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Livro - Gestao Ambiental e os Processos de Armazenagem na Logistica

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GESTÃO AMBIENTAL E OS PROCESSOS 
DE ARMAZENAGEM NA LOGÍSTICA
Lorete Kossowski Mocelin
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2ª Edição
Curitiba
2018
Gestão Ambiental 
e os Processos de 
Armazenagem na 
Logística
Lorete Kossowski Mocelin
Ficha Catalográfica elaborada pela Fael. Bibliotecária – Cassiana Souza CRB9/1501
M688g Mocelin, Lorete Kossowski
Gestão ambiental e os processos de armazenagem na logística /
Lorete Kossowski Mocelin. – 2. ed. Curitiba: Fael, 2018.
242 p.: il.
ISBN 978-85-5337-001-6
1. Gestão ambiental 2. Armazenagem (Logística) I. Título
CDD 333.7
Direitos desta edição reservados à Fael.
É proibida a reprodução total ou parcial desta obra sem autorização expressa da Fael.
FAEL
Direção de Produção Francisco Carlos Sardo
Coordenação Editorial Raquel Andrade Lorenz
Revisão Jaqueline Damasio Moreira
Projeto Gráfico Sandro Niemicz
Capa Vitor Bernardo Backes Lopes
Imagem da Capa Shutterstock.com/3DDock
Arte-Final Evelyn Caroline dos Santos Betim
Sumário
 Carta ao Aluno | 5
1. Introdução à gestão ambiental e o contexto 
empresarial, econômico e social | 7
2. A gestão ambiental nas organizações 
produtivas e seus desafios | 27
3. Sistemas de gestão ambiental e as normas 
da série ISO 14000 | 45
4. Auditoria e avaliação de impactos ambientais | 65
5. Logística empresarial | 89
6. Armazenagem e Tipologias de Armazéns | 107
7. Movimentação de materiais e equipamentos | 127
8. Movimentação externa de materiais e equipamentos | 145
9. Processo de distribuição e centros de distribuição | 167
10. Embalagens | 185
 Conclusão | 203
 Gabarito | 205
 Referências | 229
Prezado(a) aluno(a),
A presente obra apresenta uma leitura fácil e dinâmica. 
Espera-se que o conteúdo abordado possa ajudar nos seus estu-
dos, assim como enriquecer os seus conhecimentos sobre Gestão 
Ambiental e os Processos de Armazenagem na Logística.
O meio ambiente é um assunto muito discutido nos dias de 
hoje, porque muitos danos já foram causados à natureza, compro-
metendo o bem-estar da atual e das futuras gerações. 
Com frequência, a mídia transmite a repercussão das tra-
gédias ambientais, dos prejuízos imensuráveis, dos seres vivos afe-
tados e, finalmente, da imprudência do ser humano, pois, muitos 
Carta ao Aluno
– 6 –
Gestão Ambiental e os Processos de Armazenagem na Logística
dos problemas ambientais poderiam ter sido evitados se as empresas tivessem 
mais planejamento e prudência em determinadas situações de risco.
Esse livro versará desde os princípios básicos referentes ao meio ambiente, 
até as questões mais aprofundadas, como a normatização ISO 14000. Implan-
tar um sistema de Gestão Ambiental (SGA) pode ser a escolha certa para 
empresas que desejam obter lucros, por meio de diferenciais competitivos e 
sustentáveis. Isto porque o SGA pode trazer melhorias constantes nos proces-
sos organizacionais, acarretando assim, maior aceitação de um novo perfil de 
consumidor, mais exigente e preocupado com questões ambientais. 
Do mesmo modo, percebe-se a insatisfação dos clientes ao efetuarem a 
compra de produtos estragados ou ainda, entregues fora do prazo determi-
nado. Em um segundo momento, a obra abordará a logística empresarial, 
com foco nos processos de armazenagem.
No âmbito geral, a organização do livro se dá pela apresentação de tópi-
cos teóricos sobre a gestão ambiental e os processos de armazenagem na logís-
tica, com o objetivo principal de promover a compreensão e incentivar o 
desenvolvimento de práticas ambientais e logísticas relacionadas a assuntos 
do setor industrial.
Os capítulos desse material foram cuidadosamente elaborados para sus-
citar o debate de assuntos atuais e de extrema importância para profissionais 
e estudantes. Espera-se assim, que a obra contribua, de alguma forma, para 
estimular o leitor ao estudo sobre o tema abordado e que, por meio do uso 
adequado do tempo, os conceitos aqui apresentados sejam aceitos ou refuta-
dos, utilizados ou descartados, mas, principalmente, testados, de modo a ofe-
recerem uma experiência teórica e prática em busca de soluções sustentáveis.
Desejo a todos uma excelente leitura!
1
Introdução à gestão 
ambiental e o 
contexto empresarial, 
econômico e social
A gestão ambiental e os processos de armazenagem na Logís-
tica são funções essenciais em qualquer organização, independen-
temente do tipo, ramo ou porte. Ela tem por objetivo verificar e 
avaliar a questão do meio ambiente como suporte da interação entre 
os meios social e físico-natural. Atualmente, muito se fala do uso 
eficiente de recursos naturais, gestão de resíduos e carbono, logo, 
é fundamental que as empresas estejam atentas a estes temas para 
assim se tornarem um elo essencial na cadeia de equilíbrio do meio 
ambiente como um todo.
Gestão Ambiental e os Processos de Armazenagem na Logística
– 8 –
Objetivos de aprendizagem:
Este capítulo apresentará os conceitos básicos relacionados a abordagem 
principal deste livro. Os objetivos de aprendizagem do capítulo serão:
 2 Apresentar conceitos sobre gestão ambiental;
 2 Fazer uma descrição cronológica de fatos relevantes para esse campo 
de estudo;
 2 Descrever a gestão ambiental no contexto empresarial, seus aspec-
tos econômicos e a responsabilidade social.
1.1 O que é Gestão?
O termo gestão é vastamente utilizado pelas pessoas e nos meios empre-
sariais, mas poucos sabem definir o que significa corretamente, quando inda-
gados. Por este motivo dedicou-se um tópico isolado para tais explicações.
O dicionário Michaelis mostra que o termo gestão significa o ato de 
gerir, ou ainda, administração, direção.
O sistema de gestão é um ingrediente crucial da capacidade de res-
posta a mudanças do ambiente, pois determina o modo pelo qual a 
administração percebe os desafios, diagnostica seus impactos, decide 
o que fazer e põe em prática suas decisões (ANSOFF; MCDON-
NELL 1993)
Para Megginson et al. (1998), Administração “pode ser definida como 
trabalho com recursos humanos, financeiros e materiais, para atingir objeti-
vos organizacionais através do desempenho das funções de planejar, organi-
zar, liderar e controlar”.
Pode-se afirmar e concluir que o ato de administrar/gerir é um método 
constante que depende do contexto histórico, dos conhecimentos, habilidades 
do administrador e formas como interage com outras áreas do conhecimento.
1.2 A questão ambiental
“Uma comunidade humana interage com os outros sistemas vivos, de 
maneira a permitir que esses seres vivam e se desenvolvam cada qual 
de acordo com a sua natureza.” (Capra, 1996)
– 9 –
Introdução à gestão ambiental e o contexto empresarial, econômico e social
Para que seja possível preservar e gerir da forma correta os recursos natu-
rais disponíveis no planeta, é necessário entender o que é meio ambiente. 
Segundo Neves e Tostes (1992, p. 17),
“Meio ambiente é tudo o que tem a ver com a vida de um ser ou de 
um grupo de seres vivos. Tudo o que tem a ver com a vida, sua manu-
tenção e reprodução. Nesta definição estão: os elementos físicos (a 
terra, o ar, a água), o clima, os elementos vivos (as plantas, os animais, 
os homens), elementos culturais (os hábitos, os costumes, o saber, 
a história de cada grupo, de cada comunidade) e a maneira como 
estes elementos são tratados pela sociedade. Ou seja, como as ativi-
dades humanas interferem com estes elementos. Compõe também o 
meio ambiente as interações destes elementos entre si, e entre eles e 
as atividades humanas. Assim entendido, o meio ambiente não diz 
respeito apenas ao meio natural, mas também às vilas, cidades, todo o 
ambiente construído pelo homem.”
A questão ambiental refere-se ao modo que as sociedades, ao longo dos 
anos, se correlacionam com o meio físico-natural, ou seja, desde o homo sapiens, 
o convívio entre atividade humana e meio ambiente existe (o homem sempre 
dependeu delepara assegurar a sua sobrevivência). Leia a história abaixo.
“Era uma vez um grão de onde cresceu uma árvore, que foi abatida 
por um lenhador e cortada numa serração. Um marceneiro trabalhou-
-a a um vendedor de móveis. O móvel foi decorar um apartamento 
e, mais tarde, deitaram-no fora. Foi apanhado por outras pessoas que 
venderam numa feira. O móvel estava lá no adeleiro, foi comprado 
barato e, finalmente, houve quem o partisse para fazer lenha. O móvel 
transformou-se em chama, fumo e cinzas. Eu quero ter o direito de 
refletir sobre esta história, sobre o grão que se transforma em árvore 
que se torna móvel e acaba no fogo, sem ser lenhador, marceneiro, ven-
dedor, que não veem senão um segmento da história” (MORIN 1991)
O mundo evoluiu e o meio ambiente passou por uma transformação 
de ordem humana. As atividades que antes eram por meio da força humana 
passaram a ser desenvolvidas por máquinas. Com a evolução veio também 
um mundo que pensa e age mais rápido, logo, o meio ambiente passou a ser 
afetado de forma mais acelerada. As cidades são consideradas ecossistemas 
artificiais, ou seja, criados pelo homem.
Sendo assim, administrar os recursos naturais de modo responsável 
significa integrar na empresa uma gestão ambiental responsável. A gestão 
ambiental não é um problema de administração das relações do homem 
Gestão Ambiental e os Processos de Armazenagem na Logística
– 10 –
com a natureza, mas um processo de constante mudança nos paradoxos 
socioambientais.
1.3 Poluição
O verbo poluir é de origem Latina, Polluere, e significa profanar, man-
char, sujar. Em outras palavras pode-se afirmar que a poluição é entendida 
como uma condição ao redor dos seres vivos (ar, água, solo) que lhes possa 
ser danosa. Infelizmente, as atividades humanas são as grandes responsáveis 
por sujar o ambiente.
