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AVALIAÇÃO APARELHO LOCOMOTOR A2 N1

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UNIFACS - SALVADOR - CURSO: ENFERMAGEM 
DISCENTE: CELSIUS PALMEIRA 
 
TEMA: PLANOS DE MOVIMENTO: 
QUAIS OS EFEITOS NOS MOVIMENTOS TRIDIMENSIONAIS? 
 
 
 
O movimento humano é muito complexo, definir e analisar o movimento perpassa por 
varias linhas de pensamento. Desde aos aspectos físicos até aspectos emocionais, 
sociais e psíquicos do ser. 
O movimento humano não é puro e simples um deslocamento no espaço, nem uma 
adição de contrações musculares, o movimento tem um significado de relação afetiva 
com o mundo, o que projeta o indivíduo na sua história biopsicossocial. 
Segundo Calais-Germain, devido a essa complexidade em definir o movimento 
recrutando informações detalhadas e terminologias especificas que identifiquem 
precisamente sequências de movimento, especialistas sentiram a necessidade de 
adotarem posições de referência universal, assim a análise dos planos de movimento 
poderia se tornar mais sistematizada e minuciosa, permitindo a compreensão dos 
padrões de movimento. 
Posições de referência universal 
Salvani et al. relata que para descrever os movimentos dos vários segmentos articulares 
do corpo humano, foram criadas posições universalmente aceitas. São elas: 
Posição anatômica: posição que o corpo fica ereto com membros inferiores unidos, 
olhos, pontas dos pés e palmas das mãos dirigidas para frente e membros superiores 
estendidos e pendentes ao lado do corpo. 
Posição de referência ou repouso: é aquela similar à postura anatômica, exceto a palma 
das mãos que ficam voltadas para o corpo. 
Para avaliar o movimento faz-se necessário que a posição do indivíduo seja citada para 
entender a posição inicial ao qual o movimento começa. 
Contudo não basta apenas analisar a posição inicial e sim compreender que associado 
à posição inicial há um sistema de planos de movimento e eixos imaginários que 
auxiliam na avaliação tridimensional do movimento. 
Os planos de movimento são linhas imaginárias que passam pelo corpo humano com o 
objetivo de facilitar a análise do movimento de um segmento em relação ao outro. Assim 
podemos compreender melhor como o movimento acontece. 
Existem três planos de movimento, sendo eles dois verticais e um horizontal, são eles: 
Frontal, Sagital e Transverso. 
Plano sagital 
De acordo com Calais-Germain, o plano sagital é assim denominado por passar pela 
sutura sagital do crânio e dividir o corpo em duas partes, a metade direita e a metade 
esquerda. Já segundo Filho & Pereira, o plano sagital também é denominado de 
mediano e consiste em qualquer corte feito paralelamente ao plano mediano dividindo 
o corpo ao meio é denominado de secção sagital e aos planos resultantes de para 
sagitais. 
 
 
Plano frontal 
O plano frontal ou coronal é o plano que divide o corpo em porção anterior e posterior. 
Dividindo o corpo verticalmente ao meio, em ventral e dorsal (anterior e posterior). 
 
Plano transverso 
O plano transverso é o único plano horizontal e divide o corpo em parte superior e 
inferior.
 
 
Eixos de movimento 
Os eixos de movimentos são linhas imaginárias paralelas aos planos de movimento que 
são traçadas no individuo como ele estivesse em um paralelepípedo (visto 
anteriormente). 
Os eixos principais seguem três direções ortogonais, o eixo antero-posterior presente 
no plano sagital ao qual desenvolvem os movimentos de flexão e extensão. O eixo 
longitudinal presente no plano frontal que vai da cabeça aos pés e o eixo latero-lateral 
ou transversal que vai do centro do corpo a lateral, ou seja, é o eixo que vai de um lado 
a outro do corpo. 
 
