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Recurso de Apelação em caso de condenação por violação de domicílio e furto qualificado

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Caso prático 
Diogo está sendo regularmente processado pela prática dos crimes de violação de domicílio 
(artigo 150, do CP) em concurso material com o crime de furto qualificado pela escalada (artigo 155, 
§ 4º, II, do CP). Isso porque, segundo narrou a inicial acusatória, no dia 10/11/2012 (sábado), Diogo 
pulou o muro de cerca de três metros que guarnecia a casa da vítima e, então, após ingressar 
clandestinamente na residência, subtraiu diversos pertences e valores, a saber: três anéis de ouro, dois 
relógios de ouro, dois aparelhos de telefone celular, um notebook em espécie, totalizando R$9.000,00 
(nove mil reais). Na audiência de instrução e julgamento, e quinhentos reais realizada em 29/08/2013 
(quinta feira), foram ouvidas duas testemunhas de acusação que, cada uma a seu turno, disseram ter 
visto Diogo pular o muro da residência da vítima e dali sair, cerca de vinte minutos após, levando uma 
mochila cheia. A defesa, por sua vez, não apresentou testemunhas. Também na audiência de instrução 
e julgamento foi exibido um DVD contendo as imagens gravadas pelas câmeras de segurança presentes 
na casa da vítima, sendo certo que à defesa foi assegurado o acesso ao conteúdo do DVD, se manifestou 
no sentido de que nada havia a impugnar. Nas imagens exibidas em audiência ficou constatado (dada a 
nitidez das mesmas) que fora Diogo quem realmente pulou o muro da residência e realizou a subtração 
dos bens. Em seu interrogatório o réu exerceu o direito ao silêncio. Em alegações finais orais, o 
Ministério Público exibiu cópia de sentença prolatada cerca de uma semana antes (ainda sem trânsito 
em julgado definitivo, portanto), onde se condenou o réu pela prática, em 25/12/2012 (terça feira), do 
crime de estelionato. A defesa, em alegações finais, limitou se a falar do princípio do estado de 
inocência, bem como que eventual silêncio do réu não poderia importar lhe em prejuízo. O Juiz, então, 
proferiu sentença em audiência condenando Diogo pela prática do crime de violação de domicílio em 
concurso material com o crime de furto qualificado pela escalada. Para a dosimetria da pena o 
magistrado ponderou o fato de que nenhum dos bens subtraídos fora recuperado. Além disso, fez incidir 
a circunstância agravante da reincidência, pois considerou que a condenação de Diogo pelo crime de 
estelionato o faria reincidente. O total da condenação foi de 4 anos e 40 dias de reclusão em regime 
inicial semiaberto e multa à proporção de um trigésimo do salário-mínimo. Por fim, o magistrado, na 
sentença, deixou claro que Diogo não fazia jus a nenhum outro benefício legal, haja vista o fato de não 
preencher audiência. os requisitos para tanto. A sentença foi lida em O advogado(a) de Diogo, atento(a) 
tão somente às informações descritas no texto, deve apresentar o recurso cabível à impugnação da 
decisão, respeitando as formalidades legais e desenvolvendo, de maneira fundamentada, as teses 
defensivas pertinentes. O recurso deve ser datado com o último dia cabível para a interposição. (Valor: 
5,0) 
3 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CRIMINAL 
DA COMARCA DE 
AUTOS Nº XXX 
Diogo, já qualificado nos autos anteriormente, por seu (sua) advogado 
(a) que subscreve, inconformados com sentença condenatória de fls.XXX, vem, mui 
respeitosamente, perante Vossa Excelência, interpor de forma tempestiva o RECURSO DE 
APELAÇÃO, com fulcro artigo 593, I, CPP. 
Após o recebimento do atual recurso, pede-se, dar as razões ao Egrégio 
Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
Local, XX de XXXX de XXX. 
______________________________ 
XXXXXXX – OAB/SP nº 
4 
RAZÕES DE APELAÇÃO 
APELANTE: DIOGO 
APELADA: JUSTIÇA PÚBLICA 
AUTOS Nº 
VARA DE ORIGEM: 
COLENDA CÂMARA 
EMÉRITOS JULGADORES 
ÍNCLITA PROCURADORIA DE JUSTIÇA 
Solicita-se respeitosamente que a decisão condenatória prolatada contra o APELANTE, 
seja, reformada, diante dos fatos expostos abaixo: 
I – DOS FATOS 
O querelado foi processado pelos crimes de violação de domicílio, em face do art. 150, 
do CP, combinado com o concurso material de furto qualificado pela escalada conforme dispõe 
no art.155, § 4º, II, do CP. 
Foi relatado que Diogo, pulou o muro de cerca de três metros que guarnecia a casa da 
vítima e, então, após ingressar clandestinamente na residência, subtraiu diversos pertences e 
valores, a saber: três anéis de ouro, dois relógios de ouro, dois aparelhos de telefone celular, 
um 
notebook em espécie, totalizando R$9.000,00 (nove mil reais). 
