Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Thiago Gurgel Regis Morfofuncional I Hormônios Gonadais Masculinos e Funções Reprodutivas • As funções reprodutoras masculinas podem ser divididas em três grandes subdivisões: 1. Espermatogênese, que significa a formação do espermatozoide; 2. Desempenho do ato sexual masculino; e 3. Regulação das funções reprodutoras masculinas por vários hormônios. Anatomia Fisiológica dos Órgãos Sexuais Masculinos Túbulo seminífero → epidídimo → ducto deferente • O principal hormônio gonadal masculino é a testosterona, que é um hormônio anabolizante também, ou seja, participa de processos anabólicos. Espermatogênese • Durante a formação do embrião, as células germinativas primordiais migram para os testículos e tornam-se células germinativas imaturas, chamadas espermatogônias. • Na puberdade, as espermatogônias passam por divisões mitóticas, proliferando e se diferenciando continuamente através de estágios definidos de desenvolvimento para formar o esperma. • Todo o período de espermatogênese, da espermatogônia ao espermatozoide, dura, 74 dias. Thiago Gurgel Regis Morfofuncional I • Durante a divisão meiótica, o cromossomo Y masculino vai para uma espermátide, que então se torna esperma masculino, e o cromossomo X feminino vai para a outra espermátide, que passa a ser esperma feminino. • Sexo do concepto eventual é determinado pelo tipo de esperma, entre os dois descritos, que fertiliza o ovo. • Estrutura do espermatozoide: Fatores Hormonais que Estimulam a Espermatogênese ▪ Testosterona: secretada pelas células de Leydig, é essencial para o crescimento e a divisão das células germinativas testiculares. ▪ Hormônio Luteinizante: estimula as células de Leyding a secretar testosterona. ▪ FSH: estimula as células de Sertoli, fundamentais na conversão de espermátide em espermatozoide. ▪ Estrogênios: formados a partir da testosterona, essenciais para a espermiogênese. ▪ GH: divisão inicial das espermatogônias. • O hormônio do crescimento, especificamente, promove a divisão precoce das espermatogônias; em sua ausência, como no caso dos anões hipofisários, a espermatogênese é, severamente, deficiente ou ausente, causando, assim, infertilidade. Maturação do Espermatozoide no Epidídimo • Após o espermatozoide permanecer no epidídimo por 18 a 24 horas, ele desenvolve a capacidade de mobilidade. • 120 milhões de espermatozoides são produzidos por dia. • Podem ser armazenados no canal deferente por até 1 mês. Com alto nível de atividade sexual e ejaculações, a armazenagem pode durar menos de alguns dias. • Após a ejaculação, os espermatozoides tornam-se móveis e capazes de fertilizar o óvulo, processo chamado maturação. • Fisiologia do espermatozoide maduro: A atividade do espermatozoide é muito aumentada em meio neutro ou ligeiramente alcalino, como o existente Passa por um processo de amadurecimento no epididimo. Thiago Gurgel Regis Morfofuncional I no sêmen ejaculado, mas é muito deprimida em meio ligeiramente ácido. • A atividade do espermatozoide aumenta muito com a elevação da temperatura, mas isso também aumenta sua atividade metabólica, fazendo com que a sua vida se encurte consideravelmente. Função das Vesículas Seminais • Secreta material mucoso contendo frutose, ácido cítrico e outras substâncias nutritivas em abundância, bem como grande quantidade de prostaglandinas e fibrinogênio. • As prostaglandinas auxiliem na fertilização de duas maneiras: 1. Reagindo com o muco cervical feminino, tornando-o mais receptivo ao movimento do espermatozoide; 2. Induzindo contrações peristálticas reversas para trás, no útero e nas trompas de Falópio, movendo os espermatozoides ejaculados em direção aos ovários. Citoteque → prostaglandina abortiva. Função da próstata • A próstata secreta líquido fino, leitoso, que contém cálcio, íon citrato, íon fosfato, uma enzima de coagulação e uma pró-fibrinolisina. • Uma leve alcalinidade característica do líquido prostático pode ser muito importante para a fertilização bem-sucedida do óvulo. • Esse líquido ajuda a alcalinizar o pH do sêmen. • O espermatozoide não adquire a mobilidade necessária até que o pH dos líquidos que o envolvem atinja valores de, aproximadamente, 6,0 a 6,5. Sêmen • A maior parte do sêmen é composta por líquido da vesícula seminal, é o último a ser ejaculado, serve para arrastar os espermatozoides ao longo do ducto ejaculatório e da uretra. • Uma enzima coaguladora do líquido prostático também faz com que o fibrinogênio do líquido da vesícula seminal forme um coágulo fraco de fibrina, que mantém o sêmen nas regiões Thiago Gurgel Regis Morfofuncional I profundas da vagina, onde se situa o colo uterino. • À medida que o coágulo se dissolve, o espermatozoide, ao mesmo tempo, fica muito móvel. • Por Que Somente um Espermatozoide Penetra o Oócito? A razão não é completamente entendida, mas, alguns minutos após o espermatozoide ter penetrado a zona pelúcida do óvulo, os íons cálcio se difundem através da membrana do oócito e provocam a liberação, por exocitose, de vários grânulos corticais do oócito para o espaço perivitelínico. Esses grânulos contêm substâncias que permeiam todas as regiões da zona pelúcida e impedem a ligação de espermatozoide adicional. Espermatogênese Anormal e Fertilidade Masculina • A orquite bilateral (inflamação) dos testículos, resultante de caxumba, causa esterilidade em alguns homens afetados. ▪ Efeito da