São exemplos de poluentes:
 2 Elementos ou compostos químicos presentes nas águas superficiais 
ou subterrâneas;
 2 Material particulado ou gases potencialmente nocivos presentes na 
atmosfera;
 2 Ruídos, medidos usualmente em decibéis;
 2 Vibrações;
 2 Radiações ionizantes.
Os padrões ambientais são unidades de medidas para mensurar se a situ-
ação pode ser considerada de risco/poluente ou não. Poder medir a poluição 
e estabelecer padrões ambientais são ações que permitem que sejam determi-
nados com clareza os direitos e as responsabilidades do poluidor e do fiscal 
(órgãos públicos), assim como, da população. Esses padrões não são estáticos, 
ou seja, estão em constante evolução, por meio de pesquisas que aprofun-
dam os conhecimentos dos processos naturais e seus efeitos poluentes sobre o 
homem e os ecossistemas.
1.4 Degradação Ambiental
Conforme Johnson et al. (1997), a degradação é um termo negativo e 
de acordo com a moderna literatura é quase sempre ligado a uma mudança 
artificial ou perturbação de causa humana.
– 11 –
Introdução à gestão ambiental e o contexto empresarial, econômico e social
A degradação de um ambiente é muitas vezes associada a ideia de perda 
de qualidade. Segundo Johnson et al. (1997), a qualidade ambiental “é uma 
medida da condição do ambiente relativa aos requisitos de uma ou mais espécies 
e/ou de qualquer necessidade ou objetivo humano” (p 584).
Para Sánchez (2008, p 27):
“a degradação ambiental pode ser conceituada como qualquer alteração 
adversa dos processos, funções ou componentes ambientais, ou como 
uma alteração adversa da qualidade ambiental. Em outras palavras, 
degradação ambiental corresponde a impacto ambiental negativo.”
Uma vez que o ambiente pode ser degradado de diversos modos, a 
expressão “área degradada” sumariza os resultados da deterioração do solo, 
do desmatamento da vegetação e, muitas vezes, da poluição da água. A figura 
abaixo mostra a degradação ocorrida no acidente ambiental com barragens, 
ocorrido em Mariana.
Figura 1: Fotos do desastre ocorrido em Mariana (MG) no ano de 2015.
Fonte: Rogério Alves/Senado Federal/CC by-SA 2.0
1.5 Impactos Ambientais
A expressão “impactos ambientais” está associada a danos que ocorreram 
na natureza, como o derramamento de óleo nas águas do mar, a emissão de 
gases tóxicos na atmosfera etc. Na literatura existem várias definições para o 
termo. Dentre elas, podem ser citadas:
Gestão Ambiental e os Processos de Armazenagem na Logística
– 12 –
 2 Impacto ambiental é qualquer alteração no meio ambiente - em um 
ou mais de seus componentes - provocada por uma ação humana 
(Moreira, 1992, p.113);
 2 Impacto ambiental é o efeito sobre o ecossistema de uma ação 
induzida pelo homem (Westman, 1985, p. 5);
 2 Impacto ambiental é a mudança em um parâmetro ambiental, 
num determinado período e numa determinada área, que resulta 
de uma dada atividade, comparada com a situação que ocorreria se 
essa atividade não tivesse sido iniciada (Wathern, 1988, p.7).
Todos já devem ter escutado na mídia, inúmeras vezes, o termo “impacto 
ambiental”. Isso ocorre porque essas mudanças no meio ambiente impactam 
a sobrevivência da humanidade, logo é uma expressão muito utilizada pela 
imprensa. Nos próximos capítulos, você poderá se aprofundar no assunto.
1.6 Contexto histórico
Os interesses ambientais surgiram na metade do século XX, por meio 
de temas como o “buraco” na camada de ozônio e o aquecimento global. Os 
problemas aqui relatados não surgiram de um dia para o outro, ou seja, o ser 
humano sempre explorou a natureza sem pensar em suas consequências futuras.
A Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra, acelerou o andamento da 
ação devastadora do homem, além de modificar significativamente as relações 
de trabalho, onde homens, mulheres e até crianças foram submetidos a con-
dições de trabalho desumanas nas indústrias (este cenário pode ser assistido 
no filme “A máquina que mudou o mundo”).
Em 1952, o mundo presenciava o crescimento econômico da Inglaterra, 
devido à Revolução Industrial. Conforme Curi (2011), neste cenário, os lon-
drinos passam a queimar mais carvão do que no passado, ocasionando assim, 
uma liberação maior de enxofre. Como consequência, pode-se verificar uma 
poluição atmosférica em Londres, que acaba provocando aproximadamente 
8 mil mortes por problemas cardíacos e respiratórios. Este episódio ficou 
conhecido como smog (junção das palavras smoke, que significa fumaça e fog, 
traduzida por neblina).
– 13 –
Introdução à gestão ambiental e o contexto empresarial, econômico e social
Devido à degradação do homem, percebe-se que seria necessária uma 
intervenção, e assim, foram criadas as áreas de preservação ambiental. O par-
que Yellowstone, nos Estados Unidos, foi o primeiro a ser inaugurado, em 
1872. O mundo animal também sofre as consequências, e, segundo o pro-
fessor José Carlos Barbieri (2007), o primeiro acordo internacional sobre as 
questões de meio ambiente foi assinado em 1883, em Paris, com a proposta 
de proteger as focas do mar de Bering.
Após a Segunda Guerra mundial, com as bombas nucleares lançadas 
contra Hiroshima e Nagasaki, o mundo despertou para um considerável 
movimento ambientalista. Ao longo dos anos, e até hoje, o planeta experi-
menta ações da natureza como: furacões, enchentes, tsunamis, secas, entre 
outras catástrofes. Todos esses acontecimentos são indícios de que a Terra 
vem sendo explorada desordenadamente pelo homem. A escassez de água, 
por exemplo, devido a fatores como a poluição, o desenfreado desperdício, a 
má distribuição dos recursos hídricos e as mudanças climáticas trazem sérias 
implicações econômicas e sociais, como foi possível presenciar no estado de 
São Paulo, no ano de 2015, que sofreu com uma crise de abastecimento de 
água (Veja mais detalhes na seguinte matéria: http://epoca.globo.com/colu-
nas-e-blogs/blog-do-planeta/noticia/2014/06/crise-da-agua-em-sao-paulo-
-quanto-falta-para-bo-desastreb.html).
Se esse cenário não mudar, as sociedades enfrentarão consequências seve-
ras, que impactam na dinâmica do desenvolvimento humano: o esgotamento de 
reservas, a poluição dos rios e a falta de saneamentobásico afetam o fornecimento 
de água potável; o avanço da economia, que depende da disponibilidade de água 
(principalmente o setor agrícola) estará limitado; os impactos sobre a produção e 
venda de produtos no setor industrial poderão afetar a competitividade de diver-
sas regiões, entre outras trágicas consequências ambientais (fauna e flora). 
Neste aspecto, surge a necessidade de ações imediatas relacionadas às 
políticas públicas, como o planejamento e a gestão integrada, que refletirão 
em nosso futuro, pois a sobrevivência do homem depende dos recursos natu-
rais oferecidos pelo planeta Terra. Neste contexto, as empresas e os indivíduos 
devem adotar uma postura de desenvolvimento sustentável. 
A partir deste momento será desenvolvida uma linha de raciocínio histórico 
com fatos relevantes para a Gestão Ambiental e o desenvolvimento sustentável.
Gestão Ambiental e os Processos de Armazenagem na Logística
– 14 –
 2 1923: Paris foi sede do I Congresso Internacional para a proteção 
da Natureza para discutir a preservação ambiental.
 2 1933: criou-se a Convenção para Preservação da Fauna e da Flora 
no continente africano.
 2 1948: os Estados Unidos contavam com uma lei de controle da 
Poluição das Águas.
 2 1955: os Estados Unidos contavam com uma lei de controle da 
Poluição do Ar.
 2 1956: o Reino Unido decretava uma lei de Ar Limpo.
 2 1968: ocorreu uma reunião de especialistas sobre a biosfera, onde 
foi acordado que homem e natureza dependem um do outro.
 2 1972: aconteceu a Conferência de Estocolmo, uma das mais mar-
cantes da história, onde foram discutidos diversos fatores ambientais 
relacionados à ecologia, assuntos políticos e econômicos. Na pre-
sente conferência foi aprovada a Declaração sobre o Meio Ambiente 
Humano, que continha 110 recomendações e 26 Princípios (maio-
res detalhes podem ser visualizados no seguinte endereço: www.
mma.gov.br/estruturas/agenda21/_arquivos/estocolmo.doc). A 
Conferência de Estocolmo foi um passo relevante para as questões 
ambientais do mundo e a criação do Programa das Nações Uni-
das para o Meio Ambiente (PNUMA) foi um dos resultados mais 
importantes (para conhecer melhor, acesse: www.pnuma.org.br).
 2 1975: o Rio de Janeiro estabeleceu suas próprias leis de controle 
de poluição.
 2 1976: São Paulo estabeleceu suas próprias leis de controle de poluição.
 2 1976: ocorreu o acidente de Seveso, na Itália, considerado uma 
das maiores catástrofes ecológicas: a explosão de um reator de 
dioxina liberou substância venenosa no meio ambiente. A nuvem 
de fumaça alcançou uma extensão de 11 km e contaminou apro-
ximadamente 1000 pessoas. A fábrica, que era de posse de uma 
subsidiária da Hoffmann-La Roche foi desmontada. Este episódio 
originou o chamado “Direito de Seveso”, que foi uma diretriz da 
– 15 –
Introdução à gestão ambiental e o contexto empresarial, econômico e social
Comunidade Europeia, tornando compulsório que determinadas 
fábricas possuam serviços de emergência, incluindo todos os pro-
dutos químicos estocados nas plantas.
 2 1980: foi descoberto um “buraco” na camada de ozônio sobre a 
Antártida. Essa camada é essencial para a vida humana e funciona 
como um filtro solar natural (ela está localizada na estratosfera, de 
15km a 50 km da superfície). (Conheça mais sobre o assunto na 
seguinte matéria: http://mundoestranho.abril.com.br/materia/por-
-que-os-buracos-da-camada-de-ozonio-ficam-nos-polos).
 2 1983: é apresentado o Relatório Brundtland (publicado em 1987). 
