empresariais. Neste aspecto, o elevado índice de 
fraudes empresariais nos EUA remonta aos fins do século XIX, período coincidente 
com o abandono da responsabilidade na detecção de fraudes pelos auditores quando 
da regulamentação da profissão. 
O somatório das perdas individuais em nível microeconômico atingiu número 
considerável tanto nos países anglo saxões quanto em países latinos. No caso do 
Brasil é primordial uma reflexão sobre o volume de fraudes conforme observado via 
mídia e na própria conjuntura política nacional. 
Os números da pesquisa da KPMG (2000), realizada entre 150 empresas com 
faturamento entre R$ 50 milhões e R$ 5 bilhões revelaram que 80% das empresas 
reconheceram que sua empresa havia sido afetada por fraude, e destas, dois terços 
acredita que o nível de fraudes aumentará nos próximos anos. 
De acordo com dados da GBE – Peritos & Investigadores Contábeis (1997), as 
perdas com fraudes nas empresas brasileiras (1% do faturamento) não estariam 
refletindo corretamente a realidade desse problema. A experiência da GBE e dados 
coletados pessoalmente junto a algumas empresas pesquisadas indicam que as 
perdas devem estar entre 6% e 7% do faturamento. 
Os números impressionam, e induzem a alguns questionamentos. O valor em 
dinheiro perdido em fraudes nas empresas brasileiras conforme os dados 
apresentados acima, justificaria um estudo metodológico científico para identificar as 
razões destas perdas. O valor é superior à totalidade da carga tributária nacional 
 
35 
 
Caberia uma indagação do porquê? Diferentemente do que ocorre em relação 
à carga tributária, não se verifica uma reação do segmento empresarial no sentido de 
reclamar estas perdas junto a sociedade através dos canais competentes. Seria 
desconhecimento da ordem de grandeza dos números? Essa fenomenologia ocorre 
de forma dissipada? Ou diversas empresas quando detectam a fraude sequer tem 
condições de punir os faltosos, pois as mesmas praticam algum tipo de fraude através 
de sonegação de impostos, adulteração de produtos e subtração de pesagens 
conforme registrado por Sá (1982,p.28). 
Souza & Bergamasco (2001), descrevem em seu artigo “Os tormentos dos 
impostos”, alguns pensamentos e atos realizados por alguns empresários brasileiros: 
Se eu der nota de tudo o que vendo e atender a todas as normas 
legais do Fisco, da vigilância sanitária e da área trabalhista, 
simplesmente pago para abrir as portas”, argumento de uma 
empresária da capital paulista, dona de um restaurante. Uma 
pequena indústria alimentícia, localizada na cidade de São 
Paulo, por pressão dos clientes, vende sem nota 5% do seu 
faturamento anual de R$ 1 , 5 milhão. O industrial se explica da 
seguinte forma: “Alguns preferem vir até a fábrica para buscar a 
mercadoria, montando esquemas e rotas alternativas para 
driblar eventuais comandos de fiscalização da Fazenda. 
Novamente indagaríamos alguns questionamentos. Quantas fraudes desse 
tipo ocorrem diariamente no país? Essas empresas citadas possuem algum controle 
interno? Caso positivo, como funciona e qual a eficiência dos respectivos controles? 
Essas empresas, em algum momento, já foram auditadas por um auditor interno, por 
um auditor independente, ou até mesmo por um auditor fiscal? Quais seriam as 
soluções para minimizarmos a ocorrência das fraudes? 
Dentre as possibilidades de fraude, se a empresa exerce atividades ilícitas para 
sua continuidade, possibilita analogamente, o surgimento de um ambiente propício 
para a ocorrência de fraudes cuja intensidade poderá significar a própria 
descontinuidade operacional da entidade. 
A fraude caracteriza-se pela ação intencional e com dolo praticada por agentes 
internos ou externos a entidade de forma não autorizada com vistas a atentar contra 
os ativos empresariais suprimindo destes resultados empresariais. Segundo Sá 
(1982, p.15) “Fraude não é apenas o furto comum, pela subtração direta de bens, mas 
toda forma de lesão ao direito de terceiros, tramada através de artifícios, executados 
através de métodos e práticas desonestas”. 
 