Temperatura na Espermatogênese. ▪ Efeito da Contagem de espermatozoides → Y: mais rápido e dura menos tempo e X: mais lento, dura mais. ▪ Criptorquidia: falha na descida do testículo. ▪ Efeito da Morfologia dos Espermatozoides e da Motilidade na Fertilidade. Ato Sexual Masculino • A fonte mais importante de sinais sensoriais neurais para iniciar o ato sexual masculino é a glande do pênis. • Cursam pelo nervo pudendo e, então, pelo plexo sacral para a região sacral da medula espinal, ascendendo pela medula para áreas não definidas do cérebro. Estímulos psíquicos apropriados podem aumentar, a capacidade de a pessoa realizar o ato. • O ato sexual masculino resulta de mecanismos reflexos inerentes, integrados na medula espinal sacral e lombar, esses mecanismos podem ser iniciados por estimulação psíquica proveniente do cérebro ou sexual real dos órgãos sexuais, mas, geralmente, é uma combinação de ambas. • Os impulsos parassimpáticos durante a estimulação sexual, além de promover a ereção, induzem a secreção mucosa pelas glândulas uretrais e bulbouretrais. Esse muco flui pela uretra, auxiliando a lubrificação durante a relação sexual. Por exemplo, síndrome dos cílios imóveis. Ricamente inervado Thiago Gurgel Regis Morfofuncional I Testosterona • Os testículos secretam muitos hormônios sexuais masculinos, chamados, coletivamente, androgênios, incluindo a testosterona, di- hidrotestosterona e androstenediona. • A testosterona é mais abundante do que os outros, às vezes considerada como o hormônio testicular mais importante, embora a maioria da testosterona seja, por fim, convertida, nos tecidos-alvo, no hormônio mais ativo, a di-hidrotestosterona. • Androgênios: qualquer hormônio esteroide que tenha efeitos masculinizantes, incluindo a testosterona; também inclui os hormônios sexuais masculinos produzidos em outros locais do corpo além dos testículos. Todos os androgênios são compostos esteroides. • 97% da testosterona liga-se fracamente à albumina plasmática ou liga-se, mais fortemente, a uma betaglobulina, chamada globulina ligada ao hormônio sexual, e, assim, circula no sangue, de 30 minutos a várias horas. • A maior parte da testosterona que se fixa nos tecidosé convertida, nas células dos tecidos, em di- hidrotestosterona, em certos órgãos- alvo, como a próstata no adulto e a genitália externa do feto masculino. • A testosterona que não se fixa nos tecidos é convertida rapidamente, principalmente pelo fígado, em androsterona e desidroepiandrosterona e, simultaneamente, conjugada com glicuronídeos ou sulfatos (particularmente glicuronídeos). Essas substâncias são excretadas pelo intestino, por meio da bile, ou na urina, pelos rins. • Funções da Testosterona • Em geral, a testosterona é responsável pelas características que diferenciam o corpo masculino. • A produção de testosterona aumenta rapidamente, sob estímulo dos hormônios gonadotrópicos da hipófise anterior, no início da puberdade, permanecendo assim pela maior parte do resto da vida, diminuindo rapidamente Em resumo, testosterona não utilizada, é convertida em formas que serão mais facilmente excretadas. Thiago Gurgel Regis Morfofuncional I após os 50 anos e caindo para 20% a 50% dos valores máximos, aos 80 anos. • As suas funções incluem: ➢ Formação do pênis e bolsa escrotal; ➢ Efeito sobre a descida dos testículos; ➢ Efeito dobre a distribuição dos pelos corporais; ➢ Calvície; ➢ Efeito sobre o metabolismo basal; ➢ Efeito sobre a voz; ➢ Pele e desenvolvimento de acne; ➢ Formação de proteínas e desenvolvimento muscular; ➢ Crescimento e retenção de cálcio. ➢ Aumenta o número de hemácias; ➢ Efeito sobre o equilíbrio hidroeletrolítico. • Estudos recentes sugerem que a testosterona, assim como outros hormônios esteroides, também pode exercer alguns efeitos rápidos, não genômicos, que não requerem síntese de novas proteínas. Hormônios do Hipotálamo e da Adeno- Hipófise • Os dois hormônios gonadotrópicos, LH e FSH, são secretados pelas mesmas células da hipófise anterior, chamadas gonadotropos. • Liberação de GnRH. • Secreção de LH e FSH. • LH: secreção de testosterona. • FSH: estimula a espermatogênese. • Após a puberdade, os hormônios gonadotrópicos são produzidos pela Thiago Gurgel Regis Morfofuncional I hipófise masculina pelo restante da vida. A maioria dos homens começa a exibir, lentamente, redução das funções sexuais em torno dos 50 a 60 anos. Existe uma variação considerável nesse declínio, e alguns homens mantêm a virilidade após os 80 ou 90 anos. A redução da função sexual masculina é chamada climatério masculino. Anormalidades da Função Sexual Masculina • Fibroadenoma prostático benigno. • Câncer de Próstata (2 a 3 % das mortes masculinas). • Hipogonadismo Masculino: Alguns casos de hipogonadismo são provocados por incapacidade genética do hipotálamo de secretar quantidades normais de GnRH. • Tumores Testiculares: em crianças provocam rápido crescimento da musculatura e dos ossos, porém união precoce das epífises. Provoca excessivo desenvolvimento dos órgãos sexuais masculinos, músculos esqueléticos e de outras características sexuais masculinas. • Disfunção Erétil: também chamada “impotência”, é caracterizada pela incapacidade do homem de desenvolver ou manter uma ereção de rigidez suficiente para relação sexual satisfatória. Referências: • GUYTON, A.C. e Hall J.E.– Tratado de Fisiologia Médica. Editora Elsevier. 13ª ed., 2017. Capítulo 81
Compartilhar