O nome é uma referência à primeira-ministra da Noruega, Gro 
Brundtland, que liderou o documento final dos estudos sobre ques-
tões ambientais, conhecido como “Nosso Futuro Comum”. Neste 
período criou-se a Comissão Mundial para o desenvolvimento e 
Meio Ambiente (CMDMA), para conciliar interesses econômicos 
e ambientais, ou seja, de que forma seria possível incentivar o cres-
cimento econômico sem impactar a sobrevivência das próximas 
gerações. Este tipo de proposta para o crescimento econômico foi 
denominado desenvolvimento sustentável.
 2 1984: ocorreu o desastre de Bhopal, na Índia, onde um gás tóxico 
escapou de uma fábrica da empresa norte-americana Union Car-
bide, matando aproximadamente 3 mil pessoas e deixando pelos 
menos 20 mil deficientes.
 2 1985: ocorreu a Convenção de Viena sobre a camada de ozônio.
 2 1986: ocorreu a explosão de um dos reatores da usina nuclear de 
Chernobyl, na Ucrânia. Este acidente gerou uma nuvem radioativa 
em diversos países da Europa, matando inúmeras pessoas. (Conheça 
mais sobre o caso na seguinte matéria: http://mundoeducacao.bol.
uol.com.br/historiageral/acidente-chernobyl.htm)
 2 1986: também ocorreu o acidente de Basel (desastre do rio Reno), 
causado por um grande incêndio em um armazém de produtos quí-
micos, pertencentes à empresa Sandoz, que acabaram sendo derra-
mados no rio Reno. Esse acontecimento provocou a morte da maio-
Gestão Ambiental e os Processos de Armazenagem na Logística
– 16 –
ria dos peixes e plantas aquáticas do rio, por quase 200 km. Mais 
detalhes sobre este episódio podem ser lidos no link a seguir: http://
www.dw.com/pt/1986-cat%C3%A1strofe-ecol%C3%B3gica-no-
-reno/a-666757
 2 1987: ocorreu o acidente radiológico de Goiânia, gerado pela conta-
minação por Césio-137, que afetou a saúde de centenas de pessoas. 
Conheça mais sobre o caso na seguinte matéria: http://mundoedu-
cacao.bol.uol.com.br/quimica/acidente-com-cesio137-goiania.htm.
 2 1988: o Painel intergovernamental sobre mudança Climática 
(IPCC) foi incumbido pela ONU, de promover estudos científicos 
sobre o aquecimento global.
 2 1989: ocorreu o desastre ecológico do Valdez, um navio-cargueiro 
que encalhou no Alasca e derramou aproximadamente 50 milhões 
de litros de óleo. Durante o acidente, a empresa americana Exxon-
Mobil (detentora do navio), pressionada pela opinião pública, 
mobilizou 11 mil homens, entre biólogos, pa ra cuidarem dos ani-
mais afetados e realizarem a limpeza do local. O trabalho em equipe 
durou seis meses e teve o custo, na época, de aproximadamente 1 
bilhão de dólares. A Exxon tornou-se referência em boas práticas, 
inclusive, ajudando outras empresas que tiveram acidentes similares.
 2 1990: foi relatado pelo IPCC o aumento da concentração de gases 
causadores do efeito estufa. O aumento desses gases intensifica o 
aquecimento global. 
 2 1992: ocorreu o Rio 92 (também conhecido por Cúpula da Terra). 
O presente evento foi promovido na cidade do Rio de Janeiro e 
reuniu 178 países. Embasado no relatório “Nosso futuro comum”, 
de 1987, que tem como base o desenvolvimento sustentável, foi 
sugerido que era necessário:
• convencer os países pobres sobre os riscos ambientais da 
industrialização a qualquer custo;
• contar com a boa vontade das nações ricas para que com-
partilhassem tecnologias não poluentes com os países 
menos desenvolvidos.
A Eco 92 foi responsável pela criação dos 5 documentos abaixo:
– 17 –
Introdução à gestão ambiental e o contexto empresarial, econômico e social
a) Declaração do Rio de Janeiro sobre Meio Ambiente 
e Desenvolvimento: são apresentadas as instruções 
para que as sociedades façam as pazes com a Natureza. 
(Conheça mais detalhes neste documento: http://www.
onu.org.br/rio20/img/2012/01/rio92.pdf ).
b) Declaração sobre os princípios florestais: os brasileiros 
são donos da Floresta Amazônica, considerada a maior 
floresta tropical do mundo. 
Conheça mais detalhes neste documento: http://www.
meioambiente.pr.gov.br/arquivos/File/agenda21/Decla-
racao_de_Principios_sobre_Florestas.pdf.
c) Convenção sobre mudanças climáticas: surge com o 
objetivo de reduzir a emissão de gases de efeito estufa, 
evitando-se assim, consequências catastróficas ao planeta. 
Para efeitos de pesquisa: os raios solares, ao serem emi-
tidos à Terra seguem dois destinos: parte é refletida e 
direcionada ao espaço (radiação ultravioleta), enquanto 
que a outra é absorvida e transformada em calor. Com a 
emissão de gases poluidores na atmosfera, como o CO2,grande parte da radiação fica retida na superfície do pla-
neta, impedindo que o calor volte para o espaço. Esse 
fenômeno é chamado de efeito estufa.
O efeito estufa natural existe muito antes do surgimento 
do homem, sendo um fenômeno que permite a manu-
tenção da temperatura do planeta. 
Já o efeito estufa artificial é assim chamado, por ser 
potencializado por ações humanas, como a queima de 
combustíveis fósseis, o desmatamento, o uso de alguns 
fertilizantes, entre outros fatores que acabam gerando 
um intenso aquecimento global. 
Conheça mais detalhes neste documento: http://www.
bndes.gov.br/SiteBNDES/export/sites/default/bndes_
pt/Galerias/Arquivos/conhecimento/especial/clima.pdf.
Gestão Ambiental e os Processos de Armazenagem na Logística
– 18 –
d) Convenção sobre Biodiversidade: biodiversidade signi-
fica tudo aquilo que vive em nosso planeta. Durante o 
Rio 92 foi proposto livre acesso aos recursos biológicos, 
desde que os lucros sejam distribuídos de forma ade-
quada. Conheça mais detalhes neste site: http://www.mma.
gov.br/biodiversidade/convencao-da-diversidade-biologica.
e) Agenda 21: Neste documento são encontradas soluções 
de inúmeros problemas ecológicos, além de apresentar 
um conteúdo importante sobre os diversos protocolos 
e acordos existentes até o presente momento. Conheça 
mais detalhes neste site: http://www.mma.gov.br/respon-
sabilidade-socioambiental/agenda-21.
 2 1995: o IPCC, incumbido pela ONU de promover estudos cien-
tíficos sobre o aquecimento global lançou o seu segundo relatório 
comprovando que as ações do homem geram impacto significativo 
sobre o clima global.
 2 1997: foi assinado o Protocolo de Quioto, que propõe um corte 
de 5% nas emissões de gases de efeito estufa entre 2008 e 2012. 
Conheça mais detalhes neste documento: http://www.mct.gov.br/
upd_blob/0012/12425.pdf.
 2 2001: o IPCC, incumbido pela ONU de promover estudos cien-
tíficos sobre o aquecimento global lançou o seu terceiro relatório 
confirmando que as ações humanas são as maiores causadoras do 
aquecimento global nos últimos 50 anos.
 2 2009: o clima era ao assunto da reunião COP XV, realizada em 
Copenhague. Durante a reunião, os países acordaram que a tempe-
ratura do planeta não pode aumentar mais do que 2º C até 2020.
 2 2010: ocorreu o acidente da BP Petroleum, no Golfo do México. 
Neste episódio, a plataforma Deepwater Horizon, da petrolífera 
inglesa British Petroleum (BP) explodiu, provocando a morte de 
sete trabalhadores e o vazamento de cerca de 5 milhões de barris 
de petróleo no mar (o que significa o dobro da produção diária 
brasileira). Para conhecer mais detalhes do episódio, acesse: http://
– 19 –
Introdução à gestão ambiental e o contexto empresarial, econômico e social
www.greenpeace.org/brasil/pt/Noticias/Pior-vazamento-de-petro-
leo-completa-cinco-anos/
 2 2010: ocorre a reunião CPO XVI, em Cancún (México), onde sur-
gem controvérsias, fazendo com que o protocolo de Quioto não 
fosse substituído. Os participantes da conferência criaram princí-
pios para proteger as florestas e discutiram o que era preciso realizar 
para que o mundo se adaptasse às mudanças climáticas.
 2 2015: o mundo acompanhou o acidente ambiental com barra-
gens ocorrido em Mariana. Conheça mais detalhes sobre o caso, 
no site: http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2016-01/
desastre-em-mariana-e-o-maior-acidente-mundial-com-barragens-
-em-100-anos
1.7 As três fases da Evolução 
da Gestão Ambiental
Acima, foram apresentados diversos fatos históricos importantes para a 
gestão ambiental. Atualmente, muitas empresas já melhoraram a sua postura 
e comportamento frente ao meio ambiente. 
O impacto ambiental afeta diretamente a imagem e o patrimônio das 
empresas envolvidas e, por este motivo, muitas delas modificaram seus pro-
cessos produtivos e aperfeiçoaram suas mercadorias, passando a utilizar seus 
recursos de forma sustentável. 
Façamos uma pergunta: preservar ou conservar? Muitas pessoas con-
fundem os termos e julgam se tratar da mesma coisa, mas adotar medidas 
preservacionistas significa manter a natureza intocável, proibindo totalmente 
a ação do homem sobre o meio ambiente. 
Posicione-se no lugar do dono de uma casa em péssimas condições. Você 
tem duas opções para fazer a sua escolha:
1. Reformar a sua casa para prevenir vazamentos, curto-circuito etc.
2. Consertar os problemas, à medida em que aparecem, e investir 
dinheiro da reforma em outros bens.
Gestão Ambiental e os Processos de Armazenagem na Logística
– 20 –
Conforme Alexandre Shingunov, Lucila Campos e Tatiana Shigunov 
(2009), a evolução da gestão Ambiental pode ser dividida em três fases, con-
forme apresentado abaixo.
1.7.1 Primeira Fase
Nesta fase, as empresas escolheriam a segunda opção acima exposta 
(“consertar os problemas, à medida que aparecem, e investir dinheiro da 
reforma em outros bens”), ou seja, os problemas somente eram reparados 
quando começassem a incomodar.
Neste período, a sociedade não estava preocupada com a conservação do 
meio ambiente e, em muitos casos, a poluição era vista como sinônimo de 
progresso: acreditava-se que a mãe natureza estaria sempre de mãos abertas 
doando os seus recursos ao ser humano, um infeliz pensamento.