36 
A intensidade do fenômeno deve inferir no meio empresarial a interpretação da 
fraude como algo que possui relação adjacente à própria existência da entidade. 
Neste sentido a empresa deve operar na concepção “do Ciclo de Vida de Fraude e 
projetos de busca e garimpagem de fraudes” conforme GIL (1999, p.76) em três macro 
momentos distintos: 
1) prever a existência de fraudes enquanto da ocorrência das 
atividades normais da organização; 2) buscar evidências de 
indícios e provas relativas a fraudes e 
3) adotar medidas corretivas quanto à punibilidade dos 
responsáveis e coniventes de fraudes comprovadas. “Toda 
organização deve desenvolver seu modelo de convívio, 
combate a eventos de fraudes”. 
Vale ressaltar neste ponto, em particular, algumas considerações sobre 
conivência, seus efeitos colaterais chegam a inspirar em certos autores a crença de 
que toda fraude se opera dentro de um regime de conivência. “A fraude, dificilmente 
tem um só culpado, quer ativa, quer passivamente” (Sá, 1982, p.26). Em outra 
abordagem, segundo Gil (1999, p.46) “Conivência é a não adoção de uma atitude 
proativa por profissional exercendo função ou cargo na empresa; quando da 
ocorrência de eventos fora de padrões da normalidade, formais ou informais junto à 
operacionalização das linhas de negócios organizacionais”. 
Atitudes negligentes e posturas complacentes na adoção de medidas corretivas 
de fraudes identificadas, sobretudo ações referente à punibilidade dos responsáveis 
são consideradas práticas de conivência, neste aspecto, é curioso o dado extraído de 
pesquisa da CEPEX – Centro de Pesquisa de Executivos realizado em 805 empresas 
industriais, comerciais e prestadoras de serviço que revela a postura das empresas 
após a descoberta das fraudes, em 36% dos casos as empresas não adotaram 
quaisquer providências no sentido de recuperar suas perdas (Canal Executivo, 2001). 
Neste aspecto, Gil (1999, p.87), entende que a conduta das empresas pode 
estar associada ao fato que a imputação de culpabilidade é o momento mais 
desgastante e infrutífero do ciclo de vida das fraudes. É primordial as empresas 
investirem na detecção de fatos antecedentes com aplicação de medidas preventivas 
e defectivas, medidas corretivas significam reconstruir estragos acontecidos. 
Empresas que priorizam o elemento punição diante das fraudes, “certamente terão 
vida curta, não conseguirão sobreviver e não terão capacidade de competição em 
virtude do dispêndio de energia em um momento em que jamais conseguirão 
ressarcimento integral das perdas sofridas”. O ambiente propício à fraude ocorre 
 
37 
quando há sincronismo direto entre a intenção da agressão aos ativos e a falha nos 
parâmetros de sensibilidade na detecção de fraudes. 
Em relação ao “teste do fraudador”, a experiência demonstra que inicialmente 
ocorre um teste dos controles, e uma vez efetivado, paulatinamente se aumenta a 
dosimetria para fraudar. (Sá, 1982, p.26). Vale registrar que nos eventos de fraudes, 
há estreita sintonia entre fraudadores e coniventes de um lado e organizações vítimas 
de outro. Empresas que não estabelecem estratégia para combate a fraudes são 
frequentemente alvo de maior incidência de fraudes, tanto em termos quantitativos de 
acontecimentos, quanto na intensidade dos danos. Neste aspecto, as diversas 
pesquisas analisadas não são consensuais em relação às áreas mais importantes 
para detecção de fraudes, seja controle interno, auditoria interna, auditoria externa, 
investigação especial, etc. 
Pesquisa da KPMG (2000) indica que 93% das organizações pretendem 
aprimorar seus controles internos. De fato, uma prática relevante para o combate às 
fraudes implica na mensuração do risco, pelos profissionais que possam vir a ser 
vítimas potenciais com base nos parâmetros de sensibilidade determinados nos 
cenários de fraudes e sua probabilidade de ocorrência na empresa. 
A despeito de toda a evolução tecnológica advinda da informática, a 
possibilidade de entrada de dados simultânea e a forma como os dados são 
introduzidos nos sistemas dificulta o profissional da área administrativa a visualização 
de fraudes. 
Pessoas jurídicas tem como objetivo primordial a continuidade operacional e 
os esforços devem ser envidados no sentido da manutenção das atividades 
empresariais da pessoa jurídica com responsabilidade social em relação a sociedade 
da qual é parte integrante. 
Atitudes fraudulentas podem anular todo o esforço de uma organização 
empresarial, embora admitida a sua possibilidade e existência fática, a fraude deve 
estar compartimentada a situações de exceção. Por todo estado de espírito que estão 
imbuídos os funcionários em promoverem a eficiência operacional de uma instituição, 
pública ou privada, a fraude atua como um câncer em uma entidade que deve ser 
continuamente controlado e ou extirpado, sob pena de ao atingir determinada 
magnitude propiciar a descontinuidade operacional. 
 