A oitiva das testemunhas foi feita de acordo com o rito processual penal e elas 
confirmaram os crimes, ademais houve a apresentação de uma prova cabal, sendo um DVD, 
com imagens do acusado praticando as infrações penais. 
A postura do querelado, foi manter-se em silêncio em tempo integral. 
O Ministério Público apresentou cópia de sentença condenatória não transitada em 
julgado em função da prática do crime de estelionato. 
Ademais, foi prolatada a sentença dos crimes atuais, e o réu foi condenado a uma pena 
base de 4 anos e 40 dias, porém o regime de cumprimento da execução penal iniciaria no 
regime 
5 
semiaberto, isto porque, o Magistrado ponderou na sentença sobre o fato da reincidência, foi 
considerada como agravantes na aplicação da dosimetria da pena e sobre o fato de não haver, 
portanto, condição de benefício legal, diante desse antecedente criminal. 
II – DO DIREITO 
A atual condenação não tem razão de prosperar, porque não há uma causa a ser 
considerada como justa para tal. 
COM EFEITO: 
1. Ora Vossa Excelência, o crime cometido primeiramente foi o tipificado no CP no 
artigo 150, como sabes é fato típico criminal denominado como crime-meio, ou seja, com o 
crime ocorrido logo em seguida, que foi o crime do art. 155, § 4º, II, do CP, subentende-se que 
o querelado, deve ter o benefício da absolvição do crime de violação de domicilio pelo segundo 
crime que foi crime de furto qualificado pela escalada, ou seja, um substitui o outro. 
Diante do exposto, de acordo com o Princípio da Consunção, há imposição de 
acordo com os fundamentos jurídicos abaixo apresentados: 
2. Existe a inexistência de reincidência, porque a sentença condenatória do crime 
anterior, de estelionato, não transitou em julgado. 
Nesse sentido, o artigo 63 do CP: 
Art. 63 - Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois de 
transitar em julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por 
crime anterior. 
Em conformidade legal, o artigo acima diz que não há reincidência antes do trânsito em 
julgado da sentença condenatória. 
3. Portanto, descarta-se, o fato típico do CP, em seu artigo 150, e, afastada a 
reincidência, a pena será diminuída, portanto o regime de cumprimento da execução penal, 
6 
deverá ser começado no regime aberto e não semiaberto, como foi prolatado anteriormente, 
na 
fase de execução penal, caso diminua em no mínimo 40 dias. 
Em face, do artigo 33, §2º, c do CP: 
Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou 
aberto. A de detenção, em regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de 
transferência a regime fechado. 
§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, 
segundo o mérito do condenado, 
observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime 
mais rigoroso: 
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, 
poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto. 
Em face da legislação penal apresentada acima, nota-se que o apelante, tem que iniciar 
o regime de cumprimento de pena no aberto, caso em que a pena não ultrapasse o prazo legal 
de 4 anos, ou seja, de acordo com os fatos expostos acima, este requisito aplica-se para o 
querelado. 
4. Sobre a pena restritiva de direitos deve ser aplicada, ao invés da pena privativa de 
liberdade, por consequência a aplicação da dosimetria da pena será corrigida. 
Dispõe, o artigo 44, II do CP: 
Art. 44. As penas restritivasde direitos são autônomas e substituem as privativas de 
liberdade, quando: 
II – o réu não for reincidente em crime doloso; 
Ademais, na redação do artigo supramencionado, nota-se que aplicabilidade de uma 
pena de restritiva de direitos em vez de privativa de liberdade, ocorrerá quando: “o réu não for 
reincidente em crime doloso”. 
Diante do exposto, não poderá ter outro desfecho a não ser a reforma da decisão de 
primeira instância. 
7 
III – DO PEDIDO 
Com tudo que foi apresentado para Vossa Excelência, mui respeitosamente, pede-se: 
1) Que esse recurso seja reconhecido, dado provimento ao mesmo, com a finalidade da 
reforma da sentença proferida por Vossa Excelência anteriormente nos autos; 
2) Absolvição do réu, pelo crime 150, CP, porque ele por direito foi absolvido pelo 
outro, portanto, ele deve ser julgado pelo crime do rol do art. artigo 155, § 4º, II, do CP; 
3) Requer-se que a reincidência seja desconsiderada, porque ela inexiste, como 
provamos neste recurso; 
4) Solicita-se a revisão da dosimetria da pena, com a finalidade de redução da pena. 
5) Argumenta-se o pedido para aplicação do início do cumprimento da pena no regime 
aberto, caso a pena não ultrapasse 4 anos, com fulcro do artigo 33, §2º, c do CP. 
Que a JUSTIÇA seja feita!! 
LOCAL, 
______________________________ 
XXXX 
ADVOGADO (A) 
OAB/XX Nº XXXXX

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