1.7.2 Segunda Fase
Após a conferência de Estocolmo, a consciência ecológica e o meio 
ambiente passaram a ser temas relevantes para sociedade. Nesta fase, as 
empresas foram pressionadas a diminuir o impacto negativo das suas ativi-
dades sobre o ecossistema. Durante a década de 70, as empresas realizaram a 
troca de equipamentos poluentes por outros menos prejudiciais, e passaram a 
estudar fontes limpas de energia, além de descobrir a importância de reciclar 
e reaproveitar o lixo.
1.7.3 Terceira Fase
O relatório Brundtland, publicado em 1987, e a Eco 92, realizada 
no Rio de Janeiro, influenciaram significativamente esta fase. As empresas 
entenderam que a conservação da natureza era importante para ajudar a atrair 
clientes e não somente para o cumprimento da lei. Exemplos: uso do papel 
reciclado, logística reversa, marketing verde etc.
O Marketing verde, que surgiu nesse período, tem por objetivo deter 
o cliente que se importa com os impactos ambientais de suas compras. Para 
esse consumidor, há o consenso de que é preciso conservar o meio ambiente.
– 21 –
Introdução à gestão ambiental e o contexto empresarial, econômico e social
De acordo com o relatório Brundtland, o desenvolvimento sustentável 
se apoia no tripé: equilíbrio ambiental, igualdade social e conhecimento eco-
nômico, logo, para ser um bom gestor ambiental, faz-se necessário combinar 
a conservação do meio ambiente com a responsabilidade social e o cresci-
mento econômico.
1.8 O progresso sustentável e 
o capitalismo moderno 
O argumento mundial para o desenvolvimento, ligado à preservação do 
meio ambiente, tem fundamento no conceito de desenvolvimento sustentá-
vel, que procura satisfazer as necessidades da geração atual, sem comprometer 
as das gerações futuras. 
O argumento aceito globalmente para o desenvolvimento sustentável é 
fundado na teoria de que a sustentabilidade ecológica se constitui, também, 
como uma condição de sustentabilidade no processo econômico, logo, fato-
res como a pobreza, a desigualdade e a degradação ambiental não podem ser 
avaliados de modo isolado.
Para Capra (1982) existem dois processos de transformação social corrente:
a) Capitalismo Global: é baseado em uma rede financeira com fluxo 
de informação. Surgiu há 30 anos, devido à revolução da informação. 
Gerou um novo tipo de capitalismo, com as seguintes características:
 2 Atividades econômicas centradas em uma perspectiva global;
 2 Inovação adicionada à informação, sendo principal fonte 
geradora de produtividade e de competitividade;
 2 Base de sustentação em uma vasta rede de fluxo de informação.
b) Surgimento da comunidade sustentável: é baseado em uma rede 
ecológica com fluxo de matérias e energia, se contrapondo à maxi-
mização dos lucros com a sustentabilidade.Neste contexto capitalista de economia, as transações financeiras ocor-
rem em tempo real. O desenvolvimento sustentável deve ser instruído de 
Gestão Ambiental e os Processos de Armazenagem na Logística
– 22 –
forma a compatibilizar o rápido crescimento econômico, que exige políticas 
pertinentes, planejamento antecipado e investimentos prudentes.
Conclui-se que o capitalismo global tem proporcionado ascensão da 
economia de muitos países em desenvolvimento, mas também trouxe graves 
consequências ambientais e sociais.
A ascensão do capitalismo global tem sido acompanhada pela ascen-
são e polarização das desigualdades sociais dentro e fora dos países, 
em particular a pobreza, e as desigualdades sociais têm aumentado 
através do processo de exclusão social, a qual é uma consequência de 
estrutura em rede da nova economia. À medida que o fluxo de capital 
e a informação interligam redes de escala mundial, eles excluem des-
tas mesmas redes todas as populações e territórios que não têm valor 
ou interesses para suas buscas de ganho financeiro. Como resultado, 
certos segmentos da sociedade, áreas das cidades, regiões e mesmo 
países inteiros tornam-se economicamente irrelevantes. Assim, um 
novo segmento empobrecido da humanidade emerge em volta do 
mundo como consequência direta da globalização. Isto compreende 
grandes áreas do planeta, como as áreas abaixo do Saara Africano, as 
áreas rurais da Ásia e da América Latina. Mas a geografia da exclusão 
social também inclui porções de todos os países e de todas as cidades 
do mundo. Se você quer a face humana da globalização, veja as fotos 
do conhecido fotojornalista brasileiro Sebastião Salgado. Dois anos 
atrás ele completou um projeto de sete anos intitulado “Migrações”, 
que o levou a quarenta países em volta do mundo, onde ele tirou 
milhares de fotos de migrantes e refugiados, mostrando seus grandes 
pesares e tristezas, mas também sua coragem e infinita esperança. As 
fotos épicas de Salgado, de um mar de humanidade sem fim, são um 
impressionante testemunho da dignidade humana e do fracasso do 
capitalismo global. (CAPRA, 2004)
O mercado global, ou a nova ordem mundial, é composto por redes 
eletrônicas que geram informações comerciais e financeiras. Neste contexto, 
questiona-se: se estas redes eletrônicas são programáveis, seria possível incluir 
valores sociais e ambientais? Para Capra, a globalização econômica foi cons-
cientemente projetada e pode ser modificada. Veja o trecho abaixo.
Na verdade, trabalhar em rede tem sido uma das principais atividades 
das organizações políticas de base por muitos anos. Os movimentos 
ambientais, os movimentos pelos direitos humanos, os feministas, os 
movimentos pela paz e muitos outros movimentos de base política e 
cultural têm se organizado como rede que transcendem as fronteiras 
– 23 –
Introdução à gestão ambiental e o contexto empresarial, econômico e social
nacionais. O Fórum Social Mundial é uma celebração do trabalho 
global em rede. Com o uso inteligente da internet, as ONGs são 
capazes de partilhar informação e mobilizar seus membros com uma 
velocidade sem precedentes. Como resultados, as novas ONG’s glo-
bais emergem como atores políticos efetivos, independentes da tradi-
ção nacional ou instituições internacionais. Eles constituem-se numa 
nova espécie de sociedade civil global. Para colocar um discurso polí-
tico dentro de uma perspectiva sistêmica e ecológica, a sociedade civil 
global apoia-se numa rede de pensadores, institutos de pesquisa, gru-
pos de intelectuais, e centro de aprendizados que operam totalmente 
à margem das nossas instituições acadêmicas, organizações de negócio 
e agências governamentais. Hoje existem dezenas dessas organizações 
de pesquisas e aprendizado no mundo. A característica comum entre 
elas é que executam suas pesquisas e ensinam dentro de uma estrutura 
explícita de valores centrais partilhados (Capra, 2004).
1.9 Gestão Ambiental no Brasil
No Brasil, os problemas ambientais são antigos. A degradação ambiental 
teve início com a colônia Portuguesa, por meio da agricultura, da pecuária 
e da construção de novas cidades. Exemplo disso foi a exploração do pau-
-brasil, que atualmente é uma árvore rara em nosso país.
No Século XIX houve uma possível tentativa ambiental, quando o rei de 
Portugal D. João VI inaugurou o Jardim Botânico, no Rio de Janeiro. Mas, 
infelizmente, o objetivo do monarca era o de cultivar plantas asiáticas para 
satisfazer o gosto dos nobres da época.
Em 1822 ocorreu a independência do Brasil, seguida pela proclamação 
da República, em 1889. Porém, somente na década de 1930 é que os bra-
sileiros começaram a pensar em questões ambientais. Em 1973, inspirado 
na conferência de Estocolmo, o Brasil criou a Secretaria Especial do Meio 
Ambiente (SEMA).
1.10 Definindo o sistema de 
Gestão Ambiental (SGA)
O Sistema de Gestão Ambiental (SGA) pode ser considerado um con-
junto de funções em uma empresa que tem por objetivo reduzir o impacto 
Gestão Ambiental e os Processos de Armazenagem na Logística
– 24 –
negativo de suas atividades sobre a natureza. Fazer campanhas para a socie-
dade plantar árvores uma vez ao ano, por exemplo, não pode ser considerado 
um SGA, ou seja, a empresa precisa engajar todos os funcionários na missão 
de promover melhorias em sua relação com o meio ambiente.
A filosofia essencial do SGA é aumentar a produtividade sem abandonar 
a eficiência, isto é, fazer mais por menos e gerar lucros crescentes. Para que o 
SGA ocorra é essencial a existência da gestão da qualidade e a segurança no 
trabalho. Alguns modelos de SGA foram criados ao redor do mundo para 
que fosse estabelecida uma definição, mas é dever da empresa moldar o seu 
sistema, conforme as suas necessidades. Em capítulos futuros, esse assunto 
será aprofundado. 
1.10.1 Sistema de Gestão Ambiental segundo a ICC
Segundo a Câmara do Comércio Internacional (ICC), esse modelo pres-
supõe que:
 2 As empresas devem se tornar sustentáveis se não quiserem perder vendas;
 2 Todas as pessoas e departamentos devem fazer a sua parte nesse processo;
 2 É necessário investir em treinamentos e projetos de conscientização 
ambiental dos funcionários;
 2 Deve-se utilizar uma abordagem estratégica;
 2 A responsabilidade social também deve estar em pauta;
 2 É dever da empresa ouvir os stakeholders1.
Destaca-se a criação da carta empresarial da Câmara de Comércio Internacio-
nal, com 16 princípios de gestão ambiental. 
1.10.2 Sistema de Gestão Ambiental 
segundo a União Europeia
Este sistema foi intitulado Eco Management and Audit Scheme (EMAS), 
considerado o sistema de Ecogestão e Auditoria da União Europeia. Ao longo 
1 São as partes interessadas e capazes de afetar positivamente ou negativamente o ne-
gócio/empresa, como por exemplo: clientes, concorrentes, sociedade, governo, fornecedores, 
dentre outros.
– 25 –
Introdução à gestão ambiental e o contexto empresarial, econômico e social
dos anos tornou-se referência para as empresas de todos os ramos e serviu 
como base para a ISO 14001.
Nesse sistema:
 2 As empresas precisam provar que o seu SGA está em concordância 
com os requerimentos do Parlamento Europeu.