38 
De acordo com a tipologia dos enfoques a serem identificados para detecção 
de fraudes apresentadas por Gil (1999, p. 91) a análise deve ser: 
 
Sistêmica – com conhecimento detalhado do modelo 
organizacional e sua respectiva tecnologia de controles e 
particularmente seu ambiente e sua plataforma de informática. 
Quantitativa – deve antever a existência de fraudes e propor 
atuação com análise de risco, indicadores de qualidade 
operacional e da segurança, estatísticas, erros intencionais/ não 
intencionais, gráficos de tendências de fraudes, 
dimensionamento de sinais exteriores de riqueza, parâmetros 
que necessariamente devem utilizar a informática para a 
quantificação. 
Comportamental – Os dados de pesquisa são consensuais em 
identificar que a maioria das ações fraudulentas são de origem 
interna, ou seja, são arquitetadas por profissionais que integram 
o quadro de funcionários e colaboradores da empresa. Neste 
aspecto torna-se fundamental o papel dos recursos humanos 
para verificação de antecedentes(Background checks), 
inclusive em relação a fornecedores, prestadores de serviço, 
terceirizados, investidores, etc. Um grande número de fraudes 
ocorre com funcionários que detêm algum grau de confiança. A 
pesquisa da KPMG (2000) demonstra que 50% dos envolvidos 
na fraude ocupam posição de gerência e ou supervisão e 49% 
pessoal de suporte. 
Na conquista da confiança os fraudadores desenvolvem o marketing da 
eficiência, e se mostram desprendidos de interesses, solícitos, eficientes e minuciosos 
em prestar contas. A administração deve estar atenta aos aspectos comportamentais 
das táticas de bajulação aos superiores, subserviência, aplauso e “sorrisos” irrestrito 
as ações da chefia, ausência total de crítica, chantagens emocionais e gratidão acima 
do normal (Sá, 1982, p.31). Alguns sinais de alerta podem ser verificados pela 
mudança do estilo de vida, discrepância entre salário e bens e diferenças de ajustes 
em inventários. 
Fraudes sofisticadas estão às vezes cobertas por elevado número de 
documentos falsos, procurando pela forma encobrir o vazio da essência. Caso típico 
foi recentemente divulgado na imprensa, onde um contabilista detalha com requintes 
o processo de falsificação de documentos de uma empresa de ex-senador cassado, 
o qual substituiu na contabilidade os valores da conta “receitas de empresas 
coligadas” por “contrato de mútuo/venda de imóveis” a fim de encobrir o vínculo do 
réu com empresas coligadas. 
 
39 
 O perfil das fraudes no Brasil tem sofrido algumas alterações em relação a 
características dos fraudadores passando de atividade individual para atuação em 
grupo com formação de verdadeiras quadrilhas caracterizando uma nova etapa de 
fraudes no país. Segundo informações de um diretor da GBE Peritos & Investigadores 
Contábeis foi identificado uma empresa do ramo de papel e celulose cujo esquema 
envolveu 17 pessoas. 
O profissional contábil deve atentar especialmente para as disponibilidades, 
pois representa o conjunto de contas mais visado pelos fraudadores conforme 
Com a finalidade de observamos quais são as relações existentes entre as 
auditorias e as fraudes, procuramos identificar nas pesquisas já mencionadas o inter-
relacionamento da auditoria antes, durante e posterior a descoberta da fraude. 
A HSN Consult 1999 examina como as fraudes são detectadas (GRÁFICO 2), 
onde apresenta alguns dados relevantes, entre eles, o percentual considerável de 
44% de auditoria externa e de auditoria interna, como os responsáveis pela 
identificação das fraudes nas empresas. 
Um outro dado interessante, é que 46% dos entrevistados questionam a 
imparcialidade da auditoria interna. 
A pesquisa realizada pela GBE Peritos & Investigadores Contábeis (1997), 
evidencia que apenas 27% das empresas têm auditorias internas, e que a maioria 
delas depositam a confiança pela proteção contra as fraudes fornecida pelos auditores 
externos (TABELA 3). 
Foi constatado também que as auditorias internas das empresas se encontram 
com o seu quadro de funcionários reduzidos, despreparados e desprovidos de fontes 
de informações externas para identificar e examinar crimes financeiros. 
 
