Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
SUMÁRIO UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO ............................................................................ 2 UNIDADE 2 – O PAPEL FUNDAMENTAL DA ÁGUA NAS PLANTAS ............ 6 UNIDADE 3 – ESTRESSE E BALANÇO HÍDRICO ......................................... 12 UNIDADE 4 – NUTRIÇÃO MINERAL .............................................................. 17 UNIDADE 5 – TRANSPORTE DE SUBSTÂNCIAS ......................................... 25 UNIDADE 6 – FOTOSSÍNTESE ...................................................................... 28 UNIDADE 7 – TROPISMOS, NASTIMOS, FOTOPERIODISMOS ................... 34 UNIDADE 8 – METABOLISMO DO NITROGÊNIO ......................................... 42 UNIDADE 9 – OS FITOHORMÔNIOS ............................................................. 51 UNIDADE 10 – CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO ............................. 58 REFERÊNCIAS ................................................................................................ 63 Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 2 UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO A Fisiologia também conhecida como Fitofisiologia é o ramo da botânica que tem como foco de estudo as funções das plantas, ou seja, os fenômenos vitais que acontecem nas plantas, enfim, como elas funcionam, como elas respondem às variações do meio ambiente (solo, clima, outras espécies vegetais e animais). Estes fenômenos podem referir-se ao metabolismo vegetal; ao desenvolvimento vegetal; ao movimento vegetal ou a reprodução vegetal. É de vital importância para os pesquisadores conhecer os processos (entende-se por processo qualquer sequência natural e contínua de acontecimentos que possa ser observada nas plantas) e estruturas que contribuem para a vida de uma planta, por estas serem organismos dinâmicos e porque do seu crescimento e desenvolvimento depende a vida na terra. Considera-se função como sendo a atividade natural de uma parte qualquer do vegetal, ou seja, o papel desempenhado por um órgão, tecido, célula, organela ou constituinte químico da planta. Por exemplo, a atividade fundamental dos cloroplastos é a fotossíntese e a das mitocôndrias é a respiração, já os estômatos desempenham papel importante no controle da difusão, para dentro ou para fora, de vapor de água, de CO2 e de O2. Estas organelas e células estão localizadas nas folhas, que são órgãos onde ocorrem a fotossíntese, respiração e transpiração. Quem também nos explica com propriedade a importância e utilização dos estudos da Fisiologia das plantas é o engenheiro agrônomo Dr. José Tarquinio Prisco (2007): O estudo das plantas desperta interesse, não só por simples curiosidade, mas, principalmente, devido ao fato de serem essenciais e imprescindíveis ao homem. A história do Homo Sapiens em nosso planeta é uma demonstração inequívoca de que desde os primórdios de sua existência, ele depende direta ou indiretamente, das plantas que vivem na superfície terrestre, nos oceanos, nos lagos e nos rios. É por esta razão que muitos afirmam que a história da Botânica confunde-se com a história da humanidade. As populações primitivas se interessaram pelas plantas, não só porque forneciam madeira que era utilizada para fabricar suas moradias, seus instrumentos de caça e de pesca, mas, principalmente, devido às propriedades alimentícias, tóxicas e medicinais dos vegetais. Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 3 O homem contemporâneo continua estreitamente dependente das plantas. Considerando-se apenas as plantas possuidoras de sistema vascular (pteridófitas, gimnospermas e angiospermas), verifica-se que elas fornecem: alimentos para o homem e animais; madeira para moradia e mobiliário; fibras para vestimenta; medicamentos para prevenção e cura de doenças em animais e no homem; papel, borracha, temperos, bebidas alcoólicas (aguardente, whisky, gim, rum, vodka, vinho, licor, cerveja, etc.) e não alcoólicas (sucos, chá, café, chocolate, etc.); combustíveis e seus derivados (madeira, álcool, querosene, gasolina, asfalto, plásticos, fertilizantes, etc.). Além disso, as plantas contribuem para o embelezamento do meio físico e manutenção do oxigênio atmosférico em níveis que permitem a vida animal em nosso planeta. Esta dependência gerou o interesse no estudo dos diversos aspectos do vegetal, tais como: sua estrutura (morfologia) e a origem dos diferentes tecidos e órgãos que compõem o corpo da planta (morfogênese); como as características do vegetal são transmitidas de geração em geração (genética); como as plantas são classificadas e quais as suas relações filogenéticas (taxonomia e sistemática); como as plantas estão distribuídas na superfície terrestre (fitogeografia); como as plantas interagem com o ambiente que as cerca (ecologia); e, finalmente, como os vegetais crescem e se multiplicam (Fisiologia). É uma área que ainda se relaciona com diversas outras ciências como a geografia, física e química, botânica, biofísica, bioquímica, genética, microbiologia. Dentre os vários temas de relevância temos: fotossíntese, respiração celular, nutrição vegetal, hormônios vegetais, tropismo, nastismos, fotoperiodismo, fotomorfogênese, ritmos circadianos, fisiologia do estresse, germinação das sementes, dormência, relações hídricas. Dentre as aplicações da Fitofisiologia, ela nos ajuda a entender como as plantas nascem, crescem e se reproduzem, fornece conhecimentos que possibilitam um manejo mais adequado dos indivíduos e das populações vegetais cultivadas e nativas. Apesar da fitofisiologia ter aplicações na ecologia, no paisagismo e jardinagem, na farmacologia e na fitoquímica, foi na agricultura (olericultura, fruticultura, silvicultura, floricultura, forragicultura, e agricultura propriamente dita) Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 4 onde os conhecimentos oriundos desta ciência causaram maior impacto. Uma boa produção agrícola é consequência de um crescimento e desenvolvimento adequados, os quais dependem da operação equilibrada dos diversos processos e funções do vegetal. Examinando-se as altas produtividades observadas na chamada agricultura moderna verifica-se que isto se deve, basicamente, a utilização de cultivares mais produtivos (contribuição da Genética e do Melhoramento), ao uso de fertilizantes (contribuição da Fisiologia e da Ciência do Solo), ao uso de pesticidas (contribuição da Fitopatologia e da Entomologia), ao uso de irrigação e de máquinas agrícolas (contribuição da Engenharia Agrícola, da Ciência do Solo e da Ecofisiologia), ao uso de técnicas de propagação vegetativa (contribuição da Fisiologia) e, finalmente, ao uso de técnicas de armazenamento e de transporte de sementes, de frutos e de hortaliças (contribuição da Engenharia Agrícola e da Fisiologia). Estes fatos, por si só, demonstram quão importante tem sido a contribuição desta ciência para o desenvolvimento da agricultura. Convém salientar, entretanto, que a utilização inadequada de algumasdessas tecnologias tem provocado, não só o aumento exagerado no consumo de energia e de fertilizantes provenientes de fontes não renováveis, como também tem se constituído em ameaça para a vida em nosso planeta. Os exemplos mais conspícuos disto são a salinização e poluição dos solos e das águas e a poluição dos alimentos decorrente do uso inadequado de defensivos agrícolas. Além disto, o aumento constante da população de nosso planeta vai nos forçar, cada vez mais, a utilizar áreas que hoje são consideradas inadequadas para a agricultura, devido a falta ou excesso de água, problemas de salinidade, de sodicidade, de acidez e alcalinidade dos solos, e, finalmente, temperaturas altas ou baixas. Embora a intenção não seja esgotar os temas, acreditamos que as justificativas acima são mais que suficientes para mostrar a importância não só da Fisiologia como das outras áreas da biologia vegetal para que o homem utilize a natureza de maneira racional e sustentavelmente. Ressaltamos em primeiro lugar que embora a escrita acadêmica tenha como premissa ser científica, baseada em normas e padrões da academia, fugiremos um pouco às regras para nos aproximarmos de vocês e para que os temas abordados Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 5 cheguem de maneira clara e objetiva, mas não menos científicos. Em segundo lugar, deixamos claro que este módulo é uma compilação das ideias de vários autores, incluindo aqueles que consideramos clássicos, não se tratando, portanto, de uma redação original e tendo em vista o caráter didático da obra, não serão expressas opiniões pessoais. Ao final do módulo, além da lista de referências básicas, encontram-se outras que foram ora utilizadas, ora somente consultadas, mas que, de todo modo, podem servir para sanar lacunas que por ventura venham a surgir ao longo dos estudos. Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 6 UNIDADE 2 – O PAPEL FUNDAMENTAL DA ÁGUA NAS PLANTAS A água é a substância mais abundante e uma das mais importantes na superfície da Terra, pela sua essencialidade para a existência da vida nas suas diferentes formas. A vida originou-se em ambiente aquático, sendo este o meio no qual se desenvolveu toda a atividade da célula. A água é fundamental para a manutenção da integridade funcional de moléculas biológicas, células, tecidos e organismos. A célula fisiologicamente ativa necessita de um ambiente interno com 80 a 95% de água em termos de matéria fresca. Geralmente, os tecidos secos estão dormentes ou mortos. Em células maduras, o citoplasma ocupa somente 5 a 10% do volume total da célula, sendo o restante preenchido pelo vacúolo. O teor de água nos tecidos apresenta sensíveis variações entre as diferentes espécies vegetais e mesmo nos vários órgãos constituintes da planta. Plantas hortícolas como couve, alface e tomate podem conter 85 a 95% de água. Árvores adultas, cujo tronco é formado principalmente de células mortas, têm teor menor de água. Sementes apresentam normalmente baixo teor de água, de 5 a 15%, sendo um órgão dos mais secos, entretanto, quando semeadas, absorvem uma considerável quantidade de água do solo. Há também grandes variações no conteúdo hídrico de folhas, caules, raízes, frutos e sementes de uma mesma espécie. Ecologicamente, a água é de importância vital. Como a temperatura, a água é fator determinante para a distribuição das plantas na superfície da Terra. Em regiões com temperatura adequada para o crescimento das plantas, onde ocorrem chuvas abundantes, frequentes e bem distribuídas durante o ano, a vegetação é exuberante como na Floresta Amazônica e na Mata Atlântica. Em regiões com verões quentes e secos, normalmente crescem pradarias, savanas e estepes. Regiões semiáridas produzem vegetações como a caatinga, no nordeste, e o cerrado, que ocupa grande área do território brasileiro. O conteúdo de água na planta varia em função das flutuações de umidade do solo e ar e das taxas de transpiração da planta. O teor hídrico das plantas diminui Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 7 quando as taxas de transpiração excedem as de absorção de água. Liquens e briófitas são vegetais mais afetados pelas condições ambientais do que plantas lenhosas. Essas plantas são chamadas de poiquiloídricas por não exercerem, ou exercerem muito pouco controle sobre a perda de água, estando o conteúdo hídrico intimamente relacionado com a umidade atmosférica. Nas homeoídricas, como as angiospermas, a planta tem controle sobre a perda de água, através da abertura e do fechamento dos estômatos (MARENCO; LOPES, 2009). Nas plantas, a água desempenha papel fundamental. Para cada grama de matéria orgânica produzida, 500g de água são absorvidas pelas raízes, transportadas pelo corpo da planta e perdidas para a atmosfera. Pequeno desequilíbrio no fluxo da água pode causar déficits hídricos e mau funcionamento de muitos processos celulares. Assim, toda a planta deve realizar um balanço delicado de sua absorção e perda de água. Todos os processos fisiológicos da célula são direta ou indiretamente afetados pelo fornecimento de água. Noutras palavras, as atividades metabólicas e o crescimento celular estão associados ao teor de água do protoplasma. A água tem diversas funções dentro da planta, porém as mais importantes são: 1) constituinte do protoplasma – a água é o constituinte vegetal mais abundante, pois representa de 80 a 90% da biomassa fresca das plantas herbáceas e mais de 50% das plantas lenhosas (KRAMER; BOYER, 1995; WINTER et al., 1994 apud MARENCO; LOPES, 2009). Normalmente, as moléculas biológicas encontram- se hidratadas em seu estado natural, sendo a presença da água essencial para a manutenção da sua estrutura e atividade. Portanto, se a água for removida rapidamente, o protoplasma colapsa, porque a desidratação muito rápida pode causar a desnaturação irreversível das proteínas. Alguns vegetais e determinados órgãos da planta, como sementes ortodoxas e grãos de polén podem ser desidratados sem perder a viabilidade, metabólica, mas com redução da atividade; 2) solvente de substâncias – a água é o solvente por meio do qual gases, minerais e outros solutos entram na célula e se movimentam de uma para outra e de um órgão para outro; Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 8 3) reagente e produto – a água é reagente de numerosas reações químicas e bioquímicas, por exemplo, na fotossíntese e em reações hidrolíticas. Como a conversão da sacarose em hexoses (sacarose + H2O � glicose + frutose). Também é produto da oxidação de substratos respiratórios (glicose + 6 O2 � 6 CO2 + 6H2O);4) manutenção de estruturas moleculares – a água contribui para a manutenção da estrutura de moléculas orgânicas, como proteínas, enzimas, ácidos nucléicos, polissacarídeos e outros constituintes celulares; 5) manutenção de turgidez – a turgescência é essencial para o alongamento e crescimento celular, a abertura dos estômatos e os movimentos násticos das folhas (os observados em Mimosa). Assim, quando as células perdem sua turgidez, a planta murcha, os estômatos fecham e o crescimento cessa; 6) termorreguladora – a água tem propriedade termorreguladora, pois tecidos com grande quantidade de água não sofrem mudanças bruscas de temperatura; 7) outras funções – a água age como uma espécie de tampão, evitando mudanças acentuadas no pH celular, em virtude do seu alto poder de diluição; é fonte de prótons (H+) para a formação de ATP e de elétrons durante a fotossíntese; devido ao seu elevado calor específico, atua como reservatório de calor, o que torna possível às plantas absorverem quantidades relativamente altas de radiação solar sem elevar sua temperatura a níveis letais à célula; devido ao alto calor latente da água, a transpiração tem um poderoso efeito refrigerante, contribuindo com a dissipação do calor absorvido da radiação solar. Em plantas superiores, a água é o veículo para o movimento do tubo polínico após a polinização. Em plantas total ou parcialmente submersas, a água proporciona sustentação devido à flutuabilidade de caules e folhas. Nas plantas inferiores, a água é o veículo através do qual os gametas se deslocam para realizar a fecundação. Os processos físicos são essenciais para compreender tanto os sistemas vivos quanto o mundo abiótico. Movimentos moleculares são governados por dois processos: o fluxo em massa e a difusão. No caso da água, deve também ser Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 9 considerado um tipo especial de movimento conhecido como osmose. Esses movimentos obedecem a leis físicas. Entre eles: • potencial de pressão (ou pressão hidrostática), geralmente constitui a força que dirige o movimento de fluxo em massa. Consiste no movimento concertado de grupos de moléculas, em massa, em resposta à aplicação de uma força exterior tal como a gravidade ou pressão; • potencial químico que está geralmente relacionado ao movimento por difusão. Sendo assim, e ao contrário do fluxo em massa, a força que dirige a difusão da água é dependente do gradiente de concentração do soluto. A difusão é o movimento de moléculas devido à diferença de concentração, elas se movem do meio menos concentrado para o mais concentrado; • potencial de água que expressa a capacidade das moléculas de água em executar um trabalho ou movimento. Teoricamente, estabeleceu-se o valor zero, para a condição máxima da água de realizar trabalho, ou seja, quando ela está pura, sem qualquer soluto e não submetida à pressão. Componentes do potencial de água: potencial de pressão, potencial osmótico e potencial gravitacional. A água penetra nas raízes mais prontamente na porção apical radicular, que inclui a zona de pelos absorventes e se movimenta da raiz por três vias, por fora das raízes, chamada apoplástica; entre a célula e a parede celular, simplástica; e, entre as células ou transcelular, conforme mostra a figura abaixo: Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 10 Movimentação ou rota de penetração da água na raiz A existência de plantas terrestres altas só se tornou possível quando as plantas adquiriram, no decorrer da evolução, um sistema vascular que permitiu um movimento rápido da água para a parte aérea onde ocorre a transpiração (KERBAUY, 2004). O sistema radicular serve para fixar a planta ao solo e, sobretudo, para satisfazer as exigências hídricas das folhas. Quase toda a água que a planta recolhe do solo penetra através da epiderme da raiz, em grande parte na região dos pelos radiculares. A partir dos pelos radiculares, a água move-se através do córtex, da endoderme e do periciclo, penetrando no xilema primário. A água, uma vez nos Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 11 elementos condutores do xilema, ascende através da raiz e do caule e penetra nas folhas. Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 12 UNIDADE 3 – ESTRESSE E BALANÇO HÍDRICO O estado energético da água no solo, plantas e atmosfera é descrito em termos de potencial da água (ψw), isto é, o potencial químico da água numa parte específica do sistema, comparado com o potencial de água pura à mesma temperatura e pressão atmosférica. É medido em unidades de pressão (MPa). O potencial hídrico da água pura, livre e à pressão atmosférica e temperatura de 298K é 0 MPa (por definição). Num sistema isotérmico com dois compartimentos separados por uma membrana semipermeável, a água move-se de potenciais elevados para baixos. No entanto, a água não se move invariavelmente ao longo de um gradiente de potencial hídrico (de mais alto para mais baixo). Por exemplo, no floema de uma folha ‘dadora’ de hidratos de carbono, o potencial hídrico é tipicamente mais negativo do que no floema dos tecidos de destino dos hidratos de carbono (p. ex. raízes). Neste caso, o movimento da água utiliza diferenças na pressão hidrostática, e a água move-se contra um gradiente de potencial hídrico. A concentração mais elevada de solutos na célula ‘dadora’ provoca a entrada de água no floema, formando uma pressão hidrostática no floema. Nas células de destino, com a menor concentração de solutos do floema, há uma saída de água para o xilema. A formação de uma pressão na fonte e a redução dessa pressão no ‘destino’ provoca um fluxo de água do dador para o receptor, transportando os açucares. Quando temos um sistema não isotérmico, como uma atmosfera quente e uma folha mais fria, o vapor de água condensa-se na superfície da folha, mesmo que o potencial hídrico do ar seja mais negativo do que o da folha. O potencial hídrico em qualquer parte do sistema resulta da soma do potencial osmótico, ψπ, e da pressão hidrostática, ψp: ψw = ψπ + ψp Guarde! O potencial osmótico é o potencial químico da água devido à presença de materiais dissolvidos. O potencial osmótico tem sempre um valor negativo porque a água tende a mover-se, através de uma membrana semipermeável, de água pura para a água que contém os solutos. Quanto maior a concentração de solutos, mais baixo (mais negativo) é o potencial osmótico. Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meioseletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 13 A água em vasos do xilema (células mortas) de uma planta que está em processo de transpiração está sob uma tensão de sucção (pressão negativa). As pressões hidrostáticas negativas são consequência de efeitos capilares, i.e., da atração entre a água e superfícies hidrofílicas na interface ar-água. O potencial hídrico total pode ter um sinal negativo ou positivo, dependendo da soma dos dois componentes. Variações da pressão hidrostática ou do potencial osmótico As células vivas têm de manter uma pressão hidrostática positiva (turgescência) para serem fisiologicamente ativas. Na maior parte das plantas, o potencial osmótico é o único componente que as células vivas podem ajustar para modificar o potencial hídrico a curto prazo (em horas). A longo prazo, as plantas também podem ajustar o potencial hídrico através de alterações da elasticidade das paredes celulares. Em contraste com as células vivas, as células mortas do xilema apresentam baixas concentrações de solutos e o potencial hídrico é alterado através de alterações na pressão hidrostática. No mesmo tecido, as relações hídricas das células individuais podem ser diferentes. Isto é responsável por fenômenos como a abertura e fecho dos estômatos, enrolamento e movimento das folhas e tensão dos tecidos. Quando as células perdem água, diminuem de volume até perderem a turgescência. A maior ou menor diminuição de volume até ao ponto de perda de turgescência, depende da elasticidade das paredes celulares. Células com paredes muito elásticas contêm mais água no máximo da turgescência, e o seu volume pode diminuir mais antes de atingir o ponto de perda de turgescência – maior capacidade de armazenamento de água. Estresse hídrico, no caso específico das plantas, ocorre quando a planta é incapaz de absorver água suficiente para substituir a perda de água por transpiração. Para períodos longos de stress hídrico, a planta pode parar de crescer e eventualmente morrer. Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 14 A adaptabilidade das plantas em condições de estresse é influenciada pela duração e magnitude do estresse, além da variabilidade genética. A concentração de princípios ativos nas plantas depende do controle genético e também das interações genótipo e ambiente, que podem ser desencadeadas em condições de estresse, ou seja, excesso ou deficiência de algum fator do meio ambiente, como água, luz, temperatura, nutrientes, dentre outros (ANDRADE; CASALI, 1999). Embora a água seja o componente mais abundante na natureza, é o fator limitante mais comum para o desenvolvimento das plantas (KRAMER, 1969 apud MARENCO; LOPES, 2009), sendo também o fator predominante da distribuição geográfica da vegetação numa escala global (SCHULZE, 1986 apud MARENCO; LOPES, 2009). Um dos primeiros efeitos da deficiência hídrica nas plantas vasculares manifesta-se sobre os estômatos. Com a progressão do dessecamento, ocorre a desidratação do protoplasma e a redução da capacidade fotossintética (BRIX, 1962; Boyer, 1970; LARCHER, 1995 apud MARENCO; LOPES, 2009). A sensibilidade das trocas do CO2 à deficiência hídrica é uma característica da espécie, sendo, porém adaptável. Esta sensibilidade depende ainda da idade da planta, da posição de ramos e folhas na copa da árvore e da umidade do solo pré-condicionantes (LARCHER, 1995 apud MARENCO; LOPES, 2009). Existem numerosas citações indicando que a fotossíntese (assimilação de CO2) pode ser limitada pelo fechamento estomático, seja em resposta a um decréscimo no potencial hídrico foliar (SCHULZE; HALL 1982 apud MARENCO; LOPES, 2009), diminuição da umidade relativa do ar (LANGE et al, 1971; BUNCE,1986; PRADO et al, 1995 apud MARENCO; LOPES, 2009), ou como uma resposta direta dos estômatos ao déficit hídrico do solo (BLACKMANN; DAVIES, 1985; GOLLAN et al, 1986 apud MARENCO; LOPES, 2009; ROCHA; MORAES, 1997). Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 15 Ocorrência de déficit hídrico diário Na natureza ocorrem flutuações diárias no “status” interno de água das plantas. Isto acontece mesmo quando as plantas estão com suas raízes mergulhadas em um solo com bastante umidade. Em 1937, Paul J. Kramer demonstrou a afirmativa acima. Durante o dia, embora a taxa de absorção de água seja alta ela é menor que a taxa de transpiração, ou seja, a planta experimenta um déficit hídrico durante o dia. Isto também indica que a alta taxa de transpiração é que está sendo responsável pela absorção durante o dia. Durante a noite a planta praticamente não transpira e a taxa de absorção de água, embora seja pequena, mantém-se maior que a transpiração, promovendo a re-hidratação dos tecidos (UFC, 2007). Água Disponível – demanda versus suprimento Muitos estudiosos consideram que a capacidade de campo representa o conteúdo ideal de água no solo, para atender as necessidades das plantas. De acordo com este conceito, um solo na capacidade de campo possui os microporos ocupados por água e boa quantidade de macroporos ocupados por ar. Neste aspecto, a capacidade de campo representa o conteúdo máximo de água disponível para a planta. De modo contrário, em solos muito secos, o potencial pode cair até o conhecido valor do ponto de murcha permanente, quando a água não está mais disponível para as plantas. De acordo com estes conceitos, a água contida entre a capacidade de campo (CC) e o ponto de murcha permanente (PMP) é usualmente referido como ÁGUA DISPONÍVEL. Esta definição de água disponível (CC – PMP) é não somente estática como também arbitrária. Do ponto de vista da planta, a disponibilidade de água no solo depende da taxa na qual a água pode ser suprida para as raízes em relação à demanda de água pela planta, sendo que tanto o suprimento como a demanda é altamente variável. A demanda de água pela planta depende primariamente da taxa de transpiração, a qual varia amplamente, dependendo do tamanho da planta e das condições meteorológicas. Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 16 O suprimento de água, por sua vez, depende da densidade de raízes, da eficiência das raízes na absorção de água e da condutividade hidráulica do solo. Assim, o conteúdo de água adequado para suprir a demanda em um dia frio e nublado, pode tornar-se completamente inadequado em um dia quente e ensolarado, considerando um mesmo tipo de solo. Por fim, devemos relembrar que o ponto de murcha permanente é uma característica da espécie vegetal não sendo representativo para todas as espécies (UFC, 2007). Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações,ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 17 UNIDADE 4 – NUTRIÇÃO MINERAL As plantas são organismos autotróficos que vivem entre dois ambientes inteiramente inorgânico, retirando CO2 da atmosfera e água e nutrientes minerais do solo. Os nutrientes minerais são adquiridos primariamente na forma de íons inorgânicos e entram na biosfera predominantemente através do sistema radicular da planta. A grande área superficial das raízes e sua grande capacidade para absorver íons inorgânicos em baixas concentrações na solução do solo, tornam a absorção mineral pela planta um processo bastante efetivo. Além disso, outros organismos, como os fungos (micorrízicos) e as bactérias fixadoras de nitrogênio, frequentemente contribuem para a aquisição de nutrientes pelas plantas. Depois de absorvido, os íons são transportados para as diversas partes da planta, onde são assimilados e utilizados em importantes funções biológicas (UFC, 2007). Mas o que é mesmo a nutrição mineral? É a parte da fisiologia que estuda o modo como as plantas absorvem, transportam e assimilam elementos minerais. Essa área tem sido objeto de pesquisas importantes nas últimas décadas, pois a produtividade das culturas depende, em boa medida, da adubação do solo com nutrientes minerais ou compostos orgânicos (MARENCO; LOPES, 2009). Esta área do conhecimento busca o entendimento das relações iônicas sob condições naturais de solo (salinidade, acidez, alcalinidade, presença de elementos tóxicos, como Al3+ e metais pesados, etc.), porém, o seu maior interesse está ligado diretamente à agricultura e à produtividade das culturas, uma vez que a alta produção agrícola depende fortemente da fertilização com elementos minerais. No entanto, as plantas cultivadas, tipicamente, utilizam menos da metade dos fertilizantes aplicados. O restante pode ser lixiviado para os lençóis subterrâneos de água, tornar-se fixado ao solo ou contribuir para a poluição do ar. Assim, torna-se de grande importância aumentar a eficiência de absorção e de utilização de nutrientes, reduzindo os custos de produção e contribuindo para evitar prejuízos ao meio ambiente. Utilizando-se a definição inicial de Arnon e Stout (1939 apud CARVALHO, 2007), o elemento é considerado essencial quando atende aos três critérios seguintes: Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 18 � o elemento deve estar diretamente envolvido no metabolismo da planta (como constituinte de molécula, participar de uma reação, etc.); � a planta não é capaz de completar o seu ciclo de vida na ausência do elemento; � a função do elemento é específica, ou seja, nenhum outro elemento poderá substituí-lo naquela função. Utilizando-se estes critérios, os especialistas da área de nutrição mineral consideram os elementos como essenciais para as plantas. Estes elementos minerais essenciais são usualmente classificados como macro ou micronutrientes, de acordo com a sua concentração relativa no tecido ou de acordo com a concentração requerida para o crescimento adequado da planta. Em geral, as concentrações dos macronutrientes (N, P, K, Si, Ca, Mg e S)1 são maiores do que as dos micronutrientes (Fe, Cu, Zn, Mn, Mo, B, Cl, Ni e Na)2. Vale salientar, no entanto, que a concentração de determinado nutriente pode estar acima ou abaixo daquela requerida para o crescimento normal da planta. Assim, é melhor classificar macro e micronutrientes de acordo com o requerimento dos nutrientes para o crescimento adequado da planta. É importante destacar, também, que a distinção entre macro e micronutrientes é quantitativa, não significando diferentes níveis de importância para a nutrição da planta. Os elementos químicos, hidrogênio, oxigênio e carbono atendem aos três critérios mencionados anteriormente. Na realidade, estes três elementos são os principais constituintes do material vegetal. No entanto, eles são obtidos primariamente da água (H2O) e do ar (O2 e CO2), não sendo considerados elementos minerais e não são estudados pela nutrição mineral. Outros elementos que compensam efeitos tóxicos de outro ou que simplesmente substituem o elemento essencial em alguma função das menos específicas, como a manutenção da pressão osmótica, não são essenciais. Os elementos minerais que estimulam o crescimento, porém, não são essenciais (não 1 Nitrogênio, Fósforo, Potássio, Silício, Cálcio, Magnésio, Enxofre. 2 Ferro, Cobre, Zinco, Manganês, Molibidênio, Boro, Cloro, Níquel, Sódio. Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 19 atendem a todos os critérios de essencialidade) ou os que são essenciais somente para certas espécies ou sob condições específicas, são denominados de BENÉFICOS. Entre eles pode-se citar o cobalto, o sódio, o silício, o selênio e o alumínio. O relacionamento entre o crescimento ou a produtividade das plantas e a concentração dos nutrientes no tecido evidencia a ocorrência de três zonas distintas: � zona de deficiência – ocorre quando o teor do nutriente no tecido é baixo e o crescimento é reduzido. Nesta zona, adição de fertilizante produz incrementos na produtividade; � zona adequada – nesta região, aumento no teor do nutriente não implica em aumento do crescimento ou da produtividade; � zona de toxicidade – o nutriente acumulou em excesso, produzindo toxicidade. A concentração crítica para um determinado nutriente corresponde à concentração abaixo da qual o crescimento (ou produtividade) é reduzido. O suprimento inadequado de um elemento essencial (excesso ou deficiência) resulta em uma desordem nutricional manifestada por características definidas como SINTOMAS. Os sintomas de deficiência de nutrientes em uma planta correspondem à expressão da desordem metabólica resultante do suprimento insuficiente de um elemento essencial. Estas desordens estão relacionadas com os papéis executados pelo elemento no funcionamento normal da planta. Por exemplo, a deficiência de nitrogênio produz inicialmente clorose nas folhas que se deve ao fato do N fazer parte da molécula de clorofila e de todas as proteínas (inclusive as enzimas). Em cultivo hidropônico, por exemplo, a ausência de um elemento essencial pode ser prontamente correlacionada com um dado sintoma. A diagnose de plantas crescendo no solo pode ser mais o excesso de um elemento, pode induzir deficiência de outros (competição) e alguns vírus de plantas produzem sintomas similares àqueles de deficiências nutricionais. Além disso, é importante destacar que o sintoma é a expressão final da desordem metabólica, ou seja, antes do aparecimento do sintoma, o metabolismo vegetal e o crescimento da planta já podem estar comprometidos. Para contornar estes problemas deve-se proceder, Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 20 periodicamente, a análise de solo e, em muitos casos, a análise da planta (análisefoliar). Quando se faz a relação entre os sintomas