 2 Serão envolvidos os departamentos operacionais e administrativos;
 2 A empresa, como um todo, deve estar engajada no processo de Ges-
tão ambiental;
 2 Ao invés de remediar os problemas ambientais, as empresas euro-
peias devem prevenir a poluição;
 2 A empresa será submetida a avaliações constantes para identifi-
car erros e corrigi-los, ou seja, não basta apenas implementar este 
modelo sem manutenção.
Ressalta-se que esse sistema é de difícil obtenção, mas os clientes europeus 
dão preferência pela compra de mercadorias em empresas ecologicamente 
corretas, mesmo que por um custo mais elevado.
1.10.3 Sistema de Gestão ambiental 
segundo a ISO 140001
Este é um dos sistemas mais aceitos de forma global. 
Pense em uma empresa que produz a mercadoria X, que deverá ser 
enviada para outro país, com regras específicas.Se o produto X estiver fora 
dos mínimos requerimentos de segurança do país para onde será destinado, a 
empresa terá que ter tempo hábil para adaptar suas regras e seu produto para 
cada situação como essa. Esse processo levaria tempo e envolveria dinheiro. 
Por esse motivo, surgiu a organização internacional de padronização (Inter-
national Organization for Standardization – ISO). 
A ISO foi fundada em 1947, para facilitar o comércio entre países por 
meio da criação de regras internacionais para os mais diversos produtos e 
serviços. Exemplos: plástico, alimentos, educação etc.
A ISO 14000 surgiu como uma série que possui normas sobre o SGA, 
auditoria, ciclo de vida do produto e rotulagem ambiental. A ISO 14001 é 
conhecida no Brasil como NBR ISO 14001 - Sistemas de Gestão Ambiental, 
sendo a única da sério ISO 14000 passível de certificação. Vale a pena ressal-
Gestão Ambiental e os Processos de Armazenagem na Logística
– 26 –
tar que a ISO 14001 não possui característica de lei, ou seja, ela tem por obje-
tivo ajudar as empresas, mostrando o caminho certo para a sustentabilidade.
Síntese
No presente capítulo foi abordado o conceito do termo Gestão. Pode-se 
dizer que é o ato de administrar recursos, pessoas e outros serviços, para assim 
atingir o objetivo estabelecido.
Posteriormente, tratamos da Gestão Ambiental, que é definida como a 
administração de recursos naturais de modo responsável.
Nos tópicos seguintes foram aprofundados os significados de poluição, 
degradação ambiental e impactos ambientais, seguidos de um vasto histó-
rico de fatos, acidentes e outros episódios relevantes para a área Ambiental. 
Mencionou-se que a Gestão Ambiental pode ser dividida em três fases.
Buscando entender esse campo de estudo em um contexto mais amplo 
foram abordados o progresso sustentável e o capitalismo moderno, seguidos 
da Gestão Ambiental no Brasil. 
Para finalizar o capítulo definiu-se o que é o sistema de Gestão ambiental 
e foram apresentados os três sistemas abaixo, existentes no mundo:
 2 Sistema de Gestão Ambiental segundo a ICC;
 2 Sistema de Gestão Ambiental segundo a União Europeia;
 2 Sistema de Gestão Ambiental segundo a ISO 140001.
Atividades
1. Defina o que é Gestão Ambiental.
2. No capítulo 1 foram apresentadas inúmeras informações históricas 
relevantes. Faça uma leitura das mesmas e sumarize, abaixo, três 
casos relevantes, que promoveram melhorias no processo de Gestão 
Ambiental. Justifique.
3. Nesse capítulo foram citados três sistemas de gestão ambiental. 
Defina-os e busque na internet casos de empresas que utilizam 
tais sistemas.
4. Defina o que são impactos ambientais.
2
A gestão ambiental 
nas organizações 
produtivas e 
seus desafios
Conforme mencionado no capítulo anterior, a Gestão 
Ambiental teve um vasto progresso no decorrer dos últimos anos. 
Mesmo assim, ainda se faz necessário estar em constante avaliação 
sobre as questões ambientais. Avaliar, reformular e rejeitar hábitos 
pessoais e processos produtivos é de extrema importância para que 
as futuras gerações possam viver com qualidade.
Gestão Ambiental e os Processos de Armazenagem na Logística
– 28 –
Objetivos de aprendizagem:
O presente capítulo irá descrever a Gestão Ambiental nas Organizações 
produtivas e seus desafios. Os objetivos de aprendizagem do capítulo serão:
 2 Definir o que é organização; 
 2 Trazer conceitos relacionados à organização;
 2 Definir e exemplificar a produtividade;
 2 Falar sobre as organizações produtivas e a Gestão Ambiental;
 2 Descrever a Gestão empresarial com foco ambiental;
 2 Apresentar e analisar os conceitos de Mercado Verde e Marke-
ting Verde;
 2 Tratar do ciclo de vida do produto;
 2 Esclarecer o processo de padronização;
 2 Delinear a rotulagem ambiental;
 2 Abordar a sobrevivência sustentável;
 2 Discorrer sobre o mercado internacional e o meio ambiente.
2.1 O que é Organização? 
A palavra organização é originada do grego “organon” e significa ato ou 
efeito de organizar, segundo o dicionário Michaelis. O termo organização 
também é utilizado para designar uma empresa, logo, a organização pode ser 
a forma como se dispõe um sistema para atingir os resultados pretendidos.
Quando se fala em organização, as pessoas relacionam o conceito à 
empresa, mas é importante entender que existem outras definições, como 
por exemplo: torcida organizada, organização escolar etc. Pode-se afirmar que 
organização é a forma como as pessoas se inter-relacionam com uma finali-
dade comum.
Uma organização é uma combinação de esforços individuais que tem 
por finalidade realizar propósitos coletivos. Por meio de uma orga-
– 29 –
A gestão ambiental nas organizações produtivas e seus desafios
nização torna-se possível perseguir e alcançar objetivos que seriam 
inatingíveis para uma pessoa. Uma grande empresa ou uma pequena 
oficina, um laboratório ou o corpo de bombeiros, um hospital ou 
uma escola são todos exemplos de organizações. Maximiano (1992).
Para exemplificar, torcidas organizadas também podem ser definidas 
como organizações empresariais. Apesar de ambas serem consideradas uma 
organização, uma é do tipo informal e a outra é do tipo formal. Veja a dife-
rença nos parágrafos a seguir. 
A organização é considerada formal quando apresenta uma estrutura 
com relações profissionais entre as pessoas, ou seja, possui um organograma, 
que é a descrição gráfica para representar as relações hierárquicas dentro da 
empresa. A organização formal é legalmente reconhecida e planejada de modo 
a ajudar a realização dos seus objetivos globais. Além disso, ela traz o modo 
lógico e racional de se estruturar, com a finalidade de coordenar e integrar os 
esforços de todos os membros. Os órgãos são exemplos de organizações for-
mais, com departamentos, divisões, seções, setores etc. Outra representação é 
a FAEL, que está devidamente registrada, em concordância com a legislação 
brasileira, e possui: 
 2 Organograma com cargos: diretores, gerentes, supervisores, funcio-
nários e operários;
 2 Hierarquia de autoridade com responsabilidades previamente 
definidas;
 2 Objetivos e planos definidos para atingi-los. 
A organização informal, por sua vez, não engloba entidades totalmente 
mecânicas, apesar de possuírem uma natureza lógica e racional. Em todas as 
empresas e ambientes diversos da sociedade existem padrões de comporta-
mento não descritos em um organograma, ou seja, indivíduos que ocupam 
posições dentro da empresa formal podem formar grupos de afinidades e 
interesses que são criados além dessa estrutura predefinida. As amizades e 
antagonismos, pessoas que se identificam, grupos que se aproximam, além 
de uma grande diversidade de relações no trabalho, ou fora dele, formam 
assim, a chamada organização informal. De modo geral pode-se definir a 
organização informal como uma rede de relacionamentos e interações desen-
Gestão Ambiental e os Processos de Armazenagem na Logística
– 30 –
volvidas espontaneamente entre as pessoas que ocupam posições na organi-
zação formal, ou seja, ela é formada por sentimentos de afeição ou rejeição 
entre indivíduos, com ações favoráveis ou desfavoráveis no tocante às práticas 
administrativas, de colaboração ou rivalidade entre grupos. Os principais atri-
butos das organizações informais são:
 2 Grupos que são criados conforme interesses comuns e a identifica-
ção entre as pessoas. Podem ser considerados aglomerados de inte-
resses, círculos de amizades, “panelinhas” etc;
 2 Atitudes e comportamentos que geram entendimentos positivos ou 
negativos em relação às práticas administrativas; 
 2 Assim como ocorreu no episódio da experiência de Hawthorne, 
realizada em 1927, na fábrica Western Electric Company, em Chi-
cago, para determinar a relação entre a intensidade da iluminação e 
a eficiência dos operários, medida por meio da produção, verificou-
-se que os grupos estabelecem normas informais de trabalho como 
padrão de desempenho aceitável para as suas atividades, de forma 
autônoma às normasformais e oficiais da empresa;
 Saiba mais
Para conhecer mais sobre a experiência de Hawthorne, acesse: 
http://www5.fgv.br/ctae/publicacoes/Ning/Publicacoes/00-Arti-
gos/JogoDeEmpresas/Karoshi/glossario/ESTUDOS.html )
 2 As práticas de liderança podem atribuir autoridade informal a deter-
minadas pessoas, indiferentemente de suas posições na organização 
formal. Como exemplo podemos citar os líderes de sindicatos.
Conclui-se que é um grande desafio para o gestor conseguir conciliar a 
organização formal com a informal, para assim, alcançar a sinergia e suprimir 
qualquer tipo de diferença entre elas.
– 31 –
A gestão ambiental nas organizações produtivas e seus desafios
Organograma, fluxograma e cronograma NÃO significam a mesma coisa.
Organograma: é um tipo de diagrama 
utilizado para representar as relações 
hierárquicas de uma empresa ou setores, 
cargos, unidades funcionais e a comuni-
cação existente entre eles. Veja o exem-
plo na figura abaixo:
Figura 1 - Exemplo de Organograma
Fonte: O autor (2016)
Cronograma: é uma representação grá-
fica do tempo a ser investido em uma 
determinada tarefa. Considerado uma 
ferramenta para a gestão de atividades, 
normalmente por meio de tabela, o cro-
nograma ajuda a controlar o progresso 
do trabalho mostrando quando as ativi-
dades serão iniciadas e finalizadas. Em 
conceitos mais recentes, as empresas 
estão determinando o curso do projeto 
por intermédio do cronograma.