Em relação à utilização da auditoria externa e da auditoria interna nas 
empresas, pesquisa realizada pela KPMG do Brasil, apresenta indicadores que as 
auditorias são pouco usadas, na prevenção das fraudes. No GRÁFICO 3, o percentual 
acumulado de red-flags (sinais de alerta) revelados pelos entrevistados, como a 
diferença ou ajustes de inventários, a falta de verificação a conciliação de extratos 
 
40 
bancários e de contas a receber de clientes, demonstra que mais da metade das 
fraudes poderiam ser evitadas com o auxílio da auditoria. 
A procura dos empresários pelas auditorias independentes e internas para 
investigar a fraude, aumenta após a sua descoberta, uma vez reconhecido a 
deficiência do controle interno, o mesmo precisa ser melhorado para detectar futuras 
fraudes (GRÁFICO 4). 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Dentre as diversas atividades executadas pela função de auditoria, destacamos 
a importância da visão do auditor para a continuidade operacional do ente auditado. 
O status da função auditoria não deve ser restrito apenas à fidedignidade das 
demonstrações contábeis das auditorias independentes ou implementação de 
controles e normas internas pelo auditor interno. Os auditores governamentais, 
embora adstritos ao cumprimento da lei, sempre que possível, devem observar os 
princípios que primam pela continuidade operacional. 
Neste sentido, a fraude representa atualmente um elevado obstáculo a 
sobrevivência das empresas devido ao seu crescimento vertiginoso nos últimos anos 
e ao seu aprofundamento, o qual certamente influenciará negativamente nas 
atividades empresariais. 
Os números revelam que a intensidade da fenomenologia de fraudes não está 
restrita apenas aos países subdesenvolvidos ou “emergentes”. De fato, a crise de 
valores morais é mundial e as atividades fraudulentas atingem de forma generalizada 
às instituições públicas e privadas exigindo neste contexto, uma nova performance da 
função de auditoria em face da elevação considerável das fraudes nas duas últimas 
décadas e a tendência ao seu aprofundamento seja no aspecto qualitativo, seja no 
aspecto quantitativo. 
No Brasil a situação não é distinta, embora o problema já fosse considerado 
por diversos autores anteriormente, ainda são incipientes os dados sobre o tema, 
devido às dificuldades de mensuração do fenômeno e o número de pesquisas terem 
se intensificado ao final da última década. 
As organizações devem partir da premissa que a realização das atividades 
coexiste simultaneamente com fraudes em maior ou menor grau. Os red-flags ainda 
representam sintomas fundamentais para a detecção de fraudes e os profissionais de 
 
41 
auditoria podem mais facilmente identificar este tipo de agressão aos ativos, muito 
embora, os dados revelarem que são pouco utilizados no aspecto de prevenção, aliás, 
instante que deve ser privilegiado, pois além de constrangimento dificilmente se 
consegue recuperar o “leite derramado”. 
Os controles internos apresentam defasagem em relação à contínua evolução 
das fraudes, os mesmos são objeto de choque heterodoxo de revisão de 
procedimentos somente após a ocorrência de fraudes. 
Embora as pesquisas tenham divergência em espécie, ambas são coincidentes 
em gênero no que se refere ao fato das auditorias (interna e externa) serem as 
ferramentas mais propícias para a descoberta e tomada de ações em relação às 
fraudes. 
Entendemos que o fenômeno fraudes é de domínio público ainda incipiente e 
consequentemente de difícil solução. O auditor deve olhar para a fraude como doença 
organizacional e, portanto, responsável pela inadequada ocorrência das transações 
que refletem diretamente no resultado das demonstrações as quais o mesmo vai 
confirmar. O senso crítico apurado e constante contribui sobremaneira para evitar a 
ocorrência de atos fraudulentos. As técnicas de auditagem de análise documental, 
amostragem em parâmetros estatísticos, circularização, levantamentos quantitativos 
em estoques e outros são primordiais para identificar e minimizar as causas do evento. 
No entanto as considerações aqui registradas não se restringem ao campo 
imaginário e utópico de que apenas os aspectos técnicos são suficientes, torna-se 
imperioso uma mudança de comportamento empresarial nos aspectos éticos através 
esforços perfeitamente viáveis, sobretudo se houver consciência de que a fraude 
consome recursos causando deterioração na relação interna e afetando imagem e 
competitividade. 
 
 
42 
BIBLIOGRAFIA 
2001.LARANJEIRA, Fátima. Fraudes nas empresas ficam mais sofisticadas. 
Fonte: 
ATTIE, William. Auditoria, conceitos e aplicações. 3 ª edição. São Paulo: Ed. Atlas, 
1998. 
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Interpretação técnica NBC T 11 – it – 
03 fraude e erro. Dispõe

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