de deficiência com o papel do elemento essencial, é importante considerar a extensão na qual um elemento pode ser reciclado das folhas velhas para as novas. Alguns elementos como N (na forma orgânica), P, Mg e K podem mover-se facilmente de uma folha para outra. Outros como Ca, B e Fe são relativamente imóveis na maioria das plantas. Assim, deficiência de um elemento móvel poderá tornar-se evidente primeiramente nas folhas velhas. Enquanto que a deficiência de elementos imóveis aparece primeiro nas folhas novas da planta. Elementos Essenciais: principais funções e sintomas de deficiência • Nitrogênio – é o elemento essencial requerido em maior quantidade pelas plantas. É constituinte de muitos compostos da planta, incluindo todas as proteínas (formadas de aminoácidos) e ácidos nucleicos. Assim, deficiência de N inibe rapidamente o crescimento da planta. Se a deficiência persiste, a maioria das plantas mostra clorose, especialmente nas folhas velhas. A intensificação da deficiência pode levar à queda da folha. Pode ocorrer, também, acúmulo de carboidratos ou os carboidratos não utilizados no metabolismo do N podem ser usados na síntese de antocianina, levando ao acúmulo deste pigmento nos vacúolos (produz coloração púrpura). • Fósforo – o fósforo (P), como fosfato (HPO42-), é um componente integral de importantes compostos da planta, incluindo açúcares-fosfato (glicose 6P, Frutose 6P, etc.), fosfolipídios de membranas, nucleotídeos usados como fonte de energia (ATP) e nos ácidos nucléicos. Um sintoma característico de deficiência de P é a coloração verde-escura de folhas mais velhas (primeiramente) associadas ao aparecimento da cor púrpura, devido ao acúmulo de antocianina. • Enxofre – o S é constituinte de compostos de planta (acetil-CoA, Glutationa, etc) e, como o N, é constituinte das proteínas (o S é encontrado nos aminoácidos cisteína e metionina). Assim, muitos dos sintomas são semelhantes aos apresentados pela deficiência de N, incluindo clorose, Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 21 redução no crescimento e acúmulo de antocianina. A clorose, no entanto, aparece primeiro nas folhas mais jovens, o que é consequência da baixa mobilidade do S na planta. Todavia, em algumas plantas, a clorose ocorre ao mesmo tempo em todas as folhas ou pode até iniciar nas folhas mais velhas. • Potássio – o potássio está presente na planta como cátion monovalente (K+) e executa importante papel na regulação do potencial osmótico de células de plantas. É também requerido para a ativação de muitas enzimas da respiração e da fotossíntese. O primeiro sintoma de deficiência de K é a clorose marginal, a qual se desenvolve como necrose a partir do ápice, inicialmente nas folhas maduras (velhas). • Cálcio – os íons Ca2+ são usados na síntese de novas paredes celulares, particularmente na formação da lamela média que separa novas células após a divisão. O cálcio é também requerido para o funcionamento normal da membrana plasmática e tem sido implicado como mensageiro secundário (Ca2+ citosólico ou Ca2+ ligado à proteína calmodulina) para várias respostas de planta relacionadas com o ambiente e sinais hormonais. Sintomas característicos de deficiência de Ca2+ incluem necrose de regiões meristemáticas (como ápices de raízes e da parte aérea), onde a divisão celular e a formação de parede são intensas. Esses sintomas também revelam a baixa mobilidade do Ca2+ na planta. • Magnésio – nas células de plantas, Mg2+ tem papéis específicos na ativação de enzimas da respiração, da fotossíntese e da síntese de ácidos nucléicos. O Mg2+ é também parte da estrutura da molécula de clorofila (pigmento associado à fotossíntese). Um sintoma característico de deficiência de Mg2+ é a clorose internervural que ocorre primeiro nas folhas velhas. Esta clorose internervural resulta do fato de que a clorofila próxima aos feixes vasculares (nervuras) permanece não afetada por maior período do que a clorofila entre os feixes. • Ferro – o Fe tem importante papel como componente de proteínas envolvidas na transferência de elétrons, como os citocromos e os centros Fe-S. Neste papel, ele é reversivelmente oxidado de Fe2+ para Fe3+ durante a transferência de elétrons. Como no caso do Mg2+, deficiência de Fe Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 22 apresenta-se como uma clorose internervural. Esta, no entanto, ocorre primeiro nas folhas mais novas devido a baixa mobilidade do Fe (precipita como óxidos ou fosfatos de ferro insolúveis ou como complexos com fitoferritina). A folha torna-se clorótica porque o ferro é requerido para a síntese de alguns complexos proteína-clorofila, nos cloroplastos. • Cobre – como o Fe, o cobre está associado a algumas enzimas envolvidas nas reações redoxes (Cu2+ + e- Cu+). O principal exemplo é o complexo citocromo oxidase da cadeia de transporte de elétrons mitocondrial (respiração). Outro exemplo é a plastocianina, a qual está envolvida na transferência de elétrons durante as reações de luz da fotossíntese. O sintoma inicial de deficiência de cobre é a produção de folhas verde-escuras, que podem conter manchas necróticas. Sob deficiência severa, as folhas podem cair prematuramente. • Zinco – algumas enzimas (desidrogenase alcoólica, anidrase carbônica, superóxido dismutase, etc.) requerem Zn2 + para suas atividades e ele pode ser requerido para biossíntese de clorofila em algumas espécies. Deficiência de zinco é caracterizada pela redução no crescimento internodal. Este sintoma pode ser resultado da perda da capacidade da planta para produzir suficiente auxina (fitohormônio). Algumas evidências disponíveis indicam que o zinco pode ser requerido para a biossíntese do triptofano, o qual é um dos precursores da auxina natural, ácido indol-3-acético (AIA). • Manganês – os íons Mn2+ ativam algumas enzimas na célula, em particular, descarboxilases e desidrogenases envolvidas no ciclo de Krebs (respiração). No entanto, a função mais bem definida do Mn2+ é a sua participação na reação da fotossíntese na qual o O2 é produzido a partir da água (H2O). O principal sintoma de deficiência de Mn2+ é uma clorose internervural associada com pequenas manchas necróticas. Esta clorose pode ocorrer em folhas jovens ou velhas, dependendo da espécie vegetal e da taxa de crescimento. • Molibdênio – íons Mo (Mo4+ a Mo6+) são componentes de algumas enzimas, incluindo a redutase do nitrato e a nitrogenase, enzimas envolvidas na redução de nitrato para nitrito (NO3 - > NO2 -) e de nitrogênio atmosférico para Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 23 amônio (N2 > NH4 +), respectivamente. Assim, a deficiência de molibdênio pode aparecer como deficiência de nitrogênio se a fonte de N for o nitrato ou se a planta depende da fixação biológica de N2 (simbiose). Embora o requerimento das plantas por Mo seja pequeno, a deficiênciatem sido verificada no campo. Assim, pequenas adições de Mo, em tais condições, podem aumentar sensivelmente a produtividade com custos relativamente baixos. • Boro – embora a precisa função do boro (B) no metabolismo não esteja clara, evidências sugerem que ele executa papéis importantes no alongamento da célula, na síntese de ácidos nucléicos, nas respostas a hormônios e na integridade estrutural da parede celular. As plantas deficientes em boro exibem uma variedade de sintomas, dependendo da espécie e da idade da planta. Um sintoma característico é a necrose de folhas jovens e gemas terminais, o que reflete a sua baixa mobilidade na planta. A dominância apical pode também ser perdida e a planta pode ficar altamente ramificada. Além disso, estruturas como frutos e tubérculos podem exibir necroses ou anormalidades relacionadas com a degradação de tecidos internos. • Cloro – o elemento cloro é encontrado nas plantas como cloreto (Cl-). Ele é requerido na etapa da fotossíntese em que O2 é produzido (foto-oxidação da H2O). Em face de sua alta solubilidade e distribuição nos solos, a deficiência de Cl- em plantas crescendo no campo não tem sido verificada. Ao contrário, em ambientes salinos as plantas podem acumular cloreto nas folhas em níveis tóxicos, produzindo a necrose de tecidos foliares. • Níquel – a urease é a única enzima que necessita de Ni como cofator enzimático nas plantas superiores. Então, plantas deficientes em Ni acumulam ureia nas folhas, o que pode causar necrose no ápice. Em face das minúsculas concentrações de Ni requeridas pelas plantas, a deficiência raramente é observada em condições de campo. Por outro lado, alguns microrganismos fixadores de N2 requerem Ni para a enzima hidrogenase, a qual reprocessa o H2 gerado durante a fixação simbiótica. Os microrganismos que possuem esta enzima dependente de níquel (como os rizóbios que nodulam a soja) são energeticamente mais eficientes. Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 24 • Silício – apenas membros da família Equisitaceae, chamados juncos de polimento porque suas cinzas, ricas em sílica granulosa, eram usadas para polir panelas, requerem silício para completar seu ciclo de vida. No entanto, muitas outras espécies acumulam silício em seus tecidos e apresentam melhoria no seu crescimento e na fertilidade, quando supridas com quantidades adequadas de silício (EPSTEIN, 1999). Plantas deficientes em silício são mais suscetíveis ao acamamento e à infecção fúngica. O silício é depositado principalmente no retículo endoplasmático, paredes celulares e espaços intercelulares como sílica amorfa hidratada (SiO2.nH2O). Ele também forma complexos com polifenóis e serve como alternativa à lignina no reforço de paredes celulares. Além disso, o silício pode aliviar a toxicidade de muitos metais pesados. • Sódio – a maioria das espécies que utiliza as rotas C4 e CAM de fixação de carbono requerem íons sódio para a regeneração do fosfoenolpiruvato. Sob deficiência de sódio, essas plantas exibem clorose e necrose ou deixam de florescer. Muitas espécies C3 se beneficiam de uma exposição a baixos níveis de sódio. O sódio estimula o crescimento por meio de uma maior expansão celular, além de poder parcialmente substituir o potássio como um soluto osmoticamente ativo (UFC, 2007). Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 25 UNIDADE 5 – TRANSPORTE DE SUBSTÂNCIAS A vida da planta é constituída por uma grande quantidade de reações devidas a estímulos ambientais e químicos de seu próprio organismo, como a seiva. Temos aqui a seiva bruta que é feita da água e dos sais minerais absorvidos do solo e a seiva elaborada, que é o resultado das substâncias orgânicas produzidas nas folhas. Se olharmos exclusivamente o transporte da água que é o principal foco de estudos quando se trata de sua economia, encontraremos fatores que controlam o movimento de água de célula para célula ou entre células e o meio ambiente. O movimento de água no estado líquido pode ser impulsionado por diferença de pressão (fluxo em massa) ou por diferença de concentração (difusão). O entendimento desta dinâmica da água é um dos principais objetivos da Fisiologia Vegetal. O fluxo em massa ocorre quando uma força externa, tal como gravidade ou pressão, é aplicada. Como resultado, todas as moléculas da substância se movem como uma massa única. Um exemplo clássico é a água que recebemos nas torneiras de nossas casas, nas quais a água flui em resposta a uma pressão hidrostática estabelecida pela gravidade. A difusão pode ser interpretada como um movimento de uma substância, de uma região de alta concentração para uma região de baixa concentração, acompanhado de movimentos ao acaso de moléculas individuais. Assim, enquanto o fluxo em massa é impulsionado pela pressão, a difusão é impulsionada pela diferença de concentração. Por exemplo, o cheiro de um perfume ou de éter poderá se espalhar rapidamente em uma sala, se o recipiente for deixado aberto. Isto ocorre por diferença de concentração. O movimento de água líquida, por diferença de concentração, é lento, de modo que a difusão somente se torna importante para as plantas, quando se trata de transporte a curta distância (dentro da célula ou, quando muito, de uma célula para outra). Em particular, a difusão é um importante fator no suprimento de CO2 para a fotossíntese bem como para a perda de vapor d’água durante a transpiração na folha. Um terceiro processo responsável pelo transporte de água é a osmose, processo que se refere ao movimento de um solvente, tal como a água, através de Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 26 uma membrana. Como vimos no fluxo em massa, o transporte é impulsionado por um gradiente de pressão; na difusão por um gradiente de concentração; já na osmose, os dois tipos de gradiente influenciam no transporte. Portanto, neste processo, a direção e a taxa de fluxo de água através da membrana são determinados pela soma destas duas forças (gradiente de pressão e de concentração) (FERREIRA, 1992; UFC, 2007). A condução da seiva bruta A água e os sais minerais penetram nas plantas pelas raízes e são transferidos pelo transporte ativo para o xilema, onde, de forma crescente, chegam até as folhas. Seu gasto de energia deve-se a alguns fatores: capilaridade dos vasos do xilema, pressão positiva da raiz, continuidade da coluna de água e existência de um gradiente de concentração ao longo da planta. A condução da seiva elaborada O resultado final da fotossíntese é a elaboração de açúcar e oxigênio. Esse açúcar deve ser distribuído a todas as células da planta. Os responsáveis por essa distribuição são os vasos líberes ou floemas. Ilustrações dos processos de condução das seivas bruta e elaborada Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzidaou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 27 Características do xilema: � transporta a seiva bruta (ou xilêmica), constituída por água e substâncias inorgânicas desde a raiz até aos restantes órgãos; � contribui para a sustentação dos tecidos; � formado pela justaposição de células mortas, mantendo apenas as paredes celulares e que formam um tubo contínuo. O xilema é constituído por 4 tipos principais de células: 1) traqueídos – células mortas alongadas, estreitas, afiladas nas extremidades. Possuem paredes transversais com poros que permitem a comunicação entre elas; 2) elementos de vasos – células mortas, mais curtas e largas, dispostas em cordões e fortemente ligadas aos traqueídos; 3) fibras lenhosas – células mortas alongadas, espessas. Dão suporte e proteção às restantes células; 4) parênquima lenhoso – células vivas, pouco diferenciadas, funcionam como células de reserva para as restantes. Características do floema: � transporta a seiva elaborada (ou floêmica), constituída por compostos orgânicos resultantes da fotossíntese e água, desde as folhas até aos restantes órgãos. É constituído pelas: 1) células dos tubos crivosos (altamente especializadas e vivas), que formam um longo tubo e se separam pelas placas crivosas – paredes transversais providas de orifícios; 2) células de companhia, células vivas que auxiliam e assistem funcionalmente as células dos tubos; 3) fibras e parênquima. Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 28 UNIDADE 6 – FOTOSSÍNTESE A fotossíntese é um processo complexo pelo qual plantas e certos tipos de bactérias sintetizam compostos orgânicos na presença de luz. Constitui o principal mecanismo de entrada de energia no mundo dos seres vivos. As exceções ocorrem com as bactérias quimiossintetizadoras, que obtêm a sua energia pela oxidação de substâncias inorgânicas, como íons de ferro e enxofre dissolvidos na crosta terrestre ou pela oxidação do H2S liberado pela ação vulcânica (MARENCO; LOPES, 2009). A energia armazenada em compostos orgânicos pode ser utilizada em outros processos metabólicos dentro da planta ou servir de fonte de energia para todas as outras formas de vida. Assim, na eventual falta de energia solar qualquer tipo de vegetação morreria, interrompendo-se a cadeia alimentar no planeta. Em plantas superiores, o mesofilo das folhas é o tecido fotossintetizador mais ativo, pois contêm os cloroplastos, organelas ricas em pigmentos clorofílicos especializadas na absorção de luz. A fotossíntese consiste na oxidação da água e na redução do CO2 para formar compostos orgânicos, como os carboidratos. O processo inverso, por exemplo, a combustão da madeira, que libera CO2 e H2O, é espontâneo e libera energia. A respiração é um processo oxidativo similar, mas bioquimicamente controlado, sendo responsável pela manutenção da vida nos organismos vivos. A fotossíntese é um dos principais processos que atenuam o impacto da deposição de carbono na atmosfera. Estima-se que, como resultado da atividade humana, aproximadamente sete petagramas (1 Pg = 1015 g) de carbono são depositados na atmosfera por ano (PRENTICE et