Figura 2 - Exemplo de Cronograma
ATIVIDADES / SEMANAS
1 - De�nição do Projeto
2 - Levantamento de dados
3 - Instalação dos programas inicais
4 - Fase de testes
5 - Aplicação das mudanças técnicas
6 - Fase de testes 2
1
x
2 3 4 5 6
x x
x x
x
x
x
Fonte: O autor (2016)
Fluxograma: é a descrição gráfica de processos ou fluxo de trabalho existentes 
na empresa. Ele é normalmente realizado com recursos como figuras geométricas 
normalizas (linguagem universal), com setas unindo as mesmas. O fluxograma é 
essencial para a simplificação e racionalização do trabalho, concedendo entendi-
mento e posterior otimização dos processos realizados em cada departamento da 
organização. Veja o exemplo na figura abaixo:
Figura 3 - Exemplo de Fluxograma
Ínicio
O ventilador
não funciona
Está
plugado na
Estragou?
Comprar um
novo
Plugar na
tomada
...
SIM
SIM
NÃO
NÃO
Fonte: O autor (2016)
Gestão Ambiental e os Processos de Armazenagem na Logística
– 32 –
2.2 O que é produtividade?
O ser humano sempre visou melhorar as suas condições de vida, pro-
curando aumentar seu conforto, minimizar os esforços e garantir a 
segurança para manter o que foi conquistado. (...)
Os recordes esportivos estão constantemente sedo ultrapassados (...), 
a produtividade vem batendo recordes ao longo do tempo, pois cada 
vez se consegue fazer mais com menos recursos.
As empresas, na busca constante por vantagens competitivas, aprimo-
ram seus processos, inventam dispositivos, melhoram sua relação com os 
seus colaboradores, para conquistar melhores índices de produtividade e, 
consequentemente, melhores resultados. (FILHO, 2012, p. 151).
Conforme descrito acima, a produtividade pode ser encontrada em 
diversos cenários, ou seja, está presente em tudo o que fazemos e impacta 
diretamente o trabalho, carreira e empresas.
A produtividade pode apresentar diversas definições no mundo atual. 
Dentre elas, vale a pena citar:
 2 Produtividade pode ser considerada uma medida da eficiência eco-
nômica que apresenta como os recursos disponíveis são transforma-
dos em produtos/serviços;
 2 Produtividade é considerada a relação em input (entradas no sis-
tema produtivo) e output (saídas do sistema produtivo);
 2 A produtividade pode ser definida como produzir mais por menos;
 2 Produtividade é a otimização do uso dos recursos aplicados no iní-
cio do processo, para assim, maximizar as saídas destes;
 2 Um valor que se acrescenta à empresa.
EFICIÊNCIA: é a medida da razão entre os 
insumos aplicados no processo.
EFICÁCIA: está ligada aos objetivos finais da empresa, 
isto é, o resultado obtido pelo sistema como um todo.
 
Veja no quadro comparativo a diferença entre Eficiência e Eficácia:
– 33 –
A gestão ambiental nas organizações produtivas e seus desafios
Figura 4 - Quadro comparativo de eficiência e Eficácia
EFICIÊNCIA EFICÁCIA
Fazer corretamente as coisas.
Soluciona problemas.
Economiza recursos.
Cumpre as obrigações.
Diminui custos.
Faz as coisas corretas.
Antecipa-se aos problemas.
Otimiza a utilização de recursos.
Obtém resultados.
Aumenta os lucros.
Fonte: Drucker (1980)
2.3 As Organizações Produtivas 
e a Gestão Ambiental
A gestão ambiental vem se tornando fundamental para as organizações, 
levando-se em consideração que as catástrofes ambientais têm sido tema de 
debate internacional, ao longo dos últimos anos, conforme já exposto no 
capítulo anterior, além do surgimento de um novo perfil de consumidor, pre-
ocupado com atitudes ecológicas e ambientais corretas, que buscam a preser-
vação do planeta. 
Frederick Taylor foi um engenheiro mecânico estadunidense que, por 
volta de 1886, revolucionou os modelos de Administração vigentes na época, 
tornando-se o pai da administração cientifica. A sua proposta era baseada 
em controle rígido e eficácia operacional, ou seja, ele propôs aos funcioná-
rios uma rotina exaustiva que aumentou de forma crescente a produtividade, 
por meio de tarefas sistemáticas e controladas do início ao fim. Pode-se citar 
como exemplo o tempo de produção padronizado. 
Henry Ford lançou a primeira linha de montagem no século XX. Em 
sua fábrica, A Ford Motor Company, ele ordenou os operários em linha, 
ao longo da esteira rolante, onde cada funcionário se tornou especialista em 
uma parte específica do processo de montagem. Este modelo proporcionou a 
redução expressiva no custo dos automóveis que se tornaram mais acessíveis 
para a população como um todo.
Gestão Ambiental e os Processos de Armazenagem na Logística
– 34 –
 Dica:
Assista o filme “Tempos Modernos” ou “A máquina que mudou o 
mundo” para ilustrar a linha de montagem criada por Ford. 
O setor industrial seguiu evoluindo desde Ford, tornando o processo 
produtivo mais eficiente, o que gerou um surto industrial nos séculos XIX e 
XX. Em decorrência deste fato, a sociedade, assustada com o aceleramento 
da produtividade, trouxe os seus primeiros sinais de preocupação com o meio 
ambiente, ou seja, eles já defendiam que o meio ambiente não suportaria o 
aumento crescente da busca por recursos naturais.
Em 1973 ocorreu a primeira crise do petróleo em países árabes, pro-
vando que este não era um recurso inesgotável. Em apenas três meses, o barril 
teve o seu preço triplicado.
Em 1980, como já visto no capítulo anterior, o relatório de Brundtland 
trouxe o conceito de desenvolvimento sustentável.
Há pouco tempo, a área de Marketing começou a focar os seus esforços 
em um público preocupado com as questões ambientais por meio dos nichos 
“verdes” de mercado, ou seja, marca, custo, qualidade e preço não são mais 
suficientes para manter a competitividade e obter sucesso. O consumidor do 
século XXI está preocupado em conhecer a empresa e se assegurar de que a 
mesma não está gerando impactos ambientais.
O novo perfil de consumidores, preocupados com essas ações, influen-
ciou a criação dos famosos selos verdes pela economia mundial (exemplo: 
Greenpeace e WWF), que serão tratados em capítulos futuros.
Vale ressaltar a criação do tributo verde, também chamado de ICMS 
verde ou ICMS ecológico, que objetiva ações de preservação do meio 
ambiente e já é utilizado por alguns estados brasileiros. Para exemplificar, 
parte da arrecadação do Imposto Estadual de Circulação de Mercadorias e 
Serviços (ICMS) pertence à receita do estado, enquanto o restante é desti-
nado aos municípios. Aqueles que usam o ICMS Verde e, portanto, realizam 
atividades de conservação ambiental, recebem parcelas maiores do repasse. 
Conheça mais sobre o assunto em: www.tributoverde.com.br.– 35 –
A gestão ambiental nas organizações produtivas e seus desafios
Conforme exposto acima, conclui-se que a preservação ambiental, que 
antes era vista como um empecilho para o desenvolvimento, tornou-se sinô-
nimo de vantagem competitiva.
Assim, o novo paradigma da organização é completamente diferente 
do nascido há cerca de 100 anos, que corresponde às teorias clássicas 
de organização e gestão. Se estabelecermos um contraste entre as velhas 
e as novas organizações, verificamos que o que é importante agora é a 
inteligência; a capacidade de fazer uso inteligente da informação para 
criar ideias que acrescentam valor e aumentam a competitividade. As 
novas organizações são achatadas na estrutura, ou melhor, a estrutura 
perde a importância e ganha destaque o posicionamento de áreas fun-
cionais voltadas para o gerenciamento das questões de proteção ao meio 
ambiente e da responsabilidade social. (Tachizawa, 2010, p. 26).
Responsabilidade social é o ato das empresas, voluntaria-
mente, contribuírem para uma sociedade mais justa e para um 
ambiente mais limpo, ou seja, não somente o lucro é relevante.
Responsabilidade socioambiental diz respeito à prática de 
preservação do meio ambiente. Uma empresa responsável 
neste sentido é conhecida pela criação de políticas conscientes 
em relação às questões ambientais, visando à sustentabilidade 
(mentalidade, atitude ou estratégia ecologicamente correta).
 
2.4 Gestão empresarial com foco ambiental
De acordo com as argumentações apresentadas até o momento, é ine-
gável a influência da gestão ambiental no dia a dia das empresas, afetando 
inclusive a competitividade, conforme mencionado nos tópicos anteriores.
As questões ambientais trazem restrições à produção e ao comércio em 
diversos aspectos, logo, seria utopia dizer que todas as empresas conseguem 
se adaptar com zero impacto ambiental, mas é possível afirmar que elas estão 
aperfeiçoando os seus processos para reduzir os danos ao meio ambiente.
Perante este novo mercado, torna-se cada vez mais importante o uso de 
ferramentas de gestão que melhorem o sistema produtivo e permitam a rea-
lização de práticas ambientas em conformidade com as questões ambientais.
Gestão Ambiental e os Processos de Armazenagem na Logística
– 36 –
Segundo Andrade, Tachizawa e Carvalho (2002), pesquisas realiza-
das pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pelo Instituto 
Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope) demonstraram 
uma tendência pela preservação ambiental por parte do consumidor, 
afirmando que os desempenhos econômicos tornam-se cada vez mais 
dependentes de estratégias ambientais: a transformação e influência 
ecológica nos negócios se farão sentir de maneira crescente e com 
efeitos econômicos cada vez mais profundos. As organizações que 
tomarem decisões estratégicas integradas à questão ambiental e eco-
lógica conseguirão significativas vantagens competitivas, quando não, 
redução de custos e incremento nos lucros a médio e longo prazo. 
Empresas como a 3M, somando as 270 mil toneladas de poluentes 
na atmosfera e 30 mil toneladas de efluentes nos rios que deixou de 
despejar no meio ambiente desde 1975, consegue economizar mais 
de US$ 810 milhões combatendo a poluição nos 60 países onde atua. 
Outra empresa, a Scania Caminhões, contabiliza economia em torno 
de R$1 milhão com programa de gestão ambiental que reduziu 8,6% 
o consumo de energia, de 13,4% de água e de 10% no volume de 
resíduos produzidos apenar no ano de 1999 (...).