É importante entendermos os eixos de movimento, pois assim podemos ter uma visão 
tridimensional do movimento, esse movimento acontecendo nos três eixos. 
Se todas as articulações do corpo tivessem apenas um eixo de movimento, o segmento 
poderia ser direcionado em apenas um plano. A articulação do quadril, por exemplo, se 
tivéssemos apenas o eixo latero-lateral, só seria analisado o movimento de flexão e 
extensão que ocorre no plano sagital, impedindo avaliação de outros movimentos 
inerentes a outros eixos e planos de movimento. 
Para que os movimentos aconteçam de forma tridimensional, utilizando os três planos 
de movimento e seus eixos, as articulações podem possuir três eixos e três graus de 
movimento. 
Movimentos tridimensionais 
Os movimentos tridimensionais consistem na utilização dos três planos e eixos de 
movimento. Nosso movimento é tridimensional, executamos diariamente movimentos 
funcionais, realizando rotações, flexões-extensões, abdução-adução. Seja em uma 
modalidade esportiva ou em atividade diária como pegar uma chave no chão, tomar 
banho, se alimentar, entre outras. 
Para a prevenção de lesões ou para o tratamento o foco nos planos de movimento trás 
o desenvolvimento das capacidades físicas do individuo, não só através da analise e 
intervenção da funcionalidade articular em seus planos de movimento mais também com 
atenção as cadeias musculares envolvidas em cada plano. 
O trabalho em cima dos planos de movimento garante um treino tridimensional focado 
em benefícios, seja em modalidades esportivas ou na atividade e funcionalidade diária. 
Garantindo o trabalho em cadeias musculares e não em grupos musculares isolados 
compondo assim o equilíbrio funcionalidade articular e consequentemente na 
funcionalidade do corpo. 
Cada articulação possui uma função, seja ela estabilizadora ou de mobilidade em sua 
função primordial, essa articulação precisa ser entendida isoladamente mais também 
analisada em seu sistema. Dessa forma, permitirá a compreensão do padrão de 
movimento de cada indivíduo avaliado. 
Compreender como o paciente se movimenta como cada plano de movimento compõe 
e como se relaciona, traz ao profissional uma visão mais minuciosa, entendendo onde 
está o foco do problema e se há existência de movimentos compensatórios 
direcionando-o a atuar não só em possíveis reduções de dor mais também na 
reintegração do sistema. 
Esse é o principal efeito dos planos de movimento na composição do movimento 
tridimensional, entender cada função isolada e sua composição no sistema. No plano 
sagital onde se tem os movimentos na coluna, ombro, quadril de flexão e extensão e no 
tornozelo dorsiflexão e flexão plantar, recrutamos as cadeias musculares retas, a 
anterior e a posterior. 
Compreender esse mecanismo de funcionamento e sua composição no movimento 
tridimensional permite detectar possíveis disfunções e impactos na funcionalidade do 
indivíduo. 
Esse mesmo mecanismo acontece nos planos frontal ao qual teremos na coluna a flexão 
lateral, no ombro e quadril abdução e adução e no tornozelo inversão e reversão. E no 
plano transverso onde acontecem os movimentos de rotação. Recrutando cadeias 
musculares retas e cruzadas. Alterações nesses planos levam a impactos nos 
movimentos tridimensionais que compõe o movimento humano, recrutando a fusão de 
todos esses planos e eixos para compor o sistema. 
 
 
Conclusão 
Portanto a análise minuciosa dos planos de movimento trás ao profissional um 
aprimoramento no olhar, permitindo entender o movimento, como ele se compõe e seus 
respectivos padrões de movimento. 
Dessa forma, é possível direcionar qual a causa de uma possível disfunção, o que trará 
ao profissional a possibilidade de condutas mais assertivas e consequentemente maior 
probabilidade de sucesso no tratamento. 
 
 
Referências 
Por Emanuelle Lacerda 
 
CALAIS-GERMAIN, B. Anatomia para o Movimento. São Paulo: Manole, 2010. 
FILHO, E. P. D. A.; PEREIRA, F. C. F. Anatomia geral. 1. ed. Sobral: INTA, 2015. 
FONSECA, V. Psicomotricidade : uma visão pessoal. Revista Construção 
Psicopedagógica, v. 18, n. 17, p. 42–52, 2010. 
OSAR, E. Exercícios corretivos para disfunções de quadril e ombro. Porto Alegre: 
Artmed, 2017. 
SALVINI, T. D. F. et al. Movimento articular: aspectos morfológicos e funcionais. 
Membro superior. Barueri,SP: Manole, 2005.

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