al., 2001 apud MARENCO; LOPES, 2009). Desse total, uma parte é retida nos oceanos (via conversão do CO2 em bicarbonato ou pela atividade fotossintética do fitoplâncton) e outra parte (0,3 a 1,5 Pg C ano-1) pela vegetação terrestre. O carbono não fixado permanece na atmosfera, aumentando a concentração de CO2 no ar. Dos ecossistemas terrestres, os principais drenos ou sumidouros do carbono atmosférico acredita-se que sejam as florestas de clima temperado, localizadas no hemisfério norte (McGUIRE et al., 2001 apud MARENCO; LOPES, 2009). As florestas tropicais, que armazenam 40% do carbono retido na vegetação terrestre e fixam, via fotossíntese, seis vezes a quantidade de carbono liberado para Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 29 a atmosfera com a queima de combustíveis fósseis (LEWIS et al., 2004 apud MARENCO; LOPES, 2009), têm sido apontadas como possíveis drenos de carbono (PHILLIPS et al., 1998 apud MARENCO; LOPES, 2009). Contudo, outras pesquisas não confirmam a participação ativa desses ecossistemas no estoque de carbono do ar, pois a quantidade de carbono fixada pela fotossíntese parece ser novamente levada à atmosfera como consequência da respiração (McGUIRE, 2001; CLARK, 2002 apud MARENCO; LOPES, 2009). CLOROPLASTOS Cloroplasto é uma organela celular que possui duas membranas, que controlam a entrada e saída de íons e moléculas: sua membrana interna não está invaginada como nas mitocôndrias. Em plantas superiores, varia de 2 a 4 µm de espessura e de 5 a 10 µm de comprimento. O número de cloroplastos por células varia de 1 a 100, dependendo do tipo de célula, da espécie e das condições de crescimento. Contêm DNA e ribossomos embebidos numa matriz fluida, chamada de estroma, conforme ilustração abaixo. Estrutura tridimensional de um cloroplasto Fonte: MARENCO; LOPES (2009, p. 49) Os cloroplastos originam-se dos proplastídios e são encontrados em formas e tamanhos diferentes em vários tipos de plantas. Segundo a teoria endossimbiótica, algum procarioto ancestral (semelhante a Anabaeba flos-aquae) pode ter sido Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 30 “incorporado” por uma célula primitiva, dando origem aos cloroplastos conhecidos hoje. Por conterem DNA próprio, são capazes de sintetizar algumas proteínas (DEY et al., 1997; BOWYER; LEEGOOD, 1997 apud MARENCO; LOPES, 2009). A maioria dos proplastídios origina-se da célula-ovo (célula materna). Dividem-se por fissão, conforme o embrião se desenvolve transformando-se em cloroplastos com o surgimento de caules e folhas durante a morfogênese. Em folhas, a divisão de cloroplastos, geralmente cessa ao início do seu desenvolvimento (MULLET, 1988; PYKE, 1999 apud MARENCO; LOPES, 2009). Os cloroplastos novos também podem dividir-se ativamente quando o órgão que os contêm é exposto à luz. São visíveis com o microscópio ótico, mas a sua estrutura detalhada apenas pôde ser estudada com o auxílio do microscópio eletrônico. Existem em quase todos os membros do reino Plantae e em alguns membros do reino Protista (atualmente protoctista). No reino vegetal, excepcionalmente, estão ausentes nas angiospermas parasíticas incolores (MARENCO; LOPES, 2009). As cianobactérias e outras bactérias fotossintetizadoras não apresentam cloroplastos, bem como os membros dos reinos Fungi e Animalia. Nas bactérias, a fotossíntese é realizada em pigmentos embebidos em membranas especializadas. No cloroplasto, o estroma contém as enzimas que convertem o CO2 em carboidrato, especialmente amido. Já os tilacoides contêm os pigmentos cIoroplastídicos. Nos tilacoides, a energia da luz é usadapara oxidar a molécula de H2O e formar trifosfato de adenosina (ATP) nicotinamida adenina dinucleotídeo fosfato (NADPH), compostos ricos em energia, necessários no estroma para converter CO2 em carboidratos. Em certas partes dos cloroplastos, há pilhas de tilacoides chamados granos (mais exatamente: grana e em singular granum). A região do grano onde um tilacoide entra em contato com outro é chamada região de depressão ou vale, onde se concentram os polipeptídios do fotossistema lI. Nas lamelas localizam-se os polipeptídios do fotossistema I e o complexo ATPsintase. As lamelas são tilacoides alongados que conectam um grana a outro e se estendem pelo estroma, podendo formar parte de um ou mais granas. Em tais situações, não há uma distinção clara entre a lamela e o tilacoide do grana. Entre as duas membranas de um tilacoide, há uma cavidade chamada lúmen, que contém água e sais dissolvidos e desempenha um papel importante na fotossíntese. Os Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 31 pigmentos envolvidos na fotossíntese, presentes na membrana do tilacoide, são as clorofilas e os carotenoides, estes últimos alaranjados. CLOROFILAS E CAROTENOIDES Nas plantas superiores, há dois tipos de clorofila, clorofila a (massa molecular de 892) e clorofila b (massa molecular de 906), e dois tipos de carotenoides, os carotenos (hidrocarbonetos puros como o β-caroteno) e as xantofilas (que contêm oxigênio como a luteina). As clorofilas e os carotenoides, em sua maioria, estão embebidos nos tilacoides e ligados não-covalentemente a moléculas de proteínas. Os pigmentos cloroplastídicos representam 50% do conteúdo de lipídios das membranas dos tilacoides, enquanto a outra metade é formada, principalmente, de galactolipídios, com pequena quantidade de fosfolipídios. Em contraste com outras membranas vegetais, o conteúdo de esterol é mínimo na membrana dos tilacoides. Também estão presentes nos cloroplastos DNA, RNA, ribossomos e muitas enzimas, principalmente no estroma, onde ocorrem a transcrição e a tradução do material genético. Existem certos carotenoides, na membrana do cloroplasto, especialmente a violaxantina, uma xantofila, que Ihes dão uma cor amarelada. As clorofilas não ocorrem nas membranas externas do cloroplasto, somente nos tilacoides. Na maioria das plantas e nas algas verdes, o β-caroteno e a luteína são os carotenoides mais abundantes nos tilacoides (MARENCO; LOPES, 2009). Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 32 O processo da fotossíntese Fonte; http://dicasgratisnanet.blogspot.com.br/2011/07/o-que-e-fotossintese-das-plantas.html Pois bem, a fotossíntese é um dos processos biológicos mais importantes da Terra, pois é uma das principais fontes de energia da natureza, não só para as plantas, mas também para muitos outros seres vivos. Por liberar oxigênio, indispensável para a respiração dos animais, e por consumir dióxido de carbono, gás muito tóxico, a fotossíntese tornou o nosso planeta habitável. A fotossíntese ocorre nos cloroplastos, que são organelas presentes nas células das plantas, dentro delas há a clorofila, pigmento responsável pela coloração verde das plantas. A fotossíntese é dividida em duas fases: clara e escura. Na fase clara a água e os sais minerais são retirados do solo através da raiz da planta, chegando até o caule em forma de seiva, chamada seiva bruta. A luz do sol também é absorvida através da folha, pela clorofila. Na fase escura, a clorofila e a energia solar transformam os outros ingredientes em glicose. Essa substância é conduzida ao longo dos canais existentes na planta para todas as partes do vegetal. Ela utiliza parte desse alimento para viver e crescer; a outra parte fica armazenada na raiz, caule e sementes, sob a forma de amido. Há vários fatores que podem afetar a fotossíntese. Esses fatores podem ser tanto internos como externos ao organismo. Os fatores internos são as estruturas Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 33 das folhas e dos cloroplastos, o teor de pigmentos, o acúmulo de produtos da fotossíntese no interior do cloroplasto, a concentração de enzimas e a presença de nutrientes. Os fatores externos são a luz, a temperatura, a salinidade, o grau de hidratação e a pressão parcial de gás carbônico. Se uma planta habita um ambiente que possui temperatura e concentração de gás carbônico constantes, a quantidade de fotossíntese realizada passará a depender somente da luminosidade. A temperatura é um dos fatores principais que afetam a fotossíntese. Seu aumento causa: aumento da atividade fotossintética e respiratória, causando a diminuição da eficiência fotossintética. Todas as necessidades energéticas humanas são fornecidas pelos vegetais, diretamente, através da ingestão de vegetais, ou indiretamente através dos animais herbívoros, portanto, não ocorrendo fotossíntese, todos nós teríamos problemas sérios no fornecimento da energia necessária para nossa sobrevivência. Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 34 UNIDADE 7 – TROPISMOS, NASTIMOS, FOTOPERIODISMOS Igualmente a todos os seres vivos que são dinâmicos e têm como uma de suas propriedades a capacidade de movimentar-se, de deslocar-se em variadas intensidades, as plantas também se movimentam como resposta biológica às diferentes formas de estímulos que o vegetal ou parte dele recebe. Os estímulos podem ser provocados pela luz, temperatura, gravidade, substâncias químicas, abalos mecânicos, etc. As respostas, na forma de movimentos, poderão ser orientadas a favor ou contra (sentido contrário) o estímulo recebido. Ou ainda, as respostas poderão ser indiferentes à direção ou sentido dos estímulos recebidos. O movimento que ocorre nas plantas, em resposta a estímulos externos direcionais, é chamado de Tropismo e envolve crescimento. Os movimentos por crescimento são causados por crescimento diferencial em lados opostos de um órgão em extensão, fazendo com que o órgão se curve numa determinada direção. Se o movimento é dirigido para a fonte do estímulo a reação é dita Ortotrópica Positiva, se o movimento é contrário à fonte, é Ortotrópica Negativa (COSTA, 2007). Os movimentos por crescimento têm sido objeto de muitos estudos e muitos indícios sugerem o envolvimento das auxinas, e outros hormônios de crescimento, em tais respostas. Os movimentos por crescimento estimulados pela luz (fototropismo) e pela gravidade (geotropismo) são os mais estudados. Enquanto o movimento orientado com crescimento é o tropismo, o movimento com orientação, mas sem crescimento recebe o nome de tactismo. Os movimentos sem orientação serãodo tipo nastismo, sendo respostas padronizadas ou estereotipadas, ocorrendo de uma única forma. FOTOTROPISMO É o movimento de crescimento que ocorre em resposta ao estímulo direcional da luz. O órgão pode curvar-se em direção ou contra a fonte luminosa: Fototropismo positivo e Fototropismo negativo respectivamente. Geralmente as partes aéreas das plantas superiores são fototrópicas positivas, enquanto as partes subterrâneas são frequentemente fototrópicas Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 35 negativas. Os estudos do fototropismo têm sido feitos em coleoptiles de gramíneas (aveia, piste e milho) que são muito sensíveis à iluminação unilateral. Há ainda muitas dúvidas quanto à origem do pigmento responsável pela reação fototrópica. Alguns acreditam ser os carotenos; outros flavinas ou ambos. Investigações pioneiras em fototropismo foram feitas por Darwin (1880), que observou a curvatura em coleoptiles, destacando que a iluminação era recebida pelo ápice e a curvatura se dava mais abaixo do ápice na região de extensão (COSTA, 2007). Cholodny e Went (1928) sugeriram que por influência da luz a auxina migraria do lado iluminado para o sombreado e por isto ocorreria a curvatura (Teoria Cholodny Went do fototropismo). Ainda em 1928, Boysen-Jensen mostraram que inserindo um pedaço de mica abaixo do ápice da coleoptile do lado sombreado, não ocorria curvatura porque a migração da auxina tinha sido interrompida. Tais experimentos reforçaram a Teoria Cholodny-Went do fototropismo. As dicotiledôneas também são sensíveis à iluminação unilateral. Entretanto existem autores que sustentam a Teoria de Cholodny-Went também para estas plantas, enquanto estudos mais recentes mostram que nestas plantas é possível que a curvatura se dê por ação de inibidores do crescimento e não por substâncias promotoras do crescimento. Tais substâncias seriam distribuídas de maneira assimétrica diminuindo a sensibilidade ou antagonizando a auxina, distribuída de maneira simétrica (COSTA, 2007). Em algas e fungos também se observam respostas fototrópicas. Coutinho (1962), refere movimentos fototrópicos como raros em raízes. Porém, indica que em certas raízes ocorrem respostas fototrópicas negativas, as quais ocorrem porque neste órgão a concentração auxínica normal está acima do valor ótimo, logo o decréscimo do seu teor do lado iluminado produz uma aceleração do crescimento fazendo a raiz curvar-se para o lado oposto à luz. Outro interessante comportamento observado em plantas hemiepífitas do interior de matas (Monstera gigantea), é que essas plantas inicialmente apresentam orientação em direção a locais menos iluminado (fototropismo negativo), até que cresçam suficientemente apoiando-se ao tronco e, então, suas partes aéreas Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 36 assumem fototropismo positivo. Este comportamento foi denominado Escototropismo (do grego skotos = penumbra; trope = direcionamento). (BERKAUY, 2004; COSTA, 2007). GEOTROPISMO OU GRAVITROPISMO É a resposta de crescimento na qual a planta se orienta em relação ao vetor gravidade. Podem existir vários tipos de geotropismo: � gravitropismo negativo – crescimento oposto ao centro da terra. Ex.: coleoptiles, caules, etc.; � gravitropismo positivo – crescimento em direção ao centro da terra. Ex.: raízes; � plagiogravitropismo – crescimento em ângulo diferente de 0º ou 90° em relação ao campo gravitacional da terra. Ex.: raízes secundárias; � dia gravitropismo – crescimento em ângulo reto em relação ao campo gravitacional. Ex.: rizomas e estolões. Segundo Costa (2007), a percepção da gravidade deve está relacionada com o movimento de alguns corpúsculos ou organelas dentro das células sensitivas, já que as moléculas de auxina são muito pequenas para se moverem por ação da gravidade. Haberlandt e Nemec (1900 apud COSTA, 2007), elaboraram a Teoria dos Estatólitos para explicar o geotropismo. Segundo eles, certas células, estatocistos, possuem grãos de amido móveis estatólitos que se sedimentam por ação da gravidade, nas partes inferiores das células, não se resolveu ainda, como os estatólitos provocam com a sua movimentação a redistribuição da auxina. Acredita- se que a pressão dos estatólitos produza um transporte preferencial de auxina da parte superior para a inferior das células. Esta teoria foi contestada, pois plantas deixadas no escuro, nas quais o amido teria sido consumido, apresentavam reações gravitrópicas. Coutinho (1962) explica que as raízes são mais sensíveis às auxinas e, por isso, o aumento da concentração junto ao lado inferior, ao contrário de estimular o Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 37 crescimento, passa a inibi-lo. Como o lado superior continua a crescer a raiz se curva para baixo. Certos autores fazem restrições ao envolvimento do AIA no gravitropismo das raízes. Recentemente, estudos com milho, sugerem que o crescimento diferencial seja devido a um transporte lateral de substâncias inibidoras (AIA que na raiz atua como inibidor), que são sintetizadas na coifa. Além do gradiente diferencial da auxina, também o Ca++ parece estar envolvido nas respostas gravitrópicas (COSTA, 2007). TIGMOTROPISMO OU HAPTOTROPISMO É a resposta de alguns órgãos como pecíolos, caules e especialmente gavinhas, ao contato com objeto sólido, por crescimento diferencial. Os mecanismos desta resposta ainda não estão elucidados, acredita-se que ocorre uma migração de hormônios da parte em contato com o suporte para a parte oposta. HIDROTROPISMO É uma resposta a gradiente de água. Observa-se em raízes de planta arbóreas, as quais investem mais fitomassa no crescimento de raízes que estão localizadas em regiões do solo onde o potencial hídrico é menos negativo, ou seja, onde há mais fácil absorção de água para funcionamento da planta. (KERBAUY, 2004). QUIMIOTROPISMO É o crescimento orientado por compostos químico orgânicos como galactanos, glicoproteínas, lipoproteínas e por um potencial eletroquímico produzido por íons potássio K+. Ex.: crescimento do tubo polínico em direção ao óvulo das flores, cuja real natureza do quimiodirecionamento ainda é controversa (COSTA, 2007). NASTISMOS São movimentos vegetais desencadeados por estímulos ambientais nos quais a direção do estímulo não determina a direção do movimento. Os efeitos Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 38 produzidos pelos movimentos násticos atingem igualmente todas as partes do organismo ou órgão em crescimento e a resposta não depende, portanto, da direção ou origem do estímulo. O estímulo poderá
Compartilhar