Pesquisa conjunta feita pelo CNI, SEBRAE e BNDES (1998) revela 
que metade das empresas pesquisadas realizou investimentos ambien-
tais nos últimos anos, variando de cerca de 90% nas grandes a 35% 
nas microempresas. Esta mesma pesquisa revelou que as razões para 
a adoção de práticas de gestão ambiental (quase 85% das empresas 
pesquisadas adotam algum tipo de procedimento associado à gestão 
ambiental) não foram apenas em função da legislação, mas, principal-
mente, por questões que poderíamos associar a [sic] gestão ambiental: 
aumentar a qualidade dos produtos; aumentar a competitividade das 
exportações; atender ao consumidor com preocupações ambientais; 
atender à reivindicação da comunidade; atender à pressão de organi-
zação não governamental ambientalista; estar em conformidade com 
a política social da empresa; melhorar a imagem perante a sociedade 
[...]. (Tachizawa, 2001, p. 38-48)
2.5 Mercado Verde e Marketing Verde
Com todo o exposto até o momento, é nítido que a preocupação 
ambiental trará vantagem competitiva.
O termo mercado verde é relativamente novo e tem por objetivo desig-
nar produtos fabricados de maneira ecologicamente correta em todos os 
– 37 –
A gestão ambiental nas organizações produtivas e seus desafios
níveis e setores de produção. Os clientes que compõe este mercado verde, são 
consumidores ambientalmente conscientizados e seletivos quanto aos produ-
tos e serviços, sendo assim, eles estabelecem novas exigências mercadológicas. 
O mercado verde traz um dos grandes desafios das empresas, que é har-
monizar o meio ambiente e o mercado por meio da adoção de novos padrões 
produtivos e inclusão dos indicadores de desempenho. Justamente com esta 
questão, vem o aumento de custos. 
Imagine produtos metálicos produzidos na China e que são comer-
cializados por preços baixíssimos: eles provocam alto impacto ao meio 
ambiente (plástico, alumínio). Desse modo, os custos ambientais aca-
bam sendo desprezados para tornar o produto mais competitivo no 
mercado. (Caldas, 2015, p. 19-20)
De acordo com a revista Exame (VASSALO, 2008), milhões de chi-
neses não contavam com direitos mínimos: os contratos eram firma-
dos verbalmente, deixando os trabalhadores à mercê da boa vontade 
(ou falta dela) dos patrões. A legislação não amparava sequer casos de 
doença, gravidez, ou acidente de trabalho. Com tantos “atrativos”, 
a China despertou o interesse de indústrias irresponsáveis até 2008, 
quando seu governo colocou em vigor a maior reforma trabalhista 
dos últimos 30 anos. Teve início, então, o deslocamento de muitas 
empresas para a índia e o Vietnã, onde conseguiram manter custos 
socioambientais baixos.
Essas práticas irresponsáveis vêm sendo cada vez mais repudiadas pelo 
consumidor, que evita produtos de empresas envolvidas em situações 
dessa natureza. Em contrapartida, o modelo de gestão pós-industrial 
deverá se apoiar cada vez mais em princípios como a responsabilidade 
socioambiental. Questões ligadas a salário, segurança do trabalho e 
proteção ao meio ambiente são levadas em conta por muitos clientes 
e investidores, reforçando a necessidade de adaptação das empresas ao 
novo paradigma. (Curi, 2010, p. 81)
Analisando o texto acima, fica claro que o desafio atual das empresas 
é conciliar os interesses de desenvolvimento econômico com as questões 
ambientais. Com essa nova postura, uma ética ecológica será criada, modi-
ficando os valores da cultura organizacional e, por consequência, produtos, 
serviços e marcas serão atrelados a esta imagem ecologicamente correta. Nesta 
linha surge o Marketing verde, que busca conectar a responsabilidade socio-
ambiental da empresa com a geração de ofertas competitivas no mercado. 
Veja abaixo um exemplo de anúncio de Marketing verde.
Gestão Ambiental e os Processos de Armazenagem na Logística
– 38 –
Figura 5 - Exemplo de campanha de Marketing Verde
Fonte: Shutterstock.com/ Macrovector
Dessa forma, o mesmo produto, se for produzido em diferentes paí-
ses e sob diferentes condições (como transportes, tecnologias etc.), 
não poderá, efetivamente, ser considerado “o mesmo produto” ou “a 
mesma coisa”, principalmente sob o ponto de vista ambiental, e passa 
a exigir, assim, ações diferenciadas, que estão associadas, por exemplo, 
à obtenção de um recurso natural. Perceba que, para fabricação de 
cerveja, são necessários vários litros de água de boa qualidade para 
cada litro de cerveja produzido. Então, se a fábrica estiver localizada 
em uma região que forneçauma água de boa qualidade, os custos 
de produção podem ser reduzidos pela não necessidade de um trata-
mento de água mais sofisticado, ao passo que o contrário também é 
verdadeiro: não havendo no local, água de boa qualidade, os custos de 
produção podem ser aumentados. (Mazzaroto & Berte, 2016, p. 62)
O novo conceito de produto e serviço requerido por este mercado verde 
resulta em modelos de mercado embasados em ciclo de vida, padronização 
e rotulagem ambiental. Veja nos tópicos a seguir, uma breve explicação dos 
itens, com foco no marketing verde.
2.5.1 Ciclo de vida do produto
O ciclo de vida do produto diz respeito à criação, produção, destino e 
disposição deste, ou seja, é a história completa da vida útil de uma merca-
– 39 –
A gestão ambiental nas organizações produtivas e seus desafios
doria. Essa forma de avaliação é relevante para a gestão ambiental, pois, por 
intermédio dela é possível avaliar cuidadosamente os impactos ambientais.
Por meio da avaliação do ciclo de vida do produto, a empresa pode, 
por exemplo:
 2 Realizar a substituição de matéria-prima;
 2 Avaliar a possibilidade de novas embalagens;
 2 Promover ações de marketing específicas;
 2 Fazer o levantamento de pontos fortes e fracos;
 2 Otimizar recursos e pesquisar alternativas de transporte menos 
poluentes;
 2 Realizar mudanças no sistema produtivo;
 2 Comparar produtos similares;
 2 Criar estratégias para melhoria ambiental;
 2 Retirar o produto do mercado, se necessário.
Segundo a ABNT (2009), a avaliação do ciclo de vida do produto 
(ACV) é “uma ferramenta de avaliação dos impactos potenciais associados a 
um produto ou serviço para: construir um inventário de entrada e saída do 
sistema, avaliar os potenciais e interpretar os resultados da análise, correlacio-
nando com os objetivos de estudo da ACV”. 
2.5.2 Padronização
Vamos relembrar o nosso exemplo dos produtos produzidos na China 
em diferentes condições ambientais.
Com a evolução das práticas ambientais ao redor do mundo, as barreiras 
comerciais começaram a surgir, podendo ser:
 2 Tarifárias: geram tarifas de importações de produtos;
 2 Não tarifárias: são as medidas de restrições quantitativas, como por 
exemplo: licenciamento, medidas sanitárias, subsídios etc.
Gestão Ambiental e os Processos de Armazenagem na Logística
– 40 –
Algumas medidas, como a ISO e os selos, foram criadas para minimizar 
os impactos da padronização. Nos capítulos a seguir, estes temas serão trata-
dos com mais detalhes.
Conclui-se que o principal objetivo da padronização é promover o 
desenvolvimento mundial por meio do intercâmbio internacional de serviços 
e produtos. Segundo Kant (1989) “sem acordo, não poderá haver paz. E sem 
paz, não poderá haver prosperidade duradoura. Normas internacionais são 
ferramentas essenciais nos contínuos esforços da humanidade para se conse-
guir alcançar mais de ambas».
2.5.3 Rotulagem Ambiental
A rotulagem ambiental são os instrumentos informativos dos produtos. 
Ao longo dos anos foram criados os “rótulos ambientais”, com selos e bandei-
ras internacionais que identificam o produto como ecologicamente correto. 
Nos capítulos a seguir, especialmente no capítulo sobre embalagens, o tema 
será aprofundado.
Pesquisa recente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e 
do Ibope mostra que 68% dos consumidores brasileiros estariam 
dispostos a pagar mais por um produto que não agredisse o meio 
ambiente. Dados obtidos no dia a dia evidenciam que a tendência 
de preservação ambiental e ecológica por parte das organizações deve 
continuar de forma permanente e definitiva, em que os resultados 
econômicos passam a depender cada vez mais das decisões empresa-
riais que levem em conta que: a) não há conflito entre lucratividade e 
a questão ambiental; b) o movimento ambientalista cresce em escala 
mundial; c) clientes e comunidades em geral passam a valorizar cada 
vez mais a proteção do meio ambiente; e d) a demanda e, portanto, o 
faturamento das empresas passam a sofrer cada vez mais pressões e a 
depender diretamente do comportamento de consumidores que enfa-
tizarão suas preferências por produtos e organizações ecologicamente 
corretos. (Tachizawa, 2004, p.23)
2.6 Sobrevivência sustentável
Levando em consideração todo o conteúdo exposto até o momento, 
verifica-se que o desenvolvimento sustentável das empresas é importante e 
está cercado de desafios.
– 41 –
A gestão ambiental nas organizações produtivas e seus desafios
O conceito de ecoeficiência, criado pelo Conselho Mundial de Negócios 
para o Desenvolvimento Sustentável diz que para ser ecoeficiente não é neces-
sário consumir menos, mas consumir de forma consciente e responsável. Este 
mesmo conceito aplicado às empresas mostra que é preciso reduzir o uso de 
recursos naturais, cortar os custos e aumentar os lucros. Veja na figura abaixo, 
algumas ideias que podem auxiliar no aumento da eficiência:
Figura 6 - As várias estratégias que compõe o paradigma da ecoeficiência.
Racionar o uso de
matéria-prima e aumentar
a sua e�ciência.
Reduzir a quantidade
de lixo tóxico.
Reduzir o número
de acidentes.
Diminuir o consumo
de energia.
Reciclar materiais.
Aproveitar as fontes
de energia limpa disponíveis
(ex: eólica, solar, etc.)
Gestão
ambiental
Fonte: Curi, 2011
2.7 Mercado internacional e meio ambiente
É verdadeiro que os aspectos ambientais afetam o setor produtivo 
e podem criar vantagens competitivas, logo, a Organização Mundial do 
Comércio (OMC), que direciona o comércio internacional mundial, tem o 
dever de discutir o tema e propor soluções para os conflitos existentes entre as 
políticas comerciais, o progresso e as questões ambientais.
Algumas ações de protecionismo ambiental podem resultar em efeitos 
similares aos das barreiras não tarifárias para o comércio. Porém, por 
outro lado, o reconhecimento da variável ambiental nos processos pro-
dutivos pode apontar para oportunidades de mercado. Dentro desse 
contexto, os países e o setor produtivo se preparam para a completa 
internalização dos custos gerados por práticas de proteção ambiental, 
resultando em uma adequação dos padrões de produção, de consumo 
e, finalmente, do comércio. (Mazzarotto; Berté, 2013, p.47).
A globalização está presente no mundo empresarial e na vida das pessoas 
que complicam a relação entre mercado e meio ambiente, portanto, entende-se 
que os conceitos que definem o comércio internacional estão relacionados a:
Gestão Ambiental e os Processos de Armazenagem na Logística
– 42 –
compra e venda de mercadorias que atravessam fronteiras dos países. 
Como qualquer outro aspecto relacionado à soberania e ao território 
de cada nação, as normas de comércio exterior são formuladas pelo 
governo nacional de cada país. Existem três enfoques para o comércio 
exterior: protecionismo, livre comércio e comércio regulado.
a) O objetivo do protecionismo é proteger as indústrias nacionais da 
concorrência estrangeira. O protecionismo pode se dar por meio de 
imposição de tarifas que tornam os produtos importados mais caros 
que os similares nacionais; pode existir sob a forma de quotas para 
a quantidade de mercadorias importadas; pode ocorrer sob a forma 
de proibição à importação; e finalmente, pode se dar sob a forma de 
pedido de restrição voluntária de importação.
b) Livre comércio significa o intercâmbio ilimitado de comércio entre 
compradores e vendedores através das fronteiras. Embora o livre 
comércio seja frequentemente associado à desregulamentação, não 
requer de forma obrigatória a eliminação de padrões de produtos, 
leis de proteção do trabalho e do trabalhador ou leis ambientais. Ao 
contrário, o livre comércio busca assegurar que as legislações traba-
lhistas, as leis de defesa do consumidor e as leis ambientais de um país 
não sejam aplicadas de forma a discriminar injustamente as empre-
sas estrangeiras. O conceito de livre comércio fundamenta-se num 
princípio econômico conhecido como vantagem comparativa. Este 
princípio sugere que um país deveespecializar-se nos bens que produz 
de forma mais eficiente e trocá-los com outros países por bens que 
produzam com mais eficiência, mesmo quando os dois países podem 
produzir bens similares;
c) Comércio regulado é o meio termo entre os ideais opostos do pro-
tecionismo e do livre comércio. Os governos que adotam esta prática 
permitem amplo comércio internacional, mas intervêm através de 
tarifas, subsídios e outras políticas para tornar os produtos nacionais 
mais atrativos e estimular novas indústrias, a pesquisa e o desenvolvi-
mento nacional.
Embora as regras de comércio exterior sejam determinadas por cada 
país, normalmente elas obedecem a parâmetros estabelecidos por 
acordos internacionais. Atualmente, o sistema de comércio inter-
nacional é regido por um conjunto de acordos comerciais multila-
terais, regionais e bilaterais. Além disso, determinadas instituições 
internacionais têm importantes papéis na coordenação das políticas 
comerciais entre grupos de nações. Esta mesma situação se repete no 
trato das questões ambientais. (Wathen, citado por Barbosa, 1996, p. 
21-30, grifo original).
– 43 –
A gestão ambiental nas organizações produtivas e seus desafios
Síntese
Ao longo desse capítulo, pode-se discorrer sobre o conceito de organiza-
ção, identificando a diferença entre as estruturas formal e informal.
Os tipos de representações gráficas (organograma, cronograma e fluxo-
grama), que definem as relações hierárquicas, auxiliam na gestão de atividades 
e no fluxo de trabalho, respectivamente, também se apresentaram na mesma 
divisão do material. 
A produtividade foi abordada como um processo vantajoso para a obten-
ção de resultados satisfatórios. Neste tocante, foram relacionadas as questões 
da organização produtiva e da gestão ambiental, assim como, a gestão empre-
sarial com foco ambiental.
Nos tópicos seguintes, os termos Mercado Verde e Marketing Verde se 
caracterizaram por uma nova forma de fabricar produtos de maneira ecologica-
mente correta, para um público consumidor ambientalmente conscientizado. 
Como forma de amenizar os impactos ambientais explorou-se as téc-
nicas de padronização e rotulagem, além da importância do ciclo de vida de 
um produto.
Vale ressaltar que em toda a composição do capítulo foram evidenciados 
os desafios da Gestão Ambiental para as organizações.
Para finalizar, um tópico sobre a sobrevivência sustentável com aborda-
gem no mercado internacional e sua relação com o meio ambiente foi exposto 
para proporcionar a compreensão aprofundada do tema. 
Atividades
1. Define o que é Organização. Qual a diferença entre Organização 
formal e informal.
2. Defina o que é Produtividade.
3. No decorrer do capítulo foram apontados inúmeros desafios / 
cenários que as empresas precisam enfrentar para se adaptarem a 
este novo mercado, preocupado com as questões ambientais. Des-
creva pelo menos 3 situações.
Gestão Ambiental e os Processos de Armazenagem na Logística
– 44 –
4. Defina o que é Mercado Verde e Marketing verde.
3
Sistemas de gestão 
ambiental e as normas 
da série ISO 14000
A gestão ambiental permite uma avaliação criteriosa sobre 
os impactos ambientais gerados pelo ser humano. Com o objetivo 
de avaliar e advertir sobre essas ações, que comprometem a qua-
lidade do meio ambiente, criou-se o Sistema de Gestão Ambien-
tal (SGA). Esse controle demonstra a importância de se trabalhar 
com ações preventivas e providenciar devidamente as ações corre-
tivas, quando necessário, buscando o equilíbrio nas relações entre 
o homem e a natureza.
Gestão Ambiental e os Processos de Armazenagem na Logística
– 46 –
Objetivos de aprendizagem:
O presente capítulo irá versar sobre os sistemas de Gestão Ambiental 
e normas da ISO 14000. Os objetivos de aprendizagem do capítulo serão:
 2 Discorrer sobre o meio ambiente e o mercado internacional;
 2 Apresentar abordagens para a Gestão Ambiental Empresarial;
 2 Definir o que é o Sistema de Gestão Ambiental (SGA);
 2 Abordar as vantagens do SGA em organizações;
 2 Apontar os requisitos para implementação de um SGA;
 2 Analisar modelos de SGA;
 2 Entender o conceito ISO e analisar a série ISO 14000;
 2 Mostrar a relação da ISO 14001:2004 com ciclo PDCA.
3.1 Introdução
Os capítulos anteriores apresentaram a importância da conscientização 
ambiental no núcleo corporativo e as consequências positivas desse processo, 
como a redução de danos e acidentes ecológicos, o aumento da produtividade 
e a conquista de vantagens competitivas. 
Neste contexto, verifica-se a necessidade de se entender como os impac-
tos ambientais podem ser minimizados, ou seja, de que forma as organizações 
devem executar o gerenciamento de suas atividades, produtos e serviços. 
3.2 Meio Ambiente e Mercado Internacional
As questões ambientais impactam o setor produtivo das organizações e 
são também consideradas fatores de competitividade, mas, infelizmente, nem 
todas as empresas aceitam a sustentabilidade como componente fundamental 
da gestão, ou seja, muitas organizações implantam soluções precárias para 
necessidades imediatas.
O mundo tenta encontrar uma solução para o impasse, porém, alguns 
entraves dificultam o processo, como o fato de cada país possuir diferen-
– 47 –
Sistemas de gestão ambiental e as normas da série ISO 14000
tes critérios e especificações de padronização. A Organização Mundial do 
Comércio (OMC) é um dos órgãos internacionais que se preocupa com a 
relação entre a questão ambiental e o comércio, ou seja, propõe soluções e 
políticas em relação ao conflito existente entre os países.
Para sobreviver à concorrência acirrada, as empresas optam, como 
alternativas para a diminuição dos seus custos de produção, pela 
migração para países com incentivos governamentais e leis ambien-
tais menos criteriosas, o que é mais vantajoso financeiramente que 
adequar-se às exigências de seus países de origem. (...) adoção de 
padrões mais sustentáveis e um nivelamento com base nos critérios 
mais rigorosos. Todavia, o que evidenciamos é que, com a migração, 
transfere-se a degradação ambiental, diminuindo a qualidade de vida 
da população anfitriã, na maioria dos casos.
Dessa forma, percebemos que a abertura comercial não aumentou a 
eficiência produtiva em termos de qualidade ambiental, sobretudo 
porque, em troca de um ideal de desenvolvimento, muitos países man-
têm níveis baixos de controle ambiental, tomando atitudes ambiental-
mente suicidas, a fim de se tornarem mais atrativos aos investimentos 
de empresas estrangeiras. (MAZAROTTO & BERTÉ, 2013)
Como exemplo dessa situação, se for considerado que os custos ambien-
tais devem ser incluídos no valor final do produto, como é possível comprar 
um dispositivo de armazenagem móvel (pen drive) por aproximadamente 2 
dólares, como verificamos em alguns países? A resposta para essa questão é 
simples, possivelmente trata-se de uma mercadoria produzida na China, país 
que possui políticas ambientais menos restritivas, ou seja, o custo ambiental 
é menor e o preço final também será reduzido. Na busca de sobreviver às 
leis do mercado, várias questões ambientais e sociais são desconsideradas em 
países com políticas ambientais menos taxativas, o que gera conflito entre o 
intercâmbio de produtos entre regiões.
3.3 Abordagens para a Gestão 
Ambiental Empresarial
Segundo Barbieri (2007), as empresas podem adotar três abordagens 
para cuidar da natureza, que serão explicadas a seguir. Essas abordagens 
podem ser entendidas como fases de desenvolvimento de um Sistema de Ges-
tão Ambiental.
Gestão Ambiental e os Processos de Armazenagem na Logística
– 48 –
Quadro 1 - Três abordagens possíveis para a gestão ambiental empresarial
Controle de 
Poluição
Prevenção de 
Poluição
Abordagem 
Estratégica
Preocupação 
Básica
Cumprimento da 
legislação e resposta 
às pressões da 
comunidade
Uso eficiente dos 
insumos
Competitividade
Postura Típica Reativa Reativa e proativa Reativa e proativa
Percepção de 
empresários 
e administra-
dores
Custo

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